O documento descreve o processo de preparação da ayahuasca no Centro Espiritualista Estrela Universal em Maceió, Alagoas. O autor observou que os membros se reúnem semestralmente para produzir a bebida através de um processo ritualístico de vários dias, no qual as plantas são tratadas e cozidas. A produção envolve homens, mulheres e crianças em um esforço comunitário guiado por princípios de doação e reciprocidade.
A igreja Presbiteriana Filadélfia realizou um culto de Ação de Graças pelo Dia do Homem e da Mulher com a presença de vários líderes religiosos que participaram de orações, pregação e fotos para celebrar a ocasião.
A igreja Presbiteriana Filadélfia realizou um culto de Ação de Graças pelo Dia do Homem e da Mulher com a presença de vários líderes religiosos que participaram de orações, pregação e fotos para celebrar a ocasião.
COOPERAÇÃO ENTRE OFÍCIOS NO VER- O -PESO PARA A PRODUÇÃO DO TUCUPIREIA PPGA
O Ver-o-Peso é o mais conhecido mercado de Belém, importante ponto turístico e lugar de encontro com a cultura nortista. Este espaço diversificado é cenário de múltiplos personagens, práticas de trabalho e comércio de produtos locais. A mandioca (Manihot esculenta Crantz), planta originária da América do Sul, “é herança de nossos ancestrais indígenas”. (BRABO, 2017:1). Até hoje a comercialização do produto é importante para a culinária paraense, além de ser fonte de subsistência de muitas comunidades que vivem da agricultura familiar e agregam saberes e tradições ao cultivo e fabricação de seus derivados, em destaque o tucupi.
Este ensaio tem o objetivo de mostrar uma das singularidades das culturas do município de Oriximiná, Estado do Pará, as práticas de cura. Assim como do universo amazônico, a cultura da população deste município é baseada em um místico do folclore, lendas locais, saberes tradicionais e diversas atividades culturais. Mas ainda assim, é necessário apreender que as práticas de cura possuem valor específico que vão além do folclore, constituído de saberes historicamente construídos e de valor social e político que estão dentro deste cenário.
Oriximiná está localizado no oeste do Estado do Pará e o segundo maior em extensão geográfica do Estado. Seu principal Rio é intitulado “Trombetas” que possui ao longo de seu percurso 153 comunidades rurais. O nome Oriximiná possui diversas denominações e por isso se deve entender a construção da comunidade local que caracterizada por indígenas, afrodescendentes, italianos e portugueses. Iniciou-se denominada Uruá-Tapera ou Mura-Tapera, passando a freguesia de Santo Antônio de Uruá-tapera (1886), posteriormente como Vila de Oriximiná (1894) e finalmente município de Oriximiná (1934) (IBGE, 2016).
Sabe-se que rezadores e benzedeiros são ainda hoje de grande importância inclusive na atenção à saúde e ainda observados nos contextos da Amazônia. Medeiros (2013) revela em suas análises o novo “benzedor”, que entende a importância do novo modelo de saúde e se dispõe a unir seus conhecimentos à ciência. Na verdade, há hoje uma percepção e reintrodução de práticas de cura de cunho religioso até mesmo pela valorização da terapia alternativa pelo próprio Ministério da Saúde principalmente pela concepção das políticas públicas de saúde que valorizam o uso de plantas medicinais por meio do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de práticas integrativas e complementares. Logo, é possível implementar este ofício e suas atividades nos serviços de saúde pública, ainda que seja pelo reconhecimento de sua importância no cotidiano das populações e povos da Amazônia.
O presente ensaio fotográfico, intitulado “Espalhando Axé nas ruas” é um esforço analítico e descritivo acerca da relação que as religiões indo-afro-pernambucanas estabelecem hoje com a esfera pública. As fotografias foram tiradas no dia 29 de janeiro de 2017, durante o evento religioso intitulado “Águas de Oxalá”. Evento esse que acontece na cidade de Moreno, região metropolitana do Recife-PE. É realizado pelo terreiro “Ilé Axé Vodum Oya Alabá”, uma casa de linha jeje-nagô, situada na periferia da cidade de Moreno-PE. O festejo é coordenado pelo Babalorixá Clóvis Figueiroua, ou simplesmente Clóvis de Alabá. O evento acontece anualmente, sempre no último domingo de janeiro, há quatro anos. É o festejo que marca o início do calendário anual de atividades do terreiro.
San Antonio de Areco e a celebração da Tradição - Cecilia Pérez WinterREIA PPGA
San Antonio de Areco é um município da província de Buenos Aires (Argentina) que é conhecida como “o berço da tradição”. Já que, desde que se criou o Dia da Tradição a final da década de 1930, primeiramente na província de Buenos Aires logo a nível nacional, a localidade foi declarada como sede oficial da comemoração. A data da Tradição corresponde ao aniversário do escritor José Hernández, 30 de novembro.
A continuidade e a relevância que adquiriu o evento em San Antonio de Areco, junto às especificidades que certos atores locais ilhem outorgaram, legitimaram e consolidaram a celebração como o evento mais importante da região. Todavia, a promoção turística –em diversos médios de comunicação- tem promovido sua difusão ao nível nacional e internacional.
A viagem da volta: recife. walter e gilvanildoREIA PPGA
1. O documento descreve fotos de um protesto indígena em Recife, mostrando danças, adornos, líderes e detalhes culturais de vários povos indígenas.
2. As fotos mostram detalhes dos chapéus, cocares e roupas de diferentes povos como os Kapinawá, Pankararu e Xucuru durante o protesto.
3. O documento fornece créditos fotográficos e informações sobre a direção e edição do projeto.
A igreja Presbiteriana Filadélfia realizou um culto de Ação de Graças pelo Dia do Homem e da Mulher com a presença de vários líderes religiosos que participaram de orações, pregação e fotos para celebrar a ocasião.
A igreja Presbiteriana Filadélfia realizou um culto de Ação de Graças pelo Dia do Homem e da Mulher com a presença de vários líderes religiosos que participaram de orações, pregação e fotos para celebrar a ocasião.
COOPERAÇÃO ENTRE OFÍCIOS NO VER- O -PESO PARA A PRODUÇÃO DO TUCUPIREIA PPGA
O Ver-o-Peso é o mais conhecido mercado de Belém, importante ponto turístico e lugar de encontro com a cultura nortista. Este espaço diversificado é cenário de múltiplos personagens, práticas de trabalho e comércio de produtos locais. A mandioca (Manihot esculenta Crantz), planta originária da América do Sul, “é herança de nossos ancestrais indígenas”. (BRABO, 2017:1). Até hoje a comercialização do produto é importante para a culinária paraense, além de ser fonte de subsistência de muitas comunidades que vivem da agricultura familiar e agregam saberes e tradições ao cultivo e fabricação de seus derivados, em destaque o tucupi.
Este ensaio tem o objetivo de mostrar uma das singularidades das culturas do município de Oriximiná, Estado do Pará, as práticas de cura. Assim como do universo amazônico, a cultura da população deste município é baseada em um místico do folclore, lendas locais, saberes tradicionais e diversas atividades culturais. Mas ainda assim, é necessário apreender que as práticas de cura possuem valor específico que vão além do folclore, constituído de saberes historicamente construídos e de valor social e político que estão dentro deste cenário.
Oriximiná está localizado no oeste do Estado do Pará e o segundo maior em extensão geográfica do Estado. Seu principal Rio é intitulado “Trombetas” que possui ao longo de seu percurso 153 comunidades rurais. O nome Oriximiná possui diversas denominações e por isso se deve entender a construção da comunidade local que caracterizada por indígenas, afrodescendentes, italianos e portugueses. Iniciou-se denominada Uruá-Tapera ou Mura-Tapera, passando a freguesia de Santo Antônio de Uruá-tapera (1886), posteriormente como Vila de Oriximiná (1894) e finalmente município de Oriximiná (1934) (IBGE, 2016).
Sabe-se que rezadores e benzedeiros são ainda hoje de grande importância inclusive na atenção à saúde e ainda observados nos contextos da Amazônia. Medeiros (2013) revela em suas análises o novo “benzedor”, que entende a importância do novo modelo de saúde e se dispõe a unir seus conhecimentos à ciência. Na verdade, há hoje uma percepção e reintrodução de práticas de cura de cunho religioso até mesmo pela valorização da terapia alternativa pelo próprio Ministério da Saúde principalmente pela concepção das políticas públicas de saúde que valorizam o uso de plantas medicinais por meio do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de práticas integrativas e complementares. Logo, é possível implementar este ofício e suas atividades nos serviços de saúde pública, ainda que seja pelo reconhecimento de sua importância no cotidiano das populações e povos da Amazônia.
O presente ensaio fotográfico, intitulado “Espalhando Axé nas ruas” é um esforço analítico e descritivo acerca da relação que as religiões indo-afro-pernambucanas estabelecem hoje com a esfera pública. As fotografias foram tiradas no dia 29 de janeiro de 2017, durante o evento religioso intitulado “Águas de Oxalá”. Evento esse que acontece na cidade de Moreno, região metropolitana do Recife-PE. É realizado pelo terreiro “Ilé Axé Vodum Oya Alabá”, uma casa de linha jeje-nagô, situada na periferia da cidade de Moreno-PE. O festejo é coordenado pelo Babalorixá Clóvis Figueiroua, ou simplesmente Clóvis de Alabá. O evento acontece anualmente, sempre no último domingo de janeiro, há quatro anos. É o festejo que marca o início do calendário anual de atividades do terreiro.
San Antonio de Areco e a celebração da Tradição - Cecilia Pérez WinterREIA PPGA
San Antonio de Areco é um município da província de Buenos Aires (Argentina) que é conhecida como “o berço da tradição”. Já que, desde que se criou o Dia da Tradição a final da década de 1930, primeiramente na província de Buenos Aires logo a nível nacional, a localidade foi declarada como sede oficial da comemoração. A data da Tradição corresponde ao aniversário do escritor José Hernández, 30 de novembro.
A continuidade e a relevância que adquiriu o evento em San Antonio de Areco, junto às especificidades que certos atores locais ilhem outorgaram, legitimaram e consolidaram a celebração como o evento mais importante da região. Todavia, a promoção turística –em diversos médios de comunicação- tem promovido sua difusão ao nível nacional e internacional.
A viagem da volta: recife. walter e gilvanildoREIA PPGA
1. O documento descreve fotos de um protesto indígena em Recife, mostrando danças, adornos, líderes e detalhes culturais de vários povos indígenas.
2. As fotos mostram detalhes dos chapéus, cocares e roupas de diferentes povos como os Kapinawá, Pankararu e Xucuru durante o protesto.
3. O documento fornece créditos fotográficos e informações sobre a direção e edição do projeto.
Espaços e rituais na Panhuasca, Pernambuco, BrasilREIA PPGA
Este documento descreve os espaços e rituais da Sociedade Panteísta Ayahuasca (SPA) em Pernambuco, Brasil ao longo dos anos. A SPA começou em 2001 e mudou de localização várias vezes para acomodar o crescimento do grupo, incluindo a construção de novos salões cerimoniais. As fotos mostram os diferentes locais onde a SPA realizou seus rituais ao longo do tempo, adotando uma abordagem filosófica e não-religiosa para a experiência ayahuasca.
Religiosidade e cultura entre remanescentes quilombolasREIA PPGA
Este documento descreve elementos culturais e religiosos utilizados por comunidades remanescentes quilombolas no Pará, Brasil. Ele discute como a igreja católica é central para a comunidade e incorpora tradições locais em suas festividades religiosas e juninas, como uma cadeia de caule de bambu e uma fogueira. O documento também fornece imagens que ilustram esses elementos culturais e a paisagem cultural da comunidade.
Cor, Sabor, Odor: as sinestesias do caminho da escola na infânciaREIA PPGA
Este documento descreve as sinestesias, ou associações sensoriais, da infância relacionadas ao caminho para a escola. Ele lista várias sinestesias como "ardor, salgado", "doce-salgado", "efervescência, frescor", sugerindo que as crianças associam sensações como cor, sabor e odor à experiência de ir para a escola. O documento é escrito por três autores e contém fotografias relacionadas ao tema.
Imagens, reflexões e movimento da Brincadeira de Cavalo MarinhoREIA PPGA
Este conjunto de fotografias de forma sensitiva busca através das experiências visuais trazer elementos constitutivos da "brincadeira" de cavalo marinho. A fotografia, por sua vez constrói uma imediata associação de ideias e sentimentos recorrentes as informações apresentadas, onde, a partir de representações plásticas de um dado recorte da realidade nos ajuda a construir um discurso sobre determinado fato.
Devoção a São Pedro em Brasília Teimosa - Daniel PereiraREIA PPGA
No dia 29 de junho, o ciclo de festejos juninos culmina com as homenagens a São Pedro, protetor dos pescadores. No bairro de Brasília Teimosa, às margens da praia do Pina, no Recife, a devoção pelo santo se manifesta numa tradicional procissão: homens, mulheres e crianças partem da colônia de pescadores Z1 e seguem pelas ruas do bairro até o cais da Vila Moacir, onde o cortejo passa a ser marítimo. Nesse momento, vários barcos, decorados com bandeiras juninas e bolas, esperam a chegada da imagem do Santo para saírem pelas águas da bacia do Pina até o porto do Recife, onde os pedidos são lançados ao mar.
Encontro de Povos Tradicionais - Filipe MendesREIA PPGA
O documento descreve um encontro de povos tradicionais no Brasil, mostrando fotos dos rituais e danças dos grupos Fulni-ô e Kayapó, incluindo imagens de homens observando brincadeiras, matriarcas chamando crianças, e crianças se alimentando durante os rituais.
Yawanawa relações interétnicas e resgate cultural- Virgilio BomfimREIA PPGA
O documento descreve as atividades culturais do povo Yawanawa durante seu festival anual, incluindo a produção de artefatos tradicionais como cocares, saias e bebidas ayahuasca, além de danças e cantos. O festival é uma oportunidade para a retomada e compartilhamento de elementos culturais com visitantes.
Sobre as epifanias alcançadas - Rafael AciolyREIA PPGA
Por essas fotografias narro a minha experiência durante a Festa do Morro da Conceição. As fotos foram feitas nos dias 7 e 8 de dezembro dos anos de 2010 e 2011 no Morro da conceição em Recife, Pernambuco, Brasil. Ao subir o morro fui comovido pelos gestos que incorporavam a realidade da fé cristã baseada no pagar as promessas pelas graças alcançadas. A minha experiência etnográfica foi marcada pelos instantes em que as corpos dos fies atuavam como mediação entre o sagrado e o profano. Foram nestes gestos que vi a revelação da prestação do ritual nas relações de trocas sagradas entre os fies e a santidade. A dor, a troca, o sagrado, o sacrifício e a fé são elementos de referência do imaginário que olhei sobre as epifanias alcançadas.
Espaços e rituais na Panhuasca, Pernambuco, BrasilREIA PPGA
Este documento descreve os espaços e rituais da Sociedade Panteísta Ayahuasca (SPA) em Pernambuco, Brasil ao longo dos anos. A SPA começou em 2001 e mudou de localização várias vezes para acomodar o crescimento do grupo, incluindo a construção de novos salões cerimoniais. As fotos mostram os diferentes locais onde a SPA realizou seus rituais ao longo do tempo, adotando uma abordagem filosófica e não-religiosa para a experiência ayahuasca.
Religiosidade e cultura entre remanescentes quilombolasREIA PPGA
Este documento descreve elementos culturais e religiosos utilizados por comunidades remanescentes quilombolas no Pará, Brasil. Ele discute como a igreja católica é central para a comunidade e incorpora tradições locais em suas festividades religiosas e juninas, como uma cadeia de caule de bambu e uma fogueira. O documento também fornece imagens que ilustram esses elementos culturais e a paisagem cultural da comunidade.
Cor, Sabor, Odor: as sinestesias do caminho da escola na infânciaREIA PPGA
Este documento descreve as sinestesias, ou associações sensoriais, da infância relacionadas ao caminho para a escola. Ele lista várias sinestesias como "ardor, salgado", "doce-salgado", "efervescência, frescor", sugerindo que as crianças associam sensações como cor, sabor e odor à experiência de ir para a escola. O documento é escrito por três autores e contém fotografias relacionadas ao tema.
Imagens, reflexões e movimento da Brincadeira de Cavalo MarinhoREIA PPGA
Este conjunto de fotografias de forma sensitiva busca através das experiências visuais trazer elementos constitutivos da "brincadeira" de cavalo marinho. A fotografia, por sua vez constrói uma imediata associação de ideias e sentimentos recorrentes as informações apresentadas, onde, a partir de representações plásticas de um dado recorte da realidade nos ajuda a construir um discurso sobre determinado fato.
Devoção a São Pedro em Brasília Teimosa - Daniel PereiraREIA PPGA
No dia 29 de junho, o ciclo de festejos juninos culmina com as homenagens a São Pedro, protetor dos pescadores. No bairro de Brasília Teimosa, às margens da praia do Pina, no Recife, a devoção pelo santo se manifesta numa tradicional procissão: homens, mulheres e crianças partem da colônia de pescadores Z1 e seguem pelas ruas do bairro até o cais da Vila Moacir, onde o cortejo passa a ser marítimo. Nesse momento, vários barcos, decorados com bandeiras juninas e bolas, esperam a chegada da imagem do Santo para saírem pelas águas da bacia do Pina até o porto do Recife, onde os pedidos são lançados ao mar.
Encontro de Povos Tradicionais - Filipe MendesREIA PPGA
O documento descreve um encontro de povos tradicionais no Brasil, mostrando fotos dos rituais e danças dos grupos Fulni-ô e Kayapó, incluindo imagens de homens observando brincadeiras, matriarcas chamando crianças, e crianças se alimentando durante os rituais.
Yawanawa relações interétnicas e resgate cultural- Virgilio BomfimREIA PPGA
O documento descreve as atividades culturais do povo Yawanawa durante seu festival anual, incluindo a produção de artefatos tradicionais como cocares, saias e bebidas ayahuasca, além de danças e cantos. O festival é uma oportunidade para a retomada e compartilhamento de elementos culturais com visitantes.
Sobre as epifanias alcançadas - Rafael AciolyREIA PPGA
Por essas fotografias narro a minha experiência durante a Festa do Morro da Conceição. As fotos foram feitas nos dias 7 e 8 de dezembro dos anos de 2010 e 2011 no Morro da conceição em Recife, Pernambuco, Brasil. Ao subir o morro fui comovido pelos gestos que incorporavam a realidade da fé cristã baseada no pagar as promessas pelas graças alcançadas. A minha experiência etnográfica foi marcada pelos instantes em que as corpos dos fies atuavam como mediação entre o sagrado e o profano. Foram nestes gestos que vi a revelação da prestação do ritual nas relações de trocas sagradas entre os fies e a santidade. A dor, a troca, o sagrado, o sacrifício e a fé são elementos de referência do imaginário que olhei sobre as epifanias alcançadas.
Dádiva e reciprocidade na confecção do Vegetal: O ‘Feitio’ da ayahuasca na sede do Centro Espiritualista Estrela Universal (CEEU) em Maceió (AL)
1. Dádiva e reciprocidade na confecção do Vegetal: O ‘Feitio’ da ayahuasca na sede do Centro
Espiritualista Estrela Universal (CEEU) em Maceió (AL)
Wagner Lins Lira
2. Foto 01: Sede do Centro Espiritualista Estrela Universal/ Seat of Centro Espiritualista Estrela Universal
Notas sobre a Foto 01: A sede do Centro Espiritualista Estrela Universal (CEEU) localiza-se na Região Metropolitana de Maceió (AL/Brasil) numa
área de Mata Atlântica. Este ‘novo grupo ayahuasqueiro’ mostra-se auto-suficiente na produção, controle e distribuição ritualística da bebida
ayahuasca (localmente conhecida por ‘Vegetal’) no Brasil e nalguns países do exterior, obtendo as plantas para a feitura da beberagem – os cipós
‘Mariri’ (Banisteriopsis caapi) e as folhas da ‘Chacrona’ (Psychotria viridis)- diretamente da Floresta Amazônica. As ‘plantas sagradas’ também
foram transplantadas para a sede alagoana, embora o cultivo ainda não seja suficiente para suprir a demanda da irmandade, que possui filiais na
Europa (em países como Eslovênia e Itália) e na América Central (tangencialmente no México). A sede alagoana - fundada em 2011 pelo Mestre
André Luiz – assim como todas as outras unidades do Centro seguem norteadas pelas ‘Linhas doutrinárias’ daimistas e udvistas.
3. Notas sobre a Foto 02: As estruturas organizacionais e institucionais do CEEU são semelhantes às observadas nos núcleos do ‘Centro Espírita Beneficente
União do Vegetal’ (instituição ayahuasqueira conhecida pela sigla “UDV”), precipuamente, no tocante à distribuição de cargos hierárquicos dentre os fieis,
tais quais: ‘Visitantes’, ‘Discípulos’, ‘Membros do Corpo Instrutivo’, ‘Membros do Corpo do Conselho’ e ‘Quadro de Mestres’. Aqui os sujeitos
distanciam-se momentaneamente da condição citadina para a realização de suas práticas rituais e meditativas com a bebida, que ocorrem mensalmente em
escala quinzenal. Também encontramos, no calendário da instituição, outros ‘ritos extraordinários’ exclusivos aos ‘Fardados’ (sujeitos mais comprometidos
com as causas da irmandade), assim como densos cerimoniais de preparo da beberagem; os ‘Feitios’, onde o grupo mobiliza-se diante da confecção da
beberagem na sede alagoana, que engloba diversas faixas etárias e procedências sociais, desde crianças e jovens, até adultos e idosos de várias regiões e
nacionalidades.
Foto 02: Um ‘oásis ecológico’ao lado da ‘selva metropolitana’/ An ‘ecological oasis’ in the middle of ‘concrete forest’
4. Foto 03. Macerando cipós no ‘Feitio do Vegetal’ / Macerating vines in the ‘Preparation of Vegetal’
Notas sobre a Foto 03: Os adeptos do CEEU costumam reunir-se semestralmente na sede alagoana para a manufatura do ‘Vegetal’ durante os
‘Feitios’; ocasiões nos quais os os cipós ‘Mariri’ e as folhas da ‘Chacrona’– são cuidados e tratados antes do cozimento da bebida na fornalha da
‘Casa de Feitio’. Tratadas com carinho e devoção, as folhas são lavadas em água corrente por mulheres, enquanto homens ficam encarregados da
maceração dos cipós. Os ‘Feitios’ no CEEU representam momentos de união, mutirão, vigilância e doação para a manufatura do ‘sacramento’;
processo ritual, que se estende por dias e às vezes semanas seguidos.
5. Foto 04: ‘De água, plantas, fogo e amigos’: Fornalhas em combustão para a ‘feitura do Vegetal’/ ‘Water, plants, fire and friends’. Furnaces
in the ‘Vegetal preparation’
Notas sobre a Foto 04: Logo que preparadas, as plantas – já imersas em água nas panelas - são levadas à fornalha para cozimento. Cada panela fica
em cocção por 08 horas seguidas, nas quais os adeptos se revezam, tanto na ‘Casa de Feitio’, quanto no interior da fornalha, cujo fogo precisa ser
regulado com frequência. Para concretização de tais atividades é necessária constante sincronia entre os adeptos, que varam dias e noites, revezando-
se para a aquisição da própria bebida sacramental, uma vez que muitas panelas são preparadas e levadas à fornalha durante os ‘Feitios’ no CEEU, na
medida em que a produção do chá – de 50 a 100 litros produzidos por ‘Feitio’ – precisa abastecer semestralmente outras irmandades do Centro.
6. Foto 05. Mulheres e panelas na ‘Casa de Feitio’/ Women and pots in the ‘House of ayahuasca Preparation’
Notas sobre a Foto 05: Na ‘Casa de Feitio’ – contrariamente aos grupos ayahuasqueiros tradicionais – inexiste “tabus de gênero”, no tocante à participação de
mulheres na confecção do chá, pois mulheres e crianças participam de todos os processos destinados à cocção da beberagem. Entretanto, os adeptos se revezam
de acordo com suas aptidões e limitações. Aqui, os ‘Trabalhos de Preparo’, até certo ponto, seguem a lógica daimista, sendo a produção do chá acompanhada da
convivência direta entre adeptos e lideranças, que “se doam” para, na verdade, “se beberem” ao consagrarem um chá feito por eles próprios, cujas ‘energias’,
intenções e motivações são substancializadas no sacramento em produção. Assim, a manufatura do chá vem acompanhada por uma atmosfera de musicalidade,
meditação, dança, entusiasmo, respeito e devoção pelas ‘forças da natureza’.
7. Foto 06: O ‘Bailado’ na Igreja do Centro Espiritualista Estrela Universal/ The ballet in the church of Centro Espiritualista Estrela Universal
Notas da Foto 06: As ‘Sessões’ com ‘Vegetal’ acontecem no Templo; uma edificação erigida com madeira e palhas de sapé. No Centro do ‘Salão’ fica a ‘mesa
central’, ocupada por adeptos escolhidos pelo ‘Mestre Dirigente’. Músicos de várias habilidades frequentam a irmandade; grande parte ‘fardados’ e que são
convidados a ocupar a mesa, nos instantes do ‘Bailado’ dos ‘Hinários’ daimistas. Antes disso, os participantes desfrutam de momentos visionários, nos quais
consagram a bebida, ficando em estado de concentração, ouvindo músicas, melodias e prelações dos ‘Mestres’, ‘Conselheiros’ e adeptos da ‘Casa’. Nos
instantes do ‘Bailado’, os fiéis dividem-se – em relação ao gênero - em duas alas principais ocupadas por mulheres, que ficam à esquerda da mesa, enquanto a
ala masculina fica perfilada ao lado direito da mesma. As duas alas movimentam-se sincronicamente, ‘Bailando’ e cantando as letras dos ‘Hinos’ ritmados pela
cadência de tambores, maracás e violas, que entoam valsas, marchas e mazurcas. E assim estes amigos varam noite adentro, louvando as ‘forças da natureza’,
comungando um ‘sagrado vegetal’, por eles mesmos produzidos dadivosamente nos ritos de ‘Feitio’.
8. Dádiva e reciprocidade na confecção do Vegetal: O ‘Feitio’ da ayahuasca na sede do Centro Espiritualista
Estrela Universal (CEEU) em Maceió (Al)
Gift and reciprocity in the confection of Vegetal: The preparation of ayahuasca in the Centro Espiritualista
Estrela Universal (CEEU) in the Maceió (Al)
Autor/Author:
Wagner Lins Lira
Doutor em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia do Departamento de Antropologia e
Museologia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGA/DAM/UFPE) e Pós-Doutorando do Programa de
Pós-Graduação em Educação, Culturas e Identidades da Fundação Joaquim Nabuco e da Universidade Federal
Rural de Pernambuco (PPGECI/FUNDAJ/UFRPE). Membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre
Psicoativos (NEIP), do Grupo de Estudos sobre Álcool e outras Drogas (GEAD/UFPE) e do Grupo de Estudos da
Transdisciplinaridade, da Infância e da Juventude (GETIJ/UFRPE)
Fotos/Photografics:
Wagner Lins Lira
Direção e Texto/Direction and Text:
Wagner Lins Lira
Edição de Imagem/Image Editing
Wagner Lins Lira
Imagens obtidas no mês de agosto de 2014, durante trabalho de campo,
envolvendo pesquisas etnográficas tangentes aos ‘novos grupos ayahuasqueiros’ nordestinos.