O documento descreve o contexto histórico e social da Palestina durante a vida de Jesus, incluindo as classes sociais divididas, a opressão romana, e o desejo do povo por um Messias guerreiro. Apesar disso, Jesus pregou um mensagem diferente de amor, perdão e não-violência, desafiando as expectativas e atraindo suspeitas. O documento fornece detalhes sobre a sociedade dividida e sofrida da época para explicar o contexto do ministério de Jesus.
3. RESPINGOS HISTÓRICOS ... relembrando
• A história da Palestina é, antes de tudo, a história de um povo sofredor em luta
angustiante pela sobrevivência e a paz.
Escrava de vários povos:
• Egípcios – +- 1.250 a.C. retornam à Canaã após 400 anos/cativeiro;
• Assírios – 722 a.C;
• Babilônios invadem Judá – 586 a.C/539 a.C.;
• Persas invadem a Babilônia – 539 a.C.: Ciro, o Grande devolve os judeus às suas terras;
• Sofre o jugo do Império Selêucida após 143 a.C.;
• Jugo do Império Romano após 63 a.C.;
• GRANDE DIÁSPORA: 70 d.C./ 1948 d.C (O Estado de Israel).
5. Conclusão
1ª Parte:
• Reis e governantes que por ali passaram
celebrizaram-se pelo saque, pela
perversidade, pela sórdida indiferença
aos interesses nacionais e aos do povo,
pelos assassínios que atingiram seus
palácios e os príncipes, o Sinédrio e o
templo... De Herodes a Arquelau, seu
herdeiro, as atrocidades foram tamanhas
e o rio de sangue tão volumoso que o
próprio César depôs o último, quando no
trono, após a morte do hediondo genitor.
• O servilismo, a bajulação e a vilania
tinham presença garantida no mundo de
então, e, particularmente, em Israel.
(Até o Fim dos Tempos, cap. 8)
6.
7. E Jesus viveu a
sua infância,
juventude e morte
como súdito de
Herodes-Ântipas...
Mas, antes...
9. RESPINGOS HISTÓRICOS_parte 02
• Jesus inicia Seu ministério quando a Palestina estava sob fiscalização da Síria –
legado Pompônio Flaco.
• Era procurador romano da Judéia: Pôncio Pilatos. Vivia ele em seu palácio, em
Cesaréia Marítima, mas dominava tudo, desde “Don a Bethsabé”. Além de seus
homens, recrutava sírios, samaritanos, gregos e árabes para controlar o povo. Sua
presença em Jerusalém se dava quase que exclusivamente no período das festas
judaicas, principalmente a Páscoa.
10. CLASSES SOCIAIS DA
PALESTINA
• Diferenciavam-se social, política e
religiosamente.
• O Conselho dos Anciãos, constituído por 72
membros, incluindo o Sumo-Sacerdote,
legislava sobre a vida e a morte dos súditos.
• SADUCEUS: zadokim, “filhos de Zadok” (líder
e fundador da classe). Aristocracia feudal da
época, invariavelmente ricos, fruíam de
consideração e destaque.
• Classe encarregada dos ministérios
religiosos, e zelosos observadores da
aplicação rigorosa dos códigos da Torah
ou Lei.
11. CLASSES SOCIAIS...
• FARISEUS: perushim- separados. Constituíam a classe média. Independentes
economicamente.
• Criam-se mais “judeus que os judeus”;
• Continuadores da severa exigência ortodoxa, na prática religiosa.
• Prática religiosa ortodoxa surgiu na época dos Macabeus.
• Por comodidade, procuravam unir-se aparentemente aos romanos,
embora os detestassem, e, por sua vez, fossem detestados.
12. • Enfrentando com altivez o
farisaísmo, [Jesus] jamais se
atemorizou com as ameaças
diretas ou veladas,
prosseguindo no Ministério
sem qualquer ressentimento
dos perseguidores, calmo e
nobre, demonstrando a
elevação de que era investido
pelo Pai e que lograra ao longo
dos milênios de evolução.
13. CLASSES SOCIAIS...
• O POVO: Am Ha-aretz (“pessoas da terra”).
• Fusão entre mendigos, tecelões, trabalhadores
braçais, artesãos de todas as procedências,
pequenos agricultores. Odiado pelas outras classes.
• Reduzidos à extrema miséria pelos impostos
exagerados.
• O povo da terra, os verdadeiros Am Há-aretz,
detestados, era perseguido e desdenhado.
• Sem qualquer direito.
• Estigmatizado pelo ódio generalizado, se uniram no
partido dos fanáticos, mais tarde dividido em
zelotes e sicários.
• A diferença das classes sociais, então, estigmatizava
os pobres e sofredores, expulsando do convívio das
cidades os enfermos de toda ordem, alguns dos
quais considerados condenados por Deus, que
tinham os seus nomes retirados do rol dos vivos.
(AOFDT: cap.8)
14. OS FANÁTICOS
• ZELOTES: formavam uma facção judaica nacionalista que lutava contra o domínio romano
sobre Israel. O nome Zelote significa “zeloso” no sentido de “fanático”. zelo pelas
escrituras sagradas. Isto é, basicamente alguém que tem zelo e fervor em nome de Deus
(dos judeus). Esse mesmo grupo também era conhecido como “nacionalistas” ou
“cananeus”...
• SICÁRIOS: (em latim: sicarius - "homem da adaga"; pl. sicarii) é um termo aplicado, nas
décadas imediatamente precedentes à destruição de Jerusalém em 70, para definir um
grupo de zelotas judeus, que tentaram expulsar os romanos e seus simpatizantes da
Judeia. Insurretos, perseguiam os próprios judeus simpatizantes dos romanos, aos quais
apunhalavam, às vezes, na praça pública.
• Espalhavam o terror, conclamavam à rebelião, destruindo, em consequência, aldeias
e povoados que se negavam segui-los.
15. Roma, através dos seus diversos
procuradores, insistia em colocar no
Templo de Jerusalém os símbolos
do seu poder: a água dominadora
ou a estátua do Imperador,
motivando reações sangrentas.
Simão, o Zelote, de Caravaggio.
16. CAMINHANDO PARA O FIM ...
• Em 66 d.C. nova onda de libertação.
• Derrotados, muitos ricos se salvaram por
intermédio do rabino fariseu Jochanan bem
Sakkai, que comprou a pretensa paz.
• Os pequenos comerciantes, artesãos e “homens
da terra”, porém, inconformados, refugiaram-se no
palácio real, que foi saqueado, e lutaram até a
destruição total do Templo, em 70.
• Tito, general romano manda matar mais de
600.000 rebeldes em toda a Palestina.
17. E FOI O FIM...
• Fins de 132 d.C.: Simeão Bar Cocheba, que se
dizia o Redentor, comanda novo levante.
• Totalmente destruídos, morre Cocheba, em
Bithar.
• Os romanos mataram mais de 500.000 judeus,
destruindo mais de 900 aldeias, descendo o
“preço de um israelita, como escravo, a menos do
valor de um cavalo.”
• Adriano: Aélia Capitolina.
• Dispersão dolorosa. Séculos para recuperar-se.
• Jamais um povo sofreu tão longo e cruel exílio!
18. PANORAMA SÓCIO-POLÍTICO-RELIGIOSO e MORAL
DA ÉPOCA
A alma de Israel estava muito sofrida. Os longos séculos de
sujeição a outros povos guerreiros que a esmagaram mais
de uma vez, deixaram sulcos profundos de desconfiança e
de amargura, ferindo-lhe o orgulho de nação e imprimindo-
lhe rebeldia sistemática.
A religião se transformara em um movimento político-
social, no qual se destacavam os chefes das sinagogas, os
ricos, os fariseus e todos quantos possuíam tendência para
as discussões infindáveis quão inócuas.
Havia desemprego e fome. Os campos estavam ficando
desertos, ao tempo em que Jerusalém e as cidades de
grande porte se encontravam abarrotadas de desocupados
e aventureiros.
19. • Nesse clima social a intriga
fomentava tragédias, a insegurança
fazia-se ameaçadora e o medo crescia
assustadoramente, intimidando os
mais simples.
• A fé modorrenta continuava no
comércio ilegal de aves e animais para
serem abatidos em ofertórios absurdos
para a liberação de pecados, enquanto
outras exigências descabidas
amarfanhavam a convicção dos
indivíduos, que se lhes submetiam por
temor, sem significativa vinculação
com o Senhor. (Mais de 600 exigências)
20. • Imediatistas, necessitavam ver para crer.
Apresentaram-se tantos falsos Messias no
passado, que o povo se tornara armado
contra os aventureiros, aqueles que
desejassem explorá-los em nome de Deus,
utilizar-se da sua credulidade para retirar
proveito e destaque.
• Seria por isso, certamente, que o Mestre
defrontaria sempre a dúvida soez e as
hábeis ciladas dos fariseus que, de alguma
forma, eram os intelectuais do seu tempo,
tentando dificultar-lhe o ministério.
21. ANELAVAM O MESSIAS. Será?
• O povo, desse modo, anelava por um Messias violento, que lhe
restituísse o status perdido há muito tempo. O seu orgulho ancestral,
aquele de pertencer a Deus, conforme as profecias, não podia ceder
indefinidamente às conjunturas vergonhosas. Agora, sob a dominação
romana, tinha novamente a sua liberdade tomada, o seu culto
vigiado, os seus passos controlados.
• Quando Jesus deu início à Sua pregação, era natural que a suspeita
e o descrédito fizessem parte do comportamento de todos que O
buscavam.
22. MAS,ESTE MESSIAS ERA DIFERENTE...
• A Sua proposta se firmava na construção da
criatura integral, na qual predominassem a
abnegação, o espírito de sacrifício, a
compreensão e a renúncia de si mesmo.
• Não havia promessas vãs nos Seus discursos,
nem alento para as atitudes frívolas. Inteiriço,
sempre igual na proposta, na discussão e na
conclusão, a Sua era uma linguagem lapidar,
inimitável, jamais superada. (DV: cap. 17)
23. • Nesse clima de ódios de toda a espécie,
entre os sofrimentos mais diversos,
Jesus disseminou o amor, a liberdade, a
paz, conclamando ao Reino de Deus e
pregando a “não violência” até o próprio
sacrifício. Sintetizando os objetivos da
vida no “amor a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo”,
fez esse legado de amor, em torrentes
luminosas e soberanas.
(PDR: Respingos Históricos)