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‘O que vai ser da minha vida e dos meus filhos agora?’                                                                      Page 1 of 3



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 27.06.2010 - 09h29


 ‘O que vai ser da minha vida e dos meus
 filhos agora?’
 Comunidade de Quebrangulo ainda está incrédula com tragédia provocada pelas chuvas
   G a z e t a d e A la g oa s - Pa t r í c ia B as to s , S e v e ri no C ar v a lh o e M ar c o s Ro d ri gu e s

 Quebrangulo – “Chape-chape. Os três pares de alpercatas batiam na lama rachada, seca e branca por cima,
 preta e mole por baixo. A lama da beira do rio, calcada pelas alpercatas, balançava”. Essa frase, que serve bem
 para descrever a jornada de uma família de desabrigados da cheia do rio Paraíba, em Quebrangulo, na verdade
 é um trecho do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos. O autor da obra que retrata o sofrimento da vida do
 sertanejo nunca poderia imaginar que parte da cidade onde nasceu um dia seria arrasada pela força da água.

 Nem ele, nem os 3.200 moradores que estão desabrigados ou desalojados no município – segundo informações
 da prefeitura. A maioria das pessoas ainda vê, incrédula, a destruição provocada pela maior cheia que se tem
 conhecimento no rio Paraíba. A enxurrada, que na última sexta-feira completou uma semana, não levou apenas
 os pertences pessoais e a moradia delas, a água e a lama sepultaram também sonhos e perspectivas de vida.

 População é vítima das enchentes pela 2ª vez em 20 anos

 Quebrangulo – Morador antigo da Rua da Cachoeira, uma das mais afetadas pela enchente, o agricultor Carlos
 Roberto da Rocha, lembra da outra vez que o Rio Paraíba causou estragos na cidade. “Foi em 1989, o rio
 encheu e muita gente perdeu as coisas que tinha dentro de casa. Mas naquela vez a água não derrubou casas,
 como desta vez. Teve gente que precisou reconstruir muros e reforçar paredes, mas não foi nada parecido com
 o que aconteceu agora”, explicou o agricultor.

 Carlos Roberto conta que foi uma das vítimas da cheia de 1989 e por isso, na época, decidiu reformar a casa
 construindo uma estrutura de pedra com mais de um metro de altura. Por isso, a casa dele foi uma das poucas
 que resistiram naquele trecho. Mesmo estando muito acima do nível da rua, a residência dele ainda foi invadida
 pela água. As marcas da parede, do lado de dentro da casa, tem quase um metro de altura. PB

 Tragédia revela muitos “Fabianos”

 Quebrangulo – Ao caminhar pelas ruas que foram devastadas pela enxurrada do rio Paraíba, ainda é possível
 encontrar no meio da lama e dos destroços objetos que formam a história de famílias. Nos restos de uma casa,
 um homem mexe com o pé, os cacos do que um dia foi seu lar. Ele se chama Francisco Ferreira da Paz e é
 agricultor, mas poderia ser também “Fabiano” personagem principal de Vidas Secas.

 No livro de Graciliano Ramos, Fabiano – que também vive do trabalho com a terra – vive um período de
 felicidade, quando a seca passa e ele arruma trabalho em uma fazenda, para onde leva a família. |PB

 Famílias tentam recuperar o que restou

 Paulo Jacinto – Uma semana após a calamidade que deixou duas mil pessoas desabrigadas e desalojadas – e
 uma morte – segundo dados fornecidos pela prefeitura, Paulo Jacinto está em reconstrução. Nas ruas que
 foram mais atingidas pelas enchentes, famílias trabalham para tentar recuperar o que restou. Móveis e
 eletrodomésticos são colocados ao sol, enquanto a lama é retirada de dentro da residência.

 “Como o rio não passa pela rua, ninguém acreditava que ele fosse chegar aqui. Até porque nem estava
 chovendo na hora. Minha esposa não queria sair de dentro de casa de jeito nenhum, estava com medo de que
 invadissem e levassem a geladeira nova que ainda vamos começar a pagar. Ela colocou uma cadeira na frente
 da porta e disse que não sairia dali. Só quando a água já estava muito alta e a correnteza forte foi que ela
 mudou de ideia”, relata o aposentado José Paulo da Silva.

 Filho se culpa por não ter conseguido salvar a mãe

 Paulo Jacinto – A sensação de que poderia ter salvo a própria mãe se tivesse agido minutos antes é quase tão
 grande quanto a dor da perda para o agricultor Manoel Alves dos Santos, filho de Júlia Ferreira dos Santos, 73,
 única vítima fatal da enchente em Paulo Jacinto. Ele se culpa por ter pensado tanto em cuidar das coisas dentro
 de casa e só depois perceber que a mãe poderia estar em perigo.




http://gazetaweb.globo.com/v2/impressao.php?canal=noticias&uid=451623                                                        27/6/2010
‘O que vai ser da minha vida e dos meus filhos agora?’                                                        Page 2 of 3



 “Eu me preocupei com a minha casa porque ficava mais perto do rio, e não imaginava que a água fosse até a
 casa dela. Quando inundou, o teto caiu em cima da minha mãe, e ela ainda foi arrastada pela correnteza; só no
 dia seguinte é que encontramos o corpo”, relata.

 Polo comercial é destruído pela cheia

 Barreiros, PE – Quando a Central Açucareira cerrou as portas, na década de 1990, pensava-se que seria o fim
 de Barreiros. A usina de cana-de-açúcar era orgulho do lugar. Fornecia emprego e fazia o dinheiro circular. A
 moenda parou, mas a redenção econômica veio com um comércio pujante. Aos poucos o município do Litoral
 Sul pernambucano, com 44 mil habitantes, se tornava o maior entreposto comercial daquela região, referência
 inclusive para o Norte de Alagoas.
 -
 No campo educacional, a cidade vem formando, ao longo de décadas, mão-de-obra especializada para as mais
 diversas áreas, suprindo, sobretudo, a necessidade da rede hoteleira da Costa dos Corais. Por isso, a enchente
 que devastou Barreiros consternou os moradores dos dois Estados, unindo alagoanos e pernambucanos pela
 tragédia.
 De acordo com dados da Defesa Civil de Pernambuco, 95% da cidade foi atingida. Estima-se que 10 mil
 estejam desabrigados e 20 mil desalojados. Dois corpos foram encontrados e dezenas continuam
 desaparecidos. O cheiro de morte se espalha pelas ruas de Barreiros. É o fogo-fátuo exalado pela destruição.

 Famintos, desabrigados catam comida na lama

 Barreiros – Pelas ruas tomadas pela lama, atribulados, as vítimas da enchente vagueiam em busca de comida,
 água, atendimento médico. “Precisamos de vacina”, clamava um. “O governo tem de liberar o PASEP. Não
 adianta soltar apenas o Fundo de Garantia, pois só vai beneficiar os trabalhadores da rede privada”, sugeria
 outro.

 Famintos e desesperados, moradores catam na lama as sobras de alimentos e roupas descartados pelos
 comerciantes que tiveram suas lojas destruídas. É o homem na condição animal, agindo por instinto, pela
 necessidade, tal qual os porcos caititus que habitavam a região onde foi erguida a cidade e por isso
 denominada de Barreiros.
 Em meio à multidão de desgraçados, surge Josilene Nalberto, 43. Carrega sobre os ombros uma antena
 parabólica que conseguiu salvar da casa da cunhada. Açoitada pelo castigo de perder a moradia e a locadora
 de DVD, ela chora antes mesmo de se identificar. SC

 Mergulhadores resgatam 180 pessoas

 Barreiros, PE – O socorro a Barreiros chegou pela mão amiga dos moradores de Maragogi, município do Litoral
 Norte de Alagoas que faz limite com a cidade pernambucana arrasada pelas enchentes dos rios Una e Carimã.
 Empresas náuticas cederam embarcações utilizadas no resgate das vítimas e os cidadãos estão realizando
 mutirões de arrecadação de donativos aos flagelados.

 Tanta atenção revela o carinho dos alagoanos para o com o povo de Barreiros. A solidariedade não reconhece
 divisas num momento de atribulação. Moradores de Maragogi e de Japaratinga cruzam a ponte sobre o rio
 Persinunga para oferecer um pouco de conforto aos irmãos pernambucanos. SC

 Hospital de campanha funcionou no Haiti

 Barreiros – O hospital de campanha montado pela Força Aérea Brasileira (FAB) em Barreiros, na área do
 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), tem capacidade para realizar 400
 atendimentos diários nas especialidades básicas como ortopedia, pediatria e clínica médica.

 São 52 militares dentre os quais 15 médicos, 20 enfermeiros e sete auxiliares. A maioria chegou a menos de um
 mês do Haiti, devastado por um terremoto. Guardando as proporções, o major Roberto compara a catástrofe
 ocorrida naquele País com a destruição verificada em Barreiros.

 “Estamos vindo agora do Haiti. Num terremoto existe uma emergência muito mais cirúrgica. Nas enchentes,
 você vai ter uma emergência mais clínica, que é a parte de gastrenterite, pneumonia, doenças
 infectocontagiosas comuns quando ocorre a baixa das águas”, disse o militar. SC

 Habitantes de Barreiros se queixam do prefeito

 Barreiros – A ausência do prefeito de Barreiros, Antônio Vicente de Souza (PSB), o “Toinho da Coca-Cola”, nas
 ruas da cidade durante a enchente, revoltou muitos moradores. “O prefeito de Barreiros sumiu, se escondeu. Se
 não fossem os prefeitos dos outros municípios, como o de Maragogi (Marcos Madeira) a desgraça tinha sido
 pior”, comentou o comerciante José Elias da Silva Sarafim que perdeu casa e comércio para a enchente. Com
 um pé engessado, o prefeito rebateu as críticas.




http://gazetaweb.globo.com/v2/impressao.php?canal=noticias&uid=451623                                             27/6/2010
‘O que vai ser da minha vida e dos meus filhos agora?’                                                        Page 3 of 3



 “O prefeito não pode estar na rua pegando uma geladeira no meio da lama. Sou um prefeito, além disso. Estou
 com o pé machucado aqui, mas não é por isso. Se eu estivesse com o pé bom eu não iria para o meio da rua,
 porque o dever do prefeito é trazer recursos para a cidade”, justificou Toinho. SC

 ‘Agora isso aqui é uma cidade fantasma’

 Rio Largo – A dor da perda provocada pelas enchentes, que devastaram o bairro Gustavo Paiva, em Rio Largo,
 ainda ecoa nas ruas e abrigos. Por toda parte há feridas deixadas pelas águas do Rio Mundaú. As mais
 doloridas estão na alma dos moradores que tiveram de abandonar suas casas. Onde havia vida e harmonia de
 espaços reina o vazio e um clima de cidade fantasma.

 A Gazeta percorreu, na última quinta-feira, a rua do ponto mais atingido no sábado, dia 19. Em todos os cantos
 há pedaços de casas, sofás, camas, roupas e muita lama. Em meio aos destroços, a memória das famílias.

 Grupo teme saques e vigia casas

 Rio Largo – De volta à rua, encontramos um homem, visivelmente embriagado, com uma quentinha nas mãos.
 Ao reconhecer o carro da reportagem, exclama com voz atrapalhada: “Está tudo acabado”. Com os pés no
 chão, sem camisa e um olhar de tristeza, ele segue seu caminho.

 A cada passo da reportagem, detalhes chamam a atenção. Numa das residências, sofás e camas ficaram
 enganchados no teto. A fachada da casa tem pouco mais de 2,5 metros, o que ajuda a entender a violência da
 enxurrada. Mesmo estando a 500 m do leito do rio, as casas não foram poupadas.

 Em um outro ponto, duas mulheres caminham devagar entre o que restou. A dona de casa Maria José da Silva,
 47, e sua nora, Ivanúbia Santos, 35, também presenciaram a chegada das águas. “Estávamos a caminho da
 feira. Foi quando percebemos as pessoas dizendo que o rio estava transbordando. Em seguida já vimos a água
 avançando e uma correria. Foi tudo muito rápido”, relembrou Maria José. MR

 Desabrigados dependem de doações

 Rio Largo – Na mesma noite, a Gazeta seguiu para a Escola Estadual Machado de Assis, onde está abrigada
 parte dos moradores do bairro Gustavo Paiva. Onde antes os filhos estudavam, agora são os pais que
 aprendem a conviver sem nenhum conforto.
 Cada sala tem trinta metros quadrados, o suficiente para quatro famílias. Elas se instalaram nos cantos da
 parede. Para cercar os colchões, colocados no chão, fizeram “muros” com as caixas de alimentos e roupas que
 receberam.
 No prédio, a preocupação com a limpeza demonstra o zelo das famílias, quase todas de classe média baixa.
 Mesmo não vivendo com luxo, nunca deixaram de se alimentar e conseguir garantir o sustento de seus entes.
 Agora, dependem de doações e de gestos humanitários de desconhecidos.

 Leia mais na versão impressa.




http://gazetaweb.globo.com/v2/impressao.php?canal=noticias&uid=451623                                             27/6/2010

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A tragédia das enchentes em Quebrangulo e as dificuldades enfrentadas pelos desabrigados

  • 1. ‘O que vai ser da minha vida e dos meus filhos agora?’ Page 1 of 3 imprimindo... 27.06.2010 - 09h29 ‘O que vai ser da minha vida e dos meus filhos agora?’ Comunidade de Quebrangulo ainda está incrédula com tragédia provocada pelas chuvas G a z e t a d e A la g oa s - Pa t r í c ia B as to s , S e v e ri no C ar v a lh o e M ar c o s Ro d ri gu e s Quebrangulo – “Chape-chape. Os três pares de alpercatas batiam na lama rachada, seca e branca por cima, preta e mole por baixo. A lama da beira do rio, calcada pelas alpercatas, balançava”. Essa frase, que serve bem para descrever a jornada de uma família de desabrigados da cheia do rio Paraíba, em Quebrangulo, na verdade é um trecho do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos. O autor da obra que retrata o sofrimento da vida do sertanejo nunca poderia imaginar que parte da cidade onde nasceu um dia seria arrasada pela força da água. Nem ele, nem os 3.200 moradores que estão desabrigados ou desalojados no município – segundo informações da prefeitura. A maioria das pessoas ainda vê, incrédula, a destruição provocada pela maior cheia que se tem conhecimento no rio Paraíba. A enxurrada, que na última sexta-feira completou uma semana, não levou apenas os pertences pessoais e a moradia delas, a água e a lama sepultaram também sonhos e perspectivas de vida. População é vítima das enchentes pela 2ª vez em 20 anos Quebrangulo – Morador antigo da Rua da Cachoeira, uma das mais afetadas pela enchente, o agricultor Carlos Roberto da Rocha, lembra da outra vez que o Rio Paraíba causou estragos na cidade. “Foi em 1989, o rio encheu e muita gente perdeu as coisas que tinha dentro de casa. Mas naquela vez a água não derrubou casas, como desta vez. Teve gente que precisou reconstruir muros e reforçar paredes, mas não foi nada parecido com o que aconteceu agora”, explicou o agricultor. Carlos Roberto conta que foi uma das vítimas da cheia de 1989 e por isso, na época, decidiu reformar a casa construindo uma estrutura de pedra com mais de um metro de altura. Por isso, a casa dele foi uma das poucas que resistiram naquele trecho. Mesmo estando muito acima do nível da rua, a residência dele ainda foi invadida pela água. As marcas da parede, do lado de dentro da casa, tem quase um metro de altura. PB Tragédia revela muitos “Fabianos” Quebrangulo – Ao caminhar pelas ruas que foram devastadas pela enxurrada do rio Paraíba, ainda é possível encontrar no meio da lama e dos destroços objetos que formam a história de famílias. Nos restos de uma casa, um homem mexe com o pé, os cacos do que um dia foi seu lar. Ele se chama Francisco Ferreira da Paz e é agricultor, mas poderia ser também “Fabiano” personagem principal de Vidas Secas. No livro de Graciliano Ramos, Fabiano – que também vive do trabalho com a terra – vive um período de felicidade, quando a seca passa e ele arruma trabalho em uma fazenda, para onde leva a família. |PB Famílias tentam recuperar o que restou Paulo Jacinto – Uma semana após a calamidade que deixou duas mil pessoas desabrigadas e desalojadas – e uma morte – segundo dados fornecidos pela prefeitura, Paulo Jacinto está em reconstrução. Nas ruas que foram mais atingidas pelas enchentes, famílias trabalham para tentar recuperar o que restou. Móveis e eletrodomésticos são colocados ao sol, enquanto a lama é retirada de dentro da residência. “Como o rio não passa pela rua, ninguém acreditava que ele fosse chegar aqui. Até porque nem estava chovendo na hora. Minha esposa não queria sair de dentro de casa de jeito nenhum, estava com medo de que invadissem e levassem a geladeira nova que ainda vamos começar a pagar. Ela colocou uma cadeira na frente da porta e disse que não sairia dali. Só quando a água já estava muito alta e a correnteza forte foi que ela mudou de ideia”, relata o aposentado José Paulo da Silva. Filho se culpa por não ter conseguido salvar a mãe Paulo Jacinto – A sensação de que poderia ter salvo a própria mãe se tivesse agido minutos antes é quase tão grande quanto a dor da perda para o agricultor Manoel Alves dos Santos, filho de Júlia Ferreira dos Santos, 73, única vítima fatal da enchente em Paulo Jacinto. Ele se culpa por ter pensado tanto em cuidar das coisas dentro de casa e só depois perceber que a mãe poderia estar em perigo. http://gazetaweb.globo.com/v2/impressao.php?canal=noticias&uid=451623 27/6/2010
  • 2. ‘O que vai ser da minha vida e dos meus filhos agora?’ Page 2 of 3 “Eu me preocupei com a minha casa porque ficava mais perto do rio, e não imaginava que a água fosse até a casa dela. Quando inundou, o teto caiu em cima da minha mãe, e ela ainda foi arrastada pela correnteza; só no dia seguinte é que encontramos o corpo”, relata. Polo comercial é destruído pela cheia Barreiros, PE – Quando a Central Açucareira cerrou as portas, na década de 1990, pensava-se que seria o fim de Barreiros. A usina de cana-de-açúcar era orgulho do lugar. Fornecia emprego e fazia o dinheiro circular. A moenda parou, mas a redenção econômica veio com um comércio pujante. Aos poucos o município do Litoral Sul pernambucano, com 44 mil habitantes, se tornava o maior entreposto comercial daquela região, referência inclusive para o Norte de Alagoas. - No campo educacional, a cidade vem formando, ao longo de décadas, mão-de-obra especializada para as mais diversas áreas, suprindo, sobretudo, a necessidade da rede hoteleira da Costa dos Corais. Por isso, a enchente que devastou Barreiros consternou os moradores dos dois Estados, unindo alagoanos e pernambucanos pela tragédia. De acordo com dados da Defesa Civil de Pernambuco, 95% da cidade foi atingida. Estima-se que 10 mil estejam desabrigados e 20 mil desalojados. Dois corpos foram encontrados e dezenas continuam desaparecidos. O cheiro de morte se espalha pelas ruas de Barreiros. É o fogo-fátuo exalado pela destruição. Famintos, desabrigados catam comida na lama Barreiros – Pelas ruas tomadas pela lama, atribulados, as vítimas da enchente vagueiam em busca de comida, água, atendimento médico. “Precisamos de vacina”, clamava um. “O governo tem de liberar o PASEP. Não adianta soltar apenas o Fundo de Garantia, pois só vai beneficiar os trabalhadores da rede privada”, sugeria outro. Famintos e desesperados, moradores catam na lama as sobras de alimentos e roupas descartados pelos comerciantes que tiveram suas lojas destruídas. É o homem na condição animal, agindo por instinto, pela necessidade, tal qual os porcos caititus que habitavam a região onde foi erguida a cidade e por isso denominada de Barreiros. Em meio à multidão de desgraçados, surge Josilene Nalberto, 43. Carrega sobre os ombros uma antena parabólica que conseguiu salvar da casa da cunhada. Açoitada pelo castigo de perder a moradia e a locadora de DVD, ela chora antes mesmo de se identificar. SC Mergulhadores resgatam 180 pessoas Barreiros, PE – O socorro a Barreiros chegou pela mão amiga dos moradores de Maragogi, município do Litoral Norte de Alagoas que faz limite com a cidade pernambucana arrasada pelas enchentes dos rios Una e Carimã. Empresas náuticas cederam embarcações utilizadas no resgate das vítimas e os cidadãos estão realizando mutirões de arrecadação de donativos aos flagelados. Tanta atenção revela o carinho dos alagoanos para o com o povo de Barreiros. A solidariedade não reconhece divisas num momento de atribulação. Moradores de Maragogi e de Japaratinga cruzam a ponte sobre o rio Persinunga para oferecer um pouco de conforto aos irmãos pernambucanos. SC Hospital de campanha funcionou no Haiti Barreiros – O hospital de campanha montado pela Força Aérea Brasileira (FAB) em Barreiros, na área do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), tem capacidade para realizar 400 atendimentos diários nas especialidades básicas como ortopedia, pediatria e clínica médica. São 52 militares dentre os quais 15 médicos, 20 enfermeiros e sete auxiliares. A maioria chegou a menos de um mês do Haiti, devastado por um terremoto. Guardando as proporções, o major Roberto compara a catástrofe ocorrida naquele País com a destruição verificada em Barreiros. “Estamos vindo agora do Haiti. Num terremoto existe uma emergência muito mais cirúrgica. Nas enchentes, você vai ter uma emergência mais clínica, que é a parte de gastrenterite, pneumonia, doenças infectocontagiosas comuns quando ocorre a baixa das águas”, disse o militar. SC Habitantes de Barreiros se queixam do prefeito Barreiros – A ausência do prefeito de Barreiros, Antônio Vicente de Souza (PSB), o “Toinho da Coca-Cola”, nas ruas da cidade durante a enchente, revoltou muitos moradores. “O prefeito de Barreiros sumiu, se escondeu. Se não fossem os prefeitos dos outros municípios, como o de Maragogi (Marcos Madeira) a desgraça tinha sido pior”, comentou o comerciante José Elias da Silva Sarafim que perdeu casa e comércio para a enchente. Com um pé engessado, o prefeito rebateu as críticas. http://gazetaweb.globo.com/v2/impressao.php?canal=noticias&uid=451623 27/6/2010
  • 3. ‘O que vai ser da minha vida e dos meus filhos agora?’ Page 3 of 3 “O prefeito não pode estar na rua pegando uma geladeira no meio da lama. Sou um prefeito, além disso. Estou com o pé machucado aqui, mas não é por isso. Se eu estivesse com o pé bom eu não iria para o meio da rua, porque o dever do prefeito é trazer recursos para a cidade”, justificou Toinho. SC ‘Agora isso aqui é uma cidade fantasma’ Rio Largo – A dor da perda provocada pelas enchentes, que devastaram o bairro Gustavo Paiva, em Rio Largo, ainda ecoa nas ruas e abrigos. Por toda parte há feridas deixadas pelas águas do Rio Mundaú. As mais doloridas estão na alma dos moradores que tiveram de abandonar suas casas. Onde havia vida e harmonia de espaços reina o vazio e um clima de cidade fantasma. A Gazeta percorreu, na última quinta-feira, a rua do ponto mais atingido no sábado, dia 19. Em todos os cantos há pedaços de casas, sofás, camas, roupas e muita lama. Em meio aos destroços, a memória das famílias. Grupo teme saques e vigia casas Rio Largo – De volta à rua, encontramos um homem, visivelmente embriagado, com uma quentinha nas mãos. Ao reconhecer o carro da reportagem, exclama com voz atrapalhada: “Está tudo acabado”. Com os pés no chão, sem camisa e um olhar de tristeza, ele segue seu caminho. A cada passo da reportagem, detalhes chamam a atenção. Numa das residências, sofás e camas ficaram enganchados no teto. A fachada da casa tem pouco mais de 2,5 metros, o que ajuda a entender a violência da enxurrada. Mesmo estando a 500 m do leito do rio, as casas não foram poupadas. Em um outro ponto, duas mulheres caminham devagar entre o que restou. A dona de casa Maria José da Silva, 47, e sua nora, Ivanúbia Santos, 35, também presenciaram a chegada das águas. “Estávamos a caminho da feira. Foi quando percebemos as pessoas dizendo que o rio estava transbordando. Em seguida já vimos a água avançando e uma correria. Foi tudo muito rápido”, relembrou Maria José. MR Desabrigados dependem de doações Rio Largo – Na mesma noite, a Gazeta seguiu para a Escola Estadual Machado de Assis, onde está abrigada parte dos moradores do bairro Gustavo Paiva. Onde antes os filhos estudavam, agora são os pais que aprendem a conviver sem nenhum conforto. Cada sala tem trinta metros quadrados, o suficiente para quatro famílias. Elas se instalaram nos cantos da parede. Para cercar os colchões, colocados no chão, fizeram “muros” com as caixas de alimentos e roupas que receberam. No prédio, a preocupação com a limpeza demonstra o zelo das famílias, quase todas de classe média baixa. Mesmo não vivendo com luxo, nunca deixaram de se alimentar e conseguir garantir o sustento de seus entes. Agora, dependem de doações e de gestos humanitários de desconhecidos. Leia mais na versão impressa. http://gazetaweb.globo.com/v2/impressao.php?canal=noticias&uid=451623 27/6/2010