SlideShare a Scribd company logo
1 of 9
Download to read offline
Sexta Parte
História Geológica ou A Organização do Ge




                              História Geológica
                                      ou
                           A Organização do Gênese

	A História da Terra é a história da sua própria energia e da energia do Sol (insolação) movi-
das pelo mesmo motor: a gravidade, uma propriedade dos corpos dependente das suas massas.
	A História da Terra, ou a sua evolução através do tempo, será dividida ao longo de onze pe-
ríodos geológicos distribuídos em três eras, segundo o novo conceito de Tempo Geológico constante
deste rabalho.
	       Ficaremos restritos ao sistema planetário e particularmente ao planeta que habitamos desde
que, só aqui existem os fatos que comprovam a teoria.

	Os fatos referidos seguindo-se o raciocínio lógico/geológico são:
  •	 Existência de uma falha possante com quilômetros de deslocamento vertical em uma área
     assísmica do globo, uma situação contraditória;
  •	 Existência de fósseis misturados, abrasados e quebrados dentro dos sedimentos da Bacia
     do Recôncavo, gerando contradições estratigráficas;
  •	 A existência de bacias homólogas com as mesmas características do Recôncavo, no con-
     tinente africano;
  •	 A justaposição geográfica entre as costas continentais, africana e americana do sul, leva o
     pesquisador para a fase anterior quando:
  •	 Os continentes, no passado geológico, formavam uma massa continental única.
  •	 A massa única dos continentes ficava situada sobre o atual “rift” atlântico onde se deu o
     falhamento e a formação da Bacia do Recôncavo.

	        Houve então uma paleogeografia e uma transição para a atual geografia.
	        Como conseqüência, a estrutura da Cadeia dos Andes e o Oceano Atlântico são estruturas
novas na atual geografia.
	O raciocínio de que não existe um fenômeno ou efeito sem uma causa anterior, remete o
pesquisador, degrau por degrau, para o ponto mais recuado do tempo onde tudo começa no planeta e
indica a sua causa primeira e final. Recupera-se o tempo geológico e todo o drama passado no globo
terrestre.
	        Vejamos cada Era do passado, seus Períodos, com os seus detalhes.

                                    Era Pré-pangaeiânica
	        Nesta Era a Terra formava um corpo celeste totalmente incandescente e por isso naturalmen-
te fluido.

                                              195
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

	A descrição feita a seguir representa o estágio inicial do globo ao qual vão se seguir as
modificações lentas que caracterizam os movimentos da Terra como planeta. Essas modificações
constituem a evolução do próprio planeta.
	A Era Prepangaeiânica é uma Era sem registros rochosos, isto é, não existiram rochas ou for-
mações geológicas naquele tempo. Os registros resultaram do resfriamento ou da perda da energia da
Terra. Paulatinamente tomaram forma os átomos, depois os compostos, que deram origem às rochas
e aos gases da atmosfera que envolviam o globo.
	O nome da Era deriva do fato de ser precedente à existência de Pangaea, o primeiro registro
geológico, ou seja, antes da solidificação das duas rochas primárias, também chamadas rochas fun-
damentais.
	A fase consiste na passagem do estado de energia máxima do planeta (cujo modelo é o Sol)
para um outro mais estável, ou seja, de uma fase completamente fluida, emitente de energia para
outra, onde surge uma fase sólida sobre a qual flutua a atmosfera primitiva. É a passagem de uma
esfera de energia pura, de cor amarela fulgurante e volume pouco maior que o atual, para um estado
de menor energia, girando supersonicamente garantindo a forma esférica do planeta. A figura 6.1 dá
idéia do fenômeno. Nela podemos ver o planeta em fase de energia máxima. A altíssima temperatura
do globo mantém a atmosfera de gases à distância. Em seguida, à medida que a energia é irradiada
em forma de luz, o globo se torna menor, a órbita da eclíptica se torna maior, a cor do planeta perde
o fulgor, e de amarelo brilhante passa para o vermelho. Depois da estruturação dos átomos, as rea-
ções químicas regem a cristalização dos minerais e seus compostos, e completa-se a solidificação da
litosfera. A Terra passa a ser iluminada pelo Sol,
	Aproxima-se a atmosfera da superfície do planeta. Inicia-se a separação em três partes das
matérias primas constitutivas do globo provocadas pela sua composição físico-químicas. O primeiro
é um magma mais claro e de menor densidade e por isso flutua sobre o segundo, muito mais vo-
lumoso, negro e muito denso. A terceira parte é formada de gases flutuantes sobre a superfície do
globo com a composição inicial de uma mistura dos dois principais gases que formam a atmosfera
primordial, nitrogênio e gás carbônico.
	O magma mais claro toma posição na região equatorial da Terra, devido à velocidade de
rotação do globo. Sua atmosfera cola-se à superfície. Devido ao menor grau de energia do globo se
solidificaram os magmas da superfície, dando origem a duas espécies de rochas iniciais:
         •	 Rochas simáticas ou basálticas ou ainda chamadas de oceânicas e
         •	 Rochas siálicas ou continentais.

	        A partir dos fluidos exteriores forma-se a água do planeta que preenche as partes baixas da
topografia formando Pantalassa - o mar único de água doce, de onde sobressai imensa ilha - Pangaea
- o continente único. A parte fluida que recobre o globo é formada de variadas espécies de gases onde
se destacam:
         •	 Pela quantidade o nitrogênio, um gás inerte.
         •	 E o gás carbônico, extremamente reativo sob a insolação.

	      Surgem os ventos e as correntes marinhas.
	A litosfera, superfície estática, separa as duas partes fluidas dos elementos constitutivos do
volume do globo:
       •	 No exterior, a atmosfera, camada fria, transparente, de baixa densidade, que passa a sofrer
          a influência da insolação (gravidade do Sol);
       •	 No interior, o núcleo e o manto, de alta densidade, vermelhos ao rubro, em alta tempera-
          tura, que sofrem a influência da gravidade da própria Terra.


                                                  196
História Geológica ou A Organização do Ge

	Os gases da atmosfera tem movimentos dependentes do movimento do globo e da insolação.
O magma tem movimentos dependentes da gravidade do planeta.
	Os ventos e as águas de Pantalassa têm seus movimentos regidos pelo movimento supersôni-
co do globo que gira de oeste para leste condicionando o movimento dos fluidos de leste para oeste.
	        No interior do globo, os movimentos convectivos do magma são ativados pela gravidade do
planeta. O motor da energia interior da Terra é o núcleo, a parte mais quente do globo, e que aquece
o manto da Terra de baixo para cima.
	        Formam-se as calotas polares, região gelada do planeta como efeito da menor insolação e
alternadamente gelam e descongelam devido à inclinação do eixo de rotação do planeta, relativo à
eclíptica, 23º 27’, e do movimento de translação.
	        Termina a Era Pré-pangaeiânica.


                                       Era Pangaeiânica
	        É a segunda Era do tempo geológico depois que surgiram as duas rochas matrizes, e nela são
contados cinco períodos, correspondentes às cinco primeiras formações geológicas que se formaram
sobre a superfície terrestre. É a Era da litosfera estática e dos movimentos verticais, com a Formação
Alpha estática entre os basaltos do fundo oceânico primitivo. Não existem montanhas tanto no mar,
como nos continentes.

	       Período Alphaiano
	A paisagem geológica do globo deixa à vista uma grande ilha, Pangaea, cobrindo 30% da
área do globo, cercada pelas águas de Pantalassa, o oceano primitivo, cobrindo os restantes 70%.
Alpha (Fig. 6.2) flutua isostaticamente sobre o manto da Terra. A cor do globo agora é azul devido à
atmosfera e a água do mar, que absorvem a radiação azul da luz do Sol, e branca devido a cor domi-
nante da massa continental e das calotas polares. A rocha continental constitui a primeira formação
geológica. A segunda formação é constituída pelos basaltos do fundo do mar, também chamada de
rocha oceânica (que não será considerada, posto que desaparecerá completamente da superfície do
globo, como será visto posteriormente). A água do mar é doce. A cor da Terra é branca e azul. Este é
o panorama inicial do globo terrestre registrado.
	       Inicia-se a sedimentação da atmosfera e povoa-se o continente com o verde dos vegetais,
iniciando a oxigenação da atmosfera. Este processo depois de iniciado é contínuo até os dias de hoje,
o qual gerou o comburente e o combustível da natureza: o oxigênio e o petróleo, respectivamente.
	       Inicia-se a oxidação das rochas do planeta e a desagregação das mesmas. Formam-se os pri-
meiros solos oriundos das rochas siálicas e aparecem as primeiras rochas clásticas.
	       Com o aumento da população verde na superfície, inicia-se a compartimentação da atmosfe-
ra com a formação e crescimento da ozonosfera e da formação de petróleo na subsuperfície.
	       Prossegue acelerada a sedimentação da atmosfera. Prossegue o ciclo da água e formam-se
as redes de drenagem na superfície de Alpha; A cor verde, devido aos vegetais, os primeiros seres
orgânicos da Terra, domina a superfície de Alpha e as bordas submarinas de Pantalassa.
	A cor do planeta muda para branco, azul e verde quando os vegetais dominam a superfície
de Alpha. Iniciados que foram esses processos, eles se tornaram contínuos e jamais terminarão, so-
frendo apenas modificações ao longo do tempo (evolução). Nas bacias de sedimentação formam-se
os petróleos resultantes das “mortes” dos primeiros vegetais aqui formados.

	       Período Betaiano
	       Inicia-se a primeira deformação negativa da crosta, conseqüência de movimento convectivo

                                               197
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

no interior do globo forçando o embaciamento lento ao centro de Alpha, iniciando a formação de
um lago central sobre o continente. Os processos de sedimentação, que se dão em ambiente tecto-
nicamente calmo, guiam o material da superfície vindo das áreas-fonte, para dentro do lago (bacia
de sedimentação) criando um novo corpo rochoso formado por camadas delgadas, varicoloridas, à
medida que o lago aumenta em extensão e profundidade gerando as características observadas nos
afloramentos que ocorrem no território brasileiro. É a segunda formação geológica (Fig. 6.3) que
surge na superfície do globo.
	O material formador desta nova rocha são os clásticos resultantes do intemperismo de Alpha.
É incessante a transformação do gás carbônico da atmosfera em seres animados, uma função da fo-
tossíntese. Diminui a porcentagem do gás carbônico na atmosfera sendo substituído pelo oxigênio,
resultante do crescimento do reino orgânico na superfície do globo. Disso se depreende que o índice
do oxigênio na atmosfera é crescente enquanto é decrescente o do gás carbônico. O processo de oxi-
dação das rochas e seres animados (vegetais) é cada vez mais intenso.
	        À determinada porcentagem do gás oxigênio na atmosfera surge uma nova categoria de seres
de origem orgânica: os animais ou seres pulmonados. A diferença entre as duas categorias é a forma
de alimentação. Os vegetais dependem da cor verde da clorofila para sintetizar o gás carbônico da
atmosfera, incorporando diretamente a energia solar com o que se alimentam e crescem. Os animais
se alimentam dos vegetais e de outros animais. Veja-se um quadro sintético:
         •	 Só os vegetais são de cor verde.
         •	 Os vegetais alimentam-se diretamente da energia solar através da fotossíntese (transfor-
            mando energia fluida, luminosa, em energia química e tridimensional), exalando oxigênio
            retirado da água.
         •	 Os animais também se alimentam da energia solar, mas indiretamente, alimentando-se de
            vegetais e outros animais, exalando gás carbônico para alimentação dos vegetais.

	       Fecha-se aí o ciclo bioenergético. Vegetais e animais convivem na mesma atmosfera tanto
sobre os continentes como sob as águas do mar, que continua doce.

	        Período Gammaiano
	O movimento convectivo do manto terrestre sob Alpha, passa de negativo a positivo. Cessa a
sedimentação de Beta, que sofre sua primeira deformação. De bacia de sedimentação, a área passa a
ser uma fonte de sedimentos pela transformação da mesma, em área sismicamente ativa. Inverte-se o
sentido da drenagem continental, que passa de centrípeta para centrífuga. Formam-se vulcões; inicia-
se o salgamento do mar; derramam-se lavas à superfície do continente e sob as águas de Pantalassa;
surgem as primeiras montanhas; aparecem os tremores de terra; desfaz-se o lago onde sedimentou
Beta, e toda a flora e fauna existente até então morreu por inadequação ao ambiente de sobrevivên-
cia. A lava solidificada constitui a Formação Gamma (Fig. 6.4), que dá nome ao período de tempo
geológico. Ela recobre os afloramentos das duas formações anteriormente depositadas. A energia do
movimento não é suficiente para fragmentar Alpha.

	        Período Deltaiano
	O levantamento de montanhas e vulcões no centro da Formação Alpha, esvaziou o lago
central indo derramar as águas, resto de animais, vegetais e parte dos clásticos de Beta, na costa
oeste do supercontinente, formando na periferia uma camada de clásticos, agora de origem marinha,
acamados sobre a base basáltica que rodeava Alpha. O local da deposição é sismicamente calmo. As
camadas depositam-se em ambiente sismicamente quieto, resultando camadas delgadas e coloridas.
Os clásticos ajuntados na periferia de Alpha tomam a denominação de Formação Delta (Fig.6.5) e

                                                 198
História Geológica ou A Organização do Ge

dão nome ao quarto período de tempo geológico: Período Deltaiano.

	        Período Epsiloniano
	        Repete-se o primeiro movimento havido no magma do interior do globo depois de solidi-
ficada a litosfera. Como conseqüência, ao centro de Alpha inverte-se o movimento tectônico que,
de radial positivo, passa a radial negativo, provocando o aparecimento de novo lago no interior de
Pangaea, no período de tempo mais longo da história da Terra. É o segundo embaciamento sobre a
superfície de Alpha que dará origem a quinta formação geológica sobre a superfície do planeta. O
movimento é de lento abaixamento e, de novo, toda a drenagem passa a ser centrípeta. Os rios que
deságuam no lago são meandrantes sobre a planície e carregados de sedimentos finos e varicoloridos.
As três formações anteriores (Alpha, Beta e Gamma) fornecem o material clástico para a estruturação
da nova formação. Esta, a Formação Epsilon (Fig. 6.6), estrutura-se sobre os restos erodidos das for-
mações anteriores. O ambiente é sismicamente calmo. O lento abaixamento provoca o aparecimento
de um grande lago onde a vida é exuberante. As espécies vegetais e animais proliferam e atinge-se
um ambiente biológico dos mais prolíficos. As espécies crescem tanto em número, como em ta-
manho. Surgem seres gigantescos, cujos representantes máximos são as sequóias e os dinossauros
permitidos pela vida pacífica e alimentação abundante. A sucessão de espécies animais e vegetais em
grande quantidade na face do globo tem como resultado o armazenamento de grandes quantidades de
energia solar, na forma de petróleo. As formas viventes enterradas geram fósseis em perfeita ordem
bio-estratigráfica: os mais novos nas camadas mais novas.
	        Repentinamente, a Terra explode, interrompe a sedimentação de Epsilon e marca o fim da
Era Pangaeiânica.

                                        Era Atlantiânica
	       Esta é a Era dos movimentos tangenciais ou laterais e do aparecimento da segunda fase
orogênica. A explosão que fez cessar a sedimentação da Formação Epsilon marca o início da frag-
mentação do supercontinente, e os fragmentos decorrentes da explosão irão ocupar nova posição
geográfica na superfície do globo. Os subcontinentes deslocam-se tangencialmente ao globo e sime-
tricamente aos “rifts valleys” abertos na explosão, que ficam marcados na superfície do globo.
	       Desfaz-se a geografia inicial e os continentes começam o reposicionamento e vão ser redis-
tribuídos na superfície do planeta, levados pelos movimentos convectivos do magma do manto do
globo. Lentamente surge a atual geografia. Durante a movimentação dos subcontinentes, criam-se
mais seis formações geológicas, que veremos a seguir.
	       Epsilon sedimentou em uma superfície assísmica, tectonicamente calma onde ficava o super-
continente o qual foi fragmentado pela violência da explosão do globo.

	        Período Zetaiano
 	A passagem da segunda para a terceira Era dá-se ex-abrupto. Ao longo do tempo da sedimen-
tação de Epsilon, a gravidade concentrou tal energia no núcleo da Terra que ela explodiu de repente.
Foi o maior abalo sísmico havido no planeta desde o seu resfriamento. A intensidade da explosão é
possível de avaliar sabendo-se que a litosfera granítica é uma camada de rocha compacta com, pelo
menos, 40/50 km de espessura e foi levantada e quebrada em toda a esfera do globo em áreas irregu-
lares. Rochas continentais e oceânicas sofreram o mesmo abalo. Desenha-se na superfície do globo
o “rift atlântico”, entre outros.
	O abalo sísmico levanta a parte central do supercontinente e esvazia de uma vez o lago de
Épsilon, formando um tsunami gigante matando todos os seus habitantes: vegetais e animais, gran-
des e pequenos, aquáticos, aéreos e anfíbios, inclusive os dinossauros e o que mais tenha havido

                                              199
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

como habitante da parte afetada do supercontinente. Um ambiente pacífico e calmo em um momento
transformou-se em um inferno de fogo e lava em toda a superfície do globo. Desenha-se uma linha
de vulcões a expelir lava em quantidade crescente, a qual se derrama inicialmente sobre o continente,
formando grandes lençóis de basaltos: Formação Zeta (Fig. 6.7), de onde deriva o nome do período
geológico.
	Agora, os continentes “batizados” de África e América do Sul iniciam o movimento tangen-
cial ao globo afastando-se vagarosamente e simetricamente ao “rift atlântico”, e se afastam cada vez
mais entre si.
	        Depois de derramar-se sobre os continentes, a Formação Zeta começa a preencher o espa-
ço entre os fragmentos continentais, e o nome inicial de Pangaea perde o significado, e passa a ser
apenas histórico. Zeta tornar-se-á a formação mais extensa do planeta ao substituir todo o assoalho
oceânico da Era Pangaeânica. Observar o detalhe: as montanhas que formarão o leito do Atlântico,
ainda se mantêm muito acima do nível de base. Durante o afastamento dos continentes, o Oceano
Atlântico ainda não existia devido às montanhas de basalto que separavam os dois continentes, agora
afastados.
	        Zeta cobrirá mais de 70% da área do globo, e constitui os atuais basaltos montanhosos que
formam o assoalho submarino e que substituíram os basaltos não montanhosos do oceano primitivo.
Acentua-se o salgamento dos mares. Muda-se o ecossistema do mar. Adaptam-se os seres marinhos
à nova água, que lentamente se torna mais salgada. A drenagem sobre o subcontinente americano do
sul toma a direção oeste.
	        Deste ponto em diante concentraremos atenção apenas no fragmento americano do sul.

	        Período Etaiano
	O levantamento da parte central de Alpha determina os falhamentos reversos na periferia
dos subcontinentes: gênese da Falha de Salvador. Inverte-se a topografia, e a drenagem agora se faz
de leste para oeste no subcontinente americano do sul condicionado pelo levantamento da borda leste
do mesmo. Estilhaça-se Alpha e blocos inteiros são empurrados ou arremessados para cima forman-
do montanhas de altitude considerável. O material clástico que formavam essas montanhas, com o
afastamento dos subcontinentes, foi basculado e redepositado ao pé dos falhamentos, nivelando-os:
gênese da Formação Eta (Fig. 6.7). Misturam-se os clásticos das duas bacias precedentes, misturando
também os seus fósseis: problema paleontológico do Recôncavo. O petróleo de Epsilon é redeposi-
tado em Eta. A Formação Eta é formada em grande parte de clásticos grosseiros, especialmente nas
proximidades da falha. A bacia adquire a forma grosseiramente prismática.
	A borda leste do subcontinente americano do sul afasta-se da linha do “rift” Atlântico e da
região sismicamente ativa (Fig. 6.8A). A parte superior da Bacia é preenchida em uma área sismica-
mente calma, isto é, a parte superior de Eta é depositada durante o deslocamento do subcontinente
para oeste e é feita em área assísmica, ou seja, em área de calma tectônica (Fig. 6.8B), gerando estra-
tos mais ordenados que recobrem os conglomerados.

	       Período Thetaiano
 	Ao levantamento da parte central de Alpha, o lago que originou Epsilon foi esvaziado centri-
fugamente formando uma onda que levou consigo tudo o que encontrou pela frente: rochas, plantas
e animais. Todos esses clásticos foram depositados na periferia de Alpha, sobre os clásticos de Delta,
depositados anteriormente. A nova camada de sedimentos (Formação Theta) estende-se mar a fora
com estruturação primária em área assísmica, deslocando-se para oeste junto com a placa americana
do sul.
	O mesmo fenômeno que gerou o rift Atlântico gerou também o rift Pacífico Sudoeste, com

                                                   200
História Geológica ou A Organização do Ge

o mesmo comportamento do rift Atlântico: a placa a oeste do rift movimenta-se para oeste e a do
leste movimenta-se para leste. Disso decorre um confronto das placas na área entre os dois rifts,
com movimento negativo dentro do manto (Fig.6.8C). Esse movimento gera uma linha de absorção,
sismicamente ativa, onde desaparecem para dentro do globo as rochas basálticas primitivas, desde
que ambas são feitas do mesmo material, com as mesmas propriedades físico/químicas. Inicialmente,
ambas (as rochas originais sem nome estratigráfico e não montanhosas) mergulham para o interior
do globo onde se diluem no manto da Terra. Em seguida, na costa oeste americana do sul é a vez das
rochas clásticas das Formação Delta e Theta, anteriormente depositadas, colidirem com os basaltos
da formação Zeta, que se movimentam de oeste para leste. Por fim, chegam à zona de impacto, entre
as rochas de movimentos opostos, as rochas graníticas da Formação Alpha. Esta, sendo menos densa,
acavala-se sobre Zeta elevando ainda mais a nova cadeia de montanhas formadas na costa Oeste da
América do Sul. Forma-se o abismo subandino da América do Sul (Fig. 6.9). Os sedimentos de Delta
e Theta (Fig. 6.10) transformam-se em montanhas de clásticos dobrados (origem dos Andes). De
novo perecem os seres viventes da região sismicamente ativa da borda oeste americana do sul.
	As novas montanhas sobre o território da placa americana do sul bloqueiam a drenagem que
tinha a direção oeste. Termina o Período Thetaiano.

	        Período Jotaiano
	A contínua movimentação do subcontinente sul-americano para oeste, aproxima da linha de
subducção as rochas clásticas das formações Delta e Theta, anteriormente depositadas. O choque
entre os basaltos que se movimentam de oeste para leste e as camadas sedimentares depositadas
anteriormente na borda oeste americana do sul provoca o dobramento das camadas sedimentares ini-
ciando a orogenia andina, e Alpha acavala-se sobre a rocha basáltica da Formação Zeta do Pacífico.
	A rocha basáltica de Zeta, agora montanhosa e devido a sua maior densidade, desaparece no
interior da Terra passando por baixo do conjunto Alpha/Delta/Theta causando os terremotos.
	        Como a superfície de Zeta é formada de montanhas e essas montanhas têm de passar por bai-
xo de Alpha, há uma fricção entre as duas formações (Zeta e Alpha), e a provocação de novos abalos
sísmicos intermitentes devido ao nivelamento da superfície montanhosa de Zeta.
	        Por sua vez, a corrente de magma tangencial que se desloca por baixo de Alpha, na direção
do oeste transportando a placa americana do sul, escapa para o exterior através das irregularidades
existentes na zona de fricção Alpha/Zeta, e passa de vez em quando para a superfície, causando der-
rames através de vulcões, também intermitentes, sobre a superfície do conjunto dobrado Delta/Theta.
São os basaltos da Formação Jota (Fig. 6.10) que aparecem à superfície das montanhas andinas.

	        Período Kappaiano
	        À medida que a placa litosférica de Alpha acavala-se sobre os basaltos de Zeta, na margem
continental oeste, há um nivelamento do subcontinente criando um lago central sobre ele. Neste lago
depositam-se conglomerados, areias, argilas e sedimentos químicos em ambiente de absoluta calma
tectônica: é a gênese da Formação Kappa (Fig. 6.10).
	        Kappa é a última formação de origem continental sobre a superfície sul-americana, forman-
do um lençol que cobre os afloramentos das formações mais antigas, deixando “ilhas” de rochas mais
altas principalmente nos domínios do embasamento. São sedimentos planos, leitos delgados, bem
acamados e muito coloridos.

	       Período Lambdaiano
	O contínuo acavalamento de Alpha sobre Zeta na margem ocidental da América do Sul acaba
por desequilibrar o subcontinente, basculando-o para leste, iniciando o esvaziamento do lago de Ka-

                                              201
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

ppa naquela mesma direção. Começa a sedimentação de Lambda na margem leste do subcontinente
sul-americano, a primeira e única formação de origem marinha no espaço brasileiro, com uma base
de clásticos grosseiros, seguido de sedimentos finos e químicos (Fig. 6.11). O contínuo basculamento
do continente americano do sul causa o abaixamento da margem leste do mesmo continente forman-
do quedas d’água gigantescas, tanto em extensão como em altura, na borda continental, modelando
as rochas existentes nessa região. São as mais altas cachoeiras que já existiram, e que iniciam a ar-
quitetura (gênese) dos canyons da costa brasileira.
	A corrida de águas causa erosão profunda nos sedimentos continentais preexistentes e car-
rega consigo o petróleo neles existentes depositando-os no mar. À medida que a costa oriental da
América do Sul abaixa-se, afogam-se os canyons dessa costa e os basaltos do rift atlântico, afogan-
do também suas montanhas, surgindo aos poucos o mar entre os subcontinentes americano do sul
e africano. É a gênese do Oceano Atlântico. Começam a desaparecer sob as águas, as cadeias de
montanhas basálticas formadas durante a separação continental. Algumas de tão altas mantém seus
topos acima da superfície do mar como Fernando de Noronha, Trindade, Açores etc.
	        Decresce a intensidade da energia do núcleo da Terra. À medida que a costa afunda no mar
Atlântico, este cobre os basaltos formados no rift Atlântico e ocupa os espaços modelados pela cor-
rida de água do lago de Kappa. Esse movimento (de afundamento da costa leste sul-americana) con-
tinua a realizar-se agora, dando forma às conhecidas paisagens da costa brasileira: as ilhas da costa
paraense; a foz do Amazonas; as formas de trombeta nos rios da costa maranhense; a Bahia de Todos
os Santos e suas ilhas, inclusive Itaparica, Ilha dos Frades etc.; a paisagem da Baía da Guanabara,
no Rio de Janeiro; as ilhas formadas com rochas do embasamento do litoral paulista, paranaense e
catarinense; a Lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul e outras mais, também bastante conhecidas.
	        Forma-se toda a fisiografia da superfície brasileira. A grande corrida das águas do interior
fica reduzida aos rios e suas bacias, hoje conhecidos (Amazonas, Tocantins, Parnaíba, S.Francisco,
Paraguaçu, Doce, etc.) deixando como remanescente do grande lago, apenas a região do pantanal
mato-grossense e os tabuleiros e chapadas da paisagem geológica do interior do Brasil. Define-se a
geografia atual.
	        Em suma: o livro da natureza está escrito na sequência vertical das formações geológi-
cas da crosta da Terra.

                                      O Futuro do Planeta
	A intensidade sísmica reduz-se ao que é conhecido hoje. A sedimentação da atmosfera e o
processo fotossintético iniciados no Período Pangaeiânico, quando eram altas as taxas do gás carbô-
nico adequadas para os seres orgânicos daquelas épocas, determina taxas cada vez menores daquele
gás, à medida que ele se transforma em petróleo, permitindo o aparecimento de novas espécies ani-
mais, e a extinção de outras, inclusive os primeiros ancestrais da humanidade mais recentemente.
O contínuo decréscimo da taxa do gás carbônico, atualmente 0,032%, permite o atual estilo de vida
humana ou a vida como a conhecemos. Se continuar o abaixamento da porcentagem do CO2 ,deter-
minará também a paulatina extinção das atuais espécies e conseqüentemente o desaparecimento da
parte orgânica da superfície da Terra.
	O planeta continuará girando ao redor do Sol e em torno do seu eixo e se tornará um corpo
celeste estéril e refletor da energia solar aqui chegada. Os reservatórios da subsuperfície estarão ple-
nos de petróleo.




                                                   202

More Related Content

What's hot (20)

Margens oceanicass
Margens oceanicassMargens oceanicass
Margens oceanicass
 
Aula 3 vulcanismo
Aula 3 vulcanismoAula 3 vulcanismo
Aula 3 vulcanismo
 
07 int terra
07 int terra07 int terra
07 int terra
 
Aula 1
Aula 1Aula 1
Aula 1
 
Energia origemeefeitos
Energia origemeefeitosEnergia origemeefeitos
Energia origemeefeitos
 
Ifes aula 5-formação-geológica_da_terra
Ifes aula 5-formação-geológica_da_terraIfes aula 5-formação-geológica_da_terra
Ifes aula 5-formação-geológica_da_terra
 
2 biol e geol.docx1
2 biol e geol.docx12 biol e geol.docx1
2 biol e geol.docx1
 
Terra entendendo o planeta
Terra entendendo o planetaTerra entendendo o planeta
Terra entendendo o planeta
 
Geologia apostila
Geologia apostilaGeologia apostila
Geologia apostila
 
Rafael e michael 1 5°b
Rafael e michael 1 5°bRafael e michael 1 5°b
Rafael e michael 1 5°b
 
Geologia
Geologia Geologia
Geologia
 
Formação dos Continentes
Formação dos ContinentesFormação dos Continentes
Formação dos Continentes
 
Aula 2
Aula 2Aula 2
Aula 2
 
Geografia natureza e riscos ambientais
Geografia   natureza e riscos ambientaisGeografia   natureza e riscos ambientais
Geografia natureza e riscos ambientais
 
Genese cap 09 revoluções do globo terrestre
Genese cap 09 revoluções do globo terrestreGenese cap 09 revoluções do globo terrestre
Genese cap 09 revoluções do globo terrestre
 
Estrutura geológica da terra
Estrutura geológica da terraEstrutura geológica da terra
Estrutura geológica da terra
 
Formacao terra
Formacao terraFormacao terra
Formacao terra
 
IECJ - Cap. 7 – Interior da terra e crosta terrestre
IECJ - Cap. 7 – Interior da terra e crosta terrestreIECJ - Cap. 7 – Interior da terra e crosta terrestre
IECJ - Cap. 7 – Interior da terra e crosta terrestre
 
1 noções de tempo e clima
1 noções de tempo e clima1 noções de tempo e clima
1 noções de tempo e clima
 
Aula revisão intemperismo
Aula  revisão intemperismoAula  revisão intemperismo
Aula revisão intemperismo
 

Similar to História da Terra em onze períodos geológicos

Aula 01 curso de mineração (geologia) l
Aula 01 curso de mineração (geologia) lAula 01 curso de mineração (geologia) l
Aula 01 curso de mineração (geologia) lHomero Alves de Lima
 
geografia origem do mundo
geografia origem do mundogeografia origem do mundo
geografia origem do mundoLanna Hyuuga
 
Geografia natureza e riscos ambientais
Geografia   natureza e riscos ambientaisGeografia   natureza e riscos ambientais
Geografia natureza e riscos ambientaisgeografiafelipe
 
Geografia natureza e riscos ambientais
Geografia   natureza e riscos ambientaisGeografia   natureza e riscos ambientais
Geografia natureza e riscos ambientaisfelipedacarpereira
 
Alguns Aspectos A Reter Sobre Os Temas 1 E 2 De Geologia
Alguns Aspectos A Reter Sobre Os Temas 1 E 2 De GeologiaAlguns Aspectos A Reter Sobre Os Temas 1 E 2 De Geologia
Alguns Aspectos A Reter Sobre Os Temas 1 E 2 De Geologiaguestc6212642
 
Sistema solar e_a_terra
Sistema solar e_a_terraSistema solar e_a_terra
Sistema solar e_a_terraÉrico Weigert
 
Resumo biologia e geologia 10º e 11º ano
Resumo biologia e geologia 10º e 11º anoResumo biologia e geologia 10º e 11º ano
Resumo biologia e geologia 10º e 11º anoRita Pereira
 
Gen cap08 teorias formacao da terra parte 2 de 2
Gen cap08 teorias  formacao da terra parte 2 de 2Gen cap08 teorias  formacao da terra parte 2 de 2
Gen cap08 teorias formacao da terra parte 2 de 2Fernando Pinto
 
Geologia 2011
Geologia 2011Geologia 2011
Geologia 2011UFES
 
A lua e sua importância para o planeta terra
A lua e sua importância para o planeta terraA lua e sua importância para o planeta terra
A lua e sua importância para o planeta terraFernando Alcoforado
 
Acreção e Diferenciação
Acreção e Diferenciação Acreção e Diferenciação
Acreção e Diferenciação Rita Galrito
 
Geologia evoluçao da terra e fenomenos geologicos
Geologia evoluçao da terra e fenomenos geologicosGeologia evoluçao da terra e fenomenos geologicos
Geologia evoluçao da terra e fenomenos geologicosWander Junior
 
GEORGE GAMOW - Terra e Universo
GEORGE GAMOW - Terra e UniversoGEORGE GAMOW - Terra e Universo
GEORGE GAMOW - Terra e UniversoCarlos Burke
 
A formação da terra
A formação da terraA formação da terra
A formação da terraProfessor
 

Similar to História da Terra em onze períodos geológicos (20)

Aula 1
Aula 1Aula 1
Aula 1
 
Aula 01 curso de mineração (geologia) l
Aula 01 curso de mineração (geologia) lAula 01 curso de mineração (geologia) l
Aula 01 curso de mineração (geologia) l
 
geografia origem do mundo
geografia origem do mundogeografia origem do mundo
geografia origem do mundo
 
Geografia natureza e riscos ambientais
Geografia   natureza e riscos ambientaisGeografia   natureza e riscos ambientais
Geografia natureza e riscos ambientais
 
2015. aula 2 xviii oba terra
2015. aula 2 xviii oba terra2015. aula 2 xviii oba terra
2015. aula 2 xviii oba terra
 
Geografia natureza e riscos ambientais
Geografia   natureza e riscos ambientaisGeografia   natureza e riscos ambientais
Geografia natureza e riscos ambientais
 
Alguns Aspectos A Reter Sobre Os Temas 1 E 2 De Geologia
Alguns Aspectos A Reter Sobre Os Temas 1 E 2 De GeologiaAlguns Aspectos A Reter Sobre Os Temas 1 E 2 De Geologia
Alguns Aspectos A Reter Sobre Os Temas 1 E 2 De Geologia
 
Deriva0002
Deriva0002Deriva0002
Deriva0002
 
Sistema solar e_a_terra
Sistema solar e_a_terraSistema solar e_a_terra
Sistema solar e_a_terra
 
Resumo biologia e geologia 10º e 11º ano
Resumo biologia e geologia 10º e 11º anoResumo biologia e geologia 10º e 11º ano
Resumo biologia e geologia 10º e 11º ano
 
Gen cap08 teorias formacao da terra parte 2 de 2
Gen cap08 teorias  formacao da terra parte 2 de 2Gen cap08 teorias  formacao da terra parte 2 de 2
Gen cap08 teorias formacao da terra parte 2 de 2
 
Formação da Terra e o Tectonismo
Formação da Terra e o TectonismoFormação da Terra e o Tectonismo
Formação da Terra e o Tectonismo
 
Geologia 2011
Geologia 2011Geologia 2011
Geologia 2011
 
A lua e sua importância para o planeta terra
A lua e sua importância para o planeta terraA lua e sua importância para o planeta terra
A lua e sua importância para o planeta terra
 
Acreção e Diferenciação
Acreção e Diferenciação Acreção e Diferenciação
Acreção e Diferenciação
 
Tectonica
TectonicaTectonica
Tectonica
 
Geologia evoluçao da terra e fenomenos geologicos
Geologia evoluçao da terra e fenomenos geologicosGeologia evoluçao da terra e fenomenos geologicos
Geologia evoluçao da terra e fenomenos geologicos
 
Geologia Geral aula 1.pdf
Geologia Geral aula 1.pdfGeologia Geral aula 1.pdf
Geologia Geral aula 1.pdf
 
GEORGE GAMOW - Terra e Universo
GEORGE GAMOW - Terra e UniversoGEORGE GAMOW - Terra e Universo
GEORGE GAMOW - Terra e Universo
 
A formação da terra
A formação da terraA formação da terra
A formação da terra
 

More from Petroleoecologia

Desmistificando o uso da energia do petróleo
Desmistificando o uso da energia do petróleoDesmistificando o uso da energia do petróleo
Desmistificando o uso da energia do petróleoPetroleoecologia
 
Importância Biológica do Petróleo.
Importância Biológica do Petróleo.Importância Biológica do Petróleo.
Importância Biológica do Petróleo.Petroleoecologia
 
3 abril português_textofinal_ analisando a importância
3 abril  português_textofinal_ analisando a importância3 abril  português_textofinal_ analisando a importância
3 abril português_textofinal_ analisando a importânciaPetroleoecologia
 
Petroleo e Ecologia , Alemão.
Petroleo e Ecologia , Alemão.Petroleo e Ecologia , Alemão.
Petroleo e Ecologia , Alemão.Petroleoecologia
 
Processose produtosdasedimentacao
Processose produtosdasedimentacaoProcessose produtosdasedimentacao
Processose produtosdasedimentacaoPetroleoecologia
 
Perfis eletricosepesquisadepetroleo
Perfis eletricosepesquisadepetroleoPerfis eletricosepesquisadepetroleo
Perfis eletricosepesquisadepetroleoPetroleoecologia
 
Metodosde investigacaogeologica
Metodosde investigacaogeologicaMetodosde investigacaogeologica
Metodosde investigacaogeologicaPetroleoecologia
 

More from Petroleoecologia (20)

Desmistificando o uso da energia do petróleo
Desmistificando o uso da energia do petróleoDesmistificando o uso da energia do petróleo
Desmistificando o uso da energia do petróleo
 
Importância Biológica do Petróleo.
Importância Biológica do Petróleo.Importância Biológica do Petróleo.
Importância Biológica do Petróleo.
 
3 abril português_textofinal_ analisando a importância
3 abril  português_textofinal_ analisando a importância3 abril  português_textofinal_ analisando a importância
3 abril português_textofinal_ analisando a importância
 
Petroleo e Ecologia , Alemão.
Petroleo e Ecologia , Alemão.Petroleo e Ecologia , Alemão.
Petroleo e Ecologia , Alemão.
 
Referencias quartaparte
Referencias quartaparteReferencias quartaparte
Referencias quartaparte
 
Tempo essedesconhecido
Tempo essedesconhecidoTempo essedesconhecido
Tempo essedesconhecido
 
Referencias terceiraparte
Referencias terceiraparteReferencias terceiraparte
Referencias terceiraparte
 
Referencias sextaparte
Referencias sextaparteReferencias sextaparte
Referencias sextaparte
 
Referencias setimaparte
Referencias setimaparteReferencias setimaparte
Referencias setimaparte
 
Referencias segundaparte
Referencias segundaparteReferencias segundaparte
Referencias segundaparte
 
Referencias quintaparte
Referencias quintaparteReferencias quintaparte
Referencias quintaparte
 
Referencias primeiraparte
Referencias primeiraparteReferencias primeiraparte
Referencias primeiraparte
 
Referencias oitavaparte
Referencias oitavaparteReferencias oitavaparte
Referencias oitavaparte
 
Referencias nonaparte
Referencias nonaparteReferencias nonaparte
Referencias nonaparte
 
Processose produtosdasedimentacao
Processose produtosdasedimentacaoProcessose produtosdasedimentacao
Processose produtosdasedimentacao
 
Petroleo inextinguivel
Petroleo inextinguivelPetroleo inextinguivel
Petroleo inextinguivel
 
Perfis eletricosepesquisadepetroleo
Perfis eletricosepesquisadepetroleoPerfis eletricosepesquisadepetroleo
Perfis eletricosepesquisadepetroleo
 
O sol estruturaemecanica
O sol estruturaemecanicaO sol estruturaemecanica
O sol estruturaemecanica
 
Origemdo universo
Origemdo universoOrigemdo universo
Origemdo universo
 
Metodosde investigacaogeologica
Metodosde investigacaogeologicaMetodosde investigacaogeologica
Metodosde investigacaogeologica
 

História da Terra em onze períodos geológicos

  • 2. História Geológica ou A Organização do Ge História Geológica ou A Organização do Gênese A História da Terra é a história da sua própria energia e da energia do Sol (insolação) movi- das pelo mesmo motor: a gravidade, uma propriedade dos corpos dependente das suas massas. A História da Terra, ou a sua evolução através do tempo, será dividida ao longo de onze pe- ríodos geológicos distribuídos em três eras, segundo o novo conceito de Tempo Geológico constante deste rabalho. Ficaremos restritos ao sistema planetário e particularmente ao planeta que habitamos desde que, só aqui existem os fatos que comprovam a teoria. Os fatos referidos seguindo-se o raciocínio lógico/geológico são: • Existência de uma falha possante com quilômetros de deslocamento vertical em uma área assísmica do globo, uma situação contraditória; • Existência de fósseis misturados, abrasados e quebrados dentro dos sedimentos da Bacia do Recôncavo, gerando contradições estratigráficas; • A existência de bacias homólogas com as mesmas características do Recôncavo, no con- tinente africano; • A justaposição geográfica entre as costas continentais, africana e americana do sul, leva o pesquisador para a fase anterior quando: • Os continentes, no passado geológico, formavam uma massa continental única. • A massa única dos continentes ficava situada sobre o atual “rift” atlântico onde se deu o falhamento e a formação da Bacia do Recôncavo. Houve então uma paleogeografia e uma transição para a atual geografia. Como conseqüência, a estrutura da Cadeia dos Andes e o Oceano Atlântico são estruturas novas na atual geografia. O raciocínio de que não existe um fenômeno ou efeito sem uma causa anterior, remete o pesquisador, degrau por degrau, para o ponto mais recuado do tempo onde tudo começa no planeta e indica a sua causa primeira e final. Recupera-se o tempo geológico e todo o drama passado no globo terrestre. Vejamos cada Era do passado, seus Períodos, com os seus detalhes. Era Pré-pangaeiânica Nesta Era a Terra formava um corpo celeste totalmente incandescente e por isso naturalmen- te fluido. 195
  • 3. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa A descrição feita a seguir representa o estágio inicial do globo ao qual vão se seguir as modificações lentas que caracterizam os movimentos da Terra como planeta. Essas modificações constituem a evolução do próprio planeta. A Era Prepangaeiânica é uma Era sem registros rochosos, isto é, não existiram rochas ou for- mações geológicas naquele tempo. Os registros resultaram do resfriamento ou da perda da energia da Terra. Paulatinamente tomaram forma os átomos, depois os compostos, que deram origem às rochas e aos gases da atmosfera que envolviam o globo. O nome da Era deriva do fato de ser precedente à existência de Pangaea, o primeiro registro geológico, ou seja, antes da solidificação das duas rochas primárias, também chamadas rochas fun- damentais. A fase consiste na passagem do estado de energia máxima do planeta (cujo modelo é o Sol) para um outro mais estável, ou seja, de uma fase completamente fluida, emitente de energia para outra, onde surge uma fase sólida sobre a qual flutua a atmosfera primitiva. É a passagem de uma esfera de energia pura, de cor amarela fulgurante e volume pouco maior que o atual, para um estado de menor energia, girando supersonicamente garantindo a forma esférica do planeta. A figura 6.1 dá idéia do fenômeno. Nela podemos ver o planeta em fase de energia máxima. A altíssima temperatura do globo mantém a atmosfera de gases à distância. Em seguida, à medida que a energia é irradiada em forma de luz, o globo se torna menor, a órbita da eclíptica se torna maior, a cor do planeta perde o fulgor, e de amarelo brilhante passa para o vermelho. Depois da estruturação dos átomos, as rea- ções químicas regem a cristalização dos minerais e seus compostos, e completa-se a solidificação da litosfera. A Terra passa a ser iluminada pelo Sol, Aproxima-se a atmosfera da superfície do planeta. Inicia-se a separação em três partes das matérias primas constitutivas do globo provocadas pela sua composição físico-químicas. O primeiro é um magma mais claro e de menor densidade e por isso flutua sobre o segundo, muito mais vo- lumoso, negro e muito denso. A terceira parte é formada de gases flutuantes sobre a superfície do globo com a composição inicial de uma mistura dos dois principais gases que formam a atmosfera primordial, nitrogênio e gás carbônico. O magma mais claro toma posição na região equatorial da Terra, devido à velocidade de rotação do globo. Sua atmosfera cola-se à superfície. Devido ao menor grau de energia do globo se solidificaram os magmas da superfície, dando origem a duas espécies de rochas iniciais: • Rochas simáticas ou basálticas ou ainda chamadas de oceânicas e • Rochas siálicas ou continentais. A partir dos fluidos exteriores forma-se a água do planeta que preenche as partes baixas da topografia formando Pantalassa - o mar único de água doce, de onde sobressai imensa ilha - Pangaea - o continente único. A parte fluida que recobre o globo é formada de variadas espécies de gases onde se destacam: • Pela quantidade o nitrogênio, um gás inerte. • E o gás carbônico, extremamente reativo sob a insolação. Surgem os ventos e as correntes marinhas. A litosfera, superfície estática, separa as duas partes fluidas dos elementos constitutivos do volume do globo: • No exterior, a atmosfera, camada fria, transparente, de baixa densidade, que passa a sofrer a influência da insolação (gravidade do Sol); • No interior, o núcleo e o manto, de alta densidade, vermelhos ao rubro, em alta tempera- tura, que sofrem a influência da gravidade da própria Terra. 196
  • 4. História Geológica ou A Organização do Ge Os gases da atmosfera tem movimentos dependentes do movimento do globo e da insolação. O magma tem movimentos dependentes da gravidade do planeta. Os ventos e as águas de Pantalassa têm seus movimentos regidos pelo movimento supersôni- co do globo que gira de oeste para leste condicionando o movimento dos fluidos de leste para oeste. No interior do globo, os movimentos convectivos do magma são ativados pela gravidade do planeta. O motor da energia interior da Terra é o núcleo, a parte mais quente do globo, e que aquece o manto da Terra de baixo para cima. Formam-se as calotas polares, região gelada do planeta como efeito da menor insolação e alternadamente gelam e descongelam devido à inclinação do eixo de rotação do planeta, relativo à eclíptica, 23º 27’, e do movimento de translação. Termina a Era Pré-pangaeiânica. Era Pangaeiânica É a segunda Era do tempo geológico depois que surgiram as duas rochas matrizes, e nela são contados cinco períodos, correspondentes às cinco primeiras formações geológicas que se formaram sobre a superfície terrestre. É a Era da litosfera estática e dos movimentos verticais, com a Formação Alpha estática entre os basaltos do fundo oceânico primitivo. Não existem montanhas tanto no mar, como nos continentes. Período Alphaiano A paisagem geológica do globo deixa à vista uma grande ilha, Pangaea, cobrindo 30% da área do globo, cercada pelas águas de Pantalassa, o oceano primitivo, cobrindo os restantes 70%. Alpha (Fig. 6.2) flutua isostaticamente sobre o manto da Terra. A cor do globo agora é azul devido à atmosfera e a água do mar, que absorvem a radiação azul da luz do Sol, e branca devido a cor domi- nante da massa continental e das calotas polares. A rocha continental constitui a primeira formação geológica. A segunda formação é constituída pelos basaltos do fundo do mar, também chamada de rocha oceânica (que não será considerada, posto que desaparecerá completamente da superfície do globo, como será visto posteriormente). A água do mar é doce. A cor da Terra é branca e azul. Este é o panorama inicial do globo terrestre registrado. Inicia-se a sedimentação da atmosfera e povoa-se o continente com o verde dos vegetais, iniciando a oxigenação da atmosfera. Este processo depois de iniciado é contínuo até os dias de hoje, o qual gerou o comburente e o combustível da natureza: o oxigênio e o petróleo, respectivamente. Inicia-se a oxidação das rochas do planeta e a desagregação das mesmas. Formam-se os pri- meiros solos oriundos das rochas siálicas e aparecem as primeiras rochas clásticas. Com o aumento da população verde na superfície, inicia-se a compartimentação da atmosfe- ra com a formação e crescimento da ozonosfera e da formação de petróleo na subsuperfície. Prossegue acelerada a sedimentação da atmosfera. Prossegue o ciclo da água e formam-se as redes de drenagem na superfície de Alpha; A cor verde, devido aos vegetais, os primeiros seres orgânicos da Terra, domina a superfície de Alpha e as bordas submarinas de Pantalassa. A cor do planeta muda para branco, azul e verde quando os vegetais dominam a superfície de Alpha. Iniciados que foram esses processos, eles se tornaram contínuos e jamais terminarão, so- frendo apenas modificações ao longo do tempo (evolução). Nas bacias de sedimentação formam-se os petróleos resultantes das “mortes” dos primeiros vegetais aqui formados. Período Betaiano Inicia-se a primeira deformação negativa da crosta, conseqüência de movimento convectivo 197
  • 5. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa no interior do globo forçando o embaciamento lento ao centro de Alpha, iniciando a formação de um lago central sobre o continente. Os processos de sedimentação, que se dão em ambiente tecto- nicamente calmo, guiam o material da superfície vindo das áreas-fonte, para dentro do lago (bacia de sedimentação) criando um novo corpo rochoso formado por camadas delgadas, varicoloridas, à medida que o lago aumenta em extensão e profundidade gerando as características observadas nos afloramentos que ocorrem no território brasileiro. É a segunda formação geológica (Fig. 6.3) que surge na superfície do globo. O material formador desta nova rocha são os clásticos resultantes do intemperismo de Alpha. É incessante a transformação do gás carbônico da atmosfera em seres animados, uma função da fo- tossíntese. Diminui a porcentagem do gás carbônico na atmosfera sendo substituído pelo oxigênio, resultante do crescimento do reino orgânico na superfície do globo. Disso se depreende que o índice do oxigênio na atmosfera é crescente enquanto é decrescente o do gás carbônico. O processo de oxi- dação das rochas e seres animados (vegetais) é cada vez mais intenso. À determinada porcentagem do gás oxigênio na atmosfera surge uma nova categoria de seres de origem orgânica: os animais ou seres pulmonados. A diferença entre as duas categorias é a forma de alimentação. Os vegetais dependem da cor verde da clorofila para sintetizar o gás carbônico da atmosfera, incorporando diretamente a energia solar com o que se alimentam e crescem. Os animais se alimentam dos vegetais e de outros animais. Veja-se um quadro sintético: • Só os vegetais são de cor verde. • Os vegetais alimentam-se diretamente da energia solar através da fotossíntese (transfor- mando energia fluida, luminosa, em energia química e tridimensional), exalando oxigênio retirado da água. • Os animais também se alimentam da energia solar, mas indiretamente, alimentando-se de vegetais e outros animais, exalando gás carbônico para alimentação dos vegetais. Fecha-se aí o ciclo bioenergético. Vegetais e animais convivem na mesma atmosfera tanto sobre os continentes como sob as águas do mar, que continua doce. Período Gammaiano O movimento convectivo do manto terrestre sob Alpha, passa de negativo a positivo. Cessa a sedimentação de Beta, que sofre sua primeira deformação. De bacia de sedimentação, a área passa a ser uma fonte de sedimentos pela transformação da mesma, em área sismicamente ativa. Inverte-se o sentido da drenagem continental, que passa de centrípeta para centrífuga. Formam-se vulcões; inicia- se o salgamento do mar; derramam-se lavas à superfície do continente e sob as águas de Pantalassa; surgem as primeiras montanhas; aparecem os tremores de terra; desfaz-se o lago onde sedimentou Beta, e toda a flora e fauna existente até então morreu por inadequação ao ambiente de sobrevivên- cia. A lava solidificada constitui a Formação Gamma (Fig. 6.4), que dá nome ao período de tempo geológico. Ela recobre os afloramentos das duas formações anteriormente depositadas. A energia do movimento não é suficiente para fragmentar Alpha. Período Deltaiano O levantamento de montanhas e vulcões no centro da Formação Alpha, esvaziou o lago central indo derramar as águas, resto de animais, vegetais e parte dos clásticos de Beta, na costa oeste do supercontinente, formando na periferia uma camada de clásticos, agora de origem marinha, acamados sobre a base basáltica que rodeava Alpha. O local da deposição é sismicamente calmo. As camadas depositam-se em ambiente sismicamente quieto, resultando camadas delgadas e coloridas. Os clásticos ajuntados na periferia de Alpha tomam a denominação de Formação Delta (Fig.6.5) e 198
  • 6. História Geológica ou A Organização do Ge dão nome ao quarto período de tempo geológico: Período Deltaiano. Período Epsiloniano Repete-se o primeiro movimento havido no magma do interior do globo depois de solidi- ficada a litosfera. Como conseqüência, ao centro de Alpha inverte-se o movimento tectônico que, de radial positivo, passa a radial negativo, provocando o aparecimento de novo lago no interior de Pangaea, no período de tempo mais longo da história da Terra. É o segundo embaciamento sobre a superfície de Alpha que dará origem a quinta formação geológica sobre a superfície do planeta. O movimento é de lento abaixamento e, de novo, toda a drenagem passa a ser centrípeta. Os rios que deságuam no lago são meandrantes sobre a planície e carregados de sedimentos finos e varicoloridos. As três formações anteriores (Alpha, Beta e Gamma) fornecem o material clástico para a estruturação da nova formação. Esta, a Formação Epsilon (Fig. 6.6), estrutura-se sobre os restos erodidos das for- mações anteriores. O ambiente é sismicamente calmo. O lento abaixamento provoca o aparecimento de um grande lago onde a vida é exuberante. As espécies vegetais e animais proliferam e atinge-se um ambiente biológico dos mais prolíficos. As espécies crescem tanto em número, como em ta- manho. Surgem seres gigantescos, cujos representantes máximos são as sequóias e os dinossauros permitidos pela vida pacífica e alimentação abundante. A sucessão de espécies animais e vegetais em grande quantidade na face do globo tem como resultado o armazenamento de grandes quantidades de energia solar, na forma de petróleo. As formas viventes enterradas geram fósseis em perfeita ordem bio-estratigráfica: os mais novos nas camadas mais novas. Repentinamente, a Terra explode, interrompe a sedimentação de Epsilon e marca o fim da Era Pangaeiânica. Era Atlantiânica Esta é a Era dos movimentos tangenciais ou laterais e do aparecimento da segunda fase orogênica. A explosão que fez cessar a sedimentação da Formação Epsilon marca o início da frag- mentação do supercontinente, e os fragmentos decorrentes da explosão irão ocupar nova posição geográfica na superfície do globo. Os subcontinentes deslocam-se tangencialmente ao globo e sime- tricamente aos “rifts valleys” abertos na explosão, que ficam marcados na superfície do globo. Desfaz-se a geografia inicial e os continentes começam o reposicionamento e vão ser redis- tribuídos na superfície do planeta, levados pelos movimentos convectivos do magma do manto do globo. Lentamente surge a atual geografia. Durante a movimentação dos subcontinentes, criam-se mais seis formações geológicas, que veremos a seguir. Epsilon sedimentou em uma superfície assísmica, tectonicamente calma onde ficava o super- continente o qual foi fragmentado pela violência da explosão do globo. Período Zetaiano A passagem da segunda para a terceira Era dá-se ex-abrupto. Ao longo do tempo da sedimen- tação de Epsilon, a gravidade concentrou tal energia no núcleo da Terra que ela explodiu de repente. Foi o maior abalo sísmico havido no planeta desde o seu resfriamento. A intensidade da explosão é possível de avaliar sabendo-se que a litosfera granítica é uma camada de rocha compacta com, pelo menos, 40/50 km de espessura e foi levantada e quebrada em toda a esfera do globo em áreas irregu- lares. Rochas continentais e oceânicas sofreram o mesmo abalo. Desenha-se na superfície do globo o “rift atlântico”, entre outros. O abalo sísmico levanta a parte central do supercontinente e esvazia de uma vez o lago de Épsilon, formando um tsunami gigante matando todos os seus habitantes: vegetais e animais, gran- des e pequenos, aquáticos, aéreos e anfíbios, inclusive os dinossauros e o que mais tenha havido 199
  • 7. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa como habitante da parte afetada do supercontinente. Um ambiente pacífico e calmo em um momento transformou-se em um inferno de fogo e lava em toda a superfície do globo. Desenha-se uma linha de vulcões a expelir lava em quantidade crescente, a qual se derrama inicialmente sobre o continente, formando grandes lençóis de basaltos: Formação Zeta (Fig. 6.7), de onde deriva o nome do período geológico. Agora, os continentes “batizados” de África e América do Sul iniciam o movimento tangen- cial ao globo afastando-se vagarosamente e simetricamente ao “rift atlântico”, e se afastam cada vez mais entre si. Depois de derramar-se sobre os continentes, a Formação Zeta começa a preencher o espa- ço entre os fragmentos continentais, e o nome inicial de Pangaea perde o significado, e passa a ser apenas histórico. Zeta tornar-se-á a formação mais extensa do planeta ao substituir todo o assoalho oceânico da Era Pangaeânica. Observar o detalhe: as montanhas que formarão o leito do Atlântico, ainda se mantêm muito acima do nível de base. Durante o afastamento dos continentes, o Oceano Atlântico ainda não existia devido às montanhas de basalto que separavam os dois continentes, agora afastados. Zeta cobrirá mais de 70% da área do globo, e constitui os atuais basaltos montanhosos que formam o assoalho submarino e que substituíram os basaltos não montanhosos do oceano primitivo. Acentua-se o salgamento dos mares. Muda-se o ecossistema do mar. Adaptam-se os seres marinhos à nova água, que lentamente se torna mais salgada. A drenagem sobre o subcontinente americano do sul toma a direção oeste. Deste ponto em diante concentraremos atenção apenas no fragmento americano do sul. Período Etaiano O levantamento da parte central de Alpha determina os falhamentos reversos na periferia dos subcontinentes: gênese da Falha de Salvador. Inverte-se a topografia, e a drenagem agora se faz de leste para oeste no subcontinente americano do sul condicionado pelo levantamento da borda leste do mesmo. Estilhaça-se Alpha e blocos inteiros são empurrados ou arremessados para cima forman- do montanhas de altitude considerável. O material clástico que formavam essas montanhas, com o afastamento dos subcontinentes, foi basculado e redepositado ao pé dos falhamentos, nivelando-os: gênese da Formação Eta (Fig. 6.7). Misturam-se os clásticos das duas bacias precedentes, misturando também os seus fósseis: problema paleontológico do Recôncavo. O petróleo de Epsilon é redeposi- tado em Eta. A Formação Eta é formada em grande parte de clásticos grosseiros, especialmente nas proximidades da falha. A bacia adquire a forma grosseiramente prismática. A borda leste do subcontinente americano do sul afasta-se da linha do “rift” Atlântico e da região sismicamente ativa (Fig. 6.8A). A parte superior da Bacia é preenchida em uma área sismica- mente calma, isto é, a parte superior de Eta é depositada durante o deslocamento do subcontinente para oeste e é feita em área assísmica, ou seja, em área de calma tectônica (Fig. 6.8B), gerando estra- tos mais ordenados que recobrem os conglomerados. Período Thetaiano Ao levantamento da parte central de Alpha, o lago que originou Epsilon foi esvaziado centri- fugamente formando uma onda que levou consigo tudo o que encontrou pela frente: rochas, plantas e animais. Todos esses clásticos foram depositados na periferia de Alpha, sobre os clásticos de Delta, depositados anteriormente. A nova camada de sedimentos (Formação Theta) estende-se mar a fora com estruturação primária em área assísmica, deslocando-se para oeste junto com a placa americana do sul. O mesmo fenômeno que gerou o rift Atlântico gerou também o rift Pacífico Sudoeste, com 200
  • 8. História Geológica ou A Organização do Ge o mesmo comportamento do rift Atlântico: a placa a oeste do rift movimenta-se para oeste e a do leste movimenta-se para leste. Disso decorre um confronto das placas na área entre os dois rifts, com movimento negativo dentro do manto (Fig.6.8C). Esse movimento gera uma linha de absorção, sismicamente ativa, onde desaparecem para dentro do globo as rochas basálticas primitivas, desde que ambas são feitas do mesmo material, com as mesmas propriedades físico/químicas. Inicialmente, ambas (as rochas originais sem nome estratigráfico e não montanhosas) mergulham para o interior do globo onde se diluem no manto da Terra. Em seguida, na costa oeste americana do sul é a vez das rochas clásticas das Formação Delta e Theta, anteriormente depositadas, colidirem com os basaltos da formação Zeta, que se movimentam de oeste para leste. Por fim, chegam à zona de impacto, entre as rochas de movimentos opostos, as rochas graníticas da Formação Alpha. Esta, sendo menos densa, acavala-se sobre Zeta elevando ainda mais a nova cadeia de montanhas formadas na costa Oeste da América do Sul. Forma-se o abismo subandino da América do Sul (Fig. 6.9). Os sedimentos de Delta e Theta (Fig. 6.10) transformam-se em montanhas de clásticos dobrados (origem dos Andes). De novo perecem os seres viventes da região sismicamente ativa da borda oeste americana do sul. As novas montanhas sobre o território da placa americana do sul bloqueiam a drenagem que tinha a direção oeste. Termina o Período Thetaiano. Período Jotaiano A contínua movimentação do subcontinente sul-americano para oeste, aproxima da linha de subducção as rochas clásticas das formações Delta e Theta, anteriormente depositadas. O choque entre os basaltos que se movimentam de oeste para leste e as camadas sedimentares depositadas anteriormente na borda oeste americana do sul provoca o dobramento das camadas sedimentares ini- ciando a orogenia andina, e Alpha acavala-se sobre a rocha basáltica da Formação Zeta do Pacífico. A rocha basáltica de Zeta, agora montanhosa e devido a sua maior densidade, desaparece no interior da Terra passando por baixo do conjunto Alpha/Delta/Theta causando os terremotos. Como a superfície de Zeta é formada de montanhas e essas montanhas têm de passar por bai- xo de Alpha, há uma fricção entre as duas formações (Zeta e Alpha), e a provocação de novos abalos sísmicos intermitentes devido ao nivelamento da superfície montanhosa de Zeta. Por sua vez, a corrente de magma tangencial que se desloca por baixo de Alpha, na direção do oeste transportando a placa americana do sul, escapa para o exterior através das irregularidades existentes na zona de fricção Alpha/Zeta, e passa de vez em quando para a superfície, causando der- rames através de vulcões, também intermitentes, sobre a superfície do conjunto dobrado Delta/Theta. São os basaltos da Formação Jota (Fig. 6.10) que aparecem à superfície das montanhas andinas. Período Kappaiano À medida que a placa litosférica de Alpha acavala-se sobre os basaltos de Zeta, na margem continental oeste, há um nivelamento do subcontinente criando um lago central sobre ele. Neste lago depositam-se conglomerados, areias, argilas e sedimentos químicos em ambiente de absoluta calma tectônica: é a gênese da Formação Kappa (Fig. 6.10). Kappa é a última formação de origem continental sobre a superfície sul-americana, forman- do um lençol que cobre os afloramentos das formações mais antigas, deixando “ilhas” de rochas mais altas principalmente nos domínios do embasamento. São sedimentos planos, leitos delgados, bem acamados e muito coloridos. Período Lambdaiano O contínuo acavalamento de Alpha sobre Zeta na margem ocidental da América do Sul acaba por desequilibrar o subcontinente, basculando-o para leste, iniciando o esvaziamento do lago de Ka- 201
  • 9. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa ppa naquela mesma direção. Começa a sedimentação de Lambda na margem leste do subcontinente sul-americano, a primeira e única formação de origem marinha no espaço brasileiro, com uma base de clásticos grosseiros, seguido de sedimentos finos e químicos (Fig. 6.11). O contínuo basculamento do continente americano do sul causa o abaixamento da margem leste do mesmo continente forman- do quedas d’água gigantescas, tanto em extensão como em altura, na borda continental, modelando as rochas existentes nessa região. São as mais altas cachoeiras que já existiram, e que iniciam a ar- quitetura (gênese) dos canyons da costa brasileira. A corrida de águas causa erosão profunda nos sedimentos continentais preexistentes e car- rega consigo o petróleo neles existentes depositando-os no mar. À medida que a costa oriental da América do Sul abaixa-se, afogam-se os canyons dessa costa e os basaltos do rift atlântico, afogan- do também suas montanhas, surgindo aos poucos o mar entre os subcontinentes americano do sul e africano. É a gênese do Oceano Atlântico. Começam a desaparecer sob as águas, as cadeias de montanhas basálticas formadas durante a separação continental. Algumas de tão altas mantém seus topos acima da superfície do mar como Fernando de Noronha, Trindade, Açores etc. Decresce a intensidade da energia do núcleo da Terra. À medida que a costa afunda no mar Atlântico, este cobre os basaltos formados no rift Atlântico e ocupa os espaços modelados pela cor- rida de água do lago de Kappa. Esse movimento (de afundamento da costa leste sul-americana) con- tinua a realizar-se agora, dando forma às conhecidas paisagens da costa brasileira: as ilhas da costa paraense; a foz do Amazonas; as formas de trombeta nos rios da costa maranhense; a Bahia de Todos os Santos e suas ilhas, inclusive Itaparica, Ilha dos Frades etc.; a paisagem da Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro; as ilhas formadas com rochas do embasamento do litoral paulista, paranaense e catarinense; a Lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul e outras mais, também bastante conhecidas. Forma-se toda a fisiografia da superfície brasileira. A grande corrida das águas do interior fica reduzida aos rios e suas bacias, hoje conhecidos (Amazonas, Tocantins, Parnaíba, S.Francisco, Paraguaçu, Doce, etc.) deixando como remanescente do grande lago, apenas a região do pantanal mato-grossense e os tabuleiros e chapadas da paisagem geológica do interior do Brasil. Define-se a geografia atual. Em suma: o livro da natureza está escrito na sequência vertical das formações geológi- cas da crosta da Terra. O Futuro do Planeta A intensidade sísmica reduz-se ao que é conhecido hoje. A sedimentação da atmosfera e o processo fotossintético iniciados no Período Pangaeiânico, quando eram altas as taxas do gás carbô- nico adequadas para os seres orgânicos daquelas épocas, determina taxas cada vez menores daquele gás, à medida que ele se transforma em petróleo, permitindo o aparecimento de novas espécies ani- mais, e a extinção de outras, inclusive os primeiros ancestrais da humanidade mais recentemente. O contínuo decréscimo da taxa do gás carbônico, atualmente 0,032%, permite o atual estilo de vida humana ou a vida como a conhecemos. Se continuar o abaixamento da porcentagem do CO2 ,deter- minará também a paulatina extinção das atuais espécies e conseqüentemente o desaparecimento da parte orgânica da superfície da Terra. O planeta continuará girando ao redor do Sol e em torno do seu eixo e se tornará um corpo celeste estéril e refletor da energia solar aqui chegada. Os reservatórios da subsuperfície estarão ple- nos de petróleo. 202