O documento apresenta um novo modelo da estrutura interna da Terra, descrevendo-a como composta principalmente por materiais fluidos ao invés de sólidos como defendido por teorias geofísicas anteriores. O autor argumenta que esta nova visão é mais simples e lógica, e melhor explica fenômenos geológicos como a formação de bacias sedimentares e movimentação de continentes. A Terra é descrita como tendo um núcleo motor fluido no centro envolto por camadas concêntricas de manto também fluid
1. A Terra Um Novo Modelo
A Terra: Um Novo Modelo
Sob o ponto de vista humano, a Terra é o planeta mais importante do sistema solar. Pode-se
dizer que, ainda hoje, ela continua desconhecida, tendo como evidência da afirmativa as lendas que
existem sobre ela a partir dos ensinamentos religiosos e outras que continuam a se criar: o peralta e
engraçado El Niño, o “efeito estufa”, a elevação do nível do mar e o derretimento das calotas polares.
Hoje sua forma já está definida, a composição físico-química da sua litosfera tem estudos
bem adiantados e a sua geografia é conhecida em detalhes. Mas, sua estrutura e funcionamento inter-
nos estão definidos incorretamente com conseqüências sérias na economia.
Por ser impossível penetrar o seu interior inventou-se, construíram-se e aperfeiçoaram-se
aparelhos para detectar o resultado de ondas sísmicas e medir suas velocidades em diversos mate-
riais. Apenas que, ao tempo em que aqueles estudos foram feitos, os sismógrafos eram extremamente
primitivos; nada se conhecia sobre abalos sísmicos (até hoje não se conhece) e especialmente havia
teorias firmadas por cientistas importantes daquela época, sobre a constituição interna do globo ter-
restre. A tendência foi apenas confirmar as teorias existentes.
Há uma contradição que impede a geofísica de poder ser aproveitada como ciência geológi-
ca. A Sismologia usa as ondas resultantes de um abalo sísmico sem conhecer o que provoca o abalo.
Usa-se então algo desconhecido para determinar outra coisa também desconhecida.
Estrutura Estática da Terra
Por ser contraditória com fatos da natureza, abandonamos a visão geofísica do interior do
globo e passamos a adotar a estrutura resultante do estudo estratigráfico. Tal estrutura é mais simples,
é mais lógica e tem apoio em fatos da natureza.
A estrutura da Terra é semelhante a do Sol e por extensão de raciocínio, semelhante a estru-
tura de todos os outros astros do firmamento, apenas um pouco mais complexa do que o astro central,
devido a massa do planeta ser bastante menor, permitindo o aparecimento de uma camada a mais: a
litosfera.
Assim, a estrutura estática é composta, de dentro para fora, do núcleo motor e quatro capas
esféricas: manto, litosfera, hidrosfera e atmosfera.
Vejamos cada componente.
O Núcleo-Motor e o Manto
O núcleo é o corpo esférico central do globo formado de magma como toda a parte interna
do planeta, inclusive o manto. Não são partes independentes, exceto pela função que desempenham
no funcionamento do globo. O núcleo é o corpo que reage ao trabalho das diversas capas exteriores
a ele.
Diante do peso das capas exteriores, o núcleo reage em movimentos de compressão e disten-
são, isto é, a gravidade gera todos os movimentos observados no corpo da Terra .
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2. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa
Os movimentos do núcleo então, são de contração ou de expansão. Sob a força da gravidade,
o núcleo se contrai diminuindo o seu raio quando sua energia aumenta, e no limite da contração ela
dispara a energia adquirida para o exterior, através do manto, repetindo-se o movimento ao longo do
tempo. A contração é mais lenta e a explosão é mais rápida e contundente.
Disso se depreende que a parte mais quente do globo é a periferia do núcleo. Dessa parte
para baixo diminui o aquecimento do núcleo na direção do centro da Terra, ou seja, o centro do globo
é menos quente do que a periferia do núcleo.
Da periferia do núcleo para cima o aquecimento do manto é turbulento provocando movi-
mentos violentos no magma do manto. O núcleo ocupa mais ou menos (não há necessidade de preci-
são nas medidas), a metade do raio terrestre sendo a outra metade ocupada pelo manto.
Do estudo feito depreende-se que o manto e o núcleo são inteiramente fluidos, o que simpli-
fica a estrutura do globo, mas se contrapõe ao que é ensinado nas escolas e referenciado nas melhores
publicações científicas do mundo2.
Finalmente, o manto e o núcleo central são formados de matéria mineral em fusão, por isso
chamado de magma, onde os minerais não existem, transformados que estão em pura energia. A
distinção entre o manto e o núcleo é apenas de funcionamento.
A Litosfera
A litosfera é a segunda capa esférica e é a única parte sólida do globo. Geologicamente, for-
ma uma camada delgada sobre o manto.
A litosfera é a camada imediatamente superior ao manto, formada de rochas ou o magma res-
friado pelo contato com a atmosfera, a parte fria do globo. Sua característica principal é ser passiva.
A litosfera separa as duas fases fluidas do planeta: a interior magmática quente e a exterior gasosa e
fria.
A capa rochosa é importantíssima, pois não somente é a base em que se apóia o mundo or-
gânico, como é através do seu estudo que se faz a conclusão sobre a estrutura, história e evolução do
globo total.
A litosfera e a atmosfera formam o ambiente onde a parte orgânica, animais e vegetais, vive.
É a parte onde existem o que se chama de Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP) da
qual não se pode sair sem proteção adequada. É neste local que se origina a vida e o petróleo.
A litosfera é constituída de minerais que formam duas e somente duas rochas originais ou
de primeira geração (rochas continentais e oceânicas), as quais deram origem a mais nove corpos
rochosos, ditos por isso de segunda geração (rochas sedimentares). Fica implícito que os minerais
das rochas de segunda geração são originários das duas rochas básicas, através dos processos de se-
dimentação (v. “Processos e Produtos da Sedimentação”).
A litosfera é muito importante para nós, mas não passa de tênue película face ao volume do
globo. Apenas para avaliar a delgadeza da litosfera relativa ao volume total do globo, vejamos dois
números que dão essa idéia. Para representar a circunferência da Terra em uma folha de papel comum
e à circunferência fosse dado um raio de cinco cm, a litosfera seria representada por um círculo com
espessura de 4/10 mm (0,0004m). Em termos de porcentagem, a litosfera representa 0,8% do raio
terrestre. Essas medidas e comparações ajudarão no entendimento da Tectônica, na gênese de bacias
e montanhas, e na aplicação do raciocínio para pesquisa do petróleo.
A Hidrosfera
É a parte mais densa dos fluidos do exterior do globo, formada de águas doces e salgadas e
gases dissolvidos nela, ocupando as partes baixas da topografia da litosfera.
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3. A Terra Um Novo Modelo
A Atmosfera
A atmosfera é a última capa esférica, isto é, a parte mais exterior da Terra que recobre todo o
globo, composta de água e gases. Ela é formada por diversas subcamadas em função da sua tempera-
tura, combinada com a composição química e comportamento frente à insolação e a gravidade. Essas
subcamadas, a partir da superfície do globo para o exterior, são chamadas de: troposfera, estratos-
fera, mesosfera, termosfera e exosfera que serão vistas adiante com mais detalhes, principalmente
a troposfera que é de máxima importância para a parte orgânica que vive nela e dela depende. A
atmosfera terrestre se dilui no espaço exterior.
As descontinuidades entre a atmosfera/hidrosfera/litosfera, são bem nítidas. Enquanto que
as do interior do globo (litosfera/manto e manto/núcleo) são imaginativas e deduzidas do estudo do
comportamento da litosfera.
A atmosfera é formada de gases, principalmente oxigênio e nitrogênio na proporção de 21 e
78% respectivamente, e 1% de outros gases, incluindo 0,032% de CO2.
Dinâmica Interna da Terra
A descoberta de que existem movimentos tangenciais da litosfera do globo terrestre, melhor
dizendo, que toda a superfície da Terra se movimenta tangencialmente ao globo, torna mais fácil
entender como se formam atualmente, e se formaram no passado, as bacias e as montanhas da super-
fície do planeta. Entretanto isto exige uma revisão no conhecimento que se tem sobre a estrutura do
planeta, pois, pelas teorias geofísicas, não há explicação possível para os fenômenos mencionados.
O interior da Terra foi pesquisado no princípio do século passado, calcado no estudo da variação de
velocidade das ondas sísmicas resultantes dos abalos sísmicos ou terremotos.
Além de não ser um instrumento adequado para fazer a análise, havia o fato de os instrumen-
tos daquele tempo serem muito rudimentares e por isso de funcionamento precário. De fato, já existia
uma idéia sobre a estrutura do planeta, advogada por cientistas de alto gabarito daquele tempo e as
investigações feitas com os instrumentos geofísicos teve o papel de confirmá-las. Porém, com aque-
las teorias fica impossível explicar em conjunto, as montanhas e bacias, a geografia, as correlações
laterais, tanto paleontológicas como estruturais, vulcões, abalos sísmicos e vários outros fenômenos
geológicos descobertos recentemente. Sem uma revisão teórica, cada um desses fenômenos tem de
ser explicados por teorias particulares, pontuais, solitárias, e por isso se tornam complicadas e con-
traditórias no conjunto.
Os geofísicos estudavam as ondas sísmicas para determinar a estrutura da Terra. Os geólogos
queriam saber como se formavam as montanhas e bacias. Os paleontólogos precisavam colocar em
ordem cronológica os fósseis achados, ao mesmo tempo em que tentavam também datar os diversos
eventos geológicos a partir desses dados. Outros cientistas tentavam determinar como e quando os
dinossauros desapareceram etc. Enfim, cada cientista tentando esclarecer um fenômeno particular.
Se cada ciência é independente, e cada uma tem uma pronta resposta para o seu próprio pro-
blema, teremos milhares de ciências e milhares de soluções, naturalmente e mutuamente conflitantes,
sem nada resolverem.
Há que ter em conta que os diversos ramos científicos são partes do problema maior, que é o
geológico. O trabalho da natureza é ordenado, coerente e os humanos é que ainda não acertaram com
uma teoria global completa, que a explique.
É que a busca de soluções têm sido feitas com o auxílio da matemática, como concebido no
passado por Pitágoras e Galileu, procedimento que continua a ser feito até hoje, com os cientistas se
perdendo em teorias complicadas, e não é este o caminho.
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4. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa
Sinteticamente, há necessidade de todos os fenômenos serem explicados dentro de uma só
teoria, uma teoria global, sem contradições. A teoria Geofísica, de base matemática, é contraditória
com os fatos observados atualmente, e por isso precisa ser revisada.
Dos estudos da Geofísica, feitos com o auxílio das ondas sísmicas, nasceram idéias sobre
que materiais formavam as camadas concêntricas do planeta. A Terra, segundo essas teorias, teria a
seguinte estrutura:
• Litosfera ou crosta, que é obviamente sólida (transmite tanto as ondas P como as S).
• O manto também seria sólido (também transmite tanto ondas P como ondas S).
• A parte exterior do núcleo, que é a única capa esférica fluida somente transmite as ondas
P, com grande redução de velocidade.
• Finalmente o núcleo interno sólido, onde transitam também as ondas P e S.
Fosse assim, teríamos uma Terra bem comportada, formada de anéis concêntricos, rígidos,
uma só geografia e a impossibilidade de explicar como se formaram as bacias de sedimentação e ex-
plicar como milagre a existência das estruturas mais intrigantes, como as montanhas, os terremotos
e os vulcões. Absolutamente impossível explicar a existência da Bacia do Recôncavo, o falhamento
que a limita a leste, e a mistura dos fósseis lá existentes. A vida e o petróleo em uma estrutura dessas
não têm existência possível, nem mesmo por milagre. Deixamos ao leitor referências de diversos
trabalhos e autores que mostram o desenvolvimento daquelas idéias3.
Podemos então afirmar: a Terra é basicamente fluida, como ensina a Geologia.
Esta correção é importante para a economia, especialmente no que se refere à pesquisa de
petróleo e conservação do meio ambiente. Os fatos conhecidos implicam na movimentação do con-
tinente africano e sul americano de uma determinada posição geográfica antiga (paleogeografia),
para a atual posição, após percorrerem milhares de kilômetros, implicando na movimentação dessas
massas continentais, sugerindo a existência de duas geografias.
Se os continentes (obviamente sólidos!) se moveram, não podem tê-lo feito sobre uma base
sólida, como afirmam as teorias geofísicas sobre o manto. Não há mecanismo possível para amparar
a teoria. (v. “Sísmica e a Estrutura da Terra”)
Posteriormente, aquelas teorias foram adaptadas para pesquisar petróleo, quando novos e
outros erros foram cometidos. Supunha-se que o petróleo ocorria em estruturas altas, e como só a
sísmica podia “ver” dentro da subsuperfície, passou-se a usar a sísmica para determinar as estruturas.
Muitas perfurações foram feitas guiadas por este processo e várias delas descobriram petróleo, o que
justificou o prosseguimento do uso do método geofísico. Todavia, o petróleo aparecia, só e somente
só, porque é abundante na subsuperfície de qualquer bacia sedimentar, não porque ocorra em estru-
turas, altos ou baixos, e que a sísmica possa determinar essas qualidades estruturais da rocha (v.
“Sísmica e Pesquisa de Petróleo”). Realmente, para descobrir petróleo, a condição mínima requerida
é que se construa um poço, o mesmo procedimento que sempre se fez desde 1859, pela primeira vez.
Para que a economia na exploração de petróleo tenha altos índices de aproveitamento é
necessário compreender com clareza a exata mecânica do processo geológico que levou ao apareci-
mento da atual geografia. Em outras palavras, caso a locação de um poço pioneiro siga o raciocínio
correto sobre o funcionamento da Terra no seu interior, os resultados das perfurações, serão muito
mais produtivos, baratos e de alta rentabilidade (Índice de sucesso, ainda sem comprovação, entre 90
e 95% das sondagens). Caso contrário, o petróleo achado é produto da sorte, exatamente onde nasceu
o mito de que a exploração do petróleo é cara e difícil (Índice de sucesso, 12 a 15%, comprovada-
mente). É necessário conhecer a estrutura da Terra e a mecânica dessa estrutura (que é diferente da
ortodoxa), para alcançar índices de sucesso maiores na pesquisa.
Tanto na pesquisa de petróleo como na investigação da origem dos terremotos, a sísmica não
tem aplicação, como pode ser observado nos resultados da pesquisa obtidos na exploração da Bacia
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5. A Terra Um Novo Modelo
do Recôncavo (v. “Evidências do Erro Geofísico”). Para pesquisar o interior da Terra, seus resultados
são ainda piores.
Lança-se mão de um fator desconhecido (abalos sísmicos) para determinar o interior da Ter-
ra, também desconhecido. As respostas encontradas são naturalmente especulativas e por isso sem
valor objetivo.
A partir da variação das velocidades das ondas sísmicas, não somente “determinou-se” a es-
trutura do globo, como o material de que seria formada a tal estrutura. Ora, dentro da Terra, a poucos
quilômetros de profundidade, não existe qualquer espécie de rocha ou mineral. Tudo dentro dela,
abaixo da crosta, está em fusão, em estado magmático, como vemos durante a erupção de qualquer
vulcão em qualquer parte do mundo. Deram-se nomes de rochas e minerais que só conhecemos aqui
no exterior do globo, devido as CNTP.
Atualmente não se admite pesquisa de petróleo sem mapas geofísicos, fato que evidencia
pouco conhecimento geológico de quem os solicita e de quem os aceita.
O estudo dos resultados sobre o funcionamento da sísmica na Bacia do Recôncavo demons-
tra que os sinais sísmicos podem ser interpretados ao bel-prazer do intérprete, mas não resiste ao
confronto com a realidade das perfurações. Nunca os prognósticos geofísicos foram confirmados
pelas perfurações.
A partir deste fato surge um novo raciocínio: se não há resultados corretos em uma bacia cuja
profundidade é de 3 a 5 km, como confiar em resultados obtidos a milhares de km de profundidade
onde as pressões e as temperaturas são imensuráveis e as maiores do planeta?
Por essas razões, abandonamos aqui a estrutura da Terra prognosticada pelos estudos sísmi-
cos e mostraremos como ela funciona segundo os resultados da pesquisa estratigráfica.
O prosseguimento da pesquisa sobre a ocorrência de petróleo na Bacia do Recôncavo resul-
tou em novos conceitos, inclusive sobre o que deve ser mapeado quando o objetivo é o estudo da
Terra.
Continuamos sem poder penetrar o interior do globo, mas compreende-se que isso pode ser
feito por dedução, estudando e interpretando o que se passa na superfície do planeta. Basta construir
mapas estratigráficos corretos, tomando-se conhecimento do que é uma unidade de mapeamento e
com ela construir-se mapas históricos perfeitos.
A descoberta da unidade de mapeamento ou da formação geológica foi o passo necessário
para conseguir o conhecimento do globo (estrutura, funcionamento e evolução), e dá ensejo de inter-
pretar e explicar, em conjunto, os diversos fenômenos que se passam na Terra, alguns deles importan-
tes para a própria sobrevivência da humanidade, como é a pesquisa de petróleo e a origem da vida.
De todos os astros celestiais, a Terra é o mais fácil de ser estudado por estar ao nosso alcance
imediato, sob os nossos pés, e servirá de modelo para todos os outros, desde que, nem a Terra nem os
outros astros são corpos especiais.
A conclusão do estudo nos diz que o fenômeno responsável por todo o panorama que co-
nhecemos na Terra e no universo é a gravidade. Assim, as massas do Sol e da Terra determinam uma
força particular que providencia tudo o que conhecemos: a forma do planeta, a dependência dos seus
giros, a geografia, os climas, a vida, a morte e o petróleo.
Funcionamento Manto-Núcleo
A estrutura da Terra mencionada anteriormente, frente às forças da gravidade, funciona da
seguinte maneira: de fora para dentro do planeta há o aumento da densidade de cada capa até o limite
da esfera central, o núcleo, onde a energia se acumula como efeito da contração do mesmo. Ao che-
gar a determinado limite de contração, equilibra-se o sistema com o disparo do excesso de energia
para o exterior a partir da superfície do núcleo e através do manto, até a superfície do planeta.
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6. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa
Este disparo de energia provoca movimentos poderosos no interior do manto, aos quais se
dá o nome de movimentos convectivos. Tais movimentos são próprios dos fluidos e só acontecem
neles.
As cortinas de correntes convectivas sobem radialmente desde a superfície do núcleo até a
superfície do globo, onde extravasam como vulcões, formando áreas estreitas na superfície da Ter-
ra conhecidas como áreas sismicamente ativas. Na subsuperfície divide-se em dois ramos, agora
com movimentos tangenciais à superfície da Terra, por baixo da litosfera onde desliza quietamente
formando as áreas sismicamente quietas ou áreas assísmicas. São os movimentos convectivos que
deslocam as massas continentais para posições diversas na superfície do globo.
O deslocamento desses ramos convectivos é limitado pelo ramo convectivo da célula vizi-
nha, que se movimenta no sentido contrário. Quando há o encontro, as duas correntes se reúnem, e
provocam nova área estreita, sismicamente ativa, que desce até a superfície do núcleo. Neste ponto
divide-se novamente em dois ramos, completando um par de câmaras convectivas. O ramo ascen-
dente é o ramo aquecido na superfície do núcleo e sobe perdendo energia. Depois de deslizar sob a
litosfera forma o ramo descendente ganhando energia, aquece-se ao máximo na superfície do núcleo
para subir em movimento perpétuo. Estas correntes é que vão alterar a litosfera ou a superfície do
planeta, deformando-a, destruindo-a, movimentando-a e criando novas formações geológicas, fatos
que estudados permitem essas inferências.
Observar então que o manto, fluido que é, está em violento e perpétuo movimento e não
estático ou quieto e dividido em zonas como imaginam os intérpretes de ondas sísmicas.
Dinâmica Externa da Terra
A atmosfera, em virtude da sua posição exterior ao globo, é um componente da estrutura
terrestre passível de ser estudada com mais detalhes e os instrumentos modernos de pesquisa têm
obtido dados que mostram determinada simplicidade tanto em composição como de funcionamento.
A composição da atmosfera é diretamente dependente da função clorofiliana, e por esta razão em
constante transformação e em movimento perpétuo.
A gravidade do planeta organiza os gases colocando-os em camadas de espessuras variáveis,
com características próprias, as quais sofrem interferências de vários fatores:
• A insolação, que é mais intensa na região dos trópicos;
• A distribuição das áreas continentais e oceânicas;
• A topografia dos continentes;
• A velocidade dos movimentos de rotação e translação;
• A inclinação do eixo de rotação sobre a eclíptica;
• A população verde do planeta.
Origem da Atmosfera
Os gases da atmosfera apareceram durante o resfriamento do globo. Este assunto está tratado
no capítulo da História Geológica, onde poderá ser visto com mais detalhes (v. “Era Prepangaeiâni-
ca”).
Estratigrafia da Atmosfera
A atmosfera da Terra está dividida em cinco zonas, a saber: troposfera, estratosfera, mesos-
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7. A Terra Um Novo Modelo
fera, termosfera e exosfera.
Estas zonas fazem uma espécie de contato entre si. São eles:
• A tropopausa entre a troposfera e a estratosfera;
• A estratopausa entre a estratosfera e a mesosfera;
• A mesopausa entre a mesosfera e a termosfera.
Dentro da configuração geral atual, chamamos atenção para dois envoltórios de gases: (Fig.
3.11)
• O primeiro envoltório, a ozonosfera, situada entre 30 e 50 km de altitude e composto
principalmente de ozônio (O3).
• O segundo, a termosfera, entre 80 e 100 km de altitude, situada mais longe da superfície
da Terra e composto principalmente de moléculas de oxigênio, nitrogênio e hélio.
Esta é a configuração atual da atmosfera, mas é também um produto da evolução histórica do
globo. Em tempo geológico passado foi diferente deste modelo, tendo evoluído até o presente status.
Hoje, o processo evolutivo continua a se realizar tendendo a um fim previsível.
Mecanismo do Aquecimento Externo.
Sob a insolação há o aquecimento de três partes da estrutura da Terra. A litosfera, e os dois
envoltórios de gases flutuantes ao redor do globo, como descritos acima (Fig. 3.12)
A superfície do globo é aquecida, provocando acima dela uma zona turbulenta. Os dois en-
voltórios gasosos já mencionados, são também aquecidos, apenas que o seu resfriamento se faz nas
duas direções, para cima e para baixo. A partir da parte aquecida, é gerada uma zona turbulenta acima
dela, e para baixo uma zona estratificada.
Também é fato que, entre duas zonas quentes aparece uma parte fria. Como são três zonas
quentes aparecem entre elas duas partes frias, que fazem entre si uma espécie de contato:
• Tropopausa, situada na altitude em torno de 12 km, na região tropical, é o limite superior
da troposfera. Deste contato para cima está a estratosfera, que é, como o nome indica, uma
zona estratificada.
• Mesopausa, situada a partir dos 80 km acima da superfície do mar, é o limite superior da
mesosfera.
Deste ponto para cima fica a termosfera onde ficam os gases oxigênio, nitrogênio e hélio na
forma molecular. É uma camada aquecida que resfria para baixo estratificadamente e para cima não
tem efeito, pois é o vácuo total.
Os dois envoltórios gasosos mais a superfície da Terra são aquecidos pela insolação a tempe-
raturas semelhantes a da superfície, e têm os seguintes comportamentos: a superfície do globo esfria
somente para cima. Os outros dois envoltórios também são aquecidos, mas esfriam em ambas as
direções, isto é, para cima e para baixo. Uma peculiaridade: para cima gera uma camada turbulenta e
para baixo gera uma zona estratificada.
O limite superior da estratosfera é a estratopausa, cuja temperatura fica ao redor de 30 a
40ºC, e é o topo da camada de ozônio ou ozonosfera. A partir da estratopausa para cima a atmosfera
volta a esfriar em uma zona turbulenta. Toma o nome de mesosfera.
Finalmente, aos 80 km acima da superfície da Terra existe o segundo e último envoltório de
gases, que quando aquecido esfria para baixo estratificadamente e para cima é o vácuo e o frio total,
de onde vem a insolação. A esta última camada de gases se dá o nome de termosfera. A parte mais fria
da termosfera encontra a parte mais fria da mesosfera formando o contato chamado de mesopausa,
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8. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa
na altura dos 80 km, e é de fato a parte mais fria da atmosfera e da própria Terra, ao redor dos 110 a
120ºC negativos.
A Troposfera
Sob o ponto de vista humano, a troposfera é a parte mais importante do globo terrestre e de
todo o universo. A litosfera nos dá base de sustentação, pisamos nela, e a troposfera, a densa capa
esférica de gases, nos dá a vida. Dela somos formados e a ela escravizados.
É a parte da atmosfera mais próxima da superfície do globo, por essa razão a mais densa,
como dito acima, sem esquecer que é uma condição determinada pela gravidade do planeta. Aí fica
cerca de 80% do total dos gases da atmosfera e ela é aquecida a partir da superfície da crosta pela
radiação infravermelha da insolação, diminuindo a sua temperatura à medida que se afasta da super-
fície. É na troposfera, em faixa restrita, mais ou menos de 5km que vive escravizada a parte orgânica
do globo. Ao nível do mar são referidas as Condições Normais de Temperatura e Pressão ou CNTP.
Deste nível para cima, a pressão e a temperatura diminuem. Só nas CNTP e suas proximidades, te-
mos vida normal.
Composição Química da Atmosfera
Geologicamente falando, a atmosfera é formada de um gás primordial e original: o inerte ni-
trogênio, no qual ficam misturados outros gases importantes pelo seu papel perante a vida no planeta
(Fig. 3.13). Os importantes sob este ponto de vista são somente dois, o oxigênio e o gás carbônico.
Todos os outros, determinados através de análises químicas, são secundários e não se distinguem ao
menos pelas quantidades achadas.
Segundo estudos recentes da atmosfera pode-se fazer uma classificação, não geológica, se-
gundo a qual, existem nela dois tipos de gases: os gases permanentes e os gases variáveis. Os perma-
nentes são: o nitrogênio (78%) e o oxigênio (21%), os mais abundantes e 1% de hidrogênio, hélio,
neônio, xenônio, e kriptônio, em quantidades mínimas. Os variáveis, cuja variação se faz tanto no
espaço como no tempo são: o vapor d’água (H2O), dióxido de carbono (CO2) dióxido de enxofre
(SO2) e ozônio (O3).
Neste estudo esta classificação é diferente. Consideraremos o oxigênio e o gás carbônico
como variáveis, como de fato o são, apenas que a sua variação é imperceptível aos humanos, como
são outros fenômenos geológicos. Esta variação tem a ver com a origem da vida, da atmosfera e do
petróleo.
O vapor d’água existe entre os 15 a 20 km iniciais da atmosfera e é constante nessa faixa,
desde que é uma função da incidência dos raios solares sobre as mesmas superfícies do globo, ao
longo do mesmo tempo e com a mesma intensidade.
A Insolação
Há um fator constante responsável pelo aquecimento da superfície do globo: a insolação, que
é uma função da distância entre a fonte da energia, o Sol, e o objeto iluminado que é a Terra, segundo
uma quantidade fixa e permanente de energia em forma de luz.
A superfície da Terra é aquecida diferenciadamente segundo uma série de fatores:
• A natureza da composição físico/química dos mares e continentes, sendo maior o aqueci-
mento nos continentes do que nos mares;
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9. A Terra Um Novo Modelo
• Pela curvatura da superfície do globo que condiciona a obliqüidade da incidência dos
raios solares, diminuindo o aquecimento na direção das altas latitudes uma vez por ano
alternadamente, e pelo movimento de rotação da Terra, transversalmente aos meridianos,
uma vez ao dia, sendo maior o aquecimento na parte iluminada mais intensamente;
• Pela maior área das massas continentais no hemisfério norte;
• Pela topografia existente nos continentes;
• Pela variação da altitude da tropopausa que é mais alta nas zonas intertropicais;
• Pela inclinação do eixo de rotação sobre a eclíptica, sendo maior a insolação no hemis-
fério do eixo convergente ao eixo do Sol, que se dá alternadamente a cada seis meses,
condicionado pelo movimento de translação e finalmente;
Disso se depreende que são complicados os fenômenos resultantes do aquecimento da Terra,
em virtude dessa diversidade de variáveis.
Finalmente, vale a pena dizer, não há qualquer possibilidade de alteração e/ou controle des-
ses fenômenos por parte dos humanos. São fenômenos próprios do Ambiente Geológico.
Climas
É a variação da temperatura na superfície da Terra, devido à insolação e aos dois principais
movimentos do planeta. Esta variação acarreta uma série de fenômenos, alguns deles importantes
para a compreensão da Geologia. Para entendimento dos climas, sob o ponto de vista geológico, há
que ter em conta os movimentos do planeta, rotação e translação, a curvatura da superfície do planeta
e a incidência paralela dos raios solares sobre esta superfície (Fig. 3.14). Há um lado da Terra ilumi-
nado e essa iluminação sofre a influência dos dois principais movimentos do globo no espaço. Dentro
do lado iluminado, dia, há uma área que se encontra mais próxima do Sol e recebe maior insolação e
por isso é a mais quente do planeta chamada neste estudo de Área de Insolação Máxima (AIM), área
essa que é determinada por um feixe de raios solares que será chamado de Foco de Insolação Máxima
(FIM), o qual é fixo e constante. Observe-se então que a área de insolação máxima é uma função do
foco de insolação máxima. A AIM será representada por um pequeno círculo com 2.608,5 km de raio,
distância entre o equador da Terra e qualquer dos trópicos correspondente a uma área de 21.365.414
km2.
Os raios do FIM penetram a atmosfera verticalmente na sua menor espessura. Todos os ou-
tros raios não somente penetram maiores espessuras dos gases da atmosfera como passam a incidir
obliquamente sobre a superfície convexa da Terra. A rotação do planeta dá a AIM um movimento ao
longo do traço da eclíptica sobre a superfície da Terra. A partir da periferia da AIM as temperaturas
decrescem, tanto no sentido das latitudes como no das longitudes.
O aquecimento e desaquecimento na direção das longitudes (amanhecer e entardecer) se
fazem rapidamente, uma vez a cada vinte e quatro horas, havendo um máximo ao meio dia. O aque-
cimento começa ao amanhecer, há um máximo ao meio dia, quando se inicia o resfriamento até o
anoitecer, acentuando-se o resfriamento durante a noite. São aquecimentos e resfriamentos rápidos.
Trata-se da sucessão dos dias e das noites devido ao movimento de rotação do globo.
Na direção das latitudes o movimento da área aquecida é mais lento, pois depende do mo-
vimento de translação, por isso mais intenso e se completa uma vez a cada ano. O centro da AIM
desloca-se transversalmente aos meridianos e paralelos em um arco de 46º54’ entre dois pontos bem
definidos que tem nomes especiais cuja origem já foi vista. A 23º 27’Norte, o Trópico de Câncer, e a
23º 27’ Sul, o Trópico de Capricórnio, correspondente à declinação máxima do Sol ao norte e ao sul,
97
10. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa
respectivamente.
A posição da AIM define as chamadas estações do ano e os climas nos dois hemisférios. A
intensidade da incidência do foco de luz solar na superfície da Terra e a combinação dos dois princi-
pais movimentos do planeta conferem a este a temperatura média componente das condições normais
de temperatura na superfície, que por sua vez permite a vida dentro da troposfera.
Solstícios e Equinócios
Para fins didáticos vamos referir à figura 3.15 onde se vê a AIM se movimentando na super-
fície da Terra. Na figura 3.15A, o centro da AIM coincide com a declinação máxima do sol ao norte
(Trópico de Câncer). O FIM incide sobre uma área que vai do equador até os 46º54’ de latitude norte,
o dobro da declinação máxima do Sol ao norte. O eixo da Terra converge ao eixo do Sol ao norte
celestial. Inicia-se o aquecimento do hemisfério norte em março, terminando em setembro, passando
por um máximo em junho. É o Solstício ao norte (21 de junho) que determina o verão neste hemis-
fério, com dias longos e noites curtas, e o inverno no hemisfério sul com noites longas e dias curtos.
O círculo polar ártico estará totalmente iluminado com claridade de 24 horas enquanto o antártico
ficará completamente às escuras com noites de 24 horas (Fig. 3.16). Máximo degelo no pólo norte e
máximo enregelamento no pólo sul.
Após atingir a declinação máxima ao norte, a AIM inicia um movimento tendente a cruzar
o equador da Terra na direção do hemisfério sul, movimento que se faz durante os meses de julho
e agosto. O hemisfério norte que estava no seu aquecimento máximo, desse dia em diante passa a
resfriar-se, acontecendo o inverso no hemisfério sul que atingiu o máximo de resfriamento e passa
a aquecer-se. Começa a iluminar-se o círculo antártico e começa a escurecer o ártico. Inicia-se o
enregelamento do ártico e o degelo no antártico. Inicia-se o equilíbrio entre a duração dos dias e das
noites em ambos os hemisférios.
Em setembro, precisamente no dia 23 (Fig. 3.15B), a declinação do Sol é nula e o ponto
central da AIM passa exatamente no equador da Terra determinando metade da mesma AIM no
hemisfério norte e metade no sul, isto é, a AIM estende-se desde o Trópico de Câncer até o Trópico
de Capricórnio: é o primeiro equinócio do ciclo, no dia 23 de setembro, determinando o outono no
hemisfério norte e a primavera no sul. Acentua-se o resfriamento no hemisfério norte e aumenta o
aquecimento no sul. Neste ponto exato, dias e noites têm igual duração, pois a iluminação atinge
os extremos do eixo de rotação da Terra (Fig. 3.17). Há o equilíbrio no enregelamento e degelo nos
círculos polares: enregela-se o ártico e degela-se o antártico.
Continua a movimentação da AIM para o hemisfério sul durante os meses de outubro e no-
vembro, acentuando-se as características em ambos os hemisférios. Os dias no hemisfério sul ficam
mais longos e as noites mais curtas havendo uma correspondente inversão do fenômeno no norte.
Enregela-se o ártico e degela-se o antártico.
Em dezembro, acontece a máxima declinação do Sol ao sul, com o centro da AIM coincidin-
do com o Trópico de Capricórnio, estendendo-se ela desde o equador até os 46º54’ de latitude sul,
quando acontece o Solstício no hemisfério sul, no dia 21 (Fig. 3.15C). O eixo de rotação da Terra
converge para o do Sol, ao sul celestial.
As condições climáticas tornam-se extremas de novo em ambos os hemisférios: aquecimento máxi-
mo no sul, mínimo ao norte. Enregelamento máximo no ártico e degelo máximo no antártico (Fig.
3.18). Dias de duração máxima e noites de duração mínima ao sul e noites de duração máxima e dias
de mínima duração ao norte.
Depois do solstício ao sul, a AIM começa a deslocar-se de maneira a cruzar o equador ter-
restre de sul para o norte o que faz nos meses de janeiro e fevereiro amortecendo o calor ao sul e
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11. A Terra Um Novo Modelo
iniciando o aquecimento do hemisfério norte; enregelando o antártico e degelando o ártico; dias e
noites tendem a ficar iguais. Em 21 de março há nova passagem do centro da AIM pelo equador, com
metade dela no hemisfério norte e metade no sul e dá-se o segundo equinócio (Fig. 3.15B) com todas
as suas conseqüências: dias e noites iguais em todo o globo; ártico e o antártico igualmente enrege-
lado, com o ártico diminuindo e o antártico aumentando o enregelamento; resfria-se o hemisfério sul
e aquece-se o norte.
Passado o segundo equinócio, aumenta a área da AIM no hemisfério norte durante os meses
de abril e maio, completando-se o ciclo em junho, no dia 21, quando o centro da AMI chega de novo
no ponto de declinação máxima do Sol, ao norte. O eixo da Terra converge para o eixo do Sol ao norte
celestial, divergindo no hemisfério sul, com todas as conseqüências anteriormente vistas, repetindo-
se o fenômeno infinitamente.
Dessa movimentação, observa-se que a única parte da Terra constantemente iluminada é a
linha do equador terrestre. Todas as outras partes sofrem efeitos da insolação desbalanceada uma vez
por ano o que resulta e é de fato, a variação climática.
Para a Geologia, em resumo, as estações do ano e o clima na Terra dependem da posição
ocupada pela AIM durante o ano, que é uma sucessão de posições sempre ao longo da mesma linha
(equador termal) pelo tempo da existência da Terra. Isso desfaz qualquer possibilidade de glaciações
como pensam alguns cientistas, descartando-se essa possibilidade em qualquer ponto da história
geológica, por falta de mecanismo e de evidências.
Quando a AIM está exatamente entre os trópicos dá-se um dos equinócios, que acontece duas
vezes por ano. A primeira vez quando a linha geradora da eclíptica (que é o centro do FIM) cruza o
equador do norte para o sul (no nó de descida), ponto de início das estações intermediárias, isto é,
outono no hemisfério norte e primavera no sul. A segunda vez, isto é, quando o movimento da AIM
se dá de sul para norte (nó de subida) invertem-se também as estações: o outono será no hemisfério
sul e primavera no norte. Duas passagens do Sol na mesma direção, de sul para norte, marcam o ano
tropical que mede 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 45,7 segundos, não sendo exato em virtude do mo-
vimento de precessão do eixo da Terra que se completa a cada 25.800 anos, causando o que se chama
de precessão dos equinócios. A precessão é um levíssimo deslocamento ou mudança para o oeste do
ponto do equador terrestre onde se dão os equinócios.
Geologicamente falando, existe somente uma área do planeta muito quente, e fora deste
local as temperaturas diminuem e são influenciadas pelos movimentos do globo. Essa área quente é
determinada pelo Foco de Insolação Máxima.
Tanto o verão como o inverno são mais acentuados no hemisfério norte devido à presença
da maior parte da área continental neste hemisfério. No hemisfério sul é maior a área coberta pelos
oceanos. Os continentes absorvem rapidamente o calor e conservam o frio por mais tempo, causando
a diferença observada dos climas nos dois hemisférios.
Pressão Atmosférica
A pressão atmosférica é o efeito da gravidade sobre os gases da atmosfera sentida e medida
na superfície do globo. É um dos componentes da pressão total que provoca a ignição e a fluidez de
todo o interior do planeta. A pressão atmosférica é somada à pressão da hidrosfera, da litosfera e do
manto, determinando o funcionamento do globo inteiro.
Não é por isso um fenômeno isolado, mas parte de um fenômeno geológico mais abrangente.
A pressão atmosférica, sob o conceito mais popular, é o peso da camada de ar da atmosfera sobre uma
unidade de superfície ao nível do mar, onde ela é máxima. Torna-se cada vez menor à medida que se
afasta para o exterior da esfera terrestre.
99
12. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa
Na exosfera, a pressão atmosférica é praticamente nula. Essa pressão é medida por instru-
mentos e é referida em várias unidades e varia pouco, dependendo de fatores também variados que
não serão aqui estudados e poderão ser vistos com maiores detalhes em livros, cursos e outras fontes
especializadas.
Variação da Composição Química da Atmosfera
O ar seco, de grande interesse para a sobrevivência da humanidade, tem composição relativa-
mente simples, e é mais ou menos a mesma, especialmente dentro da troposfera, devido a constante
mistura a que está sujeita. Sua composição é: 78% em volume de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1%
de outros gases raros e aerossóis, inclusive 0,032% de gás carbônico. As porcentagens de oxigênio -
o comburente natural da atmosfera - e gás carbônico são variáveis e dependentes da parte orgânica,
segundo o seu metabolismo. A quantidade de oxigênio é crescente, ao contrário do gás carbônico que
é decrescente ao longo do tempo geológico. Há uma tendência de saturar a atmosfera com oxigênio
e rarefazê-la do gás carbônico. Os vegetais, através da função clorofiliana, retiram 6CO2 fornecendo
no mesmo processo 6O2 - pela oxidação da água. Com os animais dá-se o fenômeno contrário. Eles
consomem oxigênio na respiração expelindo gás carbônico na expiração. Entretanto o número de in-
divíduos envolvidos no processo é desproporcional. O número de animais - consumidores de oxigê-
nio e produtores de gás carbônico é muito menor que o de vegetais - consumidores de gás carbônico
e produtores de oxigênio.
Há por isso, ao final, uma tendência de diminuir a quantidade de gás carbônico da atmosfera
e um equivalente aumento em oxigênio. Outro componente variável do ar é a sua umidade. Esse
gás invisível é mais leve do que o oxigênio e o nitrogênio e por isso sobe, e em determinada altura,
condensa-se e transforma-se em gotículas de água, gelo ou uma mistura de ambos quando se tornam
visíveis e tomam o nome de nuvens.
Quando caem em forma de água são chamadas de chuvas, fenômeno meteorológico de gran-
de importância geológica, pois na superfície dos continentes é o agente da erosão das rochas. Em
forma de gelo são as neves. Dependendo de menor insolação e de menor pressão atmosférica, a
água forma gelo na superfície da Terra. As massas geladas formam-se no topo das montanhas (onde
a pressão é menor) em qualquer latitude, e as massas geladas polares, ártica e antártica, formam-se
nas altas latitudes. Essas massas geladas se expandem e retraem conforme a posição do eixo da terra
relativa ao Sol, já visto anteriormente.
As nuvens, segundo a Meteorologia, são classificadas conforme sua altitude, aparência, mo-
vimentos e outras características sem importância para estudo da Geologia, e por isso aqui abando-
nadas. Livros, cursos e revistas especializadas ensinam detalhes.
Ventos
Os ventos, o ar em movimento, são provocados por três fatos geológicos principais:
• Pela insolação diferenciada da superfície do globo, que é o fator responsável pelo mo-
vimento vertical das massas de ar desde que as áreas continentais refletem mais do que
absorvem radiação, dando-se o contrário na massa líquida.
• Pelo giro supersônico do globo de oeste para leste, que é o responsável pelo movimento
horizontal dos ventos.
• Pelo fato de ocorrer na troposfera, uma zona conturbada desde que é aquecida de baixo
para cima.
100
13. A Terra Um Novo Modelo
O ar mais aquecido sobe, havendo uma quantidade de ar mais frio que desce impulsionando
e regulando as células convectivas que por sua vez são modificadas pelo giro supersônico da Terra
(Fig. 3.19).
Esses fatores geram um padrão geral de células convectivas entre uma zona de baixa pressão,
onde o ar sobe e duas zonas polares de alta pressão, onde o ar desce, com quatro zonas intermediárias
a partir do equador, duas de alta pressão subtropicais e duas de baixa pressão subpolares. O ar sobe
na zona equatorial, e desce nas subtropicais; eleva-se nas subpolares e desce sobre os pólos. A forma-
ção das células convectivas é uma função da maior temperatura da faixa equatorial ou intertropical
enquanto a direção geral das correntes depende do giro do globo.
Mares
Os mares também se movimentam em função do giro do globo formando as correntes mari-
nhas, que são modificadas pela geografia (distribuição e forma dos continentes). Como a Terra gira
com velocidade supersônica no sentido oeste/leste, por inércia, os fluidos da sua superfície tendem
ao movimento de leste para oeste na região do equador sendo defletida pela forma e distribuição
dos continentes, provocando grande diversidade de direção dessas correntes que recebem nomes
particulares da atual geografia (Corrente do Peru, Corrente do Brasil; corrente das Falkland etc).
As correntes têm grande influência na subsuperfície dos mares, especialmente na distribuição dos
clásticos nas bacias de sedimentação. Na superfície dos mares é muito importante a influência dos
ventos. São eles que provocam as ondas da superfície líquida. As correntes têm influência em pro-
fundidade e não são afetadas pelos ventos. As correntes são constantes enquanto as ondas dependem
da direção e intensidade dos ventos e são proporcionais a ele. As implicações mais detalhadas desses
movimentos e respectivas conseqüências são mais bem estudadas dentro da Meteorologia, ciência
que estuda as condições atuais desses fenômenos. Aos geólogos interessam as noções gerais e o papel
histórico/geológico desses efeitos, quando a geografia era diferente. As chuvas sobre os continentes,
e os rios delas decorrentes, são os principais agentes da erosão e transporte dos sedimentos, enquanto
as correntes marinhas são as responsáveis pelo espalhamento dos clásticos chegados à bacia de sedi-
mentação (v. “Processos e Produtos da Sedimentação”).
Relação Terra/Lua: Lunação e Marés
Devido a proximidade da Lua, relativa à Terra, há um maior efeito desta relação em pelo
menos dois fenômenos. Ambos são causados pelo movimento dos dois astros no espaço.
O primeiro fenômeno é o efeito da iluminação do satélite como um fenômeno visual: as fa-
ses da lua (Fig. 3.20). O segundo, é o efeito das alterações (elevação e abaixamento) locais do nível
do mar, resultante do efeito gravitacional das massas da Lua e do Sol, exercido sobre a hidrosfera
terrestre.
A Lua, embora de menor tamanho e massa, exerce maior influência do que o Sol neste fe-
nômeno devido a sua proximidade da Terra. É normal a elevação e o abaixamento do nível do mar
duas vezes por dia. Popularmente diz-se que a maré enche e vaza duas vezes por dia a um intervalo
de mais ou menos doze horas e vinte e cinco minutos. De fato, o dia lunar dura vinte e quatro horas
e cinqüenta minutos e entre dois trânsitos lunares acontecem dois preamares e dois baixa-mares. Por
ser um efeito gravitacional, há o efeito principal da Lua e um secundário do Sol. As maiores marés
se dão quando os astros em suas trajetórias ficam alinhados em conjunção Terra/Lua/Sol ou em opo-
sição Lua/Terra/Sol, gerando as maiores amplitudes das marés que são chamadas marés de sizígia,
onde as forças gravitacionais do Sol e da Lua se reforçam. Evidente que essas marés se dão ou na
101
14. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa
Lua nova, quando os astros estão em conjunção, ou na Lua cheia, quando ficam em oposição. Nas
quadraturas, quarto crescente ou quarto minguante, é quando se verificam os pontos de interferência
mínima dos efeitos gravitacionais do sistema Terra/Sol/Lua quando ocorrem as marés mortas, de me-
nores amplitudes. Fica evidente que as marés são maiores ou menores dependendo das fases da Lua,
e que se dão nos dois lados da Terra: no lado em frente à Lua, devido à maior força gravitacional e
no lado oposto, devido a menor força gravitacional, além da força centrífuga do giro da Terra. Outros
fatores afetam o incessante subir e descer das águas do mar, inclusive a presença das grandes massas
continentais na superfície da Terra, a inclinação do eixo da Terra sobre a eclíptica, a declinação da
Lua, as distâncias entre os astros que são variáveis (perigeu e apogeu, periélio e afélio), mas não
serão aqui estudadas por serem desnecessárias à compreensão da Geologia geral.
Movimentos no Espaço
Para efeitos didáticos, dividiremos os movimentos da Terra em duas classes:
• Movimentos no espaço e
• Movimentos do corpo do planeta.
Para a Geologia, são quatro os movimentos da Terra no espaço:
• Rotação,
• Translação,
• Precessão e
• Nutação.
Os dois primeiros, rotação e translação, são os geologicamente importantes.
Os dois últimos, precessão e nutação, são muito sutis e importantes na confecção dos calen-
dários e no registro da passagem dos equinócios e de relativa importância na Geologia.
Rotação
É o movimento cíclico que o globo faz em torno do seu eixo na direção oeste/leste ou da
esquerda para a direita para uma pessoa que esteja de frente para o norte. Isso dá a impressão de que
o Sol se movimenta de leste para oeste, quando observado da Terra, fato que durante muito tempo
levou os antigos cientistas ajudados pelas crenças religiosas, ao raciocínio errado sobre o movimento
dos corpos no sistema planetário.
Uma rotação inteira relativa ao Sol dura 24 horas. Neste caso fala-se em dia solar, que é
quase 4 minutos mais longo, precisamente 3’ e 5”, se o dia for medido em relação às estrelas. Neste
caso fala-se no dia sideral (Fig. 3.21).
A rotação deriva os dias, as noites e o tempo.
O hemisfério voltado para o Sol é o dia, quando a Terra sofre aquecimento pela insolação, e o
outro, a noite, quando a temperatura na superfície do globo é mais baixa. O resultado é um balancea-
mento da temperatura da superfície do planeta tornando-o adequado à continuidade da vida na Terra.
Este movimento tem como eixo uma linha imaginária no interior do globo, traçada pelos dois
polos, norte e sul, chamado eixo de rotação e cujo prolongamento, atualmente, aponta para a estrela
Poláris na esfera celestial e é inclinado em relação à eclíptica por um ângulo de 23º 27’.
Informações recentes obtidas com foguetes e estações orbitais indicam que a circunferência
da Terra no equador tem 40.074.249 metros, distância esta que é percorrida a cada 24 horas do dia
solar. Equivale a uma velocidade de 464 m/s que é 28,8% maior que a velocidade do som, de 360
102
15. A Terra Um Novo Modelo
m/s ao nível do mar. A melhor evidência da velocidade deste movimento é a observação da subida e
a descida do Sol no horizonte, e a variação da sombra dos objetos na superfície do globo, que corres-
pondem ao giro da Terra em frente ao Sol.
Ligando os polos norte e sul, passando na superfície, são traçadas linhas imaginárias, chama-
das de meridianos que marcam as longitudes e o tempo. Somente um desses meridianos é assinalado
e serve de referência para leitura das longitudes e das horas. É o Meridiano de Greenwich onde fi-
cavam os instrumentos de trânsito do Observatório Real na Inglaterra tomado como 0º (Desde 1950
este observatório mudou-se para Hailsham, East Sussex, mas o nome foi conservado para referência
do meridiano).
A partir do meridiano de Greenwich, lê-se a leste e a oeste, as longitudes até 180º. Os 360º da
circunferência da Terra, por acordo internacional, foram divididos em 24 faixas, dividindo o dia em
24 horas. Essa atitude gerou a hora, vindo daí o dia de 24 horas. Cada uma dessas faixas chama-se
fuso horário.
A hora é dividida em 60 minutos, estes em 60 segundos e dependendo da necessidade de
precisão, estes últimos são divididos em frações ainda menores.
É mais cedo a oeste e mais tarde a leste de qualquer meridiano. A linha de mudança de data
se faz teoricamente no meridiano 180º, que é realmente uma linha irregular no Oceano Pacífico, onde
coincidem 24 horas e zero hora de um dia e do dia seguinte, respectivamente.
Ao longo dos meridianos traçam-se os paralelos, que são contados a partir do equador para
os polos de 0 a 90º de latitude norte e sul. Os paralelos são círculos traçados paralelamente ao equa-
dor terrestre e também são inúmeros, havendo cinco especiais:
• O equador terrestre que divide o planeta em dois hemisférios, norte e sul, e cujo centro
coincide com o centro da Terra;
• Dois trópicos traçados nos solstícios, ou seja, na maior declinação do Sol, acima e abaixo,
do equador (23º27’) e finalmente;
• Dois círculos polares (66º33’), que marcam as áreas ao redor dos pólos de alcance má-
ximo dos raios do Sol durante os solstícios em um hemisfério, ou as áreas de mínima
elevação do Sol no horizonte, no outro hemisfério.
Meridianos e paralelos cruzam-se na superfície da Terra praticamente em ângulo reto. Um
grau de latitude ao longo de qualquer meridiano mede 111,11 km ou 60 milhas náuticas, ou seja, uma
milha náutica é igual a um minuto de latitude.
O movimento de rotação distorce a forma fluida da Terra devido à força centrífuga do mo-
vimento que aumenta o raio no equador encurtando o polar. O raio equatorial mede 6.378,2 km, en-
quanto o raio polar mede 6.356,8 km. Este fato altera a leitura da gravidade do planeta, que é maior
nos polos do que no equador devido a menor força centrífuga e menor distância ao núcleo da Terra.
Em 1789, foi medido, pelo método da triangulação, o comprimento do meridiano de Paris,
entre o equador e o pólo, quando os franceses admitiram o metro como medida de comprimento:
a décima milionésima parte da distância entre o pólo e o equador. Disso resultou a medida do raio
equatorial com 6.378.160 metros e o polar 1/298,25 menor que aquele, determinando-se assim o
achatamento dos pólos. Dessa maneira, um círculo máximo da Terra teria 40.000 km, atualmente
40.074.249 m, medido com maior precisão.
Translação
É o movimento cíclico da Terra em sua órbita ao redor do Sol, ciclo que tem o nome de ano
tropical, a maior medida do tempo, iniciado precisamente no equinócio da primavera e dura 365
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16. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa
dias, 5 horas, 48 minutos e 45,7 segundos, sendo um pouco menor que o ano solar em virtude do
movimento de precessão. A translação é o movimento do qual resultam as estações e os climas da
Terra. O ponto da Terra mais próximo do Sol (ponto de maior insolação) desloca-se, entre os dois
trópicos, traçados na máxima declinação do sol (solstícios) ao norte e ao sul, passando por um ponto
intermediário alternadamente no sentido norte/sul (nó de descida) e sul/norte (nó de subida) onde
se dão os equinócios. Isso, mencionado anteriormente, origina as estações do ano e os climas do
planeta. No hemisfério mais iluminado, ou mais insolado, dá-se o verão, acarretando o inverno no
outro hemisfério. Ainda como conseqüência desse movimento, temos duas estações intermediárias:
o outono que segue o verão e a primavera que segue o inverno.
Geologicamente diz-se que o outono é o resfriamento de um dos hemisférios e a primavera
é o aquecimento do outro.
Assim, os climas na Terra acompanham essa estrutura geral:
• Clima tropical, onde as temperaturas são mais elevadas, estende-se na faixa dos 47º de
latitude norte e sul;
• Climas temperados, em duas faixas, entre 47º e 60º acima e abaixo do equador da Terra,
com sensível queda de temperatura e finalmente;
• Climas frios, entre esta latitude e os polos da Terra.
Os seres orgânicos, animais e vegetais, que habitam todo o globo, adaptam-se a esses climas
adquirindo qualidades e costumes de maneira a melhor preservar cada espécie.
Precessão
O eixo de rotação, de fato, não é fixo em um ponto da esfera celeste. Atualmente ele aponta
para a estrela Poláris da constelação da Ursa Menor (Fig. 3.22), e realiza um movimento circular
muito sutil que é chamado de precessão ou ano platônico. Este movimento do eixo desloca também
o plano do equador, alterando a posição do equinócio na direção do oeste, gastando 25.800 anos para
chegar de novo ao mesmo ponto. É importante para a confecção dos calendários, mas não é para
estudos geológicos.
Nutação
O quarto movimento da Terra é a nutação que é uma sinuosidade existente no movimento da
precessão, provavelmente devido à influência do movimento da Lua que é feito a um ângulo de 5,1º
fora da eclíptica, o qual desequilibra a precessão (Fig. 3.22).
Um ciclo completo da precessão dura 25.800 anos como anteriormente mencionado, e por
isso não é importante para estudos geológicos. A nutação completa um ciclo em 18,6 anos e é extre-
mamente sutil, perdendo também importância em estudos geológicos e por isso aqui abandonado.
Na Galáxia
O movimento da Terra na galáxia ocorre como um todo do sistema planetário inclusive o
Sol. A galáxia onde fica situada o planeta chama-se Via Láctea, a qual gira em torno de um eixo, e a
própria galáxia move-se também para alguma parte desconhecida e sem qualquer importância para a
espécie humana ou estudo geológico e por isso, também, aqui abandonado.
104
17. A Terra Um Novo Modelo
Movimentos Internos e Externos
Os movimentos do corpo do planeta são: internos, tanto do núcleo como do manto, e os ex-
ternos, radiais e tangenciais. Estarão melhor explicitados em capítulo sob o título de Tectônica.
A crosta da Terra é obviamente sólida e por isso é passiva, e por via de consequência não tem
movimentos próprios. Disso deduz-se que os movimentos da crosta são dependentes dos movimentos
internos ou do magma interior da Terra (Fig. 3.23). Isto significa que existem movimentos no manto
subjacente a ela; automaticamente significa também que o manto é fluido. Assim, os movimentos
externos, ou movimentos da crosta, são conseqüências dos movimentos convectivos do manto fluido
da Terra, os quais se verificam dentro de uma esfera. Desse modo, os movimentos divergentes da
crosta são conseqüências de movimentos divergentes de células convectivas dentro do globo.
Eles então provocam impactos entre dois segmentos da litosfera reunindo-os ao longo de
uma linha, a linha de convergência. Movimentos divergentes separam segmentos da crosta, tam-
bém ao longo de outra linha, a linha de divergência. As linhas de reunião e de separação da crosta
são as áreas sismicamente ativas do globo. Duas linhas contíguas sismicamente ativas limitam
uma área sismicamente estável ou sismicamente quieta (Fig. 3.24). Linha de divergência é a linha
central (rift) do Oceano Atlântico. Linha de convergência é a borda ocidental do continente sul-
americano.
Áreas convergentes: a área sul-americana e a área sudoeste do Oceano Pacífico. Essas áreas,
sismicamente quietas, se tocam nas linhas, margens ou bordas de convergência, que é uma linha
sismicamente ativa.
Finalmente, a borda ou margem divergente é a linha onde se formam as novas rochas basál-
ticas da litosfera. Borda ou margem convergente é o lugar onde as partes mais antigas da litosfera
basáltica se perdem para dentro do globo.
Geologicamente diz-se que o magma do interior do globo tem uma fase superficial, quando
se torna rígido, fazendo parte da litosfera como rochas oceânicas, voltando em seguida para o interior
do globo e ao seu estado fluido, magmático normal. Não há perda ou ganho de material, permane-
cendo o globo inalterado tanto em área como em volume. As rochas continentais jamais voltam a ser
magmática. Elas apenas flutuam ao sabor das correntes convectivas do manto.
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