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I Seminário da Terceira Idade
ESTSP
Maus Tratos e Negligência a
Idosos
José Ferreira-Alves
Universidade do Minho
Maus Tratos e Negligência aos
idosos
• Tende a ser um assunto subreferenciado pelas
vítimas na medida em que estas temem:
– A perda do cuidador mesmo sendo este abusivo
– Ficar só sem ter ninguém que o cuide
– Ser colocado numa instituição
– Perda de privacidade e de relações familiares
– Recriminações pelo alegado abusador
– Exposição pública e intervenção exterior
– Ninguém acreditar no abuso
– Ser responsáveis pelo comportamento abusivo
Definição geral de abuso ao
idoso
• Acto único ou repetido ou falta de acção
que ocorre no contexto de uma relação na
qual há uma expectativa de confiança e que
causa danos ou perturbações à pessoa idosa
Tipos de Abuso
• Abuso físico
– Uso da força física que pode resultar em ferimentos
corporais, em dor física ou em incapacidade. Punições
físicas de qualquer tipo
• Abuso Sexual
– Contacto sexual não consensualizado de qualquer tipo
• Abuso emocional ou psicológico
– Inflicção de angústia, dor ou aflição
• Exploração material ou financeira
– Uso ilegal ou inapropriado de fundos, propriedades ou
bens do idoso
Tipos de Abuso
• Abandono
– a deserção de ao pé de uma pessoa idosa por parte de um
indivíduo que tinha a sua custódia física ou que tinha
assumido a responsabilidade de lhe fornecer cuidados.
• Negligência
– recusa ou ineficácia em satisfazer qualquer parte das
obrigações ou deveres para com um idoso.
• Auto-negligência
– comportamentos de uma pessoa idosa que ameaçam a sua
própria saúde ou segurança. Estão excluídas situações nas
quais uma pessoa idosa mentalmente capaz (que compreende
as consequências das suas decisões) toma decisões
conscientes e voluntárias de se envolver em actos que
ameaçam a sua saúde ou segurança.
Prevalência do abuso ou maus
tratos
Prevalência do abuso ou maus tratos
• Dados do estudo de incidência de abuso de idosos
(EAIS, 1997)
– A negligência foi o tipo mais frequente de maus tratos
aos idosos (48,7%), seguido do abuso
emocional/psicológico (35,5%), abuso financeiro
(30,2%) e o quarto o abuso físico (26,6%)
– Os filhos eram os principais perpetradores com 47,3%
de incidentes relatados, seguidos dos cônjuges (19,3%),
outros familiares (8,8%) e netos (8,6%).
– Em quase 90% de incidentes de abuso e negligência, o
perpetrador foi um familiar, sendo que destes 2/3 são
filhos ou cônjuges
– As vítimas de auto-negligência estão normalmente
deprimidas, confusas ou extremamente frágeis
Prevalência do abuso ou maus tratos
– O risco de abuso aumenta em idosos com
demência (Dyer et al, 2000; Cooney &
Mortimer, 1995)
– Pacientes que foram abusados ou
negligenciados mais provavelmente são
diagnosticados com depressão (62%) e
demência (51%) contra quem não é abusado
(12% e 30% respectivamente) (Dyer e al.
2000).
– Cooney & Mortimer (1995) constataram uma
taxa de prevalência de abuso de pessoas com
demência, na ordem dos 50%
Factores de risco para o abuso
(Jones et al. 1995)
• Excessiva dependência do idoso para actividades
de vida diária
– Ressentimento do cuidador em dar muito e em receber
pouco
• O cuidador distante
– Pobre qualidade pré-mórbida da relação
– Pressões exteriores (emprego, família, finanças)
– Falta de suporte social
– Sobrecarga emocional
– Depressão
– Aumento das necessidades de cuidados de um familiar
demente
Factores de risco para o abuso
(Jones et al. 1995)
• História de violência familiar
– Abuso de crianças ou da esposa
• Psicopatologia do cuidador
– Abuso de substâncias
– Personalidade sociopática
– Hostilidade para com o idoso
– Autoritário e rígido para com os outros
• Dependência do idoso por parte do cuidador
– Alojamento, suporte financeiro
Factores de risco para o abuso
(Jones et al. 1995)
• Ambiente sócio-cultural
– Habitação inadequada
– Ressentimento e irritação do idoso sobre a
diminuição do estatuto dentro da família
– Personalidade exigente do idoso
– Sanções culturais contra a procura de ajuda fora
da família
Indicadores de Abuso (Reis, 2000)
• Cuidador:
– 1. Ter problemas de
comportamento
– 2. Estar financeiramente
dependente
– 3. Ter problemas mentais
/emocionais
– 6. Ter problemas de abuso
de álcool ou outras
substâncias
– 7. Ter expectativas
irrealistas
– 9. Não compreende a
condição médica do idoso
• Idoso
– 4. Foi abusado no passado
– 5. Tem conflitos
conjugais/familiares
– 8. Pouca compreensão da
sua condição médica
– 11. Sofre de isolamento
social
– 15. Falta-lhe suporte social
– 16. Tem problemas de
comportamento
– 18. É financeiramente
dependente
Indicadores de Abuso (Reis, 2000)
• Cuidador
– 12. Ter conflitos conjugais ou
familiares
– 13. Relação actual com o idoso
de baixa qualidade
– 14. Inexperiência na prestação
de cuidados
– 17. Acusador
– 24. Relação passada com o
idoso de baixa qualidade
• Idoso
– 19. Tem expectativas
irrealistas
– 20. Tem problemas de álcool
ou de medicação
– 21. Relação actual com o
cuidador de baixa qualidade
– 22. Tem ferimentos e faz
quedas suspeitos
– 23. Tem problemas
mentais/emocionais
– 25. Acusador
– 26. É emocionalmente
dependente
– 27. Não tem médico regular
Indícios de possíveis maus tratos
Hirsch, C. & Loewy, R. (2001)
• Gerais
– Cuidador de um idoso com défices cognitivos falta a
encontro marcado
– Cuidador não visita o paciente no hospital
– Relutância em responder a perguntas acerca de uma
descoberta física suspeita ou de doença
– Explicações vagas ou não plausíveis dadas pelo
cuidador ou pelo paciente para ferimentos
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Indícios de possíveis maus tratos
Hirsch, C. & Loewy, R. (2001)
• Sinais físicos suspeitos
– Múltiplas feridas ou feridas em diferentes estádios de
recuperação
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– Evidência de ferimentos antigos não documentados
previamente
– Nariz ou dentes partidos
– Evidência radiográfica de feridas antigas desalinhadas
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Indícios de possíveis maus tratos
Hirsch, C. & Loewy, R. (2001)
• Cuidador
– Baixo conhecimento dos problemas médicos do
paciente
– Excessiva preocupação com os custos
– Tentativas de dominar a entrevista médica
– Abuso verbal ou hostilidade para com o idoso durante o
encontro
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– Evidência de abuso de substâncias ou de problemas de
saúde mental
Indícios de possíveis maus tratos
Hirsch, C. & Loewy, R. (2001)
• A vítima
– Timidez para com o cuidador
– Relutância em fazer contacto ocular
– Diagnóstico de demência com história de problemas de
comportamento
– Na pessoa demente uma resistência não explicada ou
medo de contacto físico, de tirar as roupas, de ir ao WC
ou de lavar as partes íntimas
– Depressão, ansiedade, insónia
Sinais e Sintomas de Abuso
Abuso Físico Feridas, olhos negros, vergão, lacerações, marcas de cordas;
feridas abertas, cortes, suturas, feridas não tratadas em vários estádios de
recuperação; entorses, deslocamentos ou feridas /hemorragias internas; óculos
partidos, sinais de ter sido reprimido; descobertas laboratoriais de overdose de
medicação ou subutilização de medicamentos prescritos; o relato de uma pessoa
idosa de ter sido batida, esbofeteada, pontapeada ou mal tratada; uma mudança
súbita de comportamento da pessoa idosa; a recusa do cuidador em permitir visitas
à pessoa idosa
Abuso material/financeiro Mudanças repentinas nas contas bancárias ou
nas práticas bancárias; a inclusão de nomes adicionais na conta bancária da pessoa
idosa; retirada não autorizada de fundas da pessoa idosa usando cartões bancários;
mudança abrupta no testamento ou em outros documentos financeiros,
desaparecimento inexplicado de fundos ou valores valiosos; facturas não pagas
apesar de haver dinheiro; descoberta de falsificação da assinatura da pessoa idosa;
transferência súbita inexplicada de valores para alguém dentro ou fora da família; o
relato da pessoa idosa de que sofreu abuso financeiro
Sinais e Sintomas de Abuso
Abuso sexual Pisaduras à volta dos seios ou das áreas genitais;
doença venérea inexplicada ou infecções genitais; sangramento vaginal ou
anal inexplicado; roupa interior manchada ou ensanguentada; o relato de
uma pessoa idosa de que foi ameaçada ou violada
Abuso psicológico / emocional Estar emocionalmente
aborrecida ou agitada; estar extremamente afastada, não comunicativa e
não responsiva; comportamento não usual normalmente atribuído a
demência (por exemplo, sugar, bater, oscilar); o relato de uma pessoa
idosa de ter sido abusada verbalmente ou emocionalmente
Abandono Abandono de uma pessoa idosa no hospital ou num lar ou
outra instituição; abandono de uma pessoa idosa num centro comercial ou
outro lugar público; o relato de uma pessoa idosa de ter sido abandonada
Sinais e Sintomas de Negligência e
de Auto-Negligência
Negligência Desidratação, má nutrição, escaras não tratadas, pouca
higiene pessoal; problemas de saúde não vigiados ou não tratados;
condições de vida arriscadas ou não seguras (sujidade, roupa de cama
suja, cheiro...)
Auto-Negligência Desidratação, má nutrição, escaras não
tratadas, pouca higiene pessoal; problemas de saúde não vigiados ou
não tratados; condições de vida arriscadas ou não seguras (sujidade,
roupa de cama suja, cheiro...); condições de vida sem sanidade; roupa
inapropriada, falta de instrumentos de ajuda médica (óculos,
instrumento de audição); alojamento grosseiramente desadequado ou
sem alojamento
Teorias explicativas do abuso
• O modelo do stress situacional
– Os maus tratos são um fenómeno situacional que ocorre
quando se gera stress no cuidador especialmente por
incapacidade física ou mental da vítima, por baixas
condições sócio-económicas ou por falta de
competências de coping do cuidador
• A teoria da troca social
– O cuidador sentirá maior poder e menor recompensa na
relação e isso pode levar a qualquer tipo de mau trato
• Modelo da violência transgeracional
– o abuso dever-se-ia a uma aprendizagem ao longo do
desenvolvimento, dada pela observação e/ou
experiência de abuso ou maus tratos que se perpetuaria
assim de geração em geração
Teorias explicativas do abuso
• O modelo da violência bidireccional
– A violência e o abuso são um fenómeno
bidireccional praticado tanto pela vítima como
pelo cuidador
• O modelo da psicopatologia do perpetrador
– O risco de abuso está relacionado com as
características do abusador sobretudo de
aspectos da sua saúde mental

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2013

  • 1. I Seminário da Terceira Idade ESTSP Maus Tratos e Negligência a Idosos José Ferreira-Alves Universidade do Minho
  • 2. Maus Tratos e Negligência aos idosos • Tende a ser um assunto subreferenciado pelas vítimas na medida em que estas temem: – A perda do cuidador mesmo sendo este abusivo – Ficar só sem ter ninguém que o cuide – Ser colocado numa instituição – Perda de privacidade e de relações familiares – Recriminações pelo alegado abusador – Exposição pública e intervenção exterior – Ninguém acreditar no abuso – Ser responsáveis pelo comportamento abusivo
  • 3. Definição geral de abuso ao idoso • Acto único ou repetido ou falta de acção que ocorre no contexto de uma relação na qual há uma expectativa de confiança e que causa danos ou perturbações à pessoa idosa
  • 4. Tipos de Abuso • Abuso físico – Uso da força física que pode resultar em ferimentos corporais, em dor física ou em incapacidade. Punições físicas de qualquer tipo • Abuso Sexual – Contacto sexual não consensualizado de qualquer tipo • Abuso emocional ou psicológico – Inflicção de angústia, dor ou aflição • Exploração material ou financeira – Uso ilegal ou inapropriado de fundos, propriedades ou bens do idoso
  • 5. Tipos de Abuso • Abandono – a deserção de ao pé de uma pessoa idosa por parte de um indivíduo que tinha a sua custódia física ou que tinha assumido a responsabilidade de lhe fornecer cuidados. • Negligência – recusa ou ineficácia em satisfazer qualquer parte das obrigações ou deveres para com um idoso. • Auto-negligência – comportamentos de uma pessoa idosa que ameaçam a sua própria saúde ou segurança. Estão excluídas situações nas quais uma pessoa idosa mentalmente capaz (que compreende as consequências das suas decisões) toma decisões conscientes e voluntárias de se envolver em actos que ameaçam a sua saúde ou segurança.
  • 6. Prevalência do abuso ou maus tratos
  • 7. Prevalência do abuso ou maus tratos • Dados do estudo de incidência de abuso de idosos (EAIS, 1997) – A negligência foi o tipo mais frequente de maus tratos aos idosos (48,7%), seguido do abuso emocional/psicológico (35,5%), abuso financeiro (30,2%) e o quarto o abuso físico (26,6%) – Os filhos eram os principais perpetradores com 47,3% de incidentes relatados, seguidos dos cônjuges (19,3%), outros familiares (8,8%) e netos (8,6%). – Em quase 90% de incidentes de abuso e negligência, o perpetrador foi um familiar, sendo que destes 2/3 são filhos ou cônjuges – As vítimas de auto-negligência estão normalmente deprimidas, confusas ou extremamente frágeis
  • 8. Prevalência do abuso ou maus tratos – O risco de abuso aumenta em idosos com demência (Dyer et al, 2000; Cooney & Mortimer, 1995) – Pacientes que foram abusados ou negligenciados mais provavelmente são diagnosticados com depressão (62%) e demência (51%) contra quem não é abusado (12% e 30% respectivamente) (Dyer e al. 2000). – Cooney & Mortimer (1995) constataram uma taxa de prevalência de abuso de pessoas com demência, na ordem dos 50%
  • 9. Factores de risco para o abuso (Jones et al. 1995) • Excessiva dependência do idoso para actividades de vida diária – Ressentimento do cuidador em dar muito e em receber pouco • O cuidador distante – Pobre qualidade pré-mórbida da relação – Pressões exteriores (emprego, família, finanças) – Falta de suporte social – Sobrecarga emocional – Depressão – Aumento das necessidades de cuidados de um familiar demente
  • 10. Factores de risco para o abuso (Jones et al. 1995) • História de violência familiar – Abuso de crianças ou da esposa • Psicopatologia do cuidador – Abuso de substâncias – Personalidade sociopática – Hostilidade para com o idoso – Autoritário e rígido para com os outros • Dependência do idoso por parte do cuidador – Alojamento, suporte financeiro
  • 11. Factores de risco para o abuso (Jones et al. 1995) • Ambiente sócio-cultural – Habitação inadequada – Ressentimento e irritação do idoso sobre a diminuição do estatuto dentro da família – Personalidade exigente do idoso – Sanções culturais contra a procura de ajuda fora da família
  • 12. Indicadores de Abuso (Reis, 2000) • Cuidador: – 1. Ter problemas de comportamento – 2. Estar financeiramente dependente – 3. Ter problemas mentais /emocionais – 6. Ter problemas de abuso de álcool ou outras substâncias – 7. Ter expectativas irrealistas – 9. Não compreende a condição médica do idoso • Idoso – 4. Foi abusado no passado – 5. Tem conflitos conjugais/familiares – 8. Pouca compreensão da sua condição médica – 11. Sofre de isolamento social – 15. Falta-lhe suporte social – 16. Tem problemas de comportamento – 18. É financeiramente dependente
  • 13. Indicadores de Abuso (Reis, 2000) • Cuidador – 12. Ter conflitos conjugais ou familiares – 13. Relação actual com o idoso de baixa qualidade – 14. Inexperiência na prestação de cuidados – 17. Acusador – 24. Relação passada com o idoso de baixa qualidade • Idoso – 19. Tem expectativas irrealistas – 20. Tem problemas de álcool ou de medicação – 21. Relação actual com o cuidador de baixa qualidade – 22. Tem ferimentos e faz quedas suspeitos – 23. Tem problemas mentais/emocionais – 25. Acusador – 26. É emocionalmente dependente – 27. Não tem médico regular
  • 14. Indícios de possíveis maus tratos Hirsch, C. & Loewy, R. (2001) • Gerais – Cuidador de um idoso com défices cognitivos falta a encontro marcado – Cuidador não visita o paciente no hospital – Relutância em responder a perguntas acerca de uma descoberta física suspeita ou de doença – Explicações vagas ou não plausíveis dadas pelo cuidador ou pelo paciente para ferimentos – Uma história de “esperança no médico” – Tensão ou indiferença entre o cuidador e o paciente
  • 15. Indícios de possíveis maus tratos Hirsch, C. & Loewy, R. (2001) • Sinais físicos suspeitos – Múltiplas feridas ou feridas em diferentes estádios de recuperação – Feridas ou pisaduras em locais não usuais – Feridas com um padrão – Evidência de ferimentos antigos não documentados previamente – Nariz ou dentes partidos – Evidência radiográfica de feridas antigas desalinhadas – Níveis subterapêuticos de drogas – Paciente sem óculos, dentadura ou auxiliar auditivo
  • 16. Indícios de possíveis maus tratos Hirsch, C. & Loewy, R. (2001) • Cuidador – Baixo conhecimento dos problemas médicos do paciente – Excessiva preocupação com os custos – Tentativas de dominar a entrevista médica – Abuso verbal ou hostilidade para com o idoso durante o encontro – Hostilidade para com o prestador de cuidados de saúde – Evidência de abuso de substâncias ou de problemas de saúde mental
  • 17. Indícios de possíveis maus tratos Hirsch, C. & Loewy, R. (2001) • A vítima – Timidez para com o cuidador – Relutância em fazer contacto ocular – Diagnóstico de demência com história de problemas de comportamento – Na pessoa demente uma resistência não explicada ou medo de contacto físico, de tirar as roupas, de ir ao WC ou de lavar as partes íntimas – Depressão, ansiedade, insónia
  • 18. Sinais e Sintomas de Abuso Abuso Físico Feridas, olhos negros, vergão, lacerações, marcas de cordas; feridas abertas, cortes, suturas, feridas não tratadas em vários estádios de recuperação; entorses, deslocamentos ou feridas /hemorragias internas; óculos partidos, sinais de ter sido reprimido; descobertas laboratoriais de overdose de medicação ou subutilização de medicamentos prescritos; o relato de uma pessoa idosa de ter sido batida, esbofeteada, pontapeada ou mal tratada; uma mudança súbita de comportamento da pessoa idosa; a recusa do cuidador em permitir visitas à pessoa idosa Abuso material/financeiro Mudanças repentinas nas contas bancárias ou nas práticas bancárias; a inclusão de nomes adicionais na conta bancária da pessoa idosa; retirada não autorizada de fundas da pessoa idosa usando cartões bancários; mudança abrupta no testamento ou em outros documentos financeiros, desaparecimento inexplicado de fundos ou valores valiosos; facturas não pagas apesar de haver dinheiro; descoberta de falsificação da assinatura da pessoa idosa; transferência súbita inexplicada de valores para alguém dentro ou fora da família; o relato da pessoa idosa de que sofreu abuso financeiro
  • 19. Sinais e Sintomas de Abuso Abuso sexual Pisaduras à volta dos seios ou das áreas genitais; doença venérea inexplicada ou infecções genitais; sangramento vaginal ou anal inexplicado; roupa interior manchada ou ensanguentada; o relato de uma pessoa idosa de que foi ameaçada ou violada Abuso psicológico / emocional Estar emocionalmente aborrecida ou agitada; estar extremamente afastada, não comunicativa e não responsiva; comportamento não usual normalmente atribuído a demência (por exemplo, sugar, bater, oscilar); o relato de uma pessoa idosa de ter sido abusada verbalmente ou emocionalmente Abandono Abandono de uma pessoa idosa no hospital ou num lar ou outra instituição; abandono de uma pessoa idosa num centro comercial ou outro lugar público; o relato de uma pessoa idosa de ter sido abandonada
  • 20. Sinais e Sintomas de Negligência e de Auto-Negligência Negligência Desidratação, má nutrição, escaras não tratadas, pouca higiene pessoal; problemas de saúde não vigiados ou não tratados; condições de vida arriscadas ou não seguras (sujidade, roupa de cama suja, cheiro...) Auto-Negligência Desidratação, má nutrição, escaras não tratadas, pouca higiene pessoal; problemas de saúde não vigiados ou não tratados; condições de vida arriscadas ou não seguras (sujidade, roupa de cama suja, cheiro...); condições de vida sem sanidade; roupa inapropriada, falta de instrumentos de ajuda médica (óculos, instrumento de audição); alojamento grosseiramente desadequado ou sem alojamento
  • 21. Teorias explicativas do abuso • O modelo do stress situacional – Os maus tratos são um fenómeno situacional que ocorre quando se gera stress no cuidador especialmente por incapacidade física ou mental da vítima, por baixas condições sócio-económicas ou por falta de competências de coping do cuidador • A teoria da troca social – O cuidador sentirá maior poder e menor recompensa na relação e isso pode levar a qualquer tipo de mau trato • Modelo da violência transgeracional – o abuso dever-se-ia a uma aprendizagem ao longo do desenvolvimento, dada pela observação e/ou experiência de abuso ou maus tratos que se perpetuaria assim de geração em geração
  • 22. Teorias explicativas do abuso • O modelo da violência bidireccional – A violência e o abuso são um fenómeno bidireccional praticado tanto pela vítima como pelo cuidador • O modelo da psicopatologia do perpetrador – O risco de abuso está relacionado com as características do abusador sobretudo de aspectos da sua saúde mental