Eventos adversos em saúde, como infecções hospitalares, aumentam substancialmente os custos dos cuidados aos pacientes. Estudos estimam que entre 13-16% dos custos hospitalares são devido a eventos adversos. Prevenir eventos adversos é uma maneira eficiente de economizar recursos, mas seus impactos sociais são pouco estudados.
1. Curso: Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente Data: 24/05/2015
Aluno: Patricia de Souza Castro Turma:
Tatuapé
T3/14-QSSP-02-12
ATIVIDADE 11 – CONSEQUÊNCIAS ECONÔMICAS DE ERROS E EVENTOS
ADVERSOS EM SAÚDE – QUAL A IMPORTÂCIA DE CONHECER A
CONSEQUÊNCIA ECONÔMICA E SOCIAL DOS EVENTOS ADVERSOS – EAs.
INTRODUÇÃO
A segurança clínica como a minimização dos eventos adversos - EAs
atribuíveis ao atendimento recebido pelos pacientes, e potencialmente evitáveis,
tornou-se um componente essencial dos serviços de saúde de qualidade. A prática
complexa e a estrutura organizacional no cenário atual muitas vezes são fatores
associados à má qualidade e a problemas de segurança clínicas predisponentes
ao paciente e a todos os envolvidos no cuidado a saúde. Prova de seu impacto é o
esforço que vários países dedicam à análise dos riscos e causas da falta de
segurança e a implementação de estratégias para a segurança do paciente. Mais
recentemente, o foco centrou-se no impacto da falta de qualidade associado a
eventos adversos potencialmente evitáveis, em termos de despesas de saúde
também evitável.
Vários estudos têm avaliado o aumento dos custos hospitalares associados
a eventos adversos, portanto, neste capitulo propõe-se a avaliar o impacto
econômico da incidência de eventos adversos na assistência hospitalar e também
procura identificar as condições e procedimentos que os eventos adversos
2. representam um grande aumento nos custos e identificar aqueles com o maior
impacto sobre os custos dos cuidados hospitalares.
DESENVOLVIMENTO
A avaliação econômica em saúde parte da constatação que os recursos são
limitados e as necessidades inúmeras, obrigando a fazer escolhas, a tomar
decisões e a “sacrificar” umas necessidades a favor de outras. A economia é a
ciência das escolhas, e a saúde não escapa a esta realidade: mesmo na saúde, as
arbitragens são necessárias. Essa questão é ainda mais relevante se
considerarmos o aumento notável das despesas em saúde ao longo das últimas
décadas, e a expectativa para que esse aumento continue.
As decisões econômicas na área da saúde são mais complexas pela
predominância da saúde pública (SUS) onde não há flexibilização financeira; pelos
vários critérios que devem ser considerados para a tomada de decisão (qualidade,
eficiência, por exemplo); e pela dificuldade em quantificar custos e benefícios em
saúde. A medição de custos é um instrumento essencial para o apoio à decisão na
área da saúde. Assim, a medição dos custos dos eventos adversos é relevante por
duas razões essenciais, a prevalência desses eventos, demonstra o peso
econômico da doença para a sociedade e para o Estado, portanto, o seu caráter
tem que ser prioritário para as políticas de saúde; e a medição dos custos que os
Eventos Adversos - EAs representam para poder avaliar intervenções alternativas
que permitam reduzir os EAs.
Os custos dos EAs têm sido considerados em diversos estudos a nível
internacional. Estes estudos estimam que entre 13 e 16% dos custos hospitalares
são direcionados para os EAs.
3. Todos os estudos analisados demonstram que as lesões dos pacientes
associadas aos cuidados de saúde aumentam substancialmente os custos no
atendimento aos pacientes expostos a EAs.
A organização e a sequencia dos estudos analisados pretenderam ser
cronológicos, e demonstram indiferentemente da metodologia utilizada um
acréscimo considerável de custos no cuidado aos pacientes vitimas de EAs, que
podem ocorrer pelo aumento do tempo de internação, e consequentemente
aumento da taxa de permanência do leito.
Os estudos estimam ainda que a ocorrência de Infecção Hospitalar – IH é
considerado um evento adverso que mais causa mortalidade e também o que
demanda mais custo quando da sua ocorrência. Fazendo um paralelo com o
cenário da Instituição a que pertenço penso que essas estimativas referentes a IH,
deve-se além do aumento do tempo de internação e consumo de insumos, já ditos
anteriormente, devemos atentar que os antimicrobianos utilizados no combate
destas IH têm custos elevados e muito provavelmente tem alta representatividade
nesse custo. Cabe lembrar ainda que o uso inadequado de antimicrobianos além
de aumentar o desperdício pelo uso inadequado, pode acarretar resistência
microbiana, como o uso de antimicrobianos de novas gerações e mais caros, com
consequente aumento do tempo de internação, sendo assim um segundo quadro
de EA – resistência microbiana, relacionado a um primeiro quadro de EA – infecção
hospitalar. Esse é um efeito em cascata onde um evento leva a outro.
A ocorrência de EAs tem impacto elevado nas despesas de saúde e a nível
social. Várias estratégias foram identificadas na literatura para reduzir a incidência
de eventos adversos, relacionadas com atitudes individuais, gestão ao nível das
equipas ou mudanças organizacionais. A implementação dessas estratégias pode
4. ser realizada por meio da formação dos profissionais, técnicas de avaliação do
desempenho, colaborações multiprofissionais, incentivos financeiros, intervenções
dos pacientes, entre outros.
CONCLUSÃO
Analisando os estudos, que foram realizados nos EUA e União Européia, na
ocorrência de EAs há o aumento do tempo de internação e portanto do taxa de
ocupação do leito, com esse aumento do tempo dentro da unidade hospitalar o
paciente fica mais exposto a contrair infecções Hospitalares – IH, e por
conseguinte o aumento do consumo de insumos (materiais médicos,
medicamentos, sobremaneira antimicrobianos, e procedimentos complementares).
Diante de um aumento considerável desta permanência na internação, este fato
contribui para a superlotação já que os leitos demoram mais para serem
disponibilizados para novos pacientes.
Os impactos meramente sociais dos EAs são pouco estudados. Deve-se
levar em consideração a análise dos custos sociais relacionados com os EAs, que
permite estudar os custos na perspetiva da sociedade, é pouco abordada, mas
merece reflexão e cuidado especial. O cálculo dos custos sociais deve ter em linha
de conta com os anos de vida perdidos, as perdas de produtividade e o apoio de
familiares ou de terceiros aos pacientes.
Todas as formas de contabilizar os EAs apresentam fragilidades devido as
qualidade dos dados e de suas fontes.
Levando em consideração a crise mundial no qual nos encontramos; as
politicas econômicas recente que receberam cortes relevantes nos investimentos
em saúde, os custos dos EAs e em sua preveção não devem ser negligenciados,
5. ao contrários devem ser priorizados, pois a prevenção de eventos adversos é
claramente uma maneira eficiente de economizar recursos financeiros destinados
ao cuidado em saúde. Conhecer o impacto econômico e social dos EAs é
extremamente importante para a alocação de recursos para a prevenção da
ocorrência reduzindo a ocorrência de EAs, ao invés da aplicação nas ocorrências
de EAs.
Na convicção dos autores deste capitulo estudado e compartilhada
humildemente por esta aluna que a avaliação econômica e aplicação de
estratégias de intervenção, será uma das linhas de investigação mais promissoras,
para os próximos anos, no estudo dos eventos adversos, em particular, e da
segurança do paciente, em geral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Vincent C (2010) Patient safety. 2nd edition, Wiley Blackwell BMJ Books, p. 57
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232013000700018&script=sci_arttext
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452011000300022&script=sci_arttext
http://www.extranet.ead.fiocruz.br/criacao/qssp/QSSP-
PercursoAprendizagem/A11_L2cp2_cons_econ_erros.pdf
http://scielo.isciii.es/scielo.php?pid=S0213-91112014000100009&script=sci_arttext
6. ao contrários devem ser priorizados, pois a prevenção de eventos adversos é
claramente uma maneira eficiente de economizar recursos financeiros destinados
ao cuidado em saúde. Conhecer o impacto econômico e social dos EAs é
extremamente importante para a alocação de recursos para a prevenção da
ocorrência reduzindo a ocorrência de EAs, ao invés da aplicação nas ocorrências
de EAs.
Na convicção dos autores deste capitulo estudado e compartilhada
humildemente por esta aluna que a avaliação econômica e aplicação de
estratégias de intervenção, será uma das linhas de investigação mais promissoras,
para os próximos anos, no estudo dos eventos adversos, em particular, e da
segurança do paciente, em geral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Vincent C (2010) Patient safety. 2nd edition, Wiley Blackwell BMJ Books, p. 57
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232013000700018&script=sci_arttext
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452011000300022&script=sci_arttext
http://www.extranet.ead.fiocruz.br/criacao/qssp/QSSP-
PercursoAprendizagem/A11_L2cp2_cons_econ_erros.pdf
http://scielo.isciii.es/scielo.php?pid=S0213-91112014000100009&script=sci_arttext