O documento discute o feudalismo na Europa entre os séculos IX e XV. Resume que o feudalismo emergiu após as invasões bárbaras no Império Romano, levando à ruralização e fragmentação do poder. O sistema foi caracterizado por relações de suserania e vassalagem entre senhores e camponeses.
3. O Feudalismo pode ser visto
enquanto um sistema de produção a
partir do século IX, definido após um
longo processo de formação, reunindo
vários elementos de origem romana.
Muitos vêem nesse momento o
desenvolvimento da "Europa Cristã".
4. Origem do Feudalismo O senhor feudal As Invasões Bárbaras
Sociedade Importância do papel
O Império Carolíngeo
da Igreja
Economia
O século X
As Relações de Suserania e
Vassalagem
Ruralização O Colono
5. Com a decadência e a
destruição do Império
Romano do Ocidente, por
volta do século V d.C. (de
401 a 500), em decorrência
das inúmeras invasões dos
povos bárbaros e das
péssimas políticas
A partir do século V d.C., entra-se
na chamada Idade Média, mas o econômicas dos
sistema feudal (Feudalismo) imperadores romanos:
somente passa a vigorar em
várias regiões da Europa
alguns países da Europa Ocidental
a partir do século IX d.C.,
aproximadamente.
passaram a apresentar baixa
densidade populacional e
ínfimo desenvolvimento
urbano.
6. "Na sociedade feudal alguns rezam, outros guerreiam e outros trabalham"
O clero possuía grande importância no mundo feudal, cumprindo um
papel específico em termos de religião, de formação social, moral e
ideológica. No entanto esse papel do clero é definido pela hierarquia
da Igreja, quer dizer, pelo Alto Clero, que por sua vez é formado por
membros da nobreza feudal. Originariamente o clero não é uma classe
social, pois seus membros ou são de origem senhorial (alto clero) ou
servil (baixo clero).
O senhor era o proprietário dos meios de produção, enquanto os
servos representavam a grande massa de camponeses que produziam
A maioria dos livros de história retrata a divisão desta sociedade
a riqueza social. Cada feudo tinha sua moeda, leis, tecnologia e às segundo as palavras do Bispo Adalberon de Laon: "Na sociedade
vezes a própria língua(o tamanho dos feudos eram tão grandes que alguns rezam, outros guerreiam e outros trabalham, onde todos
não havia comunicação entre eles a não ser em caso de guerra, formam um conjunto inseparável e o trabalho de uns permite o
fazendo com que cada um tivesse um desenvolvimento diferente. trabalho dos outros dois e cada qual por sua vez presta seu apoio aos
outros".
Os servos tinham de pagar muitas taxas aos senhores feudais, como:
>>>> Corvéia: O servo deveria prestar trabalho gratuito ao senhor feudal.
>>>> Banalidade: Pagamento de uma taxa por utilizar os instrumentos do senhor feudal.
>>>> Capitação: Imposto anual pago por cada indivíduo ao senhor feudal.
>>>> Talha: Parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre.
>>>> Heriot: Taxa paga pelo servo ao assumir o feudo no lugar de seu pai que veio a morrer.
7. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco
utilizadas.
As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na
A economia economia feudal.
feudal baseava-se
principalmente na O feudo era a base econômica deste período, pois
quem tinha a terra possuía mais poder.
agricultura.
O artesanato também era praticado na Idade Média.
A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho
agrícola eram extremamente rudimentares.
O arado puxado por bois era muito utilizado na
agricultura.
8. Houve um grande retorno ao campo; a
ruralização da sociedade européia aconteceu no
início do feudalismo, pois o comércio foi
abandonado como principal atividade
econômica.
» Pequenas propriedades de terras
desapareceram; essas pequenas
propriedades se arruinaram
economicamente e foram
incorporadas às grandes
propriedades.
Os grandes proprietários de terra foram
ampliando seus poderes locais.
9. O senhor era o
proprietário dos
meios de produção,
enquanto os servos * Porém podiam
representavam existir outras
a grande massa de
situações *
camponeses que produziam a
riquezaA mais importante
social.
era o clérigo.
10. No mundo feudal não
existiu uma estrutura de O primeiro é a própria ordem
poder centralizada. vassálica, onde o vassalo deve
fidelidade a seu suserano; o segundo
é a influência da Igreja Católica,
Não existe a noção de única instituição centralizada, que
Estado ou mesmo de nação. ditava as normas de comportamento
“A social na época, fazendo com que as
leis obedecessem aos seus costumes.
Portanto consideramos o
poder como localizado, ou vontade
seja, existente em cada Dessa forma a vida quase não
feudo. De possuía variação de um feudo para
outro.
Apesar da autonomia na
Deus”
administração da justiça em
É importante visualizar a figura
cada feudo, existiam dois
do rei durante o feudalismo, como
elementos limitadores do
suserano-mor, no entanto sem poder
poder senhorial.
efetivo devido a própria relação de
suserania e a tendência á auto-
suficiência econômica.
11. O crescimento demográfico, observado na
Europa a partir do século X, modificou o
modelo auto-suficiente dos feudos.
Entre os séculos XI e XIII a população européia mais Em condições tão adversas, o risco de epidemias se
que dobrou. O aumento das populações impulsionou o transformou em um grave fator de risco. No século
crescimento das lavouras e a dinamização das XIV, a peste negra se espalhou entre as populações
atividades comerciais. causando uma grande onda de mortes que ceifou,
aproximadamente, um terço da Europa.
No entanto, essas transformações não foram
suficientes para suprir a demanda alimentar daquela Em condições tão adversas, o risco de epidemias se
época. Nesse período, várias áreas florestais foram transformou em um grave fator de risco. No século
utilizadas para o aumento das regiões cultiváveis. XIV, a peste negra se espalhou entre as populações
causando uma grande onda de mortes que ceifou,
aproximadamente, um terço da Europa.
A discrepância entre a capacidade produtiva e a
demanda de consumo retraiu as atividades comerciais No século XV, o contingente populacional europeu atingia
e a dieta alimentar das populações se empobreceu a casa dos 35 milhões de habitantes.
bastante.
12. O colono é o trabalhador rural, colocado
agora em uma nova situação:
Cada colono tinha a posse de seu lote de terra, não podendo
abandoná-lo e nem ser expulso dele, devendo trabalhar na terra do
senhor e entregar parte da produção de seu lote.
Nas regiões próximas à Roma a origem do colono é o antigo plebeu
ou ainda o ex-escravo, enquanto nas áreas mais afastadas é
normalmente o homem de origem bárbara, que, ao abandonar o
nomadismo e a guerra é fixado à terra.
A grande propriedade passou a dividir-se em duas grandes partes,
ambas trabalhadas pelo colono; uma utilizada exclusivamente pelo
proprietário, a outra dividida entre os colonos.
Dessa maneira percebe-se que a estrutura fundiária
desenvolve-se de uma maneira que pode ser considerada
Cada colono tinha a posse de seu lote de terra, não podendo como embrionária da economia feudal
abandoná-lo e nem ser expulso dele, devendo trabalhar na terra do
senhor e entregar parte da produção de seu lote.
Dessa maneira percebe-se que a estrutura fundiária desenvolve-se
de uma maneira que pode ser considerada como embrionária da
economia feudal
O colono é um homem livre por não ser escravo, porém está preso
à terra.
É importante notar que durante todo o período de gestação do
feudalismo ainda serão encontrados escravos na Europa, porém em
pequena quantidade e com importância cada vez mais reduzida.
13. Os povos “bárbaros”, ao
ocuparem parte das terras do
Império Romano, contribuíram
com o processo de ruralização e
O colapso do “Mundo Romano” com a fragmentação do poder, no
entanto assimilaram aspectos da
possibilitou o desenvolvimento de
diversos reinos de origem bárbara na organização sócio econômica
Europa, destacando-se o Reino dos romana, fazendo com que os
Francos, formado no final do século V, membros da tribo se tornassem
a partir da união de diversas tribos pequenos proprietários ou
francas sob a autoridade de Clóvis, rendeiros e, com o passar do
iniciador da Dinastia Merovíngea.
tempo, cada vez mais
dependentes dos grandes
proprietários rurais, antigos
líderes tribais.
14. Como explicar então a formação do feudalismo, se o
poder real é fortalecido? Primeiro a centralização deve ser
vista dentro do quadro de conquistas da época,
comandadas pelo rei, reforçando sua autoridade, mas ao
mesmo tempo, preservando o beneficium.
Com o Estado centralizado, a cobrança das obrigações
baseadas na fidelidade ainda são eficientes e esse função é
destinada aos “Missi Dominici” ( enviados do rei).
Segundo, a Igreja Católica já era uma importante
instituição, que, ao apoiar as conquistas do rei, referenda
sua autoridade e poder, ao mesmo tempo que interfere nas
relações sociais, como demostra o “Juramento de
Fidelidade” instituição de origem bárbara que passou a ser
realizada sob “os olhos de Deus” legitimando-a como
Durante o reinado de Carlos Magno (768 - representativa de sua vontade.
814), a autoridade real havia se fortalecido,
freando momentaneamente as tendências No entanto é importante perceber as contradições
descentralizadoras. existentes nesse processo: a Igreja construiu sua própria
autoridade e como grande proprietária rural tendeu, em
vários momentos, a desvincular-se do poder central.
15. O incentivo aos laços de
vassalagem num primeiro
momento fortalecia o poder
As relações de subordinação real, pois direta ou
desenvolveram-se desde o século V, no indiretamente estendia-se a
entanto foi durante o reinado de Carlos toda a sociedade, no entanto,
Magno que tomaram sua forma mais com o passar do tempo o
desenvolvida. resultado tornou-se oposto na
medida em que as relações
pessoais foram reforçadas,
diminuindo portanto a
importância do Estado.
16. • Quero agradecer a todos que viram
esta apresentação, espero que tenham
desfrutado deste trabalho. Obrigado
prof. Patrícia, por assistir!