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Fundação Juquira Candiru Satyagraha – Série Diálogos para Estudantes e Camponeses
SAL & OURO, RODAS & BANDAS,
AGROENERGIA E BIOPODER CAMPONÊS
Na escola aprendemos que o símbolo nacional, a bandeira, tem
um retângulo verde, que representa as "matas" e o losango
amarelo, as "riquezas". Isso é dissociação, pois o verde
significa a cor da casa real portuguesa de Bragança e, a cor
amarelo, a casa real austríaca dos Habsburgs. Este símbolo foi
criado pela imperatriz Leopoldina, austríaca, em 2 de setembro
de 1822, cinco dias antes da independência, proclamada pelo
seu marido, português. O difícil é entender o diamante amarelo dentro do todo bragantino.
Autopoiese e energias associativas constroem autenticidade.
Por Sebastião Pinheiro
Conferência proferida em Cualtla, México, 1999.
Edição e atualização Oliver Naves Blanco
Brigada Pedagógica Matéria Viva, São Paulo.
Fundação Juquira Candiru Satyagraha
Inverno, julho de 2020.
1. Os nômades na pré-história pintavam a silhueta dos
animais desejados para facilitar o trabalho de sua
caça, pois necessitavam garantir sua sobrevivência. O
filósofo F. Engels em um manuscrito, muitas vezes
anexado à "Dialética da Natureza" que o trabalho
transformou o macaco em ser humano. Eles
pintavam, organizavam e realizavam uma mística.
Isto levou ao desenvolvimento da consciência
coletiva. Não há ETNOAGRICULTURA sem
ela, mas o mercado a prescinde.
2. Com o aumento da população a preocupação
cresceu e em sua evolução os humanos decifraram o
enigma do clima por meio do calendário.
3. Conquistaram a terra, domesticaram as plantas e
animais para sua alimentação e necessidades,
construindo poder, riqueza, cultura e felicidade.
4. O pintor haitiano Louis Loussaint nos trouxe esta mãe,
primeira soberania alimentar de seu bebê, situação fruto da
evolução das espécies. Logo o mexicano Diego de Rivera
nos presenteou com o menino Ignácio Sanchez que atendia
aos chamados de sua mãe à merenda, repetindo, como fazem
todas as crianças “curau, pamonha, biju”, sua segunda soberania
alimentar.
5. Imaginamos os sacrifícios de uma mãe em busca de alimento na
natureza para suas crianças e novamente Diego de Rivera nos traz "La
noche de los pobres", quando hoje as camponesas no Brasil têm sua
primeira renda aos 55 anos quando podem se aposentar. As demais mães
latino-americanas nem isso têm, por que a economia não considera
trabalho a educação, criação e autoabastecimento
familiar.
6. As crianças crescem e as sociedades evoluem.
7. A humanidade para trabalhar inventa máquinas. Uma
das mais antigas é a "roda", que evoluiu através dos
tempos. A roda foi o grande avanço, não só na agricultura,
também para a civilização, pois ela permitiu conquistar
mais território, trabalhar maior espaço e transportar seus
produtos, alimentos e instrumentos com maior rapidez.
Somos uma sociedade de tempo e espaço, onde a velocidade é a razão entre o espaço percorrido e o tempo gasto
(v=e/t). Já o trabalho é medido fisicamente através do produto da distância pela força gasta para realizá-lo
(T=e.f). Recordamos aqui uma importante equação Tc = Tn ≠ Ti (Tempo do camponês que é igual ao Tempo
da natureza, e diferente do Tempo industrial).
No entanto, houve civilizações que conheciam a roda, mas não a utilizavam e possuíam uma agricultura
complexa, fascinante e sofisticada que deu lugar a cultura e ciências avançadas, enigmáticas, ainda, em nossos
dias (entre os maias inventaram o zero). Por que razão elas não utilizavam a roda?
Talvez vissem a roda como energia dissociável, prejudicial à sociedade,
cultura e poder. A roda distancia, debilita e dissocia as
relações em uma comunidade, principalmente na
camponesa? Faço como pergunta para uma maior reflexão, pois em
quíchua se desconhece a palavra "fome" com o sentido político do
termo para as Nações Unidas e Organismos Multilaterais.
O operário na indústria, também, trabalha sobre uma "roda" chamada de
linha de montagem.
A organização torna possível tanto na etnoagricultura quanto nas linhas
de montagem fazer uma reversão da roda e criar as Bandas de Möbius.
Ela se renova, por dentro e por fora e não permite que se distancie os
valores de interesse da sociedade e camponeses. É possível interpretar
que, com o uso da roda, se podia aumentar a devastação da natureza e
população e torná-la dependente de uma agricultura e sociedade distantes
criando relações novas de dependência política e climática indesejáveis.
Estas dissociações em cadeia destroem os alicerces da cultura. Ou seja,
um impacto benéfico no imediato, mas catastrófico a longo prazo. Esta
observação contém a sabedoria que vai muito além do conhecimento e se
soubermos a diferença entre uma e outro, podemos perguntar:
Por que razão perdemos a acuidade e capacidade de
pensar, discernir e agir?
9. Quando alguém menciona alternativas para a agricultura
industrial, lembro-me do Sal, Cloreto de Sódio que é evaporado da
água do mar ou lavado nas minas (Cuzco/PERU e
Ixtapa/MÉXICO), graças ao Sol. Sal e Sol formam a identidade do
trabalhador/camponês no desenvolvimento, evolução e
diversidade da Vida, neste planeta vivo.
10. Flavius Magnus Aurelius Cassiodorus, um escritor romano do Século V de nossa
Era disse: “Existem alguns homens que não necessitam de ouro, mas não há
aquele que prescinda do sal de Sol a Sol”. Isto justifica a autopoiese e o
metabolismo, de Maturana e Varela. A autopoiese é a auto-regulação dos sistemas,
aparelhos, órgãos, tecidos e células dos seres vivos, que os geram, recuperam e
renovam. Metabolismo é o conjunto de etapas da transformação de energia
essencial à vida e sua qualidade.
Que é a Vida? Foi a pergunta de Erwin Schroedinger ao
paradigma dominante do tempo de Liebig, que decifrava o enigma da morte. Tudo
mudou para a humanidade, mas não para o poder. Ele não utiliza sal, somente ouro. É
insaciável ao ouro como os conquistadores.
O sal é tão importante à vida que nos deu o salário, forma primitiva de remunerar a "força
de trabalho", ainda válida em nossos dias, mas para o poder é necessário acumular ouro.
11. Os economistas adoram falar da
"Caravana do Sal" através do Saara (12.) para
justificar escassez, oferta, procura, alma de sua
ciência de acumular ouro. (13.) Os sais são
indispensáveis para a agricultura e todos os
seres vivos sempre, por isso nos sentimos bem
quando vamos ao mar, rejuvenescemos ou re-
harmonizamos a autopoiese e o metabolismo.
14. O geoquímico ambiental russo Vernadsky disse:
“Os seres vivos são sais animadas; quanto
mais evoluídos maior a necessidade de
elementos minerais em seus biociclos”.
Darwin avançou na teoria da evolução das espécies, graças aos vulcões de
Galápagos. Os antropocentristas dizem que os seres humanos estão na
cúpula da evolução, mas isso não significa que os outros não evoluíram.
Dependemos hoje, do microcosmo que reativa e sincroniza
Carbono, Nitrogênio, Oxigênio, Enxofre, Fósforo e muitos
outros ciclos de forma integrada e crescente, tanto como antigamente, mas só é percebido por quem
compreende a soberania alimentar.
Pedimos licença para a primeira reflexão: - Sendo o sal indispensável sob o Sol, ninguém deveria
viver sem salário ou estar desempregado, já que estamos em uma conversa com estudantes e
camponeses. É que a agroecologia financeira não leva em consideração a autopoiese
orgânica e espiritual do trabalhador e ambiente. Desta reflexão extraio: - Sendo o alimento
essencial para a vida, poderia existir Fome? Com a perspicácia indispensável, ofereço as
tabelas sobre o desenvolvimento da Fome através das próximas três décadas...
15. Recorremos a Gandhi, que em sua luta pela liberdade política na Índia,
ignorou o monopólio econômico do sal, imposto pelos ingleses e fez que toda a
população o acompanhara ao mar na Marcha ao Sal.
Muitos jovens e velhos não conseguem entender termos como: sacrifício,
comodidade ou salário, pois cada vez mais cobiçamos somente o ouro. Em
contra ponto a comodidade é um elemento chave na crença e economia,
principalmente pela fascinação, estupefação e satisfação. Até criamos
“tecnologias” e dogmas para desenvolver estas “ciências” que fascinam e
conformam.
Hoje, o sal e os fertilizantes químicos solúveis têm
aditivos para não ficarem úmidos, têm enriquecimentos
com outras substâncias Magnésio, Cálcio, minerais
traços, sub-traços e Terras Raras como o Samário e
Gadolínio, por isto os sais possuem patentes industriais.
Não são mais os mesmos da época de Gandhi. Os
homens urbanos e camponeses serão? E a natureza como
fica, quando poder ser transformada em ouro? Esta é outra
reflexão, quando o monopólio mundial do sal está sob a tutela da Cargill,
dentro da cadeia de agronegócios desta gigantesca corporação
transnacional.
[Reflexão Blanco, O. – Uma nova Marcha pela Farinha de Rocha
como direito pátrio a todos/as no Brasil em sublevação camponesa deve
acontecer pelo aumento da consciência cidadã da importância do
Biopoder Camponês, do solo fértil, do território (bio-regiões), pela
veracidade dos 150 anos de erosão dos solos, desmineralização dos
alimentos e exangue de nosso povo secularmente desviados por
propagandas enganosas do atual modelo dominante de agricultura
industrial/biotecnológica, Agronecrócios.]
16. Agora, posso introduzir Aristóteles em nossa
conversa, pois ele faz mais de 25 séculos determinava
que as coisas tinham dois valores: um econômico e o
outro crematístico. Sendo o primeiro determinado
pelo valor utilidade, uso e o segundo pelo valor monetário que alguém está disposto a pagar
e pode trazer incluídos a cobiça e o poder. Em nossa realidade, invertemos os valores ou
desconhecemos o que significa crematística, pois alguém lucra com a desinformação
e tudo é:
“A corrida ao Ouro”.
É assim desde os babilônicos: Os recursos da natureza cada dia mais e mais se transformam
em bens da economia, mas a percepção não alcança a todos por igual, logo temos uma
economia na Inglaterra e outra na Índia, pois são diferentes o valor do preço e arte e ciência
de cada sociedade.
17. Somos uma sociedade onde se destrói a natureza com represas, transposições de rios, aterros de mangues,
devastação de selvas e bosques criando fatores crematísticos importantes que não têm nada de busca ao sal,
imprescindível à vida, saúde e agricultura.
A natureza é um valioso recurso crematístico no interesse das elites locais e transnacionais, que pressionam o
Banco Mundial para que indique aos governos o que devem fazer, e é por isso que a Coca-Cola pode vender
água potável, da torneira com a marca DASANI, como mineral, e fazer venda casada com os seus refrigerantes
e cervejas sem que ninguém possa questionar.
Isso é repetido pela Nestlé, que tem a experiência
de haver substituído a soberania do leite materno
pelo leite-em-pó, que custa o ouro e leva o
salário. Faz o mesmo com os gostos de Ignácio
Sanchez e outras crianças com comidas prontas e
comportamentos como os da novela "Rebeldes" da
televisão. Também na agricultura industrial este
tipo de agricultura começa a ocupar o seu espaço,
como agricultura orgânica industrial ou
agroecologia. Não satisfeitos, avançam, agora
sobre a água, alimento imprescindível. Vendem
água deionizada e remineralizada "PURE LIFE",
pois o que interessa ao governo é o imposto arrecadado e às empresas as fórmulas registradas e patenteadas de
sais industriais agregadas que dão a água a função de ser veículo com uma escala de produção industrial
impossível de ser encontrada na natureza, facilitando a escala de transição.
A água como sempre, continua sendo indispensável, mas é alterada e está mais cara que a gasolina ou leite
fresco, que por sua vez não tem valor para o agricultor que o produz e é caro para o consumidor que o necessita
de Sol a Sol.
19. Pedimos licença para repetir uma pergunta simples que o professor S. Pinheiro faz por todas as partes:
Qual a diferença entre o leite em pó e o leite materno?
20. Por mais respostas dadas e damos razão a todas elas, não é a resposta que desejamos, que é: O leite materno
tem valor, mas o leite em pó tem preço. Então, voltamos à economia aristotélica desaparecida e substituída pela
crematística, com o nome de economia globalizada. A grande diferença entre o patrimônio da evolução e o bem
econômico industrial está, ainda hoje, em que o primeiro não pode ser comprado na Índia, mas já é comprado
nos EE.UU., Inglaterra ou Japão.
Desculpem, não é cinismo, mas necessitamos que entendam: Nas ditaduras submissas houve quem via a questão
de estar contra a tecnologia do leite-em-pó, responsável por mais de 10 por cento da riqueza suíça, como
antitecnologia. Não é isso. O leite-em-pó não é o problema.
21. O problema é a água de má qualidade misturada com o leite em pó que causa diarreias e as epidemias de
mortes infantis nas décadas de 40, 50, 60, 70, 80 e 90, que recebiam o nome de desidratação obrigou aos
organismos multilaterais a criarem um serviço contra as ações crematísticas da Nestlé.
Não vamos esquecer que os médicos aprendiam e recomendavam nos postos de
puericultura que as mães dessem o leite em pó por ser mais completa e isto era
mais que uma política educacional ou industrial nacional, era uma política pública
internacional superior aos governos, que recolhiam mais impostos, inclusive nos
tratamentos hospitalares nas epidemias de desidratação ou seja uma ideologia
econômica. O pior é que a tecnologia do leite em pó não utilizava leite humano
senão leite de vaca, que pode ser bom para a autopoiese do bezerro. Sim, a
tecnologia pode ser cínica.
22. Pelo ambiente onde estamos, aproveito a licença
concedida e pergunto: Quem inventou e patenteou o
leite em pó? E respondo: - Foi Justus von Liebig, o
pai dos fertilizantes químicos solúveis, que tanto lucro traz
às empresas e contaminação provoca nos lençóis freáticos,
desgraça à saúde e a água por todo o mundo, por seu uso
obrigatório e assim ensinados, estudados, investigados e
louvados.
Mas, agora, por existir sucedâneos com maior parcela de
tecnologia agregada, está condenada à lata do lixo como ultrapassados, para
um novo nicho de mercado de tecnologia de ponta da biotecnologia com
suas bactérias, micorrizos e algas comercializadas como inóculos de alto
valor, fascinação, estupefação e satisfação. A ciência conforta, mas a
arte desperta.
23. Podemos pensar que "nossa natureza" como gostam de dizer os militares
tem suficiente autonomia para sustentar as decisões de nosso interesse, mas
não é assim. A ordem internacional do GATT disciplinou a bilateralidade e
vimos a devastação como progresso e desenvolvimento, mas logo trouxe
a necessidade de controle da contaminação, uma nova
"corrida ao ouro".
No momento em que a biotecnologia alcança os genes, vemos que agora, a
nova ordem da OMC disciplina a ciência e tecnologia oriunda desta natureza
que estão em nosso território, mas tem preço, conforme os interesses
industriais hegemônicos, através do financiamento dirigido, currículos universitários pré-determinados por
transnacionais e políticas públicas heteronômicas, promessas de ouro.
Sabedorias camponesas conhecidas desde a época do descobrimento foram relegadas e desprestigiadas, mas
agora são transformadas em tecnociência para a biologia molecular, por sua capacidade de gerar ouro.
De outra parte, só agora viemos saber o que significa "externalidades econômicas e ambientais"... e
as tecnologias antipoluição são financiadas pelo Banco Mundial e Organismos Multilaterais, que dão à
crematística para que se compre a tecnologia de seus associados e isto parece estar correto para a economia.
Logo, a ditadura militar foi para a lata do lixo por ser um serviço ultrapassado e não por
nossa evolução política?
Hoje, os serviços são mais importantes, na economia,
que as matérias primas, pois o que antes na natureza
era uma riqueza não tem valor se não há um serviço
industrial que certifica sua origem.
É assim que um diamante africano, asiático ou
americano não pode ser comercializado sem o serviço
de certificação que é holandês, sul africano, israelense
ou norte-americano. Nós nem sabemos o que isto
significa, estamos preocupados em discutir a
economia do meio ambiente ou trazendo a natureza
como segmento ou nicho de mercado da economia
periférica e heteronômica. O mesmo ocorre com a agricultura, alimentos e artesanatos. O alimento natural
existirá para aquele que tenha mais prata. Imaginemos Louis Loussaint ou Diego de Rivera pintando o que o
bebê e Ignácio Sanchez gritarão ao acudir o chamado de suas mães no futuro: “Big Mac”, “Kentucky Chicken
Inn”, Habib´s, Aple pie”...
Desculpem, porém não há espaço para a ingenuidade. Os serviços de certificação de alimentos são
traídos pelas Ajudas Técnicas Internacionais e Organismos Multilaterais que estão na
"Corrida do Ouro".
24. Estabeleceu-se um divórcio entre a agricultura e a agronomia "com a utilização da roda", cada dia mais
manipulada e tratada como negócio especulativo, momentâneo, sem sabedoria ou bases científicas, somente
consumo de tecnologias trocáveis conforme os interesses mercadológicos da Casa de Windsor, Fundação
Rockfeller, Fundação Bill e Melinda Gates e outros de menor expressão.
Naquelas agriculturas, onde a "roda" permitiu o uso de utensílios e animais, houve a evolução diferenciada entre
os que desenhavam, fabricavam e comercializavam rodas e os que copiavam, compravam e apenas usavam-nas.
Posterior a esta mecanização simples veio a
motorização, novamente dentro da dicotomia
anterior, embora muito mais acentuada e
estratificada, com o emprego de energias
externas e combustíveis, e, estruturou maiores
relações de poder, com a criação de uma
indústria de insumos militares
disfarçados em agrícolas, na mesma
medida que retirava decisão, riqueza,
complexidade e sofisticação do agricultor e
agricultura, pois sua transformação em segmento
dependente da indústria fortalecia a economia
dicotômica: as primeiras com autonomia e as
outras com heteronomia.
Não podemos perder de vista que a natureza é o berço físico, original e espacial da agricultura, que expande
paulatinamente em todos os sentidos, desde as mais antigas formas de extrativismo e troca, talvez sendo por
isso considerada "como os meios de produção" e "invariável" nos escritos filosóficos e políticos do início do
ensino da agronomia, mecanização e motorização.
Para eles o interesse maior é controlar o tempo de todos. Para marcar o tempo na
antiguidade se utilizava o relógio de areia (ampulheta).
O relógio de areia é uma máquina simples como a roda e a linha de montagem.
Nele a areia ao passar pelo buraco central cai, marca o tempo, mas pela gravidade
transforma energia (gera trabalho). A areia que repousa, no fundo, não tem mais condições
de gerar trabalho, sendo necessária virar o relógio (energia externa) para voltar a marcar o
tempo e gerar trabalho.
Vamos atualizar nosso relógio e substituir os grãos de areia por grãos de Sol (fótons). Seu
funcionamento continua o mesmo. Os grãos de Sol caem sobre os seres vivos e gera
trabalho para as funções essenciais dos indivíduos na NUTRIÇÃO -
REPRODUÇÃO - PROTEÇÃO, que transforma a energia. Energia que se
transforma em plasma na autopoiese e metabolismo, que é inerente à Vida.
O Sol, no grande relógio que é o planeta não necessita de uma mão invisível (Adam
Smith) de ajuda externa, para virar o relógio, pois a cada dia altera sua posição no ciclo
"perpétuo" de rotação faz mais de 4,6 bilhões de anos, desde então cada vez aprofundamos
mais nas adaptações no interior da célula, como no anel de Möbius, gerando uma
transformação de energia associativa, enriquecedora e evolucionária no microcosmo, na
fertilidade do solo e constituição da matéria orgânica. O mesmo ocorre com as três funções
essenciais acima a cada um e todos os seres, ecossistemas e biomas, quando se transforma
em maior certeza e adaptação no código genético inserido nas sementes.
Os grãos de Sol que passam pelo buraco no relógio de areia geram sementes e reservas de
energia. A energia contida em uma mesma semente é diferente segundo a sua finalidade,
seja para a germinação ou para a transformação de alimentos, mas uma ou outra traz a sua
identidade com o solo ou com o indivíduo que dela se alimenta, através da memória
incorporada da nutrição ou reprodução, pois a semente não é como a “roda” que distância
e isola, ela se aperfeiçoa e traduz isso na identidade e certeza na autopoiese e metabolismo
plasmado nas células, código genético cada vez mais entrópico, até o próximo “salto
dissipativo”, sua consequência.
As empresas desejam introduzir seu gene criado, que é garantia de ouro através de
patentes e serviços, porém para o camponês isto significa o leite-em-pó que custa
dinheiro.
O gráfico é claro: quando utilizo agrotóxicos, adiciono energia externa ao interior do ser
vivo e suas repercussões ocorrem também sobre a NUTRIÇÃO –
REPRODUÇÃO, tanto nas plantas quanto nos animais. Um interfere sobre dois e,
idem se repete ao agregar fertilizantes solúveis ao solo, que impacta sobre a
PROTEÇÃO - REPRODUÇÃO. Não é diferente quando usamos “sementes da
roda industrial”, há repercussões sobre NUTRIÇÃO – PROTEÇÃO. Agora
podemos entender as armadilhas e artimanhas das indústrias, pois ganham nas três
atividades ao alterar somente um dos elementos essenciais e isso distanciava cada vez
mais do retorno ao ponto de equilíbrio.
Reproducionismo Holismo
É necessário um parêntese para entender as sementes transgênicas. Vamos utilizar a metáfora da terceira
hélice do DNA. O impacto de uma função sobre as outras duas, é como a “roda” ou “linha de montagem”,
repetimos, afasta e isola. Através da banda de Möbius a energia associativa conflui e traz de volta o equilíbrio
plasmado no código genético (proteoma).
O exemplo das abelhas é muito didático: Todos os ovos de uma
colmeia são postos pela mesma rainha. Quando não fecundados,
são praticamente clones e dão origem a operárias que são
estéreis. Entretanto ao alimentar estas larvas após o nascimento
com geleia real, elas se transformam em rainhas e são férteis. A
alteração alimentar (ambiental) muda o tipo de ser...
Podemos interpretar que o segredo não está nos genes que as
empresas podem comercializar, mas no ambiente que somente
os agricultores e comunidades possuem e podem manejar. Por
isso ao longo do tempo desenvolvem através da Banda de
Möbius toda a sua agricultura, desde o solo à imunidade das plantas e animais, passando pela sua autoestima e
de sua comunidade.
Se quisermos entender a “roda” sem metáforas podemos trazer a Doença da Vaca Louca ou Encefalite
Espongiforme Bovina, BSE por sua sigla em inglês. Na década de 70 a tecnologia britânica para baratear custos
começou a utilizar os restos de carcaças de ovelhas que haviam morrido com uma doença: “scrapie”. Esta
farinha de carne de ovelha tinha todas as condições de higiene e era controlada em sua qualidade antes de ser
administrada às vacas de leite e novilhos confinados na Grã Bretanha.
Mais de duas décadas depois começaram a surgir os primeiros casos
de BSE no rebanho bovino da Ilha, sem que se encontrasse um
agente infeccioso.
O cientista norte-americano Stanley B. Prusiner, prêmio Nobel
de Fisiologia e Medicina em 1997, havia descoberto, em 1982 que
produtos de células doentes poderiam transmitir características sem
a presença ou intervenção de DNA e RNA ou qualquer outro
elementos similares aos ácidos nucléicos. Assim, ele identificou as
“proteinaceous infectiosus” - proins – então, construiu o anagrama:
“príons”, proteínas modificadas que causam enfermidades. Na Nova
Guiné tribos de antropófagos haviam sido extintas por seus hábitos
de comerem cérebros humanos contaminados com príons na metade
do século XIX.
A BSE sobre a “roda industrial” evoluiu lentamente
na Europa e mundo chegando à condição de
epidemia. Ela, vinte e cinco anos, alcançou sua
variação, “mutação” ou “adaptação-proteômica” e
por meio de uma “estrutura dissipativa” começou a
atacar o cérebro humano com o nome de Doença de
Jacob-Creuzfeldt, obrigando os europeus a
utilizarem as verduras, hortaliças e frutas como
Banda de Möbius para retornar à saúde.
Quanto aos antibióticos, foram uns dos principais
avanços tecnológicos nos meados do Século XX e
podemos dizer que decidiram a Segunda Guerra
Mundial, no Pacífico. Contudo, este elemento de
proteção e defesa produzido pelos microrganismos,
agora é a principal fonte de contaminação ambiental
por sua estabilidade. Os físicos afirmam: “O mundo
é um caldo de antibióticos (tetraciclina)”. Contudo, não há acúmulos na natureza das moléculas naturais de
antibióticos produzidas pelos microrganismos, ao passo que as alterações imunológicas provocadas pelos
antibióticos sintéticos levam à exasperação as autoridades de meio ambiente e saúde, por meio de "saltos
dissipativos" similares ao ocorridos com a BSE.
Isto demonstra as diferenças entre a natureza e indústria e consequências de seus impactos e variabilidades.
É interessante que a natureza e os meios de produção são invariáveis, pois nada mais são que a transformação
da energia do Sol, responsável em última análise pela criação da matéria orgânica – viva – com seus ciclos
evolutivos definidos e próprios, além de haver criado todas as formas de energia existentes no planeta.
Se estudássemos a fertilidade do solo veríamos no tempo e espaço formas invariáveis e sincronizadas dos
ciclos de autopoiese e metabolismo deste processo. Os seres vivos se reproduzem armazenando energia do Sol
transformada em matéria.
Semente é a menor quantidade de matéria que contém a maior quantidade de energia, por isso as sementes são
energia viva que alimenta a todos os seres vivos “invariavelmente”. Isto depende da facilidade em transportar,
maiores quantidades com maior velocidade a maiores distancias. Voltemos à sabedoria antiga que percebe a
diferença entre maior produção e maior acesso aos alimentos (Sol transformado).
25. Quando se inicia o plantio de eucalipto na América Latina,
os bancos ingleses, holandeses e nacionais ficam excitados com
as perspectivas de ganhos com o “Protocolo de Kyoto”.
26. Do total de dinheiro para o Protocolo, apenas
12 a 16% chegará ao país, o restante fica nas
sedes como consultorias, serviços e
planejamentos (WWF), logo não é solução para o
clima, nem sal, é ouro em pó, perdoem a picardia.
27. Não estamos preocupados com as
corrupções internacionais para serviços e
ocupação de terras de classe I, II, III e IV com
eucaliptos contratados com preços de hoje, mas
para ser entregue dentro de seis a sete anos para
o subministro subsidiado garantindo matérias
primas para as indústrias de celulose e
nanofibras das coroas inglesas e escandinavas,
que jogam com as fronteiras nacionais
obsoletas dos estados ultrapassados para obter
matérias primas subsidiadas a mais baixo preço.
Isto é competitividade ou transação em escala
monopólica. Ela é chamada de Poupança
Florestal, mas sua finalidade de “inteligência”
é expulsar os mais velhos para a periferia das
cidades afastando-os da produção de alimentos
e matérias primas pulverizadas.
Isto não foi pensado hoje, mas já há muito tempo. Se eu vivesse na União Européia dos anos 80 saberia disso e
como o Oxigênio gerado pelos eucaliptais, aparentemente financiado pelas indústrias de petróleo estavam se
antecipando e disfarçando a prestação de serviços, reciclando capitais industriais e financeiros, muito distantes
da economia do Cone Sul periférico, heteronômico e caricato.
28. Somos pretensiosos e vivos, em 2006 no tempo da União
Européia, estávamos preocupados com os impostos e taxas, e
que, o uso deste Oxigênio passe a ser cobrado a partir de 2015
pelos donos dos oceanos de eucaliptos, que agora estão sendo
plantados, da mesma forma como a Coca-Cola e Nestlé fazem
com a água e tudo mais, pois os eucaliptos capturam os fótons
do Sol e produzem Oxigênio, em um serviço de vital
importância para todos os seres vivos. O mesmo raciocínio
pode ser encontrado nas sementes transgênicas e outras
sementes florestais e industriais patenteadas. É por isso que
teremos que pagar. O pior é que não teremos mais Gandhi, nem
onde buscar Oxigênio imprescindível, pois não podemos ficar sem respirar.
Assim como comemos todos os dias o Sol, transformado em sementes,
quando temos salário, que é outra transformação do Sol, respiramos
Oxigênio diretamente ou indiretamente transformado em alimento
diverso, criado por ele.
O Sol não tem um substituto não poderia transformar-se em um bem
econômico, mas a água também não tem e já há muito se transformou
em um bem econômico. Vimos as mulheres de Cochabamba, Bolívia
deixarem de usar a água das torneiras e encherem suas caixas de água
com a similar da chuva. A empresa francesa proprietária ao se sentir prejudicada, tentou cobrar o uso da água da
chuva para manter suas metas comerciais. Houve a "Guerra da Água" naquela cidade, que em igual
situação jamais ocorreria em qualquer país industrializado.
A gota d´água é importante, para compreender por que muitas vezes uma ação
aplicada no centro é diferente da mesma quando aplicada longe deste é muito
importante em todas as atividades da sociedade, para explicá-las vamos tomar o
exemplo da gota em queda livre.
A gota que cai sobre uma superfície líquida em repouso provoca a
formação e expansão de ondas, que perdem forças ao afastar-se do
seu centro. A reação no centro impactado é de recomposição do
repouso. Simultaneamente, na frente de expansão ocorre a reação
das ondas mais distantes em direção ao centro e isto diminui a expansão das novas ondas que perdem força.
Nas sociedades as decisões tomadas próximas aos centros são mais rapidamente difundidas e com menores
reações, que nas áreas mais periféricas.
Podemos comparar que o uso da “roda” aumenta estes efeitos ao passo que com o “Anel de Möbius” se evitam
estes percalços na expansão da queda da gota sobre a superfície em repouso.
35. Começamos com o Sal e chegamos ao Sol. Sol do filósofo
Diógenes, aquele que andava durante o dia com uma lanterna acessa
pelas ruas de Atenas e que respondeu ao solicito vencedor
Alexandre Magno, que lhe oferecia tudo: “- Desejo apenas que
saia debaixo do meu Sol”. Sem ousadia, é necessário
compreender o leite materno, sal de Gandhi na soberania
alimentar e autonomia dos povos, para alcançar a
agricultura onde a agroecologia é, apenas, um passo
instrumental.
Os avanços tecnológicos na nova Ordem Internacional da OMC trazem para o mercado futuro, a resignação da
força de trabalho com a ideologia de apropriação do Sol, antes de sua transformação em matéria-prima de baixa
entropia, sal e alimentos, pelo poder do ouro. Nesta situação incomoda, ficamos à mercê das crenças e dogmas
como condutores do porvir. Perceber e evitar estes impactos é o principal desafio para a humanidade.
O Sol, sempre será a esperança e ideologia maior de transformar o trabalho em Sal, para a geração de liberdade,
fraternidade e humanismo que leva à autonomia e felicidade dentro do "Anel de Möbius", que trabalha de forma
diferente à "roda industrial". Nele se está dentro e está logo fora e de novo dentro, o que renova e associa.
Repetimos, é possível interpretar que, com o uso da roda, se podia aumentar a devastação da natureza e
população e torná-la dependente de uma agricultura e sociedade distantes criando relações novas de
dependência política e climática indesejáveis. Estas dissociações em cadeia destroem os alicerces da cultura.
Não podemos perder de vista que a natureza é o berço original, físico e espacial da agricultura, que expande
paulatinamente em todas as direções, desde o extrativismo e trocas, talvez sendo por isso considerada "como os
meios de produção e invariável", nos escritos filosóficos e políticos de meados do século XIX, início do ensino
da agronomia, mecanização e motorização.
Então a interpretação do poder é que o Poder não está nos genes que as empresas podem comercializar, mas no
ambiente que somente os camponeses podem manejar (eis a brigada pedagógica do Biopoder
Camponês). Por isso eles ao longo do tempo desenvolvem o Anel de Möbius em sua agricultura, desde a
fertilidade do solo até a imunidade em que as fitoalexinas, fitoantecipinas e proteção trofobiótica das plantas
estão inseridas como um todo único.
É interessante recalcar que a natureza e os meios de produção são invariáveis pois, nada mais são que a
transformação da energia do Sol, responsável, em última análise, pela criação de matéria orgânica - viva - com
seus ciclos evolutivos definidos e próprios. Se assim estudássemos a fertilidade do solo, aliás como fazemos,
hoje com a herbivoria, a veríamos no tempo e espaço de formas invariáveis e sincronizadas nos ciclos,
autopoiese e metabolismo deste processo. Os seres vivos se reproduzem armazenando a energia do Sol
transformada em matéria.
As múltiplas formas de resistência à agricultura industrial, em suas fases: - mecanicista no Século XVIII; -
químico nos séculos XIX e XX; e, agora – transgênica, nunca estiveram centradas, somente, nos processos
políticos, econômicos ou financeiros, daí nosso sucesso, mas em denunciar os interesses capitalistas (privados
ou de estado) sobre a agricultura camponesa. Para tal, utilizou-se como instrumental a ciência, contrapondo a
fascinação e estupefação causada pela tecnologia da servidão que é idolatrada, ensinada e administrada nas
periferias, pelas artes que despertam.
É esta ação tecnológica e não as crenças, devoções ou ideologias partidárias que constroem meios, organização
e sabedoria no embate tanto na Ordem anterior, quanto na atual.
Retornamos. Semente é a menor quantidade de matéria que contém a maior quantidade de energia, por isso as
sementes são energia viva que alimenta a todos os seres vivos "invariavelmente". Isto independe da facilidade
em transportar maiores quantidades com maior velocidade a maiores distancias. Voltamos à sabedoria antiga
que percebe a diferença entre maior produção e maior acesso aos alimentos (Sol transformado).
As formas como os organismos multilaterais das Nações Unidas trataram
os problemas da FOME nas décadas anteriores e sua utilização como
propaganda e ideologia ficam claras nos planejamentos com tabelas
diferenciadas para os continentes e gestão nas décadas futuras. Foi assim
no passado onde garantiram os interesses das grandes corporações e
governos, primeiro através da energia fóssil, depois sintética e agora
renovável; nas sementes, primeiro industriais, depois híbridas e agora
transgênicas; nos fertilizantes/agrotóxicos, primeiro os químicos naturais,
depois sintéticos e agora biotecnológicos. Enquanto, neste espaço de
tempo o Sol continuou invariável a economia cresceu mais de dez mil
vezes e o agricultor tenha empobrecido o equivalente nas economias de
Sol.
As manifestações rituais e culturais e religiosas dos camponeses,
principalmente onde não havia o uso tradicional da "roda" é consagrada à
energia associativa invariável, sem justificar filósofos, economistas, mas
garantindo o pensar, sentir e querer espiritual do alimento e natureza
essencial.
As escolas de agronomia têm aproximadamente a idade da Mecanização da Agricultura e foram criadas para dar
sustentação aos interesses industriais dos estados nacionais e empresas de sua capitalização. Por isso a crítica
generalizada sobre a perda dos valores de sabedoria das sandálias camponesas, associáveis ao Anel de Möbius e
presença da soberba, arrogância e prepotência dissociável nas diferentes "rodas" que manipulamos.
Para os estudantes e estudiosos destas escolas havia uma mínima afinidade e identidade entre as agriculturas
anteriores à mecanização e motorização, todas, praticamente, vistas como campo da antropologia e sociologia
rural, que não tem direito à existência dentro da economia. Primeiro foi chamada de alternativa, depois de
biológica ou orgânica, até biodinâmica e agora agroecológica.
Contudo, hoje o mais avançado na produção de alimentos está na etnoagricultura, onde os
produtos da natureza, pouco domesticados ou cultivados e criados em equilíbrio possuem maior
riqueza e diversidade mineral, conteúdo bromatológico e poder nutracêutico para o reequilíbrio,
autopoiese e metabolismo dos corpos e noosfera, pois todos os seres vivos necessitam
cotidianamente de sais minerais e sua diversidade nos alimentos leva à evolução e alcance da
consciência (Noosfera).
É importante saber o que são os serviços e sua diferenciação sobre as matérias primas, pois o que antes na
natureza era matéria prima, uma riqueza, agora não tem valor se não há um serviço industrial que certifica sua
origem, como vimos no exemplo dos diamantes...
Sabemos que o único caminho é restaurar a autonomia e que isso passa por saber conseguir o sal do sol para
suplantar o ouro.
Entre nossas estratégias aprendidas no enfrentamento dos abusos na comercialização e
uso de agrotóxicos, observamos:
- A necessidade de construir informações sobre os agrotóxicos, toxicologia e ecotoxicologia que não estavam
acessíveis nas universidades, governos e organismos multilaterais. A desconstrução destas informações a partir
dos dados em poder das indústrias foi vital para o enfrentamento em pé de igualdade e construção de uma
"credibilidade cidadã", com formação de quadros para a divulgação, conscientização, construção da nova
"verdade", desestabilização e destruição da hegemonia da propaganda e corrupção dos agrotóxicos nos meios
acadêmicos e oficiais do Estado. Inclusive em sua etapa protelatória dos Manejos Integrados de Pragas e
Doenças, no interesse das empresas, corporações internacionais e organismos multilaterais.
- Antecipando as futuras tecnologias, decodificando sua linguagem para os agricultores, como o feito com os
biofertilizantes e trofobiose, antessala da biotecnologia, transferindo seu biopoder.
- Propostas de novas formas de comercialização pública (feiras orgânicas) de alimentos naturais, orgânicos para
antecipar a conscientização e livre acesso a todos, não por sua capacidade de pagamento e sim por sua
cidadania.
- Produção de Sementes Agroecológicas BIONATUR junto ao
MST, quando todos os esquemas de poder e corrupção estavam
organizando a fascinação e estupefação à espera das sementes
transgênicas.
- Lançamento Antecipado do Uso de Farinhas de Rochas para a
Bioremineralização e Rejuvenescimento dos Solos, junto aos
movimentos sociais, antecipando-se aos interesses das grandes
corporações, mais uma vez, impedindo as manipulações tecno
científicas no mercado.
- Enfrentamentos a Wal-Martização camponesa são alguns destes embates quando a economia alcança a
natureza (biodiversidade, biocombustíveis, biotecnologia etc.) como a última fronteira.
Mas nem tudo é o sétimo céu. Tropeçamos com armadilhas, mecanismos e
oportunismos partidários, tentando roubar bandeiras para seus fins e negócios
desvirtuando sonhos através destas décadas, como já registra a história.
Além do mais conhecemos e rechaçamos os mecanismos de heresia que serão
acionados para proteger as agroecologias de resultados, seja na forma de agricultura
orgânica do IFOAM, sob proteção da economia da União Européia; seja a agricultura biológica de
caráter religioso que vem do Oriente Industrializado com seus eficientes micróbios em alianças
comerciais com grandes centros tradicionais de agricultura não industrial.
Temos ainda o pacote agroecológico (turístico-ideológico) de Berkeley-Havana e
suas versões partidárias e variantes nos governos periféricos, atendendo interesses
dos organismos multilaterais em suas atualizações para o Complexo Agroindustrial,
Alimentar, Financeiro, que cumprem o pensado pela Casa de Windsor.
Este momento é tão fecundo quanto à época da Reforma Religiosa e
como tal: "Devemos ensinar tudo a todos, para aprender o que
ensinamos e sejamos felizes com autonomia laica".
Como um ambientalista pergunto: - O que faria Mahatma Gandhi
ao ver a Wal-Martização do campesinato, em que o agricultor não
pode produzir para comer e tem que estar primeiro incorporado à
economia para poder existir? Por isso, os trabalhadores mais
econômicos em todo o processo produtivo, que não tem qualquer
vínculo com a terra que são arte e desperta...
Mais barato, mesmo, só nos Estados Unidos, onde eles descontam os
valores da Segurança Social e aposentadoria e o trabalhador não tem
direito aos serviços, pois são considerados "ilegais". Mais de 30
milhões de "ilegais", que sentem saudade da sua família, da terra pátria
e do Sol, mas que necessitam do sal da vida.
Vejo que a imagem de Anúbis do antigo Egito, mas há novos
hieróglifos, como Fundação Rockefeller, House de Windsor, Tradax,
Innovasure, mas o féretro continua muito atual.
Quando Ehrenberger, von Humboldt e Vernadsky afirmaram que a
evolução energética dos seres vivos levava à noosfera e consciência
voltamos aos nossos ancestrais. Os antropólogos definem como "xamanismo": O conjunto de crenças e
práticas religiosas que explicam as relações entre o cosmos, a natureza e o ser humano. Usualmente concebem
a criação composta de três camadas superpostas: O mundo celeste, o terrestre, o subterrâneo e o inframundo.
O etnoagricultor é obrigado, como os xamãs a voar de uma para a outra camada revelando os mistérios, alheios
aos interesses das empresas e seus servidores seja como tecnologia, ciência, espiritualidade ou apenas
sabedoria.
Nós ao buscarmos junto aos camponeses, explicações para suas ações, chocamos com um conjunto de práticas,
místicas e técnicas, que associam as energias do cosmos, natureza e ser humano.
Hoje, vemos mais comprovada a importância da diversidade mineral dos sais na
agricultura, quando a agronomia descobre a importância do Samário, Gadolínio e
outros de Terras Raras.
A energia do Sal e Sol dia a dia transformada em entropia no relógio de areia ou nos
saltos de dissipação de energia associativa de Ilya Prigogine. Como dizia o grande
professor e maestro Efraim Hernandez Xolocotzi: “Isto consolida o saber
de huaraches (sandálias) e constrói o biopoder nas mãos dos
agricultores”.
EPÍLOGO
“Muita instrução não ensina a ter inteligência; pois teria
ensinado Hesíodo e Pitágoras, Xenófanes e Hecateu”.
“Tudo flui” ou “Não cruzarás o mesmo rio duas vezes,
porque outras são as águas que correm nele” são frases
históricas de Heráclito de Éfeso, o Obscuro, por sua hipocrisia.
A água flui sem autopoiese, por não ser viva, mas sim, mutável, sem metabolismo, embora contenha vida, e, no
final, sobra como uma cinza do processo vital, pendente do Sol e parte do seu ciclo maior, que transforma
energia em matéria (de Carbono), outrora sem Oxigênio, quando o importante era o gás sulfídrico.
Os filósofos modernos, sem hipocrisia, confluem na inexistência dos "ciclos". Mas, antes de acabar com estes, é
necessário exaurir sua compreensão, e o melhor meio é através do Sol, onde tudo convergem ou renova.
A energia do Sol se transforma em Carbono no plasma (água) dos seres vivos e retorna a forma de energia como
gás carbônico e sulfídrico, ambos cinzas (óxidos e anidridos), que fazem parte do equilíbrio termodinâmico nos
processos biológicos (fermentações e oxidações - reduções).
É assim que a água dissolve os sais das rochas e os transporta para o mar, mas ao evaporar pela ação do Sol,
estes permanecem retidos nos oceanos. As nuvens carregam, apenas a energia livre do vapor de água. No mar,
todos os sais são incorporados à matéria (plasma vivo), até voltar a ser cinzas do processo para reiniciar
novamente. Concordamos com os filósofos por ser pouco pedagógico os Ciclos: da Água, do Nitrogênio, do
Carbono, do Enxofre e muitos outros, sem qualquer sincronização dinâmica, sistêmica e funcional, parte da
existência do Sol nos processos vitais.
É uma lástima que mesmo nos níveis mais elevados de instrução não recebamos estas informações, daí nosso
título tirado da frase de Heráclito, com quem concluímos: “Pois uma só é a coisa sábia, possuir o
conhecimento que tudo dirige através de tudo”.
Os descarados, que servem a si próprios, não percebem quem determina seu aprendizado e posterior
ensinamentos e como paga sua fidelidade real, intelectual e intangível.
Ainda há “um lugar onde o Sol não se põe”: Fica na Haus
Sachsen-Coburg und Gotha, ou seja no império britânico, que por
vergonha e marketing na Primeira Guerra Mundial mudou seu nome para
House of Windsor (Coroa Britânica), interveniente em mais de 90% da
comercialização de alimentos no planeta e também na produção de
energia industrial (petróleo). Ela nos últimos trinta anos criou a
entidade internacional ambientalista WWF e outras “independentes”, que
agora, se transformaram nos principais e mais rentáveis
focos de inversões & serviços planetários (preservação da
natureza, alimentos orgânicos, mudança climática,
tecnologia antipoluente e outros).
A MORTE ESPREITA
Na terceira semana de setembro próximo passado houve uma catástrofe nos EE.UU. com três mortos e 180
intoxicados por espinafre “orgânica” contaminada pela cepa 0157:H7 de Escherichia coli e sua verotoxin, que
anualmente intoxica mais de 30.000 pessoas nos EE.UU. Faz três anos os “yankees” formularam sua legislação
sobre terrorismo alimentar e passaram a exigir que cada país elaborara sua Legislação de Inocuidade, para
garantir a Segurança Alimentar e Interna. Sobre estes temas não há repercussão séria na imprensa brasileira,
apenas o manejo de escândalo, rapidamente substituído por outro de maior impacto, embora na website existam
mais de dois milhões de páginas. Não perguntamos o porquê, pois conhecemos a lógica e ação da House of
Windsor.
Os alemães com sua capacidade futurista estão analisando os “cafés orgânicos brasileiros”, onde
encontram a contaminação por Ochratoxin – A, de graves repercussões crônicas sobre a saúde, equilíbrio
hormonal e outros. O raro é que no país poucos sabem algo sobre esta insídia alimentar; nem governo, nem as
empresas de cafés naturais ou solúveis possuem diretivas sobre estes riscos. Somente quando a House of
Windsor desejar é que se adotará um protocolo, serviço ou discussão extra-acadêmica sobre o tema. É por isso
que não há uma linha sequer nos espaços da corporação Nestlé e seu Nescafé.
Tomamos o exemplo da “Doença da Vaca Louca” na Grã Bretanha. O império nos anos 70 por economia e
racionalização energética, fizeram “farinha de carne” com os ovinos animais mortos pela epidemia de scrapie.
Quinze anos depois conheceram-se os primeiros casos da BSE, nome oficial da “vaca louca”. Foram
necessários mais que quinze anos para que se conhecesse a Doença Creuzfeldt-Jakob atacando os humanos, em
uma hecatombe anunciada.
Surge a scrapie no Brasil, mais precisamente em um ovino sulfok em Passo Fundo. Não acreditamos em Redi e
Spallanzani, da mesma forma que sabemos que a “Ferrugem do Café” e “Bicudo do Algodão” foram trazidos
por interesses de quem controla mais de 90% da comercialização de alimentos. Incluímos os insumos e energia
dentro deste cômputo...
Agora o governo brasileiro, através do Ministério da Agricultura (MAPA), pode propor estudar a "scrapie" no
seu rebanho ovino... Ousados e doutos darão espaço à vaidade, cobiça, burocracias e outras ações e cenários.
Retornamos do México, onde foi proibido o consumo de espinafre “orgânica” de origen norte-americano,
embora “certificado” pelos serviços de sua realeza.
Na histórica e renomada Universidade Autônoma de Chapingo, México, prima inter pares na América Latina e
uma das mais famosas do mundo, foi realizado o IV Seminário Internacional de Agroecologia entre
17 e 21 de outubro presente comemorando o 15º aniversário da carreira de Engenharia
Agroecológica. O evento foi organizado pelo Departamento de Agroecologia, North Carolina State
University e o pioneiro Instituto Rodale com a participação do Departamento de Agroecologia de Rel-UITA,
que ofereceu duas conferências no evento e cinco conferências extra seminários (Trofobioses, Transgênicos,
Agrotóxicos, Bioremineralização de Solos e Biodiesel) por solicitação dos alunos e professores das diferentes
universidades mexicanas.
Visando fortalecer as relações com as universidades mexicanas foi proposto e aceito, por UITA, convênios para
agilizar as mudanças e transformações nas ações dos movimentos sociais por uma agricultura camponesa em
todo o continente.
A exemplo do que ocorreu em todas as escolas de agricultura no mundo
também na U. A. Chapingo há uma forte presença dos interesses da Casa de
Windsor, de capitalização financeira da Agricultura, que localmente eles
dizem ser influência da Revolução Verde. Os indianos são muito objetivos:
“Escutar o rugido do “leão” na selva, não indica saber onde ele está, nem o
que fazer”.
Aos seminaristas e estudantes em geral alertamos para o surgimento da
"Agroecologia Industrial" no interesse dos grandes conglomerados
financeiros, industriais que buscam a "wal-martização" da agricultura
camponesa, nova fase da Revolução Verde, para quem não vê, não pode ou
não quer ver o “leão”, que Gandhi expulsou da Índia.
Colaboramos com nosso "antídoto pedagógico" a la Paulo Freire,
utilizando murais informáticos, copiando Diego de Rivera, decodificamos
alguns elementos essenciais na agricultura camponesa: Ouro e Sal, Roda e
Banda de Möbius, Leite em pó e Leite Materno, Relógio de areia e de Sol
entre outros.
Estes elementos pedagógicos permitem perceber o efeito do cartesianismo
(res extensa e res cogitans) sobre a invisibilidade da Casa de Windsor na
agricultura mundial, que não é somente uma atividade econômica como querem suas corporações livres e por
cima dos Estados Nacionais.
A res extensa é a realidade material, que não se percebe e é obrigado a conviver ou alterá-la sem beneplácito de
forma violenta (revolucionária). Atentem que a educação na maioria das vezes serve ao poder e não permite
trocas a não ser no interesse do poder. O interessante é que nestas circunstâncias a sabedoria consolidada na
cultura de um povo é considerada parte da res extensa, quando deveria estar na res cogitans.
Res cogitans é o mundo intelectual onde os avanços são
organizados e executados de forma a atender o poder que o
financia, como por exemplo a WWF. Neste as violências não são
perceptíveis da mesma forma por todos, por haver fascinação,
publicidade e propaganda, estupefação e satisfação no trato com
suas relações. Há outras entidades ambientalistas que utilizam este
mesmo mistério.
Não é necessário recordar que os camponeses e trabalhadores em
sua quase totalidade ficam restritos a agir no espaço da realidade
material somente, enquanto que empresários, políticos, acadêmicos
se ocupam com a “realidade intelectual”, com graduações dentro
da realidade de "centro" e "periferia", onde sabedoria e
conhecimento alternam a disputa de espaço.
Com o esvaziamento do Estado Nacional muitas organizações de
trabalhadores e camponeses usam a estratégia de ocupar as
infraestruturas da sociedade civil para elevar sua presença na
imprensa e cidadania "invadindo" a res cogitans. Os mesmo faz
alguns acadêmicos e políticos junto as organizações de
trabalhadores para a aproximar a res extensa a suas ações.
?
Foi dito em público, no evento, por quem de direito que o Rodale Institute, a North Caroline State
University e a Mokiti Okada Association possuem um acordo para a agroecologia...
Obviamente que seria ingenuidade colocar esta situação no espaço da
“res cogitans”, que para uma compreensão necessitaria de outros
elementos de valor. Entretanto, isto não pode ser grosseiramente ser
enquadrado como “res extensa”, ignorando a House of Windsor. Pois
seria necessário aqui trazer a metáfora da queda da gota de água
sobre a superfície em repouso. Onde a cada arco de expansão da onda
que parte do centro do choque, há uma resistência de contra-onda
na periferia cada vez maior. Ao sabermos que, nas periferias há a
supremacia da sabedoria sobre o conhecimento. Antecipamos o conhecimento popular, informando para a
resistência e organização, diminuindo os impactos de propaganda, publicidade, mídia e consumo. Isto permite
que a sabedoria seja reconduzida ao seu espaço de direito.
No IV Seminário Internacional de Agroecologia, muitos estudantes mexicanos levantaram que as pesquisas
"alugadas" ou financiada pelas grandes corporações com interesses privativos e isto é uma tônica mundial, mais
forte nas periferias onde a res pública é manejada como "coisa privada", vaidade, cobiça etc.
A habilidade em saber denunciar, pedagogicamente, o esvaziamento do espaço público é vital para manter a
esperança de alcançar a autoestima para enfrentar a situação atual.
Sem isso, vamos ter o eterno conflito entre o pensamento real dos trabalhadores organizados, o pensamento
intangível da sabedoria e pensamento positivista dos acadêmicos que hoje a todo custo e preço desejam mudar,
sem saber como.
No IV Seminário Internacional de Agroecologia, pude pensar, divertir-me pensando, levando um pouco de
autoestima aos agricultores e estudantes, res extensa para a Casa de Windsor, mas para nós, apenas sua
hipocrisia ambiental!
Aninha e suas pedras
Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede. – Cora Coralina, em “Vintém de cobre: meias confissões de Aninha”. 6ª ed., São Paulo:
Global Editora, 1997, p. 139.
Acessos e Bibliografia
- Nueve mil años de agricultura en México: Homenaje a Efraín Hernández Xolocotzi (4 libros en Acceso
Abierto y videos) de Libre Acceso en Internet.
https://www.madrimasd.org/blogs/universo/2012/10/17/141622 - acesso em 21/07/2020.
- EFRAIM HERNANDEZ XOLOCOTZI (1913-1991)
http://www.ibiologia.unam.mx/jardin/gela/page4.html - acesso em 21/07/2020.
- Agricultura Alternativa em Santa Catarina - Francisco Gelinski Neto – acesso em 21/07/2020
https://fgelneto.paginas.ufsc.br/files/2011/08/Agricultura-alternativa-em-Santa-Catarina.pdf
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A roda e a agroecologia

  • 1. Fundação Juquira Candiru Satyagraha – Série Diálogos para Estudantes e Camponeses SAL & OURO, RODAS & BANDAS, AGROENERGIA E BIOPODER CAMPONÊS Na escola aprendemos que o símbolo nacional, a bandeira, tem um retângulo verde, que representa as "matas" e o losango amarelo, as "riquezas". Isso é dissociação, pois o verde significa a cor da casa real portuguesa de Bragança e, a cor amarelo, a casa real austríaca dos Habsburgs. Este símbolo foi criado pela imperatriz Leopoldina, austríaca, em 2 de setembro de 1822, cinco dias antes da independência, proclamada pelo seu marido, português. O difícil é entender o diamante amarelo dentro do todo bragantino. Autopoiese e energias associativas constroem autenticidade. Por Sebastião Pinheiro Conferência proferida em Cualtla, México, 1999. Edição e atualização Oliver Naves Blanco Brigada Pedagógica Matéria Viva, São Paulo. Fundação Juquira Candiru Satyagraha Inverno, julho de 2020.
  • 2. 1. Os nômades na pré-história pintavam a silhueta dos animais desejados para facilitar o trabalho de sua caça, pois necessitavam garantir sua sobrevivência. O filósofo F. Engels em um manuscrito, muitas vezes anexado à "Dialética da Natureza" que o trabalho transformou o macaco em ser humano. Eles pintavam, organizavam e realizavam uma mística. Isto levou ao desenvolvimento da consciência coletiva. Não há ETNOAGRICULTURA sem ela, mas o mercado a prescinde. 2. Com o aumento da população a preocupação cresceu e em sua evolução os humanos decifraram o enigma do clima por meio do calendário. 3. Conquistaram a terra, domesticaram as plantas e animais para sua alimentação e necessidades, construindo poder, riqueza, cultura e felicidade. 4. O pintor haitiano Louis Loussaint nos trouxe esta mãe, primeira soberania alimentar de seu bebê, situação fruto da evolução das espécies. Logo o mexicano Diego de Rivera nos presenteou com o menino Ignácio Sanchez que atendia aos chamados de sua mãe à merenda, repetindo, como fazem todas as crianças “curau, pamonha, biju”, sua segunda soberania alimentar. 5. Imaginamos os sacrifícios de uma mãe em busca de alimento na natureza para suas crianças e novamente Diego de Rivera nos traz "La noche de los pobres", quando hoje as camponesas no Brasil têm sua primeira renda aos 55 anos quando podem se aposentar. As demais mães latino-americanas nem isso têm, por que a economia não considera trabalho a educação, criação e autoabastecimento familiar. 6. As crianças crescem e as sociedades evoluem.
  • 3. 7. A humanidade para trabalhar inventa máquinas. Uma das mais antigas é a "roda", que evoluiu através dos tempos. A roda foi o grande avanço, não só na agricultura, também para a civilização, pois ela permitiu conquistar mais território, trabalhar maior espaço e transportar seus produtos, alimentos e instrumentos com maior rapidez. Somos uma sociedade de tempo e espaço, onde a velocidade é a razão entre o espaço percorrido e o tempo gasto (v=e/t). Já o trabalho é medido fisicamente através do produto da distância pela força gasta para realizá-lo (T=e.f). Recordamos aqui uma importante equação Tc = Tn ≠ Ti (Tempo do camponês que é igual ao Tempo da natureza, e diferente do Tempo industrial). No entanto, houve civilizações que conheciam a roda, mas não a utilizavam e possuíam uma agricultura complexa, fascinante e sofisticada que deu lugar a cultura e ciências avançadas, enigmáticas, ainda, em nossos dias (entre os maias inventaram o zero). Por que razão elas não utilizavam a roda? Talvez vissem a roda como energia dissociável, prejudicial à sociedade, cultura e poder. A roda distancia, debilita e dissocia as relações em uma comunidade, principalmente na camponesa? Faço como pergunta para uma maior reflexão, pois em quíchua se desconhece a palavra "fome" com o sentido político do termo para as Nações Unidas e Organismos Multilaterais. O operário na indústria, também, trabalha sobre uma "roda" chamada de linha de montagem. A organização torna possível tanto na etnoagricultura quanto nas linhas de montagem fazer uma reversão da roda e criar as Bandas de Möbius. Ela se renova, por dentro e por fora e não permite que se distancie os valores de interesse da sociedade e camponeses. É possível interpretar que, com o uso da roda, se podia aumentar a devastação da natureza e população e torná-la dependente de uma agricultura e sociedade distantes criando relações novas de dependência política e climática indesejáveis. Estas dissociações em cadeia destroem os alicerces da cultura. Ou seja, um impacto benéfico no imediato, mas catastrófico a longo prazo. Esta observação contém a sabedoria que vai muito além do conhecimento e se soubermos a diferença entre uma e outro, podemos perguntar: Por que razão perdemos a acuidade e capacidade de pensar, discernir e agir? 9. Quando alguém menciona alternativas para a agricultura industrial, lembro-me do Sal, Cloreto de Sódio que é evaporado da água do mar ou lavado nas minas (Cuzco/PERU e Ixtapa/MÉXICO), graças ao Sol. Sal e Sol formam a identidade do trabalhador/camponês no desenvolvimento, evolução e diversidade da Vida, neste planeta vivo.
  • 4. 10. Flavius Magnus Aurelius Cassiodorus, um escritor romano do Século V de nossa Era disse: “Existem alguns homens que não necessitam de ouro, mas não há aquele que prescinda do sal de Sol a Sol”. Isto justifica a autopoiese e o metabolismo, de Maturana e Varela. A autopoiese é a auto-regulação dos sistemas, aparelhos, órgãos, tecidos e células dos seres vivos, que os geram, recuperam e renovam. Metabolismo é o conjunto de etapas da transformação de energia essencial à vida e sua qualidade. Que é a Vida? Foi a pergunta de Erwin Schroedinger ao paradigma dominante do tempo de Liebig, que decifrava o enigma da morte. Tudo mudou para a humanidade, mas não para o poder. Ele não utiliza sal, somente ouro. É insaciável ao ouro como os conquistadores. O sal é tão importante à vida que nos deu o salário, forma primitiva de remunerar a "força de trabalho", ainda válida em nossos dias, mas para o poder é necessário acumular ouro. 11. Os economistas adoram falar da "Caravana do Sal" através do Saara (12.) para justificar escassez, oferta, procura, alma de sua ciência de acumular ouro. (13.) Os sais são indispensáveis para a agricultura e todos os seres vivos sempre, por isso nos sentimos bem quando vamos ao mar, rejuvenescemos ou re- harmonizamos a autopoiese e o metabolismo. 14. O geoquímico ambiental russo Vernadsky disse: “Os seres vivos são sais animadas; quanto mais evoluídos maior a necessidade de elementos minerais em seus biociclos”. Darwin avançou na teoria da evolução das espécies, graças aos vulcões de Galápagos. Os antropocentristas dizem que os seres humanos estão na cúpula da evolução, mas isso não significa que os outros não evoluíram. Dependemos hoje, do microcosmo que reativa e sincroniza Carbono, Nitrogênio, Oxigênio, Enxofre, Fósforo e muitos outros ciclos de forma integrada e crescente, tanto como antigamente, mas só é percebido por quem compreende a soberania alimentar. Pedimos licença para a primeira reflexão: - Sendo o sal indispensável sob o Sol, ninguém deveria viver sem salário ou estar desempregado, já que estamos em uma conversa com estudantes e camponeses. É que a agroecologia financeira não leva em consideração a autopoiese orgânica e espiritual do trabalhador e ambiente. Desta reflexão extraio: - Sendo o alimento essencial para a vida, poderia existir Fome? Com a perspicácia indispensável, ofereço as tabelas sobre o desenvolvimento da Fome através das próximas três décadas...
  • 5. 15. Recorremos a Gandhi, que em sua luta pela liberdade política na Índia, ignorou o monopólio econômico do sal, imposto pelos ingleses e fez que toda a população o acompanhara ao mar na Marcha ao Sal. Muitos jovens e velhos não conseguem entender termos como: sacrifício, comodidade ou salário, pois cada vez mais cobiçamos somente o ouro. Em contra ponto a comodidade é um elemento chave na crença e economia, principalmente pela fascinação, estupefação e satisfação. Até criamos “tecnologias” e dogmas para desenvolver estas “ciências” que fascinam e conformam. Hoje, o sal e os fertilizantes químicos solúveis têm aditivos para não ficarem úmidos, têm enriquecimentos com outras substâncias Magnésio, Cálcio, minerais traços, sub-traços e Terras Raras como o Samário e Gadolínio, por isto os sais possuem patentes industriais. Não são mais os mesmos da época de Gandhi. Os homens urbanos e camponeses serão? E a natureza como fica, quando poder ser transformada em ouro? Esta é outra reflexão, quando o monopólio mundial do sal está sob a tutela da Cargill, dentro da cadeia de agronegócios desta gigantesca corporação transnacional. [Reflexão Blanco, O. – Uma nova Marcha pela Farinha de Rocha como direito pátrio a todos/as no Brasil em sublevação camponesa deve acontecer pelo aumento da consciência cidadã da importância do Biopoder Camponês, do solo fértil, do território (bio-regiões), pela veracidade dos 150 anos de erosão dos solos, desmineralização dos alimentos e exangue de nosso povo secularmente desviados por propagandas enganosas do atual modelo dominante de agricultura industrial/biotecnológica, Agronecrócios.] 16. Agora, posso introduzir Aristóteles em nossa conversa, pois ele faz mais de 25 séculos determinava que as coisas tinham dois valores: um econômico e o outro crematístico. Sendo o primeiro determinado pelo valor utilidade, uso e o segundo pelo valor monetário que alguém está disposto a pagar e pode trazer incluídos a cobiça e o poder. Em nossa realidade, invertemos os valores ou desconhecemos o que significa crematística, pois alguém lucra com a desinformação e tudo é: “A corrida ao Ouro”. É assim desde os babilônicos: Os recursos da natureza cada dia mais e mais se transformam em bens da economia, mas a percepção não alcança a todos por igual, logo temos uma economia na Inglaterra e outra na Índia, pois são diferentes o valor do preço e arte e ciência de cada sociedade.
  • 6. 17. Somos uma sociedade onde se destrói a natureza com represas, transposições de rios, aterros de mangues, devastação de selvas e bosques criando fatores crematísticos importantes que não têm nada de busca ao sal, imprescindível à vida, saúde e agricultura. A natureza é um valioso recurso crematístico no interesse das elites locais e transnacionais, que pressionam o Banco Mundial para que indique aos governos o que devem fazer, e é por isso que a Coca-Cola pode vender água potável, da torneira com a marca DASANI, como mineral, e fazer venda casada com os seus refrigerantes e cervejas sem que ninguém possa questionar. Isso é repetido pela Nestlé, que tem a experiência de haver substituído a soberania do leite materno pelo leite-em-pó, que custa o ouro e leva o salário. Faz o mesmo com os gostos de Ignácio Sanchez e outras crianças com comidas prontas e comportamentos como os da novela "Rebeldes" da televisão. Também na agricultura industrial este tipo de agricultura começa a ocupar o seu espaço, como agricultura orgânica industrial ou agroecologia. Não satisfeitos, avançam, agora sobre a água, alimento imprescindível. Vendem água deionizada e remineralizada "PURE LIFE", pois o que interessa ao governo é o imposto arrecadado e às empresas as fórmulas registradas e patenteadas de sais industriais agregadas que dão a água a função de ser veículo com uma escala de produção industrial impossível de ser encontrada na natureza, facilitando a escala de transição. A água como sempre, continua sendo indispensável, mas é alterada e está mais cara que a gasolina ou leite fresco, que por sua vez não tem valor para o agricultor que o produz e é caro para o consumidor que o necessita de Sol a Sol. 19. Pedimos licença para repetir uma pergunta simples que o professor S. Pinheiro faz por todas as partes: Qual a diferença entre o leite em pó e o leite materno? 20. Por mais respostas dadas e damos razão a todas elas, não é a resposta que desejamos, que é: O leite materno tem valor, mas o leite em pó tem preço. Então, voltamos à economia aristotélica desaparecida e substituída pela crematística, com o nome de economia globalizada. A grande diferença entre o patrimônio da evolução e o bem econômico industrial está, ainda hoje, em que o primeiro não pode ser comprado na Índia, mas já é comprado nos EE.UU., Inglaterra ou Japão. Desculpem, não é cinismo, mas necessitamos que entendam: Nas ditaduras submissas houve quem via a questão de estar contra a tecnologia do leite-em-pó, responsável por mais de 10 por cento da riqueza suíça, como antitecnologia. Não é isso. O leite-em-pó não é o problema. 21. O problema é a água de má qualidade misturada com o leite em pó que causa diarreias e as epidemias de mortes infantis nas décadas de 40, 50, 60, 70, 80 e 90, que recebiam o nome de desidratação obrigou aos organismos multilaterais a criarem um serviço contra as ações crematísticas da Nestlé.
  • 7. Não vamos esquecer que os médicos aprendiam e recomendavam nos postos de puericultura que as mães dessem o leite em pó por ser mais completa e isto era mais que uma política educacional ou industrial nacional, era uma política pública internacional superior aos governos, que recolhiam mais impostos, inclusive nos tratamentos hospitalares nas epidemias de desidratação ou seja uma ideologia econômica. O pior é que a tecnologia do leite em pó não utilizava leite humano senão leite de vaca, que pode ser bom para a autopoiese do bezerro. Sim, a tecnologia pode ser cínica. 22. Pelo ambiente onde estamos, aproveito a licença concedida e pergunto: Quem inventou e patenteou o leite em pó? E respondo: - Foi Justus von Liebig, o pai dos fertilizantes químicos solúveis, que tanto lucro traz às empresas e contaminação provoca nos lençóis freáticos, desgraça à saúde e a água por todo o mundo, por seu uso obrigatório e assim ensinados, estudados, investigados e louvados. Mas, agora, por existir sucedâneos com maior parcela de tecnologia agregada, está condenada à lata do lixo como ultrapassados, para um novo nicho de mercado de tecnologia de ponta da biotecnologia com suas bactérias, micorrizos e algas comercializadas como inóculos de alto valor, fascinação, estupefação e satisfação. A ciência conforta, mas a arte desperta. 23. Podemos pensar que "nossa natureza" como gostam de dizer os militares tem suficiente autonomia para sustentar as decisões de nosso interesse, mas não é assim. A ordem internacional do GATT disciplinou a bilateralidade e vimos a devastação como progresso e desenvolvimento, mas logo trouxe a necessidade de controle da contaminação, uma nova "corrida ao ouro". No momento em que a biotecnologia alcança os genes, vemos que agora, a nova ordem da OMC disciplina a ciência e tecnologia oriunda desta natureza que estão em nosso território, mas tem preço, conforme os interesses industriais hegemônicos, através do financiamento dirigido, currículos universitários pré-determinados por transnacionais e políticas públicas heteronômicas, promessas de ouro. Sabedorias camponesas conhecidas desde a época do descobrimento foram relegadas e desprestigiadas, mas agora são transformadas em tecnociência para a biologia molecular, por sua capacidade de gerar ouro. De outra parte, só agora viemos saber o que significa "externalidades econômicas e ambientais"... e as tecnologias antipoluição são financiadas pelo Banco Mundial e Organismos Multilaterais, que dão à crematística para que se compre a tecnologia de seus associados e isto parece estar correto para a economia. Logo, a ditadura militar foi para a lata do lixo por ser um serviço ultrapassado e não por nossa evolução política?
  • 8. Hoje, os serviços são mais importantes, na economia, que as matérias primas, pois o que antes na natureza era uma riqueza não tem valor se não há um serviço industrial que certifica sua origem. É assim que um diamante africano, asiático ou americano não pode ser comercializado sem o serviço de certificação que é holandês, sul africano, israelense ou norte-americano. Nós nem sabemos o que isto significa, estamos preocupados em discutir a economia do meio ambiente ou trazendo a natureza como segmento ou nicho de mercado da economia periférica e heteronômica. O mesmo ocorre com a agricultura, alimentos e artesanatos. O alimento natural existirá para aquele que tenha mais prata. Imaginemos Louis Loussaint ou Diego de Rivera pintando o que o bebê e Ignácio Sanchez gritarão ao acudir o chamado de suas mães no futuro: “Big Mac”, “Kentucky Chicken Inn”, Habib´s, Aple pie”... Desculpem, porém não há espaço para a ingenuidade. Os serviços de certificação de alimentos são traídos pelas Ajudas Técnicas Internacionais e Organismos Multilaterais que estão na "Corrida do Ouro". 24. Estabeleceu-se um divórcio entre a agricultura e a agronomia "com a utilização da roda", cada dia mais manipulada e tratada como negócio especulativo, momentâneo, sem sabedoria ou bases científicas, somente consumo de tecnologias trocáveis conforme os interesses mercadológicos da Casa de Windsor, Fundação Rockfeller, Fundação Bill e Melinda Gates e outros de menor expressão. Naquelas agriculturas, onde a "roda" permitiu o uso de utensílios e animais, houve a evolução diferenciada entre os que desenhavam, fabricavam e comercializavam rodas e os que copiavam, compravam e apenas usavam-nas. Posterior a esta mecanização simples veio a motorização, novamente dentro da dicotomia anterior, embora muito mais acentuada e estratificada, com o emprego de energias externas e combustíveis, e, estruturou maiores relações de poder, com a criação de uma indústria de insumos militares disfarçados em agrícolas, na mesma medida que retirava decisão, riqueza, complexidade e sofisticação do agricultor e agricultura, pois sua transformação em segmento dependente da indústria fortalecia a economia dicotômica: as primeiras com autonomia e as outras com heteronomia. Não podemos perder de vista que a natureza é o berço físico, original e espacial da agricultura, que expande paulatinamente em todos os sentidos, desde as mais antigas formas de extrativismo e troca, talvez sendo por isso considerada "como os meios de produção" e "invariável" nos escritos filosóficos e políticos do início do ensino da agronomia, mecanização e motorização.
  • 9. Para eles o interesse maior é controlar o tempo de todos. Para marcar o tempo na antiguidade se utilizava o relógio de areia (ampulheta). O relógio de areia é uma máquina simples como a roda e a linha de montagem. Nele a areia ao passar pelo buraco central cai, marca o tempo, mas pela gravidade transforma energia (gera trabalho). A areia que repousa, no fundo, não tem mais condições de gerar trabalho, sendo necessária virar o relógio (energia externa) para voltar a marcar o tempo e gerar trabalho. Vamos atualizar nosso relógio e substituir os grãos de areia por grãos de Sol (fótons). Seu funcionamento continua o mesmo. Os grãos de Sol caem sobre os seres vivos e gera trabalho para as funções essenciais dos indivíduos na NUTRIÇÃO - REPRODUÇÃO - PROTEÇÃO, que transforma a energia. Energia que se transforma em plasma na autopoiese e metabolismo, que é inerente à Vida. O Sol, no grande relógio que é o planeta não necessita de uma mão invisível (Adam Smith) de ajuda externa, para virar o relógio, pois a cada dia altera sua posição no ciclo "perpétuo" de rotação faz mais de 4,6 bilhões de anos, desde então cada vez aprofundamos mais nas adaptações no interior da célula, como no anel de Möbius, gerando uma transformação de energia associativa, enriquecedora e evolucionária no microcosmo, na fertilidade do solo e constituição da matéria orgânica. O mesmo ocorre com as três funções essenciais acima a cada um e todos os seres, ecossistemas e biomas, quando se transforma em maior certeza e adaptação no código genético inserido nas sementes. Os grãos de Sol que passam pelo buraco no relógio de areia geram sementes e reservas de energia. A energia contida em uma mesma semente é diferente segundo a sua finalidade, seja para a germinação ou para a transformação de alimentos, mas uma ou outra traz a sua identidade com o solo ou com o indivíduo que dela se alimenta, através da memória incorporada da nutrição ou reprodução, pois a semente não é como a “roda” que distância e isola, ela se aperfeiçoa e traduz isso na identidade e certeza na autopoiese e metabolismo plasmado nas células, código genético cada vez mais entrópico, até o próximo “salto dissipativo”, sua consequência. As empresas desejam introduzir seu gene criado, que é garantia de ouro através de patentes e serviços, porém para o camponês isto significa o leite-em-pó que custa dinheiro. O gráfico é claro: quando utilizo agrotóxicos, adiciono energia externa ao interior do ser vivo e suas repercussões ocorrem também sobre a NUTRIÇÃO – REPRODUÇÃO, tanto nas plantas quanto nos animais. Um interfere sobre dois e, idem se repete ao agregar fertilizantes solúveis ao solo, que impacta sobre a PROTEÇÃO - REPRODUÇÃO. Não é diferente quando usamos “sementes da roda industrial”, há repercussões sobre NUTRIÇÃO – PROTEÇÃO. Agora podemos entender as armadilhas e artimanhas das indústrias, pois ganham nas três atividades ao alterar somente um dos elementos essenciais e isso distanciava cada vez mais do retorno ao ponto de equilíbrio.
  • 10. Reproducionismo Holismo É necessário um parêntese para entender as sementes transgênicas. Vamos utilizar a metáfora da terceira hélice do DNA. O impacto de uma função sobre as outras duas, é como a “roda” ou “linha de montagem”, repetimos, afasta e isola. Através da banda de Möbius a energia associativa conflui e traz de volta o equilíbrio plasmado no código genético (proteoma). O exemplo das abelhas é muito didático: Todos os ovos de uma colmeia são postos pela mesma rainha. Quando não fecundados, são praticamente clones e dão origem a operárias que são estéreis. Entretanto ao alimentar estas larvas após o nascimento com geleia real, elas se transformam em rainhas e são férteis. A alteração alimentar (ambiental) muda o tipo de ser... Podemos interpretar que o segredo não está nos genes que as empresas podem comercializar, mas no ambiente que somente os agricultores e comunidades possuem e podem manejar. Por isso ao longo do tempo desenvolvem através da Banda de Möbius toda a sua agricultura, desde o solo à imunidade das plantas e animais, passando pela sua autoestima e de sua comunidade. Se quisermos entender a “roda” sem metáforas podemos trazer a Doença da Vaca Louca ou Encefalite Espongiforme Bovina, BSE por sua sigla em inglês. Na década de 70 a tecnologia britânica para baratear custos começou a utilizar os restos de carcaças de ovelhas que haviam morrido com uma doença: “scrapie”. Esta farinha de carne de ovelha tinha todas as condições de higiene e era controlada em sua qualidade antes de ser administrada às vacas de leite e novilhos confinados na Grã Bretanha. Mais de duas décadas depois começaram a surgir os primeiros casos de BSE no rebanho bovino da Ilha, sem que se encontrasse um agente infeccioso. O cientista norte-americano Stanley B. Prusiner, prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1997, havia descoberto, em 1982 que produtos de células doentes poderiam transmitir características sem a presença ou intervenção de DNA e RNA ou qualquer outro elementos similares aos ácidos nucléicos. Assim, ele identificou as “proteinaceous infectiosus” - proins – então, construiu o anagrama: “príons”, proteínas modificadas que causam enfermidades. Na Nova Guiné tribos de antropófagos haviam sido extintas por seus hábitos de comerem cérebros humanos contaminados com príons na metade do século XIX.
  • 11. A BSE sobre a “roda industrial” evoluiu lentamente na Europa e mundo chegando à condição de epidemia. Ela, vinte e cinco anos, alcançou sua variação, “mutação” ou “adaptação-proteômica” e por meio de uma “estrutura dissipativa” começou a atacar o cérebro humano com o nome de Doença de Jacob-Creuzfeldt, obrigando os europeus a utilizarem as verduras, hortaliças e frutas como Banda de Möbius para retornar à saúde. Quanto aos antibióticos, foram uns dos principais avanços tecnológicos nos meados do Século XX e podemos dizer que decidiram a Segunda Guerra Mundial, no Pacífico. Contudo, este elemento de proteção e defesa produzido pelos microrganismos, agora é a principal fonte de contaminação ambiental por sua estabilidade. Os físicos afirmam: “O mundo é um caldo de antibióticos (tetraciclina)”. Contudo, não há acúmulos na natureza das moléculas naturais de antibióticos produzidas pelos microrganismos, ao passo que as alterações imunológicas provocadas pelos antibióticos sintéticos levam à exasperação as autoridades de meio ambiente e saúde, por meio de "saltos dissipativos" similares ao ocorridos com a BSE. Isto demonstra as diferenças entre a natureza e indústria e consequências de seus impactos e variabilidades. É interessante que a natureza e os meios de produção são invariáveis, pois nada mais são que a transformação da energia do Sol, responsável em última análise pela criação da matéria orgânica – viva – com seus ciclos evolutivos definidos e próprios, além de haver criado todas as formas de energia existentes no planeta. Se estudássemos a fertilidade do solo veríamos no tempo e espaço formas invariáveis e sincronizadas dos ciclos de autopoiese e metabolismo deste processo. Os seres vivos se reproduzem armazenando energia do Sol transformada em matéria. Semente é a menor quantidade de matéria que contém a maior quantidade de energia, por isso as sementes são energia viva que alimenta a todos os seres vivos “invariavelmente”. Isto depende da facilidade em transportar, maiores quantidades com maior velocidade a maiores distancias. Voltemos à sabedoria antiga que percebe a diferença entre maior produção e maior acesso aos alimentos (Sol transformado). 25. Quando se inicia o plantio de eucalipto na América Latina, os bancos ingleses, holandeses e nacionais ficam excitados com as perspectivas de ganhos com o “Protocolo de Kyoto”. 26. Do total de dinheiro para o Protocolo, apenas 12 a 16% chegará ao país, o restante fica nas sedes como consultorias, serviços e planejamentos (WWF), logo não é solução para o clima, nem sal, é ouro em pó, perdoem a picardia.
  • 12. 27. Não estamos preocupados com as corrupções internacionais para serviços e ocupação de terras de classe I, II, III e IV com eucaliptos contratados com preços de hoje, mas para ser entregue dentro de seis a sete anos para o subministro subsidiado garantindo matérias primas para as indústrias de celulose e nanofibras das coroas inglesas e escandinavas, que jogam com as fronteiras nacionais obsoletas dos estados ultrapassados para obter matérias primas subsidiadas a mais baixo preço. Isto é competitividade ou transação em escala monopólica. Ela é chamada de Poupança Florestal, mas sua finalidade de “inteligência” é expulsar os mais velhos para a periferia das cidades afastando-os da produção de alimentos e matérias primas pulverizadas. Isto não foi pensado hoje, mas já há muito tempo. Se eu vivesse na União Européia dos anos 80 saberia disso e como o Oxigênio gerado pelos eucaliptais, aparentemente financiado pelas indústrias de petróleo estavam se antecipando e disfarçando a prestação de serviços, reciclando capitais industriais e financeiros, muito distantes da economia do Cone Sul periférico, heteronômico e caricato. 28. Somos pretensiosos e vivos, em 2006 no tempo da União Européia, estávamos preocupados com os impostos e taxas, e que, o uso deste Oxigênio passe a ser cobrado a partir de 2015 pelos donos dos oceanos de eucaliptos, que agora estão sendo plantados, da mesma forma como a Coca-Cola e Nestlé fazem com a água e tudo mais, pois os eucaliptos capturam os fótons do Sol e produzem Oxigênio, em um serviço de vital importância para todos os seres vivos. O mesmo raciocínio pode ser encontrado nas sementes transgênicas e outras sementes florestais e industriais patenteadas. É por isso que teremos que pagar. O pior é que não teremos mais Gandhi, nem onde buscar Oxigênio imprescindível, pois não podemos ficar sem respirar. Assim como comemos todos os dias o Sol, transformado em sementes, quando temos salário, que é outra transformação do Sol, respiramos Oxigênio diretamente ou indiretamente transformado em alimento diverso, criado por ele. O Sol não tem um substituto não poderia transformar-se em um bem econômico, mas a água também não tem e já há muito se transformou em um bem econômico. Vimos as mulheres de Cochabamba, Bolívia deixarem de usar a água das torneiras e encherem suas caixas de água com a similar da chuva. A empresa francesa proprietária ao se sentir prejudicada, tentou cobrar o uso da água da chuva para manter suas metas comerciais. Houve a "Guerra da Água" naquela cidade, que em igual situação jamais ocorreria em qualquer país industrializado.
  • 13. A gota d´água é importante, para compreender por que muitas vezes uma ação aplicada no centro é diferente da mesma quando aplicada longe deste é muito importante em todas as atividades da sociedade, para explicá-las vamos tomar o exemplo da gota em queda livre. A gota que cai sobre uma superfície líquida em repouso provoca a formação e expansão de ondas, que perdem forças ao afastar-se do seu centro. A reação no centro impactado é de recomposição do repouso. Simultaneamente, na frente de expansão ocorre a reação das ondas mais distantes em direção ao centro e isto diminui a expansão das novas ondas que perdem força. Nas sociedades as decisões tomadas próximas aos centros são mais rapidamente difundidas e com menores reações, que nas áreas mais periféricas. Podemos comparar que o uso da “roda” aumenta estes efeitos ao passo que com o “Anel de Möbius” se evitam estes percalços na expansão da queda da gota sobre a superfície em repouso. 35. Começamos com o Sal e chegamos ao Sol. Sol do filósofo Diógenes, aquele que andava durante o dia com uma lanterna acessa pelas ruas de Atenas e que respondeu ao solicito vencedor Alexandre Magno, que lhe oferecia tudo: “- Desejo apenas que saia debaixo do meu Sol”. Sem ousadia, é necessário compreender o leite materno, sal de Gandhi na soberania alimentar e autonomia dos povos, para alcançar a agricultura onde a agroecologia é, apenas, um passo instrumental. Os avanços tecnológicos na nova Ordem Internacional da OMC trazem para o mercado futuro, a resignação da força de trabalho com a ideologia de apropriação do Sol, antes de sua transformação em matéria-prima de baixa entropia, sal e alimentos, pelo poder do ouro. Nesta situação incomoda, ficamos à mercê das crenças e dogmas como condutores do porvir. Perceber e evitar estes impactos é o principal desafio para a humanidade. O Sol, sempre será a esperança e ideologia maior de transformar o trabalho em Sal, para a geração de liberdade, fraternidade e humanismo que leva à autonomia e felicidade dentro do "Anel de Möbius", que trabalha de forma diferente à "roda industrial". Nele se está dentro e está logo fora e de novo dentro, o que renova e associa. Repetimos, é possível interpretar que, com o uso da roda, se podia aumentar a devastação da natureza e população e torná-la dependente de uma agricultura e sociedade distantes criando relações novas de dependência política e climática indesejáveis. Estas dissociações em cadeia destroem os alicerces da cultura. Não podemos perder de vista que a natureza é o berço original, físico e espacial da agricultura, que expande paulatinamente em todas as direções, desde o extrativismo e trocas, talvez sendo por isso considerada "como os meios de produção e invariável", nos escritos filosóficos e políticos de meados do século XIX, início do ensino da agronomia, mecanização e motorização. Então a interpretação do poder é que o Poder não está nos genes que as empresas podem comercializar, mas no ambiente que somente os camponeses podem manejar (eis a brigada pedagógica do Biopoder Camponês). Por isso eles ao longo do tempo desenvolvem o Anel de Möbius em sua agricultura, desde a fertilidade do solo até a imunidade em que as fitoalexinas, fitoantecipinas e proteção trofobiótica das plantas estão inseridas como um todo único.
  • 14. É interessante recalcar que a natureza e os meios de produção são invariáveis pois, nada mais são que a transformação da energia do Sol, responsável, em última análise, pela criação de matéria orgânica - viva - com seus ciclos evolutivos definidos e próprios. Se assim estudássemos a fertilidade do solo, aliás como fazemos, hoje com a herbivoria, a veríamos no tempo e espaço de formas invariáveis e sincronizadas nos ciclos, autopoiese e metabolismo deste processo. Os seres vivos se reproduzem armazenando a energia do Sol transformada em matéria. As múltiplas formas de resistência à agricultura industrial, em suas fases: - mecanicista no Século XVIII; - químico nos séculos XIX e XX; e, agora – transgênica, nunca estiveram centradas, somente, nos processos políticos, econômicos ou financeiros, daí nosso sucesso, mas em denunciar os interesses capitalistas (privados ou de estado) sobre a agricultura camponesa. Para tal, utilizou-se como instrumental a ciência, contrapondo a fascinação e estupefação causada pela tecnologia da servidão que é idolatrada, ensinada e administrada nas periferias, pelas artes que despertam. É esta ação tecnológica e não as crenças, devoções ou ideologias partidárias que constroem meios, organização e sabedoria no embate tanto na Ordem anterior, quanto na atual. Retornamos. Semente é a menor quantidade de matéria que contém a maior quantidade de energia, por isso as sementes são energia viva que alimenta a todos os seres vivos "invariavelmente". Isto independe da facilidade em transportar maiores quantidades com maior velocidade a maiores distancias. Voltamos à sabedoria antiga que percebe a diferença entre maior produção e maior acesso aos alimentos (Sol transformado). As formas como os organismos multilaterais das Nações Unidas trataram os problemas da FOME nas décadas anteriores e sua utilização como propaganda e ideologia ficam claras nos planejamentos com tabelas diferenciadas para os continentes e gestão nas décadas futuras. Foi assim no passado onde garantiram os interesses das grandes corporações e governos, primeiro através da energia fóssil, depois sintética e agora renovável; nas sementes, primeiro industriais, depois híbridas e agora transgênicas; nos fertilizantes/agrotóxicos, primeiro os químicos naturais, depois sintéticos e agora biotecnológicos. Enquanto, neste espaço de tempo o Sol continuou invariável a economia cresceu mais de dez mil vezes e o agricultor tenha empobrecido o equivalente nas economias de Sol. As manifestações rituais e culturais e religiosas dos camponeses, principalmente onde não havia o uso tradicional da "roda" é consagrada à energia associativa invariável, sem justificar filósofos, economistas, mas garantindo o pensar, sentir e querer espiritual do alimento e natureza essencial. As escolas de agronomia têm aproximadamente a idade da Mecanização da Agricultura e foram criadas para dar sustentação aos interesses industriais dos estados nacionais e empresas de sua capitalização. Por isso a crítica generalizada sobre a perda dos valores de sabedoria das sandálias camponesas, associáveis ao Anel de Möbius e presença da soberba, arrogância e prepotência dissociável nas diferentes "rodas" que manipulamos.
  • 15. Para os estudantes e estudiosos destas escolas havia uma mínima afinidade e identidade entre as agriculturas anteriores à mecanização e motorização, todas, praticamente, vistas como campo da antropologia e sociologia rural, que não tem direito à existência dentro da economia. Primeiro foi chamada de alternativa, depois de biológica ou orgânica, até biodinâmica e agora agroecológica. Contudo, hoje o mais avançado na produção de alimentos está na etnoagricultura, onde os produtos da natureza, pouco domesticados ou cultivados e criados em equilíbrio possuem maior riqueza e diversidade mineral, conteúdo bromatológico e poder nutracêutico para o reequilíbrio, autopoiese e metabolismo dos corpos e noosfera, pois todos os seres vivos necessitam cotidianamente de sais minerais e sua diversidade nos alimentos leva à evolução e alcance da consciência (Noosfera). É importante saber o que são os serviços e sua diferenciação sobre as matérias primas, pois o que antes na natureza era matéria prima, uma riqueza, agora não tem valor se não há um serviço industrial que certifica sua origem, como vimos no exemplo dos diamantes... Sabemos que o único caminho é restaurar a autonomia e que isso passa por saber conseguir o sal do sol para suplantar o ouro. Entre nossas estratégias aprendidas no enfrentamento dos abusos na comercialização e uso de agrotóxicos, observamos: - A necessidade de construir informações sobre os agrotóxicos, toxicologia e ecotoxicologia que não estavam acessíveis nas universidades, governos e organismos multilaterais. A desconstrução destas informações a partir dos dados em poder das indústrias foi vital para o enfrentamento em pé de igualdade e construção de uma "credibilidade cidadã", com formação de quadros para a divulgação, conscientização, construção da nova "verdade", desestabilização e destruição da hegemonia da propaganda e corrupção dos agrotóxicos nos meios acadêmicos e oficiais do Estado. Inclusive em sua etapa protelatória dos Manejos Integrados de Pragas e Doenças, no interesse das empresas, corporações internacionais e organismos multilaterais. - Antecipando as futuras tecnologias, decodificando sua linguagem para os agricultores, como o feito com os biofertilizantes e trofobiose, antessala da biotecnologia, transferindo seu biopoder. - Propostas de novas formas de comercialização pública (feiras orgânicas) de alimentos naturais, orgânicos para antecipar a conscientização e livre acesso a todos, não por sua capacidade de pagamento e sim por sua cidadania. - Produção de Sementes Agroecológicas BIONATUR junto ao MST, quando todos os esquemas de poder e corrupção estavam organizando a fascinação e estupefação à espera das sementes transgênicas. - Lançamento Antecipado do Uso de Farinhas de Rochas para a Bioremineralização e Rejuvenescimento dos Solos, junto aos movimentos sociais, antecipando-se aos interesses das grandes corporações, mais uma vez, impedindo as manipulações tecno científicas no mercado. - Enfrentamentos a Wal-Martização camponesa são alguns destes embates quando a economia alcança a natureza (biodiversidade, biocombustíveis, biotecnologia etc.) como a última fronteira.
  • 16. Mas nem tudo é o sétimo céu. Tropeçamos com armadilhas, mecanismos e oportunismos partidários, tentando roubar bandeiras para seus fins e negócios desvirtuando sonhos através destas décadas, como já registra a história. Além do mais conhecemos e rechaçamos os mecanismos de heresia que serão acionados para proteger as agroecologias de resultados, seja na forma de agricultura orgânica do IFOAM, sob proteção da economia da União Européia; seja a agricultura biológica de caráter religioso que vem do Oriente Industrializado com seus eficientes micróbios em alianças comerciais com grandes centros tradicionais de agricultura não industrial. Temos ainda o pacote agroecológico (turístico-ideológico) de Berkeley-Havana e suas versões partidárias e variantes nos governos periféricos, atendendo interesses dos organismos multilaterais em suas atualizações para o Complexo Agroindustrial, Alimentar, Financeiro, que cumprem o pensado pela Casa de Windsor. Este momento é tão fecundo quanto à época da Reforma Religiosa e como tal: "Devemos ensinar tudo a todos, para aprender o que ensinamos e sejamos felizes com autonomia laica". Como um ambientalista pergunto: - O que faria Mahatma Gandhi ao ver a Wal-Martização do campesinato, em que o agricultor não pode produzir para comer e tem que estar primeiro incorporado à economia para poder existir? Por isso, os trabalhadores mais econômicos em todo o processo produtivo, que não tem qualquer vínculo com a terra que são arte e desperta... Mais barato, mesmo, só nos Estados Unidos, onde eles descontam os valores da Segurança Social e aposentadoria e o trabalhador não tem direito aos serviços, pois são considerados "ilegais". Mais de 30 milhões de "ilegais", que sentem saudade da sua família, da terra pátria e do Sol, mas que necessitam do sal da vida. Vejo que a imagem de Anúbis do antigo Egito, mas há novos hieróglifos, como Fundação Rockefeller, House de Windsor, Tradax, Innovasure, mas o féretro continua muito atual. Quando Ehrenberger, von Humboldt e Vernadsky afirmaram que a evolução energética dos seres vivos levava à noosfera e consciência voltamos aos nossos ancestrais. Os antropólogos definem como "xamanismo": O conjunto de crenças e práticas religiosas que explicam as relações entre o cosmos, a natureza e o ser humano. Usualmente concebem a criação composta de três camadas superpostas: O mundo celeste, o terrestre, o subterrâneo e o inframundo. O etnoagricultor é obrigado, como os xamãs a voar de uma para a outra camada revelando os mistérios, alheios aos interesses das empresas e seus servidores seja como tecnologia, ciência, espiritualidade ou apenas sabedoria. Nós ao buscarmos junto aos camponeses, explicações para suas ações, chocamos com um conjunto de práticas, místicas e técnicas, que associam as energias do cosmos, natureza e ser humano.
  • 17. Hoje, vemos mais comprovada a importância da diversidade mineral dos sais na agricultura, quando a agronomia descobre a importância do Samário, Gadolínio e outros de Terras Raras. A energia do Sal e Sol dia a dia transformada em entropia no relógio de areia ou nos saltos de dissipação de energia associativa de Ilya Prigogine. Como dizia o grande professor e maestro Efraim Hernandez Xolocotzi: “Isto consolida o saber de huaraches (sandálias) e constrói o biopoder nas mãos dos agricultores”. EPÍLOGO “Muita instrução não ensina a ter inteligência; pois teria ensinado Hesíodo e Pitágoras, Xenófanes e Hecateu”. “Tudo flui” ou “Não cruzarás o mesmo rio duas vezes, porque outras são as águas que correm nele” são frases históricas de Heráclito de Éfeso, o Obscuro, por sua hipocrisia. A água flui sem autopoiese, por não ser viva, mas sim, mutável, sem metabolismo, embora contenha vida, e, no final, sobra como uma cinza do processo vital, pendente do Sol e parte do seu ciclo maior, que transforma energia em matéria (de Carbono), outrora sem Oxigênio, quando o importante era o gás sulfídrico. Os filósofos modernos, sem hipocrisia, confluem na inexistência dos "ciclos". Mas, antes de acabar com estes, é necessário exaurir sua compreensão, e o melhor meio é através do Sol, onde tudo convergem ou renova. A energia do Sol se transforma em Carbono no plasma (água) dos seres vivos e retorna a forma de energia como gás carbônico e sulfídrico, ambos cinzas (óxidos e anidridos), que fazem parte do equilíbrio termodinâmico nos processos biológicos (fermentações e oxidações - reduções). É assim que a água dissolve os sais das rochas e os transporta para o mar, mas ao evaporar pela ação do Sol, estes permanecem retidos nos oceanos. As nuvens carregam, apenas a energia livre do vapor de água. No mar, todos os sais são incorporados à matéria (plasma vivo), até voltar a ser cinzas do processo para reiniciar novamente. Concordamos com os filósofos por ser pouco pedagógico os Ciclos: da Água, do Nitrogênio, do Carbono, do Enxofre e muitos outros, sem qualquer sincronização dinâmica, sistêmica e funcional, parte da existência do Sol nos processos vitais. É uma lástima que mesmo nos níveis mais elevados de instrução não recebamos estas informações, daí nosso título tirado da frase de Heráclito, com quem concluímos: “Pois uma só é a coisa sábia, possuir o conhecimento que tudo dirige através de tudo”. Os descarados, que servem a si próprios, não percebem quem determina seu aprendizado e posterior ensinamentos e como paga sua fidelidade real, intelectual e intangível.
  • 18. Ainda há “um lugar onde o Sol não se põe”: Fica na Haus Sachsen-Coburg und Gotha, ou seja no império britânico, que por vergonha e marketing na Primeira Guerra Mundial mudou seu nome para House of Windsor (Coroa Britânica), interveniente em mais de 90% da comercialização de alimentos no planeta e também na produção de energia industrial (petróleo). Ela nos últimos trinta anos criou a entidade internacional ambientalista WWF e outras “independentes”, que agora, se transformaram nos principais e mais rentáveis focos de inversões & serviços planetários (preservação da natureza, alimentos orgânicos, mudança climática, tecnologia antipoluente e outros).
  • 19. A MORTE ESPREITA Na terceira semana de setembro próximo passado houve uma catástrofe nos EE.UU. com três mortos e 180 intoxicados por espinafre “orgânica” contaminada pela cepa 0157:H7 de Escherichia coli e sua verotoxin, que anualmente intoxica mais de 30.000 pessoas nos EE.UU. Faz três anos os “yankees” formularam sua legislação sobre terrorismo alimentar e passaram a exigir que cada país elaborara sua Legislação de Inocuidade, para garantir a Segurança Alimentar e Interna. Sobre estes temas não há repercussão séria na imprensa brasileira, apenas o manejo de escândalo, rapidamente substituído por outro de maior impacto, embora na website existam mais de dois milhões de páginas. Não perguntamos o porquê, pois conhecemos a lógica e ação da House of Windsor. Os alemães com sua capacidade futurista estão analisando os “cafés orgânicos brasileiros”, onde encontram a contaminação por Ochratoxin – A, de graves repercussões crônicas sobre a saúde, equilíbrio hormonal e outros. O raro é que no país poucos sabem algo sobre esta insídia alimentar; nem governo, nem as empresas de cafés naturais ou solúveis possuem diretivas sobre estes riscos. Somente quando a House of Windsor desejar é que se adotará um protocolo, serviço ou discussão extra-acadêmica sobre o tema. É por isso que não há uma linha sequer nos espaços da corporação Nestlé e seu Nescafé. Tomamos o exemplo da “Doença da Vaca Louca” na Grã Bretanha. O império nos anos 70 por economia e racionalização energética, fizeram “farinha de carne” com os ovinos animais mortos pela epidemia de scrapie. Quinze anos depois conheceram-se os primeiros casos da BSE, nome oficial da “vaca louca”. Foram necessários mais que quinze anos para que se conhecesse a Doença Creuzfeldt-Jakob atacando os humanos, em uma hecatombe anunciada. Surge a scrapie no Brasil, mais precisamente em um ovino sulfok em Passo Fundo. Não acreditamos em Redi e Spallanzani, da mesma forma que sabemos que a “Ferrugem do Café” e “Bicudo do Algodão” foram trazidos por interesses de quem controla mais de 90% da comercialização de alimentos. Incluímos os insumos e energia dentro deste cômputo... Agora o governo brasileiro, através do Ministério da Agricultura (MAPA), pode propor estudar a "scrapie" no seu rebanho ovino... Ousados e doutos darão espaço à vaidade, cobiça, burocracias e outras ações e cenários. Retornamos do México, onde foi proibido o consumo de espinafre “orgânica” de origen norte-americano, embora “certificado” pelos serviços de sua realeza. Na histórica e renomada Universidade Autônoma de Chapingo, México, prima inter pares na América Latina e uma das mais famosas do mundo, foi realizado o IV Seminário Internacional de Agroecologia entre 17 e 21 de outubro presente comemorando o 15º aniversário da carreira de Engenharia Agroecológica. O evento foi organizado pelo Departamento de Agroecologia, North Carolina State University e o pioneiro Instituto Rodale com a participação do Departamento de Agroecologia de Rel-UITA, que ofereceu duas conferências no evento e cinco conferências extra seminários (Trofobioses, Transgênicos, Agrotóxicos, Bioremineralização de Solos e Biodiesel) por solicitação dos alunos e professores das diferentes universidades mexicanas. Visando fortalecer as relações com as universidades mexicanas foi proposto e aceito, por UITA, convênios para agilizar as mudanças e transformações nas ações dos movimentos sociais por uma agricultura camponesa em todo o continente.
  • 20. A exemplo do que ocorreu em todas as escolas de agricultura no mundo também na U. A. Chapingo há uma forte presença dos interesses da Casa de Windsor, de capitalização financeira da Agricultura, que localmente eles dizem ser influência da Revolução Verde. Os indianos são muito objetivos: “Escutar o rugido do “leão” na selva, não indica saber onde ele está, nem o que fazer”. Aos seminaristas e estudantes em geral alertamos para o surgimento da "Agroecologia Industrial" no interesse dos grandes conglomerados financeiros, industriais que buscam a "wal-martização" da agricultura camponesa, nova fase da Revolução Verde, para quem não vê, não pode ou não quer ver o “leão”, que Gandhi expulsou da Índia. Colaboramos com nosso "antídoto pedagógico" a la Paulo Freire, utilizando murais informáticos, copiando Diego de Rivera, decodificamos alguns elementos essenciais na agricultura camponesa: Ouro e Sal, Roda e Banda de Möbius, Leite em pó e Leite Materno, Relógio de areia e de Sol entre outros. Estes elementos pedagógicos permitem perceber o efeito do cartesianismo (res extensa e res cogitans) sobre a invisibilidade da Casa de Windsor na agricultura mundial, que não é somente uma atividade econômica como querem suas corporações livres e por cima dos Estados Nacionais. A res extensa é a realidade material, que não se percebe e é obrigado a conviver ou alterá-la sem beneplácito de forma violenta (revolucionária). Atentem que a educação na maioria das vezes serve ao poder e não permite trocas a não ser no interesse do poder. O interessante é que nestas circunstâncias a sabedoria consolidada na cultura de um povo é considerada parte da res extensa, quando deveria estar na res cogitans. Res cogitans é o mundo intelectual onde os avanços são organizados e executados de forma a atender o poder que o financia, como por exemplo a WWF. Neste as violências não são perceptíveis da mesma forma por todos, por haver fascinação, publicidade e propaganda, estupefação e satisfação no trato com suas relações. Há outras entidades ambientalistas que utilizam este mesmo mistério. Não é necessário recordar que os camponeses e trabalhadores em sua quase totalidade ficam restritos a agir no espaço da realidade material somente, enquanto que empresários, políticos, acadêmicos se ocupam com a “realidade intelectual”, com graduações dentro da realidade de "centro" e "periferia", onde sabedoria e conhecimento alternam a disputa de espaço. Com o esvaziamento do Estado Nacional muitas organizações de trabalhadores e camponeses usam a estratégia de ocupar as infraestruturas da sociedade civil para elevar sua presença na imprensa e cidadania "invadindo" a res cogitans. Os mesmo faz alguns acadêmicos e políticos junto as organizações de trabalhadores para a aproximar a res extensa a suas ações. ?
  • 21. Foi dito em público, no evento, por quem de direito que o Rodale Institute, a North Caroline State University e a Mokiti Okada Association possuem um acordo para a agroecologia... Obviamente que seria ingenuidade colocar esta situação no espaço da “res cogitans”, que para uma compreensão necessitaria de outros elementos de valor. Entretanto, isto não pode ser grosseiramente ser enquadrado como “res extensa”, ignorando a House of Windsor. Pois seria necessário aqui trazer a metáfora da queda da gota de água sobre a superfície em repouso. Onde a cada arco de expansão da onda que parte do centro do choque, há uma resistência de contra-onda na periferia cada vez maior. Ao sabermos que, nas periferias há a supremacia da sabedoria sobre o conhecimento. Antecipamos o conhecimento popular, informando para a resistência e organização, diminuindo os impactos de propaganda, publicidade, mídia e consumo. Isto permite que a sabedoria seja reconduzida ao seu espaço de direito. No IV Seminário Internacional de Agroecologia, muitos estudantes mexicanos levantaram que as pesquisas "alugadas" ou financiada pelas grandes corporações com interesses privativos e isto é uma tônica mundial, mais forte nas periferias onde a res pública é manejada como "coisa privada", vaidade, cobiça etc. A habilidade em saber denunciar, pedagogicamente, o esvaziamento do espaço público é vital para manter a esperança de alcançar a autoestima para enfrentar a situação atual. Sem isso, vamos ter o eterno conflito entre o pensamento real dos trabalhadores organizados, o pensamento intangível da sabedoria e pensamento positivista dos acadêmicos que hoje a todo custo e preço desejam mudar, sem saber como. No IV Seminário Internacional de Agroecologia, pude pensar, divertir-me pensando, levando um pouco de autoestima aos agricultores e estudantes, res extensa para a Casa de Windsor, mas para nós, apenas sua hipocrisia ambiental! Aninha e suas pedras Não te deixes destruir… Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas. Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. Faz de tua vida mesquinha um poema. E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir. Esta fonte é para uso de todos os sedentos. Toma a tua parte. Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede. – Cora Coralina, em “Vintém de cobre: meias confissões de Aninha”. 6ª ed., São Paulo: Global Editora, 1997, p. 139.
  • 22. Acessos e Bibliografia - Nueve mil años de agricultura en México: Homenaje a Efraín Hernández Xolocotzi (4 libros en Acceso Abierto y videos) de Libre Acceso en Internet. https://www.madrimasd.org/blogs/universo/2012/10/17/141622 - acesso em 21/07/2020. - EFRAIM HERNANDEZ XOLOCOTZI (1913-1991) http://www.ibiologia.unam.mx/jardin/gela/page4.html - acesso em 21/07/2020. - Agricultura Alternativa em Santa Catarina - Francisco Gelinski Neto – acesso em 21/07/2020 https://fgelneto.paginas.ufsc.br/files/2011/08/Agricultura-alternativa-em-Santa-Catarina.pdf ANEXO