SlideShare a Scribd company logo
1 of 85
Download to read offline
AUTARQUIA EDUCACIONAL DO BELO JARDIM – AEB
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E APLICADAS DO BELO JARDIM – PE
NECLEO DE PESQUISA – NEPE
NATALICIO DE MELO RODRIGUES
CARACTERIZAÇÃO E ANALISE GEOLÓGICA E GEOMORFOLÓGICA
DE INSELBERGUE NO AGRESTE SEMIARIDO DE PERNAMBUCO:
O CASO DA PEDRA DO CACHORRO
SÃO CAETANO – PERNAMBUCO
BELO JARDIM – PE
2015
1
NATALICIO DE MELO RODRIGUES
CARACTERIZAÇÃO E ANALISE GEOLÓGICA E GEOMORFOLÓGICA
DE INSELBERGUE NO AGRESTE SEMIARIDO DE PERNAMBUCO
O CASO DA PEDRA DO CACHORRO
SÃO CAETANO – PERNAMBUCO
BELO JARDIM – PE
2015
2
AGRADECIMENTOS
Ao Eterno Deus de Israel
3
LISTA DE FIGURAS
Descrição pág.
Figura 1. Observa-se o processo de evolução em três fases: Juventude(Youthful),
maturidade(Mature) e Senilidade (Old Age). Fonte. natalgeoblogspot.com.br. Acesso
06/10/2015. 19
Figura 2: Mapa de relevo levando em consideração o clima e vegetação ou domínios
morfoclimáticos. Fonte:www.blogdoprofalexandre. blogspot.com.br. Acesso
26/12/2015. 23
Figura 3: Observa-se uma de limites de unidades de relevo construída por Aroldo
Azevedo em 1949 para classificar e delimitar as unidades presente no relevo do Brasil.
Fonte: Geografalando. Acesso 26/12/2015. 25
Figura 4. Classificação de Aziz Ab’ Saber, Domínios morfoclimáticos e províncias
fitogeográficas do Brasil. Fonte: Revista Orientação. Acesso 26/12/2015. 26
Figura 5. Moderna e atual Classificação do relevo do Brasil de Jurandir Ross. Fonte:
Geografia do Brasil, Jurandyr L. S. Ross, org. Acesso 26/12/2015. 27
Figura 6: Observa-se dois pradoes de de cores na figura, uma em tom verde
representando as massa continentes, e um outro em tom azul com aspecto enrugado
que representa áreas de formação das dorsais oceânicas nas regiões de separação
tectônica. Fonte: Myplaneterth.org. Acesso, 07/01/2016. 31
Figura 7. Observa-se uma zona de convergência de placas entre uma crosta oceânica
e uma crosta continental, a trincheira (Trench) seguindo uma tendência a de forma-se
nas bordas continentais. Fonte: studyblue.com. Acesso 26/11/2015. 33
Figura 8. Uma chapada caracteriza pela formação de grandes vales úmido ou secos
em suas bordas, em geral tem seu tipo plano e sempre circundados por depressões.
Fonte: zeviagem.blogspot.com.br/2013/ 02/chapada-diamantina-ba-brasil.html.
Acesso 26/12/2015. 34
Figura 9: As custas tende a se formar nas bordas das chapadas sedimentares e sempre
com uma face voltada para um vale consequente.
Fonte: Flogão.com. Acesso 27/11/2015. 35
4
Figura 10. Embora semelhante as formações de cuesta se diferenciam devido a sua
estrutura geológica, a Cuesta tem sua estrutura sedimentar, ao contrário das escarpas
cristalinas.
Fonte: Larousse.com.Fr; Panoramio.com.2015. Acesso 27/11/2015. 37
Figura 11. A grande Cordilheira do Himalaia formou com o choque da Placa
Asiática e Placa Eurásia. Fonte: Daniel Prudek / Shutterstock.com. Acesso 26/12/15 38
Figura 12: Observa-se a expansão urbana da cidade de Manaus sede do governo da
Amazonas sobre a planícies fluvial do rios Amazonas. Fonte: Governo do Estado,
2015. 41
Figura 13. A cidade uma das maiores metrópoles urbana do nordeste do Brasil se
desenvolveu sobre uma planície do tipo fluvio-marinha.
Fonte: Jornal do Commercio. Acesso 27/11/2015. 42
Figura 14: Observa-se uma extensa planície eólica no interior do estado de Rio
Grande do Norte, hoje muitas dessas área são dotadas um enorme potencial energético
eólico natural. Fonte: fr.m.wikipedia.org. Acesso 26/12/2015. 43
Figura15: Inselbegue sob ação erosiva – Queimadas-PB nas proximidades de
Campina Grande-PE no agreste paraibano. Fonte: GoogleEarth. Acesso 27/11/2015. 45
Figura 16: Observe-se um extenso pediplanos Quaternário Pleistoceno sertanejo
desenvolvido por processos erosivos e embutido no interior da grande Depressão
Sertaneja pernambucana. Fonte: geoconceicao. blogspot.com. br/ 2010/07/ regiao-
nordeste.html. Acesso 26/12/2015 46
Figura 17: Vista parcial em três dimensões da área rural do distrito de Santa Luzia
localização das coordenadas geográficas 08°14’11”S e 36°11’29” da Pedra do
Cachorro no Município de São Caetano. O pino em cor vermelho mostra os limites
territoriais do município de Tacaimbó, o verde por sua vez os limites territoriais do
município de Brejo da Madre de Deus, e por fim o amarelo o de São Caetano. A
imagem de satélite captado pelo satélite de domino da empresa Keyhole, Inc.,
disponibilizado pelo GoogleEarth em 2015. Autor: Natalício de Melo Rodrigues,
2015. 47
Figura 18: Observa-se que a principal característica da Pedra do Cachorro e a
exposição do seu maciço granítico exposto somando a sua grande conta altimétricas
que atingem cerca de 453 metros de altitude que somados as contas de altimetria da
Borborema eleva a altura de mais de mil metros, conforme aferições em loco feita 48
5
pelo pesquisador. Fonte: cedida pelo pesquisador Prof.Dr. Natalício de Melo
Rodrigues, 2015.
Figura 19: Observa-se um mapa elucidando a composição geológica presente nos os
tipos de terrenos e sua classificação na datação, no caso particular da Pedra do
Cachorro localiza-se nas junções de encontro das setas em Terrenos Ígneos
Metamórficos do Período Geológica Pré-cambriano. Fonte: Atlas Escolar de
Pernambuco, 2003. 51
Figura 20: Climogrma de São Caetano mostra uma grande variação de precipitações
e de temperatura. Essas variações somados ao efeito altitude fundamentais para
ampliar a eficiência das fenômenos erosivos e ampliação do intemperismo químico e
físico na Pedra do Cachorro. Fonte: Climate.dat.org. 2016. 52
Figura 21: Observa-se na figura aspectos cristalinos que compõe parte das massas
rochosas presenta no Inselbergue denominado Pedra do Cachorro. Os cristais em tom
rosa são os minerais de feldspato, os pretos o mineral biotita, e por fim os brancos que
são os quartos. Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015. 55
Figura 22: Observa-se o Inselbergue denominado Pedra do Cachorro circundado pela
mata do tipo Caatinga. Por sua composição do tipo cristalina afirmar-se em teoria que
o Inselbergue denominado Pedra do Cachorro esteve antes do Período Quaternário
submetido a processo de sedimentação, mas tarde essas massas exposta a intensos
processos erosivos ficaram a vista na superfície.
Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015. 56
Figura 23: Amostragem das composições químicas das massas rochosas do
inselbergue Pedra do Cachorro. Fonte: Natalicio de Melo Rodrigues,2015. 58
Figura 24: Amostras da composição mineralógica tipo félsica e mesocrático presente
na Pedra do Cachorro. A esquerda o granito de cor predominante, a direita o granito
rosa que aparece de forma isolada. Fonte: Pesquisa de campo –Projeto PIBID-
Geografia, 2015. 58
Figura 25: Amosta de variações da rocha ignea tipo cristalina.A direita a composição
clássica pela qual o granito é conhecico compsoto por biotita, feldspato e quarto. A
direir uma variação do granito com inserção de cristal de feldspato amarelo. Fonte:
Natalicio de Melo Rodrigues. 2015. 60
Figura 26: Compsição minerológica do granito aumentado 10 vezes com uso de app
lupa tipo Manifier: A cor preta é o mineral botita, o bracno é feldspato, o cinza e o 60
6
cristal de Quartzo, o mineral com coloração café é quarto. Fonte: Natalicio de Melo
Rodrigues.
Figura 27: Observa-se intrusões finas e rasas sobre rochas graníticas faneritica
granular grossa. Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015. 61
Figura 28: Pedra do Cachorro situada no município de São Caetano é na verdade sob
o ponto de vista geomorfológico um inselbergue. Fonte: Acervo de Natalicio de Melo
Rodrigues, 2015. 62
Figura 29: O inselbegue denominado Pedra possui uma extensa e variada fauna que
precisa ser pesquisada e catalogada. Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de
Geografia, 2015. 63
Figura 30: Observa-se na figura que os locais mais altos da massa rochosa perdem
sedimento por processos erosivos que se desprendem das rochas e se acumulam no
sopé das encostas constituindo os sedimentos coluvionares. Nas encostas muitos
sedimentos desenvolvidos em loco constituem importantes nichos de
desenvolvimento de vegetação no coluvio preso pela gravidade.
Fonte: natalgeoblogspot.com.br. Acesso 06/10/2015. 65
Figura 31: A grande fenda que dar acesso a parte superior do inselbergue denominado
Pedra do Cachorro é possível perceber ação da combinação dos intemperismos
químico, físico e biológico sobre a falha rochosa na forma de fenda. Fonte: Pesquisa
de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015. 68
Figura 32: Observa-se evolução de uma Oriçangas nas encostas íngremes do
inselbergue da Pedra do Cachorro por efeito do intemperismo químico. Após a
dissolução e formação das oriçangas o consequente preenchimento da Oriçangas por
sedimento e desenvolvimento de vegetação por dispersão de sementes por insetos,
animais ou vento. Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015. 69
Figura 33: Imagem do tipo de intemperismo físico atuando uma diaclase obre a rocha
com ação da água que penetra o solo rochoso e a ação dinâmica posteriormente das
amplitudes térmicas em função variações altas temperaturas durante o dia e queda de
temperaturas a noite. Autor: José Joaquim da Silva Neto – Pesquisa de campo em
06/10/2015. 70
Figura 34. Agentes do intemperismo do tipo Biológico vegetação envolvida na
superfície rochosa da Pedra do Cachorro apresentando arbustos e plantas densas.
Autor: José Joaquim da Silva Neto – Pesquisa de campo em 06/10/2015. 71
7
Figura 35: Perfil esquemático que mostra a estrutura de um líquen.Fonte:
Coladaweb.com.2016. 72
Figura 36: Liquens tipo crostoso nas superfícies rochosas ígneas graníticas do
inselbergue Pedra do Cachorro em cores amarela, laranja, verde e cinza. Fonte:
Natalicio de Melo Rodrigues, 2015. 74
Figura 37: Liquens tipo crostoso em cores verde e cinza escuro. Fonte: Natalicio de
Melo Rodrigues, 2015. 75
Figura 38: Liquens tipo crostoso em cores verde e amarelo escuro. Fonte: Natalicio de
Melo Rodrigues, 2015. 75
Figura 39: A Teoria da Deriva Continental mostra que durante os períodos geológicas
Permiano, Triassico e Jurássico o continente sul-americano e África estiveram juntos,
nessa condição o litoral brasileiro tinha um clima continental seco típico e se
assemelhava as condições atuais do semiárido do Nordeste, o que leva a entender a
posição da paleoforma do Pão de Açúcar na condição de inselbergue.
Fonte:quantumbiologist.wordpress.com 78
Figura 40: Observa-se na paisagem aspectos arredondados nas camadas superior das
faces rochosas o que denotam a ação erosiva química por hidratação dos cristais das
rochas. No centro entre os blocos rochosas onde o desnível é moderado o
desenvolvimento do solo eluvial sobre o qual cresce a vegetação e agre o
intemperismo biológico.Fonte: riodejaneironow.com.2015. 78
Figura 41: Observa-se que as feições do inselbergue da Pedra do Cachorro guardam
importante relação geológica, geomorfológica e paisagística com o morro do Pão de
Açúcar, embora ambos se encontram em condições geológicas semelhantes, por outro
lado suas condições geomorfológicas e temporais denotem uma grande inversão, o
Pão de Açucar foi inselbergue no passado, por sua vez a Pedra do Cachorro já no
passado um morro sob processo de dissecação. Autor: Natalicio de Melo Rodrigues,
2015. 78
Figura 42: Concepção artística cientifica geológica da possível estrutura imersa do
Pão de Açúcar. Por ser uma baia é possível que essa concepção esteja correta. Fonte:
Universidade se São José dos Campos.SD. 81
Figura 43: Caruaru no entremeio das vertentes que compõe Vale do Ipojuca, ao fundo
em último plano os divisores de água da bacia do Rio Una. No centro é possível 82
8
observar as edificações verticais que caracteriza o bairro Mauricio de Nassau. Imagem
obtida com câmara celular tipo Motorola G.Fonte: Natalicio de Melo Rodrigues 2015.
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Classificação do relevo conforme Guerasimov apud Jatobá, 2008 .......... 29
Tabela 02 Tipologia Geológica do Terrenos no Estado de Pernambuco ................... 52
Tabela 03 Composição química das rochas ígneas ................................................... 58
Tabela 04
Aspectos granulométrico das rochas cristalinas do iselbegue da Pedra
do Cachorro ............................................................................................. 59
Tabela 05
Observa-se comparação entre os elementos geológicos,
geomorfológicos, climáticos, condição de política atual ......................... 77
10
RESUMO
O domínio semiárido pernambucano é caracterizado por possuir altas temperaturas durante o
dia e quedas de temperaturas a noite em função do efeito longitudinal, dessa forma as
amplitudes térmica diárias de como caráter grande variação térmica condições na qual se
estabelece o intemperismo físico, some as essas condições as chuvas irregulares, esparsas e mal
distribuídas, altos índices de evaporação, intermitência de rios, solos rasos e a vegetação
xerófila compondo assim o cenário ambiental do semiárido onde se insere os Processos de
Pediplanação que permite o desenvolvimento dos inselbergues. Nesses ambientes de
semiaridez como é o caso da Microrregião do Vale do Ipojuca que se destaca na paisagem um
perfil morfológico notadamente contrastante com o entorno da região do agreste que o
inselbergue denominado comumente Pedra do Cachorro forma de relevo típica relacionada a
Teoria da Pediplanação. Esse inselbergue, inserido na divisa dos limites intermunicipais de
Tacaimbó, São Caetano e Brejo da Madre de Deus tem em seu entorno as demais formas de
relevo comumente marcada pelos processos de pediplanação, como é caso dos pedimentos, os
pediplanos. Segundo JATOBÁ. L.; LINS, R.C. (2008), esses relevos residuais isolados e
elevados na paisagem pediplanadas são denominados na literatura de inselbergues (JATOBÁ,
L.; LINS,R.C(2008). Segundo a Teoria da Pediplanação (KING, 1967) tem por princípios a
análise da evolução do relevo, ocasionada dentre outros fatores pela termoclastia, um fenômeno
típico de dilatação e contração diária de rochas, promovidas pela variação de calor (quente/frio),
fator importante na erosão em ambientes secos, ocasionando a desagregação mecânica
(esfoliação esferoidal), erosão regressiva (recuo paralelo das encostas), modelagem dos relevos
residuais, e formação de pediplano, entendendo como áreas planas embutidas dentro de unidade
de planaltos e ligeiramente planas oriundas através da sobreposição de pedimentos. Contudo,
infere-se que a origem e evolução gradual dos inselbergues no semiárido do nordeste brasileiro,
agreste pernambucano, como é o caso da Pedra do Cachorro, estão associadas a uma dinâmica
evolutiva do relevo, pertinente às peculiaridades fisiográficas da região, essas feições são
relevos que possuem maior resistência à desagregação mecânica, pelas condições litológicas de
seu substrato rochoso, consequentemente, são considerados relevos residuais explicadas pela
teoria da Pediplanação.
11
ABSTRACT
The Pernambuco semiarid area is characterized by having high temperatures during the day and
drops temperatures the night due to the longitudinal effect, thus the thermal amplitudes daily as
character wide variation thermal conditions which establishes the physical weathering, some of
these conditions irregular, scattered and poorly distributed rainfall, high rates of evaporation,
intermittent rivers, shallow soils and xerophilous vegetation thus compounding the
environmental setting of the semiarid region where it operates the pediplanation processes that
allow the development of inselbergs. These semiaridez environments such as the Ipojuca Valley
micro-region that stands out in the landscape morphological profile markedly contrasting with
the surroundings of the rugged region that Inselberg commonly called Dog Stone typical form
of relief related to Theory of pediplanation. This Inselberg, located on the border of the
intermunicipal limits Tacaimbó, São Caetano and Brejo da Madre de Deus has in its
surroundings other landforms commonly marked by pediplanation processes, as is the case of
pediments, the pediplanos. According JATOBÁ. L.; LINS, RC (2008), these isolated residual
relief and high in pediplanadas landscape are denominated in inselbergs literature (JATOBÁ,
L .; LINS, RC (2008). According to the theory of pediplanation (KING, 1967) has the principles
analysis the evolution of relief, caused among other factors by termoclastia, a typical expansion
phenomenon and daily contraction of rocks, promoted by heat variation (hot / cold), an
important factor in the erosion in dry conditions, causing mechanical breakdown (exfoliation
spheroidal) , regressive erosion (parallel retreat of slopes), modeling of residual reliefs, and
pediplano training, understanding how embedded flat areas in uplands unit and slightly flat
originated by pediments overlap. However, it appears that the origin and evolution gradual of
inselbergs in the semiarid region of northeastern Brazil, rural Pernambuco, such as Cachorro
Stone, are associated with an evolutionary dynamics of relief, relevant to the physiographic
peculiarities of the region, these features are reliefs that have greater resistance to mechanical
breakdown, by lithological conditions of its bedrock therefore are considered waste relief
explained by the theory of pediplanation.
12
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA ............................................................. 16
2.1 A literatura e a natureza geomorfológica .................................................. 16
2.2 Teorias em Geomorfologia ......................................................................... 17
2.2.1 A teoria de William Morris Davis .............................................................. 18
2.2.2 Teoria de Pediplanação de Lester King ..................................................... 20
2.2.3 A teoria do equilíbrio dinâmico de Hack ................................................... 21
2.2.4 Perfil de Equilíbrio de Surrel ..................................................................... 21
2.3 Teoria da Pedimentação no Brasil ............................................................. 22
2.4 As classificações de relevo no Brasil ........................................................... 24
2.5 As formas de relevo ..................................................................................... 27
2.6 Contribuição da Geomorfologia Soviética para classificação do relevo 28
2.7 As Morfoestruturas .................................................................................... 29
2.7.1 Dorsais oceânicas ........................................................................................ 30
2.7.2 Trincheiras oceânicas ................................................................................. 32
2.7.3 Chapada ....................................................................................................... 34
2.7.4 Cuesta .......................................................................................................... 35
2.7.5 Escarpas de falha ........................................................................................ 36
2.7.6 Montanhas de dobramentos ....................................................................... 38
2.8 Morfoesculturas .......................................................................................... 39
2.8.1 Morfoesculturas desenvolvidas por processos de acumulação ................ 40
2.8.2 Planície fluvial ............................................................................................. 40
2.8.3 Planície flúvio marinha ............................................................................... 41
2.8.4 Planícies eólicas ........................................................................................... 42
2.9 Morfoestruturas desenvolvidas por processos de pedimentação ............ 43
13
2.9.1 Inselbergue .................................................................................................. 44
2.9.2 Pediplano ..................................................................................................... 45
2.9.3 Pedimentos .................................................................................................. 46
3 LOCALIZAÇÃO CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ...... 47
4 METODOLOGIA ....................................................................................... 49
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ 51
5.1 Localização geológica da Pedra do Cachorro ........................................... 51
5.2 Origem geológica e geomorfológica do Inselbergue Pedra do Cachorro 53
5.3 Características geológicas das rochas presente na Pedra do Cachorro 55
5.4 Textura e classificação da rocha ígneas da Pedra do Cachorro ............... 57
5.5 Intrusões magmáticas em rochas cristalinas na Pedra do Cachorro ....... 61
5.6 Aspectos geomorfológicos .......................................................................... 62
5.7 Condições edáficas ...................................................................................... 64
5.8 A Desagregação Mecânica e Química no Inselbergue Pedra do
Cachorro ...................................................................................................... 65
5.8.1 Intemperismo Químico ............................................................................... 66
5.8.2 Intemperismo Físico ................................................................................... 69
5.8.3 Intemperismo Biológico .............................................................................. 70
5.8.4 Liquens: definição e característica ............................................................ 72
5.8.5 Caracterização das colônias de liquens no Inselbergue Pedra do
Cachorro ...................................................................................................... 73
5.8.6 As relações geomorfológicas e geológicas aplicadas ao inselbergue da
Pedra do Cachorro e o Pão de Açúcar ....................................................... 76
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 83
14
1 INTRODUÇÃO
No Agreste de Pernambucano, município de São Caetano, distante 160 quilômetros
do litoral, em paisagem seca da caatinga, destaca-se a Pedra do Cachorro, afloramento rochoso
de 475 metros de altura - um grande desafio para aventureiros e amantes dos esportes radicais.
Este é o cenário da terceira Reserva Particular do Patrimônio Natural de Pernambuco, uma
propriedade de 23 hectares, dos quais 18 foram transformados em unidade de conservação.
O título de RPPN foi concedido pela Agência Estadual de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (CPRH) em junho de 2002, devido à bela paisagem natural encontrada na
fazenda, além da diversidade da fauna e da flora da região. Após a titulação, o proprietário
Guaraci Cardoso assinou um termo de compromisso, assumindo a responsabilidade pela
preservação da reserva, um dos requisitos exigidos pelo Decreto Estadual nº 19.815/97, que
regulamenta a criação de unidades de conservação de caráter particular em Pernambuco.
A biodiversidade da RPPN foi conferida pelos técnicos Catarina Cabral e Cristina
Tavares, da CPRH e Aguinaldo Araújo, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente,
durante o processo de reconhecimento.
Além do valor paisagístico, o levantamento botânico da região, embora tenha sido
realizado num curto período de tempo, identificou espécies como a catingueira, o araçá nativo
e o angico-de-caroço, espécies de porte médio, presentes em fragmentos bem conservados da
vegetação. Da rica fauna levantada na fazenda, destacam-se o tatu-bola e a onça-parda, espécies
presentes na Lista Oficial de Animais Ameaçados de Extinção do País, publicada pelo Ibama.
A fazenda dispõe de alojamento para receber grupos de estudantes, pesquisadores
e visitantes, mas o desenvolvimento do ecoturismo na fazenda depende da aprovação do plano
de manejo da unidade de conservação, pela CPRH.
O proprietário da fazenda, um militar com experiência em sobrevivência na selva e
na prática de esportes radicais, orienta os visitantes sobre condutas corretas para a visitação da
área e envolve os vizinhos em programas de educação ambiental, com o objetivo de diminuir a
caça e o desmatamento realizados no entorno. Em 2002, promoveu o I Encontro dos Amigos
da Pedra, com a realização de limpeza das trilhas e exibição de vídeos ambientais.
Na verdade, sob o ponto de vista da geomorfologia do semiárido, essa paisagem
denominada Pedra do Cachorro, trata-se do ponto de vista cientifico uma forma de relevo
oriundas de processos erosivos na escala maior e diversos intemperismos na escala menor, que
15
atuando numa temporalidade quaternária holocênico denominada inselbergue. Assim, essa
pesquisa teve como objetivo construir uma caracterização Geológica e Geomorfológica da
Pedra do Cachorro considerando os atores internos e externos que ocasionou a formação desse
relevo na paisagem, localizada no município de São Caetano – PE. Identificar a tipologia das
rochas cristalinas, elucidar os processos metamórficos; caracterizar os processos de
intemperismo (o químico, o físico e biológico); localizar falhas geológicas; identificar o bioma
presentes nas diversas cotas altimetrias. Apresentar as formas Geológicas e Geomorfológicas e
Intemperismo na área do parque.
16
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A literatura e a natureza Geomorfológica
Segundo Valter Casseti a Geomorfologia serve a para mostrar a importância do
estudo do relevo para os diferentes campos do conhecimento (planejamento urbano e regional,
análise ambiental...), evidenciando a estreita relação com a Geografia. A Geomorfologia
estrutura-se sob duas grandes correntes geomorfológicas e a situação atual. Quanto as duas
grandes linhagens epistemológicas advêm das escolas anglo-americana e a germânica, essas
com respectivas filiações, apresentando um panorama da situação atual (tendência holística,
fundamentada na perspectiva germânica).
Valter Casseti afirma ainda que a geomorfologia é um conhecimento específico,
sistematizado, que tem por objetivo analisar as formas do relevo, buscando compreender os
processos pretéritos e atuais. Citando Kugler, 1976 apud Geomorfologia (pagina oficial), afirma
que como componente disciplinar da temática geográfica, a geomorfologia constitui importante
subsídio para a apropriação racional do relevo, como recurso ou suporte, considerando a
conversão das propriedades geoecológicas em sócio reprodutoras, caracteriza as funções sócio
reprodutoras em suporte e recurso do homem.
Seu objeto de estudo é a superfície da crosta terrestre, apresentando uma forma
específica de análise que se refere ao relevo. A análise incorpora o necessário conhecimento do
jogo de forças antagônicas, sistematizadas pelas atividades tectogenéticas (endógenas) e
mecanismos morfoclimáticos (exógenos), responsáveis pelas formas resultantes.
Afirma ainda que partindo do princípio de que tanto os fatores endógenos, como os
exógenos, são “forças vivas'', cujas evidências demonstram grandes transformações ao longo
do tempo geológico, necessário se faz entender que o relevo terrestre não foi sempre o mesmo
e que continuará evoluindo. Portanto, a análise geomorfológica de uma determinada área
implica obrigatoriamente o conhecimento da evolução que o relevo apresenta, o que é possível
se obter através do estudo das formas e das sucessivas deposições de materiais preservadas,
resultantes dos diferentes processos morfogenéticos a que foi submetido.
17
Nessa condição o relevo assume importância fundamental no processo de ocupação
do espaço, fator que inclui as propriedades de suporte ou recurso, cujas formas ou modalidades
de apropriação respondem pelo comportamento da paisagem e suas consequências.
2.2 Teorias em Geomorfologia
Na evolução dos conhecimentos geomorfológicos, as discussões teórico-
metodológicas tiveram sua fase inicial a partir da publicação do Geographical cycle (DAVIS,
1899), embora Surell em 1841 (apud ABREU, 1983) já fizesse alusão à existência de uma
linhagem epistemológica. Os dados históricos mostram que, enquanto na América do Norte os
geólogos e engenheiros começavam a sistematização dos conhecimentos geomorfológicos,
paralelamente, no centro e leste europeu, através de Von Richthofen, iniciava-se a formalização
das bases conceituais, que foram progressivamente aprimoradas.
A avaliação global do desenvolvimento desta ciência efetuada por Abreu (1983),
consistiu em uma análise comparativa, ressaltando que a teoria geomorfológica parte de duas
fontes principais, cada uma com seus seguidores, onde se percebem interferências de uma sobre
a outra, e que evoluem paralelamente, convergindo na segunda metade do Século XX, em busca
de conceitos mais abrangentes.
Ao longo dos Séculos XIX e XX, houve uma insatisfação geral em relação aos
sistemas conceituais existentes e, nos anos do pós-guerra, houve severas críticas às linhas de
abordagem, o que levou a uma reformulação mais global, valorizando cada vez mais os aspectos
voltados para as geociências (ABREU, 1982). Esse quadro manifesta a intenção e a busca de
uma sistematização e de uma linha evolutiva epistemológica mais global, procurando entender
o pensamento geomorfológico das duas correntes epistemológicas: uma de raízes norte-
americanas, que incorpora a maior parte da produção em línguas inglesa e francesa até a
Segunda Guerra Mundial, e a outra de raízes germânicas, que engloba grande parte da produção
do leste europeu. Os trabalhos clássicos de Davis (1899) e Penck (1923), traduzido para o inglês
em 1953, representam os dois pilares da Geomorfologia: o conceitual e o metodológico.
18
2.2.1 A teoria de William Morris Davis
As teorias geomorfológicas fazem parte de um campo conceitual extremamente
importante para o estudo da Geomorfologia. Os diversos postulados elaborados desde o início
dos estudos geomorfológicos ainda nos primórdios séc. XIX até a atualidade perpassando
inicialmente por William Moris Davis e mais trade seguido por outros diversos autores em
diversas escolas e vieses, foram relevantes para a compreensão da formação do relevo e de sua
relação com ação antrópica, embora na época nem sempre se levavam em consideração a ação
do homem como maior modificador do relevo em sua superfície.
Para os geógrafos, torna-se de extrema importância o aprofundamento no
conhecimento destas relações, pois a Geomorfologia consiste num excelente campo de análise
entre os fatores antrópicos e naturais, sobretudo àqueles ligados a construção da superfície
terrestre. A compreensão da evolução do relevo gera subsídios para o entendimento dos
processos que ocorrem na superfície terrestre e, consequentemente, para a realização de estudos
ambientais, ao passo que a morfologia terrestre comporta a maioria dos seres vivos.
Dentre diversas teorias vale destacar o pioneirismo de William Morris Davis
quando da elaboração da Teoria do ciclo geográfico. Segundo essa teoria proposta por William
Morris Davis apresenta uma concepção finalista sistematizada na sucessão das formas de um
ciclo ideal conforme descreve Christofoletti (1998). Este modelo teórico se apoia na elaboração
de três fases no processo de evolução do modelado terrestre: a juventude, maturidade e
senilidade, podendo retornar novamente a uma fase de juventude através de movimentos
epirogenéticos caracterizando um processo de rejuvenescimento do relevo. Esta visão baseia-
se nas áreas temperadas úmidas que se desenvolve sobre as chamadas fases antropomórficas
comparando a evolução do relevo aos estágios da vida humana.
Os processos principais deste ciclo apresentam-se através do desenvolvimento das
seguintes etapas: Processo denudacional iniciado pela emersão e surgimento de massas
continentais. Atuação do sistema fluvial no entalhamento dos talvegues originando diversos
cânions. A partir do entalhamento do talvegue o rio caminha rumo a um perfil de equilíbrio,
caminhando orientado pelo nível de base onde a drenagem não erode nem deposita. Por fim, o
entalhamento produz nos vertentes desmoronamentos e ravina mentos surgindo uma topografia
de colinas.
19
Vale ressaltar que, uma das lacunas deixadas por essa teoria reside exatamente na
consideração do sistema fluvial como agente determinante, sem considerar outros fatores como
decisivos na evolução e gênese do relevo. Todo este processo desenvolve-se por meio da erosão
remontante que consiste no “[…] trabalho de desgaste feito de jusante para montante, ou seja,
da foz para a cabeceira do rio” (Guerra, 1989, p.159).
Figura 1. Observa-se o processo de evolução em três fases: Juventude(Youthful), maturidade(Mature) e
Senilidade (Old Age).
Fonte. natalgeoblogspot.com.br. Acesso 06/10/2015
20
Após este processo temos o período da maturidade que se caracteriza por uma
estabilidade tectônica. Diminuindo o ritmo da erosão linear as vertentes se alargam e a
declividade diminui (Christofoletti, 1980). Neste momento ocorre uma horizontalização
topográfica. Na fase da senilidade temos a “sucessão de colinas rebaixadas, cobertas por um
manto contínuo de detritos intemperizados e separados por vales com fundo
largo” (Christofoletti, 1980, p.162), formando o que se denomina de peneplanícies, termo que
designa uma superfície aplainada com leves ondulações originária de áreas temperadas úmidas.
Isso demonstra um período onde o relevo apresenta formas predominantemente aplainadas,
pronto para a execução de um novo ciclo a partir de um movimento epirogenético e a
consequente quebra da estabilidade tectônica.
2.2.2 Teoria de Pediplanação de Lester King
Uma outra teoria importante que explicar o relevo é a Teoria da pediplanação
(Lester King) de acordo com Ross (1991) a teoria da pediplanação, se baseia no princípio da
atividade erosiva desencadeada por processos de ambientes áridos e semiáridos com a
participação dos efeitos tectônicos, elaboradas ao longo do tempo em diferentes níveis. Nesta
teoria, os soerguimentos de caráter epirogenéticos são decisivos.
Diferentemente da visão davisiana os estudos de King desenvolveram-se apoiados
em áreas de clima árido e semiárido. Essa interpretação apoia-se na teoria de que nas áreas
tropicais e subtropicais os climas alteram-se de áridos e semiáridos para quentes e úmidos em
contraposição ás áreas e periglaciais em que os climas se alteram em períodos glaciais e
interglaciais úmidos”. (Ross, 1991, p.26) O principal ponto desta teoria geomorfológica repousa
na formulação do chamado recuo paralelo das vertentes, conceito que se contrapõe a visão de
Davis, pois afirma que o processo de erosão ocasiona o recuo das vertentes sem que haja perda
de sua declividade ou inclinação de seu “knic”.
Conforme (Casseti, 1994, p.42), o processo que envolve o recuo das vertentes é
acompanhado de um ajuste isostático: Como se sabe, a crosta interna é constituída de silicatos
de magnésio, razão pela qual é conhecida como sima, ao passo que externa, de densidade
inferior, é representada por silicatos de alumínio sial […] o sial flutua sobre o sima […]
refletindo numa acomodação operada em profundidade. Assim a parte elevada, submetida à
21
erosão, sofre um alívio de carga, que é contrastado pela subsidência gerada pelo material
depositado. Essa diferença resulta em acomodação isostática, que por sua vez origina degraus
topográficos […].
Este processo cria depósitos de sedimentos correlativos que geram pedi planos
embutidos. O modelo de King não estabelece um nível de base geral, ao contrário, propõem um
nível de base local ou regional sem que necessariamente seja o nível marítimo, o que
desconsidera os períodos glaciais e interglaciais no tocante à sua atuação e participação no
processo de elevação do nível do mar. Na visão davisiana este processo interferiria bastante nos
níveis de erosão local.
2.2.3 A teoria do equilíbrio dinâmico de Hack
Proposta por Hack, chamada de Teoria do equilíbrio dinâmico baseia-se
inteiramente na concepção sistêmica do meio ambiente, tendo como “princípio básico o
entendimento de que o ambiente natural se encontra em estado de equilíbrio, porém não
estático, graças ao mecanismo de funcionamento dos diversos componentes do sistema […]
sendo, portanto entendida pela funcionalidade na entrada de fluxo de energia no sistema que
produz determinado trabalho”. (Ross, 1991, p.26). Conforme Christofoletti (1980), “a teoria do
equilíbrio dinâmico baseia-se num comportamento balanceado entre os processos
morfogenéticos e a resistência das rochas, e também leva em consideração as influencias
diastróficos na região”.
2.2.4 Perfil de Equilíbrio de Surrel
Dentre as várias contribuições que auxiliaram na evolução nas discussões a respeito
das teorias geomorfológicas, temos o postulado de Surrel, que definiu o perfil de equilíbrio das
drenagens. De acordo com Surrel o perfil de equilíbrio consiste no ponto máximo da ação
erosiva.
22
Na visão davisiana, o nível de base consiste no “ponto limite abaixo do qual a erosão
das águas correntes não pode trabalhar, constituindo o ponto mais baixo a que o rio pode chegar
[…] O nível de base geral de todos os rios é o nível do mar” (Guerra, 1989, p.303).
Contrapondo-se a visão do ciclo geográfico, o princípio da pediplanação de King
apresenta níveis de bases locais e regionais sem necessariamente acoplá-lo a um nível geral,
relacionado ao nível do mar. Isto opõe a visão de Davis quando o próprio afirma que, ao longo
da história geológica os períodos de oscilações climáticas interferiam diretamente na ação
erosiva devido a oscilação marinha, já que o perfil de equilíbrio caminha rumo a ação máxima
erosiva baseada no nível de base.
Outra contribuição importante é a de Gilbert, que definiu princípios como:
declividade (as maiores declividades são encontradas próximas ao topo, estando diretamente
ligada a inclinação da vertente), estrutura (dureza da rocha) e divisores. Estes princípios
nortearam muitos pensamentos ulteriores, contribuindo para definição das mais variadas teorias
no campo de estudo da Geomorfologia.
Voltados a este aspecto, apresentam-se os estudos da escola alemã iniciados por
Humboldt e Richthofen, os quais tiveram uma contribuição substancial para as formulações de
W. Penck. Esta visão apoia-se em três elementos: os processos exogenéticos, endogenéticos e
os processos decorrentes dos anteriores, que podem ser chamados de feições atuais da
morfologia.
Neste aspecto, a Geomorfologia Climática estuda a relação da zonalidade climática
e o relevo, estabelecendo assim as zonas ou domínios morfoclimáticos sem desconsiderar os
outros fatores.
2.3 Teoria da Pedimentação no Brasil
No Brasil o geógrafo Aziz Ab’ Saber, baseando-se nesta visão, determinou os
domínios morfoclimáticos, tendo este, grande influência davisiana. De modo que, as influências
litológicas são pouco consideradas, ocasionando uma lacuna vazia em suas análises.[…]
Percebe-se assim, que a tônica da interpretação geomorfológica passa a ser a correlação da
tipologia do modelado com os processos denudacionais influenciados pelos diferentes tipos
climáticos e coberturas vegetais, onde se combinam os fatores ligados à alteração físico-
23
química das rochas de um lado e o desgaste erosivo das águas correntes, geleiras, oceanos e
ventos, de outro (Ross, 1991, p. 24) Pode-se dizer que esta interpretação resume-se em: tipos
de relevos, tipos climáticos e cobertura vegetal alterados pelas ações físicos químicas e o
consequente desgaste erosivo pelos fatores externos.
Os Domínios Morfoclimáticos e Fitogeográficos do Brasil foram estabelecidos pelo
geógrafo Aziz Ab' Saber. Ele agrupou os espaços de acordo com características do relevo
juntamente com as influências climáticas. Para tal mapeamento, ele considerou a vegetação
natural, como se o homem não tivesse interferido. Os domínios são seis, juntamente com as
áreas de transição, que são: Amazônico, Cerrados, Mares de Morros, Caatingas, Araucárias e
Pradarias.
Figura 2: Mapa de relevo levando em consideração o clima e vegetação ou domínios morfoclimáticos.
Fonte:www.blogdoprofalexandre.blogspot.com.br. Acesso 26/12/2015.
24
É justamente nos domínios geomorfológicos da Caatinga do semiárido que se
desenvolve as formas de relevo relacionadas aos processos de pedimentação estabelecidos por
outros teóricos como já se citou nesse TCC que são pertinentes a geomorfologia, a saber o
inselberg, os pedi planos e os pedimentos.
2.4 As classificações de relevo no Brasil
As raízes da geomorfologia no Brasil se inicia com classificações do relevo. Uma
das primeiras classificações feitas no Brasil sobre o relevo do país começou a ser produzida nos
anos 1940 pelo geógrafo e geomorfólogo brasileiro Aroldo de Azevedo. Professor da USP,
Aroldo publicou seu trabalho em 1949. Mais tarde, em meados dos finais dos anos 1950 surgiu
uma nova classificação de relevo para o Brasil, elaborada pelo geógrafo e geomorfólogo Aziz
Nacib Ab'Sáber.
Também professor da USP, Ab'Sáber elaborou uma classificação mais complexa
do que a de seu antecessor. Introduziu a abordagem morfoclimática, que considera os efeitos
do clima sobre o relevo. Identificam-se sete planaltos e três planícies na classificação de Aziz.
No momento atual prevalece a classificação de 1989 foi divulgada como a nova classificação
de relevos do Brasil elaborada pelo professor Jurandyr Ross, do Laboratório de Geomorfologia
do Departamento de Geografia da USP. Ele usou no seu trabalho os dados produzidos pelo
Projeto Radam Brasil.
Uma das primeiras classificações feitas no Brasil sobre o relevo do país começou a
ser produzida nos anos 1940 pelo geógrafo e geomorfólogo brasileiro Aroldo de Azevedo.
Professor da USP, Aroldo publicou seu trabalho em 1949.
A classificação baseava-se no critério da altimetria que dividia o Brasil em
planícies, áreas de até 200 metros de altitude, e planaltos, áreas superiores a 200 metros de
altitude. Aziz Ab' Saber em seu trabalho sobre a classificação do relevo brasileiro levou em
consideração em estudo sobre o relevo apenas a atuação conjunta dos agentes internos e
externos que atuam sobre a gêneses do modelado da superfície terrestre, ou seja, dos elementos
da natureza como: clima, solo, hidrografia, vegetação etc.) principalmente da ação do clima nos
diferentes tipos de rochas. Juntamente com a influência interna representada pelo tectonismo.
25
Figura 3. Observa-se uma de limites de unidades de relevo construída por Aroldo Azevedo em 1949 para
classificar e delimitar as unidades presente no relevo do Brasil.
Fonte: Geografalando. Acesso 26/12/2015.
Segundo esse estudo o relevo brasileiro tem sua formação antiga e resulta
principalmente da ação das forças internas da terra e da sucessão de ciclos climáticos. A
alternância de climas quentes e úmidos com áridos ou semiáridos favoreceu o processo de
erosão e explicam a formação do atual modelado do relevo brasileiro.
Nessa perspectiva, Aziz Ab’ Saber observou a evolução do clima (paleoclimas),
para realizar a classificação do relevo brasileiro, isto é, as dramáticas alterações ocorridas ao
longo do tempo geológico no território brasileiro. Portanto, a análise do relevo atual envolveu
também o estudo dos chamados paleoclimas, ou seja, os fatores climáticos passados, que
contribuem para explicar o modelado do presente.
Com base no estudo dos processos fisiológicos que envolveram as rochas que
compõem a estrutura geológica de brasileira Aziz Ab’ Saber classificou o relevo brasileiro em
dois tipos de macro unidades geomorfológicas: Planaltos e Planície. Além de aumento de 8
unidades para 10 unidades de relevo.
26
Figura 4. Classificação de Aziz Ab’ Saber, Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas do Brasil.
Fonte: Revista Orientação. Acesso 26/12/2015
A classificação do relevo brasileiro de Jurandyr Ross, elaborada com base em
imagens de radar nas décadas de 80 e 90, possibilitou ampliar a complexidade da geomorfologia
do Brasil. Ross propôs a criação de uma terceira macro unidade além dos planaltos e planícies,
as depressões; além de ter estendido para quase trinta unidades de relevo.
 Planaltos: superfícies acima de 300 metros de altitude que sofrem desgaste
erosivo. Contém formas de relevo irregulares como morros, serras e chapadas.
 Planícies: é uma superfície plana, com altitude inferior a 100 metros, formada
pelo acúmulo de sedimentos de origem marinha, fluvial e lacustre.
 Depressões: superfícies entre 100 e 500 metros de altitude sendo mais planas
que os planaltos (é uma superfície com suave inclinação) e mais rebaixadas que
as áreas de entorno, além de sofrer desgaste erosivo (formada por prolongados
processos de erosão) e apresentar elevações residuais como inselbergs e
planaltos residuais.
27
Figura 5. Moderna e atual Classificação do relevo do Brasil de Jurandir Ross.
Fonte: Geografia do Brasil, Jurandyr L. S. Ross, org. Acesso 26/12/2015.
2.5 As formas de relevo
O relevo corresponde às variações de reentrâncias que se apresentam sobre a
camada superficial da litosfera da Terra. Assim, podemos perceber que o relevo terrestre
apresenta diferentes fisionomias, isto é, áreas com diferentes características: algumas mais
28
altas, outras mais baixas, algumas mais acidentadas, outras mais planas, entre outras feições
que se distribuem sobre os oceanos e continentes.
A formação do relevo em termos geológicos e geomorfológicos dependem ter duas
origens, provenientes de fatores endógenos (internos) e exógenos (externos), que somados a
energia solar que atuam sobre todos os fatores erosivos que compõe a dinâmica terrestre e a
força da gravidade que atuam carreados os produtos da erosão para as partes mais baixa do
relevo.
Os fatores internos da formação do relevo são o tectonismo e o vulcanismo. O
tectonismo influencia na formação de relevo por meio das acomodações das placas litosferas
que podem ser de aproximação ou de afastamento. Os movimentos das placas tectônicas e são
provocados pela quantidade de calor existente dentro da Terra, dando origem às correntes de
convecção que podem ser convergentes e divergentes: a primeira quando as placas se chocam
e a segunda quanto se afastam.
O processo de vulcanismo interfere na formação do relevo, pois quando existe uma
grande pressão no interior da Terra, as camadas da crosta se rompem. De uma forma geral, o
vulcanismo dá origem a duas formas de relevo: as montanhas e os planaltos.
Já os fatores exógenos (externos) formam o relevo por meio de erosões, que podem
ser pluviais (provocadas pela água da chuva) e fluviais (provocadas pelas águas dos rios e mar).
Nesses casos, o relevo sofre alterações, pois o escoamento das águas o desgasta dando a ele
gradativamente novas formas.
As geleiras também promovem modificações no relevo através da erosão glacial,
quando ocorrem avalanches e porções de rochas se desprendem, alterando, assim, o relevo do
local. Por fim, existe a modificação do relevo por meio da ação dos ventos, denominada erosão
eólica.
O homem também é um agente externo de transformação do relevo. Essas
modificações são provenientes das atividades e das relações humanas. O homem, através do
trabalho, transforma o relevo segundo os interesses econômicos ou mesmo para habitação.
2.6 Contribuição da Geomorfologia Soviética para classificação do relevo
O mapeamento geomorfológico realizado pelos pesquisadores da escola soviética,
consiste numa ferramenta de tamanha utilidade para a execução de diagnósticos ambientais e
29
consequentemente nas ações de planejamento. No entanto, esta visão deixou uma lacuna
conceitual e metodológica durante muito tempo. Isto ocorreu, pois nos estudos da cartografia
geomorfológica soviética desprezava-se o fator estrutural em relação ao escultural ou vice-
versa, tendo como resultado uma carta que, regra geral, voltava-se a tão somente um dos
aspectos citados.
Segundo Lucivânio Jatobá (2008), foi através das contribuições da escola soviética,
criaram-se então os conceitos de morfoescultura e morfoestrutura, importantíssimos para o
desenvolvimento da Geomorfologia atual e para melhor analisar e compreender a forma com
que essas dinâmicas se revelam, dessa preocupação foi elaborada uma classificação do relevo
terrestre com base em suas características geomorfológicas principais, que segundo o russo
I.P.Guerasimov classifico para designar a estrutura geológica e aos processos erosivo e
deposicionais como são os casos dos conceitos de morfoestrutras e morfoesculturas.
Morfoestruturas Morfoesculturas
Dorsais oceânicas Pedimentos
Trincheiras oceânicas Pediplanos
Chapada Inselbergues
Cuesta Planícies marinhas
Escarpa de falha Planície fluvial
Montanhas de dobramento Planícies eólicas
Rift Planícies lacustres
Planícies Glaciais
Tabela 1. Classificação do relevo conforme Guerasimov apud Jatobá, 2008.
Autoria: José Joaquim da Silva Neto,2016.
2.7 As Morfoestruturas
A Cartografia Geomorfológica se constitui em importante instrumento na
espacialização dos fatos geomorfológicos, permitindo representar a gênese das formas do
relevo e suas relações com a estrutura e processos, bem como com a própria dinâmica dos
processos, considerando suas particularidades. Para Tricart (1965), o mapa geomorfológico
30
refere-se à base da pesquisa e não à concretização gráfica da pesquisa realizada, o que
demonstra seu significado para melhor compreensão das relações espaciais, sintetizadas através
dos compartimentos, permitindo abordagens de interesse geográfico como a vulnerabilidade e
a potencialidade dos recursos do relevo. Ao se elaborar uma carta geomorfológica devem-se
fornecer elementos de descrição do relevo, identificar a natureza geomorfológica de todos os
elementos do terreno e datar as formas (Ross, 1996).
Muitas são as propostas existentes para a representação do relevo. A maior
unanimidade entre elas refere-se à questão do conteúdo geral dos mapas, independentemente
da maneira de representação gráfica, que geralmente provoca divergência entre as diversas
tendências. Portanto, “o que parece mais problemático é a questão relativa à padronização ou
uniformização da representação cartográfica, pois ao contrário de outros tipos de mapas
temáticos, não se conseguiu chegar a um modelo de representação que satisfaça os diferentes
interesses dos estudos geomorfológicos” (Ross, 1990).
Abreu (1982) procura destacar o problema da classificação dos fatos
geomorfológicos, “na medida que isto é um dado fundamental para o processo de análise”. Para
tal, o autor considera procedente “deslocar o eixo de abordagem do problema da escala para o
problema da essência dos fenômenos que interessa ao estudo do georelevo”. Destaca a “forma”
como síntese metodológica, “procurando obter dela as informações necessárias para a
compreensão da essência de sua dinâmica e das propriedades adquiridas (...)”. Defende assim
uma geomorfologia mais funcionalista, na medida que oferece subsídios de interesse
geográfico. Ressalta, contudo, que o problema da escala apresenta significância
“principalmente na definição do encaminhamento metodológico, na escolha dos instrumentos
de investigação e no nível de resolução gráfica do tratamento cartográfico (...)”. A forma passa
a se caracterizar, então, como expressão da dinâmica ou do movimento dos materiais
responsáveis pela morfogênese na crosta terrestre.
2.7.1 Dorsais Oceânicas
As dorsais oceânicas ou dorsais meso-oceânicas são feições do relevo submarino
que apresentam elevações abruptas em altitudes muito superiores ao seu relevo circundante,
formando verdadeiras cadeias de montanhas submersas. Não por acaso, as dorsais oceânicas
31
também recebem o nome de cordilheiras oceânicas ou meso-oceânicas. A formação das
dorsais oceânicas está ligada à expulsão do magma existente no manto terrestre a partir das
fraturas originadas pelo afastamento entre as placas tectônicas, de modo que o magma
rapidamente se transforma em rochas ígneas. Essas rochas podem permanecer nesse
estado ou se transformarem gradativamente em rochas metamórficas, a depender das condições
de pressão do ambiente.
Nas extremidades das dorsais meso-oceânicas, formam-se escarpas, cuja incidência
depende da taxa de propagação tectônica das formas de relevo submarino, uma vez que esse
ambiente é predominantemente condicionado pelos agentes endógenos de transformação do
relevo. Por isso, em algumas localidades, formam-se elevações muito íngremes e até fossas
oceânicas, onde a profundidade é maior e a pressão da água alcança valores muito elevados.
Figura 6: Observa-se dois pradoes de de cores na figura, uma em tom verde representando as massa continentes,
e um outro em tom azul com aspecto enrugado que representa áreas de formação das dorsais oceânicas nas regiões
de separação tectônica.
Fonte: Myplaneterth.org. Acesso, 07/01/2016.
As áreas onde se formam as dorsais oceânicas são, obviamente, geologicamente
mais jovens e constituem os pontos de renovação das rochas, uma vez que o magma se solidifica
nessas áreas. Já nas localidades de choque e encontro entre duas placas tectônicas, no extremo
32
oposto das dorsais, a placa mais pesada submerge e as rochas são gradativamente convertidas
em magma novamente, constituindo o processo de renovação cíclica das rochas.
Uma das dorsais mais conhecidas e mais estudadas pelos cientistas é a dorsal
mesoatlântica, formada durante a separação continental e com a consequente constituição do
Oceano Atlântico durante o período cretáceo, há cerca de 140 milhões de anos. Como as placas
que se encontram submersas por esse oceano estão em processo de afastamento, as áreas
continentais por ele banhadas apresentam uma acentuada estabilidade geológica, com poucos
terremotos e praticamente nenhum vulcanismo, o que inclui o território brasileiro.
2.7.2 Trincheiras oceânicas
Há cerca de 50 mil km de margens de placas convergentes, principalmente ao redor
do Oceano Pacífico, razão para acontecer à referência do “tipo Pacífico”. Elas também estão no
leste do Oceano Índico, com curtos segmentos de margens convergentes no Oceano Atlântico
e no Mar Mediterrâneo. Trincheiras são às vezes enterradas e não têm expressão batimétrica.
Trincheiras junto com arcos vulcânicos possuem 700 quilômetros (430 milhas) nos
diagnósticos de limites de placas convergentes e nas manifestações profundas. Trincheiras são
relacionadas com zonas de colisão continental, onde a crosta entra na zona de subducção. A
subducção ocorre quando uma crosta continental flutuante entra em uma trincheira ou
subducção a margem de placa convergente torna-se zona de colisão.
Trincheiras não foram claramente definidas até final dos anos 1940 e 1950. A
batimetria do mar não teve nenhum interesse real até o final dos anos do século XIX e início do
século XX, com a colocação inicial de cabos telegráficos transatlânticos no fundo do mar entre
os continentes. Mesmo assim, a expressão alongada batimétrica de trincheiras não foi
reconhecida até boa parte dos anos XX. Trincheiras são peças centrais da fisiografia distintivo
de uma margem de placa convergente. Transecções atravessando trincheiras produzem perfis
assimétricos, com relativa inclinação (lado do mar) e o exterior mais íngreme. Esta assimetria
acontece devido ao facto de a rampa exterior ser definida pela parte superior da placa, que deve
dobrar quando inicia a descida.
A grande espessura da litosfera exige que esta flexão seja gentil. À medida que a
placa se aproxima da trincheira, primeiro é dobrada para cima para formar a ondulação da
33
trincheira exterior, depois desce para formar o declive na vala exterior. Ele é interrompido por
um conjunto de subparalelas falhas no fundo do mar. O limite de placa está definido pelo eixo
de trincheiras em si.
Por baixo da parede da trincheira interna, as duas placas se deslizam umas sobre as
outras ao longo da base do fundo do mar, que define o local de trincheira. A placa contém
primordial arco vulcânico causado por interações físicas e químicas entre a placa de
profundidade e o manto associado com a placa de substituição.
Figura 7. Observa-se uma zona de convergência de placas entre uma crosta oceânica e uma crosta continental, a
trincheira (Trench) seguindo uma tendência a de forma-se nas bordas continentais.
Fonte: studyblue.com. Acesso 26/11/2015.
A parede interior da trincheira marca a borda da placa principal. Se o fluxo de
sedimentos é elevado, o material passa a ser transferido à placa de substituição. Neste caso, um
prisma de aceleração cresce e a localização da trincheira migra progressivamente fora do arco
vulcânico ao longo da vida da margem convergente.
O perfil assimétrico em uma vala reflete diferenças fundamentais em materiais e
evolução tectônica. A parede da trincheira exterior incha e compreendem fundo do mar que
leva alguns milhões de anos para se deslocar de onde subducção relacionada com a deformação
começa perto da trincheira exterior.
34
Em contraste, a parede interior trincheira é deformada por interações da placa para
toda a vida da margem convergente. É continuamente submetida à subducção relacionadas de
sismos. Esta deformação prolongada causa agitação segura na inclinação interior controlada
por ângulo de repouso em qualquer material composto.
2.7.3 Chapada
Em geografia, chapada corresponde a uma área reta (plana) localizada no alto de
serras. No Brasil é mais comum na região Centro-Oeste, como são os casos da chapadas do
Centro-Oeste, como a dos Veadeiros em Goiás e dos Guimarães no Mato Grosso, são divisores
de águas entre as Bacias Amazônicas, Platina, do rio São Francisco e do Tocantins. No Nordeste
Oriental a Depressão Sertaneja e do rio São Francisco sofreram transgressão marinha, o que
contribuiu para a presença de fósseis de répteis gigantescos na Chapada do Araripe e em jazidas
de sal-gema (cloreto de sódio encontrado no subsolo). A maior chapada brasileira é a Chapada
Diamantinano estado da Bahia.
Figura 8. Uma chapada caracteriza pela formação de grandes vales úmido ou secos em suas bordas, em geral tem
seu tipo plano e sempre circundados por depressões.
Fonte: zeviagem.blogspot.com.br/2013/02/chapada-diamantina-ba-brasil.html. Acesso 26/12/2015
35
No Norte do Brasil, em especial nos estados do Tocantins onde se encontra uma
grande variedade de chapadas e Região Nordeste onde no Maranhão pode se encontrar a
Chapada das Mesas. Há uma diversidade de chapadas, que se traduz por uma faixa de terra
arenosa, de solo quartzareno, muito propício à erosão, sendo uma variedade do cerrado, também
conhecida como carrasco.
A Chapada tocantinense constitui-se de uma vegetação xerófita, seca, dura, grossa,
de árvores de galhos retorcidos e casquentos, um tanto longe umas das outras. Essa formação
vegetal estende-se por todo o estado do Tocantins, na região de Araguaína, Babaçulândia,
Filadélfia, Piraquê, Ananás, Xambioá, Wanderlândia e outros municípios.
2.7.4 Cuesta
Cuesta é uma forma de relevo em que colinas e montes têm um declive não
simétrico, ou seja, suave de um lado e íngreme do outro. A palavra tem origem no idioma
espanhol e significa encosta de uma colina ou monte. Em geologia e geomorfologia, cuesta
refere-se especificamente a um cume assimétrico com inclinação longa e suave. As mais
comuns são as cuestas arenítico-basálticas, intercalando sequências de camadas sedimentares
de inclinação suave com níveis mais resistentes à erosão.
Figura 9: As custas tende a se formar nas bordas das chapadas sedimentares e sempre com uma
face voltada para um vale consequente.
Fonte: Flogão.com. Acesso 27/11/2015
36
O relevo de cuesta representa um meio termo entre os relevos de mesa e de hogback.
A assimetria do relevo de cuesta promove a erosão mais acentuada (maior energia dos rios) nas
vertentes escarpadas do que nas vertentes suaves (paralelas ao mergulho) o que leva a uma
regressão lateral dessas escarpas de cuesta.
É também uma forma de relevo dissimétrico, constituído por uma sucessão
alternada de camadas rochosas com diferentes resistências ao desgaste e que se inclinam numa
direção, formando um decline suave no reverso e um corte abrupto ou íngreme na chamada
frente da cuesta.
2.7.5 Escarpas de falha
Em geologia, uma falha geológica é uma descontinuidade que se forma pela fratura
das rochas superficiais da Terra (até cerca de 200 km de profundidade) quando as forças
tectônicas superam a resistência das rochas. A zona de ruptura tem uma superfície geralmente
bem definida, denominada "plano de falha" e sua formação é acompanhada de um deslizamento
de rochas tangencial a este plano.
Os elementos de uma falha são:
 Plano da falha: Plano ou superfície ao largo da qual se distribuem os blocos que
se separam na falha. Com frequência, o plano de falha apresenta estrias, que se
originam pelo atrito dos dois blocos.
 Lábio levantado: Também chamado Bloco Superior, é o bloco que se localiza
acima do plano de falha.
 Lábio fendido: Também chamado Bloco Inferior, é o bloco que se localiza
abaixo do plano de falha.
As seguintes características permitem descrever as falhas:
 Direção: Ângulo que forma uma linha horizontal contida no plano de falha com
a extremidade norte-sul.
 Encosta: Ângulo que forma o plano de falha com a horizontal.
37
 Salto de falha: Distância entre um ponto dado de um dos blocos (por exemplo,
uma das superfícies de um extrato) e o correspondente ao outro, tomada ao largo
do plano de falha.
 Escarpa: Distância entre as superfícies dos dois lábios, tomada em vertical.
 Espelho de falha: é a superfície plana ainda que com leve declive, que se projeta
ao largo da escarpa da falha
 Facetas triangulares: são espelhos de falhas que mostram o corte produzido em
um filamento montanhoso quando a falha se apresenta em forma perpendicular
à direção do mesmo filamento montanhoso mencionado. Tanto a parte fendida
como o próprio espelho de falha possuem aspecto triangular, de onde origina-se
seu nome.
 Falhas metamórficas: são falhas exteriores que se dispõem uma sobre a outra.
Uma falha é ativa quando deforma sedimentos quaternários, ou seja, quando mostra
evidências de movimentos durante os últimos 1,8 milhões de anos. Algumas falhas ativas estão
ligadas a movimentos tectônicos, o que demonstra que a área continua em pleno movimento e
transformação. O deslizamento pode ser repentino em forma de saltos, o que dá lugar a sismos
e ocorre um processo que é o choque entre duas falhas distintas, e ao chocarem-se produzem
sismos seguidos de períodos de inatividade. Os sismos mais importantes tiveram origem em
saltos de 8 a 12 m. O deslizamento também pode dar-se de maneira lenta e contínua, perceptível
somente com instrumentos tais como estações GPS, após vários anos de observações.
Figura 10. Embora semelhante as formações de cuesta se diferenciam devido a sua estrutura geológica, a Cuesta
tem sua estrutura sedimentar, ao contrário das escarpas cristalinas.
Fonte: Larousse.com.Fr; Panoramio.com.2015. Acesso 27/11/2015
38
2.7.6 Montanhas de dobramentos
Dobramentos modernos são grandes estruturas formadas por rochas magmáticas e
sedimentares pouco resistentes. Foram afetadas por forças tectônicas durante o período
Terciário provocando o enrugamento e originando as cadeias montanhosas ou cordilheiras.
Em regiões como os Andes, as Montanhas Rochosas, os Alpes, o Atlas e o
Himalaia, são frequentes os terremotos e as atividades vulcânicas. Apresentam também as
maiores elevações da superfície terrestre. Os dobramentos resultam de forças laterais ou
horizontais ocorridas em uma estrutura sedimentar que forma as cordilheiras. As falhas
resultam de forças, pressões verticais ou inclinadas, provocando o desnivelamento das rochas
resistentes.
Figura 11. A grande Cordilheira do Himalaia formou com o choque da Placa Asiática e Placa Eurásia.
Fonte: Daniel Prudek / Shutterstock.com. Acesso 26/12/15
Quando os pesquisadores do século 19 e início do século passado observavam as
diferentes formas de relevo, perguntavam-se por que alguns lugares possuíam montanhas
elevadas com picos pontiagudos, outros eram montanhas arredondadas e outros eram planícies
(áreas amplas e planas, geralmente muito baixas). Para tentar explicar a questão, chegaram a
propor que a Terra estava se expandindo (crescendo como um pão de queijo ou um bolo no
forno) e conforme se expandia apareciam essas diferenças de altitude e formas da superfície
(essas desigualdades são chamadas de relevo).
39
Outros pesquisadores pensavam que a Terra estaria se encolhendo como uma
ameixa que seca e ao encolher apareceriam as montanhas e depressões. Então o pesquisador
Alfred Wegener elaborou a teoria da deriva continental. A teoria foi confirmada com o
surgimento da teoria de movimento das placas tectônicas.
A teoria da Tectônica de Placas afirma que o planeta Terra é dividido em várias
placas tectônicas (como uma bola de capotão, mas com gomos irregulares e de diferentes
tamanhos) que se movimentam, pois estão flutuando sobre o magma (como a lava vulcânica
derretida que sai dos vulcões). Ao se movimentarem, formam as montanhas mais recentes
(dobramentos modernos), fossas oceânicas, atividade vulcânica, terremotos, cordilheiras meso-
oceânicas, tsunamis, etc.
A Terra é formada por várias camadas, as três principais são: núcleo, manto e crosta,
existindo ainda várias subdivisões. As placas apresentam uma densidade menor (em média 2,8)
que a do magma (em média 3,2) e por isso as placas "flutuam" no magma da astenosfera que é
tão quente (geralmente mais de 1.000ºC) que se apresenta derretido, portanto quase líquido,
mas muito viscoso. Como todo líquido quente, o magma gira e ao girar empurra as placas em
um certo sentido. Então, elas podem se chocar ou se afastar. Na zona de convergência, as placas
se chocam resultando na formação de dobramentos modernos e fossas oceânicas.
2.8 Morfoesculturas
Como vimos os conceitos de morfoestrutura e morfoescultura foram propostos pelo
soviético Guerasimov (Jatobá, 2008) na década de 1960, a partir das concepções de Walter
Penck que fundamentou a análise morfológica pelo antagonismo dos processos endógenos
(dinâmica interna da Terra) e exógenos (ação das intempéries). Nesta concepção de Penck, os
processos endógenos formam o arranjo estrutural das litologias, do que os soviéticos
denominaram de morfoestruturas, e os processos endógenos com a ação climática e o desgaste
erosivos das estruturas litológicas, geram as morfoesculturas. Para Ross (1990), a
definição das unidades morfoestruturais e morfoesculturais deve partir do estudo dos processos
morfogenéticos, pois em apenas uma morfoestrutura pode ter várias morfoesculturas, como
podemos citar a Depressão Sertaneja e o Planalto Atlântico (Serras e planaltos de Leste e
Sudeste) ambas morfoesculturas localizadas na morfoestrutura do Cinturão Orogênico do
40
Atlântico. Assim, uma morfoescultura pode estar presente em duas morfoestruturas, como a
Depressão do Araguaia que se estende pelas litologias do Cráton Sul-amazônico e do Cinturão
Orogênico Paraguai-Araguaia, cuja depressão foi formada por processos denudacionais que
erodiram as litologias cristalinas e gerou uma superfície morfológica homogênea.
No mapeamento geomorfológico, as unidades morfoestruturais e morfoesculturais
são delimitadas conforme a taxonomia do relevo. No caso da proposta apresentada por Ross
(1990), em seis unidades taxonômicas, sendo o primeiro táxon representado pela unidade
morfoestrutural, e o segundo táxon pela unidade morfoescultural.
2.8.1 Morfoesculturas desenvolvidas por processos de acumulação
Segundo Lucivâncio Jatobá (2008) essas formas de relevo foram elaboradas pelas
acumulações de sedimentos de épocas remotas e atuais e por isso são denominadas de planícies
ter ciarias e pleistocênicas. Essas áreas que, desde épocas remotas, e que muitas destas estão
ocupadas hoje pelos processos urbanos presente nas grandes cidades do litoral. Esses
modelados de acumulação são diferenciados, em função de sua gênese, em e por isso recebem
denominações diferentes, como são os casos das planícies fluviais, lacustres, marinhos,
lagunares, eólicos e de gêneses mistas, resultantes da conjugação ou atuação simultânea de
processos diversos.
2.8.2 Planície Fluvial
As planícies aluviais são formações geológicas que se caracterizam por serem
planas ou muito pouco inclinadas. Formam-se pela deposição ao longo do tempo
de sedimentos trazidos por um ou mais rios, criando um solo aluvionar constituído
de argila, silte e areia.
Uma planície de inundação ou várzea se forma como parte do processo, sendo esta
uma faixa mais estreita que alaga toda vez que o rio transborda; a planície aluvial associada
pode ser muito maior, abarcando a área de antigas várzeas que já não inundam devido à elevação
41
do solo pelo acúmulo de sedimentos, ou à mudança do curso do rio ao longo de milhares ou
milhões de anos.
Figura 12: Observa-se a expansão urbana da cidade de Manaus sede do governo da Amazonas sobre a planícies
fluvial do rios Amazonas.
Fonte: Governo do Estado, 2015.
Solos aluviais são formados basicamente pela atuação do intemperismo químico na
mesma região em que ocorre o desgaste da rocha, conservando por isso as características (ex.:
massapê e terra roxa). Um exemplo aqui no Brasil são as planícies do Amazonas, Lagoa dos
Patos e Mirins, Pantanal, Litorânea e no Brasil central a do Araguaia.
2.8.3 Planície flúvio marinhas
O Domínio das Planícies Flúvio-Marinhas corresponde a relevos de agradação, em
zona de acumulação atual. São superfícies extremamente planas, com amplitude de relevo nula,
em ambientes mistos de interface dos Sistemas Deposicionais Continentais e Marinhos
constituídos de depósitos argilo-arenosos a argilosos, com terrenos mal drenados,
prolongadamente inundáveis, com padrão de canais meandrantes e divagantes, sob influência
das oscilações das marés ou resultantes da colmatação de paleo-lagunas.
42
Figura 13. A cidade uma das maiores metrópoles urbana do nordeste do Brasil se desenvolveu sobre
uma planície do tipo fluvio-marinha.
Fonte: Jornal do Commercio. Acesso 27/11/2015
2.8.4 Planícies eólicas
Erosão eólica é um tipo de erosão pelo vento com a retirada superficial de
fragmentos mais finos. A diminuição da velocidade do vento ou deflação ocorre frequentemente
em regiões de campos de dunas com a retirada preferencial de material superficial mais fino,
permanecendo, muitas vezes, uma camada de pedregulhos e seixos adaptando a superfície
erodida.
Pode ocorrer forte erosão associada à deflação, esculpindo nas rochas formas
ruiniformes e outras feições típicas de deserto regiões desérticas e outras assoladas por fortes
ventos. Em locais de forte e constante deflação podem se formar zonas rebaixadas, em meio a
regiões desérticas, e que com as escassas chuvas formam lagos rasos (playa), secos na maior
parte do tempo; lama endurecida ou camadas de sal e sedimentos.
43
Figura 14: Observa-se uma extensa planície eólica no interior do estado de Rio Grande do Norte, hoje muitas
dessas área são dotadas um enorme potencial energético eólico natural.
Fonte: fr.m.wikipedia.org. Acesso 26/12/2015
2.9. Morfoestruturas desenvolvidas por processos de pedimentação
A importância da estrutura é um tema recorrente nas teorias clássicas acerca da
evolução do relevo. Embora os modelos pioneiros tenham sido bastante detalhados (DAVIS
1899, PENCK 1924) e contenham informações implícitas e explícitas sobre a tectônica
operando as estruturas em diversas escalas, era notável que a questão das morfoestruturas e o
motor das mesmas (tectônica) não foram perpetrados com mais relevância nos estudos
geomorfológicos. O que se via era os autores que comumente trabalhavam com escalas maiores
de processos e estudos das formas terem uma dificuldade de aplicar seus trabalhos a uma escala
regional ou continental, no qual a tectônica teria muito mais relevância (KIRKBY 1997).
O termo estrutura superficial refere-se à forma de jazimento dos depósitos
correlativos em superfície, diferindo do conceito de estrutura geológica, cujos depósitos
originários foram letificados ao longo do tempo, perturbados ou não por atividades tectônicas.
A expressão de “depósitos ou formações correlativas” é devida a Penck (1924), que a utilizou
no sentido de conjunto dos depósitos e entulhamentos resultantes do trabalho da erosão sobre
44
um relevo e que testemunham, por suas características, a energia desse relevo, além dos
sistemas de erosão que comandam a evolução (Archambault et al, 1967).
O termo “formação superficial”, muitas vezes utilizado como sinônimo de
“estrutura superficial”, é conceituado por Dewolf (1965) como sendo “formações continentais,
friáveis ou secundariamente consolidadas, provenientes da desagregação mecânica e da
alteração química das rochas, que tenham ou não sofrido remanejamento e transporte, qualquer
que seja a sua gênese e sua evolução”.
Ab´Sáber (1969, p.4) ressalta que “custou muito para se compreender que as bases
rochosas da paisagem respondem apenas por uma certa ossatura topográfica, e que, na
realidade, são os processos morfoclimáticos sucessivos que realmente modelam e criam feições
próprias no relevo”. Partindo do princípio de que a estrutura superficial se refere a toda forma
de depósito relacionada a uma determinada condição climática, entende-se que desde as
menores extensões, como os depósitos de vertentes ou detritos de encostas, a exemplo dos
pedimentos detríticos associados a relevos residuais, até maiores, como as superfícies de
aplainamento, de extensão regional, se caracterizam como tal.
2.9.1 Inselbergue
Essa interpretação apoia-se na teoria de que em áreas tropicais e subtropicais os
climas alteram-se de árido e semiáridos, para quentes e úmidos em contraposição ás áreas e Peri
glaciais em que os climas se alteram em períodos glaciais e interglaciais úmidos (ROSS, 1991,
p.26). O principal ponto desta teoria geomorfológica repousa na formulação do chamado recuo
paralelo das vertentes, conceito que se contrapõe a visão de Davis, pois afirma que o processo
de erosão ocasiona o recuo das vertentes sem que haja perda de sua declividade ou inclinação
de seu “knic”. No caso da Pedra do Cachorro na verdade um inselberg que se encontra inserido
em um ambiente semiárido o que justifica a aplicação da teoria.
Esses inselbergues sempre são dinâmicos embora possa a luz da paisagem parecer
estático, mas não é, pôs por sua condição estão associadas a uma dinâmica evolutiva do relevo,
pertinente às peculiaridades fisiográficas da região, essas feições são relevos que possuem
maior resistência a desagregação mecânica, pelas condições litológicas de seu substrato
rochoso, consequentemente, são considerados relevos residuais.
45
Figura15: Inselbegue sob ação erosiva – Queimadas-PB nas proximidades de Campina Grande-PE no agreste
paraibano. Fonte: GoogleEarth. Acesso 27/11/2015
Inselbergs são ilhas de rochas, cuja evolução se faz em função de uma erosão
específica de clima seco, a esfoliação esferoidal. Esse termo (inselberg) foi introduzido pelo
geólogo alemão Friedrich Bornhardt em 1900 para caracterizar montanhas pré-cambrianas,
geralmente monolíticas, de gnaisse e granito (GUERRA, 2001). São feições de relevo típicas
de domínio morfoclimático semiárido, considerados relevos residuais, ou seja, aqueles que
resistem às ações intempéricas e erosivas.
2.9.2 Pediplano
Pediplanação é o processo que leva, em regiões de clima árido a semiárido, ao
desenvolvimento de áreas aplainadas, ou então superfícies de aplainamento. O pediplano
desenvolve-se por processo erosivo com regressão de escarpas, típico de climas áridos a
semiáridos, com coalescência e expansão de áreas planas do "pé de monte" que apresentam
tênue capeamento de material fragmentário (pedimento) e rocha nua na frente de leques
46
aluvionares. Arrasada a região montanhosa, o pediplano amplia-se até sobrarem somente raros
testemunhos das zonas mais elevadas na superfície de aplainamento.
Figura 16: Observe-se um extenso pediplanos Quaternário Pleistoceno sertanejo desenvolvido por processos
erosivos e embutido no interior da grande Depressão Sertaneja pernambucana.
Fonte:geoconceicao.blogspot.com.br/2010/07/regiao-nordeste.html. Acesso 26/12/2015
2.9.3 Pedimentos
Em geologia, chama-se sedimento ao detrito rochoso resultante da erosão, da
precipitação química a partir de oceanos, vales ou rios ou biológica (gerado por organismos
vivos ou mortos), depositado na superfície da Terra em camadas de partículas soltas quando
diminui a energia do fluido que o transporta, água, gelo ou vento.
As características dos sedimentos dependem da composição da rocha erosionada
(erodida), do agente de transporte, da duração do transporte e das condições físicas da bacia de
sedimentação. As rochas sedimentares são formadas pelo acúmulo e litificação dos sedimentos.
Os sedimentos e as rochas sedimentares formadas por eles são classificados de acordo com o
tamanho de grão (granulometria), material constituinte, grau de arredondamento e textura.
47
3 LOCALIZAÇÃO CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Localizado em São Caetano, cidade da Microrregião do Vale do Ipojuca,
Mesorregião do Agreste de Pernambuco dista pela Rodovia BR 232, de Recife a 153 Km, no
Distrito de Santa Luzia. A Pedra do Cachorro, afloramento rochoso de 475 metros, cenário da
terceira Reserva Particular do Patrimônio Natural de Pernambuco, em uma propriedade de 23
hectares, dos quais 18 foram transformados em unidade de conservação, e que serve de limites
territoriais de três municípios ao Norte Brejo da Madre de Deus, ao Sul a cidade de São Caetano,
e a Oeste a cidade de Tacaimbó.
Figura 17: Vista parcial em três dimensões da área rural do distrito de Santa Luzia localização das coordenadas
geográficas 08°14’11” S e 36°11’29” da Pedra do Cachorro no Município de São Caetano. O pino em cor vermelho
mostra os limites territoriais do município de Tacaimbó, o verde por sua vez os limites territoriais do município
de Brejo da Madre de Deus, e por fim o amarelo o de São Caetano. A imagem de satélite captado pelo satélite de
domino da empresa Keyhole, Inc., disponibilizado pelo Google Earth em 2015. Autor: Natalício de Melo
Rodrigues, 2015.
O título de RPPN foi concedido pela Agência Estadual de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (CPRH) em junho de 2002, devido à bela paisagem natural encontrada na
fazenda, além da diversidade da fauna e da flora da região. Após a titulação, o proprietário
48
Guaraci Cardoso assinou um termo de compromisso, assumindo a responsabilidade pela
preservação da reserva, um dos requisitos exigidos pelo Decreto Estadual nº 19.815/97, que
regulamenta a criação de unidades de conservação de caráter particular em Pernambuco.
Além do valor paisagístico, o levantamento botânico da região, embora tenha sido
realizado num curto período de tempo, identificou espécies como a catingueira, o araçá nativo
e o angico-de-caroço, espécies de porte médio, presentes em fragmentos bem conservados da
vegetação. A biodiversidade da RPPN foi conferida pelos técnicos Catarina Cabral e Cristina
Tavares, da CPRH e Aguinaldo Araújo, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente,
durante o processo de reconhecimento. Da rica fauna levantada na fazenda, destacam-se o tatu-
bola e a onça-parda, espécies presentes na Lista Oficial de Animais Ameaçados de Extinção do
País publicados pelo IBAMA.
Figura 18: Observa-se que a principal característica da Pedra do Cachorro e a exposição do seu maciço granítico
exposto somando a sua grande conta altimétricas que atingem cerca de 453 metros de altitude que somados as
contas de altimetria da Borborema eleva a altura de mais de mil metros, conforme aferições em loco feita pelo
pesquisador.
Fonte: cedida pelo pesquisador Prof.Dr. Natalício de Melo Rodrigues, 2015.
49
4 METODOLOGIA
Nesse projeto de geografia utilize-se inicialmente de um dos Princípios da
Geografia denominado da Extensão (Friedrich Raztel -1844-1904), na qual recomenda que o
geografo ao estuda um objeto proceda a localização do objeto fazendo uso dos métodos
cartográficos, por isso nesse projeto foi acrescentado um item denominado.
LOCALIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO.
Para alcançar os objetivos desse projeto de pesquisa, optou-se como técnica de
procedimento metodológico aplicar o método indutivo, condição em que se primeiro se observa
para chegar-se a um princípio geral, que vai da escala maior e geral para menor e particular.
Condição na qual obrigatoriamente perpassou por uma ampla revisão bibliográfica de autores
que estudaram e pesquisaram Teoria da Pediplanação aplicada a ambientes Semiárido, as
análises dos relevos residuais tido como é o caso das formações inselbergues. Utilizou-se para
delimitação de escala de análise de relevo a taxonomia de Jurandir Ross, entre outros e o
trabalho de levantamento de registro de campo que inclui dados geológicos e registros de
imagens. Quanto a execução optou-se por dividir as etapas da pesquisa em duas partes um
relacionado ao levantamento do referencial teórico, onde buscar-se a o entendimento dos
processos relacionados a teoria da Pediplanação proposta por Lester King (1967), na qual
desenvolvera apoiados em áreas de clima árido e semiárido, a caracterização da evolução da
paisagem e geomorfológica do inselbergues denominado comumente Pedra do Cachorro do
município de São Caetano.
Em outro momento visando fazer em face de caracterização dos aspectos
geológicos e geomorfológicos, que permite identificar a características gerais da estrutura
cristalina, feições erosivas nas superfícies rochosas, falhas, etc, e as geomorfológicas que diz
respeitos as feições erosivas, se aplicara como encaminhamento do desenvolvimento de texto a
classificação taxonômica de Jurandir Sanches Ross. Outro assunto importante para melhor
compreensão da compartimentação do relevo diz respeito às unidades taxonômicas têmporo-
espaciais, que têm por princípio a dimensão das formas na perspectiva tridimensional (tamanho
50
gênese e idade). Ross (1992), utilizando-se das unidades taxonômicas apresentadas por Demek
(1967), propõe seis níveis para a representação geomorfológica (Figura 4)
51
5 RESULTADOS
5.1 Localização geológica da Pedra do Cachorro
Conforme Andrade (2003) em seu Atlas Escolar de Pernambuco mostra que a maior
parte do Estado de Pernambuco é ocupada por rochas cristalinas e metamórficas do período
geológico denominado Pré-Cambriano. Fazem parte desses terrenos os seguintes tipos de
rochas: gnaisses, migmatitos, granitos, quartizitos, sienitos e filitos, mas nem todos esses podem
ser encontrados na Pedra do Cachorro como veremos mais adiante. São rochas muito antigas
que chegam a datar mais de 1 bilhão de anos conforme tabela geológica Time Scale.
Por sua localização das coordenadas geográficas 08°14’22”S Latitude Sul e
Longitude Oeste 36°11’54” a Pedra do Cachorro no Município de São Caetano, com 1038 m.
de altitude insere-se no Planalto da Borborema, planalto esse sob domínio de ações erosivas e
geologicamente cristalinos e são classificados como Terrenos Ígneos e Metamórficos do Pré-
Cambriano conforme figura 19. Aspectos informativos dessa classificação geológica dos
terrenos podem ser observados com mais detalhes na Tabela 2.
Figura 19: Observa-se um mapa elucidando a composição geológica presente nos os tipos de terrenos e sua
classificação na datação, no caso particular da Pedra do Cachorro localiza-se nas junções de encontro das setas em
Terrenos Ígneos Metamórficos do Período Geológica Pré-cambriano. Fonte: Atlas Escolar de Pernambuco, 2003.
52
CLASSIFICAÇÃO GEOLÓGICA DOS TERRENOS
Terrenos Sedimentares do Quaternário/Terciário
Terrenos Sedimentares do Cretáceo
Terrenos Vulcânico do Cretáceo
Terrenos Sedimentares do Jurássico
Terrenos Sedimentares do Siluro-Devoniano
Terrenos Ígneos e Metamórficos do Pré-Cambriano
Tabela 2: Tipologia Geológica do Terrenos no Estado de Pernambuco.
Fonte: Atlas Escolar de Pernambuco, 2003.
Por sua localização no agreste do Nordeste especificamente no semiárido, o que
condiciona a São Caetano possuir um clima onde prevalecente clima de tipo quase de estepe
com pouca pluviosidade no ano, por isso o clima é classificado como BSh segundo a Köppen e
Geiger. 21.8 °C é a temperatura média. Tem uma pluviosidade média anual de 528 mm. Observa-
se que a menor prescipitação foi 10 mm refere-se à precipitação do mês de Outubro, que é o mês mais seco.
Com uma média de 86 mm o mês de Março é o mês de maior precipitação.
Figura 20: Climogrma de São Caetano mostra uma grande variação de precipitações e de temperatura. Essas
variações somados ao efeito altitude fundamentais para ampliar a eficiência das fenômenos erosivos e ampliação
do intemperismo químico e físico na Pedra do Cachorro.
Fonte: Climate.dat.org.2016.
53
5.2 Origem geológica e geomorfológica do Inselbergue Pedra do Cachorro
Essa imensa formação de granito presente na paisagem do RPPN da Pedra do
Cachorro tem uma origem bastante singular. Segundo Petri & Fulfaro (1983, p.4-8), toda a área
do sertão pernambucano constituiu, num passado geológico, fundo de mar, de modo que se
estabeleceu no Siluro-Devoniano a maior transgressão marinha do continente americano.
Teorias apontam que esse mar teria inundado a América do Sul pelo ocidente, através da borda
continental, onde atualmente se encontra a cordilheira dos Andes. Assim, durante esse período
a plataforma sul-americana encontrava-se imersa (PETRI & FULFARO, 1983, p.317), a não
ser por uma estreita faixa de terras emersas situada na extensão das atuais Guianas até a Bolívia
setentrional.
Mendes & Setembrino (1971), por sua vez, afirmam que durante o Devoniano, esse
mar teria inundando as bacias brasileiras até o Permiano. Quando atingiu sua maior extensão
esse mar recobriu e, teria unido por determinado tempo três bacias sedimentares brasileiras: a
Amazônica, do Paraná e Parnaíba (SALGADO-LABOURIAU, 2001, p.178).
Daemon (1976) apud PETRY & FULFARO (1983), trabalhando num contexto
global, corroboram a ligação entre as três grandes bacias brasileiras durante boa parte do
Devoniano brasileiro, principalmente no Devoniano Médio. Essas bacias se comunicavam entre
si por corredores. “Um corredor de rumo nordeste passaria pela futura fossa tectônica de
Barreirinhas”. Outro “corredor” dirigido para leste ligaria a bacia à região do Jatobá, Estado
de Pernambuco “(PETRI & FULFARO, 1983) e, finalmente, um outro “corredor” que
estabelecia ligação com a Bacia do Paraná. Nesse período, o Brasil e a África ainda se
encontravam unidos em uma grande massa continental, Gondwana.
Com a separação da América do Sul ocorreu o soerguimento andino. Este fenômeno
epirogenético soergueu parcialmente as plataformas continentais graníticas e bacias
sedimentares. Acarretou, ainda, um recuo total do mar interior Devoniano. Esse fenômeno
geológico é o que explica o porquê dos planaltos ocuparem cerca de dois terços do território
nacional, daí a expressão “o Brasil é uma terra de planaltos” (OLIVA & GIANSANTI, 1999,
p.218; ROSS, 2001, p.50-64).
Outro importante e principal evento a ser destacado nesse processo refere-se ao
modo como se deu a erosão (ROSS, 2001, p. 51-65). Esses processos erosivos lentos e
contínuos se estabeleceram justamente nas áreas em que havia o contato entre os planaltos de
terrenos cristalinos (plataformas, também denominados de cinturões orogênicos) e, os planaltos
54
sedimentares. Essa erosão contínua acabou resultando em um rebaixamento expressivo nas
bordas dos escudos cristalinos, devido à erosão intensa nas bacias (ROSS, 2001, p.51-65).
Jatobá & Lins (2001, p.71) afirmam que os processos erosivos presentes nas bordas
de bacias determinaram a formação de cuestas e no Brasil’. À proporção em que esses antigos
fundos de mares iam sendo promovidos a elevadas terras emersas, deixaram de representar
áreas de sedimentação para oferecer superfícies fortemente trabalhadas por agentes erosivos de
climas úmidos e, posteriormente, secos. A “erosão conseguiu, ao longo de milhões de anos,
entalhar, desmontar e carrear quase que totalmente o espesso capeamento sedimentar” de
origem marinha do período devoniano, fazendo ‘desenterrar o piso do embasamento cristalino’
(ANDRADE, 1977, p.69), um exemplo típico que se enquadra no caso da Pedra do Cachorro
de exposição de rochas cristalinas.
Dessa forma, a origem do Inselbergue denominado Pedra deo Cachorro estaria
associada a importantes e seqüenciados processos geológicos e geomorfológicos presentes na
história geológica do Fanerozoico no Brasil. A possível seqüência desses eventos obedeceria
primeiramente, à seguinte ordem: “a) início da formação das bacias intracratônicas no
Siluriano ou aurora do Devoniano formando uma peneplanície pré-devoniana; b) ocorrência
de uma grande transgressão marinha no Devoniano, denominada fase talassocrática; c) um
desaparecimento dos mares no Neopaleozóico; d) desenvolvimento de fossas tectônicas
costeiras no Neojurássico (Reativação Waldeniana) – fase geocrática; desaparecimento da
individualidade das bacias intracratônicas no cretáceo (PETRI & FULFARO, 1983, p.08)”.
Assim, após a reativação da plataforma os sedimentos soerguidos foram erodidos por
circundenudação, resultando em um relevo cuestiforme.
Assim, ao exame das citações, parece não haver duvida que a caatinga do nordeste
brasileiro, no pretérito, esteve mesmo submersa em águas salgada. No caso do inselbergue da
Pedra do Cachorro há grande evidência desse fenômeno geológico é a exposição de extensa
massa de granito tipo intrusivo ígneas, tipo de rocha que se formam a grandes profundidades e
temperatura e que hoje encontram exposta a processos erosivos, e também sua forma atual
oriunda do Período Quaternário Pleistocênico. Aliás, tem sido esse aspecto que muitas vezes
tem prevalecido como elemento fundamental para a criação de alguns parques nacionais
nordestinos.
55
5.3 Características geológicas das rochas presente na Pedra do Cachorro
Quando se usar o termo rochas cristalina são rochas constituídas
por minerais obviamente cristalinos, sendo um termo geral e inexato aplicado a rochas
ígneas e metamórficas em oposição às rochas sedimentares, isso porque todos rochas são
constituídas na realidade constituídas de pequenos cristais de rocha. Essas rochas na verdade
são cristalinas devidos a forma da solidificação ou consolidação do magma – daí receber
também o nome rochas magmáticas, que também são conhecidas como rochas ígneas, pois
tiveram origem em ambiente de elevada temperatura (a palavra ígnea vem do latim igni: fogo).
A solidificação do magma pode ocorrer de duas maneiras: na superfície (ou quase à superfície)
e no interior da Terra.
Quando esse resfriamento ocorre nas massas continentais temos o resfriamento
superficial, nesse caso o magma que chega à superfície sofre rápido resfriamento, pois a
temperatura da superfície terrestre é bem menor do que a dele, nessa condição não formação de
cristais visível a olho nu como é caso das rochas magmáticas extrusiva. O exemplo mais comum
desse tipo de rocha é o basalto, abundante em várias regiões do planeta. Por sua vez o
resfriamento no interior da Terra é lento e por essa condição geológica de pressão e temperatura
permite que se formem grandes cristais no processo de formação da rocha, essa condição.
Possivelmente foi essa a condição geológica pretérita que as massas rochosas que compõe o
Inselbergue denominado Pedra do Cachorro de sua composição ser cristalina
Figura 21: Observa-se na figura aspectos cristalinos que compõe parte das massas rochosas presenta no
Inselbergue denominado Pedra do Cachorro. Os cristais em tom rosa são os minerais de feldspato, os pretos o
mineral biotita, e por fim os brancos que são os quartos.
Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015.
56
Essas rochas cristalinas são muito comuns nas regiões semiáridas do nordeste do
Brasil, principalmente nas áreas erosivas do tipo planalto como é caso da Borborema. Por isso
as empresas extrativistas ou pedreiras se localizam nesses ambientes de exposição superficial
de rochas.
O que leva a afirmar que o Inselbergue da Pedra do Cachorro esteve no passado
geológico submerso decorre da teoria do resfriamento em Profundidade: onde se afirmar que o
magma, em seu movimento de ascensão à superfície da Terra, se esfria e se solidifica ainda no
interior do planeta, forma as rochas magmáticas plutônicas ou intrusivas (a palavra intrusiva
está relacionada a “interior”, “dentro de”).
Nesse caso, o resfriamento do magma é lento, permitindo a formação de grandes
cristais. É por isso que nesses tipos de rochas, os cristais são visíveis a olho nu. As rochas
cristalinas por sua dureza e resistência a erosão vem sendo utilizado como paralelepípedo para
calçamento de ruas. Quando partido em pequenos pedaços, o granito é utilizado como pedra
britada pela construção civil.
Figura 22: Observa-se o Inselbergue denominado Pedra do Cachorro circundado pela mata do tipo Caatinga. Por
sua composição do tipo cristalina afirmar-se em teoria que o Inselbergue denominado Pedra do Cachorro esteve
antes do Período Quaternário submetido a processo de sedimentação, mas tarde essas massas exposta a intensos
processos erosivos ficaram a vista na superfície.
Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015.
57
Em geral os inselbergues elucida em suas feições de relevo o seu componente
estrutural, este quase sempre estão associados à sua composição rochosa, entretanto no
semiárido nordestino ambiente mais comum de localização dos Inselbergue ocorrem sob rochas
cristalinas, que é área de estudo da petrologia.
Segundo TEIXEIRA et al (2009), estes três grupos de rochas são caracterizados de
acordo com os processos envolvidos em sua respectiva formação. Vale lembrar que as rochas
magmáticas e metamórficas são frequentemente designadas genericamente por rochas
endógenas, enquanto as rochas sedimentares por rochas exógenas. Os três grupos de rochas se
inter-relacionam no ciclo petrológico ou ciclo das rochas, que será descrito no post seguinte.
A distribuição dos tipos de rochas na crosta continental indica que 95% do seu
volume total correspondem as rochas ígneas e metamórficas e somente 5% a rochas
sedimentares. Todavia, ao considerar a distribuição destas rochas em área rochosa superficial
nos continentes e assoalhos oceânicos, os números mudam para 75% de rochas sedimentares e
apenas 25% de rochas cristalinas. Ou seja, as rochas sedimentares constituem-se em uma
delgada lâmina que recobre as rochas ígneas e metamórficas como cita TEIXEIRA et al (2009).
5.4 Textura e classificação da rocha ígneas da Pedra do Cachorro
Foi observado como parâmetros para a descrição da textura e classificação geológica
dos tipos de rocha da massa rochosa ígnea aflorada da Pedra do Cachorro: a cor, a textura, sua
mineralogia, e por fim as alterações de feições.
A cor por exemplo, é reflexo das cores de seus minerais constituintes. Para descrever
essa característica leva-se em consideração os minerais presentes como são os casos dos
minerais felsicos e máficos. Os minerais félsicos são compostos de feldspato (branco), a sílica
(Quartzo, podendo ser cinza); o máfico por sua vez composto de magnésio e ferro (como é caso
das olivinas e piroxênios). Essa composição combinadas dão a característica da classificação
da principal da cor da rocha ígneas Cristalina comumente conhecida por granito. Para identificar
essa classificação leva-se em conta a variação da composição dos minerais físicos e máficos.
Assim temos:
58
Tipologia da cor da rocha ígnea cristalina granítica
Tipo de mineral Percentual Cor
Félsico 0 - 33% Claro
Intermediário/Mesocrático 34 - 66% Misto
Máfico/melanocrático 67-100% Escuro
Tabela 3: Composição química das rochas ígneas. Fonte: Jerram.D; N.Peterrford,2014.
Figura 23: Amostragem das composições químicas das massas rochosas do inselbergue Pedra do Cachorro.
Fonte: Natalicio de Melo Rodrigues, 2015.
A maior parte das rochas ígneas cristalinas presente na Pedra do Cachorro situa-se
em duas categorias predominantes sendo portanto dominado por tipo félsico onde prepondera
0-33% de minerais de cor clara, seguido por rochas intermediaria/Melanocrática com
percentuais misto de cor clara e escuro que variam entre 34 – 36%., não havendo significativas
área de minerias Máfico/Melanocrático (Figura 24). Foi possível também encontrar granitos
com feldspato rosa mas de forma isolada.
Figura 24: Amostras da composição mineralógica tipo félsica e mesocrático presente na Pedra do Cachorro. A
esquerda o granito de cor predominante, a direita o granito rosa que aparece de forma isolada.
Fonte: Pesquisa de campo –Projeto PIBID-Geografia, 2015.
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE
Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE

More Related Content

Viewers also liked (6)

Hidrografia
Hidrografia Hidrografia
Hidrografia
 
Geografia
GeografiaGeografia
Geografia
 
TCC- Odilon Lima -2015
TCC- Odilon Lima -2015TCC- Odilon Lima -2015
TCC- Odilon Lima -2015
 
Formas do relevo
Formas do relevoFormas do relevo
Formas do relevo
 
Artigo Científico - Redes Sociais
Artigo Científico - Redes SociaisArtigo Científico - Redes Sociais
Artigo Científico - Redes Sociais
 
Aula 6º ano - Estrutura do planeta Terra, rochas e solos
Aula 6º ano - Estrutura do planeta Terra, rochas e solosAula 6º ano - Estrutura do planeta Terra, rochas e solos
Aula 6º ano - Estrutura do planeta Terra, rochas e solos
 

Similar to Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE

Apresentação - Dissertação de Mestrado em Antropologia e Arqueologia
Apresentação - Dissertação de Mestrado em Antropologia e ArqueologiaApresentação - Dissertação de Mestrado em Antropologia e Arqueologia
Apresentação - Dissertação de Mestrado em Antropologia e ArqueologiaPedro Gaspar
 
Relatorio - Elementos de petrologia e mineralogia
Relatorio -  Elementos de petrologia e mineralogiaRelatorio -  Elementos de petrologia e mineralogia
Relatorio - Elementos de petrologia e mineralogiaClara Souza
 
Geologia da ilha de santa catarina - 26/06/2012
Geologia da ilha de santa catarina - 26/06/2012Geologia da ilha de santa catarina - 26/06/2012
Geologia da ilha de santa catarina - 26/06/2012Secretaria Planejamento SC
 
Cap 4 tipologia_de_solos_atual
Cap 4 tipologia_de_solos_atualCap 4 tipologia_de_solos_atual
Cap 4 tipologia_de_solos_atualErick Silva
 
Questões Marco Aurelio
Questões Marco AurelioQuestões Marco Aurelio
Questões Marco Aureliosylviasantana
 
Banco de questões Geografia
Banco de questões GeografiaBanco de questões Geografia
Banco de questões Geografiaaroudus
 
ENEM 500 Questões de GEOGRAFIA para vestibular
ENEM 500 Questões de GEOGRAFIA para vestibularENEM 500 Questões de GEOGRAFIA para vestibular
ENEM 500 Questões de GEOGRAFIA para vestibularatoanemachado2
 
09h50 dieter 24 09 paodeacucar
09h50 dieter 24 09 paodeacucar09h50 dieter 24 09 paodeacucar
09h50 dieter 24 09 paodeacucarslides-mci
 
Geo 12 preparação para o teste de avaliação
Geo 12   preparação para o teste de avaliaçãoGeo 12   preparação para o teste de avaliação
Geo 12 preparação para o teste de avaliaçãoNuno Correia
 
BIOL_11_Aula1_20abril.pdf
BIOL_11_Aula1_20abril.pdfBIOL_11_Aula1_20abril.pdf
BIOL_11_Aula1_20abril.pdfIsauraSilva13
 
bg10 - outubro com principios e correção.docx
bg10 - outubro com principios e correção.docxbg10 - outubro com principios e correção.docx
bg10 - outubro com principios e correção.docxIsaura Mourão
 
58 ciencia marinha
58 ciencia marinha58 ciencia marinha
58 ciencia marinhaCamila Alves
 
T_Diagnostico_SET._2022_23.docx
T_Diagnostico_SET._2022_23.docxT_Diagnostico_SET._2022_23.docx
T_Diagnostico_SET._2022_23.docxcancela
 
RELATÓRIO GEOLÓGICO DE GRADUAÇÃO REGIÃO DO BAIRRO DOM JOAQUIM-BRUSQUE,SC
RELATÓRIO GEOLÓGICO DE GRADUAÇÃO REGIÃO DO BAIRRO DOM JOAQUIM-BRUSQUE,SCRELATÓRIO GEOLÓGICO DE GRADUAÇÃO REGIÃO DO BAIRRO DOM JOAQUIM-BRUSQUE,SC
RELATÓRIO GEOLÓGICO DE GRADUAÇÃO REGIÃO DO BAIRRO DOM JOAQUIM-BRUSQUE,SCRoberto Cambruzzi
 
Exercícios de geologia
Exercícios de geologiaExercícios de geologia
Exercícios de geologiaNuno Correia
 

Similar to Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE (20)

Bg10 t1a 17_cc
Bg10 t1a 17_ccBg10 t1a 17_cc
Bg10 t1a 17_cc
 
at7_21_22_teste5.docx
at7_21_22_teste5.docxat7_21_22_teste5.docx
at7_21_22_teste5.docx
 
Apresentação - Dissertação de Mestrado em Antropologia e Arqueologia
Apresentação - Dissertação de Mestrado em Antropologia e ArqueologiaApresentação - Dissertação de Mestrado em Antropologia e Arqueologia
Apresentação - Dissertação de Mestrado em Antropologia e Arqueologia
 
Relatorio - Elementos de petrologia e mineralogia
Relatorio -  Elementos de petrologia e mineralogiaRelatorio -  Elementos de petrologia e mineralogia
Relatorio - Elementos de petrologia e mineralogia
 
Geologia da ilha de santa catarina - 26/06/2012
Geologia da ilha de santa catarina - 26/06/2012Geologia da ilha de santa catarina - 26/06/2012
Geologia da ilha de santa catarina - 26/06/2012
 
Cap 4 tipologia_de_solos_atual
Cap 4 tipologia_de_solos_atualCap 4 tipologia_de_solos_atual
Cap 4 tipologia_de_solos_atual
 
Questões Marco Aurelio
Questões Marco AurelioQuestões Marco Aurelio
Questões Marco Aurelio
 
Banco de questões Geografia
Banco de questões GeografiaBanco de questões Geografia
Banco de questões Geografia
 
ENEM 500 Questões de GEOGRAFIA para vestibular
ENEM 500 Questões de GEOGRAFIA para vestibularENEM 500 Questões de GEOGRAFIA para vestibular
ENEM 500 Questões de GEOGRAFIA para vestibular
 
Quiz - ENEM.pptx
Quiz - ENEM.pptxQuiz - ENEM.pptx
Quiz - ENEM.pptx
 
09h50 dieter 24 09 paodeacucar
09h50 dieter 24 09 paodeacucar09h50 dieter 24 09 paodeacucar
09h50 dieter 24 09 paodeacucar
 
Geo 12 preparação para o teste de avaliação
Geo 12   preparação para o teste de avaliaçãoGeo 12   preparação para o teste de avaliação
Geo 12 preparação para o teste de avaliação
 
BIOL_11_Aula1_20abril.pdf
BIOL_11_Aula1_20abril.pdfBIOL_11_Aula1_20abril.pdf
BIOL_11_Aula1_20abril.pdf
 
sa3b1.pptx
sa3b1.pptxsa3b1.pptx
sa3b1.pptx
 
bg10 - outubro com principios e correção.docx
bg10 - outubro com principios e correção.docxbg10 - outubro com principios e correção.docx
bg10 - outubro com principios e correção.docx
 
58 ciencia marinha
58 ciencia marinha58 ciencia marinha
58 ciencia marinha
 
T_Diagnostico_SET._2022_23.docx
T_Diagnostico_SET._2022_23.docxT_Diagnostico_SET._2022_23.docx
T_Diagnostico_SET._2022_23.docx
 
RELATÓRIO GEOLÓGICO DE GRADUAÇÃO REGIÃO DO BAIRRO DOM JOAQUIM-BRUSQUE,SC
RELATÓRIO GEOLÓGICO DE GRADUAÇÃO REGIÃO DO BAIRRO DOM JOAQUIM-BRUSQUE,SCRELATÓRIO GEOLÓGICO DE GRADUAÇÃO REGIÃO DO BAIRRO DOM JOAQUIM-BRUSQUE,SC
RELATÓRIO GEOLÓGICO DE GRADUAÇÃO REGIÃO DO BAIRRO DOM JOAQUIM-BRUSQUE,SC
 
Santim Et Alii
Santim Et AliiSantim Et Alii
Santim Et Alii
 
Exercícios de geologia
Exercícios de geologiaExercícios de geologia
Exercícios de geologia
 

More from FABEJA

Gestão Ambiental-Água-DBO & Eutrofização.pptx
Gestão Ambiental-Água-DBO & Eutrofização.pptxGestão Ambiental-Água-DBO & Eutrofização.pptx
Gestão Ambiental-Água-DBO & Eutrofização.pptxFABEJA
 
sismos em caruaru
 sismos em caruaru sismos em caruaru
sismos em caruaruFABEJA
 
Sismicidade e Terremoto em Caruaru-PE
Sismicidade e Terremoto em Caruaru-PESismicidade e Terremoto em Caruaru-PE
Sismicidade e Terremoto em Caruaru-PEFABEJA
 
Espectropia - Construção de um espectometro caseiro
Espectropia - Construção de um espectometro caseiroEspectropia - Construção de um espectometro caseiro
Espectropia - Construção de um espectometro caseiroFABEJA
 
Tcc M.José Bezerra-2011
Tcc M.José Bezerra-2011Tcc M.José Bezerra-2011
Tcc M.José Bezerra-2011FABEJA
 
TCC_Maria José Bezerra-2011
TCC_Maria José Bezerra-2011TCC_Maria José Bezerra-2011
TCC_Maria José Bezerra-2011FABEJA
 
TCC - Laudenor Pereira -2012
TCC - Laudenor Pereira -2012TCC - Laudenor Pereira -2012
TCC - Laudenor Pereira -2012FABEJA
 
TCC - Simone Maria da Silva -2012
TCC - Simone Maria da Silva -2012 TCC - Simone Maria da Silva -2012
TCC - Simone Maria da Silva -2012 FABEJA
 
TCC de Geografia Henágio José da Silva-Ano: 2011
TCC de Geografia  Henágio José da Silva-Ano: 2011TCC de Geografia  Henágio José da Silva-Ano: 2011
TCC de Geografia Henágio José da Silva-Ano: 2011FABEJA
 
MAPEAMENTO DE REDE URBANA COM USO DO GOOGLEERTH
MAPEAMENTO DE REDE URBANA COM USO DO GOOGLEERTH MAPEAMENTO DE REDE URBANA COM USO DO GOOGLEERTH
MAPEAMENTO DE REDE URBANA COM USO DO GOOGLEERTH FABEJA
 
Relevo de Pernambuco
Relevo de PernambucoRelevo de Pernambuco
Relevo de PernambucoFABEJA
 
Relevo brasileiro segundo Jurandir Ross.
Relevo brasileiro segundo Jurandir Ross.Relevo brasileiro segundo Jurandir Ross.
Relevo brasileiro segundo Jurandir Ross.FABEJA
 

More from FABEJA (12)

Gestão Ambiental-Água-DBO & Eutrofização.pptx
Gestão Ambiental-Água-DBO & Eutrofização.pptxGestão Ambiental-Água-DBO & Eutrofização.pptx
Gestão Ambiental-Água-DBO & Eutrofização.pptx
 
sismos em caruaru
 sismos em caruaru sismos em caruaru
sismos em caruaru
 
Sismicidade e Terremoto em Caruaru-PE
Sismicidade e Terremoto em Caruaru-PESismicidade e Terremoto em Caruaru-PE
Sismicidade e Terremoto em Caruaru-PE
 
Espectropia - Construção de um espectometro caseiro
Espectropia - Construção de um espectometro caseiroEspectropia - Construção de um espectometro caseiro
Espectropia - Construção de um espectometro caseiro
 
Tcc M.José Bezerra-2011
Tcc M.José Bezerra-2011Tcc M.José Bezerra-2011
Tcc M.José Bezerra-2011
 
TCC_Maria José Bezerra-2011
TCC_Maria José Bezerra-2011TCC_Maria José Bezerra-2011
TCC_Maria José Bezerra-2011
 
TCC - Laudenor Pereira -2012
TCC - Laudenor Pereira -2012TCC - Laudenor Pereira -2012
TCC - Laudenor Pereira -2012
 
TCC - Simone Maria da Silva -2012
TCC - Simone Maria da Silva -2012 TCC - Simone Maria da Silva -2012
TCC - Simone Maria da Silva -2012
 
TCC de Geografia Henágio José da Silva-Ano: 2011
TCC de Geografia  Henágio José da Silva-Ano: 2011TCC de Geografia  Henágio José da Silva-Ano: 2011
TCC de Geografia Henágio José da Silva-Ano: 2011
 
MAPEAMENTO DE REDE URBANA COM USO DO GOOGLEERTH
MAPEAMENTO DE REDE URBANA COM USO DO GOOGLEERTH MAPEAMENTO DE REDE URBANA COM USO DO GOOGLEERTH
MAPEAMENTO DE REDE URBANA COM USO DO GOOGLEERTH
 
Relevo de Pernambuco
Relevo de PernambucoRelevo de Pernambuco
Relevo de Pernambuco
 
Relevo brasileiro segundo Jurandir Ross.
Relevo brasileiro segundo Jurandir Ross.Relevo brasileiro segundo Jurandir Ross.
Relevo brasileiro segundo Jurandir Ross.
 

Recently uploaded

Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxkellyneamaral
 

Recently uploaded (20)

Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
 

Caracterização geológica de inselbergue no semiárido de PE

  • 1. AUTARQUIA EDUCACIONAL DO BELO JARDIM – AEB FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E APLICADAS DO BELO JARDIM – PE NECLEO DE PESQUISA – NEPE NATALICIO DE MELO RODRIGUES CARACTERIZAÇÃO E ANALISE GEOLÓGICA E GEOMORFOLÓGICA DE INSELBERGUE NO AGRESTE SEMIARIDO DE PERNAMBUCO: O CASO DA PEDRA DO CACHORRO SÃO CAETANO – PERNAMBUCO BELO JARDIM – PE 2015
  • 2. 1 NATALICIO DE MELO RODRIGUES CARACTERIZAÇÃO E ANALISE GEOLÓGICA E GEOMORFOLÓGICA DE INSELBERGUE NO AGRESTE SEMIARIDO DE PERNAMBUCO O CASO DA PEDRA DO CACHORRO SÃO CAETANO – PERNAMBUCO BELO JARDIM – PE 2015
  • 4. 3 LISTA DE FIGURAS Descrição pág. Figura 1. Observa-se o processo de evolução em três fases: Juventude(Youthful), maturidade(Mature) e Senilidade (Old Age). Fonte. natalgeoblogspot.com.br. Acesso 06/10/2015. 19 Figura 2: Mapa de relevo levando em consideração o clima e vegetação ou domínios morfoclimáticos. Fonte:www.blogdoprofalexandre. blogspot.com.br. Acesso 26/12/2015. 23 Figura 3: Observa-se uma de limites de unidades de relevo construída por Aroldo Azevedo em 1949 para classificar e delimitar as unidades presente no relevo do Brasil. Fonte: Geografalando. Acesso 26/12/2015. 25 Figura 4. Classificação de Aziz Ab’ Saber, Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas do Brasil. Fonte: Revista Orientação. Acesso 26/12/2015. 26 Figura 5. Moderna e atual Classificação do relevo do Brasil de Jurandir Ross. Fonte: Geografia do Brasil, Jurandyr L. S. Ross, org. Acesso 26/12/2015. 27 Figura 6: Observa-se dois pradoes de de cores na figura, uma em tom verde representando as massa continentes, e um outro em tom azul com aspecto enrugado que representa áreas de formação das dorsais oceânicas nas regiões de separação tectônica. Fonte: Myplaneterth.org. Acesso, 07/01/2016. 31 Figura 7. Observa-se uma zona de convergência de placas entre uma crosta oceânica e uma crosta continental, a trincheira (Trench) seguindo uma tendência a de forma-se nas bordas continentais. Fonte: studyblue.com. Acesso 26/11/2015. 33 Figura 8. Uma chapada caracteriza pela formação de grandes vales úmido ou secos em suas bordas, em geral tem seu tipo plano e sempre circundados por depressões. Fonte: zeviagem.blogspot.com.br/2013/ 02/chapada-diamantina-ba-brasil.html. Acesso 26/12/2015. 34 Figura 9: As custas tende a se formar nas bordas das chapadas sedimentares e sempre com uma face voltada para um vale consequente. Fonte: Flogão.com. Acesso 27/11/2015. 35
  • 5. 4 Figura 10. Embora semelhante as formações de cuesta se diferenciam devido a sua estrutura geológica, a Cuesta tem sua estrutura sedimentar, ao contrário das escarpas cristalinas. Fonte: Larousse.com.Fr; Panoramio.com.2015. Acesso 27/11/2015. 37 Figura 11. A grande Cordilheira do Himalaia formou com o choque da Placa Asiática e Placa Eurásia. Fonte: Daniel Prudek / Shutterstock.com. Acesso 26/12/15 38 Figura 12: Observa-se a expansão urbana da cidade de Manaus sede do governo da Amazonas sobre a planícies fluvial do rios Amazonas. Fonte: Governo do Estado, 2015. 41 Figura 13. A cidade uma das maiores metrópoles urbana do nordeste do Brasil se desenvolveu sobre uma planície do tipo fluvio-marinha. Fonte: Jornal do Commercio. Acesso 27/11/2015. 42 Figura 14: Observa-se uma extensa planície eólica no interior do estado de Rio Grande do Norte, hoje muitas dessas área são dotadas um enorme potencial energético eólico natural. Fonte: fr.m.wikipedia.org. Acesso 26/12/2015. 43 Figura15: Inselbegue sob ação erosiva – Queimadas-PB nas proximidades de Campina Grande-PE no agreste paraibano. Fonte: GoogleEarth. Acesso 27/11/2015. 45 Figura 16: Observe-se um extenso pediplanos Quaternário Pleistoceno sertanejo desenvolvido por processos erosivos e embutido no interior da grande Depressão Sertaneja pernambucana. Fonte: geoconceicao. blogspot.com. br/ 2010/07/ regiao- nordeste.html. Acesso 26/12/2015 46 Figura 17: Vista parcial em três dimensões da área rural do distrito de Santa Luzia localização das coordenadas geográficas 08°14’11”S e 36°11’29” da Pedra do Cachorro no Município de São Caetano. O pino em cor vermelho mostra os limites territoriais do município de Tacaimbó, o verde por sua vez os limites territoriais do município de Brejo da Madre de Deus, e por fim o amarelo o de São Caetano. A imagem de satélite captado pelo satélite de domino da empresa Keyhole, Inc., disponibilizado pelo GoogleEarth em 2015. Autor: Natalício de Melo Rodrigues, 2015. 47 Figura 18: Observa-se que a principal característica da Pedra do Cachorro e a exposição do seu maciço granítico exposto somando a sua grande conta altimétricas que atingem cerca de 453 metros de altitude que somados as contas de altimetria da Borborema eleva a altura de mais de mil metros, conforme aferições em loco feita 48
  • 6. 5 pelo pesquisador. Fonte: cedida pelo pesquisador Prof.Dr. Natalício de Melo Rodrigues, 2015. Figura 19: Observa-se um mapa elucidando a composição geológica presente nos os tipos de terrenos e sua classificação na datação, no caso particular da Pedra do Cachorro localiza-se nas junções de encontro das setas em Terrenos Ígneos Metamórficos do Período Geológica Pré-cambriano. Fonte: Atlas Escolar de Pernambuco, 2003. 51 Figura 20: Climogrma de São Caetano mostra uma grande variação de precipitações e de temperatura. Essas variações somados ao efeito altitude fundamentais para ampliar a eficiência das fenômenos erosivos e ampliação do intemperismo químico e físico na Pedra do Cachorro. Fonte: Climate.dat.org. 2016. 52 Figura 21: Observa-se na figura aspectos cristalinos que compõe parte das massas rochosas presenta no Inselbergue denominado Pedra do Cachorro. Os cristais em tom rosa são os minerais de feldspato, os pretos o mineral biotita, e por fim os brancos que são os quartos. Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015. 55 Figura 22: Observa-se o Inselbergue denominado Pedra do Cachorro circundado pela mata do tipo Caatinga. Por sua composição do tipo cristalina afirmar-se em teoria que o Inselbergue denominado Pedra do Cachorro esteve antes do Período Quaternário submetido a processo de sedimentação, mas tarde essas massas exposta a intensos processos erosivos ficaram a vista na superfície. Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015. 56 Figura 23: Amostragem das composições químicas das massas rochosas do inselbergue Pedra do Cachorro. Fonte: Natalicio de Melo Rodrigues,2015. 58 Figura 24: Amostras da composição mineralógica tipo félsica e mesocrático presente na Pedra do Cachorro. A esquerda o granito de cor predominante, a direita o granito rosa que aparece de forma isolada. Fonte: Pesquisa de campo –Projeto PIBID- Geografia, 2015. 58 Figura 25: Amosta de variações da rocha ignea tipo cristalina.A direita a composição clássica pela qual o granito é conhecico compsoto por biotita, feldspato e quarto. A direir uma variação do granito com inserção de cristal de feldspato amarelo. Fonte: Natalicio de Melo Rodrigues. 2015. 60 Figura 26: Compsição minerológica do granito aumentado 10 vezes com uso de app lupa tipo Manifier: A cor preta é o mineral botita, o bracno é feldspato, o cinza e o 60
  • 7. 6 cristal de Quartzo, o mineral com coloração café é quarto. Fonte: Natalicio de Melo Rodrigues. Figura 27: Observa-se intrusões finas e rasas sobre rochas graníticas faneritica granular grossa. Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015. 61 Figura 28: Pedra do Cachorro situada no município de São Caetano é na verdade sob o ponto de vista geomorfológico um inselbergue. Fonte: Acervo de Natalicio de Melo Rodrigues, 2015. 62 Figura 29: O inselbegue denominado Pedra possui uma extensa e variada fauna que precisa ser pesquisada e catalogada. Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015. 63 Figura 30: Observa-se na figura que os locais mais altos da massa rochosa perdem sedimento por processos erosivos que se desprendem das rochas e se acumulam no sopé das encostas constituindo os sedimentos coluvionares. Nas encostas muitos sedimentos desenvolvidos em loco constituem importantes nichos de desenvolvimento de vegetação no coluvio preso pela gravidade. Fonte: natalgeoblogspot.com.br. Acesso 06/10/2015. 65 Figura 31: A grande fenda que dar acesso a parte superior do inselbergue denominado Pedra do Cachorro é possível perceber ação da combinação dos intemperismos químico, físico e biológico sobre a falha rochosa na forma de fenda. Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015. 68 Figura 32: Observa-se evolução de uma Oriçangas nas encostas íngremes do inselbergue da Pedra do Cachorro por efeito do intemperismo químico. Após a dissolução e formação das oriçangas o consequente preenchimento da Oriçangas por sedimento e desenvolvimento de vegetação por dispersão de sementes por insetos, animais ou vento. Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015. 69 Figura 33: Imagem do tipo de intemperismo físico atuando uma diaclase obre a rocha com ação da água que penetra o solo rochoso e a ação dinâmica posteriormente das amplitudes térmicas em função variações altas temperaturas durante o dia e queda de temperaturas a noite. Autor: José Joaquim da Silva Neto – Pesquisa de campo em 06/10/2015. 70 Figura 34. Agentes do intemperismo do tipo Biológico vegetação envolvida na superfície rochosa da Pedra do Cachorro apresentando arbustos e plantas densas. Autor: José Joaquim da Silva Neto – Pesquisa de campo em 06/10/2015. 71
  • 8. 7 Figura 35: Perfil esquemático que mostra a estrutura de um líquen.Fonte: Coladaweb.com.2016. 72 Figura 36: Liquens tipo crostoso nas superfícies rochosas ígneas graníticas do inselbergue Pedra do Cachorro em cores amarela, laranja, verde e cinza. Fonte: Natalicio de Melo Rodrigues, 2015. 74 Figura 37: Liquens tipo crostoso em cores verde e cinza escuro. Fonte: Natalicio de Melo Rodrigues, 2015. 75 Figura 38: Liquens tipo crostoso em cores verde e amarelo escuro. Fonte: Natalicio de Melo Rodrigues, 2015. 75 Figura 39: A Teoria da Deriva Continental mostra que durante os períodos geológicas Permiano, Triassico e Jurássico o continente sul-americano e África estiveram juntos, nessa condição o litoral brasileiro tinha um clima continental seco típico e se assemelhava as condições atuais do semiárido do Nordeste, o que leva a entender a posição da paleoforma do Pão de Açúcar na condição de inselbergue. Fonte:quantumbiologist.wordpress.com 78 Figura 40: Observa-se na paisagem aspectos arredondados nas camadas superior das faces rochosas o que denotam a ação erosiva química por hidratação dos cristais das rochas. No centro entre os blocos rochosas onde o desnível é moderado o desenvolvimento do solo eluvial sobre o qual cresce a vegetação e agre o intemperismo biológico.Fonte: riodejaneironow.com.2015. 78 Figura 41: Observa-se que as feições do inselbergue da Pedra do Cachorro guardam importante relação geológica, geomorfológica e paisagística com o morro do Pão de Açúcar, embora ambos se encontram em condições geológicas semelhantes, por outro lado suas condições geomorfológicas e temporais denotem uma grande inversão, o Pão de Açucar foi inselbergue no passado, por sua vez a Pedra do Cachorro já no passado um morro sob processo de dissecação. Autor: Natalicio de Melo Rodrigues, 2015. 78 Figura 42: Concepção artística cientifica geológica da possível estrutura imersa do Pão de Açúcar. Por ser uma baia é possível que essa concepção esteja correta. Fonte: Universidade se São José dos Campos.SD. 81 Figura 43: Caruaru no entremeio das vertentes que compõe Vale do Ipojuca, ao fundo em último plano os divisores de água da bacia do Rio Una. No centro é possível 82
  • 9. 8 observar as edificações verticais que caracteriza o bairro Mauricio de Nassau. Imagem obtida com câmara celular tipo Motorola G.Fonte: Natalicio de Melo Rodrigues 2015.
  • 10. 9 LISTA DE TABELAS Tabela 01 Classificação do relevo conforme Guerasimov apud Jatobá, 2008 .......... 29 Tabela 02 Tipologia Geológica do Terrenos no Estado de Pernambuco ................... 52 Tabela 03 Composição química das rochas ígneas ................................................... 58 Tabela 04 Aspectos granulométrico das rochas cristalinas do iselbegue da Pedra do Cachorro ............................................................................................. 59 Tabela 05 Observa-se comparação entre os elementos geológicos, geomorfológicos, climáticos, condição de política atual ......................... 77
  • 11. 10 RESUMO O domínio semiárido pernambucano é caracterizado por possuir altas temperaturas durante o dia e quedas de temperaturas a noite em função do efeito longitudinal, dessa forma as amplitudes térmica diárias de como caráter grande variação térmica condições na qual se estabelece o intemperismo físico, some as essas condições as chuvas irregulares, esparsas e mal distribuídas, altos índices de evaporação, intermitência de rios, solos rasos e a vegetação xerófila compondo assim o cenário ambiental do semiárido onde se insere os Processos de Pediplanação que permite o desenvolvimento dos inselbergues. Nesses ambientes de semiaridez como é o caso da Microrregião do Vale do Ipojuca que se destaca na paisagem um perfil morfológico notadamente contrastante com o entorno da região do agreste que o inselbergue denominado comumente Pedra do Cachorro forma de relevo típica relacionada a Teoria da Pediplanação. Esse inselbergue, inserido na divisa dos limites intermunicipais de Tacaimbó, São Caetano e Brejo da Madre de Deus tem em seu entorno as demais formas de relevo comumente marcada pelos processos de pediplanação, como é caso dos pedimentos, os pediplanos. Segundo JATOBÁ. L.; LINS, R.C. (2008), esses relevos residuais isolados e elevados na paisagem pediplanadas são denominados na literatura de inselbergues (JATOBÁ, L.; LINS,R.C(2008). Segundo a Teoria da Pediplanação (KING, 1967) tem por princípios a análise da evolução do relevo, ocasionada dentre outros fatores pela termoclastia, um fenômeno típico de dilatação e contração diária de rochas, promovidas pela variação de calor (quente/frio), fator importante na erosão em ambientes secos, ocasionando a desagregação mecânica (esfoliação esferoidal), erosão regressiva (recuo paralelo das encostas), modelagem dos relevos residuais, e formação de pediplano, entendendo como áreas planas embutidas dentro de unidade de planaltos e ligeiramente planas oriundas através da sobreposição de pedimentos. Contudo, infere-se que a origem e evolução gradual dos inselbergues no semiárido do nordeste brasileiro, agreste pernambucano, como é o caso da Pedra do Cachorro, estão associadas a uma dinâmica evolutiva do relevo, pertinente às peculiaridades fisiográficas da região, essas feições são relevos que possuem maior resistência à desagregação mecânica, pelas condições litológicas de seu substrato rochoso, consequentemente, são considerados relevos residuais explicadas pela teoria da Pediplanação.
  • 12. 11 ABSTRACT The Pernambuco semiarid area is characterized by having high temperatures during the day and drops temperatures the night due to the longitudinal effect, thus the thermal amplitudes daily as character wide variation thermal conditions which establishes the physical weathering, some of these conditions irregular, scattered and poorly distributed rainfall, high rates of evaporation, intermittent rivers, shallow soils and xerophilous vegetation thus compounding the environmental setting of the semiarid region where it operates the pediplanation processes that allow the development of inselbergs. These semiaridez environments such as the Ipojuca Valley micro-region that stands out in the landscape morphological profile markedly contrasting with the surroundings of the rugged region that Inselberg commonly called Dog Stone typical form of relief related to Theory of pediplanation. This Inselberg, located on the border of the intermunicipal limits Tacaimbó, São Caetano and Brejo da Madre de Deus has in its surroundings other landforms commonly marked by pediplanation processes, as is the case of pediments, the pediplanos. According JATOBÁ. L.; LINS, RC (2008), these isolated residual relief and high in pediplanadas landscape are denominated in inselbergs literature (JATOBÁ, L .; LINS, RC (2008). According to the theory of pediplanation (KING, 1967) has the principles analysis the evolution of relief, caused among other factors by termoclastia, a typical expansion phenomenon and daily contraction of rocks, promoted by heat variation (hot / cold), an important factor in the erosion in dry conditions, causing mechanical breakdown (exfoliation spheroidal) , regressive erosion (parallel retreat of slopes), modeling of residual reliefs, and pediplano training, understanding how embedded flat areas in uplands unit and slightly flat originated by pediments overlap. However, it appears that the origin and evolution gradual of inselbergs in the semiarid region of northeastern Brazil, rural Pernambuco, such as Cachorro Stone, are associated with an evolutionary dynamics of relief, relevant to the physiographic peculiarities of the region, these features are reliefs that have greater resistance to mechanical breakdown, by lithological conditions of its bedrock therefore are considered waste relief explained by the theory of pediplanation.
  • 13. 12 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS RESUMO ABSTRACT 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA ............................................................. 16 2.1 A literatura e a natureza geomorfológica .................................................. 16 2.2 Teorias em Geomorfologia ......................................................................... 17 2.2.1 A teoria de William Morris Davis .............................................................. 18 2.2.2 Teoria de Pediplanação de Lester King ..................................................... 20 2.2.3 A teoria do equilíbrio dinâmico de Hack ................................................... 21 2.2.4 Perfil de Equilíbrio de Surrel ..................................................................... 21 2.3 Teoria da Pedimentação no Brasil ............................................................. 22 2.4 As classificações de relevo no Brasil ........................................................... 24 2.5 As formas de relevo ..................................................................................... 27 2.6 Contribuição da Geomorfologia Soviética para classificação do relevo 28 2.7 As Morfoestruturas .................................................................................... 29 2.7.1 Dorsais oceânicas ........................................................................................ 30 2.7.2 Trincheiras oceânicas ................................................................................. 32 2.7.3 Chapada ....................................................................................................... 34 2.7.4 Cuesta .......................................................................................................... 35 2.7.5 Escarpas de falha ........................................................................................ 36 2.7.6 Montanhas de dobramentos ....................................................................... 38 2.8 Morfoesculturas .......................................................................................... 39 2.8.1 Morfoesculturas desenvolvidas por processos de acumulação ................ 40 2.8.2 Planície fluvial ............................................................................................. 40 2.8.3 Planície flúvio marinha ............................................................................... 41 2.8.4 Planícies eólicas ........................................................................................... 42 2.9 Morfoestruturas desenvolvidas por processos de pedimentação ............ 43
  • 14. 13 2.9.1 Inselbergue .................................................................................................. 44 2.9.2 Pediplano ..................................................................................................... 45 2.9.3 Pedimentos .................................................................................................. 46 3 LOCALIZAÇÃO CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ...... 47 4 METODOLOGIA ....................................................................................... 49 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ 51 5.1 Localização geológica da Pedra do Cachorro ........................................... 51 5.2 Origem geológica e geomorfológica do Inselbergue Pedra do Cachorro 53 5.3 Características geológicas das rochas presente na Pedra do Cachorro 55 5.4 Textura e classificação da rocha ígneas da Pedra do Cachorro ............... 57 5.5 Intrusões magmáticas em rochas cristalinas na Pedra do Cachorro ....... 61 5.6 Aspectos geomorfológicos .......................................................................... 62 5.7 Condições edáficas ...................................................................................... 64 5.8 A Desagregação Mecânica e Química no Inselbergue Pedra do Cachorro ...................................................................................................... 65 5.8.1 Intemperismo Químico ............................................................................... 66 5.8.2 Intemperismo Físico ................................................................................... 69 5.8.3 Intemperismo Biológico .............................................................................. 70 5.8.4 Liquens: definição e característica ............................................................ 72 5.8.5 Caracterização das colônias de liquens no Inselbergue Pedra do Cachorro ...................................................................................................... 73 5.8.6 As relações geomorfológicas e geológicas aplicadas ao inselbergue da Pedra do Cachorro e o Pão de Açúcar ....................................................... 76 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 83
  • 15. 14 1 INTRODUÇÃO No Agreste de Pernambucano, município de São Caetano, distante 160 quilômetros do litoral, em paisagem seca da caatinga, destaca-se a Pedra do Cachorro, afloramento rochoso de 475 metros de altura - um grande desafio para aventureiros e amantes dos esportes radicais. Este é o cenário da terceira Reserva Particular do Patrimônio Natural de Pernambuco, uma propriedade de 23 hectares, dos quais 18 foram transformados em unidade de conservação. O título de RPPN foi concedido pela Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH) em junho de 2002, devido à bela paisagem natural encontrada na fazenda, além da diversidade da fauna e da flora da região. Após a titulação, o proprietário Guaraci Cardoso assinou um termo de compromisso, assumindo a responsabilidade pela preservação da reserva, um dos requisitos exigidos pelo Decreto Estadual nº 19.815/97, que regulamenta a criação de unidades de conservação de caráter particular em Pernambuco. A biodiversidade da RPPN foi conferida pelos técnicos Catarina Cabral e Cristina Tavares, da CPRH e Aguinaldo Araújo, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, durante o processo de reconhecimento. Além do valor paisagístico, o levantamento botânico da região, embora tenha sido realizado num curto período de tempo, identificou espécies como a catingueira, o araçá nativo e o angico-de-caroço, espécies de porte médio, presentes em fragmentos bem conservados da vegetação. Da rica fauna levantada na fazenda, destacam-se o tatu-bola e a onça-parda, espécies presentes na Lista Oficial de Animais Ameaçados de Extinção do País, publicada pelo Ibama. A fazenda dispõe de alojamento para receber grupos de estudantes, pesquisadores e visitantes, mas o desenvolvimento do ecoturismo na fazenda depende da aprovação do plano de manejo da unidade de conservação, pela CPRH. O proprietário da fazenda, um militar com experiência em sobrevivência na selva e na prática de esportes radicais, orienta os visitantes sobre condutas corretas para a visitação da área e envolve os vizinhos em programas de educação ambiental, com o objetivo de diminuir a caça e o desmatamento realizados no entorno. Em 2002, promoveu o I Encontro dos Amigos da Pedra, com a realização de limpeza das trilhas e exibição de vídeos ambientais. Na verdade, sob o ponto de vista da geomorfologia do semiárido, essa paisagem denominada Pedra do Cachorro, trata-se do ponto de vista cientifico uma forma de relevo oriundas de processos erosivos na escala maior e diversos intemperismos na escala menor, que
  • 16. 15 atuando numa temporalidade quaternária holocênico denominada inselbergue. Assim, essa pesquisa teve como objetivo construir uma caracterização Geológica e Geomorfológica da Pedra do Cachorro considerando os atores internos e externos que ocasionou a formação desse relevo na paisagem, localizada no município de São Caetano – PE. Identificar a tipologia das rochas cristalinas, elucidar os processos metamórficos; caracterizar os processos de intemperismo (o químico, o físico e biológico); localizar falhas geológicas; identificar o bioma presentes nas diversas cotas altimetrias. Apresentar as formas Geológicas e Geomorfológicas e Intemperismo na área do parque.
  • 17. 16 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 A literatura e a natureza Geomorfológica Segundo Valter Casseti a Geomorfologia serve a para mostrar a importância do estudo do relevo para os diferentes campos do conhecimento (planejamento urbano e regional, análise ambiental...), evidenciando a estreita relação com a Geografia. A Geomorfologia estrutura-se sob duas grandes correntes geomorfológicas e a situação atual. Quanto as duas grandes linhagens epistemológicas advêm das escolas anglo-americana e a germânica, essas com respectivas filiações, apresentando um panorama da situação atual (tendência holística, fundamentada na perspectiva germânica). Valter Casseti afirma ainda que a geomorfologia é um conhecimento específico, sistematizado, que tem por objetivo analisar as formas do relevo, buscando compreender os processos pretéritos e atuais. Citando Kugler, 1976 apud Geomorfologia (pagina oficial), afirma que como componente disciplinar da temática geográfica, a geomorfologia constitui importante subsídio para a apropriação racional do relevo, como recurso ou suporte, considerando a conversão das propriedades geoecológicas em sócio reprodutoras, caracteriza as funções sócio reprodutoras em suporte e recurso do homem. Seu objeto de estudo é a superfície da crosta terrestre, apresentando uma forma específica de análise que se refere ao relevo. A análise incorpora o necessário conhecimento do jogo de forças antagônicas, sistematizadas pelas atividades tectogenéticas (endógenas) e mecanismos morfoclimáticos (exógenos), responsáveis pelas formas resultantes. Afirma ainda que partindo do princípio de que tanto os fatores endógenos, como os exógenos, são “forças vivas'', cujas evidências demonstram grandes transformações ao longo do tempo geológico, necessário se faz entender que o relevo terrestre não foi sempre o mesmo e que continuará evoluindo. Portanto, a análise geomorfológica de uma determinada área implica obrigatoriamente o conhecimento da evolução que o relevo apresenta, o que é possível se obter através do estudo das formas e das sucessivas deposições de materiais preservadas, resultantes dos diferentes processos morfogenéticos a que foi submetido.
  • 18. 17 Nessa condição o relevo assume importância fundamental no processo de ocupação do espaço, fator que inclui as propriedades de suporte ou recurso, cujas formas ou modalidades de apropriação respondem pelo comportamento da paisagem e suas consequências. 2.2 Teorias em Geomorfologia Na evolução dos conhecimentos geomorfológicos, as discussões teórico- metodológicas tiveram sua fase inicial a partir da publicação do Geographical cycle (DAVIS, 1899), embora Surell em 1841 (apud ABREU, 1983) já fizesse alusão à existência de uma linhagem epistemológica. Os dados históricos mostram que, enquanto na América do Norte os geólogos e engenheiros começavam a sistematização dos conhecimentos geomorfológicos, paralelamente, no centro e leste europeu, através de Von Richthofen, iniciava-se a formalização das bases conceituais, que foram progressivamente aprimoradas. A avaliação global do desenvolvimento desta ciência efetuada por Abreu (1983), consistiu em uma análise comparativa, ressaltando que a teoria geomorfológica parte de duas fontes principais, cada uma com seus seguidores, onde se percebem interferências de uma sobre a outra, e que evoluem paralelamente, convergindo na segunda metade do Século XX, em busca de conceitos mais abrangentes. Ao longo dos Séculos XIX e XX, houve uma insatisfação geral em relação aos sistemas conceituais existentes e, nos anos do pós-guerra, houve severas críticas às linhas de abordagem, o que levou a uma reformulação mais global, valorizando cada vez mais os aspectos voltados para as geociências (ABREU, 1982). Esse quadro manifesta a intenção e a busca de uma sistematização e de uma linha evolutiva epistemológica mais global, procurando entender o pensamento geomorfológico das duas correntes epistemológicas: uma de raízes norte- americanas, que incorpora a maior parte da produção em línguas inglesa e francesa até a Segunda Guerra Mundial, e a outra de raízes germânicas, que engloba grande parte da produção do leste europeu. Os trabalhos clássicos de Davis (1899) e Penck (1923), traduzido para o inglês em 1953, representam os dois pilares da Geomorfologia: o conceitual e o metodológico.
  • 19. 18 2.2.1 A teoria de William Morris Davis As teorias geomorfológicas fazem parte de um campo conceitual extremamente importante para o estudo da Geomorfologia. Os diversos postulados elaborados desde o início dos estudos geomorfológicos ainda nos primórdios séc. XIX até a atualidade perpassando inicialmente por William Moris Davis e mais trade seguido por outros diversos autores em diversas escolas e vieses, foram relevantes para a compreensão da formação do relevo e de sua relação com ação antrópica, embora na época nem sempre se levavam em consideração a ação do homem como maior modificador do relevo em sua superfície. Para os geógrafos, torna-se de extrema importância o aprofundamento no conhecimento destas relações, pois a Geomorfologia consiste num excelente campo de análise entre os fatores antrópicos e naturais, sobretudo àqueles ligados a construção da superfície terrestre. A compreensão da evolução do relevo gera subsídios para o entendimento dos processos que ocorrem na superfície terrestre e, consequentemente, para a realização de estudos ambientais, ao passo que a morfologia terrestre comporta a maioria dos seres vivos. Dentre diversas teorias vale destacar o pioneirismo de William Morris Davis quando da elaboração da Teoria do ciclo geográfico. Segundo essa teoria proposta por William Morris Davis apresenta uma concepção finalista sistematizada na sucessão das formas de um ciclo ideal conforme descreve Christofoletti (1998). Este modelo teórico se apoia na elaboração de três fases no processo de evolução do modelado terrestre: a juventude, maturidade e senilidade, podendo retornar novamente a uma fase de juventude através de movimentos epirogenéticos caracterizando um processo de rejuvenescimento do relevo. Esta visão baseia- se nas áreas temperadas úmidas que se desenvolve sobre as chamadas fases antropomórficas comparando a evolução do relevo aos estágios da vida humana. Os processos principais deste ciclo apresentam-se através do desenvolvimento das seguintes etapas: Processo denudacional iniciado pela emersão e surgimento de massas continentais. Atuação do sistema fluvial no entalhamento dos talvegues originando diversos cânions. A partir do entalhamento do talvegue o rio caminha rumo a um perfil de equilíbrio, caminhando orientado pelo nível de base onde a drenagem não erode nem deposita. Por fim, o entalhamento produz nos vertentes desmoronamentos e ravina mentos surgindo uma topografia de colinas.
  • 20. 19 Vale ressaltar que, uma das lacunas deixadas por essa teoria reside exatamente na consideração do sistema fluvial como agente determinante, sem considerar outros fatores como decisivos na evolução e gênese do relevo. Todo este processo desenvolve-se por meio da erosão remontante que consiste no “[…] trabalho de desgaste feito de jusante para montante, ou seja, da foz para a cabeceira do rio” (Guerra, 1989, p.159). Figura 1. Observa-se o processo de evolução em três fases: Juventude(Youthful), maturidade(Mature) e Senilidade (Old Age). Fonte. natalgeoblogspot.com.br. Acesso 06/10/2015
  • 21. 20 Após este processo temos o período da maturidade que se caracteriza por uma estabilidade tectônica. Diminuindo o ritmo da erosão linear as vertentes se alargam e a declividade diminui (Christofoletti, 1980). Neste momento ocorre uma horizontalização topográfica. Na fase da senilidade temos a “sucessão de colinas rebaixadas, cobertas por um manto contínuo de detritos intemperizados e separados por vales com fundo largo” (Christofoletti, 1980, p.162), formando o que se denomina de peneplanícies, termo que designa uma superfície aplainada com leves ondulações originária de áreas temperadas úmidas. Isso demonstra um período onde o relevo apresenta formas predominantemente aplainadas, pronto para a execução de um novo ciclo a partir de um movimento epirogenético e a consequente quebra da estabilidade tectônica. 2.2.2 Teoria de Pediplanação de Lester King Uma outra teoria importante que explicar o relevo é a Teoria da pediplanação (Lester King) de acordo com Ross (1991) a teoria da pediplanação, se baseia no princípio da atividade erosiva desencadeada por processos de ambientes áridos e semiáridos com a participação dos efeitos tectônicos, elaboradas ao longo do tempo em diferentes níveis. Nesta teoria, os soerguimentos de caráter epirogenéticos são decisivos. Diferentemente da visão davisiana os estudos de King desenvolveram-se apoiados em áreas de clima árido e semiárido. Essa interpretação apoia-se na teoria de que nas áreas tropicais e subtropicais os climas alteram-se de áridos e semiáridos para quentes e úmidos em contraposição ás áreas e periglaciais em que os climas se alteram em períodos glaciais e interglaciais úmidos”. (Ross, 1991, p.26) O principal ponto desta teoria geomorfológica repousa na formulação do chamado recuo paralelo das vertentes, conceito que se contrapõe a visão de Davis, pois afirma que o processo de erosão ocasiona o recuo das vertentes sem que haja perda de sua declividade ou inclinação de seu “knic”. Conforme (Casseti, 1994, p.42), o processo que envolve o recuo das vertentes é acompanhado de um ajuste isostático: Como se sabe, a crosta interna é constituída de silicatos de magnésio, razão pela qual é conhecida como sima, ao passo que externa, de densidade inferior, é representada por silicatos de alumínio sial […] o sial flutua sobre o sima […] refletindo numa acomodação operada em profundidade. Assim a parte elevada, submetida à
  • 22. 21 erosão, sofre um alívio de carga, que é contrastado pela subsidência gerada pelo material depositado. Essa diferença resulta em acomodação isostática, que por sua vez origina degraus topográficos […]. Este processo cria depósitos de sedimentos correlativos que geram pedi planos embutidos. O modelo de King não estabelece um nível de base geral, ao contrário, propõem um nível de base local ou regional sem que necessariamente seja o nível marítimo, o que desconsidera os períodos glaciais e interglaciais no tocante à sua atuação e participação no processo de elevação do nível do mar. Na visão davisiana este processo interferiria bastante nos níveis de erosão local. 2.2.3 A teoria do equilíbrio dinâmico de Hack Proposta por Hack, chamada de Teoria do equilíbrio dinâmico baseia-se inteiramente na concepção sistêmica do meio ambiente, tendo como “princípio básico o entendimento de que o ambiente natural se encontra em estado de equilíbrio, porém não estático, graças ao mecanismo de funcionamento dos diversos componentes do sistema […] sendo, portanto entendida pela funcionalidade na entrada de fluxo de energia no sistema que produz determinado trabalho”. (Ross, 1991, p.26). Conforme Christofoletti (1980), “a teoria do equilíbrio dinâmico baseia-se num comportamento balanceado entre os processos morfogenéticos e a resistência das rochas, e também leva em consideração as influencias diastróficos na região”. 2.2.4 Perfil de Equilíbrio de Surrel Dentre as várias contribuições que auxiliaram na evolução nas discussões a respeito das teorias geomorfológicas, temos o postulado de Surrel, que definiu o perfil de equilíbrio das drenagens. De acordo com Surrel o perfil de equilíbrio consiste no ponto máximo da ação erosiva.
  • 23. 22 Na visão davisiana, o nível de base consiste no “ponto limite abaixo do qual a erosão das águas correntes não pode trabalhar, constituindo o ponto mais baixo a que o rio pode chegar […] O nível de base geral de todos os rios é o nível do mar” (Guerra, 1989, p.303). Contrapondo-se a visão do ciclo geográfico, o princípio da pediplanação de King apresenta níveis de bases locais e regionais sem necessariamente acoplá-lo a um nível geral, relacionado ao nível do mar. Isto opõe a visão de Davis quando o próprio afirma que, ao longo da história geológica os períodos de oscilações climáticas interferiam diretamente na ação erosiva devido a oscilação marinha, já que o perfil de equilíbrio caminha rumo a ação máxima erosiva baseada no nível de base. Outra contribuição importante é a de Gilbert, que definiu princípios como: declividade (as maiores declividades são encontradas próximas ao topo, estando diretamente ligada a inclinação da vertente), estrutura (dureza da rocha) e divisores. Estes princípios nortearam muitos pensamentos ulteriores, contribuindo para definição das mais variadas teorias no campo de estudo da Geomorfologia. Voltados a este aspecto, apresentam-se os estudos da escola alemã iniciados por Humboldt e Richthofen, os quais tiveram uma contribuição substancial para as formulações de W. Penck. Esta visão apoia-se em três elementos: os processos exogenéticos, endogenéticos e os processos decorrentes dos anteriores, que podem ser chamados de feições atuais da morfologia. Neste aspecto, a Geomorfologia Climática estuda a relação da zonalidade climática e o relevo, estabelecendo assim as zonas ou domínios morfoclimáticos sem desconsiderar os outros fatores. 2.3 Teoria da Pedimentação no Brasil No Brasil o geógrafo Aziz Ab’ Saber, baseando-se nesta visão, determinou os domínios morfoclimáticos, tendo este, grande influência davisiana. De modo que, as influências litológicas são pouco consideradas, ocasionando uma lacuna vazia em suas análises.[…] Percebe-se assim, que a tônica da interpretação geomorfológica passa a ser a correlação da tipologia do modelado com os processos denudacionais influenciados pelos diferentes tipos climáticos e coberturas vegetais, onde se combinam os fatores ligados à alteração físico-
  • 24. 23 química das rochas de um lado e o desgaste erosivo das águas correntes, geleiras, oceanos e ventos, de outro (Ross, 1991, p. 24) Pode-se dizer que esta interpretação resume-se em: tipos de relevos, tipos climáticos e cobertura vegetal alterados pelas ações físicos químicas e o consequente desgaste erosivo pelos fatores externos. Os Domínios Morfoclimáticos e Fitogeográficos do Brasil foram estabelecidos pelo geógrafo Aziz Ab' Saber. Ele agrupou os espaços de acordo com características do relevo juntamente com as influências climáticas. Para tal mapeamento, ele considerou a vegetação natural, como se o homem não tivesse interferido. Os domínios são seis, juntamente com as áreas de transição, que são: Amazônico, Cerrados, Mares de Morros, Caatingas, Araucárias e Pradarias. Figura 2: Mapa de relevo levando em consideração o clima e vegetação ou domínios morfoclimáticos. Fonte:www.blogdoprofalexandre.blogspot.com.br. Acesso 26/12/2015.
  • 25. 24 É justamente nos domínios geomorfológicos da Caatinga do semiárido que se desenvolve as formas de relevo relacionadas aos processos de pedimentação estabelecidos por outros teóricos como já se citou nesse TCC que são pertinentes a geomorfologia, a saber o inselberg, os pedi planos e os pedimentos. 2.4 As classificações de relevo no Brasil As raízes da geomorfologia no Brasil se inicia com classificações do relevo. Uma das primeiras classificações feitas no Brasil sobre o relevo do país começou a ser produzida nos anos 1940 pelo geógrafo e geomorfólogo brasileiro Aroldo de Azevedo. Professor da USP, Aroldo publicou seu trabalho em 1949. Mais tarde, em meados dos finais dos anos 1950 surgiu uma nova classificação de relevo para o Brasil, elaborada pelo geógrafo e geomorfólogo Aziz Nacib Ab'Sáber. Também professor da USP, Ab'Sáber elaborou uma classificação mais complexa do que a de seu antecessor. Introduziu a abordagem morfoclimática, que considera os efeitos do clima sobre o relevo. Identificam-se sete planaltos e três planícies na classificação de Aziz. No momento atual prevalece a classificação de 1989 foi divulgada como a nova classificação de relevos do Brasil elaborada pelo professor Jurandyr Ross, do Laboratório de Geomorfologia do Departamento de Geografia da USP. Ele usou no seu trabalho os dados produzidos pelo Projeto Radam Brasil. Uma das primeiras classificações feitas no Brasil sobre o relevo do país começou a ser produzida nos anos 1940 pelo geógrafo e geomorfólogo brasileiro Aroldo de Azevedo. Professor da USP, Aroldo publicou seu trabalho em 1949. A classificação baseava-se no critério da altimetria que dividia o Brasil em planícies, áreas de até 200 metros de altitude, e planaltos, áreas superiores a 200 metros de altitude. Aziz Ab' Saber em seu trabalho sobre a classificação do relevo brasileiro levou em consideração em estudo sobre o relevo apenas a atuação conjunta dos agentes internos e externos que atuam sobre a gêneses do modelado da superfície terrestre, ou seja, dos elementos da natureza como: clima, solo, hidrografia, vegetação etc.) principalmente da ação do clima nos diferentes tipos de rochas. Juntamente com a influência interna representada pelo tectonismo.
  • 26. 25 Figura 3. Observa-se uma de limites de unidades de relevo construída por Aroldo Azevedo em 1949 para classificar e delimitar as unidades presente no relevo do Brasil. Fonte: Geografalando. Acesso 26/12/2015. Segundo esse estudo o relevo brasileiro tem sua formação antiga e resulta principalmente da ação das forças internas da terra e da sucessão de ciclos climáticos. A alternância de climas quentes e úmidos com áridos ou semiáridos favoreceu o processo de erosão e explicam a formação do atual modelado do relevo brasileiro. Nessa perspectiva, Aziz Ab’ Saber observou a evolução do clima (paleoclimas), para realizar a classificação do relevo brasileiro, isto é, as dramáticas alterações ocorridas ao longo do tempo geológico no território brasileiro. Portanto, a análise do relevo atual envolveu também o estudo dos chamados paleoclimas, ou seja, os fatores climáticos passados, que contribuem para explicar o modelado do presente. Com base no estudo dos processos fisiológicos que envolveram as rochas que compõem a estrutura geológica de brasileira Aziz Ab’ Saber classificou o relevo brasileiro em dois tipos de macro unidades geomorfológicas: Planaltos e Planície. Além de aumento de 8 unidades para 10 unidades de relevo.
  • 27. 26 Figura 4. Classificação de Aziz Ab’ Saber, Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas do Brasil. Fonte: Revista Orientação. Acesso 26/12/2015 A classificação do relevo brasileiro de Jurandyr Ross, elaborada com base em imagens de radar nas décadas de 80 e 90, possibilitou ampliar a complexidade da geomorfologia do Brasil. Ross propôs a criação de uma terceira macro unidade além dos planaltos e planícies, as depressões; além de ter estendido para quase trinta unidades de relevo.  Planaltos: superfícies acima de 300 metros de altitude que sofrem desgaste erosivo. Contém formas de relevo irregulares como morros, serras e chapadas.  Planícies: é uma superfície plana, com altitude inferior a 100 metros, formada pelo acúmulo de sedimentos de origem marinha, fluvial e lacustre.  Depressões: superfícies entre 100 e 500 metros de altitude sendo mais planas que os planaltos (é uma superfície com suave inclinação) e mais rebaixadas que as áreas de entorno, além de sofrer desgaste erosivo (formada por prolongados processos de erosão) e apresentar elevações residuais como inselbergs e planaltos residuais.
  • 28. 27 Figura 5. Moderna e atual Classificação do relevo do Brasil de Jurandir Ross. Fonte: Geografia do Brasil, Jurandyr L. S. Ross, org. Acesso 26/12/2015. 2.5 As formas de relevo O relevo corresponde às variações de reentrâncias que se apresentam sobre a camada superficial da litosfera da Terra. Assim, podemos perceber que o relevo terrestre apresenta diferentes fisionomias, isto é, áreas com diferentes características: algumas mais
  • 29. 28 altas, outras mais baixas, algumas mais acidentadas, outras mais planas, entre outras feições que se distribuem sobre os oceanos e continentes. A formação do relevo em termos geológicos e geomorfológicos dependem ter duas origens, provenientes de fatores endógenos (internos) e exógenos (externos), que somados a energia solar que atuam sobre todos os fatores erosivos que compõe a dinâmica terrestre e a força da gravidade que atuam carreados os produtos da erosão para as partes mais baixa do relevo. Os fatores internos da formação do relevo são o tectonismo e o vulcanismo. O tectonismo influencia na formação de relevo por meio das acomodações das placas litosferas que podem ser de aproximação ou de afastamento. Os movimentos das placas tectônicas e são provocados pela quantidade de calor existente dentro da Terra, dando origem às correntes de convecção que podem ser convergentes e divergentes: a primeira quando as placas se chocam e a segunda quanto se afastam. O processo de vulcanismo interfere na formação do relevo, pois quando existe uma grande pressão no interior da Terra, as camadas da crosta se rompem. De uma forma geral, o vulcanismo dá origem a duas formas de relevo: as montanhas e os planaltos. Já os fatores exógenos (externos) formam o relevo por meio de erosões, que podem ser pluviais (provocadas pela água da chuva) e fluviais (provocadas pelas águas dos rios e mar). Nesses casos, o relevo sofre alterações, pois o escoamento das águas o desgasta dando a ele gradativamente novas formas. As geleiras também promovem modificações no relevo através da erosão glacial, quando ocorrem avalanches e porções de rochas se desprendem, alterando, assim, o relevo do local. Por fim, existe a modificação do relevo por meio da ação dos ventos, denominada erosão eólica. O homem também é um agente externo de transformação do relevo. Essas modificações são provenientes das atividades e das relações humanas. O homem, através do trabalho, transforma o relevo segundo os interesses econômicos ou mesmo para habitação. 2.6 Contribuição da Geomorfologia Soviética para classificação do relevo O mapeamento geomorfológico realizado pelos pesquisadores da escola soviética, consiste numa ferramenta de tamanha utilidade para a execução de diagnósticos ambientais e
  • 30. 29 consequentemente nas ações de planejamento. No entanto, esta visão deixou uma lacuna conceitual e metodológica durante muito tempo. Isto ocorreu, pois nos estudos da cartografia geomorfológica soviética desprezava-se o fator estrutural em relação ao escultural ou vice- versa, tendo como resultado uma carta que, regra geral, voltava-se a tão somente um dos aspectos citados. Segundo Lucivânio Jatobá (2008), foi através das contribuições da escola soviética, criaram-se então os conceitos de morfoescultura e morfoestrutura, importantíssimos para o desenvolvimento da Geomorfologia atual e para melhor analisar e compreender a forma com que essas dinâmicas se revelam, dessa preocupação foi elaborada uma classificação do relevo terrestre com base em suas características geomorfológicas principais, que segundo o russo I.P.Guerasimov classifico para designar a estrutura geológica e aos processos erosivo e deposicionais como são os casos dos conceitos de morfoestrutras e morfoesculturas. Morfoestruturas Morfoesculturas Dorsais oceânicas Pedimentos Trincheiras oceânicas Pediplanos Chapada Inselbergues Cuesta Planícies marinhas Escarpa de falha Planície fluvial Montanhas de dobramento Planícies eólicas Rift Planícies lacustres Planícies Glaciais Tabela 1. Classificação do relevo conforme Guerasimov apud Jatobá, 2008. Autoria: José Joaquim da Silva Neto,2016. 2.7 As Morfoestruturas A Cartografia Geomorfológica se constitui em importante instrumento na espacialização dos fatos geomorfológicos, permitindo representar a gênese das formas do relevo e suas relações com a estrutura e processos, bem como com a própria dinâmica dos processos, considerando suas particularidades. Para Tricart (1965), o mapa geomorfológico
  • 31. 30 refere-se à base da pesquisa e não à concretização gráfica da pesquisa realizada, o que demonstra seu significado para melhor compreensão das relações espaciais, sintetizadas através dos compartimentos, permitindo abordagens de interesse geográfico como a vulnerabilidade e a potencialidade dos recursos do relevo. Ao se elaborar uma carta geomorfológica devem-se fornecer elementos de descrição do relevo, identificar a natureza geomorfológica de todos os elementos do terreno e datar as formas (Ross, 1996). Muitas são as propostas existentes para a representação do relevo. A maior unanimidade entre elas refere-se à questão do conteúdo geral dos mapas, independentemente da maneira de representação gráfica, que geralmente provoca divergência entre as diversas tendências. Portanto, “o que parece mais problemático é a questão relativa à padronização ou uniformização da representação cartográfica, pois ao contrário de outros tipos de mapas temáticos, não se conseguiu chegar a um modelo de representação que satisfaça os diferentes interesses dos estudos geomorfológicos” (Ross, 1990). Abreu (1982) procura destacar o problema da classificação dos fatos geomorfológicos, “na medida que isto é um dado fundamental para o processo de análise”. Para tal, o autor considera procedente “deslocar o eixo de abordagem do problema da escala para o problema da essência dos fenômenos que interessa ao estudo do georelevo”. Destaca a “forma” como síntese metodológica, “procurando obter dela as informações necessárias para a compreensão da essência de sua dinâmica e das propriedades adquiridas (...)”. Defende assim uma geomorfologia mais funcionalista, na medida que oferece subsídios de interesse geográfico. Ressalta, contudo, que o problema da escala apresenta significância “principalmente na definição do encaminhamento metodológico, na escolha dos instrumentos de investigação e no nível de resolução gráfica do tratamento cartográfico (...)”. A forma passa a se caracterizar, então, como expressão da dinâmica ou do movimento dos materiais responsáveis pela morfogênese na crosta terrestre. 2.7.1 Dorsais Oceânicas As dorsais oceânicas ou dorsais meso-oceânicas são feições do relevo submarino que apresentam elevações abruptas em altitudes muito superiores ao seu relevo circundante, formando verdadeiras cadeias de montanhas submersas. Não por acaso, as dorsais oceânicas
  • 32. 31 também recebem o nome de cordilheiras oceânicas ou meso-oceânicas. A formação das dorsais oceânicas está ligada à expulsão do magma existente no manto terrestre a partir das fraturas originadas pelo afastamento entre as placas tectônicas, de modo que o magma rapidamente se transforma em rochas ígneas. Essas rochas podem permanecer nesse estado ou se transformarem gradativamente em rochas metamórficas, a depender das condições de pressão do ambiente. Nas extremidades das dorsais meso-oceânicas, formam-se escarpas, cuja incidência depende da taxa de propagação tectônica das formas de relevo submarino, uma vez que esse ambiente é predominantemente condicionado pelos agentes endógenos de transformação do relevo. Por isso, em algumas localidades, formam-se elevações muito íngremes e até fossas oceânicas, onde a profundidade é maior e a pressão da água alcança valores muito elevados. Figura 6: Observa-se dois pradoes de de cores na figura, uma em tom verde representando as massa continentes, e um outro em tom azul com aspecto enrugado que representa áreas de formação das dorsais oceânicas nas regiões de separação tectônica. Fonte: Myplaneterth.org. Acesso, 07/01/2016. As áreas onde se formam as dorsais oceânicas são, obviamente, geologicamente mais jovens e constituem os pontos de renovação das rochas, uma vez que o magma se solidifica nessas áreas. Já nas localidades de choque e encontro entre duas placas tectônicas, no extremo
  • 33. 32 oposto das dorsais, a placa mais pesada submerge e as rochas são gradativamente convertidas em magma novamente, constituindo o processo de renovação cíclica das rochas. Uma das dorsais mais conhecidas e mais estudadas pelos cientistas é a dorsal mesoatlântica, formada durante a separação continental e com a consequente constituição do Oceano Atlântico durante o período cretáceo, há cerca de 140 milhões de anos. Como as placas que se encontram submersas por esse oceano estão em processo de afastamento, as áreas continentais por ele banhadas apresentam uma acentuada estabilidade geológica, com poucos terremotos e praticamente nenhum vulcanismo, o que inclui o território brasileiro. 2.7.2 Trincheiras oceânicas Há cerca de 50 mil km de margens de placas convergentes, principalmente ao redor do Oceano Pacífico, razão para acontecer à referência do “tipo Pacífico”. Elas também estão no leste do Oceano Índico, com curtos segmentos de margens convergentes no Oceano Atlântico e no Mar Mediterrâneo. Trincheiras são às vezes enterradas e não têm expressão batimétrica. Trincheiras junto com arcos vulcânicos possuem 700 quilômetros (430 milhas) nos diagnósticos de limites de placas convergentes e nas manifestações profundas. Trincheiras são relacionadas com zonas de colisão continental, onde a crosta entra na zona de subducção. A subducção ocorre quando uma crosta continental flutuante entra em uma trincheira ou subducção a margem de placa convergente torna-se zona de colisão. Trincheiras não foram claramente definidas até final dos anos 1940 e 1950. A batimetria do mar não teve nenhum interesse real até o final dos anos do século XIX e início do século XX, com a colocação inicial de cabos telegráficos transatlânticos no fundo do mar entre os continentes. Mesmo assim, a expressão alongada batimétrica de trincheiras não foi reconhecida até boa parte dos anos XX. Trincheiras são peças centrais da fisiografia distintivo de uma margem de placa convergente. Transecções atravessando trincheiras produzem perfis assimétricos, com relativa inclinação (lado do mar) e o exterior mais íngreme. Esta assimetria acontece devido ao facto de a rampa exterior ser definida pela parte superior da placa, que deve dobrar quando inicia a descida. A grande espessura da litosfera exige que esta flexão seja gentil. À medida que a placa se aproxima da trincheira, primeiro é dobrada para cima para formar a ondulação da
  • 34. 33 trincheira exterior, depois desce para formar o declive na vala exterior. Ele é interrompido por um conjunto de subparalelas falhas no fundo do mar. O limite de placa está definido pelo eixo de trincheiras em si. Por baixo da parede da trincheira interna, as duas placas se deslizam umas sobre as outras ao longo da base do fundo do mar, que define o local de trincheira. A placa contém primordial arco vulcânico causado por interações físicas e químicas entre a placa de profundidade e o manto associado com a placa de substituição. Figura 7. Observa-se uma zona de convergência de placas entre uma crosta oceânica e uma crosta continental, a trincheira (Trench) seguindo uma tendência a de forma-se nas bordas continentais. Fonte: studyblue.com. Acesso 26/11/2015. A parede interior da trincheira marca a borda da placa principal. Se o fluxo de sedimentos é elevado, o material passa a ser transferido à placa de substituição. Neste caso, um prisma de aceleração cresce e a localização da trincheira migra progressivamente fora do arco vulcânico ao longo da vida da margem convergente. O perfil assimétrico em uma vala reflete diferenças fundamentais em materiais e evolução tectônica. A parede da trincheira exterior incha e compreendem fundo do mar que leva alguns milhões de anos para se deslocar de onde subducção relacionada com a deformação começa perto da trincheira exterior.
  • 35. 34 Em contraste, a parede interior trincheira é deformada por interações da placa para toda a vida da margem convergente. É continuamente submetida à subducção relacionadas de sismos. Esta deformação prolongada causa agitação segura na inclinação interior controlada por ângulo de repouso em qualquer material composto. 2.7.3 Chapada Em geografia, chapada corresponde a uma área reta (plana) localizada no alto de serras. No Brasil é mais comum na região Centro-Oeste, como são os casos da chapadas do Centro-Oeste, como a dos Veadeiros em Goiás e dos Guimarães no Mato Grosso, são divisores de águas entre as Bacias Amazônicas, Platina, do rio São Francisco e do Tocantins. No Nordeste Oriental a Depressão Sertaneja e do rio São Francisco sofreram transgressão marinha, o que contribuiu para a presença de fósseis de répteis gigantescos na Chapada do Araripe e em jazidas de sal-gema (cloreto de sódio encontrado no subsolo). A maior chapada brasileira é a Chapada Diamantinano estado da Bahia. Figura 8. Uma chapada caracteriza pela formação de grandes vales úmido ou secos em suas bordas, em geral tem seu tipo plano e sempre circundados por depressões. Fonte: zeviagem.blogspot.com.br/2013/02/chapada-diamantina-ba-brasil.html. Acesso 26/12/2015
  • 36. 35 No Norte do Brasil, em especial nos estados do Tocantins onde se encontra uma grande variedade de chapadas e Região Nordeste onde no Maranhão pode se encontrar a Chapada das Mesas. Há uma diversidade de chapadas, que se traduz por uma faixa de terra arenosa, de solo quartzareno, muito propício à erosão, sendo uma variedade do cerrado, também conhecida como carrasco. A Chapada tocantinense constitui-se de uma vegetação xerófita, seca, dura, grossa, de árvores de galhos retorcidos e casquentos, um tanto longe umas das outras. Essa formação vegetal estende-se por todo o estado do Tocantins, na região de Araguaína, Babaçulândia, Filadélfia, Piraquê, Ananás, Xambioá, Wanderlândia e outros municípios. 2.7.4 Cuesta Cuesta é uma forma de relevo em que colinas e montes têm um declive não simétrico, ou seja, suave de um lado e íngreme do outro. A palavra tem origem no idioma espanhol e significa encosta de uma colina ou monte. Em geologia e geomorfologia, cuesta refere-se especificamente a um cume assimétrico com inclinação longa e suave. As mais comuns são as cuestas arenítico-basálticas, intercalando sequências de camadas sedimentares de inclinação suave com níveis mais resistentes à erosão. Figura 9: As custas tende a se formar nas bordas das chapadas sedimentares e sempre com uma face voltada para um vale consequente. Fonte: Flogão.com. Acesso 27/11/2015
  • 37. 36 O relevo de cuesta representa um meio termo entre os relevos de mesa e de hogback. A assimetria do relevo de cuesta promove a erosão mais acentuada (maior energia dos rios) nas vertentes escarpadas do que nas vertentes suaves (paralelas ao mergulho) o que leva a uma regressão lateral dessas escarpas de cuesta. É também uma forma de relevo dissimétrico, constituído por uma sucessão alternada de camadas rochosas com diferentes resistências ao desgaste e que se inclinam numa direção, formando um decline suave no reverso e um corte abrupto ou íngreme na chamada frente da cuesta. 2.7.5 Escarpas de falha Em geologia, uma falha geológica é uma descontinuidade que se forma pela fratura das rochas superficiais da Terra (até cerca de 200 km de profundidade) quando as forças tectônicas superam a resistência das rochas. A zona de ruptura tem uma superfície geralmente bem definida, denominada "plano de falha" e sua formação é acompanhada de um deslizamento de rochas tangencial a este plano. Os elementos de uma falha são:  Plano da falha: Plano ou superfície ao largo da qual se distribuem os blocos que se separam na falha. Com frequência, o plano de falha apresenta estrias, que se originam pelo atrito dos dois blocos.  Lábio levantado: Também chamado Bloco Superior, é o bloco que se localiza acima do plano de falha.  Lábio fendido: Também chamado Bloco Inferior, é o bloco que se localiza abaixo do plano de falha. As seguintes características permitem descrever as falhas:  Direção: Ângulo que forma uma linha horizontal contida no plano de falha com a extremidade norte-sul.  Encosta: Ângulo que forma o plano de falha com a horizontal.
  • 38. 37  Salto de falha: Distância entre um ponto dado de um dos blocos (por exemplo, uma das superfícies de um extrato) e o correspondente ao outro, tomada ao largo do plano de falha.  Escarpa: Distância entre as superfícies dos dois lábios, tomada em vertical.  Espelho de falha: é a superfície plana ainda que com leve declive, que se projeta ao largo da escarpa da falha  Facetas triangulares: são espelhos de falhas que mostram o corte produzido em um filamento montanhoso quando a falha se apresenta em forma perpendicular à direção do mesmo filamento montanhoso mencionado. Tanto a parte fendida como o próprio espelho de falha possuem aspecto triangular, de onde origina-se seu nome.  Falhas metamórficas: são falhas exteriores que se dispõem uma sobre a outra. Uma falha é ativa quando deforma sedimentos quaternários, ou seja, quando mostra evidências de movimentos durante os últimos 1,8 milhões de anos. Algumas falhas ativas estão ligadas a movimentos tectônicos, o que demonstra que a área continua em pleno movimento e transformação. O deslizamento pode ser repentino em forma de saltos, o que dá lugar a sismos e ocorre um processo que é o choque entre duas falhas distintas, e ao chocarem-se produzem sismos seguidos de períodos de inatividade. Os sismos mais importantes tiveram origem em saltos de 8 a 12 m. O deslizamento também pode dar-se de maneira lenta e contínua, perceptível somente com instrumentos tais como estações GPS, após vários anos de observações. Figura 10. Embora semelhante as formações de cuesta se diferenciam devido a sua estrutura geológica, a Cuesta tem sua estrutura sedimentar, ao contrário das escarpas cristalinas. Fonte: Larousse.com.Fr; Panoramio.com.2015. Acesso 27/11/2015
  • 39. 38 2.7.6 Montanhas de dobramentos Dobramentos modernos são grandes estruturas formadas por rochas magmáticas e sedimentares pouco resistentes. Foram afetadas por forças tectônicas durante o período Terciário provocando o enrugamento e originando as cadeias montanhosas ou cordilheiras. Em regiões como os Andes, as Montanhas Rochosas, os Alpes, o Atlas e o Himalaia, são frequentes os terremotos e as atividades vulcânicas. Apresentam também as maiores elevações da superfície terrestre. Os dobramentos resultam de forças laterais ou horizontais ocorridas em uma estrutura sedimentar que forma as cordilheiras. As falhas resultam de forças, pressões verticais ou inclinadas, provocando o desnivelamento das rochas resistentes. Figura 11. A grande Cordilheira do Himalaia formou com o choque da Placa Asiática e Placa Eurásia. Fonte: Daniel Prudek / Shutterstock.com. Acesso 26/12/15 Quando os pesquisadores do século 19 e início do século passado observavam as diferentes formas de relevo, perguntavam-se por que alguns lugares possuíam montanhas elevadas com picos pontiagudos, outros eram montanhas arredondadas e outros eram planícies (áreas amplas e planas, geralmente muito baixas). Para tentar explicar a questão, chegaram a propor que a Terra estava se expandindo (crescendo como um pão de queijo ou um bolo no forno) e conforme se expandia apareciam essas diferenças de altitude e formas da superfície (essas desigualdades são chamadas de relevo).
  • 40. 39 Outros pesquisadores pensavam que a Terra estaria se encolhendo como uma ameixa que seca e ao encolher apareceriam as montanhas e depressões. Então o pesquisador Alfred Wegener elaborou a teoria da deriva continental. A teoria foi confirmada com o surgimento da teoria de movimento das placas tectônicas. A teoria da Tectônica de Placas afirma que o planeta Terra é dividido em várias placas tectônicas (como uma bola de capotão, mas com gomos irregulares e de diferentes tamanhos) que se movimentam, pois estão flutuando sobre o magma (como a lava vulcânica derretida que sai dos vulcões). Ao se movimentarem, formam as montanhas mais recentes (dobramentos modernos), fossas oceânicas, atividade vulcânica, terremotos, cordilheiras meso- oceânicas, tsunamis, etc. A Terra é formada por várias camadas, as três principais são: núcleo, manto e crosta, existindo ainda várias subdivisões. As placas apresentam uma densidade menor (em média 2,8) que a do magma (em média 3,2) e por isso as placas "flutuam" no magma da astenosfera que é tão quente (geralmente mais de 1.000ºC) que se apresenta derretido, portanto quase líquido, mas muito viscoso. Como todo líquido quente, o magma gira e ao girar empurra as placas em um certo sentido. Então, elas podem se chocar ou se afastar. Na zona de convergência, as placas se chocam resultando na formação de dobramentos modernos e fossas oceânicas. 2.8 Morfoesculturas Como vimos os conceitos de morfoestrutura e morfoescultura foram propostos pelo soviético Guerasimov (Jatobá, 2008) na década de 1960, a partir das concepções de Walter Penck que fundamentou a análise morfológica pelo antagonismo dos processos endógenos (dinâmica interna da Terra) e exógenos (ação das intempéries). Nesta concepção de Penck, os processos endógenos formam o arranjo estrutural das litologias, do que os soviéticos denominaram de morfoestruturas, e os processos endógenos com a ação climática e o desgaste erosivos das estruturas litológicas, geram as morfoesculturas. Para Ross (1990), a definição das unidades morfoestruturais e morfoesculturais deve partir do estudo dos processos morfogenéticos, pois em apenas uma morfoestrutura pode ter várias morfoesculturas, como podemos citar a Depressão Sertaneja e o Planalto Atlântico (Serras e planaltos de Leste e Sudeste) ambas morfoesculturas localizadas na morfoestrutura do Cinturão Orogênico do
  • 41. 40 Atlântico. Assim, uma morfoescultura pode estar presente em duas morfoestruturas, como a Depressão do Araguaia que se estende pelas litologias do Cráton Sul-amazônico e do Cinturão Orogênico Paraguai-Araguaia, cuja depressão foi formada por processos denudacionais que erodiram as litologias cristalinas e gerou uma superfície morfológica homogênea. No mapeamento geomorfológico, as unidades morfoestruturais e morfoesculturais são delimitadas conforme a taxonomia do relevo. No caso da proposta apresentada por Ross (1990), em seis unidades taxonômicas, sendo o primeiro táxon representado pela unidade morfoestrutural, e o segundo táxon pela unidade morfoescultural. 2.8.1 Morfoesculturas desenvolvidas por processos de acumulação Segundo Lucivâncio Jatobá (2008) essas formas de relevo foram elaboradas pelas acumulações de sedimentos de épocas remotas e atuais e por isso são denominadas de planícies ter ciarias e pleistocênicas. Essas áreas que, desde épocas remotas, e que muitas destas estão ocupadas hoje pelos processos urbanos presente nas grandes cidades do litoral. Esses modelados de acumulação são diferenciados, em função de sua gênese, em e por isso recebem denominações diferentes, como são os casos das planícies fluviais, lacustres, marinhos, lagunares, eólicos e de gêneses mistas, resultantes da conjugação ou atuação simultânea de processos diversos. 2.8.2 Planície Fluvial As planícies aluviais são formações geológicas que se caracterizam por serem planas ou muito pouco inclinadas. Formam-se pela deposição ao longo do tempo de sedimentos trazidos por um ou mais rios, criando um solo aluvionar constituído de argila, silte e areia. Uma planície de inundação ou várzea se forma como parte do processo, sendo esta uma faixa mais estreita que alaga toda vez que o rio transborda; a planície aluvial associada pode ser muito maior, abarcando a área de antigas várzeas que já não inundam devido à elevação
  • 42. 41 do solo pelo acúmulo de sedimentos, ou à mudança do curso do rio ao longo de milhares ou milhões de anos. Figura 12: Observa-se a expansão urbana da cidade de Manaus sede do governo da Amazonas sobre a planícies fluvial do rios Amazonas. Fonte: Governo do Estado, 2015. Solos aluviais são formados basicamente pela atuação do intemperismo químico na mesma região em que ocorre o desgaste da rocha, conservando por isso as características (ex.: massapê e terra roxa). Um exemplo aqui no Brasil são as planícies do Amazonas, Lagoa dos Patos e Mirins, Pantanal, Litorânea e no Brasil central a do Araguaia. 2.8.3 Planície flúvio marinhas O Domínio das Planícies Flúvio-Marinhas corresponde a relevos de agradação, em zona de acumulação atual. São superfícies extremamente planas, com amplitude de relevo nula, em ambientes mistos de interface dos Sistemas Deposicionais Continentais e Marinhos constituídos de depósitos argilo-arenosos a argilosos, com terrenos mal drenados, prolongadamente inundáveis, com padrão de canais meandrantes e divagantes, sob influência das oscilações das marés ou resultantes da colmatação de paleo-lagunas.
  • 43. 42 Figura 13. A cidade uma das maiores metrópoles urbana do nordeste do Brasil se desenvolveu sobre uma planície do tipo fluvio-marinha. Fonte: Jornal do Commercio. Acesso 27/11/2015 2.8.4 Planícies eólicas Erosão eólica é um tipo de erosão pelo vento com a retirada superficial de fragmentos mais finos. A diminuição da velocidade do vento ou deflação ocorre frequentemente em regiões de campos de dunas com a retirada preferencial de material superficial mais fino, permanecendo, muitas vezes, uma camada de pedregulhos e seixos adaptando a superfície erodida. Pode ocorrer forte erosão associada à deflação, esculpindo nas rochas formas ruiniformes e outras feições típicas de deserto regiões desérticas e outras assoladas por fortes ventos. Em locais de forte e constante deflação podem se formar zonas rebaixadas, em meio a regiões desérticas, e que com as escassas chuvas formam lagos rasos (playa), secos na maior parte do tempo; lama endurecida ou camadas de sal e sedimentos.
  • 44. 43 Figura 14: Observa-se uma extensa planície eólica no interior do estado de Rio Grande do Norte, hoje muitas dessas área são dotadas um enorme potencial energético eólico natural. Fonte: fr.m.wikipedia.org. Acesso 26/12/2015 2.9. Morfoestruturas desenvolvidas por processos de pedimentação A importância da estrutura é um tema recorrente nas teorias clássicas acerca da evolução do relevo. Embora os modelos pioneiros tenham sido bastante detalhados (DAVIS 1899, PENCK 1924) e contenham informações implícitas e explícitas sobre a tectônica operando as estruturas em diversas escalas, era notável que a questão das morfoestruturas e o motor das mesmas (tectônica) não foram perpetrados com mais relevância nos estudos geomorfológicos. O que se via era os autores que comumente trabalhavam com escalas maiores de processos e estudos das formas terem uma dificuldade de aplicar seus trabalhos a uma escala regional ou continental, no qual a tectônica teria muito mais relevância (KIRKBY 1997). O termo estrutura superficial refere-se à forma de jazimento dos depósitos correlativos em superfície, diferindo do conceito de estrutura geológica, cujos depósitos originários foram letificados ao longo do tempo, perturbados ou não por atividades tectônicas. A expressão de “depósitos ou formações correlativas” é devida a Penck (1924), que a utilizou no sentido de conjunto dos depósitos e entulhamentos resultantes do trabalho da erosão sobre
  • 45. 44 um relevo e que testemunham, por suas características, a energia desse relevo, além dos sistemas de erosão que comandam a evolução (Archambault et al, 1967). O termo “formação superficial”, muitas vezes utilizado como sinônimo de “estrutura superficial”, é conceituado por Dewolf (1965) como sendo “formações continentais, friáveis ou secundariamente consolidadas, provenientes da desagregação mecânica e da alteração química das rochas, que tenham ou não sofrido remanejamento e transporte, qualquer que seja a sua gênese e sua evolução”. Ab´Sáber (1969, p.4) ressalta que “custou muito para se compreender que as bases rochosas da paisagem respondem apenas por uma certa ossatura topográfica, e que, na realidade, são os processos morfoclimáticos sucessivos que realmente modelam e criam feições próprias no relevo”. Partindo do princípio de que a estrutura superficial se refere a toda forma de depósito relacionada a uma determinada condição climática, entende-se que desde as menores extensões, como os depósitos de vertentes ou detritos de encostas, a exemplo dos pedimentos detríticos associados a relevos residuais, até maiores, como as superfícies de aplainamento, de extensão regional, se caracterizam como tal. 2.9.1 Inselbergue Essa interpretação apoia-se na teoria de que em áreas tropicais e subtropicais os climas alteram-se de árido e semiáridos, para quentes e úmidos em contraposição ás áreas e Peri glaciais em que os climas se alteram em períodos glaciais e interglaciais úmidos (ROSS, 1991, p.26). O principal ponto desta teoria geomorfológica repousa na formulação do chamado recuo paralelo das vertentes, conceito que se contrapõe a visão de Davis, pois afirma que o processo de erosão ocasiona o recuo das vertentes sem que haja perda de sua declividade ou inclinação de seu “knic”. No caso da Pedra do Cachorro na verdade um inselberg que se encontra inserido em um ambiente semiárido o que justifica a aplicação da teoria. Esses inselbergues sempre são dinâmicos embora possa a luz da paisagem parecer estático, mas não é, pôs por sua condição estão associadas a uma dinâmica evolutiva do relevo, pertinente às peculiaridades fisiográficas da região, essas feições são relevos que possuem maior resistência a desagregação mecânica, pelas condições litológicas de seu substrato rochoso, consequentemente, são considerados relevos residuais.
  • 46. 45 Figura15: Inselbegue sob ação erosiva – Queimadas-PB nas proximidades de Campina Grande-PE no agreste paraibano. Fonte: GoogleEarth. Acesso 27/11/2015 Inselbergs são ilhas de rochas, cuja evolução se faz em função de uma erosão específica de clima seco, a esfoliação esferoidal. Esse termo (inselberg) foi introduzido pelo geólogo alemão Friedrich Bornhardt em 1900 para caracterizar montanhas pré-cambrianas, geralmente monolíticas, de gnaisse e granito (GUERRA, 2001). São feições de relevo típicas de domínio morfoclimático semiárido, considerados relevos residuais, ou seja, aqueles que resistem às ações intempéricas e erosivas. 2.9.2 Pediplano Pediplanação é o processo que leva, em regiões de clima árido a semiárido, ao desenvolvimento de áreas aplainadas, ou então superfícies de aplainamento. O pediplano desenvolve-se por processo erosivo com regressão de escarpas, típico de climas áridos a semiáridos, com coalescência e expansão de áreas planas do "pé de monte" que apresentam tênue capeamento de material fragmentário (pedimento) e rocha nua na frente de leques
  • 47. 46 aluvionares. Arrasada a região montanhosa, o pediplano amplia-se até sobrarem somente raros testemunhos das zonas mais elevadas na superfície de aplainamento. Figura 16: Observe-se um extenso pediplanos Quaternário Pleistoceno sertanejo desenvolvido por processos erosivos e embutido no interior da grande Depressão Sertaneja pernambucana. Fonte:geoconceicao.blogspot.com.br/2010/07/regiao-nordeste.html. Acesso 26/12/2015 2.9.3 Pedimentos Em geologia, chama-se sedimento ao detrito rochoso resultante da erosão, da precipitação química a partir de oceanos, vales ou rios ou biológica (gerado por organismos vivos ou mortos), depositado na superfície da Terra em camadas de partículas soltas quando diminui a energia do fluido que o transporta, água, gelo ou vento. As características dos sedimentos dependem da composição da rocha erosionada (erodida), do agente de transporte, da duração do transporte e das condições físicas da bacia de sedimentação. As rochas sedimentares são formadas pelo acúmulo e litificação dos sedimentos. Os sedimentos e as rochas sedimentares formadas por eles são classificados de acordo com o tamanho de grão (granulometria), material constituinte, grau de arredondamento e textura.
  • 48. 47 3 LOCALIZAÇÃO CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO Localizado em São Caetano, cidade da Microrregião do Vale do Ipojuca, Mesorregião do Agreste de Pernambuco dista pela Rodovia BR 232, de Recife a 153 Km, no Distrito de Santa Luzia. A Pedra do Cachorro, afloramento rochoso de 475 metros, cenário da terceira Reserva Particular do Patrimônio Natural de Pernambuco, em uma propriedade de 23 hectares, dos quais 18 foram transformados em unidade de conservação, e que serve de limites territoriais de três municípios ao Norte Brejo da Madre de Deus, ao Sul a cidade de São Caetano, e a Oeste a cidade de Tacaimbó. Figura 17: Vista parcial em três dimensões da área rural do distrito de Santa Luzia localização das coordenadas geográficas 08°14’11” S e 36°11’29” da Pedra do Cachorro no Município de São Caetano. O pino em cor vermelho mostra os limites territoriais do município de Tacaimbó, o verde por sua vez os limites territoriais do município de Brejo da Madre de Deus, e por fim o amarelo o de São Caetano. A imagem de satélite captado pelo satélite de domino da empresa Keyhole, Inc., disponibilizado pelo Google Earth em 2015. Autor: Natalício de Melo Rodrigues, 2015. O título de RPPN foi concedido pela Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH) em junho de 2002, devido à bela paisagem natural encontrada na fazenda, além da diversidade da fauna e da flora da região. Após a titulação, o proprietário
  • 49. 48 Guaraci Cardoso assinou um termo de compromisso, assumindo a responsabilidade pela preservação da reserva, um dos requisitos exigidos pelo Decreto Estadual nº 19.815/97, que regulamenta a criação de unidades de conservação de caráter particular em Pernambuco. Além do valor paisagístico, o levantamento botânico da região, embora tenha sido realizado num curto período de tempo, identificou espécies como a catingueira, o araçá nativo e o angico-de-caroço, espécies de porte médio, presentes em fragmentos bem conservados da vegetação. A biodiversidade da RPPN foi conferida pelos técnicos Catarina Cabral e Cristina Tavares, da CPRH e Aguinaldo Araújo, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, durante o processo de reconhecimento. Da rica fauna levantada na fazenda, destacam-se o tatu- bola e a onça-parda, espécies presentes na Lista Oficial de Animais Ameaçados de Extinção do País publicados pelo IBAMA. Figura 18: Observa-se que a principal característica da Pedra do Cachorro e a exposição do seu maciço granítico exposto somando a sua grande conta altimétricas que atingem cerca de 453 metros de altitude que somados as contas de altimetria da Borborema eleva a altura de mais de mil metros, conforme aferições em loco feita pelo pesquisador. Fonte: cedida pelo pesquisador Prof.Dr. Natalício de Melo Rodrigues, 2015.
  • 50. 49 4 METODOLOGIA Nesse projeto de geografia utilize-se inicialmente de um dos Princípios da Geografia denominado da Extensão (Friedrich Raztel -1844-1904), na qual recomenda que o geografo ao estuda um objeto proceda a localização do objeto fazendo uso dos métodos cartográficos, por isso nesse projeto foi acrescentado um item denominado. LOCALIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO. Para alcançar os objetivos desse projeto de pesquisa, optou-se como técnica de procedimento metodológico aplicar o método indutivo, condição em que se primeiro se observa para chegar-se a um princípio geral, que vai da escala maior e geral para menor e particular. Condição na qual obrigatoriamente perpassou por uma ampla revisão bibliográfica de autores que estudaram e pesquisaram Teoria da Pediplanação aplicada a ambientes Semiárido, as análises dos relevos residuais tido como é o caso das formações inselbergues. Utilizou-se para delimitação de escala de análise de relevo a taxonomia de Jurandir Ross, entre outros e o trabalho de levantamento de registro de campo que inclui dados geológicos e registros de imagens. Quanto a execução optou-se por dividir as etapas da pesquisa em duas partes um relacionado ao levantamento do referencial teórico, onde buscar-se a o entendimento dos processos relacionados a teoria da Pediplanação proposta por Lester King (1967), na qual desenvolvera apoiados em áreas de clima árido e semiárido, a caracterização da evolução da paisagem e geomorfológica do inselbergues denominado comumente Pedra do Cachorro do município de São Caetano. Em outro momento visando fazer em face de caracterização dos aspectos geológicos e geomorfológicos, que permite identificar a características gerais da estrutura cristalina, feições erosivas nas superfícies rochosas, falhas, etc, e as geomorfológicas que diz respeitos as feições erosivas, se aplicara como encaminhamento do desenvolvimento de texto a classificação taxonômica de Jurandir Sanches Ross. Outro assunto importante para melhor compreensão da compartimentação do relevo diz respeito às unidades taxonômicas têmporo- espaciais, que têm por princípio a dimensão das formas na perspectiva tridimensional (tamanho
  • 51. 50 gênese e idade). Ross (1992), utilizando-se das unidades taxonômicas apresentadas por Demek (1967), propõe seis níveis para a representação geomorfológica (Figura 4)
  • 52. 51 5 RESULTADOS 5.1 Localização geológica da Pedra do Cachorro Conforme Andrade (2003) em seu Atlas Escolar de Pernambuco mostra que a maior parte do Estado de Pernambuco é ocupada por rochas cristalinas e metamórficas do período geológico denominado Pré-Cambriano. Fazem parte desses terrenos os seguintes tipos de rochas: gnaisses, migmatitos, granitos, quartizitos, sienitos e filitos, mas nem todos esses podem ser encontrados na Pedra do Cachorro como veremos mais adiante. São rochas muito antigas que chegam a datar mais de 1 bilhão de anos conforme tabela geológica Time Scale. Por sua localização das coordenadas geográficas 08°14’22”S Latitude Sul e Longitude Oeste 36°11’54” a Pedra do Cachorro no Município de São Caetano, com 1038 m. de altitude insere-se no Planalto da Borborema, planalto esse sob domínio de ações erosivas e geologicamente cristalinos e são classificados como Terrenos Ígneos e Metamórficos do Pré- Cambriano conforme figura 19. Aspectos informativos dessa classificação geológica dos terrenos podem ser observados com mais detalhes na Tabela 2. Figura 19: Observa-se um mapa elucidando a composição geológica presente nos os tipos de terrenos e sua classificação na datação, no caso particular da Pedra do Cachorro localiza-se nas junções de encontro das setas em Terrenos Ígneos Metamórficos do Período Geológica Pré-cambriano. Fonte: Atlas Escolar de Pernambuco, 2003.
  • 53. 52 CLASSIFICAÇÃO GEOLÓGICA DOS TERRENOS Terrenos Sedimentares do Quaternário/Terciário Terrenos Sedimentares do Cretáceo Terrenos Vulcânico do Cretáceo Terrenos Sedimentares do Jurássico Terrenos Sedimentares do Siluro-Devoniano Terrenos Ígneos e Metamórficos do Pré-Cambriano Tabela 2: Tipologia Geológica do Terrenos no Estado de Pernambuco. Fonte: Atlas Escolar de Pernambuco, 2003. Por sua localização no agreste do Nordeste especificamente no semiárido, o que condiciona a São Caetano possuir um clima onde prevalecente clima de tipo quase de estepe com pouca pluviosidade no ano, por isso o clima é classificado como BSh segundo a Köppen e Geiger. 21.8 °C é a temperatura média. Tem uma pluviosidade média anual de 528 mm. Observa- se que a menor prescipitação foi 10 mm refere-se à precipitação do mês de Outubro, que é o mês mais seco. Com uma média de 86 mm o mês de Março é o mês de maior precipitação. Figura 20: Climogrma de São Caetano mostra uma grande variação de precipitações e de temperatura. Essas variações somados ao efeito altitude fundamentais para ampliar a eficiência das fenômenos erosivos e ampliação do intemperismo químico e físico na Pedra do Cachorro. Fonte: Climate.dat.org.2016.
  • 54. 53 5.2 Origem geológica e geomorfológica do Inselbergue Pedra do Cachorro Essa imensa formação de granito presente na paisagem do RPPN da Pedra do Cachorro tem uma origem bastante singular. Segundo Petri & Fulfaro (1983, p.4-8), toda a área do sertão pernambucano constituiu, num passado geológico, fundo de mar, de modo que se estabeleceu no Siluro-Devoniano a maior transgressão marinha do continente americano. Teorias apontam que esse mar teria inundado a América do Sul pelo ocidente, através da borda continental, onde atualmente se encontra a cordilheira dos Andes. Assim, durante esse período a plataforma sul-americana encontrava-se imersa (PETRI & FULFARO, 1983, p.317), a não ser por uma estreita faixa de terras emersas situada na extensão das atuais Guianas até a Bolívia setentrional. Mendes & Setembrino (1971), por sua vez, afirmam que durante o Devoniano, esse mar teria inundando as bacias brasileiras até o Permiano. Quando atingiu sua maior extensão esse mar recobriu e, teria unido por determinado tempo três bacias sedimentares brasileiras: a Amazônica, do Paraná e Parnaíba (SALGADO-LABOURIAU, 2001, p.178). Daemon (1976) apud PETRY & FULFARO (1983), trabalhando num contexto global, corroboram a ligação entre as três grandes bacias brasileiras durante boa parte do Devoniano brasileiro, principalmente no Devoniano Médio. Essas bacias se comunicavam entre si por corredores. “Um corredor de rumo nordeste passaria pela futura fossa tectônica de Barreirinhas”. Outro “corredor” dirigido para leste ligaria a bacia à região do Jatobá, Estado de Pernambuco “(PETRI & FULFARO, 1983) e, finalmente, um outro “corredor” que estabelecia ligação com a Bacia do Paraná. Nesse período, o Brasil e a África ainda se encontravam unidos em uma grande massa continental, Gondwana. Com a separação da América do Sul ocorreu o soerguimento andino. Este fenômeno epirogenético soergueu parcialmente as plataformas continentais graníticas e bacias sedimentares. Acarretou, ainda, um recuo total do mar interior Devoniano. Esse fenômeno geológico é o que explica o porquê dos planaltos ocuparem cerca de dois terços do território nacional, daí a expressão “o Brasil é uma terra de planaltos” (OLIVA & GIANSANTI, 1999, p.218; ROSS, 2001, p.50-64). Outro importante e principal evento a ser destacado nesse processo refere-se ao modo como se deu a erosão (ROSS, 2001, p. 51-65). Esses processos erosivos lentos e contínuos se estabeleceram justamente nas áreas em que havia o contato entre os planaltos de terrenos cristalinos (plataformas, também denominados de cinturões orogênicos) e, os planaltos
  • 55. 54 sedimentares. Essa erosão contínua acabou resultando em um rebaixamento expressivo nas bordas dos escudos cristalinos, devido à erosão intensa nas bacias (ROSS, 2001, p.51-65). Jatobá & Lins (2001, p.71) afirmam que os processos erosivos presentes nas bordas de bacias determinaram a formação de cuestas e no Brasil’. À proporção em que esses antigos fundos de mares iam sendo promovidos a elevadas terras emersas, deixaram de representar áreas de sedimentação para oferecer superfícies fortemente trabalhadas por agentes erosivos de climas úmidos e, posteriormente, secos. A “erosão conseguiu, ao longo de milhões de anos, entalhar, desmontar e carrear quase que totalmente o espesso capeamento sedimentar” de origem marinha do período devoniano, fazendo ‘desenterrar o piso do embasamento cristalino’ (ANDRADE, 1977, p.69), um exemplo típico que se enquadra no caso da Pedra do Cachorro de exposição de rochas cristalinas. Dessa forma, a origem do Inselbergue denominado Pedra deo Cachorro estaria associada a importantes e seqüenciados processos geológicos e geomorfológicos presentes na história geológica do Fanerozoico no Brasil. A possível seqüência desses eventos obedeceria primeiramente, à seguinte ordem: “a) início da formação das bacias intracratônicas no Siluriano ou aurora do Devoniano formando uma peneplanície pré-devoniana; b) ocorrência de uma grande transgressão marinha no Devoniano, denominada fase talassocrática; c) um desaparecimento dos mares no Neopaleozóico; d) desenvolvimento de fossas tectônicas costeiras no Neojurássico (Reativação Waldeniana) – fase geocrática; desaparecimento da individualidade das bacias intracratônicas no cretáceo (PETRI & FULFARO, 1983, p.08)”. Assim, após a reativação da plataforma os sedimentos soerguidos foram erodidos por circundenudação, resultando em um relevo cuestiforme. Assim, ao exame das citações, parece não haver duvida que a caatinga do nordeste brasileiro, no pretérito, esteve mesmo submersa em águas salgada. No caso do inselbergue da Pedra do Cachorro há grande evidência desse fenômeno geológico é a exposição de extensa massa de granito tipo intrusivo ígneas, tipo de rocha que se formam a grandes profundidades e temperatura e que hoje encontram exposta a processos erosivos, e também sua forma atual oriunda do Período Quaternário Pleistocênico. Aliás, tem sido esse aspecto que muitas vezes tem prevalecido como elemento fundamental para a criação de alguns parques nacionais nordestinos.
  • 56. 55 5.3 Características geológicas das rochas presente na Pedra do Cachorro Quando se usar o termo rochas cristalina são rochas constituídas por minerais obviamente cristalinos, sendo um termo geral e inexato aplicado a rochas ígneas e metamórficas em oposição às rochas sedimentares, isso porque todos rochas são constituídas na realidade constituídas de pequenos cristais de rocha. Essas rochas na verdade são cristalinas devidos a forma da solidificação ou consolidação do magma – daí receber também o nome rochas magmáticas, que também são conhecidas como rochas ígneas, pois tiveram origem em ambiente de elevada temperatura (a palavra ígnea vem do latim igni: fogo). A solidificação do magma pode ocorrer de duas maneiras: na superfície (ou quase à superfície) e no interior da Terra. Quando esse resfriamento ocorre nas massas continentais temos o resfriamento superficial, nesse caso o magma que chega à superfície sofre rápido resfriamento, pois a temperatura da superfície terrestre é bem menor do que a dele, nessa condição não formação de cristais visível a olho nu como é caso das rochas magmáticas extrusiva. O exemplo mais comum desse tipo de rocha é o basalto, abundante em várias regiões do planeta. Por sua vez o resfriamento no interior da Terra é lento e por essa condição geológica de pressão e temperatura permite que se formem grandes cristais no processo de formação da rocha, essa condição. Possivelmente foi essa a condição geológica pretérita que as massas rochosas que compõe o Inselbergue denominado Pedra do Cachorro de sua composição ser cristalina Figura 21: Observa-se na figura aspectos cristalinos que compõe parte das massas rochosas presenta no Inselbergue denominado Pedra do Cachorro. Os cristais em tom rosa são os minerais de feldspato, os pretos o mineral biotita, e por fim os brancos que são os quartos. Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015.
  • 57. 56 Essas rochas cristalinas são muito comuns nas regiões semiáridas do nordeste do Brasil, principalmente nas áreas erosivas do tipo planalto como é caso da Borborema. Por isso as empresas extrativistas ou pedreiras se localizam nesses ambientes de exposição superficial de rochas. O que leva a afirmar que o Inselbergue da Pedra do Cachorro esteve no passado geológico submerso decorre da teoria do resfriamento em Profundidade: onde se afirmar que o magma, em seu movimento de ascensão à superfície da Terra, se esfria e se solidifica ainda no interior do planeta, forma as rochas magmáticas plutônicas ou intrusivas (a palavra intrusiva está relacionada a “interior”, “dentro de”). Nesse caso, o resfriamento do magma é lento, permitindo a formação de grandes cristais. É por isso que nesses tipos de rochas, os cristais são visíveis a olho nu. As rochas cristalinas por sua dureza e resistência a erosão vem sendo utilizado como paralelepípedo para calçamento de ruas. Quando partido em pequenos pedaços, o granito é utilizado como pedra britada pela construção civil. Figura 22: Observa-se o Inselbergue denominado Pedra do Cachorro circundado pela mata do tipo Caatinga. Por sua composição do tipo cristalina afirmar-se em teoria que o Inselbergue denominado Pedra do Cachorro esteve antes do Período Quaternário submetido a processo de sedimentação, mas tarde essas massas exposta a intensos processos erosivos ficaram a vista na superfície. Fonte: Pesquisa de campo - Projeto PIBID de Geografia, 2015.
  • 58. 57 Em geral os inselbergues elucida em suas feições de relevo o seu componente estrutural, este quase sempre estão associados à sua composição rochosa, entretanto no semiárido nordestino ambiente mais comum de localização dos Inselbergue ocorrem sob rochas cristalinas, que é área de estudo da petrologia. Segundo TEIXEIRA et al (2009), estes três grupos de rochas são caracterizados de acordo com os processos envolvidos em sua respectiva formação. Vale lembrar que as rochas magmáticas e metamórficas são frequentemente designadas genericamente por rochas endógenas, enquanto as rochas sedimentares por rochas exógenas. Os três grupos de rochas se inter-relacionam no ciclo petrológico ou ciclo das rochas, que será descrito no post seguinte. A distribuição dos tipos de rochas na crosta continental indica que 95% do seu volume total correspondem as rochas ígneas e metamórficas e somente 5% a rochas sedimentares. Todavia, ao considerar a distribuição destas rochas em área rochosa superficial nos continentes e assoalhos oceânicos, os números mudam para 75% de rochas sedimentares e apenas 25% de rochas cristalinas. Ou seja, as rochas sedimentares constituem-se em uma delgada lâmina que recobre as rochas ígneas e metamórficas como cita TEIXEIRA et al (2009). 5.4 Textura e classificação da rocha ígneas da Pedra do Cachorro Foi observado como parâmetros para a descrição da textura e classificação geológica dos tipos de rocha da massa rochosa ígnea aflorada da Pedra do Cachorro: a cor, a textura, sua mineralogia, e por fim as alterações de feições. A cor por exemplo, é reflexo das cores de seus minerais constituintes. Para descrever essa característica leva-se em consideração os minerais presentes como são os casos dos minerais felsicos e máficos. Os minerais félsicos são compostos de feldspato (branco), a sílica (Quartzo, podendo ser cinza); o máfico por sua vez composto de magnésio e ferro (como é caso das olivinas e piroxênios). Essa composição combinadas dão a característica da classificação da principal da cor da rocha ígneas Cristalina comumente conhecida por granito. Para identificar essa classificação leva-se em conta a variação da composição dos minerais físicos e máficos. Assim temos:
  • 59. 58 Tipologia da cor da rocha ígnea cristalina granítica Tipo de mineral Percentual Cor Félsico 0 - 33% Claro Intermediário/Mesocrático 34 - 66% Misto Máfico/melanocrático 67-100% Escuro Tabela 3: Composição química das rochas ígneas. Fonte: Jerram.D; N.Peterrford,2014. Figura 23: Amostragem das composições químicas das massas rochosas do inselbergue Pedra do Cachorro. Fonte: Natalicio de Melo Rodrigues, 2015. A maior parte das rochas ígneas cristalinas presente na Pedra do Cachorro situa-se em duas categorias predominantes sendo portanto dominado por tipo félsico onde prepondera 0-33% de minerais de cor clara, seguido por rochas intermediaria/Melanocrática com percentuais misto de cor clara e escuro que variam entre 34 – 36%., não havendo significativas área de minerias Máfico/Melanocrático (Figura 24). Foi possível também encontrar granitos com feldspato rosa mas de forma isolada. Figura 24: Amostras da composição mineralógica tipo félsica e mesocrático presente na Pedra do Cachorro. A esquerda o granito de cor predominante, a direita o granito rosa que aparece de forma isolada. Fonte: Pesquisa de campo –Projeto PIBID-Geografia, 2015.