O texto discute uma garotinha cansada de suas meias que reza para ser má, colocando em choque a realidade humana. Também fala sobre como nenhum de nós é perfeito e como crianças só podem seguir em frente e desencanar dos problemas, além de cantar, que é como rezar duas vezes e se manter vivo.
6. Garotinha, cansada de suas meias três quartos, o sujeito abre
uma leve contradição: rezar por ser má. Ora, ser um poeta que
não ama e uma menina má que reza pelos cantos põe em choque
exatamente a realidade do ser humano.
Quem de nós é um ser humano exemplar? Crianças, na
impossibilidade de saber a verdade só nos resta dirigir o carro
(seguir em frente) e tomar pileques (desencanar), além de cantar.
Afinal, cantar é rezar duas vezes. Cantar é manter-se vivo para
além daquilo que teima em nos matar. Malandro, o sujeito da
canção, sem príncipe, faz do canto um auto canto, para assim
manter-se suspenso no ar.