2. A sociologia no Brasil antecedentes históricos
Por volta do século XIX, tanto na Europa quanto Brasil, a sociologia surge
juntamente com a emergência do capitalismo moderno. A sociedade
brasileira por sua vez estava desorganizada para a transformação do capital
na sociedade urbano industrial, e essa transformação implicou na
consolidação da “liberdade” para os escravos, a livre concorrência para os
comerciantes e o início de uma fase de convulsão social.
Do século XIX em , a burguesia brasileira começa a ganhar primazia na
condição econômica, política e cultural do país, para a qual as interações
sociais na cidade e no campo, na agricultura e no comércio , no governo e
na educação serão organizadas. No fim do século XIX, a modernização do
país passa a ser importante para a burguesia emergente.
3. A sociologia no Brasil: antecedentes
históricos
Outra referência que inaugura o pensamento brasileiro são os trabalhos da
Escola de Recife. Este foi o primeiro lugar da sociedade em que intelectuais
brasileiros começam a visualizar a questão das relações entre indivíduos e a
sociedade e a denunciar problemas relativos á dinâmica da sociedade da época.
No nordeste se inicia a observação dos autores intelectuais que passarão a
analisar a questão das relações sociais. A maior referência encontrada na escola
do Recife é Tobias Barreto. Ele abre uma discussão mais especificamente no
Recife, em que deflagra um novo olhar contextualizado dos conflitos e
contradições sociais.
4. A sociologia no Brasil: autores e influências
teóricas
Principal expoente do positivismo, Augusto Comte a de (1798-1857) tinha
como ideia central a de que todos os indivíduos devem submeter-se à mesma
maneira de pensar, e que essa maneira nova de pensar seria dominada pela
razão.
A filosofia de Comte vai exercer muita influência no Brasil, principalmente
entre os republicanos, que chegavam com o intuito de criar uma nova ordem
social. O lema da proclamação da República, “ordem e progresso”, expressa a
influência da filosofia comtiana sobre o desenvolvimento político futuro dos
governos republicanos baseada em rígidos preceitos morais e apoio irrestrito ao
desenvolvimento material.
5. Os positivistas brasileiros
Benjamin Constant (1838-1891), um dos responsáveis pela divulgação do positivismo no
Brasil, figurava entre o grupo de republicanos que buscavam organizar uma nova sociedade.
Essa busca por uma nova organização social fez surgirem vários institutos de pesquisas e
escolas politécnicas de onde saíram muitos intelectuais de formação comtiana.
Uma filosofia de ordem, completamente contrária a qualquer transformação da sociedade, e
da dinâmica da transformação do pensamento embasado na diversidade. Dentre outros
pensadores que se destacaram na corrente sociológica tradicional ,temos ainda Lauro Sodré
(!858-1944).
Fernando de Azevedo (1894-1974) foi outro teórico de grande referência da sociologia
brasileira . Sua reflexão era estritamente metodológica preocupando-se com o modo de
análise dos fenômenos sociais influenciado pelo pensamento de Émile Durkheim.
6. Influência dos Clássicos na sociologia brasileira.
Comecemos por ressaltar a influencia de Max Weber (1864-1920). A contribuição
weberiana é marcada pelos muitos conceitos usados para analisar a sociedade, como
ação social e tipo ideal.
Pela perspectiva weberiana , não é possível observar a sociedade imediatamente
como ela é. Para Weber, o fenômeno da sociedade é complexo porque a sociedade é
diversificada e entrelaçada a várias ações e várias relações sociais.
A sociologia weberiana vai influenciar grandes pensadores no Brasil, como Brandão
Lopes (1925). Quando aplica o método weberiano em suas obras, Lopes afirma
que se deve exigir do investigador o rigor metodológico, o recorte da realidade, que
é complexa , e a utilização do tipo ideal para a comparação com aquilo que se busca
entender, isto é a realidade do estudo.
Outro weberiano de destaque é Gilberto Freyre (1900-1987). É a partir da
publicação de sua obra Casa-grande e senzala que se define o início da sociologia
brasileira.
7. A revolução científica
A revolução científica na sociologia somente se consolida quando chega ao
Brasil a teoria marxista. O impacto de Marx é decisivo para a sociologia
brasileira, pois traz uma nova luz à discussão sociológica .
Ao chegar ao Brasil, a corrente marxista dividi-se em duas vertentes. A
primeira é o marxismo confessional, mais prático e mais militante, que vai
orientar a formação dos sindicatos e dos partidos de massa. A outra é o
marxismo metodológico, constituído pelos teóricos mais dedicados ao plano da
ciência, da discussão, do materialismo filosófico, dialético no qual se concentra
a discussão do plano teórico marxista.
Em relação ao marxismo confessional podemos citar nomes, como Caio Prado
Júnior (1907-1990), Leandro Konder (1936) e Carlos Nelson Coutinho (1943),
teóricos já formados no Brasil. Silvério Fontes (1858-1928) é o primeiro marxista
brasileiro.
No marxismo metodológico, destacam-se Octávio Ianni (1924-2004) e
Francisco Weffort (1937).
8. A institucionalização da sociologia no
Brasil
O homem atual sente-se mergulhado num mundo de complexidade muito
superior à sua capacidade de compreensão. O pai amoroso e tolerante deve ser
ao mesmo tempo, o homem de negócios frio e calculista. Religioso, seu desejo
de renúncia em favor do próximo entra em conflito com as necessidades
brutais, características do sistema.
A sociologia é, assim, de grande valia no campo social para estudar os fatos e as
ações do homem. A primeira disciplina de sociologia é oferecida no curso de
direito, proliferando para outros cursos até que em 1930 se forma no Brasil o
curso de sociologia.
A sociologia como conhecimento sistemático e metódico da sociedade surge no
Brasil apenas na década de 1930. A partir desse período, a sociologia brasileira
instituiu-se como uma forma criadora e nova de refletir sobre questões sociais
de nosso país e, no decorrer dos anos, transformou-se em uma disciplina capaz
de elaborar novas explicações sobre a realidade brasileira.
9. Os pioneiros da sociologia científica
Além de Caio Prado Júnior e Gilberto Freyre, destacam-se, como importantes
intelectuais da primeira geração, a de, Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982)
e Fernando Azevedo (1894-1974).
Caio Prado Júnior toma como ponto de partida a situação colonial brasileira
para a compreensão da realidade de nosso país. Isso ocorre porque é na
formação inicial do Brasil (a herança colonial) que se encontram as causas para
o nosso subdesenvolvimento.
No campo da análise econômica, Celso Furtado inova as interpretações
sociológicas do passado a respeito da formação econômica do Brasil. É
considerado o pai da economia política brasileira, participando ativamente da
Comissão econômica para a América Latina.
Já no campo da análise social o trabalho o trabalho de Florestan Fernandes traz
também grande inovação na metodologia. Seus trabalhos sobre a organização
política e econômica dos tupinambás e sobre a inserção social do negro são
exemplos contundentes da magnitude deste autor.