SlideShare a Scribd company logo
1 of 10
Não sei se é sonho, se realidade,
Se uma mistura de sonho e vida,
Aquela terra de suavidade
Que na ilha extrema do sul se olvida.
                                        • Tema: oposição entre o sonho e a
É a que ansiamos. Ali, ali              realidade.
A vida é jovem e o amor sorri.
                                        • “ilha extrema do sul” corresponde à
Talvez palmares inexistentes,           Ilha dos Amores, já imaginada por
Áleas longínquas sem poder ser,         Camões - é o Paraíso Terrestre.
Sombra ou sossego dêem aos crentes
                                        • O eu poético considera que a vida
De que essa terra se pode ter
                                        jovem (a imortalidade) e o amor (a
Felizes, nós? Ah, talvez, talvez,       inexistência da solidão humana) são os
Naquela terra, daquela vez.             valores mais importantes.

Mas já sonhada se desvirtua,            • Mesmo na terra dos sonhos,         a
Só de pensá-la cansou pensar,           felicidade não é garantida.
Sob os palmares, à luz da lua,
                                        • No final do poema, o eu poético
Sente-se o frio de haver luar.
                                        admite que a dúvida acerca da
Ah, nesta terra também, também          existência da felicidade é em vão visto
O mal não cessa, não dura o bem.        que a mesma não existe.

Não é com ilhas do fim do mundo,        • O eu poético não consegue ter a vida
Nem com palmares de sonho ou não,       jovem que tanto ambiciona visto que
Que cura a alma seu mal profundo,       deseja sempre viver através do seu
                                        sonho.
Que o bem nos entra no coração.
É em nós que é tudo. É ali, ali,
Que a vida é jovem e o amor sorri.
Não sei se é sonho, se realidade,
Se uma mistura de sonho e vida,
Aquela terra de suavidade
Que na ilha extrema do sul se olvida.
É a que ansiamos. Ali, ali              Descrição valorativa da terra do sonho:
A vida é jovem e o amor sorri.          •“terra de suavidade”
                                        • fica no extremo do sul
Talvez palmares inexistentes,           • onde “A vida é jovem e o amor sorri”
                                        • é arborizada
Áleas longínquas sem poder ser,
                                        • onde talvez seja possível ser feliz
Sombra ou sossego dêem aos crentes
De que essa terra se pode ter
Felizes, nós? Ah, talvez, talvez,
Naquela terra, daquela vez.

Mas já sonhada se desvirtua,            Desvalorização da terra do sonho:
Só de pensá-la cansou pensar,           • à noite sente-se frio
Sob os palmares, à luz da lua,          • existe mal, o bem não é infinito
Sente-se o frio de haver luar.
Ah, nesta terra também, também
O mal não cessa, não dura o bem.

Não é com ilhas do fim do mundo,        Consciencialização da realidade:
Nem com palmares de sonho ou não,       • o sujeito poético toma consciência de
Que cura a alma seu mal profundo,       que a felicidade de cada um não
                                        depende       do     local onde     nos
Que o bem nos entra no coração.         encontramos mas sim do intimo de
É em nós que é tudo. É ali, ali,        cada um.
Que a vida é jovem e o amor sorri.
Não sei se é sonho, se realidade,
Se uma mistura de sonho e vida,
Aquela terra de suavidade
Que na ilha extrema do sul se olvida.
É a que ansiamos. Ali, ali
A vida é jovem e o amor sorri.

Talvez palmares inexistentes,
                                        Dúvida: incerteza acerca da
Áleas longínquas sem poder ser,
Sombra ou sossego dêem aos crentes      existência da terra dos sonhos
De que essa terra se pode ter
Felizes, nós? Ah, talvez, talvez,
Naquela terra, daquela vez.

Mas já sonhada se desvirtua,
Só de pensá-la cansou pensar,           Oposição a hipótese colocada:
Sob os palmares, à luz da lua,          • terra dos sonhos sem defeitos
Sente-se o frio de haver luar.
Ah, nesta terra também, também
O mal não cessa, não dura o bem.

Não é com ilhas do fim do mundo,
Nem com palmares de sonho ou não,
Que cura a alma seu mal profundo,
Que o bem nos entra no coração.
É em nós que é tudo. É ali, ali,
Que a vida é jovem e o amor sorri.
Análise formal
         É um poema de versificação tradicional regular, constituído por
quatro sextilhas.


Esquema rimático
      ABABCCDEDEFFGHGHIIJKJKLL – rima cruzada


Métrica
        “Não | sei | se é | so | nho, | se | rea | li | da | (de)” – verso
eneassilábico (9 sílabas métricas)


Aliteração
“Não sei se é sonho, se realidade” v.1 – aliteração em s


Assonância
“Não sei se é sonho, se realidade” v.1 – assonância em e
Assíndeto
        “Não sei se é sonho, se realidade,” v.1


Elipse
         “Mas já sonhada se desvirtua,” v.13


Paralelismo
         “Não é com ilhas do fim do mundo, / Nem com palmares de
sonho ou não, / Que cura a alma seu mal profundo, / Que o bem nos
entra no coração.” vv. 19-22
Antítese
           “Talvez palmares inexistentes,” v.7
           “Áleas longínquas sem poder ser,” v.8


Encavalgamento
       “Ali, ali / A vida é jovem e o amor sorri.” vv.5-6


Interrogação retórica
        “Felizes, nós?” v.11


Sinestesia
         “Sente-se o frio de haver luar.” v.16
Linhas de sentido / Temas recorrentes
     • Fuga da realidade para o sonho.
     • Incapacidade de viver a vida.



Estilo
    • Linguagem simples, espontânea, mas sóbria.
• http://www.notapositiva.com/resumos/portugues/recursosestilisticos.htm

• http://www.umfernandopessoa.com/an%C3%A1lises/poema-nao-sei-se-e-
sonho-se-e-realidade.htm

•http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/figuras-de-sintaxe

•http://esjmlima.prof2000.pt/figuras_estilo/figuras_estilo.html
Trabalho realizado por:
   Nº8 Filipa Monteiro
 Nº13 Miguel Rodrigues

More Related Content

What's hot

Mensagem Fernando Pessoa
Mensagem   Fernando PessoaMensagem   Fernando Pessoa
Mensagem Fernando Pessoa
guest0f0d8
 
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
FilipaFonseca
 
Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas
Lurdes Augusto
 

What's hot (20)

Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaFernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
 
Poesia Trovadoresca - Resumo
Poesia Trovadoresca - ResumoPoesia Trovadoresca - Resumo
Poesia Trovadoresca - Resumo
 
Alberto caeiro biografia e caracteristicas
Alberto caeiro biografia e caracteristicasAlberto caeiro biografia e caracteristicas
Alberto caeiro biografia e caracteristicas
 
Deíticos
DeíticosDeíticos
Deíticos
 
Resumos de Português: Camões lírico
Resumos de Português: Camões líricoResumos de Português: Camões lírico
Resumos de Português: Camões lírico
 
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaOs Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
 
Sebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de SousaSebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de Sousa
 
áLvaro de campos
áLvaro de camposáLvaro de campos
áLvaro de campos
 
Valor aspetual
Valor aspetualValor aspetual
Valor aspetual
 
Mensagem Fernando Pessoa
Mensagem   Fernando PessoaMensagem   Fernando Pessoa
Mensagem Fernando Pessoa
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
Gil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereiraGil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereira
 
Cantigas de amor
Cantigas de amorCantigas de amor
Cantigas de amor
 
Noite Fechada, de Cesário Verde
Noite Fechada, de Cesário VerdeNoite Fechada, de Cesário Verde
Noite Fechada, de Cesário Verde
 
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
 
As cantigas de amigo
As cantigas de amigoAs cantigas de amigo
As cantigas de amigo
 
Estrutura mensagem
Estrutura mensagemEstrutura mensagem
Estrutura mensagem
 
Lírica camoniana
Lírica camonianaLírica camoniana
Lírica camoniana
 
Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas
 
Nevoeiro
Nevoeiro   Nevoeiro
Nevoeiro
 

Viewers also liked (10)

Fernando pessoa - Sonhar? Viver?
Fernando pessoa - Sonhar? Viver?Fernando pessoa - Sonhar? Viver?
Fernando pessoa - Sonhar? Viver?
 
QUALIDADE DE VIDA geriatria e gerontologia
 QUALIDADE DE VIDA geriatria e gerontologia  QUALIDADE DE VIDA geriatria e gerontologia
QUALIDADE DE VIDA geriatria e gerontologia
 
ENVELHECIMENTO SAUDAVEL
ENVELHECIMENTO SAUDAVELENVELHECIMENTO SAUDAVEL
ENVELHECIMENTO SAUDAVEL
 
Envelhecimento saudável
Envelhecimento saudávelEnvelhecimento saudável
Envelhecimento saudável
 
Ortomolecular para uma longevidade saudável
Ortomolecular para uma longevidade saudávelOrtomolecular para uma longevidade saudável
Ortomolecular para uma longevidade saudável
 
"Gato que brincas na rua"
"Gato que brincas na rua""Gato que brincas na rua"
"Gato que brincas na rua"
 
Trabalhos associados a um estilo de vida saudável
Trabalhos associados a um estilo de vida saudávelTrabalhos associados a um estilo de vida saudável
Trabalhos associados a um estilo de vida saudável
 
vida saudável
vida saudávelvida saudável
vida saudável
 
Educação física, Factores de aptidão física e Estilos de Vida Saudável
Educação física, Factores de aptidão física e Estilos de Vida SaudávelEducação física, Factores de aptidão física e Estilos de Vida Saudável
Educação física, Factores de aptidão física e Estilos de Vida Saudável
 
Estilos de vida saudáveis
Estilos de vida saudáveisEstilos de vida saudáveis
Estilos de vida saudáveis
 

Similar to "Não sei se é sonhe, se realidade"

Calendário julho 2010_rosely
Calendário julho 2010_roselyCalendário julho 2010_rosely
Calendário julho 2010_rosely
Gisele Santos
 
Calendário Mensal: Julho 2010
Calendário Mensal: Julho 2010Calendário Mensal: Julho 2010
Calendário Mensal: Julho 2010
Gisele Santos
 
Poemas de Amor
Poemas de AmorPoemas de Amor
Poemas de Amor
BE ESGN
 
Farrapos de poesia e som com f.pessoa
Farrapos de poesia e som com f.pessoaFarrapos de poesia e som com f.pessoa
Farrapos de poesia e som com f.pessoa
archibald29
 
Cancioneiro - Fernando Pessoa -
Cancioneiro - Fernando Pessoa -Cancioneiro - Fernando Pessoa -
Cancioneiro - Fernando Pessoa -
frodemandacaru
 

Similar to "Não sei se é sonhe, se realidade" (20)

Passageiro de Um Falso Lugar
Passageiro de Um Falso LugarPassageiro de Um Falso Lugar
Passageiro de Um Falso Lugar
 
Filipa Duarte
Filipa Duarte Filipa Duarte
Filipa Duarte
 
O Amor é ...
O Amor é ...O Amor é ...
O Amor é ...
 
Calendário julho 2010_rosely
Calendário julho 2010_roselyCalendário julho 2010_rosely
Calendário julho 2010_rosely
 
Viagens e versos
Viagens e versosViagens e versos
Viagens e versos
 
Viagens e versos
Viagens e versosViagens e versos
Viagens e versos
 
Folhetim Literário Desiderata n 1 - Sonhos
Folhetim Literário Desiderata n 1 - SonhosFolhetim Literário Desiderata n 1 - Sonhos
Folhetim Literário Desiderata n 1 - Sonhos
 
Escolhendo Poesias
Escolhendo Poesias Escolhendo Poesias
Escolhendo Poesias
 
Calendário Mensal: Julho 2010
Calendário Mensal: Julho 2010Calendário Mensal: Julho 2010
Calendário Mensal: Julho 2010
 
Poemas de Amor
Poemas de AmorPoemas de Amor
Poemas de Amor
 
Poesia Seomara 1989
Poesia Seomara 1989Poesia Seomara 1989
Poesia Seomara 1989
 
Personagem Vivo -1985/1991-
Personagem Vivo -1985/1991-Personagem Vivo -1985/1991-
Personagem Vivo -1985/1991-
 
Poemas de vários autores
Poemas de vários autoresPoemas de vários autores
Poemas de vários autores
 
Letras musicas coral
Letras musicas coralLetras musicas coral
Letras musicas coral
 
Farrapos de poesia e som com f.pessoa
Farrapos de poesia e som com f.pessoaFarrapos de poesia e som com f.pessoa
Farrapos de poesia e som com f.pessoa
 
Fernando pessoa
Fernando pessoaFernando pessoa
Fernando pessoa
 
31
3131
31
 
Fernando pessoa poema
Fernando pessoa   poemaFernando pessoa   poema
Fernando pessoa poema
 
Cancioneiro - Fernando Pessoa -
Cancioneiro - Fernando Pessoa -Cancioneiro - Fernando Pessoa -
Cancioneiro - Fernando Pessoa -
 
Diamundialpoesia 100503060711-phpapp02
Diamundialpoesia 100503060711-phpapp02Diamundialpoesia 100503060711-phpapp02
Diamundialpoesia 100503060711-phpapp02
 

Recently uploaded

Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
NarlaAquino
 
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptxAula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
andrenespoli3
 

Recently uploaded (20)

O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAO PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.pptAula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
 
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptxAula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
 

"Não sei se é sonhe, se realidade"

  • 1.
  • 2. Não sei se é sonho, se realidade, Se uma mistura de sonho e vida, Aquela terra de suavidade Que na ilha extrema do sul se olvida. • Tema: oposição entre o sonho e a É a que ansiamos. Ali, ali realidade. A vida é jovem e o amor sorri. • “ilha extrema do sul” corresponde à Talvez palmares inexistentes, Ilha dos Amores, já imaginada por Áleas longínquas sem poder ser, Camões - é o Paraíso Terrestre. Sombra ou sossego dêem aos crentes • O eu poético considera que a vida De que essa terra se pode ter jovem (a imortalidade) e o amor (a Felizes, nós? Ah, talvez, talvez, inexistência da solidão humana) são os Naquela terra, daquela vez. valores mais importantes. Mas já sonhada se desvirtua, • Mesmo na terra dos sonhos, a Só de pensá-la cansou pensar, felicidade não é garantida. Sob os palmares, à luz da lua, • No final do poema, o eu poético Sente-se o frio de haver luar. admite que a dúvida acerca da Ah, nesta terra também, também existência da felicidade é em vão visto O mal não cessa, não dura o bem. que a mesma não existe. Não é com ilhas do fim do mundo, • O eu poético não consegue ter a vida Nem com palmares de sonho ou não, jovem que tanto ambiciona visto que Que cura a alma seu mal profundo, deseja sempre viver através do seu sonho. Que o bem nos entra no coração. É em nós que é tudo. É ali, ali, Que a vida é jovem e o amor sorri.
  • 3. Não sei se é sonho, se realidade, Se uma mistura de sonho e vida, Aquela terra de suavidade Que na ilha extrema do sul se olvida. É a que ansiamos. Ali, ali Descrição valorativa da terra do sonho: A vida é jovem e o amor sorri. •“terra de suavidade” • fica no extremo do sul Talvez palmares inexistentes, • onde “A vida é jovem e o amor sorri” • é arborizada Áleas longínquas sem poder ser, • onde talvez seja possível ser feliz Sombra ou sossego dêem aos crentes De que essa terra se pode ter Felizes, nós? Ah, talvez, talvez, Naquela terra, daquela vez. Mas já sonhada se desvirtua, Desvalorização da terra do sonho: Só de pensá-la cansou pensar, • à noite sente-se frio Sob os palmares, à luz da lua, • existe mal, o bem não é infinito Sente-se o frio de haver luar. Ah, nesta terra também, também O mal não cessa, não dura o bem. Não é com ilhas do fim do mundo, Consciencialização da realidade: Nem com palmares de sonho ou não, • o sujeito poético toma consciência de Que cura a alma seu mal profundo, que a felicidade de cada um não depende do local onde nos Que o bem nos entra no coração. encontramos mas sim do intimo de É em nós que é tudo. É ali, ali, cada um. Que a vida é jovem e o amor sorri.
  • 4. Não sei se é sonho, se realidade, Se uma mistura de sonho e vida, Aquela terra de suavidade Que na ilha extrema do sul se olvida. É a que ansiamos. Ali, ali A vida é jovem e o amor sorri. Talvez palmares inexistentes, Dúvida: incerteza acerca da Áleas longínquas sem poder ser, Sombra ou sossego dêem aos crentes existência da terra dos sonhos De que essa terra se pode ter Felizes, nós? Ah, talvez, talvez, Naquela terra, daquela vez. Mas já sonhada se desvirtua, Só de pensá-la cansou pensar, Oposição a hipótese colocada: Sob os palmares, à luz da lua, • terra dos sonhos sem defeitos Sente-se o frio de haver luar. Ah, nesta terra também, também O mal não cessa, não dura o bem. Não é com ilhas do fim do mundo, Nem com palmares de sonho ou não, Que cura a alma seu mal profundo, Que o bem nos entra no coração. É em nós que é tudo. É ali, ali, Que a vida é jovem e o amor sorri.
  • 5. Análise formal É um poema de versificação tradicional regular, constituído por quatro sextilhas. Esquema rimático ABABCCDEDEFFGHGHIIJKJKLL – rima cruzada Métrica “Não | sei | se é | so | nho, | se | rea | li | da | (de)” – verso eneassilábico (9 sílabas métricas) Aliteração “Não sei se é sonho, se realidade” v.1 – aliteração em s Assonância “Não sei se é sonho, se realidade” v.1 – assonância em e
  • 6. Assíndeto “Não sei se é sonho, se realidade,” v.1 Elipse “Mas já sonhada se desvirtua,” v.13 Paralelismo “Não é com ilhas do fim do mundo, / Nem com palmares de sonho ou não, / Que cura a alma seu mal profundo, / Que o bem nos entra no coração.” vv. 19-22
  • 7. Antítese “Talvez palmares inexistentes,” v.7 “Áleas longínquas sem poder ser,” v.8 Encavalgamento “Ali, ali / A vida é jovem e o amor sorri.” vv.5-6 Interrogação retórica “Felizes, nós?” v.11 Sinestesia “Sente-se o frio de haver luar.” v.16
  • 8. Linhas de sentido / Temas recorrentes • Fuga da realidade para o sonho. • Incapacidade de viver a vida. Estilo • Linguagem simples, espontânea, mas sóbria.
  • 10. Trabalho realizado por: Nº8 Filipa Monteiro Nº13 Miguel Rodrigues