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1
Miguel Leal
Periodizar significa definir limites
temporais precisos que permitam, aos Trs,
estruturar de forma objetiva o treino em cada
momento da preparação desportiva.
Portanto, a periodização é um
instrumento decisivo na organização do treino
e da qual depende, em última análise, o
controlo do desenvolvimento da capacidade de
prestação desportiva.
Como pode a periodização compatibilizar-se com
realidades diferentes de preparação desportiva:
1º - no desporto de alto nível
2º - no desporto de crianças e jovens,
3º - no desporto amador/distrital
Fundamentação:
1- Estações climáticas
2- Calendário de competições
3- Adaptação do Organismo (fases da forma)
4- Organização social da prática
desportiva (Questões financeiras => quadro
competitivo mais extenso)
Divisão da época em períodos com objetivos específicos de
forma a facilitar o processo evolutivo do treino e consequente-
mente do rendimento
Macroestrutura
Mesoestrutura
Microestruras
Macrociclo (ano época)
Mesociclo (conj. de semanas, meses)
Microciclo (semanas, conj. de dias)
Unidade de treino (dia, dias)
Sessão de treino
2
MACROCICLO I MACROCICLO II
PREPARAÇÃO COMPETIÇÃO PREPARAÇÃO COMPETIÇÃO
1º MESOCICLO 2º MESOCICLO 3ª MESOCICLO
1º MICROCICLO 2º MICROCICLO 3º MICROCICLO 4º MICROCICLO
3º MICROCICLO
2ª FEIRA 3ª F 4ª F 5ª F 6ª F SÁB D
DIA: 4º F DATA
OBJECTIVO:
Estado de predisposição ótima para a
obtenção de elevados resultados des-
portivos. É consequência direta do processo
de treino e resulta da articulação ótima de
quatro fatores (físicos, psicológicos,
tático-técnicos).
FASES FUNDAMENTAIS
DO DESENVOLVIMENTO
DA FORMA DESPORTIVA
DESENVOLVIMENTO DA OBTENÇÃO E ESTABILBIZAÇÃO QUEBRA DA FORMA
FORMA DESPORTIVA DA FORMA DESPORTIVA DESPORTIVA
(AQUISIÇÃO) (CONSERVAÇÃO) (PERCA TEMPORÁRIA)
TREINO E ESTRUTURA
COMPETITIVA
MACROCICLO
PERÍODO DE PERÍODO DE PERÍODO DE
PREPARAÇÃO COMPETIÇÃO TRANSIÇÃO
Forma desportiva: Estado de predisposição ótima para a obtenção de elevados
resultados desportivos. É consequência direta do processo de treino e resulta da
articulação ótima de quatro fatores (físicos, psicológicos, tático-técnicos).
Dimensão física
3
Princípio da progressão Princípio da estabilização
ADAPTAÇÃO
ESTABILIZAÇÃO
DAADAPTAÇÃO
ELEVAÇÃO
DAADAPTAÇÃO
CARGA
MANUTENÇÃO
DA CARGA
AUMENTO
DA CARGA
Situação dominante
em modalidades com
um longo PP e um
curto PC
Situação dominante em
modalidades com um
curto PP e um longo PC
Representação
gráfica da
evolução da forma
Representação
gráfica da
evolução da forma Conjunto de UT organizadas de tal modo, que
o melhor rendimento se possa obter em cada
unidade, evitando o aparecimento do cansaço físico
e psicológico do indivíduo.
Os MC apoiam a sua base teórica e científica
no CARMV.
Planificação semanal (Microciclo)
1. No dia do jogo/competição todos os atletas devem
estar completamente recuperados
2. Atenção à dinâmica esforço/recuperação (1 ou 2
jogos)
3. A lógica fisiológica das cargas, se possível, deve ser
mantida (padrão de esforço)
4. Jogo realizado/prova realizada (AJ)
5. Jogo a realizar
Preocupações:
D 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S D
Jogo Jogo
4
Alguns aspetos a considerar na UT
1. Objetivos/conteúdos
2. Diferenciação das fases ou partes
3. Ordem dos conteúdos (técnica, CM, etc.)
4. Grau de complexidade
5. Duração dos exercícios e da sessão
6. Transições
Periodização
da
Prática Desportiva
de
Crianças e Jovens
Que periodização,
que modelos de
periodização são
possíveis nas
diferentes etapas do
processo de
formação?
Princípios da PDCJ
1. o desporto de crianças e jovens não visa resultados
imediatos; antes orienta-se por preocupações em que a
formação dos jovens desportistas ocupa um lugar central;
2. não devendo ser a potenciação do rendimento a principal
preocupação dos trs, tb os modelos de periodização não
devem revestir perfil idêntico ao desporto de AR;
3. as necessidades de consideração na preparação dos jovens
de uma especialização crescente é compatível com a ideia de
que quanto mais avançado estiver o processo de formação
tanto mais será possível adotar modelos de periodização
próximos dos utilizados no desporto de AR.
4. justifica que em cada etapa seja considerado um modelo de
periodização específico.
3 etapas
linhas de força que permitem
estruturar a periodização do
treino.
5
Objetivo central: preparação motora e
desportiva multilateral
Perfil da periodização: a existência de
atividades em que o T e a C se confundem,
na prossecução dos objetivos visados, e em
que a competição decorre ou não num quadro
instituído, não justifica ainda uma
periodização no seu sentido restrito.
1ª Etapa da preparação preliminar (6 a 10 anos)
Fundamentos ……..
Objetivo central: orientação inicial da criança
para a prática regular de uma atividade
desportiva e desenvolvimento dos fundamentos
desse desporto.
Perfil da periodização: iniciação da periodização
dado que o treino e a competição, organizada
em quadros institucionais, começam a
diferenciar-se.
Harmonizar o quadro competitivo com o
calendário escolar.
2ª Etapa de especialização inicial
Especialização……
3ª Etapa da especialização aprofundada
Rendimentos…….
Objetivo central: desenvolvimento aprofundado
da capacidade de prestação numa modalidade
………
Futebol.
Perfil da periodização: aumenta consideravelmente o
nº e o nível de exigência das competições.
As competições assumem, em relação ao treino, um
lugar de maior destaque e tornam-se visíveis as
preocupações com o rendimento na competição, o que
justifica que:
A periodização a adotar se aproxime da do desporto de
AR, embora com algumas nuances, próprias,
resultantes de uma relação entre o esforço e a
recuperação que não pode, nem deve ser, ser tão
intensificada como no desporto de AR.

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Periodização seminário

  • 1. 1 Miguel Leal Periodizar significa definir limites temporais precisos que permitam, aos Trs, estruturar de forma objetiva o treino em cada momento da preparação desportiva. Portanto, a periodização é um instrumento decisivo na organização do treino e da qual depende, em última análise, o controlo do desenvolvimento da capacidade de prestação desportiva. Como pode a periodização compatibilizar-se com realidades diferentes de preparação desportiva: 1º - no desporto de alto nível 2º - no desporto de crianças e jovens, 3º - no desporto amador/distrital Fundamentação: 1- Estações climáticas 2- Calendário de competições 3- Adaptação do Organismo (fases da forma) 4- Organização social da prática desportiva (Questões financeiras => quadro competitivo mais extenso) Divisão da época em períodos com objetivos específicos de forma a facilitar o processo evolutivo do treino e consequente- mente do rendimento Macroestrutura Mesoestrutura Microestruras Macrociclo (ano época) Mesociclo (conj. de semanas, meses) Microciclo (semanas, conj. de dias) Unidade de treino (dia, dias) Sessão de treino
  • 2. 2 MACROCICLO I MACROCICLO II PREPARAÇÃO COMPETIÇÃO PREPARAÇÃO COMPETIÇÃO 1º MESOCICLO 2º MESOCICLO 3ª MESOCICLO 1º MICROCICLO 2º MICROCICLO 3º MICROCICLO 4º MICROCICLO 3º MICROCICLO 2ª FEIRA 3ª F 4ª F 5ª F 6ª F SÁB D DIA: 4º F DATA OBJECTIVO: Estado de predisposição ótima para a obtenção de elevados resultados des- portivos. É consequência direta do processo de treino e resulta da articulação ótima de quatro fatores (físicos, psicológicos, tático-técnicos). FASES FUNDAMENTAIS DO DESENVOLVIMENTO DA FORMA DESPORTIVA DESENVOLVIMENTO DA OBTENÇÃO E ESTABILBIZAÇÃO QUEBRA DA FORMA FORMA DESPORTIVA DA FORMA DESPORTIVA DESPORTIVA (AQUISIÇÃO) (CONSERVAÇÃO) (PERCA TEMPORÁRIA) TREINO E ESTRUTURA COMPETITIVA MACROCICLO PERÍODO DE PERÍODO DE PERÍODO DE PREPARAÇÃO COMPETIÇÃO TRANSIÇÃO Forma desportiva: Estado de predisposição ótima para a obtenção de elevados resultados desportivos. É consequência direta do processo de treino e resulta da articulação ótima de quatro fatores (físicos, psicológicos, tático-técnicos). Dimensão física
  • 3. 3 Princípio da progressão Princípio da estabilização ADAPTAÇÃO ESTABILIZAÇÃO DAADAPTAÇÃO ELEVAÇÃO DAADAPTAÇÃO CARGA MANUTENÇÃO DA CARGA AUMENTO DA CARGA Situação dominante em modalidades com um longo PP e um curto PC Situação dominante em modalidades com um curto PP e um longo PC Representação gráfica da evolução da forma Representação gráfica da evolução da forma Conjunto de UT organizadas de tal modo, que o melhor rendimento se possa obter em cada unidade, evitando o aparecimento do cansaço físico e psicológico do indivíduo. Os MC apoiam a sua base teórica e científica no CARMV. Planificação semanal (Microciclo) 1. No dia do jogo/competição todos os atletas devem estar completamente recuperados 2. Atenção à dinâmica esforço/recuperação (1 ou 2 jogos) 3. A lógica fisiológica das cargas, se possível, deve ser mantida (padrão de esforço) 4. Jogo realizado/prova realizada (AJ) 5. Jogo a realizar Preocupações: D 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S D Jogo Jogo
  • 4. 4 Alguns aspetos a considerar na UT 1. Objetivos/conteúdos 2. Diferenciação das fases ou partes 3. Ordem dos conteúdos (técnica, CM, etc.) 4. Grau de complexidade 5. Duração dos exercícios e da sessão 6. Transições Periodização da Prática Desportiva de Crianças e Jovens Que periodização, que modelos de periodização são possíveis nas diferentes etapas do processo de formação? Princípios da PDCJ 1. o desporto de crianças e jovens não visa resultados imediatos; antes orienta-se por preocupações em que a formação dos jovens desportistas ocupa um lugar central; 2. não devendo ser a potenciação do rendimento a principal preocupação dos trs, tb os modelos de periodização não devem revestir perfil idêntico ao desporto de AR; 3. as necessidades de consideração na preparação dos jovens de uma especialização crescente é compatível com a ideia de que quanto mais avançado estiver o processo de formação tanto mais será possível adotar modelos de periodização próximos dos utilizados no desporto de AR. 4. justifica que em cada etapa seja considerado um modelo de periodização específico. 3 etapas linhas de força que permitem estruturar a periodização do treino.
  • 5. 5 Objetivo central: preparação motora e desportiva multilateral Perfil da periodização: a existência de atividades em que o T e a C se confundem, na prossecução dos objetivos visados, e em que a competição decorre ou não num quadro instituído, não justifica ainda uma periodização no seu sentido restrito. 1ª Etapa da preparação preliminar (6 a 10 anos) Fundamentos …….. Objetivo central: orientação inicial da criança para a prática regular de uma atividade desportiva e desenvolvimento dos fundamentos desse desporto. Perfil da periodização: iniciação da periodização dado que o treino e a competição, organizada em quadros institucionais, começam a diferenciar-se. Harmonizar o quadro competitivo com o calendário escolar. 2ª Etapa de especialização inicial Especialização…… 3ª Etapa da especialização aprofundada Rendimentos……. Objetivo central: desenvolvimento aprofundado da capacidade de prestação numa modalidade ……… Futebol. Perfil da periodização: aumenta consideravelmente o nº e o nível de exigência das competições. As competições assumem, em relação ao treino, um lugar de maior destaque e tornam-se visíveis as preocupações com o rendimento na competição, o que justifica que: A periodização a adotar se aproxime da do desporto de AR, embora com algumas nuances, próprias, resultantes de uma relação entre o esforço e a recuperação que não pode, nem deve ser, ser tão intensificada como no desporto de AR.