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*O filme "Freud Além da Alma", retrata os momentos difíceis que Freud viveu no início de sua
carreira frustrada de médico. É mostrado ao público, interessado na obra do grande mestre, as
descobertas de Freud com as próprias experiências pessoais do psicanalista e a teoria que
desenvolveu sobre o Complexo de Édipo, fundamentando-se na relação com seu pai morto.
*Os impasses e as dificuldades a que foram submetidas às primeiras elaborações de Freud na
tentativa de compreensão da histeria serviram como força propulsora na construção da teoria
psicanalítica. O famoso filme Freud Além da Alma busca retratar essas questões quando nos
apresenta as primeiras especulações de Freud em seu desejo de compreender o funcionamento
do

psiquismo

humano.

No início de seus estudos, sob a influência de Charcot e Breuer, Feud formula a teoria do trauma,
através da qual postulava a origem dos fenômenos histéricos em um episódio de sedução que
teria ocorrido na infância e que viria a adquirir valor traumático na vida adulta mediante a vivência
de situações que recordariam as lembranças, ocultas pela repressão. As lembranças dolorosas
se comportavam como um corpo estranho, alheio à consciência, desencadeado os sintomas
histéricos.
O método catártico desenvolvido por Breuer com o auxilio da hipnose visava à recordação e a
elaboração dos acontecimentos traumáticos, produzindo a descarga emocional necessária para a
cura

dos

sintomas.

Durante algum tempo a hipnose foi a principal forma de tratamento utilizada por Freud. No
entanto, alguns pacientes não se deixavam hipnotizar. Como era o caso da senhorita Ana O.,
encarnada em alguns momentos pela personagem Cecily no filme. Não conseguindo hipnotizar
Cecily na primeira sessão, Freud é levado a descobrir o método de associação livre, em que a
paciente

narra

tudo

o

que

vem

à

cabeça,

sem

censura.

Durante a sessão Cecily confessa ter sido molestada pelo pai e para silenciar com relação a esse
fato ganha uma boneca de presente. Porém, Freud passa a desconfiar do relato da paciente
quando percebe que esta ainda a guarda com muito carinho, o que, na verdade, deveria ter sido
rejeitada

por

fazer

referência

ao

ato

traumático.

Algum tempo depois, Cecily nega ter sido assediada pelo pai e ameaça suicidar-se, afirmando ter
construído esta história apenas para agradar seu médico. Freud então começa a se dar conta que
alguns relatos dos pacientes se baseavam naquilo que eles acreditavam que o médico queria
ouvir, além de passar a especular que talvez os pacientes não estivessem se recordando de uma
lembrança,

mas

de

uma

fantasia.

Ademais, em sua experiência de auto-análise Freud confirma a construção da fantasia quando
compreende que o assédio sofrido por sua irmã pelo seu pai nunca aconteceu (já que esta nem
mesmo havia nascido naquela época), sendo uma forma de tentar punir o pai por ter-lhe tirado a
mãe.
A partir disso, inaugura-se a importância da sexualidade infantil e do complexo de Édipo na
estruturação do psiquismo humano. Para Freud a sexualidade existe desde os primeiros anos de
vida, significando a busca de prazer ou satisfação que, em geral, é proporcionada pela mãe ao ser
a principal provedora de cuidados do bebê. Assim, o menino desenvolve uma relação afetuosa
pela mãe e um sentimento de ódio pelo pai, por intervir na relação rompendo o laço amoroso.
Trazendo à luz tais questões Freud sai do impasse gerado pela teoria do trauma, uma vez que
esta ao desconsiderar a sexualidade infantil não compreende como os acontecimentos vividos na
infância poderiam se configurar como traumáticos
*Psicanálise É UM CAMPO CLÍNICO E DE INVESTIGAÇÃO TEÓRICA DESENVOLVIDO POR
SIGMOND FREUD, UM MÉDICO INTERESSADO EM ACHAR UM TRATAMENTO EFETIVO PARA OS
PACIENTES COM SINTOMAS NEURÓTICOS OU HISTÉRICOS.
O Filme “Freud além da alma” retrata os estudos psíquicos do pai da psicanálise, Sigmund Freud,
médico neurologista, da cidade de Viena em 1886. O longa-metragem dirigido por John Huston
demonstra as várias fases da vida de Freud, e suas observações, estudos e tratamentos de pacientes
com histeria e neuroses, através de vários métodos de análises, tal como a catarse hipnótica, estudada
por vários colegas como Charcot, Breuer, vindo a originar a associação livre, com Freud. Após, algumas
tentativas de hipnose mal sucedidas por motivo de alguns pacientes não se deixarem hipnotizar. O filme
inicia com Freud encontrando oposição em tratar de uma paciente com neurose de histeria, em um
hospital, sob direção de Meynert, que não acreditava nos sintomas de histeria e imagina que os mesmos
se tratavam de mentira, para fugir das responsabilidades e da realidade Com isso, Freud se afasta de
Meynert e procura observar a doutrina de Charcot, em relação à histeria sob o método da hipnose. O
que lhe deixou enlevado e constrangido, quando de volta de Paris, em Viena ao relatar as informações
para a sociedade médica, sobre histeria, os pensamentos inconscientes, e os traumas de infâncias,
Freud foi ironizado pela classe médica. Assim, associa-se a Breuer, nas suas pesquisas, sobre as
origens dos fenômenos histéricos, chegando aos traumas, as neuroses e interpretação dos sonhos. Em
um de seus diálogos com Breuer, Freud percebe que na teoria de Charcot que a mente não se dividia.
Simplesmente ocultava o trauma da consciência, deixava as lembranças inconscientes e as emoções
são descarregadas fisicamente. Freud formulou a Teoria das neuroses, baseado em todos os casos já
tratados e nas auto-análises, concluindo que todos os traumas estão ligados à sexualidade. O que vem a
descobrir após, um sonho o seu complexo de Édipo e tentar desvendar o que estava encoberto em
relação a seu pai, percebendo assim, que as neuroses podem surgir desde a infância. Freud continua
tratando da paciente Anna O., que fora antes de Breuer. Abolindo o método hipnótico por opção da
própria paciente, Freud a leva a muitas lembranças através da livre associação, em estado plenamente
consciente. A paciente Anna O., fala de seus sonhos e fatos da sua vida, e Freud desvendando, certificase que pode chegar ao inconsciente mesmo com o paciente em estado consciente. Assim, durante a
sessão de Anna O., confessa ter sido molestada pelo pai e para silenciar com relação a esse fato ganha
uma boneca de presente. Porém, Freud passa a desconfiar do relato da paciente quando percebe que
esta ainda a guarda com muito carinho, o que, na verdade, deveria ter sido rejeitada por fazer referência
ao ato traumático. Percebe-se que a paciente cria uma relação de transferência entre seu terapeuta Dr.
Breuer, e por tal motivo não se deixa hipnotizar, e a posição recalcadora com seu sistema objetal
(boneca) que deveria ser de angustia é de prazer. Então, após estudos do caso Cecily, volta a pensar
em sua infância para tentar fazer uma ligação ao que causou o surto em frente ao cemitério, na época do
enterro de seu pai. Com isso, tem um sonho onde vê a figura da sua mãe que o deixou sozinho para ir
dormir com seu pai. Sentiu ciúmes porque queria a mãe ali e não com o pai, assim veio a culpa por
achar que desonrou seu pai. Após alguns diagnóstico de estudos Freud pensa em desistir, mas sua
esposa o incentiva relendo uma de suas agendas, que dizia:
"O progresso é como andar, consegue-se perdendo e ganhando equilíbrio. É uma série de erros... De
erro em erro acaba-se descobrindo a verdade".
Freud lembra que havia escrito uma vez: "...o falso é às vezes a verdade de cabeça para baixo".
Descobre que no universo da fantasia pode estar a realidade. Quando a sua paciente Anna dizia que o
pai havia molestado, na verdade ela é que queria possuir seu próprio pai. Uma fantasia transportada
para a fase adulta, que não sendo trabalhada, tornou-se um recalque. Freud muda sua teoria, chegando
a conclusão que a criança também tem seus instintos sexuais desde quando nasce, suprindo suas
necessidades alimentares com o leite materno e satisfação de sua sexualidade em sugar o seio da
"mãe". Sua mãe ou quem cumpre essa função, é seu primeiro objeto de desejo.
Freud após estudos resolve publicar suas análises da sexualidade infantil e levar seus conhecimentos
aos colegas do Conselho de Neurologia e Psiquiatria de Viena. O que foi rejeitado por Breuer que o
tomando como filho, o proíbe. Freud resiste dizendo: "chega uma hora que se deve renunciar a todos os
pais e ficar de pé sozinho". Em palestra no "Conselho de Neurologia e Psiquiatria de Viena", Freud
começa frisando como na "Idade da Inocência" a criança não tem consciência sexual, porém começa
falar sobre a fase oral. Os médicos começam a se retirar aos poucos, mas Freud continua a falar dos
desejos da criança, da concorrência entre os pais, cita Édipo e que cada ser humano tem esse desafio,
de se confrontar com o seu complexo e de superá-lo. Se conseguir superar se torna um ser humano
completo, se não se tornará um neurótico. Quando um dos médicos do conselho levanta-se e pergunta
ao Dr. Breuer se ele concorda com Dr Freud, Breuer defende o amigo, dizendo que Freud é um dos
melhores, no meio médico para esses assuntos, mas que jamais poderia concordar com a teoria da
"Sexualidade Infantil".
Já no final do filme, Freud caminha lentamente, consegue ultrapassar o muro do cemitério, chegando até
a lápide de seu pai. Assim, termina o filme com uma mensagem e uma pergunta que fora escrita no
templo de Delfos, mais de 2000 anos atrás: "CONHEÇA A SI PRÓPRIO".
"Contra o mais velho rival do homem o orgulho.
É o início da sabedoria. É uma esperança de vitória. Este conhecimento está agora ao nosso alcance.
Será que o usaremos? Espero que sim". A psicanálise revelou o inconsciente do homem e como ela o
iluminou...Sigmund Freud revelou outra parte da nossa mente - O funcionamento em segredo - que pode
até mesmo controlar nossas vidas.
*O filme Freud Além da Alma, criado em 1962, com a direção do famoso cineasta John Huston e
produzido nos EUA, foi impactante na época de sua criação sendo considerado, até nos dias atuais um
clássico. O filme aborda um dos momentos cruciais da trajetória do médico Freud, e por isso, é estudado
nos âmbitos de ensino acadêmico, tanto pelas ciências exatas como a medicina, quanto pelas ciências
humanas, dentre elas a Psicologia e a Pedagogia.
Sigmund Freud é considerado um dos grandes pensadores do século XX, por ter deflagrado um novo
olhar nos estudos sobre o ser humano. Seus estudos desvelaram a importância do inconsciente na análise
dos comportamentos e contribuíram significativamente para a cura de doenças mentais, por meio da
psicanálise - ciência que inaugurou.
Freud nasceu em 1856, falecendo em 1939. Em 1900, ele apresentou a primeira concepção sobre a
estrutura e o funcionamento da personalidade. No filme, uma das cenas que mostra esse período é a que
Freud assiste uma demonstração do tratamento dado aos doentes mentais do dr. Charcot, que realizava
seus estudos sobre a histeria em Paris, por meio da hipnose. Dois pacientes que sofrem de histeria são
hipnotizados pelo médico que sugere a eles que obedecendo a sua ordem deixem de apresentar os
sintomas físicos que tinham no momento - em um dos pacientes a paralisia das pernas e em outro um
tremor generalizado em todo corpo. A seguir, ainda sob os efeitos da hipnose, os mesmos pacientes,
atendendo inconscientemente as ordens do médico, trocam suas enfermidades. Charcot explica aos
médicos presentes, dentre eles Freud, que os sintomas das enfermidades só têm cura enquanto dura o
efeito da hipnose. Nessa cena, é possível perceber a incredulidade dos médicos que a assistem, embora
sejam discípulos de Charcot.
Essa incredulidade é esperável, considerando a sociedade da época que era cartesiana, capitalista,
voltada para a racionalidade. O afrontamento, além de social, era religioso, uma vez que a Igreja Católica
não acolhia tais métodos e concepções. Sob esse ambiente conflituoso e de pouca liberdade brota os
primeiros estudos do inconsciente por Freud, que apoiou-se nos experimentos de Charcot.
O penoso estudo iniciado por Freud foi interrompido, uma vez que ele sente o peso dos preconceitos
advindos da sociedade e de seu mestre, além disso, ele receia as descobertas advindas de sua
subjetividade.
A interrupção é brevemente desconsiderada pelo próprio Freud que atende a um pedido de seu mestre.
Na cena desse momento, Freud é chamado às pressas pelo mestre, dono do hospital, em que trabalhava
no início da carreira e que o ridicularizava pelas idéias que defendia em seus estudos sobre o
inconsciente. Ele está a beira da morte e pede para lhe falar. Freud não entende, a princípio porque
aquele médico o chama, já que tinha tantas críticas às suas crenças profissionais. O antigo chefe, então,
revela para Freud que também sofre de histeria, mal que escondeu de todos a vida inteira por medo de ser
condenado a um manicômio ou ser tachado de louco, como sempre fez com os próprios pacientes que
para ele não tinham cura. Ele pede para que Freud dê continuidade aos seus estudos, já que nessa época
ele havia deixado-os de lado por medo das conclusões que estava obtendo.
Diz ainda que os histéricos formam uma grande legião que vive à sombra, sofrendo profundamente deste
mal, graças ao preconceito que certamente teriam que enfrentar, caso se manifestassem. O velho médico
a beira da morte diz para Freud, que além de...
*O filme Freud além da alma , retrata os momentos difíceis que Freud viveu no início de sua carreira de
médico. É mostrado as descobertas de Freud com as próprias experiências pessoais do psicanalista e a
teoria que desenvolveu sobre o Complexo de Édipo.
Sigmund Freud começa o filme internando uma pessoa com histeria,(doença emocional psíquica) sem a
concordância dos outros médicos. A histeria é uma psiconeurose cujos conflitos emocionais inconscientes
surgem na forma dissociação mental ou como sintomas físicos. Na verdade, os sintomas histéricos podem
se manifestar em homens e mulheres. Charcot, neurologista francês, que emprega a hipnose para estudar
a histeria, demonstrou que idéias mórbidas podiam produzir manifestações físicas. Freud, em colaboração
com Breuer, começou a pesquisar os mecanismos psíquicos da histeria e postulou em sua teoria que essa
neurose era causada por lembranças reprimidas, Freud ganhou uma bolsa para estudar com Charcot em
Paris. Logo na primeira oportunidade Freud vê Charcot fazer um teste com dois histéricos, onde através
da hipnose ele faz com que os histéricos eliminem seus problemas causados por traumas e depois faz
eles terem outros problemas de histeria, apenas dando ordens enquanto os mesmos estavam
hipnotizados. Assim chegamos a conclusão que a hipnose, tanto cura como cria sintomas.
Freud diz em palestra que a mente pode ser controlada pelo inconsciente e assim recebe o apoio do
doutor Brauer que relata o caso de uma jovem que foi curada completamente através do transe hipnótico.
Freud e Brauer conversam com a jovem hipnotizada, que conta relatos ao tempo que teve o trauma, em
que seu cãozinho bebia água no copo.Depois de exteriorizar a sua irritação reprimida de nojo através de
hipnose, pediu água, ela volta ao normal bebendo água, e podia ter um cão ao seu lado, o qual também
tinha trauma por achá-lo temível.
Nesta parte do filme foi retratado o Método Catártico, no qual o paciente é induzido a hipnose, onde havia
algo reprimido através da repressão da idéia por ser um evento traumático que inicialmente estava a nível
consciente e vai para o inconsciente afetando a vida da pessoa através de um sintoma. Brauer convida
Freud para trabalhar ao seu lado e Freud começa a trabalhar com os Freud se assusta com um jovem que
diz em hipnose que matara o pai porque amava a própria mãe. Neste caso Freud pede ao jovem para que
não se lembre de nada que tinha relatado durante a hipnose por esse caso mexer com ele por ele próprio
não saber lidar com isso por ter o mesmo trauma - “O Complexo de Édipo”. Começa a ter sonhos
estranhos, aqui começa a pensar no significado dos sonhos para mais tarde criar a Teoria dos Sonhos.
Devido a seu trauma, Freud diz que vai largar a terapia com hipnose, deixar de lado os “Estudos da
Histeria. Mayers, doente, pede para que Freud recomece com seu estudo da histeria, diz que viveu uma
vida inteira com problemas psicológicos, Devido à conversa com Mayers, Freud volta a ativa e tenta
procurar o jovem que amava a mãe e descobre que ele morreu em um hospício”.
Freud cria uma teoria sobre neurose, diz que esta teoria tem haver com todos os casos já tratados e que
não era só o dele, esta teoria se baseia que todos os traumas são ligados a sexualidade, Freud pede para
que Brauer o leve a uma paciente que segundo Brauer não tinha nenhum problema causado pela
sexualidade, Brauer vê que Freud tinha razão e passa a acreditar na “Teoria da sexualidade” como
causa da histeria.
A paciente que parecia estar curada volta a ter recaída, ela cria uma gravidez psicológica, Brauer chega
da a ordem com ela em transe e sai rápido, Freud não entende e Brauer diz que ela está apaixonada por
ele e que não vai continuar o tratamento, pois isso poder acabar com seu casamento, a mulher de Brauer
já estava desconfiada. Nesta parte do filme podemos ver como acontece atransferência, que na teoria
psicanalítica é a projeção de sentimentos, conteúdos, em relação a alguma pessoa, no caso o terapeuta,
onde o paciente cria fantasias, neste caso específico, a jovem transfere para Brauer a relação que tinha
com o pai.
O pai de Freud falece, e Freud não consegue entrar no cemitério, desmaia e tem um sonho amedrontador.
Decide voltar ao cemitério novamente não consegue entrar e volta conversando com Brauer, tenta achar a
ligação, tenta desvendar o que foi encoberto de pecado que seu pai fizera. Freud começa a tratar a jovem
que Brauer descartara. Assim ele mudou de técnica onde as palavras saiam quase que
inconscientemente, era o método da Associação livre. Assim, as esperanças antes depositadas no
método catártico da hipnose,
Freud tentava buscar saber em que ponto da história daquela jovem o trauma ocorreu, e cada vez mais
ele via um trauma na infância, novamente tem o problema da repreensão sexual ter sido na infância.
Freud segura uma pulseira da mãe em formato de cobra que o faz sonhar e volta a pensar em quando ele
era criança e o que acontecerá para ele ter aquele colapso na frente do cemitério, se lembra dos sonhos e
vê a figura da mãe, que o deixou sozinho em uma noite para ir dormir com seu pai, ele ficou frustrado e
queria a mãe ali, do lado dele e não com seu pai, teve ciúmes da mãe e se sentiu culpado por achar que
desonrou seu pai. A cobra simbolizava a sexualidade. Ela lê o diário que era dos tempos de seu estudo
Freud lembra que havia escrito uma vez: “o falso é às vezes a verdade de cabeça para baixo”, ele começa
a repensar tudo que havia visto antes, que a pessoa podia mentir ou criar uma situação falsa e no inverso
disto estar a realidade, quando a jovem dizia que seu pai a molestou, na verdade ela queria possuir seu
próprio pai, seria uma fantasia que ela levou com ela para fase adulta sem saber administrar e que se
tornou um trauma, então Freud começa a mudar sua teoria, pois em sua investigação na prática clinica
sobre as neuroses, descobriu que a grande maioria de pensamentos e desejos reprimidos referiam-se de
conflito de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida. As descobertas colocam a sexualidade
no centro da vida psíquica e é desenvolvido o segundo conceito mais importante da teoria psicanalítica: a
sexualidade infantil, que são: 1. A função sexual existe desde o princípio de vida, logo após o nascimento
e não só a partir da puberdade como afirmavam as idéias dominantes. 2. O período da sexualidade é
longo e complexo até chegar a sexualidade adulta, onde as funções de reprodução e de obtenção de
prazer podem estar associadas, tanto no homem como na mulher. 3. A libido, nas palavras de Freud, é a
“energia dos instintos sexuais e só deles”.
Freud conversa com a mãe da jovem e ele diz que teve vontade de matar a filha, mas só quando ela
estava dentro do seu ventre, pois ela era dançarina de cabaré e o seu esposo depois que a engravidou
nunca mais a tocou e só saia com as prostitutas. Nota-se que existe uma competição entre mãe e filha
pela atenção e cuidados do pai.
Conversando com Brauer, que acha muito difícil por na cabeça dos outros médicos a idéia de que a teoria
seria invertida, do sexualismo adulto se tornar o sexualismo infantil, e Brauer pede para Freud retirar este
capitulo do livro, Freud não se entrega e diz que vai seguir sozinho de agora em diante e que vai expor a
teoria da sexualidade na infância ao conselho de médicos.
No conselho, Freud começa a expor, frisando como “A Idade da Inocência”, que a criança não tem
consciência sexual. Neste momento todos os médicos começam a ironizar as suas palavras e alguns
médicos se retiram do recinto. Freud continua a falar mesmo assim, diz que a criança tem um desejo, a
mãe, e tem um concorrente, o pai, a criança passa a se ver de frente com um rival, o desejo da criança
passa a ser corroído, se transformando em ódio e amor, cita Édipo, que matou o pai e casou-se com a
mãe, foi punido (reprimido) e ficou vagando pela vida sem um lar. Sobre o Complexo de Édipo, Freud
explica aos médicos que o amor de uma filha pelo pai é o máximo em erotismo infantil, que cada ser
humano tem este desafio, de se confrontar com o seu complexo e de supera-lo, se conseguir superar se
torna um ser humano completo, Nesta fala de Freud podemos perceber o conceito das fases do
desenvolvimento sexual, que são as seguintes:
Fase oral a zona de erotização é a boca e o prazer ainda está ligado à ingestão de alimentos e à
excitação dos lábios e da cavidade bucal. Objetivo sexual consiste na incorporação do objeto.
Fase anal a zona de erotização é o ânus e o modo de relação do objeto é de “ativo” e “passivo”.Este
controle é uma nova fonte de prazer. Acontece entre 2 e 5 anos o complexo de Édipo, e é em torno dele
que ocorre a estruturação da personalidade do indivíduo.
Fase fálica – a zona de erotização é o órgão sexual. Apresenta um objeto sexual e alguma convergência
dos impulsos sexuais sobre esse objeto. No caso do menino, a fase fálica se caracteriza por um interesse
que ele tem pelo próprio pênis em contraposição à descoberta da ausência de pênis na menina. Na
menina esta constatação determina o surgimento da “inveja do pênis” e o conseqüente ressentimento para
com a mãe “porque esta não lhe deu um pênis, o que será compensado com o desejo de Ter um filho”.
Fase Genital – Na adolescência é atingida a última fase quando o objeto de erotização não está mais no
próprio corpo, mas em um objeto – o outro. Neste momento meninos e meninas estão conscientes de
suas identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades. Um
médico que faz parte do conselho pergunta a Brauer, que também faz parte de tal, se ele concordava com
Freud e Brauer após ter defendido o amigo, dizendo que ele é um dos melhores no meio médico para
estes assuntos, diz que jamais poderia concordar com tal teoria de Freud, a “Sexualidade Infantil” não
existe.
Freud caminha lentamente e consegue ultrapassar os muros do cemitério, onde caminha até a lapide de
seu pai.
O filme termina deixando uma pergunta que foi escrita no templo de Delfos, a mais de dois mil anos atrás,
lá estava escrito:“Conheça a Si Próprio”
*O médico Freud e seus camaradas durante o filme se vêem ameaçados pelo dragão, a morte, a ferida
narcísica de sua alma, interna, que os abala e também a nós. Há cenas em que Freud “vê coisas” ou
mesmo em que acorda no meio da noite com sintomas parecidos com os de seus “clientes” e o pedido
do amigo médico, prestes a morrer que investigue o lado noturno do homem, seus monstros e caçar o
âmago de nossa alma – parece demência. Ou a relação da falta na condição do desejo no médico; e de
fato é. A busca de nosso recôndito e velado eu, que não devemos ocultar. A falta para conosco mesmo,
impõe ao nosso desejo – sintomas perceptíveis. O médico à beira da morte revela que sofre de
paralisia, histeria e que teatralizava. O seu desejo histérico. Que Freud vá ao inferno, compactue e
traia, mas que saiba da verdade. Nem sempre o paciente pretende dizer o que o incomoda, a hipnose
vale para possibilitar. A vida é traumática e pelas nossas vivências pagamos um preço, o inconsciente
dissimula, esconde ou acusa. Como não se trata de arte em “Freud Além da Alma”, mas, exposição de
uma situação médica contraditória aos padrões da época, Freud mostra com sua antecipação, a
enormidade de casos médicos sem nenhuma relação com o orgânico, mas puramente mentais e de
desejo - inconscientes.
*O filme “Freud Além da Alma” mostra a trajetória de Freud, uma fase bastante significante em sua
carreira. Investigando a histeria Freud acaba descobrindo a psicanálise.
Na intenção de se aprofundar nos estudos sobre a histeria Freud diz à família que vai a Berlin ou paris
onde o Dr Charcot, desafia a ciência com os fenômenos mentais. Despede-se da família que o apóia e
da noiva e parte para Paris onde assiste a hipnose do Dr Charcot, um estudioso criticado por suas
teorias sobre a histeria e o uso da hipnose. Freud fica impressionado com o que vê.
O paciente quando hipnotizado está inconsciente e a ansiedade excessiva impede que vá do
inconsciente para o consciente a causa do problema, Freud observa essa dificuldade e compara a uma
porta fechada ou parede que impede a passagem. Os desejos impróprios que não são realizados,
reprimidos por serem condenados somado ao medo pela punição ficam no inconsciente bloqueados a
irem para o consciente. Causando a doença física, embora fictícia na mente do paciente doente, a
doença na verdade não existe, foi o que demonstrou Charcot e Freud no filme. O paciente quando em
estado de transe (hipnotizado) o problema físico não existia foi sugerido pelo paciente.
Em uma das cenas o Dr Charcot para demonstrar que a doença é sugerida e não é física, hipnotiza dois
pacientes que sofrem de histeria num primeiro momento os pacientes apresentam os problemas
habituais da doença e logo depois de hipnotizados e sob sua ordem abandonam a doença. Depois ele
transfere a doença de um paciente para o outro sugerindo isso a eles, assim demonstra que a doença
não é orgânica foi induzida, sugerida por eles por causa de um trauma. A paralisia da paciente não
existia no inconsciente dela tanto que caminhou pela sala diante dos presentes.
O Dr Charcot diz aos outros médicos que a hipnose não produz a cura apenas faz entender, que a
doença é auto-sugestiva após um trauma. Diz ainda que o pensamento pode ser induzido no
inconsciente o que explica a hipnose.
Freud experimenta a hipnose no hospital contrariando ordens do médico, dono do hospital. Após ser
contrariado pede para que Freud se retire, numa conversa quando Freud o procura em sua casa. O
médico mostra a ele os escorpiões presos e diz que devem permanecer no escuro, se mostrar a eles a
claridade, se espalham.
Freud se afasta do hospital, mas continua hipnotizando seus pacientes de histeria, que relatam suas
lembranças quando em transe. Ao hipnotizar um paciente que ameaça se suicidar caso seja internado
num manicômio se choca com as revelações dele. Fala do ódio pelo pai, do desejo de vê-lo morto e do
amor pela mãe ao acariciar os seios de um manequim, Freud fica perturbado com o que vê e se afasta
do paciente abandonando-o. Após esse episódio Freud passa a ter sonhos confusos e sua esposa
chama o médico amigo, Dr Breuer que pergunta a ele o que está acontecendo se quer falar.
Momentaneamente Freud para com a hipnose , sente-se perturbado com os sonhos e tem muitas
dúvidas a respeito de suas pesquisas. Repete as palavras do médico dono do hospital “melhor deixar os
escorpiões no escuro”.
O chefe do hospital o chama as pressas, o mesmo que o ridicularizou, disse que os histéricos estavam
no escuro como os escorpiões na caixa, diz ter histeria a vinte anos e por ser hipócrita acreditava na
pesquisa, mas não quis assumir isso, preferindo esconder de si mesmo. Pede a Freud que continue com
seus estudos.
Freud vai a procura do paciente que abandonou e recebeu a notícia de que ele havia morrido no
manicômio, conforme havia dito a Freud se fosse mandado para lá. Posteriormente ele e o amigo, Dr
Breuer falam dos pacientes que quando estão hipnotizados seus relatos tem forte ligação com conteúdos
sexuais. Breuer Retorna a hipnotizar sua paciente, após ter feito as perguntas e antes que de ordem para
que retorne ao consciente, Freud pede para fazer algumas perguntas. Ao fazer as perguntas e instigar,
insistir a paciente entra em conflito e visivelmente ansiosa grita, vê a mulher que matou o pai, mas é o
rosto dela que vê e não da que matou o pai por luxúria.
Freud ordena a ela que quando acordar deve lembrar-se de tudo que relatou a eles, assim ele começa a
desenvolver a teoria de que os desejos sexuais começam na infância e criam esses traumas, dos
desejos pelos pais.
O Dr Breuer é chamado à casa da paciente que agora tem sintomas de parto, é hipnotizada e ordenada
pelo Dr Breuer a esquecer do que contou assim que acordar. Contrariando Freud que na hipnose
anterior, disse que ao acordar ela deveria lembrar-se do que havia relatado. E assim ela esqueceu-se do
que havia dito tão logo acordou e Breuer se afasta da paciente e diz a Freud que é preciso, para salvar
seu casamento, Freud alega a ele que a paciente precisa dele, mas se recusa.
Freud é avisado sobre o pai estar à beira da morte, se surpreende, pois não conseguiu chorar sua morte,
embora o amasse. No velório não consegue passar o portão, os sonhos perturbadores permanecem, vê
o paciente dele, o que ele abandonou, vê também uma mulher mitológica com uma cobra nas mãos e o
paciente beijando-a, acariciando-a, os mesmos sonhos anteriores. Diz ao Dr. Breuer que os sonhos têm
enigmas e tenta interpretá-los, mas diz “os filhos devem fechar os olhos aos pecados dos pais” ainda
referindo-se ao fato do pai ter cometido violência sexual contra a irmã, que na verdade percebe mais
tarde que não aconteceu.
No momento que ele e o Dr Breuer retornam ao hospital percebe que é neurótico e pergunta: É possível
a neurose começar na infância? O amigo responde que é possível.
Ao retornar a paciente Freud tenta hipnotizá-la, para tentar descobrir do que ela teve medo na infância,
mas ela reage ao hipnotismo e Freud percebe que o hipnotismo do Dr Breuer tem um significado erótico
para ela, por ele representar a figura do pai. Não conseguindo a hipnose começa a conversar com ela,
explica o fato dela estar apaixonada pelo Dr Breuer ser justamente por ele representar a figura do pai, ela
diz ter sonhado com o Dr, afirmando gostar dele e fala dos sonhos anteriores a ele Freud instiga e ela
relata tudo, entre seu relato fala do amor pelo pai, do carinho dele por ela, dos ciúmes dela por ele e a
agressividade da mãe, a suposta violência sexual do pai. Freud chega ao inconsciente sem utilizar a
hipnose.
Freud conclui que para ela, o pai é o marido porque ela toma o lugar da mãe e o boneco é o filho fictício
deles, as dores do parto que teve o que não conseguia entender porque ela amava o boneco se havia
sido violentada pelo pai.
As consultas continuaram e ela fala da preferência do pai por prostitutas ao invés dela. Numa cena
anterior em que está sendo hipnotizada pelo Dr Breuer ela diz adiar babas, o que explicaria o fato de ter
visto a empregada que brincava com ela, e o pai se tocarem, seria sua rival, assim como a mãe, as
prostitutas eram vistas por ela como rivais. Freud a ordena que ande tão logo saia do transe, mas ela
não consegue mesmo tendo achado a lembrança, algo estava errado.
O Dr Breuer pede que ele pare com essa obsessão sexual, sua esposa também havia falado sobre os
comentários das pessoas a respeito das perguntas que fazia aos pacientes.
Freud diz que o trauma sexual ou a criança viu ou sofreu abuso (como no caso dele acreditar que viu o
pai violentando a irmã). Sua paciente que anteriormente era do Dr Breuer diz a ele que mentiu e ameaça
suicídio, mas ele a convence de que se fizer isso ele se sentiria culpado assim ela desiste. Ela realmente
havia mentido sobre o abuso do pai contra ela e Freud ao passo que trata seus pacientes, busca
respostas para si mesmo. Dando assim mais um passo em seus estudos.
Numa cena, ao despertar de um sonho tenta entender o significado tenta estabelecer com a sua vida,
assim começa a questionar porque sua mãe aparece no sonho, o que teve a ver com a sua vida na
infância. Ainda qual o significado da cobra do sonho, porque não chorou a morte do pai. Procura a mãe e
leva a pulseira que é uma cobra na tentativa de lembrar do trauma. Sonha novamente e no sonho não é
mais seu ex paciente e sim ele.
Para ele o sonho tinha enigmas, a cobra que via era a cobra da pulseira, no sonho ele se vê enrolado na
cobra e depois mamando no seio de sua mãe como se tivesse sentindo prazer. A explicação por que se
irritou ao ver o paciente demonstrando na manequim o desejo pela mãe. Freud lembrou-se então de sua
infância, quando viu a mãe nua se vestindo e o pai a levando logo depois, assim descobriu havia
desonrado seu pai inventando o abuso contra a irmã. Mentiu a respeito do pai porque o via como rival,
por ciúmes de sua mãe. Tratando seus pacientes acabou por entender e tratar a si mesmo.
Freud afirma que temos sexualidade na infância e provou isso por experiência própria e com seus
pacientes. Freud inventou sobre o abuso sexual do pai como a paciente inventou, ele por ciúmes e
rivalidade, ela porque desejava ser esposa dele, e não tinha o amor da mãe, ao contrário do pai a amava
demais.
Freud está mais convicto com essas experiências de que os sonhos tem significados e enigmas que
podem ser desvendados. O significado para o sonho da torre, que ainda não havia sido decifrado, o
símbolo que vê na torre é da medicina e a frase conte-me tudo, assim Freud a cura.
Breuer rejeita a teoria da sexualidade na infância e como amigo e pai substituto o proíbe de ler a tese,
mas Freud diz “Chega a hora que os filhos tem que seguir sozinhos”. Quando Freud expõe sua teoria da
sexualidade na infância, como um bebe que tem desejos ao ser amamentado pela mãe ou é acariciado,
amado e mais tarde descobre que tem um rival, passa a odiá-los. Fala do complexo de Édipo e provoca
com isso, risos intensos na platéia, é ridicularizado perante todos. Logo depois Breuer é questionado
sobre a teoria de Freud, o mestre reformula a pergunta e pergunta sua opinião própria a respeito da
sexualidade na infância e ele responde que não acredita e que nunca acreditou. É aplaudido por todos e
Freud fica sozinho com sua teoria.
Concluindo Freud descobre com a própria experiência e com seus pacientes, como dito antes, o
fenômeno de se apaixonar pela mãe e ter ciúmes do pai. A agressividade, o ódio e o desejo de que os
rivais morram, considerou um fenômeno universal do início da infância. Mostra como elaborou sua teoria
psicanalista, o envolvimento e a semelhança com os pacientes, o ajuda nos estudos. O filme mostra um
dos momentos mais decisivos na carreira dele, enfrentando a ignorância da medicina, da ciência
contrários aos estudos da mente. Corajosamente Freud deu um novo rumo ao estudo sobre a mente
humana e sua teoria também demonstrou a importância do inconsciente e descobrindo a psicanálise
contribuiu para a cura dessas doenças mentais. Mesmo enfrentando a descrença, a fofoca sobre seus
métodos utilizados com os pacientes, mesmo sendo ridicularizado teve coragem e inteligência de seguir
com sua convicção. Talvez o próprio fato da incredibilidade dos demais o tenha impulsionado a buscar as
provas, fez para o futuro, sabia que da importância de seus estudos.
Freud era determinado, corajoso embora algumas vezes tenha demonstrado medo, como quando não
conseguia respostas as suas dúvidas. Por causa dessa coragem e determinação é que hoje estudamos
Freud, caso contrário ele não seria o pai da psicanálise. Em uma última observação a respeito do filme,
foi o apoio incondicional da família esta certamente tem grande contribuição no fato de Freud representar
o que representa para a medicina e futuramente da esposa em sua trajetória o que certamente teve
grande contribuição também para a conclusão de seus estudos.
*Freud, além da alma (Freud), dirigido por John Huston em 1962, é exibido pela disciplina de Psicologia
Médica I, da Faculdade de Ciências Médicas de Santos anualmente. O filme cobre o período da vida do
“pai da psicanálise” desde que ele se graduou no curso de Medicina na Universidade de Viena até a
formulação da sexualidade infantil.
O roteiro original do filme foi elaborado por ninguém menos que o filósofo existencialista, Jean-Paul Sartre.
Coube a Charles Kaufman e Wolfgang Reinhardt adicionar um certo sabor hollywoodiano ao roteiro. O
galã Montgomery Clift, o rei das sessões da tarde dos cinemas da década de 50, foi escolhido para ocupar
o papel de Sigmund Freud. Um ator extraordinário que teve sua vida encurtada (faleceu aos 45 anos)
devido à dependência de álcool e de drogas, que soube personificar um cientista cujo maior objetivo na
vida era a busca da verdade.
Desde a sua infância Freud pensava que “o progresso é como andar, consegue-se perdendo e ganhando
equilíbrio. É uma série de erros… De erro em erro acaba-se descobrindo a verdade”, como é lembrado por
sua esposa Martha (Susan Kohner) quando ele tencionava mudar de cidade em função da resistência às
suas teoria no meio científico vienense.
Uma das grandes virtudes do filme foi a de inter-relacionar a vida pessoal de Freud com as suas
descobertas. O conceito de complexo de Édipo foi extraído da obra “Édipo rei”, de Sófocles, que ele Freud
conhecia desde a sua infância. Sim, isso é verdadeiro. Porém, não fosse o amor que ele nutriu pela mãe,
e o desejo de matar o seu pai para poder usufruir com exclusividade do carinho materno, baseou-se
fundamentalmente na sua própria infância.
A viagem de Freud a Paris, onde foi estudar durante algumas semanas na Salpetrière, sob o comando de
Jean-Martin Charcot (Fernand Ledoux), que era o maior estudioso da histeria à época, foi determinante
para a descoberta da psicanálise. Charcot demonstrou que a histeria não era fruto de bruxaria, mas sim
que era de origem psíquica. Ao regressar a Viena, Freud uniu-se ao clínico geral Breuer, também um
apreciador da hipnose e compartilharam pacientes e teorias. Quando Breuer (Larry Parks) pede a ajuda de
Freud no tratamento da paciente Cecily (Susannah York), uma histérica que melhorava temporariamente
quando era hipnotizada, mal sabia o clínico vienense que ele estaria auxiliando o seu colega a descobrir
um dos conceitos mais importantes da psicanálise, a associação livre de idéias.
Freud se apercebeu que para se alcançar o inconsciente não era mais obrigatório que o paciente fosse
hipnotizado. Mais tarde, Freud elaborou a teoria das neuroses, cuja origem está na sexualidade infantil.
Breuer discorda dessa concepção teórica e deixa os estudos sobre a histeria de lado. Como o pai da
psicanálise dizia: “chega uma hora que se deve renunciar a todos os pais e ficar de pé sozinho”. O fato de
não ter medo de romper com o passado, não ter medo de opiniões divergentes da sua, bem como seu alto
grau de obstinação, foram fundamentais para que Freud iluminasse o inconsciente e o seu funcionamento.
*O filme conta o processo das descobertas de Freud, iniciada por volta de 1895. Freud se encatava com
os casos de histeria que no hospital em que trabalha era considerado algo ineficaz de se trabalhar. Devido
a isso, Freud decide procurar Charcot, que naquela época se aprofundava nos conhecimentos da histeria.
Para Charcot, a consciência e o pensamento, não era a mesma coisa, como era defendido pela ciência da
época. Fredud parte para conhecer Charcot, e em uma palestra, ele demonstrou que a histeria podia ser
contida, quando utilizava da hipnose. A hipnose seria um estado de simulação, onde não se conectaria
com
a
realidade.
Freud acreditava que havia pensamentos no estado inconsciente, recebendo assim muitas criticas sobre
sua nova pesquisa. Porém, Dr. Breuer reconheceu seus estudos e o elogiou, pois estava estudando os
mesmos fatores, e tinha feito algumas descobertas. Breuer levou Freud para conhecer o caso de Cecily e
suas histerias. Para Charcot o trauma divide o consciente, mas para Breuer o trauma faz com que as
lembranças
seja
retiradas
do
inconsciente.
Freud se encanta com os progressos de Breuer e começa seus estudos, sendo alvo de muitas criticas,
até que por fim é expulso do hospital onde trabalha. Breuer começa a financiar as pesquisas de Freud,
para
fim
de
um
estudo
com
o
nome
dos
dois.
Freud através de seus pacientes começa a obter a ideia de repressão, e busca nas análises reconhecer o
trauma que trouxe os sintomas presentes. Em uma terapia ele se depara com um paciente que em estado
hipnotico, sente desejos pela propria mãe. Ele se espanta com o fato e decide até parar de pesquisar.
Começava
ali,
um
conhecimento
da
sexualidade
infantil.
Porém Freud se aprofunda mais com o caso de Cecily, devido ao fato de que Breuer o deixou sobre sua
responsabilidade, por motivos de viagem. Através desse caso, Freud descobre que...
*Já no inicio, percebemos que o Freud não é compreendido pelo seu mestre, pois leva ao hospital uma
paciente com histeria, segundo o professor este problema esta ligada a mentira e que ela deveria está
num teatro popular, pois apenas queria atenção e fugir de responsabilidades. Por fim, o professor sai
afirmando
que
não
há
terapia
para
isso.
E
o
leito
precisava
ser
liberado.
Para alguns médicos o sintoma da histeria poderia ser resolvido através dos comandos orais realizados ao
longo do tratamento com hipnoses, pois a histeria era um problema de origem orgânica.
Jeanne foi hipnotizada pelo professor Charcot, pois seus sintomas de paralisia passaram para outro
paciente, que sofria de tremores, os sintomas ao longo da hipnose foram trocados. Servais sofreu com a
paralisia e a Jeanne com os tremores destes pacientes, mas no fim da sessão de hipnose, cada um
retornou seus aspectos do principio. Apesar de todo os procedimentos este médico não consegue os
curar.
Em Viena, Freud em uns dos seus discursos fala que a histeria antes era vista como uma bruxaria ou obra
de demônio, ou seja, é nesta hora que ele fala que ainda não se saber nada deste tipo de doença, e
continua no inconsciente de seus pacientes. O inconsciente estava mais voltado aos aspectos filosóficos.
Se refere ao Charcot que permite que nos alcançassem. Segundo Freud os pensamentos inconscientes
são o produto de uma mente perturbada ou estão envolvidas por algum trauma. Mas novamente não é
entendido pelas classes dos médicos, pois segundo eles o hipnotismo não é um método científico, pois
eles
se
restringiam
ao
estudo
e
aos
experimentos
fisiológicos.
Neste episódio que ele conhece o Breuner que relata que já teve experiência com arte negra (hipnose),
mas ainda não se sentia preparado para relatar aos colegas médicos. Então, fala de sua paciente sofre de
insônia depois da morte de seu pai e que estava tratado-a através da hipnose e que ele notou que
depois...
*FREUD Além da Alma: ele ousou trazer a luz a mente humana e sacudiu os pilares de toda uma
sociedade. Direção de John Huston. Elenco: Montgomery Clift, Susannah York, Larry Parks. Estados
Unidos, 1962. Filme (135 min). BERGAMINI, Cecilía Nhitaker; Psicologia Aplicada à Administração de
Empresas. São Paulo: Ed. Atlas, 2010. O Filme Freud Além da Alma retrata o período, onde Freud
Sigmund o pai da psicanálise começa seus estudos sobre a mente humana, analisando o fenômeno
chamado histeria (atualmente doença chamada esquizofrenia), e finaliza-se com a descoberta sobre a
teoria do Complexo de Édipo. Freud tinha formação acadêmica em Medicina na Universidade de Viena.
Sua grande curiosidade sobre a histeria, proporcionou grandes descobertas na área da psicanálise. No
hospital onde Freud trabalhava, a histeria não era considerada uma doença por grande parte dos médicos,
mas sim fingimento para fugir de responsabilidades. Após advertência sofrida no hospital onde atuava,
pelo internamento de um paciente com histeria, Freud resolveu ir para Paris estudar com Charcot. Charcot
era um neurologista francês, que através da hipnose avaliava a mente humana e os fenômenos da
histeria, foi nessa época que ocorreu a descoberta do inconsciente. Segundo Charcot, a mente humana se
dividia em duas partes, a parte do consciente e a do inconsciente. Freud participou das aulas de Charcot,
que durante as seções de hipnose atingia o inconsciente dos pacientes, demonstrando que podia tanto
livrá-los dos sintomas da doença como criar outros sintomas durante a seção, mas quando Charcot os
acordava solicitava que não lembrassem do que havia ocorrido durante o transe e tudo voltava a ser como
antes. Quando retornou à Viena, Freud casou-se com Marta. Foi em uma de ...
*O filme Freud além da alma , retrata os momentos difíceis que Freud viveu no início de sua carreira de
médico. Sigmund Freud começa o filme internando uma pessoa com histeria,(doença emocional psíquica)
sem a concordância dos outros médicos. Brauer convida Freud para trabalhar ao seu lado e Freud
começa
a
trabalhar
com
os
histéricos.
Freud se assusta com um jovem que diz em hipnose que matara o pai porque amava a própria mãe. Freud
cria uma teoria sobre neurose, diz que esta teoria tem haver com todos os casos já tratados e que não era
só o dele, esta teoria se baseia que todos os traumas são ligados a sexualidade, Freud pede para que
Brauer o leve a uma paciente que segundo Brauer não tinha nenhum problema causado pela sexualidade,
Brauer vê que Freud tinha razão e passa a acreditar na “Teoria da sexualidade” como causa da histeria.
O pai de Freud falece, e Freud não consegue entrar no cemitério, desmaia e tem um sonho amedrontador.
Freud começa a tratar a jovem que Brauer descartara. Freud segura uma pulseira da mãe em formato de
cobra que o faz sonhar e volta a pensar em quando ele era criança e o que acontecerá para ele ter aquele
colapso na frente do cemitério, se lembra dos sonhos e vê a figura da mãe, que o deixou sozinho em uma
noite para ir dormir com seu pai, ele ficou frustrado e queria a mãe ali, do lado dele e não com seu pai,
teve ciúmes da mãe e se sentiu culpado por achar que desonrou seu pai. Nota-se que existe uma
competição
entre
mãe
e
filha
pela
atenção
e
cuidados
do
pai.
Conversando com Brauer, que acha muito difícil por na cabeça dos outros médicos a idéia de que a teoria
seria invertida, do sexualismo adulto se tornar o sexualismo infantil, e Brauer pede para Freud retirar este
capitulo do livro, Freud não se entrega e diz que vai seguir sozinho de agora em diante e que vai expor a
teoria
da
sexualidade
na
infância
ao
conselho
de
médicos.

*O filme Freud além da alma , retrata os momentos difíceis que Freud viveu no início de sua carreira de
médico. É mostrado as descobertas de Freud com as próprias experiências pessoais do psicanalista e a
teoria
que
desenvolveu
sobre
o
Complexo
de
Édipo.
Sigmund Freud começa o filme internando uma pessoa com histeria,(doença emocional psíquica) sem a
concordância dos outros médicos. A histeria é uma psiconeurose cujos conflitos emocionais inconscientes
surgem na forma dissociação mental ou como sintomas físicos. Na verdade, os sintomas histéricos podem
se manifestar em homens e mulheres. Charcot, neurologista francês, que emprega a hipnose para estudar
a histeria, demonstrou que idéias mórbidas podiam produzir manifestações físicas. Freud, em colaboração
com Breuer, começou a pesquisar os mecanismos psíquicos da histeria e postulou em sua teoria que essa
neurose era causada por lembranças reprimidas, Freud ganhou uma bolsa para estudar com Charcot em
Paris. Logo na primeira oportunidade Freud vê Charcot fazer um teste com dois histéricos, onde através
da hipnose ele faz com que os histéricos eliminem seus problemas causados por traumas e depois faz
eles terem outros problemas de histeria, apenas dando ordens enquanto os mesmos estavam
hipnotizados. Assim chegamos a conclusão que a hipnose, tanto cura como cria sintomas.
Freud diz em palestra que a mente pode ser controlada pelo inconsciente e assim recebe o apoio do
doutor Brauer que relata o caso de uma jovem que foi curada completamente através do transe hipnótico.
Freud e Brauer conversam com a jovem hipnotizada, que conta relatos ao tempo que teve o trauma, em
que seu cãozinho bebia água no copo.Depois de exteriorizar a sua irritação reprimida de nojo através de
hipnose, pediu água, ela volta ao normal bebendo água, e podia ter um cão ao seu lado, o qual também
tinha
trauma
por
achá-lo
temível.
*O contato com Charcot o levou a se interessar, porém, pelas manifestações da mente, de afeto,
emoção e sentimentos. Essa passa a ser sua principal preocupação como pesquisador. Até ter
encontrado Charcot, Freud procurava na pesquisa de laboratório, nas lâminas com tecido nervoso,
alguma resposta para tais questões básicas. Os métodos de pesquisa do neurologista francês, muito
menos ortodoxos, iriam revolucionar seu pensamento.
Charcot trabalhava na Salpêtrière, um hospital de Paris especializado no tratamento de pessoas com
distúrbios mentais e neurológicos. Pesquisava o tratamento de pacientes histéricos, que não eram
levados muito em conta pela medicina da época. Os histéricos eram, na maioria, mulheres. Estas
apresentavam sintomas diversos, como paralisias (que as impediam de mover braços ou pernas ou até
um lado inteiro do corpo), afasias (a impossibilidade da fala), cegueira de um olho ou dos dois.
Algumas, ainda, tinham problemas com o tato. Às vezes, sofriam também de ataques convulsivos e
desmaios. Enfim, um quadro de sintomas que os neurologistas buscavam explicar com base em alguma
causa orgânica, sem sucesso. Faziam exames neurológicos e não encontravam nada, nenhum indício de
deficiência cerebral.
Charcot passou a hipnotizar essas pacientes e conseguiu, em muitos casos, por meio da sugestão
hipnótica, fazer com que tais sintomas desaparecessem. Se a intervenção baseada na sugestão do
médico dava resultados e os sintomas deixavam de existir, então a origem deles não era realmente
orgânica, mas psicológica, considerou Freud. Foi essa hipótese que provocou uma revolução em seu
pensamento. Para explicá-la sem recorrer à existência de uma alma sobrenatural ou a causas
orgânicas, Freud desenvolveu outras hipóteses, que iria amadurecer e comprovar no trabalho clínico
com Josef Breuer (1842-1925), um médico vienense mais velho, com quem trabalharia nos dez anos
seguintes.
Usando o método da hipnose com as pacientes histéricas da clínica de Breuer, Freud chegou à
conclusão de que os sintomas por elas apresentados tinham origem em problemas relativos à
sexualidade. Ou melhor: eram resultantes da censura ou repressão de desejos e fantasias
experimentados durante a primeira infância. Não tinham noção de tal censura nem dos fatos que
escondiam e, por isso, não tratavam do assunto quando estavam em estado normal, de vigília. O relato
de tais vivências só aparecia durante a hipnose.
Uma paciente de Breuer, conhecida na literatura psicanalítica como Anna O., contribuiu particularmente
para o amadurecimento das hipóteses de Freud e o desenvolvimento do que viria a ser seu método
psicanalítico. Submetida ao tratamento hipnótico (ou método catártico, como também era chamado),
Anna O. passou a mencionar fatos de sua infância, particularmente fantasias sexuais com o pai, sobre
os quais não conseguia falar em estado de consciência, permitindo a Freud perceber aí a existência da
censura, que ele viria a explicar como mecanismo de repressão.
A história de Anna O. é fundamental para a origem da psicanálise. Essa jovem judia, que vinha de uma
família abastada de Viena e contava 21 anos na época de sua doença, teve seu caso exposto por Breuer
em 1895, nos Estudos Sobre a Histeria, escritos em parceria com Freud. Nesse livro, os autores
propuseram um novo conceito de histeria, segundo o qual a paciente histérica sofre de reminiscências.
Daí surge um método novo de tratamento, baseado na catarse.
Durante as sessões de hipnose, acontecia de Anna O. usar o inglês em vez do alemão. Muito
inteligente, ela utilizou as expressões talking cure ("cura pela fala") e chimney sweeping ("limpeza de
chaminé") para definir seu tratamento com Breuer, que se estendeu de julho de 1880 a junho de 1882.
"Limpeza de chaminé" designaria a rememoração que o método hipnótico permitiu e que limpou sua
mente de lembranças perturbadoras, como se limpasse uma chaminé das camadas de fuligem
acumuladas. Breuer chamou o processo de catarse e apresentou o caso Anna O. como protótipo de
tratamento catártico. Catarse, portanto, é o nome que se dá ao processo em que a pessoa, em estado
hipnótico, fala tudo que lhe vem à mente, o que lhe traz grande alívio emocional.
Os sintomas de Anna O. apareceram durante o processo de doença e morte de seu pai, conforme
constatou Breuer no processo de catarse. Durante a fase inicial da doença paterna, Anna começou a ter
alucinações e acessos de tosse e, quando ele piorou, a moça passou a apresentar paralisia e distúrbios
da visão e da linguagem. Não conseguia mais se expressar em alemão e misturava diversas línguas, até
se fixar no inglês. Sua personalidade dividiu-se, e Anna teve de ser internada num sanatório no final do
processo de tratamento, quando os sintomas se agravaram. O desaparecimento progressivo dos
sintomas e a cura foram obtidos por meio da rememoração de suas lembranças traumáticas, conforme
escrevem Breuer e Freud nos Estudos Sobre a Histeria.
A história de Anna O. está na origem da noção (partilhada por muita gente até hoje) de que a
psicanálise é um processo em que a pessoa tem a possibilidade de se lembrar e, ao se lembrar, se
curar. Esse modelo não corresponde, porém, aos fatos. Mas tem sua importância no que concerne à
origem pré-psicanalítica do processo de investigação da mente. O método catártico, com a função
curativa que se supunha que possuísse naquela época, não pode ser confundido com o atual método
psicanalítico. Sua utilização, contudo, foi decisiva na experiência de Freud para elaboração de sua teoria
da mente. Graças ao trabalho clínico com pacientes histéricos, Freud consegue construir um modelo
para explicar o funcionamento da mente humana, baseado na compreensão de que os fenômenos
psíquicos, tanto os que são patológicos quanto os que movem uma pessoa normal, teriam a mesma
origem: seriam processos típicos da instância que ele chamou de inconsciente.
A teoria da mente elaborada por Freud foi a primeira explicação científica a ter contrariado o padrão
dominante na medicina neurológica da época, que estabelecia um nexo mecânico entre as lesões do
sistema nervoso central e o comportamento psíquico. O próprio Freud chamava atenção para esse
aspecto, ao dizer que uma das conseqüências de seus estudos com Charcot foi ter ouvido do
neurologista francês que a investigação das relações entre as doenças orgânicas e a anatomia do
sistema nervoso estava esgotada. Seria preciso investigar, então, as causas das neuroses: obsessões,
fixações, fobias etc., que os estudos feitos até ali não conseguiam explicar.
*A histeria é uma neurose de conversão caracterizada por sintomas físicos (dormência/paralisia de um
membro, perda da voz ou cegueira), quando a pessoa desfruta de plena saúde física.
O neurologista francês, Jean Martin Charcot, interessado no tratamento da histeria, a qual considerava
como uma verdadeira moléstia que atingia a homens e mulheres, tentou livrar seus pacientes de
pensamentos indesejáveis, através de sugestão hipnótica.
Joseph Breuer, médico vienense, também adotava o procedimento da hipnose, não apenas para
suprimir sintomas, mas também para descobrir as causas profundas do sofrimento de seus pacientes.
Ele percebeu, durante o tratamento da jovem "Anna O." (1880-82), que os resultados tinham um
alcance muito maior, ao lhe permitir contar seus pensamentos e sentimentos. Ele chamou de "autohipnose" os estados alterados de consciência de Anna, a qual denominou de "cura pela fala" o processo
que levava ao desaparecimento de seus sintomas, toda vez que ela conseguia se lembrar dos
acontecimentos que os originara.
Durante seus estudos com Charcot (1885), Freud praticou e observou o emprego da hipnose. Em
seguida, tornou-se colaborador de Joseph Breuer. Enquanto progressivamente delineava sua teoria
sobre a mente, Freud considerava a hipnose mais satisfatória do que a eletroterapia que havia
experimentado até 1890.
Através da hipnose, os pensamentos e as lembranças ligadas aos sintomas chegavam eventualmente à
consciência. A 'catarse' (purificação, em grego) ocorria através de uma descarga normal de afeto;
apesar desse fato, os sintomas tendiam a ser recorrentes.
Primórdios da Psicanálise
Breuer e Freud publicaram suas descobertas e teorias em Estudos sobre a Histeria (1895).
Consideravam que os sintomas histéricos ocorriam quando um processo mental caracterizado por
intensa carga de afeto ficava bloqueado, impossibilitado de expressão, através da via normal da
consciência e dos movimentos. Esse afeto 'estrangulado' percorria vias inadequadas e derramava-se
sobre a inervação somática(conversão).
Os autores afirmavam que esses sintomas, substitutos de processos mentais normais, tinham sentido e
significado, sendo causados por desejos insconscientes e lembranças soterradas. Dado que essas idéias
patogênicas, descritas como traumas psíquicos, eram oriundas de um passado remoto, as histéricas
sofriam de 'reminiscências' que não tinham sido elaboradas.
A pedra angular dessa teoria era a hipótese da existência de processos mentais inconscientes, que
seguem leis que não se aplicam ao pensamento consciente. Posteriormente, um entendimento mais
aprofundado desses processos viria a esclarecer produções psicológicas previamente incompreensíveis,
como é o caso dos sonhos.
A Regra Fundamental
Considerando a hipnose inadequada, Freud aprimorou os métodos de Breuer, baseado numa crescente
compreensão clínica das neuroses. Ele percebeu que o êxito do tratamento dependia da relação
paciente x médico, cabendo a este tornar consciente o inconsciente.
Desenvolveu-se uma relação inteiramente nova entre paciente e médico, a partir de uma mudança na
técnica, e os surpreendentes resultados, assim obtidos, estenderam-se a muitas outras formas de
neurose. Em 1896, Freud denominou esse procedimento de Psicanálise - a arte da interpretação.
Freud considerava que pensamentos perturbadores e anseios conflitantes eram mantidos inconscientes
(repressão), mas mesmo assim causavam fortes sentimentos de culpa e intensa ansiedade, interferindo
na atividade mental consciente, consumindo energia psíquica vital em busca de liberação. Por serem
incompatíveis com os padrões normais do indivíduo, este se sentiria compelido a defender-se contra
essas idéias intrusivas e a liberação desses impulsos, a fim de manter seu equilíbrio interno
(mecanismos de defesa).
Como Freud acreditava na sobredeterminação dos eventos psíquicos, supondo que todas as lembranças
estavam organizadas numa rede associativa, de forma que uma recordação levaria à outra, e
considerando possível recuperar e compreender lembranças cruciais estando consciente, Freud insistia
para seu paciente lhe dizer tudo que lhe ocorresse à mente (associação livre), a despeito de quão
irrelevante ou potencialmente embaraçosa a idéia pudesse lhe parecer.
Ao entregar-se à sua própria atividade mental insconsciente (atenção flutuante), Freud acompanhava o
fluxo inconsciente das produções mentais do paciente, a fim de estabelecer conexões entre o fio
associativo das comunicações alusivas e as lembranças esquecidas.
Ocasionalmente, o paciente poderia omitir o material considerado absurdo, irrelevante e vivenciado
como desagradável e precisamente essa lacuna na comunicação revelaria que a associação era evitada
(resistência) devido ao seu potencial evocativo para trazer lembranças submersas à superfície da
consciência, tornando emergente o significado oculto, previamente inacessível.
Freud notou que, na maioria dos seus pacientes, o material mais frequentemente reprimido estava
relacionado à idéias perturbadoras referentes à sexualidade. Em 1897, percebeu que, ao invés de
serem lembranças de acontecimentos reais, esses eventos eram resíduos de impulsos e desejos infantis
(fantasias). E concluiu, portanto, que a ansiedade era consequência da libido reprimida, a qual
encontrava expressão em vários sintomas.
Em contato com vivências internas, num estado de regressão, o analisando passava a se relacionar com
o analista, como se este fosse uma figura do seu passado (transferência), frequentemente revivendo
com grande intensidade emocional 'eventos' esquecidos de longa data.
Freud, então, comunicaria a ligação entre as fantasias e sentimentos do analisando pelo analista e a
origem desses pensamentos e emoções nas experiências da infância do paciente (interpretação).
Essa intensa vivência dos conflitos originais era um processo doloroso para o paciente, mas a
elaboração desse sofrimento emocional (insight) tornava o tratamento eficaz, devido a um novo
equilíbrio e distribuição de energia psíquica, promovendo uma reorganização das estruturas
psicológicas, com configurações mentais mais saudáveis

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  • 1. *O filme "Freud Além da Alma", retrata os momentos difíceis que Freud viveu no início de sua carreira frustrada de médico. É mostrado ao público, interessado na obra do grande mestre, as descobertas de Freud com as próprias experiências pessoais do psicanalista e a teoria que desenvolveu sobre o Complexo de Édipo, fundamentando-se na relação com seu pai morto. *Os impasses e as dificuldades a que foram submetidas às primeiras elaborações de Freud na tentativa de compreensão da histeria serviram como força propulsora na construção da teoria psicanalítica. O famoso filme Freud Além da Alma busca retratar essas questões quando nos apresenta as primeiras especulações de Freud em seu desejo de compreender o funcionamento do psiquismo humano. No início de seus estudos, sob a influência de Charcot e Breuer, Feud formula a teoria do trauma, através da qual postulava a origem dos fenômenos histéricos em um episódio de sedução que teria ocorrido na infância e que viria a adquirir valor traumático na vida adulta mediante a vivência de situações que recordariam as lembranças, ocultas pela repressão. As lembranças dolorosas se comportavam como um corpo estranho, alheio à consciência, desencadeado os sintomas histéricos. O método catártico desenvolvido por Breuer com o auxilio da hipnose visava à recordação e a elaboração dos acontecimentos traumáticos, produzindo a descarga emocional necessária para a cura dos sintomas. Durante algum tempo a hipnose foi a principal forma de tratamento utilizada por Freud. No entanto, alguns pacientes não se deixavam hipnotizar. Como era o caso da senhorita Ana O., encarnada em alguns momentos pela personagem Cecily no filme. Não conseguindo hipnotizar Cecily na primeira sessão, Freud é levado a descobrir o método de associação livre, em que a paciente narra tudo o que vem à cabeça, sem censura. Durante a sessão Cecily confessa ter sido molestada pelo pai e para silenciar com relação a esse fato ganha uma boneca de presente. Porém, Freud passa a desconfiar do relato da paciente quando percebe que esta ainda a guarda com muito carinho, o que, na verdade, deveria ter sido rejeitada por fazer referência ao ato traumático. Algum tempo depois, Cecily nega ter sido assediada pelo pai e ameaça suicidar-se, afirmando ter construído esta história apenas para agradar seu médico. Freud então começa a se dar conta que
  • 2. alguns relatos dos pacientes se baseavam naquilo que eles acreditavam que o médico queria ouvir, além de passar a especular que talvez os pacientes não estivessem se recordando de uma lembrança, mas de uma fantasia. Ademais, em sua experiência de auto-análise Freud confirma a construção da fantasia quando compreende que o assédio sofrido por sua irmã pelo seu pai nunca aconteceu (já que esta nem mesmo havia nascido naquela época), sendo uma forma de tentar punir o pai por ter-lhe tirado a mãe. A partir disso, inaugura-se a importância da sexualidade infantil e do complexo de Édipo na estruturação do psiquismo humano. Para Freud a sexualidade existe desde os primeiros anos de vida, significando a busca de prazer ou satisfação que, em geral, é proporcionada pela mãe ao ser a principal provedora de cuidados do bebê. Assim, o menino desenvolve uma relação afetuosa pela mãe e um sentimento de ódio pelo pai, por intervir na relação rompendo o laço amoroso. Trazendo à luz tais questões Freud sai do impasse gerado pela teoria do trauma, uma vez que esta ao desconsiderar a sexualidade infantil não compreende como os acontecimentos vividos na infância poderiam se configurar como traumáticos *Psicanálise É UM CAMPO CLÍNICO E DE INVESTIGAÇÃO TEÓRICA DESENVOLVIDO POR SIGMOND FREUD, UM MÉDICO INTERESSADO EM ACHAR UM TRATAMENTO EFETIVO PARA OS PACIENTES COM SINTOMAS NEURÓTICOS OU HISTÉRICOS. O Filme “Freud além da alma” retrata os estudos psíquicos do pai da psicanálise, Sigmund Freud, médico neurologista, da cidade de Viena em 1886. O longa-metragem dirigido por John Huston demonstra as várias fases da vida de Freud, e suas observações, estudos e tratamentos de pacientes com histeria e neuroses, através de vários métodos de análises, tal como a catarse hipnótica, estudada por vários colegas como Charcot, Breuer, vindo a originar a associação livre, com Freud. Após, algumas tentativas de hipnose mal sucedidas por motivo de alguns pacientes não se deixarem hipnotizar. O filme inicia com Freud encontrando oposição em tratar de uma paciente com neurose de histeria, em um hospital, sob direção de Meynert, que não acreditava nos sintomas de histeria e imagina que os mesmos se tratavam de mentira, para fugir das responsabilidades e da realidade Com isso, Freud se afasta de Meynert e procura observar a doutrina de Charcot, em relação à histeria sob o método da hipnose. O que lhe deixou enlevado e constrangido, quando de volta de Paris, em Viena ao relatar as informações para a sociedade médica, sobre histeria, os pensamentos inconscientes, e os traumas de infâncias, Freud foi ironizado pela classe médica. Assim, associa-se a Breuer, nas suas pesquisas, sobre as
  • 3. origens dos fenômenos histéricos, chegando aos traumas, as neuroses e interpretação dos sonhos. Em um de seus diálogos com Breuer, Freud percebe que na teoria de Charcot que a mente não se dividia. Simplesmente ocultava o trauma da consciência, deixava as lembranças inconscientes e as emoções são descarregadas fisicamente. Freud formulou a Teoria das neuroses, baseado em todos os casos já tratados e nas auto-análises, concluindo que todos os traumas estão ligados à sexualidade. O que vem a descobrir após, um sonho o seu complexo de Édipo e tentar desvendar o que estava encoberto em relação a seu pai, percebendo assim, que as neuroses podem surgir desde a infância. Freud continua tratando da paciente Anna O., que fora antes de Breuer. Abolindo o método hipnótico por opção da própria paciente, Freud a leva a muitas lembranças através da livre associação, em estado plenamente consciente. A paciente Anna O., fala de seus sonhos e fatos da sua vida, e Freud desvendando, certificase que pode chegar ao inconsciente mesmo com o paciente em estado consciente. Assim, durante a sessão de Anna O., confessa ter sido molestada pelo pai e para silenciar com relação a esse fato ganha uma boneca de presente. Porém, Freud passa a desconfiar do relato da paciente quando percebe que esta ainda a guarda com muito carinho, o que, na verdade, deveria ter sido rejeitada por fazer referência ao ato traumático. Percebe-se que a paciente cria uma relação de transferência entre seu terapeuta Dr. Breuer, e por tal motivo não se deixa hipnotizar, e a posição recalcadora com seu sistema objetal (boneca) que deveria ser de angustia é de prazer. Então, após estudos do caso Cecily, volta a pensar em sua infância para tentar fazer uma ligação ao que causou o surto em frente ao cemitério, na época do enterro de seu pai. Com isso, tem um sonho onde vê a figura da sua mãe que o deixou sozinho para ir dormir com seu pai. Sentiu ciúmes porque queria a mãe ali e não com o pai, assim veio a culpa por achar que desonrou seu pai. Após alguns diagnóstico de estudos Freud pensa em desistir, mas sua esposa o incentiva relendo uma de suas agendas, que dizia: "O progresso é como andar, consegue-se perdendo e ganhando equilíbrio. É uma série de erros... De erro em erro acaba-se descobrindo a verdade". Freud lembra que havia escrito uma vez: "...o falso é às vezes a verdade de cabeça para baixo". Descobre que no universo da fantasia pode estar a realidade. Quando a sua paciente Anna dizia que o pai havia molestado, na verdade ela é que queria possuir seu próprio pai. Uma fantasia transportada para a fase adulta, que não sendo trabalhada, tornou-se um recalque. Freud muda sua teoria, chegando a conclusão que a criança também tem seus instintos sexuais desde quando nasce, suprindo suas necessidades alimentares com o leite materno e satisfação de sua sexualidade em sugar o seio da "mãe". Sua mãe ou quem cumpre essa função, é seu primeiro objeto de desejo. Freud após estudos resolve publicar suas análises da sexualidade infantil e levar seus conhecimentos aos colegas do Conselho de Neurologia e Psiquiatria de Viena. O que foi rejeitado por Breuer que o tomando como filho, o proíbe. Freud resiste dizendo: "chega uma hora que se deve renunciar a todos os pais e ficar de pé sozinho". Em palestra no "Conselho de Neurologia e Psiquiatria de Viena", Freud começa frisando como na "Idade da Inocência" a criança não tem consciência sexual, porém começa
  • 4. falar sobre a fase oral. Os médicos começam a se retirar aos poucos, mas Freud continua a falar dos desejos da criança, da concorrência entre os pais, cita Édipo e que cada ser humano tem esse desafio, de se confrontar com o seu complexo e de superá-lo. Se conseguir superar se torna um ser humano completo, se não se tornará um neurótico. Quando um dos médicos do conselho levanta-se e pergunta ao Dr. Breuer se ele concorda com Dr Freud, Breuer defende o amigo, dizendo que Freud é um dos melhores, no meio médico para esses assuntos, mas que jamais poderia concordar com a teoria da "Sexualidade Infantil". Já no final do filme, Freud caminha lentamente, consegue ultrapassar o muro do cemitério, chegando até a lápide de seu pai. Assim, termina o filme com uma mensagem e uma pergunta que fora escrita no templo de Delfos, mais de 2000 anos atrás: "CONHEÇA A SI PRÓPRIO". "Contra o mais velho rival do homem o orgulho. É o início da sabedoria. É uma esperança de vitória. Este conhecimento está agora ao nosso alcance. Será que o usaremos? Espero que sim". A psicanálise revelou o inconsciente do homem e como ela o iluminou...Sigmund Freud revelou outra parte da nossa mente - O funcionamento em segredo - que pode até mesmo controlar nossas vidas. *O filme Freud Além da Alma, criado em 1962, com a direção do famoso cineasta John Huston e produzido nos EUA, foi impactante na época de sua criação sendo considerado, até nos dias atuais um clássico. O filme aborda um dos momentos cruciais da trajetória do médico Freud, e por isso, é estudado nos âmbitos de ensino acadêmico, tanto pelas ciências exatas como a medicina, quanto pelas ciências humanas, dentre elas a Psicologia e a Pedagogia. Sigmund Freud é considerado um dos grandes pensadores do século XX, por ter deflagrado um novo olhar nos estudos sobre o ser humano. Seus estudos desvelaram a importância do inconsciente na análise dos comportamentos e contribuíram significativamente para a cura de doenças mentais, por meio da psicanálise - ciência que inaugurou. Freud nasceu em 1856, falecendo em 1939. Em 1900, ele apresentou a primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento da personalidade. No filme, uma das cenas que mostra esse período é a que Freud assiste uma demonstração do tratamento dado aos doentes mentais do dr. Charcot, que realizava seus estudos sobre a histeria em Paris, por meio da hipnose. Dois pacientes que sofrem de histeria são hipnotizados pelo médico que sugere a eles que obedecendo a sua ordem deixem de apresentar os sintomas físicos que tinham no momento - em um dos pacientes a paralisia das pernas e em outro um tremor generalizado em todo corpo. A seguir, ainda sob os efeitos da hipnose, os mesmos pacientes, atendendo inconscientemente as ordens do médico, trocam suas enfermidades. Charcot explica aos médicos presentes, dentre eles Freud, que os sintomas das enfermidades só têm cura enquanto dura o efeito da hipnose. Nessa cena, é possível perceber a incredulidade dos médicos que a assistem, embora sejam discípulos de Charcot. Essa incredulidade é esperável, considerando a sociedade da época que era cartesiana, capitalista, voltada para a racionalidade. O afrontamento, além de social, era religioso, uma vez que a Igreja Católica não acolhia tais métodos e concepções. Sob esse ambiente conflituoso e de pouca liberdade brota os primeiros estudos do inconsciente por Freud, que apoiou-se nos experimentos de Charcot. O penoso estudo iniciado por Freud foi interrompido, uma vez que ele sente o peso dos preconceitos advindos da sociedade e de seu mestre, além disso, ele receia as descobertas advindas de sua subjetividade.
  • 5. A interrupção é brevemente desconsiderada pelo próprio Freud que atende a um pedido de seu mestre. Na cena desse momento, Freud é chamado às pressas pelo mestre, dono do hospital, em que trabalhava no início da carreira e que o ridicularizava pelas idéias que defendia em seus estudos sobre o inconsciente. Ele está a beira da morte e pede para lhe falar. Freud não entende, a princípio porque aquele médico o chama, já que tinha tantas críticas às suas crenças profissionais. O antigo chefe, então, revela para Freud que também sofre de histeria, mal que escondeu de todos a vida inteira por medo de ser condenado a um manicômio ou ser tachado de louco, como sempre fez com os próprios pacientes que para ele não tinham cura. Ele pede para que Freud dê continuidade aos seus estudos, já que nessa época ele havia deixado-os de lado por medo das conclusões que estava obtendo. Diz ainda que os histéricos formam uma grande legião que vive à sombra, sofrendo profundamente deste mal, graças ao preconceito que certamente teriam que enfrentar, caso se manifestassem. O velho médico a beira da morte diz para Freud, que além de... *O filme Freud além da alma , retrata os momentos difíceis que Freud viveu no início de sua carreira de médico. É mostrado as descobertas de Freud com as próprias experiências pessoais do psicanalista e a teoria que desenvolveu sobre o Complexo de Édipo. Sigmund Freud começa o filme internando uma pessoa com histeria,(doença emocional psíquica) sem a concordância dos outros médicos. A histeria é uma psiconeurose cujos conflitos emocionais inconscientes surgem na forma dissociação mental ou como sintomas físicos. Na verdade, os sintomas histéricos podem se manifestar em homens e mulheres. Charcot, neurologista francês, que emprega a hipnose para estudar a histeria, demonstrou que idéias mórbidas podiam produzir manifestações físicas. Freud, em colaboração com Breuer, começou a pesquisar os mecanismos psíquicos da histeria e postulou em sua teoria que essa neurose era causada por lembranças reprimidas, Freud ganhou uma bolsa para estudar com Charcot em Paris. Logo na primeira oportunidade Freud vê Charcot fazer um teste com dois histéricos, onde através da hipnose ele faz com que os histéricos eliminem seus problemas causados por traumas e depois faz eles terem outros problemas de histeria, apenas dando ordens enquanto os mesmos estavam hipnotizados. Assim chegamos a conclusão que a hipnose, tanto cura como cria sintomas. Freud diz em palestra que a mente pode ser controlada pelo inconsciente e assim recebe o apoio do doutor Brauer que relata o caso de uma jovem que foi curada completamente através do transe hipnótico. Freud e Brauer conversam com a jovem hipnotizada, que conta relatos ao tempo que teve o trauma, em que seu cãozinho bebia água no copo.Depois de exteriorizar a sua irritação reprimida de nojo através de hipnose, pediu água, ela volta ao normal bebendo água, e podia ter um cão ao seu lado, o qual também tinha trauma por achá-lo temível. Nesta parte do filme foi retratado o Método Catártico, no qual o paciente é induzido a hipnose, onde havia algo reprimido através da repressão da idéia por ser um evento traumático que inicialmente estava a nível consciente e vai para o inconsciente afetando a vida da pessoa através de um sintoma. Brauer convida Freud para trabalhar ao seu lado e Freud começa a trabalhar com os Freud se assusta com um jovem que diz em hipnose que matara o pai porque amava a própria mãe. Neste caso Freud pede ao jovem para que não se lembre de nada que tinha relatado durante a hipnose por esse caso mexer com ele por ele próprio não saber lidar com isso por ter o mesmo trauma - “O Complexo de Édipo”. Começa a ter sonhos estranhos, aqui começa a pensar no significado dos sonhos para mais tarde criar a Teoria dos Sonhos. Devido a seu trauma, Freud diz que vai largar a terapia com hipnose, deixar de lado os “Estudos da Histeria. Mayers, doente, pede para que Freud recomece com seu estudo da histeria, diz que viveu uma vida inteira com problemas psicológicos, Devido à conversa com Mayers, Freud volta a ativa e tenta procurar o jovem que amava a mãe e descobre que ele morreu em um hospício”. Freud cria uma teoria sobre neurose, diz que esta teoria tem haver com todos os casos já tratados e que não era só o dele, esta teoria se baseia que todos os traumas são ligados a sexualidade, Freud pede para que Brauer o leve a uma paciente que segundo Brauer não tinha nenhum problema causado pela sexualidade, Brauer vê que Freud tinha razão e passa a acreditar na “Teoria da sexualidade” como causa da histeria. A paciente que parecia estar curada volta a ter recaída, ela cria uma gravidez psicológica, Brauer chega da a ordem com ela em transe e sai rápido, Freud não entende e Brauer diz que ela está apaixonada por
  • 6. ele e que não vai continuar o tratamento, pois isso poder acabar com seu casamento, a mulher de Brauer já estava desconfiada. Nesta parte do filme podemos ver como acontece atransferência, que na teoria psicanalítica é a projeção de sentimentos, conteúdos, em relação a alguma pessoa, no caso o terapeuta, onde o paciente cria fantasias, neste caso específico, a jovem transfere para Brauer a relação que tinha com o pai. O pai de Freud falece, e Freud não consegue entrar no cemitério, desmaia e tem um sonho amedrontador. Decide voltar ao cemitério novamente não consegue entrar e volta conversando com Brauer, tenta achar a ligação, tenta desvendar o que foi encoberto de pecado que seu pai fizera. Freud começa a tratar a jovem que Brauer descartara. Assim ele mudou de técnica onde as palavras saiam quase que inconscientemente, era o método da Associação livre. Assim, as esperanças antes depositadas no método catártico da hipnose, Freud tentava buscar saber em que ponto da história daquela jovem o trauma ocorreu, e cada vez mais ele via um trauma na infância, novamente tem o problema da repreensão sexual ter sido na infância. Freud segura uma pulseira da mãe em formato de cobra que o faz sonhar e volta a pensar em quando ele era criança e o que acontecerá para ele ter aquele colapso na frente do cemitério, se lembra dos sonhos e vê a figura da mãe, que o deixou sozinho em uma noite para ir dormir com seu pai, ele ficou frustrado e queria a mãe ali, do lado dele e não com seu pai, teve ciúmes da mãe e se sentiu culpado por achar que desonrou seu pai. A cobra simbolizava a sexualidade. Ela lê o diário que era dos tempos de seu estudo Freud lembra que havia escrito uma vez: “o falso é às vezes a verdade de cabeça para baixo”, ele começa a repensar tudo que havia visto antes, que a pessoa podia mentir ou criar uma situação falsa e no inverso disto estar a realidade, quando a jovem dizia que seu pai a molestou, na verdade ela queria possuir seu próprio pai, seria uma fantasia que ela levou com ela para fase adulta sem saber administrar e que se tornou um trauma, então Freud começa a mudar sua teoria, pois em sua investigação na prática clinica sobre as neuroses, descobriu que a grande maioria de pensamentos e desejos reprimidos referiam-se de conflito de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida. As descobertas colocam a sexualidade no centro da vida psíquica e é desenvolvido o segundo conceito mais importante da teoria psicanalítica: a sexualidade infantil, que são: 1. A função sexual existe desde o princípio de vida, logo após o nascimento e não só a partir da puberdade como afirmavam as idéias dominantes. 2. O período da sexualidade é longo e complexo até chegar a sexualidade adulta, onde as funções de reprodução e de obtenção de prazer podem estar associadas, tanto no homem como na mulher. 3. A libido, nas palavras de Freud, é a “energia dos instintos sexuais e só deles”. Freud conversa com a mãe da jovem e ele diz que teve vontade de matar a filha, mas só quando ela estava dentro do seu ventre, pois ela era dançarina de cabaré e o seu esposo depois que a engravidou nunca mais a tocou e só saia com as prostitutas. Nota-se que existe uma competição entre mãe e filha pela atenção e cuidados do pai. Conversando com Brauer, que acha muito difícil por na cabeça dos outros médicos a idéia de que a teoria seria invertida, do sexualismo adulto se tornar o sexualismo infantil, e Brauer pede para Freud retirar este capitulo do livro, Freud não se entrega e diz que vai seguir sozinho de agora em diante e que vai expor a teoria da sexualidade na infância ao conselho de médicos. No conselho, Freud começa a expor, frisando como “A Idade da Inocência”, que a criança não tem consciência sexual. Neste momento todos os médicos começam a ironizar as suas palavras e alguns médicos se retiram do recinto. Freud continua a falar mesmo assim, diz que a criança tem um desejo, a mãe, e tem um concorrente, o pai, a criança passa a se ver de frente com um rival, o desejo da criança passa a ser corroído, se transformando em ódio e amor, cita Édipo, que matou o pai e casou-se com a mãe, foi punido (reprimido) e ficou vagando pela vida sem um lar. Sobre o Complexo de Édipo, Freud explica aos médicos que o amor de uma filha pelo pai é o máximo em erotismo infantil, que cada ser humano tem este desafio, de se confrontar com o seu complexo e de supera-lo, se conseguir superar se torna um ser humano completo, Nesta fala de Freud podemos perceber o conceito das fases do desenvolvimento sexual, que são as seguintes: Fase oral a zona de erotização é a boca e o prazer ainda está ligado à ingestão de alimentos e à excitação dos lábios e da cavidade bucal. Objetivo sexual consiste na incorporação do objeto.
  • 7. Fase anal a zona de erotização é o ânus e o modo de relação do objeto é de “ativo” e “passivo”.Este controle é uma nova fonte de prazer. Acontece entre 2 e 5 anos o complexo de Édipo, e é em torno dele que ocorre a estruturação da personalidade do indivíduo. Fase fálica – a zona de erotização é o órgão sexual. Apresenta um objeto sexual e alguma convergência dos impulsos sexuais sobre esse objeto. No caso do menino, a fase fálica se caracteriza por um interesse que ele tem pelo próprio pênis em contraposição à descoberta da ausência de pênis na menina. Na menina esta constatação determina o surgimento da “inveja do pênis” e o conseqüente ressentimento para com a mãe “porque esta não lhe deu um pênis, o que será compensado com o desejo de Ter um filho”. Fase Genital – Na adolescência é atingida a última fase quando o objeto de erotização não está mais no próprio corpo, mas em um objeto – o outro. Neste momento meninos e meninas estão conscientes de suas identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades. Um médico que faz parte do conselho pergunta a Brauer, que também faz parte de tal, se ele concordava com Freud e Brauer após ter defendido o amigo, dizendo que ele é um dos melhores no meio médico para estes assuntos, diz que jamais poderia concordar com tal teoria de Freud, a “Sexualidade Infantil” não existe. Freud caminha lentamente e consegue ultrapassar os muros do cemitério, onde caminha até a lapide de seu pai. O filme termina deixando uma pergunta que foi escrita no templo de Delfos, a mais de dois mil anos atrás, lá estava escrito:“Conheça a Si Próprio” *O médico Freud e seus camaradas durante o filme se vêem ameaçados pelo dragão, a morte, a ferida narcísica de sua alma, interna, que os abala e também a nós. Há cenas em que Freud “vê coisas” ou mesmo em que acorda no meio da noite com sintomas parecidos com os de seus “clientes” e o pedido do amigo médico, prestes a morrer que investigue o lado noturno do homem, seus monstros e caçar o âmago de nossa alma – parece demência. Ou a relação da falta na condição do desejo no médico; e de fato é. A busca de nosso recôndito e velado eu, que não devemos ocultar. A falta para conosco mesmo, impõe ao nosso desejo – sintomas perceptíveis. O médico à beira da morte revela que sofre de paralisia, histeria e que teatralizava. O seu desejo histérico. Que Freud vá ao inferno, compactue e traia, mas que saiba da verdade. Nem sempre o paciente pretende dizer o que o incomoda, a hipnose vale para possibilitar. A vida é traumática e pelas nossas vivências pagamos um preço, o inconsciente dissimula, esconde ou acusa. Como não se trata de arte em “Freud Além da Alma”, mas, exposição de uma situação médica contraditória aos padrões da época, Freud mostra com sua antecipação, a enormidade de casos médicos sem nenhuma relação com o orgânico, mas puramente mentais e de desejo - inconscientes. *O filme “Freud Além da Alma” mostra a trajetória de Freud, uma fase bastante significante em sua carreira. Investigando a histeria Freud acaba descobrindo a psicanálise. Na intenção de se aprofundar nos estudos sobre a histeria Freud diz à família que vai a Berlin ou paris onde o Dr Charcot, desafia a ciência com os fenômenos mentais. Despede-se da família que o apóia e da noiva e parte para Paris onde assiste a hipnose do Dr Charcot, um estudioso criticado por suas teorias sobre a histeria e o uso da hipnose. Freud fica impressionado com o que vê. O paciente quando hipnotizado está inconsciente e a ansiedade excessiva impede que vá do inconsciente para o consciente a causa do problema, Freud observa essa dificuldade e compara a uma porta fechada ou parede que impede a passagem. Os desejos impróprios que não são realizados, reprimidos por serem condenados somado ao medo pela punição ficam no inconsciente bloqueados a irem para o consciente. Causando a doença física, embora fictícia na mente do paciente doente, a doença na verdade não existe, foi o que demonstrou Charcot e Freud no filme. O paciente quando em estado de transe (hipnotizado) o problema físico não existia foi sugerido pelo paciente. Em uma das cenas o Dr Charcot para demonstrar que a doença é sugerida e não é física, hipnotiza dois pacientes que sofrem de histeria num primeiro momento os pacientes apresentam os problemas habituais da doença e logo depois de hipnotizados e sob sua ordem abandonam a doença. Depois ele
  • 8. transfere a doença de um paciente para o outro sugerindo isso a eles, assim demonstra que a doença não é orgânica foi induzida, sugerida por eles por causa de um trauma. A paralisia da paciente não existia no inconsciente dela tanto que caminhou pela sala diante dos presentes. O Dr Charcot diz aos outros médicos que a hipnose não produz a cura apenas faz entender, que a doença é auto-sugestiva após um trauma. Diz ainda que o pensamento pode ser induzido no inconsciente o que explica a hipnose. Freud experimenta a hipnose no hospital contrariando ordens do médico, dono do hospital. Após ser contrariado pede para que Freud se retire, numa conversa quando Freud o procura em sua casa. O médico mostra a ele os escorpiões presos e diz que devem permanecer no escuro, se mostrar a eles a claridade, se espalham. Freud se afasta do hospital, mas continua hipnotizando seus pacientes de histeria, que relatam suas lembranças quando em transe. Ao hipnotizar um paciente que ameaça se suicidar caso seja internado num manicômio se choca com as revelações dele. Fala do ódio pelo pai, do desejo de vê-lo morto e do amor pela mãe ao acariciar os seios de um manequim, Freud fica perturbado com o que vê e se afasta do paciente abandonando-o. Após esse episódio Freud passa a ter sonhos confusos e sua esposa chama o médico amigo, Dr Breuer que pergunta a ele o que está acontecendo se quer falar. Momentaneamente Freud para com a hipnose , sente-se perturbado com os sonhos e tem muitas dúvidas a respeito de suas pesquisas. Repete as palavras do médico dono do hospital “melhor deixar os escorpiões no escuro”. O chefe do hospital o chama as pressas, o mesmo que o ridicularizou, disse que os histéricos estavam no escuro como os escorpiões na caixa, diz ter histeria a vinte anos e por ser hipócrita acreditava na pesquisa, mas não quis assumir isso, preferindo esconder de si mesmo. Pede a Freud que continue com seus estudos. Freud vai a procura do paciente que abandonou e recebeu a notícia de que ele havia morrido no manicômio, conforme havia dito a Freud se fosse mandado para lá. Posteriormente ele e o amigo, Dr Breuer falam dos pacientes que quando estão hipnotizados seus relatos tem forte ligação com conteúdos sexuais. Breuer Retorna a hipnotizar sua paciente, após ter feito as perguntas e antes que de ordem para que retorne ao consciente, Freud pede para fazer algumas perguntas. Ao fazer as perguntas e instigar, insistir a paciente entra em conflito e visivelmente ansiosa grita, vê a mulher que matou o pai, mas é o rosto dela que vê e não da que matou o pai por luxúria. Freud ordena a ela que quando acordar deve lembrar-se de tudo que relatou a eles, assim ele começa a desenvolver a teoria de que os desejos sexuais começam na infância e criam esses traumas, dos desejos pelos pais. O Dr Breuer é chamado à casa da paciente que agora tem sintomas de parto, é hipnotizada e ordenada pelo Dr Breuer a esquecer do que contou assim que acordar. Contrariando Freud que na hipnose anterior, disse que ao acordar ela deveria lembrar-se do que havia relatado. E assim ela esqueceu-se do que havia dito tão logo acordou e Breuer se afasta da paciente e diz a Freud que é preciso, para salvar seu casamento, Freud alega a ele que a paciente precisa dele, mas se recusa. Freud é avisado sobre o pai estar à beira da morte, se surpreende, pois não conseguiu chorar sua morte, embora o amasse. No velório não consegue passar o portão, os sonhos perturbadores permanecem, vê o paciente dele, o que ele abandonou, vê também uma mulher mitológica com uma cobra nas mãos e o paciente beijando-a, acariciando-a, os mesmos sonhos anteriores. Diz ao Dr. Breuer que os sonhos têm enigmas e tenta interpretá-los, mas diz “os filhos devem fechar os olhos aos pecados dos pais” ainda referindo-se ao fato do pai ter cometido violência sexual contra a irmã, que na verdade percebe mais tarde que não aconteceu. No momento que ele e o Dr Breuer retornam ao hospital percebe que é neurótico e pergunta: É possível a neurose começar na infância? O amigo responde que é possível.
  • 9. Ao retornar a paciente Freud tenta hipnotizá-la, para tentar descobrir do que ela teve medo na infância, mas ela reage ao hipnotismo e Freud percebe que o hipnotismo do Dr Breuer tem um significado erótico para ela, por ele representar a figura do pai. Não conseguindo a hipnose começa a conversar com ela, explica o fato dela estar apaixonada pelo Dr Breuer ser justamente por ele representar a figura do pai, ela diz ter sonhado com o Dr, afirmando gostar dele e fala dos sonhos anteriores a ele Freud instiga e ela relata tudo, entre seu relato fala do amor pelo pai, do carinho dele por ela, dos ciúmes dela por ele e a agressividade da mãe, a suposta violência sexual do pai. Freud chega ao inconsciente sem utilizar a hipnose. Freud conclui que para ela, o pai é o marido porque ela toma o lugar da mãe e o boneco é o filho fictício deles, as dores do parto que teve o que não conseguia entender porque ela amava o boneco se havia sido violentada pelo pai. As consultas continuaram e ela fala da preferência do pai por prostitutas ao invés dela. Numa cena anterior em que está sendo hipnotizada pelo Dr Breuer ela diz adiar babas, o que explicaria o fato de ter visto a empregada que brincava com ela, e o pai se tocarem, seria sua rival, assim como a mãe, as prostitutas eram vistas por ela como rivais. Freud a ordena que ande tão logo saia do transe, mas ela não consegue mesmo tendo achado a lembrança, algo estava errado. O Dr Breuer pede que ele pare com essa obsessão sexual, sua esposa também havia falado sobre os comentários das pessoas a respeito das perguntas que fazia aos pacientes. Freud diz que o trauma sexual ou a criança viu ou sofreu abuso (como no caso dele acreditar que viu o pai violentando a irmã). Sua paciente que anteriormente era do Dr Breuer diz a ele que mentiu e ameaça suicídio, mas ele a convence de que se fizer isso ele se sentiria culpado assim ela desiste. Ela realmente havia mentido sobre o abuso do pai contra ela e Freud ao passo que trata seus pacientes, busca respostas para si mesmo. Dando assim mais um passo em seus estudos. Numa cena, ao despertar de um sonho tenta entender o significado tenta estabelecer com a sua vida, assim começa a questionar porque sua mãe aparece no sonho, o que teve a ver com a sua vida na infância. Ainda qual o significado da cobra do sonho, porque não chorou a morte do pai. Procura a mãe e leva a pulseira que é uma cobra na tentativa de lembrar do trauma. Sonha novamente e no sonho não é mais seu ex paciente e sim ele. Para ele o sonho tinha enigmas, a cobra que via era a cobra da pulseira, no sonho ele se vê enrolado na cobra e depois mamando no seio de sua mãe como se tivesse sentindo prazer. A explicação por que se irritou ao ver o paciente demonstrando na manequim o desejo pela mãe. Freud lembrou-se então de sua infância, quando viu a mãe nua se vestindo e o pai a levando logo depois, assim descobriu havia desonrado seu pai inventando o abuso contra a irmã. Mentiu a respeito do pai porque o via como rival, por ciúmes de sua mãe. Tratando seus pacientes acabou por entender e tratar a si mesmo. Freud afirma que temos sexualidade na infância e provou isso por experiência própria e com seus pacientes. Freud inventou sobre o abuso sexual do pai como a paciente inventou, ele por ciúmes e rivalidade, ela porque desejava ser esposa dele, e não tinha o amor da mãe, ao contrário do pai a amava demais. Freud está mais convicto com essas experiências de que os sonhos tem significados e enigmas que podem ser desvendados. O significado para o sonho da torre, que ainda não havia sido decifrado, o símbolo que vê na torre é da medicina e a frase conte-me tudo, assim Freud a cura. Breuer rejeita a teoria da sexualidade na infância e como amigo e pai substituto o proíbe de ler a tese, mas Freud diz “Chega a hora que os filhos tem que seguir sozinhos”. Quando Freud expõe sua teoria da sexualidade na infância, como um bebe que tem desejos ao ser amamentado pela mãe ou é acariciado, amado e mais tarde descobre que tem um rival, passa a odiá-los. Fala do complexo de Édipo e provoca com isso, risos intensos na platéia, é ridicularizado perante todos. Logo depois Breuer é questionado sobre a teoria de Freud, o mestre reformula a pergunta e pergunta sua opinião própria a respeito da sexualidade na infância e ele responde que não acredita e que nunca acreditou. É aplaudido por todos e Freud fica sozinho com sua teoria.
  • 10. Concluindo Freud descobre com a própria experiência e com seus pacientes, como dito antes, o fenômeno de se apaixonar pela mãe e ter ciúmes do pai. A agressividade, o ódio e o desejo de que os rivais morram, considerou um fenômeno universal do início da infância. Mostra como elaborou sua teoria psicanalista, o envolvimento e a semelhança com os pacientes, o ajuda nos estudos. O filme mostra um dos momentos mais decisivos na carreira dele, enfrentando a ignorância da medicina, da ciência contrários aos estudos da mente. Corajosamente Freud deu um novo rumo ao estudo sobre a mente humana e sua teoria também demonstrou a importância do inconsciente e descobrindo a psicanálise contribuiu para a cura dessas doenças mentais. Mesmo enfrentando a descrença, a fofoca sobre seus métodos utilizados com os pacientes, mesmo sendo ridicularizado teve coragem e inteligência de seguir com sua convicção. Talvez o próprio fato da incredibilidade dos demais o tenha impulsionado a buscar as provas, fez para o futuro, sabia que da importância de seus estudos. Freud era determinado, corajoso embora algumas vezes tenha demonstrado medo, como quando não conseguia respostas as suas dúvidas. Por causa dessa coragem e determinação é que hoje estudamos Freud, caso contrário ele não seria o pai da psicanálise. Em uma última observação a respeito do filme, foi o apoio incondicional da família esta certamente tem grande contribuição no fato de Freud representar o que representa para a medicina e futuramente da esposa em sua trajetória o que certamente teve grande contribuição também para a conclusão de seus estudos. *Freud, além da alma (Freud), dirigido por John Huston em 1962, é exibido pela disciplina de Psicologia Médica I, da Faculdade de Ciências Médicas de Santos anualmente. O filme cobre o período da vida do “pai da psicanálise” desde que ele se graduou no curso de Medicina na Universidade de Viena até a formulação da sexualidade infantil. O roteiro original do filme foi elaborado por ninguém menos que o filósofo existencialista, Jean-Paul Sartre. Coube a Charles Kaufman e Wolfgang Reinhardt adicionar um certo sabor hollywoodiano ao roteiro. O galã Montgomery Clift, o rei das sessões da tarde dos cinemas da década de 50, foi escolhido para ocupar o papel de Sigmund Freud. Um ator extraordinário que teve sua vida encurtada (faleceu aos 45 anos) devido à dependência de álcool e de drogas, que soube personificar um cientista cujo maior objetivo na vida era a busca da verdade. Desde a sua infância Freud pensava que “o progresso é como andar, consegue-se perdendo e ganhando equilíbrio. É uma série de erros… De erro em erro acaba-se descobrindo a verdade”, como é lembrado por sua esposa Martha (Susan Kohner) quando ele tencionava mudar de cidade em função da resistência às suas teoria no meio científico vienense. Uma das grandes virtudes do filme foi a de inter-relacionar a vida pessoal de Freud com as suas descobertas. O conceito de complexo de Édipo foi extraído da obra “Édipo rei”, de Sófocles, que ele Freud conhecia desde a sua infância. Sim, isso é verdadeiro. Porém, não fosse o amor que ele nutriu pela mãe, e o desejo de matar o seu pai para poder usufruir com exclusividade do carinho materno, baseou-se fundamentalmente na sua própria infância. A viagem de Freud a Paris, onde foi estudar durante algumas semanas na Salpetrière, sob o comando de Jean-Martin Charcot (Fernand Ledoux), que era o maior estudioso da histeria à época, foi determinante para a descoberta da psicanálise. Charcot demonstrou que a histeria não era fruto de bruxaria, mas sim que era de origem psíquica. Ao regressar a Viena, Freud uniu-se ao clínico geral Breuer, também um apreciador da hipnose e compartilharam pacientes e teorias. Quando Breuer (Larry Parks) pede a ajuda de Freud no tratamento da paciente Cecily (Susannah York), uma histérica que melhorava temporariamente quando era hipnotizada, mal sabia o clínico vienense que ele estaria auxiliando o seu colega a descobrir um dos conceitos mais importantes da psicanálise, a associação livre de idéias. Freud se apercebeu que para se alcançar o inconsciente não era mais obrigatório que o paciente fosse hipnotizado. Mais tarde, Freud elaborou a teoria das neuroses, cuja origem está na sexualidade infantil. Breuer discorda dessa concepção teórica e deixa os estudos sobre a histeria de lado. Como o pai da psicanálise dizia: “chega uma hora que se deve renunciar a todos os pais e ficar de pé sozinho”. O fato de não ter medo de romper com o passado, não ter medo de opiniões divergentes da sua, bem como seu alto grau de obstinação, foram fundamentais para que Freud iluminasse o inconsciente e o seu funcionamento.
  • 11. *O filme conta o processo das descobertas de Freud, iniciada por volta de 1895. Freud se encatava com os casos de histeria que no hospital em que trabalha era considerado algo ineficaz de se trabalhar. Devido a isso, Freud decide procurar Charcot, que naquela época se aprofundava nos conhecimentos da histeria. Para Charcot, a consciência e o pensamento, não era a mesma coisa, como era defendido pela ciência da época. Fredud parte para conhecer Charcot, e em uma palestra, ele demonstrou que a histeria podia ser contida, quando utilizava da hipnose. A hipnose seria um estado de simulação, onde não se conectaria com a realidade. Freud acreditava que havia pensamentos no estado inconsciente, recebendo assim muitas criticas sobre sua nova pesquisa. Porém, Dr. Breuer reconheceu seus estudos e o elogiou, pois estava estudando os mesmos fatores, e tinha feito algumas descobertas. Breuer levou Freud para conhecer o caso de Cecily e suas histerias. Para Charcot o trauma divide o consciente, mas para Breuer o trauma faz com que as lembranças seja retiradas do inconsciente. Freud se encanta com os progressos de Breuer e começa seus estudos, sendo alvo de muitas criticas, até que por fim é expulso do hospital onde trabalha. Breuer começa a financiar as pesquisas de Freud, para fim de um estudo com o nome dos dois. Freud através de seus pacientes começa a obter a ideia de repressão, e busca nas análises reconhecer o trauma que trouxe os sintomas presentes. Em uma terapia ele se depara com um paciente que em estado hipnotico, sente desejos pela propria mãe. Ele se espanta com o fato e decide até parar de pesquisar. Começava ali, um conhecimento da sexualidade infantil. Porém Freud se aprofunda mais com o caso de Cecily, devido ao fato de que Breuer o deixou sobre sua responsabilidade, por motivos de viagem. Através desse caso, Freud descobre que... *Já no inicio, percebemos que o Freud não é compreendido pelo seu mestre, pois leva ao hospital uma paciente com histeria, segundo o professor este problema esta ligada a mentira e que ela deveria está num teatro popular, pois apenas queria atenção e fugir de responsabilidades. Por fim, o professor sai afirmando que não há terapia para isso. E o leito precisava ser liberado. Para alguns médicos o sintoma da histeria poderia ser resolvido através dos comandos orais realizados ao longo do tratamento com hipnoses, pois a histeria era um problema de origem orgânica. Jeanne foi hipnotizada pelo professor Charcot, pois seus sintomas de paralisia passaram para outro paciente, que sofria de tremores, os sintomas ao longo da hipnose foram trocados. Servais sofreu com a paralisia e a Jeanne com os tremores destes pacientes, mas no fim da sessão de hipnose, cada um retornou seus aspectos do principio. Apesar de todo os procedimentos este médico não consegue os curar. Em Viena, Freud em uns dos seus discursos fala que a histeria antes era vista como uma bruxaria ou obra de demônio, ou seja, é nesta hora que ele fala que ainda não se saber nada deste tipo de doença, e continua no inconsciente de seus pacientes. O inconsciente estava mais voltado aos aspectos filosóficos. Se refere ao Charcot que permite que nos alcançassem. Segundo Freud os pensamentos inconscientes são o produto de uma mente perturbada ou estão envolvidas por algum trauma. Mas novamente não é entendido pelas classes dos médicos, pois segundo eles o hipnotismo não é um método científico, pois eles se restringiam ao estudo e aos experimentos fisiológicos. Neste episódio que ele conhece o Breuner que relata que já teve experiência com arte negra (hipnose), mas ainda não se sentia preparado para relatar aos colegas médicos. Então, fala de sua paciente sofre de insônia depois da morte de seu pai e que estava tratado-a através da hipnose e que ele notou que depois... *FREUD Além da Alma: ele ousou trazer a luz a mente humana e sacudiu os pilares de toda uma sociedade. Direção de John Huston. Elenco: Montgomery Clift, Susannah York, Larry Parks. Estados Unidos, 1962. Filme (135 min). BERGAMINI, Cecilía Nhitaker; Psicologia Aplicada à Administração de Empresas. São Paulo: Ed. Atlas, 2010. O Filme Freud Além da Alma retrata o período, onde Freud Sigmund o pai da psicanálise começa seus estudos sobre a mente humana, analisando o fenômeno chamado histeria (atualmente doença chamada esquizofrenia), e finaliza-se com a descoberta sobre a teoria do Complexo de Édipo. Freud tinha formação acadêmica em Medicina na Universidade de Viena. Sua grande curiosidade sobre a histeria, proporcionou grandes descobertas na área da psicanálise. No hospital onde Freud trabalhava, a histeria não era considerada uma doença por grande parte dos médicos, mas sim fingimento para fugir de responsabilidades. Após advertência sofrida no hospital onde atuava, pelo internamento de um paciente com histeria, Freud resolveu ir para Paris estudar com Charcot. Charcot era um neurologista francês, que através da hipnose avaliava a mente humana e os fenômenos da histeria, foi nessa época que ocorreu a descoberta do inconsciente. Segundo Charcot, a mente humana se dividia em duas partes, a parte do consciente e a do inconsciente. Freud participou das aulas de Charcot, que durante as seções de hipnose atingia o inconsciente dos pacientes, demonstrando que podia tanto
  • 12. livrá-los dos sintomas da doença como criar outros sintomas durante a seção, mas quando Charcot os acordava solicitava que não lembrassem do que havia ocorrido durante o transe e tudo voltava a ser como antes. Quando retornou à Viena, Freud casou-se com Marta. Foi em uma de ... *O filme Freud além da alma , retrata os momentos difíceis que Freud viveu no início de sua carreira de médico. Sigmund Freud começa o filme internando uma pessoa com histeria,(doença emocional psíquica) sem a concordância dos outros médicos. Brauer convida Freud para trabalhar ao seu lado e Freud começa a trabalhar com os histéricos. Freud se assusta com um jovem que diz em hipnose que matara o pai porque amava a própria mãe. Freud cria uma teoria sobre neurose, diz que esta teoria tem haver com todos os casos já tratados e que não era só o dele, esta teoria se baseia que todos os traumas são ligados a sexualidade, Freud pede para que Brauer o leve a uma paciente que segundo Brauer não tinha nenhum problema causado pela sexualidade, Brauer vê que Freud tinha razão e passa a acreditar na “Teoria da sexualidade” como causa da histeria. O pai de Freud falece, e Freud não consegue entrar no cemitério, desmaia e tem um sonho amedrontador. Freud começa a tratar a jovem que Brauer descartara. Freud segura uma pulseira da mãe em formato de cobra que o faz sonhar e volta a pensar em quando ele era criança e o que acontecerá para ele ter aquele colapso na frente do cemitério, se lembra dos sonhos e vê a figura da mãe, que o deixou sozinho em uma noite para ir dormir com seu pai, ele ficou frustrado e queria a mãe ali, do lado dele e não com seu pai, teve ciúmes da mãe e se sentiu culpado por achar que desonrou seu pai. Nota-se que existe uma competição entre mãe e filha pela atenção e cuidados do pai. Conversando com Brauer, que acha muito difícil por na cabeça dos outros médicos a idéia de que a teoria seria invertida, do sexualismo adulto se tornar o sexualismo infantil, e Brauer pede para Freud retirar este capitulo do livro, Freud não se entrega e diz que vai seguir sozinho de agora em diante e que vai expor a teoria da sexualidade na infância ao conselho de médicos. *O filme Freud além da alma , retrata os momentos difíceis que Freud viveu no início de sua carreira de médico. É mostrado as descobertas de Freud com as próprias experiências pessoais do psicanalista e a teoria que desenvolveu sobre o Complexo de Édipo. Sigmund Freud começa o filme internando uma pessoa com histeria,(doença emocional psíquica) sem a concordância dos outros médicos. A histeria é uma psiconeurose cujos conflitos emocionais inconscientes surgem na forma dissociação mental ou como sintomas físicos. Na verdade, os sintomas histéricos podem se manifestar em homens e mulheres. Charcot, neurologista francês, que emprega a hipnose para estudar a histeria, demonstrou que idéias mórbidas podiam produzir manifestações físicas. Freud, em colaboração com Breuer, começou a pesquisar os mecanismos psíquicos da histeria e postulou em sua teoria que essa neurose era causada por lembranças reprimidas, Freud ganhou uma bolsa para estudar com Charcot em Paris. Logo na primeira oportunidade Freud vê Charcot fazer um teste com dois histéricos, onde através da hipnose ele faz com que os histéricos eliminem seus problemas causados por traumas e depois faz eles terem outros problemas de histeria, apenas dando ordens enquanto os mesmos estavam hipnotizados. Assim chegamos a conclusão que a hipnose, tanto cura como cria sintomas. Freud diz em palestra que a mente pode ser controlada pelo inconsciente e assim recebe o apoio do doutor Brauer que relata o caso de uma jovem que foi curada completamente através do transe hipnótico. Freud e Brauer conversam com a jovem hipnotizada, que conta relatos ao tempo que teve o trauma, em que seu cãozinho bebia água no copo.Depois de exteriorizar a sua irritação reprimida de nojo através de hipnose, pediu água, ela volta ao normal bebendo água, e podia ter um cão ao seu lado, o qual também tinha trauma por achá-lo temível. *O contato com Charcot o levou a se interessar, porém, pelas manifestações da mente, de afeto, emoção e sentimentos. Essa passa a ser sua principal preocupação como pesquisador. Até ter encontrado Charcot, Freud procurava na pesquisa de laboratório, nas lâminas com tecido nervoso, alguma resposta para tais questões básicas. Os métodos de pesquisa do neurologista francês, muito menos ortodoxos, iriam revolucionar seu pensamento. Charcot trabalhava na Salpêtrière, um hospital de Paris especializado no tratamento de pessoas com distúrbios mentais e neurológicos. Pesquisava o tratamento de pacientes histéricos, que não eram levados muito em conta pela medicina da época. Os histéricos eram, na maioria, mulheres. Estas apresentavam sintomas diversos, como paralisias (que as impediam de mover braços ou pernas ou até um lado inteiro do corpo), afasias (a impossibilidade da fala), cegueira de um olho ou dos dois.
  • 13. Algumas, ainda, tinham problemas com o tato. Às vezes, sofriam também de ataques convulsivos e desmaios. Enfim, um quadro de sintomas que os neurologistas buscavam explicar com base em alguma causa orgânica, sem sucesso. Faziam exames neurológicos e não encontravam nada, nenhum indício de deficiência cerebral. Charcot passou a hipnotizar essas pacientes e conseguiu, em muitos casos, por meio da sugestão hipnótica, fazer com que tais sintomas desaparecessem. Se a intervenção baseada na sugestão do médico dava resultados e os sintomas deixavam de existir, então a origem deles não era realmente orgânica, mas psicológica, considerou Freud. Foi essa hipótese que provocou uma revolução em seu pensamento. Para explicá-la sem recorrer à existência de uma alma sobrenatural ou a causas orgânicas, Freud desenvolveu outras hipóteses, que iria amadurecer e comprovar no trabalho clínico com Josef Breuer (1842-1925), um médico vienense mais velho, com quem trabalharia nos dez anos seguintes. Usando o método da hipnose com as pacientes histéricas da clínica de Breuer, Freud chegou à conclusão de que os sintomas por elas apresentados tinham origem em problemas relativos à sexualidade. Ou melhor: eram resultantes da censura ou repressão de desejos e fantasias experimentados durante a primeira infância. Não tinham noção de tal censura nem dos fatos que escondiam e, por isso, não tratavam do assunto quando estavam em estado normal, de vigília. O relato de tais vivências só aparecia durante a hipnose. Uma paciente de Breuer, conhecida na literatura psicanalítica como Anna O., contribuiu particularmente para o amadurecimento das hipóteses de Freud e o desenvolvimento do que viria a ser seu método psicanalítico. Submetida ao tratamento hipnótico (ou método catártico, como também era chamado), Anna O. passou a mencionar fatos de sua infância, particularmente fantasias sexuais com o pai, sobre os quais não conseguia falar em estado de consciência, permitindo a Freud perceber aí a existência da censura, que ele viria a explicar como mecanismo de repressão. A história de Anna O. é fundamental para a origem da psicanálise. Essa jovem judia, que vinha de uma família abastada de Viena e contava 21 anos na época de sua doença, teve seu caso exposto por Breuer em 1895, nos Estudos Sobre a Histeria, escritos em parceria com Freud. Nesse livro, os autores propuseram um novo conceito de histeria, segundo o qual a paciente histérica sofre de reminiscências. Daí surge um método novo de tratamento, baseado na catarse. Durante as sessões de hipnose, acontecia de Anna O. usar o inglês em vez do alemão. Muito inteligente, ela utilizou as expressões talking cure ("cura pela fala") e chimney sweeping ("limpeza de chaminé") para definir seu tratamento com Breuer, que se estendeu de julho de 1880 a junho de 1882. "Limpeza de chaminé" designaria a rememoração que o método hipnótico permitiu e que limpou sua mente de lembranças perturbadoras, como se limpasse uma chaminé das camadas de fuligem acumuladas. Breuer chamou o processo de catarse e apresentou o caso Anna O. como protótipo de tratamento catártico. Catarse, portanto, é o nome que se dá ao processo em que a pessoa, em estado hipnótico, fala tudo que lhe vem à mente, o que lhe traz grande alívio emocional. Os sintomas de Anna O. apareceram durante o processo de doença e morte de seu pai, conforme constatou Breuer no processo de catarse. Durante a fase inicial da doença paterna, Anna começou a ter alucinações e acessos de tosse e, quando ele piorou, a moça passou a apresentar paralisia e distúrbios da visão e da linguagem. Não conseguia mais se expressar em alemão e misturava diversas línguas, até se fixar no inglês. Sua personalidade dividiu-se, e Anna teve de ser internada num sanatório no final do processo de tratamento, quando os sintomas se agravaram. O desaparecimento progressivo dos sintomas e a cura foram obtidos por meio da rememoração de suas lembranças traumáticas, conforme escrevem Breuer e Freud nos Estudos Sobre a Histeria. A história de Anna O. está na origem da noção (partilhada por muita gente até hoje) de que a psicanálise é um processo em que a pessoa tem a possibilidade de se lembrar e, ao se lembrar, se curar. Esse modelo não corresponde, porém, aos fatos. Mas tem sua importância no que concerne à origem pré-psicanalítica do processo de investigação da mente. O método catártico, com a função curativa que se supunha que possuísse naquela época, não pode ser confundido com o atual método psicanalítico. Sua utilização, contudo, foi decisiva na experiência de Freud para elaboração de sua teoria da mente. Graças ao trabalho clínico com pacientes histéricos, Freud consegue construir um modelo para explicar o funcionamento da mente humana, baseado na compreensão de que os fenômenos
  • 14. psíquicos, tanto os que são patológicos quanto os que movem uma pessoa normal, teriam a mesma origem: seriam processos típicos da instância que ele chamou de inconsciente. A teoria da mente elaborada por Freud foi a primeira explicação científica a ter contrariado o padrão dominante na medicina neurológica da época, que estabelecia um nexo mecânico entre as lesões do sistema nervoso central e o comportamento psíquico. O próprio Freud chamava atenção para esse aspecto, ao dizer que uma das conseqüências de seus estudos com Charcot foi ter ouvido do neurologista francês que a investigação das relações entre as doenças orgânicas e a anatomia do sistema nervoso estava esgotada. Seria preciso investigar, então, as causas das neuroses: obsessões, fixações, fobias etc., que os estudos feitos até ali não conseguiam explicar. *A histeria é uma neurose de conversão caracterizada por sintomas físicos (dormência/paralisia de um membro, perda da voz ou cegueira), quando a pessoa desfruta de plena saúde física. O neurologista francês, Jean Martin Charcot, interessado no tratamento da histeria, a qual considerava como uma verdadeira moléstia que atingia a homens e mulheres, tentou livrar seus pacientes de pensamentos indesejáveis, através de sugestão hipnótica. Joseph Breuer, médico vienense, também adotava o procedimento da hipnose, não apenas para suprimir sintomas, mas também para descobrir as causas profundas do sofrimento de seus pacientes. Ele percebeu, durante o tratamento da jovem "Anna O." (1880-82), que os resultados tinham um alcance muito maior, ao lhe permitir contar seus pensamentos e sentimentos. Ele chamou de "autohipnose" os estados alterados de consciência de Anna, a qual denominou de "cura pela fala" o processo que levava ao desaparecimento de seus sintomas, toda vez que ela conseguia se lembrar dos acontecimentos que os originara. Durante seus estudos com Charcot (1885), Freud praticou e observou o emprego da hipnose. Em seguida, tornou-se colaborador de Joseph Breuer. Enquanto progressivamente delineava sua teoria sobre a mente, Freud considerava a hipnose mais satisfatória do que a eletroterapia que havia experimentado até 1890. Através da hipnose, os pensamentos e as lembranças ligadas aos sintomas chegavam eventualmente à consciência. A 'catarse' (purificação, em grego) ocorria através de uma descarga normal de afeto; apesar desse fato, os sintomas tendiam a ser recorrentes. Primórdios da Psicanálise Breuer e Freud publicaram suas descobertas e teorias em Estudos sobre a Histeria (1895). Consideravam que os sintomas histéricos ocorriam quando um processo mental caracterizado por intensa carga de afeto ficava bloqueado, impossibilitado de expressão, através da via normal da consciência e dos movimentos. Esse afeto 'estrangulado' percorria vias inadequadas e derramava-se sobre a inervação somática(conversão). Os autores afirmavam que esses sintomas, substitutos de processos mentais normais, tinham sentido e significado, sendo causados por desejos insconscientes e lembranças soterradas. Dado que essas idéias patogênicas, descritas como traumas psíquicos, eram oriundas de um passado remoto, as histéricas sofriam de 'reminiscências' que não tinham sido elaboradas. A pedra angular dessa teoria era a hipótese da existência de processos mentais inconscientes, que seguem leis que não se aplicam ao pensamento consciente. Posteriormente, um entendimento mais aprofundado desses processos viria a esclarecer produções psicológicas previamente incompreensíveis, como é o caso dos sonhos. A Regra Fundamental Considerando a hipnose inadequada, Freud aprimorou os métodos de Breuer, baseado numa crescente compreensão clínica das neuroses. Ele percebeu que o êxito do tratamento dependia da relação paciente x médico, cabendo a este tornar consciente o inconsciente.
  • 15. Desenvolveu-se uma relação inteiramente nova entre paciente e médico, a partir de uma mudança na técnica, e os surpreendentes resultados, assim obtidos, estenderam-se a muitas outras formas de neurose. Em 1896, Freud denominou esse procedimento de Psicanálise - a arte da interpretação. Freud considerava que pensamentos perturbadores e anseios conflitantes eram mantidos inconscientes (repressão), mas mesmo assim causavam fortes sentimentos de culpa e intensa ansiedade, interferindo na atividade mental consciente, consumindo energia psíquica vital em busca de liberação. Por serem incompatíveis com os padrões normais do indivíduo, este se sentiria compelido a defender-se contra essas idéias intrusivas e a liberação desses impulsos, a fim de manter seu equilíbrio interno (mecanismos de defesa). Como Freud acreditava na sobredeterminação dos eventos psíquicos, supondo que todas as lembranças estavam organizadas numa rede associativa, de forma que uma recordação levaria à outra, e considerando possível recuperar e compreender lembranças cruciais estando consciente, Freud insistia para seu paciente lhe dizer tudo que lhe ocorresse à mente (associação livre), a despeito de quão irrelevante ou potencialmente embaraçosa a idéia pudesse lhe parecer. Ao entregar-se à sua própria atividade mental insconsciente (atenção flutuante), Freud acompanhava o fluxo inconsciente das produções mentais do paciente, a fim de estabelecer conexões entre o fio associativo das comunicações alusivas e as lembranças esquecidas. Ocasionalmente, o paciente poderia omitir o material considerado absurdo, irrelevante e vivenciado como desagradável e precisamente essa lacuna na comunicação revelaria que a associação era evitada (resistência) devido ao seu potencial evocativo para trazer lembranças submersas à superfície da consciência, tornando emergente o significado oculto, previamente inacessível. Freud notou que, na maioria dos seus pacientes, o material mais frequentemente reprimido estava relacionado à idéias perturbadoras referentes à sexualidade. Em 1897, percebeu que, ao invés de serem lembranças de acontecimentos reais, esses eventos eram resíduos de impulsos e desejos infantis (fantasias). E concluiu, portanto, que a ansiedade era consequência da libido reprimida, a qual encontrava expressão em vários sintomas. Em contato com vivências internas, num estado de regressão, o analisando passava a se relacionar com o analista, como se este fosse uma figura do seu passado (transferência), frequentemente revivendo com grande intensidade emocional 'eventos' esquecidos de longa data. Freud, então, comunicaria a ligação entre as fantasias e sentimentos do analisando pelo analista e a origem desses pensamentos e emoções nas experiências da infância do paciente (interpretação). Essa intensa vivência dos conflitos originais era um processo doloroso para o paciente, mas a elaboração desse sofrimento emocional (insight) tornava o tratamento eficaz, devido a um novo equilíbrio e distribuição de energia psíquica, promovendo uma reorganização das estruturas psicológicas, com configurações mentais mais saudáveis