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II ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN: 2175-5876



  A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EaD)
                  SOB A ÓTICA DA AFETIVIDADE

                Danielly Berneck Côas1, Leociléa Aparecida Vieira2

                             1
                              FACINTER - GRUPO UNINTER
                        Consultoria Geral de Educação à Distância
                          Tutora do curso de Pós-Graduação em
               Formação e Orientadores Acadêmicos em Educação à Distância
                         Rua Treze de Maio, 538 - São Francisco
                              CEP 80510-030 – Curitiba, PR

                                     danicoas@yahoo.com.br

                                 2
                               LEO Assessoria Educacional
                             Rua Francisco Alves, 90 - Xaxim
                              CEP 81810-180 – Curitiba, PR

                                     leocilea.vieira@uol.com.br



Resumo: O documento enfoca a importância da afetividade na construção do
conhecimento dos alunos que frequentam os cursos na Educação a Distância e,
parte do pressuposto, que as relações afetivas exercem influência na vida pessoal,
social e educativa do sujeito. Busca na teoria vygotskiana, o entendimento de como
a emoção e o sentimento auxiliam o processo educativo e conclui que cognição e
emoção caminham juntas rumo a uma aprendizagem significativa, entretanto, há a
necessidade de interação entre os sujeitos ensinante e aprendente.

Palavras-chave: educação a distância, afetividade, Vygotsky



1 INTRODUÇÃO



O conhecimento é um privilégio exclusivo do homem, pois de todos os seres vivos
ele é o único capaz de criar, produzir, transformar e registrar os fatos como uma
maneira de repassar as gerações futuras o fruto do que se aprendeu. Para que este
fato ocorra dois elementos são imprescindíveis: sujeito e objeto, haja vista de que
não há conhecimento sem um sujeito que conhece e um objeto a ser conhecido.

A partir do momento em que o sujeito age sobre o objeto a fim de transformá-lo,
ocorre a aprendizagem, pois ela é o produto da ação do sujeito sobre o objeto.

Nesta perspectiva, considera-se a aprendizagem como

                     um conjunto de atividades, cuja realização conduz o aluno a novos
                     conhecimentos e hábitos ou proporciona novas qualidades ao já conhecido,

                                                                                           1
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                    É uma atividade, por natureza, social: realiza-se por meio de instrumentos
                    sociais e desenvolve-se mediante a cooperação e a comunicação
                    (CAMARGO, 2004, p. 118).

Acredita-se, porém, tal como Pino (1997, p. 6), que o processo de conhecer é uma
relação que envolve além do sujeito e objeto, um terceiro elemento: o mediador
“que torna possível o conhecimento”.

Segundo o autor supracitado,

                    embora a atividade de conhecer pressuponha a existência no sujeito de
                    determinadas propriedades que o habilitam a captar as características dos
                    objetos, há fortes razões para pensar que o ato de conhecer não é obra
                    exclusiva nem do sujeito, nem do objeto, nem mesmo da sua interação, mas
                    da ação do elemento mediador, sem o qual não existe nem sujeito nem
                    objeto de conhecimento (PINO, 1997, p. 2).



Desta maneira, se a mediação na educação presencial é importante, no contexto da
Educação a Distância, o elemento mediador é imprescindível para o processo
ensino-aprendizagem.

A mediação encontra respaldo na teoria histórico-cultural de Vygotsky, para quem o
pensamento e linguagem, desenvolvimento e aprendizagem são saberes que se
produzem e acontecem por meio de um mediador, preparado para lidar com ritmos e
processos dos sujeitos.

Assim, na prática da EaD, o aluno deve ser compreendido como um sujeito de
relações sócio-históricas em constante transformação. Deve-se considerar, ainda,
que a sua construção do conhecimento – o processo e produto (ir e vir) – têm como
elementos constituintes a linguagem; a mediação; a interação; a apropriação e os
conceitos espontâneos e científicos.

No contexto desta reflexão, compreende-se, ainda, que

                    toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É
                    a fome que põe em funcionamento o aparelho pensador. Fome é afeto. O
                    pensamento nasce do afeto, nasce da fome. Não confundir afeto com
                    beijinhos e carinhos. Afeto, do latim "affetare", quer dizer "ir atrás". É o
                    movimento da alma na busca do objeto de sua fome. É o Eros platônico, a
                    fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado (ALVES, 2002, p. 1).


Percebe-se, assim, que a educação baseada no afeto não é aquela que dá
respostas prontas e acabadas, mas motiva, incentiva e indica os caminhos ao aluno
para a busca do conhecimento.

Frente ao exposto, esta reflexão objetiva discutir, ainda que sucintamente, a
construção do conhecimento em EaD e a afetividade sob a ótica Vygotskiana.




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2 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EaD)


Ao iniciar este item achamos necessário esclarecer o que se entende por Educação
a Distância. Para tanto, tomou-se emprestado o conceito veiculado pelo Decreto n.
5.622 de 19 de dezembro de 2005, que regulamentou o art. 80 da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB), n. 9.394/96 e estabelece a:

                    educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação
                    didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a
                    utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com
                    estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares
                    ou tempos diversos (BRASIL. Presidência da República, 2005).


Neste sentido, esta modalidade de ensino demanda vários desafios, pois apesar de
aluno e professor se encontrarem dispersos geograficamente, exige de ambos uma
interação constante, mediados pelas tecnologias da informação e comunicação
(TICs) adequadas para o ambiente virtual.

Um dos pré-requisitos da EaD é a auto-aprendizagem. Haja vista, que esta
modalidade de ensino requer que o aluno, seja responsável pelo seu aprendizado,
saiba compartilhar suas experiências, adquira capacidades de criar, transformar e
aplicar o conhecimento.

Nas palavras de Gohn (2002, p. 21),

                    o aprendiz que opta por um programa de auto-aprendizagem tem que
                    enfrentar vários desafios: adquirir um material, organizá-lo e traçar um plano
                    de estudos, isto é, terá que desenvolver uma pedagogia para sua
                    aprendizagem.

Belloni (2006, p. 36), corrobora com o exposto e menciona de que a prática da EaD
pressupõe alguns princípios, tais como: “aprendizagem autodirigida, disponibilidade
de meios e materiais, programação de aprendizagem e interatividade entre
estudantes e agentes de ensino”.

A aprendizagem autodirigida, de acordo com Knowles (1975, p. 18), é

                    um processo, em que os indivíduos tomam a iniciativa, com ou sem a ajuda
                    de outrem, no que respeita ao diagnóstico das suas necessidades de
                    aprendizagem, à formulação de metas de aprendizagem, à escolha e
                    implementação de estratégias apropriadas de aprendizagem, e à avaliação
                    dessas mesmas aprendizagens.


A partir deste perfil de aluno alguns conceitos foram repensados e/ou introduzidos
na educação, dentre eles: a andragogia e a heutagogia.



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A andragogia, vocábulo de origem grega (andros: adulto + agogus: guiar, conduzir,
educar) que significa o estudo do adulto. Ela visa à necessidade do aluno, seu
contexto social e suas experiências.

Nas palavras de Almeida (2009, p. 104), a andragogia é
                     voltada para a aprendizagem de adultos que tomam a decisão de aprender
                     algo que seja importante para sua vida e trabalho, passando a ter um papel
                     ativo em seu processo de aprendizagem e na realização de atividades nas
                     mesmas condições que os demais participantes (professor e aluno).


A respeito da heutagogia (heuta: auto, próprio + agogus), a mesma autora
supracitada, menciona que ela “surge com o estudo da auto-aprendizagem na
perspectiva de um ensino compartilhado” (ALMEIDA, 2009, p. 107).

Pode-se acrescentar, ainda, que a auto-aprendizagem possibilita ao indivíduo fazer
suas próprias escolhas, seja no gerenciamento do tempo e espaço, bem como, na
seleção das atividades. Entretanto, é preciso tomar cuidado para que ela não seja
confundida com auto-suficiência.

Com relação a EaD, é preciso considerar que o aluno que freqüenta esta
modalidade de ensino necessita de mediação dos elementos pedagógicos e
operacionais que compõem o sistema educacional.

A mediação, aqui adquire a conotação apresentada por Aulete (2011), ou seja,
indica a “relação que se estabelece entre duas pessoas, coisas, idéias etc. por
intermédio de uma terceira (pessoa, coisa, idéia etc.)”. Na EaD, geralmente se dá
por meio dos professores-tutores. É este profissional, que por meio das TICs,
conduz e orienta, o aluno para a auto-aprendizagem.

É mister salientar de que o professor-tutor não é, apenas, um profissional da
educação, mas que ele deve ter uma formação qualificada (teórica e metodológica),
bem como, deter algumas características pessoais: estabilidade emocional, empatia,
cordialidade, paciência e, principalmente, o domínio das TICs, já que processo
pedagógico em EaD, requer um aprendizado criativo e cooperativo.

O professor-tutor a respeito da mediação por meio das TICs, deve, ainda, considerar
que a “clientela” que freqüenta a EaD, em sua maioria, são alunos adultos e, que
geralmente, trazem consigo resistências, medos e bloqueios.

Neste sentido, uma pedagogia voltada para o aluno na EaD, pressupõe que ele
ultrapasse o paradigma da reprodução da informação para a construção do
conhecimento, isto é, tenha, realmente, uma aprendizagem significativa.

A esse respeito, Formiga (2009, p. 44), alerta que
                     a aquisição do conhecimento por meio de uma aprendizagem de conteúdos
                     significativos tem relação determinante com o processo cognitivo de
                     exercitar a imaginação, a memória, a criatividade e a capacidade de
                     transferência para aplicar os conhecimentos na vida profissional e no mundo
                     real.
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Assim, acredita-se que aprendizagem do aluno em EaD, deve se processar de forma
criadora, por meio da imitação e a imaginação.

Oliveira e Rego (2003), ressaltam que no processo ensino-aprendizagem cada
sujeito absorve e reage de formas distintas um pensamento, uma informação. Neste
sentido, na EaD, para que a aprendizagem seja significativa é imprescindível que
no processo do ensinar se estabeleçam entre os sujeitos – ensinante e aprendente –
uma relação de parceria, inspirados na confiança, haja vista que a aprendizagem
não é mera transferência de conteúdos para o interior do sujeito, mas uma
construção a partir da interação com o meio social, mediante um aprendizado
significativo.

Neste contexto, o professor tutor tem um papel importante, pois, sem perder de vista
os objetivos do curso cabem a ele, desafiar o aluno, motivá-lo, observar suas
necessidades e orientá-lo para atingir um desenvolvimento integral, no qual se
transforma e transforma o ambiente.

Assim, acreditando-se que o sujeito é um ser integral e o seu conhecimento não
pode ser construído de forma fragmentada, predominando a razão, mas também as
sensações e das emoções, busca-se em Vygotsky o entendimento da afetividade
como a base da construção do conhecimento para o aluno em EaD.



3 AFETIVIDADE SOB A ÓTICA VYGOTKYANA


Afetividade é um vocábulo derivado de afeto, palavra advinda do latim affectus e
significa a “capacidade de exprimir-se na linguagem a emoção que nos despertam
as idéias enunciadas, bem como a de despertar nos outros idêntica emoção”
(MICHAELLIS, 2011).

Houaiss (2011) define a afetividade como um “conjunto de fenômenos psíquicos que
são experimentados e vivenciados na forma de emoções e de sentimentos”.

Pode-se perceber pelos significados acima que a afetividade perpassa pela emoção
e sentimentos. Assim, por emoção entende-se como “ato de deslocar, movimentar”;
“agitação de sentimentos, abalo afetivo ou moral“; “reação orgânica de intensidade e
duração variáveis, geralmente, acompanhada de alterações respiratórias,
circulatórias etc. e de grande excitação mental” e, sentimentos, significa,
“disposição emocional complexa da pessoa, predominantemente inata e afetiva, com
referência a um dado objeto (outra pessoa, coisa ou idéia abstrata), a qual converte
esse objeto naquilo que é para a pessoa; afeto, afeição, amor” (HOUAISS, 2011).

Segundo Araújo (2003, p. 156), a afetividade: “seria um termo genérico que dá
qualidade ao que é afetivo, que dá significado ao conjunto de afetos que sentimos
em relação a nós mesmos e aos demais, à vida, à natureza, etc.”



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De posse da compreensão do vocábulo afetividade, procurou-se o significado do
referido termo para Vygotsky e, segundo palavras de Oliveira, em texto intitulado O
Problema da Afetividade em Vygotsky, ressalta que:

                     embora não tendo sido possível uma exposição articulada sobre a questão
                     da afetividade como um item específico dentro da teoria de Vygotsky [...]
                     destaca-se como uma constante em seu pensamento a importância das
                     conexões, profundas, entre as dimensões cognitiva e afetiva do
                     funcionamento psicológico do homem (OLIVEIRA, 1992, p. 83).


Frente ao exposto e, considerando, que o conjunto de emoções e sentimentos,
contempla a afetividade, buscou-se a concepção de Vygotsky sobre os termos.

Com relação à emoção humana, a preocupação de Vygotsky, foi compreendê-la
sob as dimensões cognitivas e afetivas, de forma articulada. Para o autor, ela “é um
sistema de reações relacionado de modo reflexo a esses ou aqueles estímulos”
(VYGOTSKY, 2010, p. 131).

Nas palavras de Oliveira e Rego (2003, p. 23), “o longo aprendizado sobre emoções
e afetos se inicia nas primeiras horas de vida de uma criança e se prolonga por toda
a sua existência”.

Na concepção de Vygotsky (2004, p. 14)

                     [...] la causa de las emociones está constituída por innumerables actos
                     reflejos que aparecen por influencia de objetos externos, y que alcazan de
                     maneira imediata nuestra consciência, se compreende de inmediato por qué
                     pueden existir infinidade de emociones y por qué em ciertos indivíduos los
                     elementos que las constituyen y los motivos que las suscitan pueden variar
                     infinitamente.


Ainda, que as emoções, se transformem, se relacionem com outras funções, como
linguagem, memória e percepção, elas se organizam internamente, em função do
meio social e, a partir desse processo, é chamado de autorregulação. Nas palavras
de Vygotsky (2010, p. 139)

                     As emoções são esse organizador interno das nossas reações, que
                     retesam, excitam, estimulam ou inibem essas ou aquelas reações. Desse
                     modo, a emoção mantém seu papel de organizador interno do nosso
                     comportamento.


Percebe-se, assim, que as emoções organizam o nosso comportamento, surgem
instintivamente do nosso organismo e são reflexos do nosso interesse ou
participação de algum estímulo. Na concepção vygotskyana, ela é mediada pela
linguagem, que a princípio é instintiva e irá se desenvolver para emoções
superiores, porque o sujeito internaliza conceitos aceitos socialmente.

Rey (2000) complementa que a linguagem reflete a representação que o sujeito tem
de seu contexto e de suas vivências, tanto cognitivas, como afetivas.

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Paralelo às emoções, Vygotsky (2010), menciona os sentimentos, são dispêndios de
energia, a partir de estímulos recebidos do mundo externo e que ”todo sentimento
tem três dimensões, e em cada uma dessas dimensões ele tem três sentimentos:
prazer-desprazer, excitação-quiescência, tensão–relaxação”.

Ainda, com relação, aos sentimentos Vygotsky (2010) o distingue em três
momentos: a) percepção de algum objeto externo; b) sentimentos advindos desta
percepção (medo, por exemplo); e c) expressões corporais desse sentimento
(tremor, por exemplo).

Assim, os sentimentos e emoções são perceptíveis no processo de aprendizagem,
na modalidade de Educação a Distância. O aluno perpassa pelas três dimensões
acima: o prazer ou desprazer, que pode advir de seu relacionamento com as TICs
ou até mesmo de sua interação com professor-tutor; a excitação-quiescência,
sucede pela superação ou limitação de suas capacidades e a tensão-relaxação,
ocorre a partir da ansiedade, seja, pela organização e realização das atividades e/ou
expectativas de atingir os objetivos pessoais e os propostos pelo curso.

Outro fator a ser considerado na aprendizagem, especialmente na EaD, é a
motivação. Camargo (2004), lembra que a emoção e a motivação, possuem a
mesma origem: ambas advém do latim movere.

                     Durante o processo de aprendizagem, quando o aluno já tem um objetivo e
                     uma necessidade para realizar determinada atividade, ou seja, tem um
                     motivo, ele percebe-se capaz ou não de realizar a ação. Portanto, a
                     representação que tem de si, seu autoconceito, vai ser determinante nesta
                     atividade. Um autoconceito negativo é bloqueador da atividade, por não
                     conter as condições emocionais necessárias à sua realização. Para se
                     mover, mobilizar-se para a ação, o indivíduo precisa ter um autoconceito
                     positivo em relação a esta atividade (CAMARGO 2004, p. 120-121).


Conforme se percebe, o aluno precisa ter um motivo para aprender, entretanto, a
sua motivação depende do que lhe é ensinado e por quem lhe ensina. Assim, na
EaD, os conteúdos ministrados devem fazer parte de seu contexto prático, tanto no
âmbito pessoal, quanto social. Assim, a equipe docente precisa ser motivadora,
incentivadora, mediadora e condutora do discente no processo de construção do
conhecimento.



4 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Esta reflexão teve por intuito refletir sobre a afetividade como uma aliada ao
processo ensino-aprendizagem, haja vista, que cognição, emoção e sentimentos são
pedras basilares à construção do conhecimento.

Dentre tantas teorias, optou-se por Vygotsky, por ser ela
enriquecedora, para o entendimento da contribuição da afetividade
na construção do conhecimento do aluno, pois entendemos que as

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emoções, acrescidas aos sentimentos e a motivação constituem
fortes aliadas à aprendizagem.

Ressalta-se, ainda, que a aprendizagem deve ser significativa e, que
na modalidade de Educação a Distância, é imprescindível a interação
entre os sujeitos               – aprendente e ensinante – e que
mediação se dá, geralmente, por meio do professor-tutor, a quem
cabe o papel de motivar, perceber as necessidades dos alunos e
propor um aprendizado de acordo com seu contexto pessoal e
social.


                                  REFERÊNCIAS


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Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009, p. 105-111.

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Disponivel em: http://dic.busca.uol.com.br/result.html?q=hist%F3ria&group=0&t=10.
Acesso em: 18 jun. 2011.

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2006 (Coleção educação contemporânea).

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regulamentou o art. 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), n.
9.394/96 Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicação,
2005.

CAMARGO, D. As emoções e a escola. Curitiba: Travessa dos Editores, 2004.

FORMIGA, M. A terminologia em EaD. In: LITTO, F.; FORMIGA, M. (Orgs).
Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
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2002. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) – Universidade de São
Paulo. Escola de Comunicações e Artes.

                                                                                  8
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HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Disponível em:
<http://houaiss.uol.com.br/busca/htm>. Acesso em: 05 ago. 2011.

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MICHAELLIS.        Dicionário  da    Língua    Portuguesa.       Disponível      em:
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PINO, A. O biológico e o cultural nos processos cognitivos, em linguagem, cultura e
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1997.

REY, F. L. G. El lugar de las emociones em la constitución social de lo psíquico: el
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VYGOTSKY, L. V. Teoría de las emociones: estúdio sócio-psicológico. Madrid:
Akal Universitaria, 2004. (Obras Completas, tomo 6).

_______. Psicologia Pedagógica. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.




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Construção do conhecimento na EaD sob a ótica da afetividade

  • 1. II ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN: 2175-5876 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EaD) SOB A ÓTICA DA AFETIVIDADE Danielly Berneck Côas1, Leociléa Aparecida Vieira2 1 FACINTER - GRUPO UNINTER Consultoria Geral de Educação à Distância Tutora do curso de Pós-Graduação em Formação e Orientadores Acadêmicos em Educação à Distância Rua Treze de Maio, 538 - São Francisco CEP 80510-030 – Curitiba, PR danicoas@yahoo.com.br 2 LEO Assessoria Educacional Rua Francisco Alves, 90 - Xaxim CEP 81810-180 – Curitiba, PR leocilea.vieira@uol.com.br Resumo: O documento enfoca a importância da afetividade na construção do conhecimento dos alunos que frequentam os cursos na Educação a Distância e, parte do pressuposto, que as relações afetivas exercem influência na vida pessoal, social e educativa do sujeito. Busca na teoria vygotskiana, o entendimento de como a emoção e o sentimento auxiliam o processo educativo e conclui que cognição e emoção caminham juntas rumo a uma aprendizagem significativa, entretanto, há a necessidade de interação entre os sujeitos ensinante e aprendente. Palavras-chave: educação a distância, afetividade, Vygotsky 1 INTRODUÇÃO O conhecimento é um privilégio exclusivo do homem, pois de todos os seres vivos ele é o único capaz de criar, produzir, transformar e registrar os fatos como uma maneira de repassar as gerações futuras o fruto do que se aprendeu. Para que este fato ocorra dois elementos são imprescindíveis: sujeito e objeto, haja vista de que não há conhecimento sem um sujeito que conhece e um objeto a ser conhecido. A partir do momento em que o sujeito age sobre o objeto a fim de transformá-lo, ocorre a aprendizagem, pois ela é o produto da ação do sujeito sobre o objeto. Nesta perspectiva, considera-se a aprendizagem como um conjunto de atividades, cuja realização conduz o aluno a novos conhecimentos e hábitos ou proporciona novas qualidades ao já conhecido, 1
  • 2. II ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN: 2175-5876 É uma atividade, por natureza, social: realiza-se por meio de instrumentos sociais e desenvolve-se mediante a cooperação e a comunicação (CAMARGO, 2004, p. 118). Acredita-se, porém, tal como Pino (1997, p. 6), que o processo de conhecer é uma relação que envolve além do sujeito e objeto, um terceiro elemento: o mediador “que torna possível o conhecimento”. Segundo o autor supracitado, embora a atividade de conhecer pressuponha a existência no sujeito de determinadas propriedades que o habilitam a captar as características dos objetos, há fortes razões para pensar que o ato de conhecer não é obra exclusiva nem do sujeito, nem do objeto, nem mesmo da sua interação, mas da ação do elemento mediador, sem o qual não existe nem sujeito nem objeto de conhecimento (PINO, 1997, p. 2). Desta maneira, se a mediação na educação presencial é importante, no contexto da Educação a Distância, o elemento mediador é imprescindível para o processo ensino-aprendizagem. A mediação encontra respaldo na teoria histórico-cultural de Vygotsky, para quem o pensamento e linguagem, desenvolvimento e aprendizagem são saberes que se produzem e acontecem por meio de um mediador, preparado para lidar com ritmos e processos dos sujeitos. Assim, na prática da EaD, o aluno deve ser compreendido como um sujeito de relações sócio-históricas em constante transformação. Deve-se considerar, ainda, que a sua construção do conhecimento – o processo e produto (ir e vir) – têm como elementos constituintes a linguagem; a mediação; a interação; a apropriação e os conceitos espontâneos e científicos. No contexto desta reflexão, compreende-se, ainda, que toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É a fome que põe em funcionamento o aparelho pensador. Fome é afeto. O pensamento nasce do afeto, nasce da fome. Não confundir afeto com beijinhos e carinhos. Afeto, do latim "affetare", quer dizer "ir atrás". É o movimento da alma na busca do objeto de sua fome. É o Eros platônico, a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado (ALVES, 2002, p. 1). Percebe-se, assim, que a educação baseada no afeto não é aquela que dá respostas prontas e acabadas, mas motiva, incentiva e indica os caminhos ao aluno para a busca do conhecimento. Frente ao exposto, esta reflexão objetiva discutir, ainda que sucintamente, a construção do conhecimento em EaD e a afetividade sob a ótica Vygotskiana. 2
  • 3. II ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN: 2175-5876 2 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EaD) Ao iniciar este item achamos necessário esclarecer o que se entende por Educação a Distância. Para tanto, tomou-se emprestado o conceito veiculado pelo Decreto n. 5.622 de 19 de dezembro de 2005, que regulamentou o art. 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), n. 9.394/96 e estabelece a: educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos (BRASIL. Presidência da República, 2005). Neste sentido, esta modalidade de ensino demanda vários desafios, pois apesar de aluno e professor se encontrarem dispersos geograficamente, exige de ambos uma interação constante, mediados pelas tecnologias da informação e comunicação (TICs) adequadas para o ambiente virtual. Um dos pré-requisitos da EaD é a auto-aprendizagem. Haja vista, que esta modalidade de ensino requer que o aluno, seja responsável pelo seu aprendizado, saiba compartilhar suas experiências, adquira capacidades de criar, transformar e aplicar o conhecimento. Nas palavras de Gohn (2002, p. 21), o aprendiz que opta por um programa de auto-aprendizagem tem que enfrentar vários desafios: adquirir um material, organizá-lo e traçar um plano de estudos, isto é, terá que desenvolver uma pedagogia para sua aprendizagem. Belloni (2006, p. 36), corrobora com o exposto e menciona de que a prática da EaD pressupõe alguns princípios, tais como: “aprendizagem autodirigida, disponibilidade de meios e materiais, programação de aprendizagem e interatividade entre estudantes e agentes de ensino”. A aprendizagem autodirigida, de acordo com Knowles (1975, p. 18), é um processo, em que os indivíduos tomam a iniciativa, com ou sem a ajuda de outrem, no que respeita ao diagnóstico das suas necessidades de aprendizagem, à formulação de metas de aprendizagem, à escolha e implementação de estratégias apropriadas de aprendizagem, e à avaliação dessas mesmas aprendizagens. A partir deste perfil de aluno alguns conceitos foram repensados e/ou introduzidos na educação, dentre eles: a andragogia e a heutagogia. 3
  • 4. II ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN: 2175-5876 A andragogia, vocábulo de origem grega (andros: adulto + agogus: guiar, conduzir, educar) que significa o estudo do adulto. Ela visa à necessidade do aluno, seu contexto social e suas experiências. Nas palavras de Almeida (2009, p. 104), a andragogia é voltada para a aprendizagem de adultos que tomam a decisão de aprender algo que seja importante para sua vida e trabalho, passando a ter um papel ativo em seu processo de aprendizagem e na realização de atividades nas mesmas condições que os demais participantes (professor e aluno). A respeito da heutagogia (heuta: auto, próprio + agogus), a mesma autora supracitada, menciona que ela “surge com o estudo da auto-aprendizagem na perspectiva de um ensino compartilhado” (ALMEIDA, 2009, p. 107). Pode-se acrescentar, ainda, que a auto-aprendizagem possibilita ao indivíduo fazer suas próprias escolhas, seja no gerenciamento do tempo e espaço, bem como, na seleção das atividades. Entretanto, é preciso tomar cuidado para que ela não seja confundida com auto-suficiência. Com relação a EaD, é preciso considerar que o aluno que freqüenta esta modalidade de ensino necessita de mediação dos elementos pedagógicos e operacionais que compõem o sistema educacional. A mediação, aqui adquire a conotação apresentada por Aulete (2011), ou seja, indica a “relação que se estabelece entre duas pessoas, coisas, idéias etc. por intermédio de uma terceira (pessoa, coisa, idéia etc.)”. Na EaD, geralmente se dá por meio dos professores-tutores. É este profissional, que por meio das TICs, conduz e orienta, o aluno para a auto-aprendizagem. É mister salientar de que o professor-tutor não é, apenas, um profissional da educação, mas que ele deve ter uma formação qualificada (teórica e metodológica), bem como, deter algumas características pessoais: estabilidade emocional, empatia, cordialidade, paciência e, principalmente, o domínio das TICs, já que processo pedagógico em EaD, requer um aprendizado criativo e cooperativo. O professor-tutor a respeito da mediação por meio das TICs, deve, ainda, considerar que a “clientela” que freqüenta a EaD, em sua maioria, são alunos adultos e, que geralmente, trazem consigo resistências, medos e bloqueios. Neste sentido, uma pedagogia voltada para o aluno na EaD, pressupõe que ele ultrapasse o paradigma da reprodução da informação para a construção do conhecimento, isto é, tenha, realmente, uma aprendizagem significativa. A esse respeito, Formiga (2009, p. 44), alerta que a aquisição do conhecimento por meio de uma aprendizagem de conteúdos significativos tem relação determinante com o processo cognitivo de exercitar a imaginação, a memória, a criatividade e a capacidade de transferência para aplicar os conhecimentos na vida profissional e no mundo real. 4
  • 5. II ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN: 2175-5876 Assim, acredita-se que aprendizagem do aluno em EaD, deve se processar de forma criadora, por meio da imitação e a imaginação. Oliveira e Rego (2003), ressaltam que no processo ensino-aprendizagem cada sujeito absorve e reage de formas distintas um pensamento, uma informação. Neste sentido, na EaD, para que a aprendizagem seja significativa é imprescindível que no processo do ensinar se estabeleçam entre os sujeitos – ensinante e aprendente – uma relação de parceria, inspirados na confiança, haja vista que a aprendizagem não é mera transferência de conteúdos para o interior do sujeito, mas uma construção a partir da interação com o meio social, mediante um aprendizado significativo. Neste contexto, o professor tutor tem um papel importante, pois, sem perder de vista os objetivos do curso cabem a ele, desafiar o aluno, motivá-lo, observar suas necessidades e orientá-lo para atingir um desenvolvimento integral, no qual se transforma e transforma o ambiente. Assim, acreditando-se que o sujeito é um ser integral e o seu conhecimento não pode ser construído de forma fragmentada, predominando a razão, mas também as sensações e das emoções, busca-se em Vygotsky o entendimento da afetividade como a base da construção do conhecimento para o aluno em EaD. 3 AFETIVIDADE SOB A ÓTICA VYGOTKYANA Afetividade é um vocábulo derivado de afeto, palavra advinda do latim affectus e significa a “capacidade de exprimir-se na linguagem a emoção que nos despertam as idéias enunciadas, bem como a de despertar nos outros idêntica emoção” (MICHAELLIS, 2011). Houaiss (2011) define a afetividade como um “conjunto de fenômenos psíquicos que são experimentados e vivenciados na forma de emoções e de sentimentos”. Pode-se perceber pelos significados acima que a afetividade perpassa pela emoção e sentimentos. Assim, por emoção entende-se como “ato de deslocar, movimentar”; “agitação de sentimentos, abalo afetivo ou moral“; “reação orgânica de intensidade e duração variáveis, geralmente, acompanhada de alterações respiratórias, circulatórias etc. e de grande excitação mental” e, sentimentos, significa, “disposição emocional complexa da pessoa, predominantemente inata e afetiva, com referência a um dado objeto (outra pessoa, coisa ou idéia abstrata), a qual converte esse objeto naquilo que é para a pessoa; afeto, afeição, amor” (HOUAISS, 2011). Segundo Araújo (2003, p. 156), a afetividade: “seria um termo genérico que dá qualidade ao que é afetivo, que dá significado ao conjunto de afetos que sentimos em relação a nós mesmos e aos demais, à vida, à natureza, etc.” 5
  • 6. II ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN: 2175-5876 De posse da compreensão do vocábulo afetividade, procurou-se o significado do referido termo para Vygotsky e, segundo palavras de Oliveira, em texto intitulado O Problema da Afetividade em Vygotsky, ressalta que: embora não tendo sido possível uma exposição articulada sobre a questão da afetividade como um item específico dentro da teoria de Vygotsky [...] destaca-se como uma constante em seu pensamento a importância das conexões, profundas, entre as dimensões cognitiva e afetiva do funcionamento psicológico do homem (OLIVEIRA, 1992, p. 83). Frente ao exposto e, considerando, que o conjunto de emoções e sentimentos, contempla a afetividade, buscou-se a concepção de Vygotsky sobre os termos. Com relação à emoção humana, a preocupação de Vygotsky, foi compreendê-la sob as dimensões cognitivas e afetivas, de forma articulada. Para o autor, ela “é um sistema de reações relacionado de modo reflexo a esses ou aqueles estímulos” (VYGOTSKY, 2010, p. 131). Nas palavras de Oliveira e Rego (2003, p. 23), “o longo aprendizado sobre emoções e afetos se inicia nas primeiras horas de vida de uma criança e se prolonga por toda a sua existência”. Na concepção de Vygotsky (2004, p. 14) [...] la causa de las emociones está constituída por innumerables actos reflejos que aparecen por influencia de objetos externos, y que alcazan de maneira imediata nuestra consciência, se compreende de inmediato por qué pueden existir infinidade de emociones y por qué em ciertos indivíduos los elementos que las constituyen y los motivos que las suscitan pueden variar infinitamente. Ainda, que as emoções, se transformem, se relacionem com outras funções, como linguagem, memória e percepção, elas se organizam internamente, em função do meio social e, a partir desse processo, é chamado de autorregulação. Nas palavras de Vygotsky (2010, p. 139) As emoções são esse organizador interno das nossas reações, que retesam, excitam, estimulam ou inibem essas ou aquelas reações. Desse modo, a emoção mantém seu papel de organizador interno do nosso comportamento. Percebe-se, assim, que as emoções organizam o nosso comportamento, surgem instintivamente do nosso organismo e são reflexos do nosso interesse ou participação de algum estímulo. Na concepção vygotskyana, ela é mediada pela linguagem, que a princípio é instintiva e irá se desenvolver para emoções superiores, porque o sujeito internaliza conceitos aceitos socialmente. Rey (2000) complementa que a linguagem reflete a representação que o sujeito tem de seu contexto e de suas vivências, tanto cognitivas, como afetivas. 6
  • 7. II ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN: 2175-5876 Paralelo às emoções, Vygotsky (2010), menciona os sentimentos, são dispêndios de energia, a partir de estímulos recebidos do mundo externo e que ”todo sentimento tem três dimensões, e em cada uma dessas dimensões ele tem três sentimentos: prazer-desprazer, excitação-quiescência, tensão–relaxação”. Ainda, com relação, aos sentimentos Vygotsky (2010) o distingue em três momentos: a) percepção de algum objeto externo; b) sentimentos advindos desta percepção (medo, por exemplo); e c) expressões corporais desse sentimento (tremor, por exemplo). Assim, os sentimentos e emoções são perceptíveis no processo de aprendizagem, na modalidade de Educação a Distância. O aluno perpassa pelas três dimensões acima: o prazer ou desprazer, que pode advir de seu relacionamento com as TICs ou até mesmo de sua interação com professor-tutor; a excitação-quiescência, sucede pela superação ou limitação de suas capacidades e a tensão-relaxação, ocorre a partir da ansiedade, seja, pela organização e realização das atividades e/ou expectativas de atingir os objetivos pessoais e os propostos pelo curso. Outro fator a ser considerado na aprendizagem, especialmente na EaD, é a motivação. Camargo (2004), lembra que a emoção e a motivação, possuem a mesma origem: ambas advém do latim movere. Durante o processo de aprendizagem, quando o aluno já tem um objetivo e uma necessidade para realizar determinada atividade, ou seja, tem um motivo, ele percebe-se capaz ou não de realizar a ação. Portanto, a representação que tem de si, seu autoconceito, vai ser determinante nesta atividade. Um autoconceito negativo é bloqueador da atividade, por não conter as condições emocionais necessárias à sua realização. Para se mover, mobilizar-se para a ação, o indivíduo precisa ter um autoconceito positivo em relação a esta atividade (CAMARGO 2004, p. 120-121). Conforme se percebe, o aluno precisa ter um motivo para aprender, entretanto, a sua motivação depende do que lhe é ensinado e por quem lhe ensina. Assim, na EaD, os conteúdos ministrados devem fazer parte de seu contexto prático, tanto no âmbito pessoal, quanto social. Assim, a equipe docente precisa ser motivadora, incentivadora, mediadora e condutora do discente no processo de construção do conhecimento. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta reflexão teve por intuito refletir sobre a afetividade como uma aliada ao processo ensino-aprendizagem, haja vista, que cognição, emoção e sentimentos são pedras basilares à construção do conhecimento. Dentre tantas teorias, optou-se por Vygotsky, por ser ela enriquecedora, para o entendimento da contribuição da afetividade na construção do conhecimento do aluno, pois entendemos que as 7
  • 8. II ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN: 2175-5876 emoções, acrescidas aos sentimentos e a motivação constituem fortes aliadas à aprendizagem. Ressalta-se, ainda, que a aprendizagem deve ser significativa e, que na modalidade de Educação a Distância, é imprescindível a interação entre os sujeitos – aprendente e ensinante – e que mediação se dá, geralmente, por meio do professor-tutor, a quem cabe o papel de motivar, perceber as necessidades dos alunos e propor um aprendizado de acordo com seu contexto pessoal e social. REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. E. As teorias principais de andragogia e heutagogia. In: LITTO, Fredric; FORMIGA, Marcos (Orgs). Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009, p. 105-111. ALVES, R. Receita prá se comer queijo... Folha On-line, 31 out. 2002. Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/receitaprasecomerqueijo.htm>. Acesso em: 21 ago. 2011. ARAÚJO, U. F. A dimensão afetiva da psique humana e a educação em valores. In: Arantes, V. A. (org). Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 2003. AULETE, C. iDicionário Aulete. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2011. Disponivel em: http://dic.busca.uol.com.br/result.html?q=hist%F3ria&group=0&t=10. Acesso em: 18 jun. 2011. BELLONI, M.L. Educação à distância. 4. ed . Campinas: Autores Associados, 2006 (Coleção educação contemporânea). BRASIL. Ministério da Educação. Decreto n. 5.622 de 19 de dezembro de 2005, que regulamentou o art. 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), n. 9.394/96 Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicação, 2005. CAMARGO, D. As emoções e a escola. Curitiba: Travessa dos Editores, 2004. FORMIGA, M. A terminologia em EaD. In: LITTO, F.; FORMIGA, M. (Orgs). Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009, p. 39-46. GOHN, D. M. Auto-aprendizagem musical: alternativas tecnológicas. São Paulo, 2002. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) – Universidade de São Paulo. Escola de Comunicações e Artes. 8
  • 9. II ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN: 2175-5876 HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Disponível em: <http://houaiss.uol.com.br/busca/htm>. Acesso em: 05 ago. 2011. KNOWLES, M. Self-directed learning. Chicago: Follett Publishing Co, 1975. MICHAELLIS. Dicionário da Língua Portuguesa. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues- portugues&palavra=afetividade. Acesso em: 16 ago. 2011. OLIVEIRA, M. K. de, O problema da afetividade em Vygotsky. In: TAILLE, T. de; OLIVEIRA, M. K. de.; DANTAS, H (orgs.). Piaget, Vygotsky e Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. LA São Paulo: Summus, 1992. _______.; REGO, T. C. Vygotsky e as complexas relações entre cognição e afeto. In: ARANTES, V. A. (org.). Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 2003. PINO, A. O biológico e o cultural nos processos cognitivos, em linguagem, cultura e cognição: reflexão para o ensino de ciências. In: ENCONTRO SOBRE TEORIA E PESQUISA EM ENSINO DE CIÊNCIAS, 1997. Anais do.... Campinas: UNICAMP, 1997. REY, F. L. G. El lugar de las emociones em la constitución social de lo psíquico: el aporte de Vygotsky. Educação & Sociedade, v. 21, n. 70, abr. 2000. VYGOTSKY, L. V. Teoría de las emociones: estúdio sócio-psicológico. Madrid: Akal Universitaria, 2004. (Obras Completas, tomo 6). _______. Psicologia Pedagógica. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010. 9