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RIMA
RELATÓRIO DE
IMPACTO AMBIENTAL
Usina Termelétrica Barra do Rocha I
Julho/2011




Empreendimento    Consultoria
Sumário




                               06                                  24

1                                    7
    APRESENTAÇÃO                         CONHECENDO A REGIÃO




                               09                                  37

2                                   8
    QUEM FARÁ                            OS IMPACTOS AMBIENTAIS
    O EMPREENDIMENTO?                    E AS MEDIDAS PROPOSTAS




                               10                                  68

3                                   9
    O QUE É                              OS PROGRAMAS AMBIENTAIS
    O EMPREENDIMENTO?




                               12                                  74

4                                   10
    QUAL A IMPORTÂNCIA                   CONSIDERAÇÕES FINAIS
    DA UTE BARRA DO ROCHA I?




                               16                                  76

5                                   11
    SOBRE O PROJETO                      GLOSSÁRIO
    DE ENGENHARIA
    DA UTE BARRA DO ROCHA I




                               20                                  80

6                                   12
    COMO SERÁ A CONSTRUÇÃO               EQUIPE TÉCNICA
    E A OPERAÇÃO DA UTE
    BARRA DO ROCHA I?
1
                                                        APRESENTAÇÃO




                                                                                                       E
                                                                       1 O EIA é um instrumen-               ste Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) apresenta de forma simpli-
                                                                       to fundamental para se                ficada os principais resultados do Estudo de Impacto Ambiental (EIA)¹
                                                                       entender as modificações
                                                                       que um empreendimen-                  do empreendimento denominado Usina Termelétrica (UTE) Barra do
                                                                       to pode causar no meio          Rocha I, no município de Barra do Rocha, na região sul do Estado da Bahia.
                                                                       ambiente de uma região.
                                                                       E assim, pensar em formas
                                                                       de diminuir ou acabar com       Tanto este RIMA, como o EIA, são exigências da Política Nacional de Meio
                                                                       as alterações que causa-        Ambiente — Lei n° 6.938, de 1981², pois a UTE Barra do Rocha I é uma ativi-
                                                                       rem prejuízos, e estimular      dade que utilizará recursos naturais e que poderá causar degradação ou
                                                                       as que tragam benefícios.
                                                                       No EIA, são consideradas        poluição ambiental, caso não sejam tomados os devidos cuidados.
                                                                       as características físicas da
                                                                       região estudada, como o         No RIMA, encontra-se uma descrição básica do empreendimento, das
                                                                       clima e relevo, as biológicas
                                                                       (fauna e vegetação) e tudo      atividades a serem realizadas nas etapas de construção e operação, e a sua
                                                                       o que envolver a população      importância para a região e para o país. Também serão apresentadas as
                                                                       que vive na região.             características do meio ambiente da região, descrição esta utilizada como
                                                                                                       base para se avaliar quais os impactos que poderão ocorrer no ambiente
                                                                                                       com a instalação da UTE. E, para a minimização ou mitigação destes
                                                                       2 O órgão ambiental res-        impactos, foram propostas uma série de medidas ambientais, que darão
                                                                       ponsável pela coordenação       origem a programas ambientais específicos, apresentados neste RIMA.
                                                                       do licenciamento ambiental
                                                                       da UTE Barra do Rocha I, re-
                                                                       gulando e fiscalizando todo      O EIA e o RIMA estarão disponíveis para consulta à toda população da
                                                                       o processo, é o Instituto de    Área de Influência da UTE Barra do Rocha I.
                                                                       Meio Ambiente e Recursos
                                                                       Hídricos da Bahia (INEMA).




6   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                                               USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I   7
2
                                                        QUEM FARÁ
                                                        O EMPREENDIMENTO?




                                                        A
                                                               empresa responsável pelo projeto de implantação da UTE Barra
                                                               do Rocha I é a PETROBRAS — Petróleo Brasileiro SA, localizada
                                                               na Av. República do Chile, nº 65 – Centro – Rio de Janeiro –
                                                        RJ – CEP: 20031-170. O contato com a empresa pode ser feito através
                                                        dos telefones (21) 3229-2661 e (21) 3229-4708 (Sra. Daniele Lomba ou
                                                        Leonardo Clemente).


                                                        Para que a PETROBRAS obtenha a Licença de Localização (LL) do empre-
                                                        endimento e possa implantar a UTE Barra do Rocha I é necessário que o
                                                        Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA), vincu-
                                                        lado à Secretaria do Meio Ambiente da Bahia, aprove os estudos ambien-
                                                        tais e realize a audiência pública para ouvir os comentários e sugestões da
                                                        população da Área de Influência da UTE Barra do Rocha I.


                                                        O EIA/RIMA foi elaborado pela Habtec Engenharia Ambiental, empresa de
                                                        consultoria especializada e legalmente habilitada para o desenvolvimento
                                                        de estudos desta natureza. A Habtec tem sede na cidade do Rio de Janeiro
                                                        e encontra-se registrada, sob o nº 198.582, no Cadastro Técnico Federal
                                                        de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, do Instituto Brasileiro
                                                        do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).




8   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I   9
3
                                            O QUE É
                                            O EMPREENDIMENTO?




                                            O
                                                       empreendimento da PETROBRAS é o projeto de uma Usina
                                                       Termelétrica denominada Usina Termelétrica (UTE) Barra
                                                       do Rocha I. A UTE Barra do Rocha I prevê uma capacidade
                                            instalada de 600 MW (megawatts), o suficiente para abastecer mais de                                                                                                                Usina Termelétrica
                                            400.000 residências.                                                                                                                                                                     Foto: Petrobras



                                            Toda energia gerada pela UTE Barra do Rocha I terá como destino a Subes-
                                            tação Funil, da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), que por sua
                                            vez fará a distribuição dessa energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN)¹.


                                                                                                                                1 O SIN liga as geradoras   Quais os objetivos do empreendimento?
                                                                                                                                de energia, como hidre-
                                                                                                                                létricas e termelétricas,
                                                                                                                                das regiões Sul, Sudeste,   A construção da UTE Barra do Rocha I tem como objetivo gerar energia
                                                                                                                                Centro-Oeste, Nordeste      elétrica a partir da queima do gás natural para atender à necessidade cres-
                                                                                                                                e parte do Norte até os     cente de energia, em especial na Região Nordeste do Brasil.
                                                                                                                                centros consumidores —
                                                                                                                                residências e indústrias,
                                                                                                                                por exemplo — através
                                                                                                                                das linhas de transmissão   Onde deverá ser construída a UTE Barra do Rocha I?
                                                                                                                                (LTs) espalhadas por todo
                                                                                                                                o território brasileiro.
                                                                                                                                                            O terreno onde será construída a UTE Barra do Rocha I localiza-se no
                                                                                                                                                            município de Barra do Rocha, região Sul da Bahia, na divisa com outros dois
                                                                                                                                                            municípios, Ipiaú e Gongogi, e a uma distância de 378 km da capital Salvador.


                                                                                                                                                            A área do município de Barra do Rocha é de 208,36 km² e, de acordo com
                                                                                                                                                            o Censo Demográfico do IBGE feito em 2010, sua população é estimada
                                                                                                                                                            em 6.336 habitantes.




10   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                                                                                                    USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I      11
4
                                                     QUAL A
                                                     IMPORTÂNCIA
                                                     DA UTE BARRA
                                                     DO ROCHA I?




                                                     A
                                                             tualmente, os órgãos governamentais bra-       as hidrelétricas, evitando, assim, a necessidade         outros combustíveis fósseis como o carvão e o óleo
                                                             sileiros identificam um aumento expressivo na   de períodos de racionamento de eletricidade nos          combustível, é a reduzida emissão de gases poluentes,
                                                             demanda por energia elétrica em todo o país,   momentos de poucas chuvas.                               como o óxido de enxofre e o monóxido de carbono, e
                                                     o que leva à necessidade de expansão do parque de                                                               de fuligem, durante a sua queima.
                                                     geração de energia existente no Brasil.                Como uma fonte de energia alternativa às hidrelé-
                                                                                                            tricas, a PETROBRAS propõe uma usina termelétrica        Outro ponto positivo do gás natural para o meio
                                                     Para que isso aconteça, é fundamental o inves-         operada a gás natural¹, combustível que tem aumen-       ambiente é o seu transporte através de gasodutos,
                                                     timento na construção de usinas hidrelétricas          tado cada vez mais a sua participação na matriz          como o Gasoduto Cacimbas-Catu (GASCAC), o
                                                     (UHEs), pequenas centrais hidrelétricas (PCHs)         energética do país, já correspondendo a 12,3% do total   que elimina o fluxo de veículos transitando pelas
                                                     e termelétricas.                                       das fontes de energia usadas no Brasil, de acordo        estradas, bem como os custos e riscos de arma-
                                                                                                            com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).      zenagem e manuseio, a exemplo do que acon-
                                                     Mesmo o Brasil apresentando um grande poten-           A proposta da PETROBRAS está alinhada com o Plano        tece com os combustíveis líquidos, como o óleo
                                                     cial hídrico, o que é essencial para a implantação     Prioritário de Termelétricas (PPT), estipulado pelo      combustível. Além disso, o gás natural não corrói
                                                     das UHEs e PCHs, este tipo de empreendimento           Decreto nº 3.371, de 24/02/2000, criado a partir da      as tubulações por onde passa, evitando o risco de
                                                     depende dos períodos de chuvas, que variam bas-        necessidade de reduzir a dependência do Brasil em        vazamentos.
     1 O gás natural é um com-                       tante no país. Isso pode ser visto nos momentos de     relação à matriz hidrelétrica.
     bustível fóssil encontrado                      seca, quando o nível de água diminui e prejudica                                                                Outra vantagem das termelétricas é o tempo necessá-
     em jazidas junto ao petró-                      a geração de eletricidade pelas hidrelétricas. Daí a   Uma das principais vantagens para o meio ambiente        rio para construção, em média 3 anos, enquanto uma
     leo, tanto nos campos ter-
     restres, como nos campos                        importância em se buscar outras fontes alternativas    em relação ao uso do gás natural na geração de           usina hidrelétrica demora entre 6 e 8 anos para entrar
     localizados no mar.                             de energia, que complementem de maneira eficiente       energia elétrica, principalmente quando comparado a      em operação.




12   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                                                                                       USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I   13
1 O Programa Luz para         2 O Gasoduto Cacimbas-
                                                          Todos (LpT) foi lançado em    Catu (GASCAC) se estende
                                                          2003 pelo Governo Federal     por 974 km entre os
                                                          com o objetivo de acabar      estados do Espírito Santo
                                                          com a exclusão elétrica no    e da Bahia e passa por
                                                          país, privilegiando a popu-   51 municípios.
                                                          lação da zona rural sem
                                                          acesso à energia elétrica.




     Por que uma UTE na Região Nordeste?                  A UTE Barra do Rocha I será localizada em uma área
                                                          de cerca de 20 hectares (equivalente a 20 campos de
     Segundo informações da Empresa de Pesquisa Ener-     futebol), próxima ao Rio de Contas, de onde será feita
     gética (EPE), a Região Nordeste tem apresentado um   a captação de água para o empreendimento. Este              Exemplo de subestação de recebimento de energia
     forte crescimento no consumo de energia elétrica,    terreno está situado às margens da Rodovia BR-330,        elétrica para onde vai a energia produzida pelas UTEs
                                                                                                                                                           Foto: Petrobras
     principalmente com o início do Programa Luz Para     no município de Barra do Rocha.
     Todos (LpT)¹ em 2003, que tem impulsionado o
     consumo residencial. Como uma forma de atender       Este local foi escolhido pela proximidade com o
     a essa demanda crescente de energia elétrica, a      Rio de Contas, e por conta da facilidade de receber
     PETROBRAS optou por instalar nesta Região a UTE      gás natural através de um ramal de distribuição do
     Barra do Rocha I.                                    Gasoduto Cacimbas-Catu (GASCAC)².




     Trecho da BR-330, no município de Barra do Rocha
     Foto: Acervo Habtec




14   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                       USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I         15
No quadro a seguir estão os componentes principais da UTE Barra do Rocha I e sua respec-
                                                                                                                        tiva função na estrutura da UTE.




                            5
                                            SOBRE O PROJETO
                                            DE ENGENHARIA                                                                Componente                               Função


                                            DA UTE BARRA                                                                 Dois turbogeradores a gás natural        A queima do gás natural aciona os turbogeradores que giram e, por serem
                                                                                                                                                                  conectadas a um gerador de eletricidade, produzem energia elétrica.

                                            DO ROCHA I                                                                   Duas caldeiras de recuperação            Resfriam o gás produzido nos turbogeradores, para que possa ser
                                                                                                                         de calor                                 aproveitado no turbogerador a vapor.


                                                                                                                         Uma câmara de combustão                  É o local onde será queimado o gás natural que movimentará
                                                                                                                                                                  os turbogeradores a gás natural.


                                                                                                                         Um turbogerador a vapor                  O vapor gerado nas caldeiras de recuperação de calor movimenta



                                            A
                                                    UTE Barra do Rocha I irá operar em ciclo combinado, uma                                                       o turbogerador a vapor, que gira e produz energia elétrica.
                                                    tecnologia que tem sido aplicada em todo o mundo com grande
                                                    sucesso graças a sua maior eficiência na geração de energia e         Duas torres de resfriamento              Resfriam o vapor gerado no turbogerador a vapor, que se transforma em
                                            redução significativa no nível de gases liberados para a atmosfera. A UTE                                              água e volta a ser usado nas caldeiras de recuperação de calor.
                                            terá capacidade para gerar 600 megawatts de energia elétrica.
                                                                                                                         Uma subestação de energia                Transmite, distribui, protege e controla a energia elétrica que será
                                            Esta tecnologia assim é chamada pela existência de duas turbinas —                                                    conduzida até a Subestação Funil pelas linhas de transmissão.
                                            uma a gás e outra a vapor — que funcionam de maneira complementar.
                                            Na primeira turbina, a gás, acontece a geração de energia por conta da       Quatro linhas de transmissão para a      As linhas de transmissão conduzem a energia gerada na termelétrica até
                                                                                                                         interligação da Subestação de Entrada,   a Subestação Funil.
                                            queima do gás natural. Esta queima libera gases que serão recuperados
                                                                                                                         da UTE Barra do Rocha I à Subestação
                                            pela caldeira que irá gerar vapor para movimentar a segunda turbina, pos-    Funil de propriedade da CHESF.
                                            sibilitando o seu funcionamento e, novamente, gerando energia.




16   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                                                                                                          USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I   17
A UTE Barra do Rocha I ainda conta com os seguintes     a turbina à vapor (ciclo combinado) e passa a gerar
     componentes auxiliares:                                 mais energia elétrica.                                         Planta de Usina Termelétrica a ciclo combinado
                                                                                                                                                  Infográfico: Pictorama Design

        •   Sistema de recebimento e medição de              O vapor liberado pela turbina a vapor é resfriado e torna-se
            gás natural;                                     condensado, pois se transforma em gotículas de água. Este
                                                             vapor condensado, ao ser resfriado nas torres de resfria-
        •   Sistemas de segurança e controle da ope-
                                                             mento, pode ser usado novamente como água a ser trans-
            ração da UTE;
                                                             formada em vapor na caldeira de recuperação de calor.
        •   Sistemas de captação de água e disposição
            de efluentes;                                     Toda a energia gerada irá para a subestação de energia,
                                                             chamada Subestação de Entrada da UTE Barra do
        •   Sistema de tratamento de água e efluentes.        Rocha I, localizada no terreno da UTE, que será o
                                                             ponto de controle e transferência para as quatro linhas
                                                             de transmissão ligadas à Subestação Funil, da CHESF.


     Como será o funcionamento                               Essas quatro linhas de transmissão de 138 kV serão cons-
     da UTE Barra do Rocha I?                                truídas sobre faixas que atravessarão os municípios de
                                                             Barra do Rocha, Ubaitaba e Ubatã, no Estado da Bahia.
     Um gasoduto de distribuição interligará o gasoduto
     GASCAC à UTE Barra do Rocha I. A previsão de con-       Para abastecer a UTE Barra do Rocha I, será necessária
     sumo de gás natural da termelétrica é de 45.630 m³      a captação de 750 m³ de água por hora do Rio de
     por hora.                                               Contas, que passará por uma estação de tratamento
                                                             de água (ETA) instalada na própria UTE antes de ser
     Este gás natural será direcionado à câmara de combus-   utilizada, enquadrando-se os parâmetros (pH, dureza
     tão da turbina, onde será queimado. Ao se expandirem,   etc) dentro das especificações técnicas.
     os gases resultantes desta queima acionam a turbina,
     associada ao gerador de energia. O movimento de         Já o tratamento dos demais efluentes contaminados e
     ambos é o que produz, de fato, a energia elétrica.      oleosos produzidos pela UTE Barra do Rocha I será feito
                                                             em uma Estação de Tratamento de Despejos Industriais
     Os gases que saem da turbina são levados para a         (ETDI). Os efluentes domésticos serão tratados na Estação
     caldeira de recuperação, onde aquecem a água e          de Tratamento de Efluentes Sanitários compacta. Por sua
     passam a gerar vapor. Este vapor produzido aciona       vez, todas as águas pluviais serão direcionadas para a ETDI.




18   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                                           USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I   19
6
                                            COMO SERÁ A
                                            CONSTRUÇÃO E A
                                            OPERAÇÃO DA UTE
                                            BARRA DO ROCHA I?                                                                                                                                                                          Canteiro de obras
                                                                                                                                                                                                                                       Foto: Acervo Habtec




                                                                                                                          Canteiro de Obras                                                Terraplanagem

                                            P
                                                    ara a implantação da UTE Barra do Rocha I é necessária a obten-
                                                    ção de três licenças ambientais, para as seguintes fases: a Licença
                                                    de Localização (LL)1 para aprovação do projeto; Licença de            O canteiro de obras se localizará dentro da área da UTE          A terraplanagem será feita, primeiramente, removendo
                                            Implantação (LI)2 para a construção, e Licença de Operação (LO)3. Todas       Barra do Rocha I e será composto de escritórios, almoxa-         20 cm da camada superficial de solo orgânico para
                                            essas licenças são concedidas pelo órgão ambiental após a aprovação dos       rifados, banheiros, oficinas, salas de reuniões etc, possibili-   posterior uso na recomposição vegetal da área. Após
                                            estudos. A previsão para implantação da UTE é estimada em 42 meses.           tando toda a infraestrutura de apoio necessária à execu-         a retirada da camada de 20 cm, será feita a movimen-
                                                                                                                          ção dos serviços de construção e montagem da UTE.                tação de terra em toda a área da propriedade, com a
                                            Para a construção da UTE Barra do Rocha I, será mobilizado um número                                                                           realização de pequenos cortes nas partes mais altas do
                                            médio de 500 trabalhadores, com um número máximo de 1.600 trabalha-           Todos os efluentes, resíduos sólidos, ruídos e emissões           terreno e aterramento das partes mais baixas, bus-
                                            dores no momento de pico da obra. Já para a fase de operação, prevê-se        gerados serão monitorados e mantidos dentro dos                  cando, assim, o nivelamento do terreno em atendi-
                                            a contratação de 78 funcionários. Estes trabalhadores deverão ser qualifi-     padrões normativos.                                              mento às cotas do projeto.
                                            cados e treinados para as funções que exercerão.


                                            As empresas contratadas pela PETROBRAS para construção e montagem
                                            do empreendimento darão prioridade à contratação de mão de obra local,
                                            desde que os candidatos atendam à qualificação necessária para a função.
                                                                                                                                                            1 A LL é concedida pelo        2 Após o atendimento das      3 Concluída a obra, o
                                                                                                                                                            órgão ambiental do Esta-       condicionantes da LL, o       empreendedor entra com
                                                                                                                                                            do da Bahia - INEMA. Por       empreendedor solicita ao      processo no INEMA de pe-
                                            Construção e Operação da UTE Barra do Rocha I                                                                   se tratar de um empreen-       INEMA através de um pro-      dido de LO para operação
                                                                                                                                                            dimento com potencial          cesso, o pedido de LI para    da UTE. Para concessão
                                                                                                                                                            poluidor, antes da conces-     implantação do empreen-       desta licença, é apresen-
                                            A construção da UTE Barra do Rocha I será feita em diversas etapas, a                                           são da licença pelo INE-       dimento. Após a análise       tado dentro do processo
                                            começar pela montagem do canteiro de obras, terraplanagem, construção                                           MA, são apresentados pelo      do processo pelo órgão        o atendimento a todas as
                                                                                                                                                            empreendedor os estudos        ambiental, são emitidos       condicionantes descritas
                                            civil, montagens dos equipamentos e tubulações, instalação das linhas de                                        ambientais e de risco do       comentários e pedidos         na LI concedida anterior-
                                            transmissão e teste dos equipamentos para a operação.                                                           empreendimento. Após a         de esclarecimentos do         mente para implantação
                                                                                                                                                            aprovação desses estudos       projeto, que atendidos        da obra. Após a verificação
                                                                                                                                                            e consulta à população         pelo empreendedor e           do cumprimento dessas
                                            Durante a operação da UTE, será adotado o Sistema de Supervisão e Con-                                          através de audiência           aprovados pelo órgão,         condicionantes e aprova-
                                            trole das Operações. Serão também monitoradas as emissões atmosféricas,                                         pública, o INEMA emite         possibilitam a concessão      ção pelo órgão ambiental,
                                            os efluentes e resíduos gerados e os níveis de ruídos.                                                           parecer concedendo a LL.       da licença.                   a LO é concedida.




20   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                                                                                                              USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I      21
Testes e Pré-Operação                                    Controle Distribuído (SDCD), que irá incorporar todas
                                                                                                                                                                                     as funções de controle dos turbogeradores a gás e
                                                                                                                            Antes de começar a operar, a UTE Barra do Rocha I        a vapor, das caldeiras, das torres de resfriamento e
                                                                                                                            deverá passar por uma série de atividades denomi-        sistemas auxiliares.
                                                                                                                            nadas comissionamento. Nesta fase, serão realiza-
                                                                                                                            dos testes, calibrações, inspeções, operações iniciais   O SDCD também promoverá a completa integração,
                                                                                                                            e todo tipo de verificação necessária para definir         via rede de comunicação de dados, com todos os
                                                                                                                            os ajustes a serem feitos, para que as operações         sistemas de controle e segurança dos demais equipa-
                                                                                                                            sejam iniciadas de modo seguro e de acordo com o         mentos da UTE.
                                                                                                                            projeto inicial.


                                                                                                                                                                                     Sistema de Monitoração
Gasoduto
                                                                                                                            Sistema de Supervisão e                                  Contínua das Emissões
Foto: Manu Dias/Agecom
                                                                                                                            Controle das Operações
                                                                                                                                                                                     Este sistema possibilitará o monitoramento das emis-
                                                                                                                            Todas as funções e equipamentos da UTE Barra do          sões de gases nas chaminés das caldeiras, monito-
                                                                                                                            Rocha I serão operados e monitorados constan-            rando as concentrações dos seguintes gases: monó-
                                                                                                                            temente pelo Sistema de Supervisão e Controle            xido de carbono (CO), óxido de nitrogênio (NO₂) e
                                                                                                                            das Operações, baseado em um Sistema Digital de          óxido de enxofre (SOx).


                                               Construção e Montagem da UTE Barra do Rocha I

                                               Para implantação da UTE Barra do Rocha I, serão construídas:


                                               Parte Civil - bases para assentamento dos equipamentos, prédios adminis-
                                               trativos, estruturas de concreto para apoio das tubulações, canaletas para
                                               passagem de cabos elétricos, sistema de drenagem, arruamentos, calça-
                                               das, rede elétrica para iluminação etc.


                                               Parte de Montagem - estruturas metálicas, montagem de tubulação,
                                               montagem de equipamentos, como: torres, caldeiras, turbinas, geradores,
                                               transformadores, estação de tratamento de água (ETA), estação de trata-
                                               mento de efluentes (ETE), emissário etc.



                                               Instalação das Linhas de Transmissão (LT)

                                               Para a implantação das quatro linhas de transmissão, será necessá-
                                               ria a limpeza do terreno, com a remoção da vegetação nos pontos
        1 A faixa de servidão é                onde serão construídas as bases de concreto para apoio da estrutura
        estabelecida para garantir             da torre. Essas torres suportarão os cabos de aço que transportarão a
        a segurança da operação e              energia até a Subestação de Funil. Ao longo das LTs, será delimitada
        da comunidade. Possui, na                                                                                           Subestação de energia elétrica dentro de UTE                                   Ilustração Faixa de Servidão
        sua totalidade, largura de             uma faixa de servidão¹ de 60 metros de largura para a segurança da
                                                                                                                            Foto: Petrobras                                                                Infográfico: Pictorama Design
        60 metros.                             operação e das comunidades do entorno.




 22     RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                                                                                                    USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I   23
7
                                             CONHECENDO
                                             A REGIÃO




                                            A
     1 Espaço que poderá ser                        definição da Área de Influência (AI)¹ é uma etapa importante              2 Meio físico: abrange
     afetado direta ou indire-                      do processo de análise ambiental, pois a partir dela é determi-         os aspectos do clima, da
     tamente pelos impactos                                                                                                 qualidade do ar, relevo,
     provocados pelo empre-                         nado o limite (ou a distância máxima a partir da UTE) onde serão
                                                                                                                            solos, recursos hídricos,
     endimento, em suas fases               realizados os estudos ambientais. No caso da UTE Barra do Rocha I, os           aquíferos, recursos mine-
     de projeto, implantação e              critérios levaram em consideração a legislação ambiental brasileira, as         rais, entre outros.
     operação.
                                            características do empreendimento e do ambiente, considerando os
                                                                                                                            Meio biótico: envolve
                                            meios físico, biótico e antrópico ou socioeconômico².                           o estudo da vegetação,
                                                                                                                            dos animais e das áreas
                                                                                                                            protegidas.
                                            Por se tratar de um empreendimento com características mistas, todas as
                                            instalações internas e externas da UTE Barra do Rocha I serão avaliadas.        Meio antrópico ou socio-
                                            Considerando a unidade industrial localizada nos limites do terreno, as         econômico: relaciona-se
                                                                                                                            aos estudos sobre a
                                            faixas de servidão para a passagem das linhas de transmissão e as faixas
                                                                                                                            organização social e
                                            de dutos de captação de água e dutos para descarte de efluentes.                 econômica da população,
                                                                                                                            as características culturais
                                                                                                                            e históricas das comunida-
                                            Partindo da delimitação de uma área que permitiu conhecer os ambientes
                                                                                                                            des que vivem, trabalham
                                            “natural” (físico-biótico) e “antrópico” (socioeconômico) da região, foram      ou circulam no entorno do
                                            estabelecidas três categorias de áreas segundo o tipo de impacto previsto:      empreendimento.
                                            Área de Influência Indireta (AII), Área de Influência Direta (AID) e Área Dire-
                                            tamente Afetada (ADA).




24   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                                                         USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I   25
Área de Influência Indireta (AII)                             ao duto de captação de água e ao duto de descarte
                                                                  de efluentes, foi considerada uma faixa de 400 metros
     A Área de Influência Indireta (AII) é aquela real ou          para cada lado, a partir do centro da faixa dos dutos.
     potencialmente sujeita aos impactos indiretos da             A AID abrange, ainda, um corredor de 200 metros de
     construção ou operação das estruturas que com-               largura, para cada lado das faixas das linhas de trans-
     põem a UTE Barra do Rocha I. Como os impactos                missão, a partir das bordas.
     indiretos são diferentes nos meios natural (físico
     e biótico) e antrópico, e nos ambientes terrestre e          Para caracterização do meio antrópico, foi definida
     aquático, as áreas de influência para cada um desses          como AID uma área de 2 km de raio a partir do centro
     meios são diferentes.                                        da área da UTE e incluindo a sede do município de
                                                                  Barra do Rocha. A AID do meio antrópico também
     Deste modo, para os meios físico e biótico, a área de        abrange 400 metros de largura a partir das bordas da
     influência indireta do empreendimento foi definida,            faixa do duto de captação de água, como também do
     no trecho terrestre, como a área interna com um raio         duto de descarte de efluentes. Para as linhas de trans-
     de 5 km do centro da planta da unidade, incluindo            missão, foi considerado um corredor de 200 metros
     também 5 km de cada lado das faixas de captação de           de largura a partir das bordas das faixas das LTs.
     água e descarte de efluentes e 1 km para cada lado da
     diretriz da faixa das linhas de transmissão elétrica. Para
     o ambiente aquático, foram definidos, separadamente,          Área Diretamente Afetada (ADA)
     5 km a jusante do ponto de captação e 5 km a jusante
     do ponto de descarte no Rio de Contas.                       A Área Diretamente Afetada (ADA) corresponde aos
                                                                  locais que sofrerão intervenções diretas das obras
     Já a caracterização do meio antrópico entende                para construção da UTE, como: atividades de terra-
     como Área de Influência Indireta da planta industrial         plenagem, escavações para construção de bases de
     do empreendimento, o território dos municípios de            concreto, implantação de sistemas de drenagem,
     Barra do Rocha, Ipiaú, Itagibá e Gongogi. A análise          instalação de dutos enterrados etc. Já nas faixas de
     dos impactos gerados pelos dutos de captação de              servidão para implantação das linhas de transmissão,
     água e descarte de efluentes leva em conta os muni-           as intervenções serão pontuais, estando limitadas aos
     cípios de Barra do Rocha e Gongogi, e, para as linhas        locais onde serão construídas as bases das torres. Para
     de transmissão, serão considerados os municípios de          o duto de captação de água e para o duto de descarte
     Barra do Rocha, Ubatã e Ubaitaba.                            de efluentes, a intervenção direta será ao longo de
                                                                  toda a faixa de servidão.


     Área de Influência Direta (AID)                               Destaca-se a realização de estudos de acompanha-
                                                                  mento previstos (modelagens e monitoramentos) que
     A Área de Influência Direta (AID) é aquela real ou            serão implementados durante a operação e ao longo
     potencialmente sujeita aos impactos diretos da               de toda a vida útil da UTE. Esses estudos fornecerão
     implantação e operação da UTE Barra do Rocha I.              dados sobre os impactos previstos que foram conside-
                                                                  rados nos estudos ambientais, sinalizando a neces-
     Para os meios físico e biótico, a AID foi considerada        sidades de ajustes, como exclusão ou inclusão de
     a mesma, já que se prevê que estes meios devem ser           novos estudos ou monitoramentos. Como exemplos,
     impactados de forma semelhante. Foi definida para a           podem ser citados os estudos de captação de água,
     planta industrial uma área de 2 km de raio a partir do       de descarte de efluentes, de emissões atmosféricas,
     centro da área de implantação da UTE. Com relação            de geração de resíduos e de geração de ruídos.




26   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                          USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I   27
1 Segundo o Ministério do      Bahia, Goiás, Mato Grosso
                                                                                                                  Meio Ambiente (MMA), o         do Sul, Minas Gerais,
                                                                                                                  bioma da Mata Atlântica        Paraíba, Paraná, Pernam-
                                                                                                                  ocupa uma área de              buco, Rio Grande do Norte,
                                                                                                                  1.103.961 Km², correspon-      Rio Grande do Sul, São
                                                                                                                  dendo a 13% do território      Paulo e Sergipe. A Mata
                                                                                                                  brasileiro. É constituída,     Atlântica apresenta uma
                                                                                                                  principalmente, por mata       variedade de formações e
                                                                                                                  ao longo da costa litorânea    engloba um diversificado
                                                                                                                  que vai do Rio Grande          conjunto de ecossistemas
                                                                                                                  do Norte ao Rio Grande         florestais com estrutura e
                                                                                                                  do Sul, passando pelos         composições de vegetação
                                                                                                                  estados do Espírito Santo,     bastante diferenciadas,
                                                                                                                  Rio de Janeiro e Santa         acompanhando as caracte-
                                                                                                                  Catarina, e parte do terri-    rísticas climáticas da região
                                                       Coruja-buraqueira
                                                                                                                  tório do estado de Alagoas,    onde ocorre.
                                                       (Athene Cunicularia)
                                                       Foto: Acervo Habtec




                                                     O ambiente onde será                                         Tanto que existem atualmente 23 processos mine-
                                                     construída a UTE Barra do Rocha I                            rários de extração de areia para construção civil;
                                                                                                                  minérios de ouro, níquel, chumbo, ferro e granulito
                                                                                                                  para uso industrial.
                                                     O Ambiente Natural (Meios Físico e Biótico)
                                                                                                                  Outro fator determinante nas formações das flo-
                                                     O ambiente natural de uma região abrange as caracte-         restas da região, além do solo, é o clima. A área de
                                                     rísticas biológicas (flora e fauna, terrestre e aquática) e   influência da UTE Barra do Rocha I está localizada
                                                     físicas, como: solos, as águas (rios e lagos) e o clima.     na zona de transição entre a região litorânea úmida
                                                     De acordo com os recursos naturais disponíveis, é pos-       e a região semiárida. Nesta região, ocorrem menos
                                                     sível traçar o perfil socioambiental da área de estudo e      chuvas do que no litoral e a temperatura não varia
                                                     algumas das atividades econômicas da região.                 tanto, com médias entre 18,1°C e 22,3°C.


                                                     A região do empreendimento encontra-se dentro                Estas características climáticas de chuvas e tempe-
                                                     dos limites do Bioma Mata Atlântica¹, na porção              ratura, aliadas à nebulosidade e ventos baixos cons-
                                                     sudeste do Corredor Central da Mata Atlântica.               tantes, somados à boa qualidade do ar favorecem a
                                                     Apesar disto, não existem Unidades de Conservação            agricultura e à pecuária, já que grandes variações cli-
                                                     na região de influência do futuro empreendimento.             máticas prejudicam o desenvolvimento dos rebanhos.
                                                     Esta região também está na Bacia Hidrográfica do              É esta a combinação de fatores climáticos e de solo
                                                     Rio de Contas e contempla parte do território dos            que permite na região a ocorrência da Mata Atlântica.
                                                     municípios de Barra do Rocha, Gongogi, Ubaitaba,
                                                     Ubatã, Ipiaú e Itagibá.                                      Historicamente a região caracterizava-se pela pre-
                                                                                                                  sença de Floresta Ombrófila Densa. Desde os tempos
                                                     O solo da região apresenta características favoráveis        coloniais, quando eram feitas retiradas de madeira
                                                     para a agricultura e para a pecuária e um grande             para impulsionar a navegação, começou um processo
                                                     potencial para exploração de recursos minerais.              de desmatamento e fragmentação florestal.




28   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                                      USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I      29
Na área do empreendimento (UTE Barra do Rocha I            vaqueira (Bubulcus íbis), o canário-da-terra (Sicalis
                                                                                                                         e Linhas de Transmissão) a cobertura vegetal original      flaveola), o bico-de-lacre comum (Estrilda astrid) e o
                                                                                                                         (Mata Atlântica) foi fragmentada e hoje em dia, exis-      pardal-doméstico (Passer domesticus). Essas espécies
                                                                                                                         tem nesta região remanescentes florestais e siste-          foram registradas nos habitats alagados, campos aber-
                                                                                                                         mas de Cabruca (ambas nas Linhas de Transmissão)           tos, capoeira e área urbana.
                                                                                                                         e pastagem com árvores isoladas (no terreno da UTE
                                                                                                                         Barra do Rocha I).                                         Das espécies com possível existência na área do
                                                                                                                                                                                    empreendimento, poucas estão presentes em alguma
     Área de pastagem encontrada na região                                                                               Apesar do intenso processo de retirada de vegetação,       lista de fauna brasileira ameaçada de extinção. As
     Foto: Acervo Habtec
                                                                                                                         na Área de Influência Indireta da UTE Barra do Rocha I,     espécies rato-do-cacau (Callistomys pictus) e gato-do-
                                                                                                                         ainda existem em pontos isolados espécies de bromé-        mato (Leopardus tigrinus) apresentaram índice vulnerá-
                                                                                                                         lias (família Bromeliaceae) e árvores como o jacarandá-    vel pela lista do Ministério do Meio Ambiente, o  que
                                                                                                                         da-Bahia (Dalbergia nigra), gonçalo-alves (Astronium       significa que essas espécies sofrem risco de extinção
     No início do século passado, além do desmatamento       Uma das principais atividades econômicas nesta região       fraxinifolium) e pau-brasil (Caesalpinia echinata).        no médio prazo, caso não sejam adotadas ações para
     para extração de madeira, houve desmatamento para       é a monocultura do cacau e seu cultivo associado a                                                                     reverter esta situação.
     conversão em pastagens e plantações, principalmente     espécies nativas de Mata Atlântica, sistema conhecido       Esta fragmentação do habitat também afeta os animais,
     no sudeste do Estado, com o predomínio de plan-         como Cabruca. Este sistema agrossilvicultural consiste      sendo a principal causa da extinção das espécies,
     tações de cacau (Theobroma cacao). Atualmente a         na substituição da vegetação dos estratos médio e infe-     além da caça predatória.                                   O Rio de Contas
     cobertura vegetal é quase que totalmente ocupada        rior da floresta pelo plantio do cacau, que é plantado
     por áreas de plantio de cacau e por vegetação antro-    sob a proteção das árvores mais altas, de forma descon-     Na região da futura UTE Barra do Rocha I, foram regis-     A UTE Barra do Rocha I estará localizada em área
     pizada, porém ocorrem em menor escala áreas de          tínua e circundado por vegetação natural. Nestas áreas      tradas algumas espécies de animais endêmicas da Mata       próxima ao Rio de Contas. Este rio, hoje em dia,
     brejos e trechos de Floresta Ombrófila Densa em início   de Cabruca, o solo é protegido da erosão e algumas          Atlântica, como o arapaçu-rajado (Xiphorynchus fuscus),    apresenta suas características originais bastante
     de desenvolvimento.                                     espécies de animais não perdem o seu habitat.               a saíra-lagarta (Tangara desmaresti), a saíra-sete-cores   modificadas devido ao desenvolvimento de atividades
                                                                                                                         (Tangara seledon), o sanhaçu-de-encontro-amarelo           econômicas na região, como a agricultura irrigada e a
                                                                                                                         (Tangara ornata) e o tiê-sangue (Ramphocelus bresilius).   mineração, e pela ocupação de aglomerações urbanas
                                                                                                                         Nenhuma das espécies registradas está presente nas         presentes ao longo de sua extensão.
                                                                                                                         listas de espécies brasileiras ameaçadas de extinção.
                                                                                                                                                                                    Como resultado das alterações às suas margens, o
                                                                                     Mata encontrada na Área de          Como reflexo da ocupação dos seres humanos na               Rio de Contas apresenta má qualidade ambiental.
                                                                                     Influência da UTE Barra do Rocha I   área do empreendimento, é fácil encontrar algu-            Destaca-se que a bacia do Rio de Contas representa
                                                                                     Foto: Acervo Habtec
                                                                                                                         mas espécies invasoras que se adaptam facilmente           uma área onde as atividades industriais e grandes
                                                                                                                         aos habitats urbanos e antrópicos, e que, devido           centros urbanos não são significativos, mas por outro
                                                                                                                         ao aumento do número de indivíduos, muitas vezes           lado, possui polos de agricultura irrigada e mineração,
                                                                                     Fruto do cacau, uma importante      substituem as espécies nativas, que acabam desapare-       o que pode ter influenciado no aumento da tempera-
                                                                                     fonte de renda da região
                                                                                                                         cendo do local. São exemplos de espécies invasoras         tura do rio ao longo dos anos, além de influir direta-
                                                                                     Foto: Acervo Habtec
                                                                                                                         encontradas na região do empreendimento: a garça-          mente na qualidade das suas águas.




30   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                                                                                                      USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I   31
Saruê, Gambá (Didelphis imperfecta)
                                                                                                                                                              Foto: Acervo Habtec


Rio de Contas
Foto: Acervo Habtec



                                                        O Meio Antrópico                                        dades rurais e vendendo lotes menores, outros retira-
                                                                                                                ram a cabruca para a plantação de árvores frutíferas,
                                                        O processo de ocupação colonial do sul do estado        enquanto que outra parte dos proprietários rurais
                                                        da Bahia foi iniciado no século XVI, com a coloniza-    transformou suas terras em pasto para gado.
                                                        ção portuguesa e a formação dos primeiros povoa-
                                                        dos e a exploração econômica da madeira. A partir       Na Área de Influência Direta do empreendimento, não
                                                        do século XVIII, a região passou por um momento         existem aglomerações de pessoas. Apenas proprie-
                                                        de grande desenvolvimento econômico gerado pelo         dades rurais que abrigam instalações como residências
                                                        cultivo do cacau.                                       de funcionários, sede da fazenda, currais, galpões e
                                                                                                                outras construções. Poucos proprietários moram nas
                                                        Desde a metade do século XIX — e por quase 150 anos     fazendas, que ficam aos cuidados de funcionários.
                                                        — o cacau foi símbolo de status, poder e riqueza
                                                        entre as fazendas na região de Ilhéus e de Itabuna,     A decadência da “era do cacau” também levou ao
                                                        na Bahia. Na região da futura UTE Barra do Rocha I      êxodo rural, ou seja, saída de pessoas do campo para
                                                        existem propriedades rurais, que na década de 1980      as cidades, aumentando a urbanização da região.
                                                        eram grandes plantações de Cabruca (pés de cacau no     Durante os anos da exploração cacaueira, as cidades
                                                        interior da Mata Atlântica). No fim da década de 1980,   do sul da Bahia começaram a crescer graças ao
                                                        o fungo vassoura-de-bruxa tomou conta dos pés de        dinheiro gerado pela produção do cacau. Porém, após
                                                        cacau e diminuiu a safra dos anos seguintes.            a crise da vassoura-de-bruxa, essas mesmas cidades
                                                                                                                continuaram o seu crescimento, dessa vez por conta
                                                        Por isso, muitos fazendeiros desistiram da plantação    da ida de pessoas que perdiam seus empregos no
                                                        de cacau. Alguns acabaram dividindo suas proprie-       campo e iam para as cidades em busca de oportuni-




 32     RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                               USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I      33
dades. Este processo aconteceu de maneira desor-          de população. Em Barra do Rocha, por exemplo, a
     denada, pois as cidades não tinham a infraestrutura       população diminuiu, o que mostra que a região deixou
     necessária para receber estes migrantes.                  de ser produtiva após a “crise do cacau”, quando houve                                                                                           Fazenda encontrada na região
                                                               redução da produção e a necessidade da população                                                                                                             Foto: Acervo Habtec

     Durante esse momento de crise, a vegetação também         buscar lugares onde pudesse ter acesso a oportunida-
     foi prejudicada, pois muitos fazendeiros derrubaram       des de emprego.
     a mata original, que era importante para o cultivo do
     cacau pelo sistema de cabruca, para dar lugar às pasta-   Para reverter esta situação de baixo desenvolvimento, os
     gens para criação de gado. Com as pastagens, o solo       governos municipais e empresários da região do Vale do
     fica mais sujeito ao desgaste causado pela erosão.         Rio de Contas fizeram uma grande mobilização, identifi-
                                                               cando as potencialidades regionais e se articulando para       1 Local no qual os seres   No âmbito estadual, são encontradas na AII a BA-120 e a BA-130. A BA-120
     Por esse motivo, alguns componentes ambientais            recuperar a economia e as condições sociais da região.         humanos que viveram        atravessa os municípios de Ipiaú, Ubatã e Gongogi, enquanto a BA-130
                                                                                                                              em um passado distante
     naturais (água, solo, vegetação, e fauna) sofreram                                                                       deixaram algum vestígio    passa por Itagibá e percorre todo o Estado da Bahia.
     grande pressão durante os anos, desde a coloniza-         Após esta mobilização, foram elaborados os Projetos            de suas atividades, como
     ção da região. As cidades sem saneamento básico, o        do Polo de Desenvolvimento do Vale do Rio de                   ferramentas, pinturas,     Quanto aos sítios arqueológicos¹ encontrados na região, foi identificado
                                                                                                                              sepulturas etc.
     desmatamento da Mata Atlântica, a erosão do solo,         Contas e o Projeto Porto Sul Bahia. Como resultado                                        apenas um sítio na Área de Influência da UTE, precisamente no município
     e a perda de habitat e caça de animais são impactos       prático deste plano de ação para revitalizar a região, foi                                de Ipiaú, o sítio Fazenda Prata. Neste sítio, foram encontrados vasos e
     de longa data, que, com o tempo, foram moldando a         instalada a Mineração Mirabela, localizada a aproxima-                                    panelas dos primeiros grupos humanos que habitaram o local. Porém,
     realidade ambiental da atual região do sul da Bahia.      damente 8 km da área onde se pretende instalar a UTE                                      informações levantadas em 2006 para a realização do Estudo de Impacto
                                                               Barra do Rocha I. Os resultados imediatos deste plano                                     Ambiental do Projeto Santa Rita para lavra e beneficiamento de minério de
     Outro problema enfrentado pelos municípios estu-          de ação estão no número de admissões de trabalha-                                         níquel em Ipiaú e Itagibá apontam a existência de sete sítios arqueológicos
     dados localizados às margens do Rio de Contas é a         dores para os projetos em implantação nos municípios                                      no município de Itagibá, mas que ainda não foram registrados no cadastro
     emissão de esgoto doméstico sem tratamento nesse          de Barra do Rocha, Gongogi, e Ubatã.                                                      do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
     mesmo rio que é usado por esses municípios para
     a captação e distribuição da água a população, sem        Entre os municípios que compõem a Área de Influência
     qualquer tipo de tratamento. Essa situação favorece a     do empreendimento, o de maior população e infraestru-                                     Comunidades Indígenas, Comunidades
     contaminação dos moradores por doenças como a             tura é Ipiaú, localizado entre duas rodovias federais. Ipiaú                              Quilombolas e Populações Tradicionais
     esquistossomose, também conhecida como barriga            também é referência para os municípios vizinhos quanto
     d’água.                                                   aos serviços de atendimento hospitalar e comércio.                                        Não foram identificadas terras indígenas ou comunidades quilombolas nas
                                                                                                                                                         áreas de influência determinadas para a UTE Barra do Rocha I. Atualmente, os
     A UTE Barra do Rocha I será instalada no município de     O sistema de transportes da Área de Influência Indireta da                                 registros da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) mostram que o local mais
     Barra do Rocha, e por isso, poderá influenciar a dinâ-     UTE Barra do Rocha I é composto por rodovias estaduais                                    próximo com presença de população indígena encontra-se no município
     mica social e econômica dos outros municípios próxi-      e federais, por uma ferrovia em construção e por um                                       de Camamu, a cerca de 50 km da Área de Influência Indireta do empreendi-
     mos, como Gongogi, Ubaitaba, Ubatã, Itagibá e Ipiaú.      aeroporto, situado no município de Itagibá. Em relação às                                 mento, onde encontram-se indivíduos do grupo Pataxó Hã Hã Hãe.
                                                               rodovias que compõem a AII, menciona-se a BR-330, que
     Os Censos Demográficos do IBGE dos últimos anos            liga a BR-101 até a BR-116. Esta rodovia faz a ligação entre                              Em relação às comunidades tradicionais, existem comunidades pesqueiras
     mostram que todos estes municípios, assim como            os estados da Bahia, Piauí e Maranhão. Outras rodovias                                    nos municípios de Ubaitaba, no distrito de Ipirauna, e em Ubatã, de acordo
     o estado da Bahia, apresentaram baixo crescimento         federais localizadas na AII são a BR-030 e a BR-101.                                      com informações obtidas junto às Prefeituras Municipais.




34   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                                                                                                USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I      35
8
                                                         OS IMPACTOS
                                                         AMBIENTAIS
                                                         E AS MEDIDAS
                                                         PROPOSTAS



                                                         Q
                                                                  uando são cruzadas as informações do empreendimento
                                                                  e do ambiente da região onde se pretende implantá-lo, são
                                                                  identificados os impactos que podem ser gerados pelos
                                                         aspectos das atividades de planejamento, construção e operação da
                                                         UTE Barra do Rocha I.


                                                         Os impactos identificados são classificados segundo os meios e os
                                                         fatores ambientais em que incidem e critérios definidos por metodologia
                                                         específica para que possam ser avaliados e que se identifiquem e se
                                                         proponham as medidas e os programas adequados para cada um desses
                                                         impactos. No quadro a seguir são apresentadas as formas de classificação
                                                         desses impactos.




36   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                              USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I   37
Classificação                           Definições                                                              Classificação              Definições

       Qualificação                            Positivo                                                               Grau de reversibilidade   Reversível
                                              Quando o impacto resulta na melhoria ambiental.                                                  Quando as condições naturais são restabelecidas.

                                              Negativo                                                                                         Parcialmente reversível
                                              Quando o impacto resulta em perda da qualidade ambiental.                                        Quando o impacto resulta em perda da qualidade ambiental.

                                                                                                                                               Irreversível
       Incidência                             Direta
                                                                                                                                               Quando não são restabelecidas as condições originais.
                                              Impacto ocorre a partir de uma simples relação de causa e efeito.

                                              Indireta                                                               Abrangência espacial      Local
                                              Impacto resultante de uma reação secundária.                                                     Seus efeitos se restringem à Área de Influência Direta (AID)
                                                                                                                                               do empreendimento.
       Permanência ou duração                 Temporário
                                                                                                                                               Regional
                                              Seus efeitos só serão sentidos durante a ação geradora ou durante um
                                                                                                                                               Seus efeitos incidem sobre a Área de Influência Indireta (AII)
                                              horizonte temporal conhecido compatível com o período de duração
                                                                                                                                               do empreendimento.
                                              da atividade.
                                                                                                                                               Extrarregional
                                              Permanente
                                                                                                                                               Seus efeitos extrapolam a região correspondente à
                                              Seus efeitos permanecem mesmo após o fim da ação que gerou o
                                                                                                                                               Área de Influência Indireta.
                                              impacto. Também se refere aos impactos em que o tempo de retorno
                                              às condições originais do ambiente sem a ação da atividade seja
                                              desconhecido ou superior ao período de duração da atividade.
                                                                                                                     Magnitude                 Baixa
                                                                                                                                               Quando a intensidade da alteração, considerando sua abrangência
                                              Cíclico                                                                                          espacial e temporal, é baixa para o fator ambiental avaliado.
                                              Seus efeitos ocorrem de acordo com variações ambientais associadas
                                              à sazonalidade.
                                                                                                                                               Média
                                                                                                                                               Quando a intensidade da alteração, considerando sua abrangência
                                                                                                                                               espacial e temporal, é média para o fator ambiental avaliado.
       Momento ou desencadeamento             Imediato
                                              Impacto em que os efeitos surgem imediatamente após a ação.                                      Alta
                                                                                                                                               Aquele cuja intensidade da alteração, considerando sua abrangência
                                              Médio prazo
                                                                                                                                               espacial e temporal, é alta para o fator ambiental avaliado.
                                              Iimpacto em que efeitos surgem num período de tempo após a ação,
                                              porém dentro do período de desenvolvimento da atividade.

                                              Longo prazo
                                              Impacto em que efeitos somente poderão ser detectados após o fim
                                              das atividades.




38   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                                                                                       USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I   39
Já a importância dos impactos, classificada em pequena, média ou grande, é definida com base
     nos critérios de cumulatividade e caráter estratégico apresentados no quadro a seguir.


                                                                                                                          Classificação                            Definições
       Classificação                           Definições
                                                                                                                          Mitigadoras                             Quando a ação resulta na prevenção ou redução dos efeitos do 
       Cumulatividade                         Simples                                                                                                             impacto ambiental negativo.
                                              Impacto que não apresenta interação com outro(s) impacto(s).
                                                                                                                          Potencializadoras                       Ação que tem como objetivo aumentar as consequências de um 
                                              Cumulativo                                                                                                          impacto positivo.
                                              Apresenta algum tipo de interação com outro(s) impacto(s).

                                                                                                                          Compensatórias                          Quando a ação objetiva compensar um impacto ambiental negativo e
       Caráter estratégico                    Estratégico                                                                                                         não mitigável, através de melhorias em outro local, dentro ou fora da área
                                              Quando incidem sobre um fator ambiental de relevante interesse coletivo                                             de influência da atividade.
                                              ou nacional.

                                              Não-estratégico                                                             De controle                             Ação que objetiva controlar e monitorar os possíveis impactos e verificar
                                              Quando não incidem sobre tais recursos.                                                                             a sua eficácia.




     Além destes critérios gerais, para a avaliação da importância, são também levados em conside-
     ração critérios específicos, como, por exemplo, períodos críticos (defeso, migração de peixes,                      Impactos e Medidas Associadas
     entre outros), estado de conservação e importância biológica, socioeconômica e cultural identifi-
     cada na área estudada.                                                                                             Do total de impactos, a maioria está restrita à fase de construção, o que justifica a necessidade
                                                                                                                        do acompanhamento da gestão ambiental do empreendimento desde o início das obras.


     Medidas Ambientais                                                                                                 Outros impactos estendem-se pelas fases de operação da UTE Barra do Rocha I e merecem
                                                                                                                        destaque devido à necessidade de ações contínuas ao longo da vida útil da UTE.
     Depois de identificados e avaliados todos os impactos ambientais, são propostas medidas que
     têm como objetivo diminuir ou compensar os impactos negativos sobre o meio ambiente da                             Os impactos são listados de acordo com a fase do empreendimento em que aparecem.
     região onde será implantada a UTE Barra do Rocha I.

     As medidas são importantes ferramentas de gestão ambiental, podendo reduzir as consequên-
     cias das alterações ambientais identificadas. Estas medidas podem estar agrupadas em Progra-
     mas Ambientais, apresentados no próximo capítulo deste RIMA.


     As medidas podem ser classificadas como: mitigadoras, potencializadoras, compensatórias ou
     de controle. Especificamente as medidas mitigadoras e potencializadoras podem ter sua eficácia
     avaliada em baixa, média ou alta.




40   RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS                                                                                                                                                        USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I   41
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Relatório de Impacto Ambiental – UTE Barra do Rocha I

  • 1. RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL Usina Termelétrica Barra do Rocha I Julho/2011 Empreendimento Consultoria
  • 2.
  • 3. Sumário 06 24 1 7 APRESENTAÇÃO CONHECENDO A REGIÃO 09 37 2 8 QUEM FARÁ OS IMPACTOS AMBIENTAIS O EMPREENDIMENTO? E AS MEDIDAS PROPOSTAS 10 68 3 9 O QUE É OS PROGRAMAS AMBIENTAIS O EMPREENDIMENTO? 12 74 4 10 QUAL A IMPORTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS DA UTE BARRA DO ROCHA I? 16 76 5 11 SOBRE O PROJETO GLOSSÁRIO DE ENGENHARIA DA UTE BARRA DO ROCHA I 20 80 6 12 COMO SERÁ A CONSTRUÇÃO EQUIPE TÉCNICA E A OPERAÇÃO DA UTE BARRA DO ROCHA I?
  • 4. 1 APRESENTAÇÃO E 1 O EIA é um instrumen- ste Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) apresenta de forma simpli- to fundamental para se ficada os principais resultados do Estudo de Impacto Ambiental (EIA)¹ entender as modificações que um empreendimen- do empreendimento denominado Usina Termelétrica (UTE) Barra do to pode causar no meio Rocha I, no município de Barra do Rocha, na região sul do Estado da Bahia. ambiente de uma região. E assim, pensar em formas de diminuir ou acabar com Tanto este RIMA, como o EIA, são exigências da Política Nacional de Meio as alterações que causa- Ambiente — Lei n° 6.938, de 1981², pois a UTE Barra do Rocha I é uma ativi- rem prejuízos, e estimular dade que utilizará recursos naturais e que poderá causar degradação ou as que tragam benefícios. No EIA, são consideradas poluição ambiental, caso não sejam tomados os devidos cuidados. as características físicas da região estudada, como o No RIMA, encontra-se uma descrição básica do empreendimento, das clima e relevo, as biológicas (fauna e vegetação) e tudo atividades a serem realizadas nas etapas de construção e operação, e a sua o que envolver a população importância para a região e para o país. Também serão apresentadas as que vive na região. características do meio ambiente da região, descrição esta utilizada como base para se avaliar quais os impactos que poderão ocorrer no ambiente com a instalação da UTE. E, para a minimização ou mitigação destes 2 O órgão ambiental res- impactos, foram propostas uma série de medidas ambientais, que darão ponsável pela coordenação origem a programas ambientais específicos, apresentados neste RIMA. do licenciamento ambiental da UTE Barra do Rocha I, re- gulando e fiscalizando todo O EIA e o RIMA estarão disponíveis para consulta à toda população da o processo, é o Instituto de Área de Influência da UTE Barra do Rocha I. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA). 6 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 7
  • 5. 2 QUEM FARÁ O EMPREENDIMENTO? A empresa responsável pelo projeto de implantação da UTE Barra do Rocha I é a PETROBRAS — Petróleo Brasileiro SA, localizada na Av. República do Chile, nº 65 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20031-170. O contato com a empresa pode ser feito através dos telefones (21) 3229-2661 e (21) 3229-4708 (Sra. Daniele Lomba ou Leonardo Clemente). Para que a PETROBRAS obtenha a Licença de Localização (LL) do empre- endimento e possa implantar a UTE Barra do Rocha I é necessário que o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA), vincu- lado à Secretaria do Meio Ambiente da Bahia, aprove os estudos ambien- tais e realize a audiência pública para ouvir os comentários e sugestões da população da Área de Influência da UTE Barra do Rocha I. O EIA/RIMA foi elaborado pela Habtec Engenharia Ambiental, empresa de consultoria especializada e legalmente habilitada para o desenvolvimento de estudos desta natureza. A Habtec tem sede na cidade do Rio de Janeiro e encontra-se registrada, sob o nº 198.582, no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). 8 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 9
  • 6. 3 O QUE É O EMPREENDIMENTO? O empreendimento da PETROBRAS é o projeto de uma Usina Termelétrica denominada Usina Termelétrica (UTE) Barra do Rocha I. A UTE Barra do Rocha I prevê uma capacidade instalada de 600 MW (megawatts), o suficiente para abastecer mais de Usina Termelétrica 400.000 residências. Foto: Petrobras Toda energia gerada pela UTE Barra do Rocha I terá como destino a Subes- tação Funil, da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), que por sua vez fará a distribuição dessa energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN)¹. 1 O SIN liga as geradoras Quais os objetivos do empreendimento? de energia, como hidre- létricas e termelétricas, das regiões Sul, Sudeste, A construção da UTE Barra do Rocha I tem como objetivo gerar energia Centro-Oeste, Nordeste elétrica a partir da queima do gás natural para atender à necessidade cres- e parte do Norte até os cente de energia, em especial na Região Nordeste do Brasil. centros consumidores — residências e indústrias, por exemplo — através das linhas de transmissão Onde deverá ser construída a UTE Barra do Rocha I? (LTs) espalhadas por todo o território brasileiro. O terreno onde será construída a UTE Barra do Rocha I localiza-se no município de Barra do Rocha, região Sul da Bahia, na divisa com outros dois municípios, Ipiaú e Gongogi, e a uma distância de 378 km da capital Salvador. A área do município de Barra do Rocha é de 208,36 km² e, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE feito em 2010, sua população é estimada em 6.336 habitantes. 10 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 11
  • 7. 4 QUAL A IMPORTÂNCIA DA UTE BARRA DO ROCHA I? A tualmente, os órgãos governamentais bra- as hidrelétricas, evitando, assim, a necessidade outros combustíveis fósseis como o carvão e o óleo sileiros identificam um aumento expressivo na de períodos de racionamento de eletricidade nos combustível, é a reduzida emissão de gases poluentes, demanda por energia elétrica em todo o país, momentos de poucas chuvas. como o óxido de enxofre e o monóxido de carbono, e o que leva à necessidade de expansão do parque de de fuligem, durante a sua queima. geração de energia existente no Brasil. Como uma fonte de energia alternativa às hidrelé- tricas, a PETROBRAS propõe uma usina termelétrica Outro ponto positivo do gás natural para o meio Para que isso aconteça, é fundamental o inves- operada a gás natural¹, combustível que tem aumen- ambiente é o seu transporte através de gasodutos, timento na construção de usinas hidrelétricas tado cada vez mais a sua participação na matriz como o Gasoduto Cacimbas-Catu (GASCAC), o (UHEs), pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) energética do país, já correspondendo a 12,3% do total que elimina o fluxo de veículos transitando pelas e termelétricas. das fontes de energia usadas no Brasil, de acordo estradas, bem como os custos e riscos de arma- com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). zenagem e manuseio, a exemplo do que acon- Mesmo o Brasil apresentando um grande poten- A proposta da PETROBRAS está alinhada com o Plano tece com os combustíveis líquidos, como o óleo cial hídrico, o que é essencial para a implantação Prioritário de Termelétricas (PPT), estipulado pelo combustível. Além disso, o gás natural não corrói das UHEs e PCHs, este tipo de empreendimento Decreto nº 3.371, de 24/02/2000, criado a partir da as tubulações por onde passa, evitando o risco de depende dos períodos de chuvas, que variam bas- necessidade de reduzir a dependência do Brasil em vazamentos. 1 O gás natural é um com- tante no país. Isso pode ser visto nos momentos de relação à matriz hidrelétrica. bustível fóssil encontrado seca, quando o nível de água diminui e prejudica Outra vantagem das termelétricas é o tempo necessá- em jazidas junto ao petró- a geração de eletricidade pelas hidrelétricas. Daí a Uma das principais vantagens para o meio ambiente rio para construção, em média 3 anos, enquanto uma leo, tanto nos campos ter- restres, como nos campos importância em se buscar outras fontes alternativas em relação ao uso do gás natural na geração de usina hidrelétrica demora entre 6 e 8 anos para entrar localizados no mar. de energia, que complementem de maneira eficiente energia elétrica, principalmente quando comparado a em operação. 12 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 13
  • 8. 1 O Programa Luz para 2 O Gasoduto Cacimbas- Todos (LpT) foi lançado em Catu (GASCAC) se estende 2003 pelo Governo Federal por 974 km entre os com o objetivo de acabar estados do Espírito Santo com a exclusão elétrica no e da Bahia e passa por país, privilegiando a popu- 51 municípios. lação da zona rural sem acesso à energia elétrica. Por que uma UTE na Região Nordeste? A UTE Barra do Rocha I será localizada em uma área de cerca de 20 hectares (equivalente a 20 campos de Segundo informações da Empresa de Pesquisa Ener- futebol), próxima ao Rio de Contas, de onde será feita gética (EPE), a Região Nordeste tem apresentado um a captação de água para o empreendimento. Este Exemplo de subestação de recebimento de energia forte crescimento no consumo de energia elétrica, terreno está situado às margens da Rodovia BR-330, elétrica para onde vai a energia produzida pelas UTEs Foto: Petrobras principalmente com o início do Programa Luz Para no município de Barra do Rocha. Todos (LpT)¹ em 2003, que tem impulsionado o consumo residencial. Como uma forma de atender Este local foi escolhido pela proximidade com o a essa demanda crescente de energia elétrica, a Rio de Contas, e por conta da facilidade de receber PETROBRAS optou por instalar nesta Região a UTE gás natural através de um ramal de distribuição do Barra do Rocha I. Gasoduto Cacimbas-Catu (GASCAC)². Trecho da BR-330, no município de Barra do Rocha Foto: Acervo Habtec 14 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 15
  • 9. No quadro a seguir estão os componentes principais da UTE Barra do Rocha I e sua respec- tiva função na estrutura da UTE. 5 SOBRE O PROJETO DE ENGENHARIA Componente Função DA UTE BARRA Dois turbogeradores a gás natural A queima do gás natural aciona os turbogeradores que giram e, por serem conectadas a um gerador de eletricidade, produzem energia elétrica. DO ROCHA I Duas caldeiras de recuperação Resfriam o gás produzido nos turbogeradores, para que possa ser de calor aproveitado no turbogerador a vapor. Uma câmara de combustão É o local onde será queimado o gás natural que movimentará os turbogeradores a gás natural. Um turbogerador a vapor O vapor gerado nas caldeiras de recuperação de calor movimenta A UTE Barra do Rocha I irá operar em ciclo combinado, uma o turbogerador a vapor, que gira e produz energia elétrica. tecnologia que tem sido aplicada em todo o mundo com grande sucesso graças a sua maior eficiência na geração de energia e Duas torres de resfriamento Resfriam o vapor gerado no turbogerador a vapor, que se transforma em redução significativa no nível de gases liberados para a atmosfera. A UTE água e volta a ser usado nas caldeiras de recuperação de calor. terá capacidade para gerar 600 megawatts de energia elétrica. Uma subestação de energia Transmite, distribui, protege e controla a energia elétrica que será Esta tecnologia assim é chamada pela existência de duas turbinas — conduzida até a Subestação Funil pelas linhas de transmissão. uma a gás e outra a vapor — que funcionam de maneira complementar. Na primeira turbina, a gás, acontece a geração de energia por conta da Quatro linhas de transmissão para a As linhas de transmissão conduzem a energia gerada na termelétrica até interligação da Subestação de Entrada, a Subestação Funil. queima do gás natural. Esta queima libera gases que serão recuperados da UTE Barra do Rocha I à Subestação pela caldeira que irá gerar vapor para movimentar a segunda turbina, pos- Funil de propriedade da CHESF. sibilitando o seu funcionamento e, novamente, gerando energia. 16 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 17
  • 10. A UTE Barra do Rocha I ainda conta com os seguintes a turbina à vapor (ciclo combinado) e passa a gerar componentes auxiliares: mais energia elétrica. Planta de Usina Termelétrica a ciclo combinado Infográfico: Pictorama Design • Sistema de recebimento e medição de O vapor liberado pela turbina a vapor é resfriado e torna-se gás natural; condensado, pois se transforma em gotículas de água. Este vapor condensado, ao ser resfriado nas torres de resfria- • Sistemas de segurança e controle da ope- mento, pode ser usado novamente como água a ser trans- ração da UTE; formada em vapor na caldeira de recuperação de calor. • Sistemas de captação de água e disposição de efluentes; Toda a energia gerada irá para a subestação de energia, chamada Subestação de Entrada da UTE Barra do • Sistema de tratamento de água e efluentes. Rocha I, localizada no terreno da UTE, que será o ponto de controle e transferência para as quatro linhas de transmissão ligadas à Subestação Funil, da CHESF. Como será o funcionamento Essas quatro linhas de transmissão de 138 kV serão cons- da UTE Barra do Rocha I? truídas sobre faixas que atravessarão os municípios de Barra do Rocha, Ubaitaba e Ubatã, no Estado da Bahia. Um gasoduto de distribuição interligará o gasoduto GASCAC à UTE Barra do Rocha I. A previsão de con- Para abastecer a UTE Barra do Rocha I, será necessária sumo de gás natural da termelétrica é de 45.630 m³ a captação de 750 m³ de água por hora do Rio de por hora. Contas, que passará por uma estação de tratamento de água (ETA) instalada na própria UTE antes de ser Este gás natural será direcionado à câmara de combus- utilizada, enquadrando-se os parâmetros (pH, dureza tão da turbina, onde será queimado. Ao se expandirem, etc) dentro das especificações técnicas. os gases resultantes desta queima acionam a turbina, associada ao gerador de energia. O movimento de Já o tratamento dos demais efluentes contaminados e ambos é o que produz, de fato, a energia elétrica. oleosos produzidos pela UTE Barra do Rocha I será feito em uma Estação de Tratamento de Despejos Industriais Os gases que saem da turbina são levados para a (ETDI). Os efluentes domésticos serão tratados na Estação caldeira de recuperação, onde aquecem a água e de Tratamento de Efluentes Sanitários compacta. Por sua passam a gerar vapor. Este vapor produzido aciona vez, todas as águas pluviais serão direcionadas para a ETDI. 18 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 19
  • 11. 6 COMO SERÁ A CONSTRUÇÃO E A OPERAÇÃO DA UTE BARRA DO ROCHA I? Canteiro de obras Foto: Acervo Habtec Canteiro de Obras Terraplanagem P ara a implantação da UTE Barra do Rocha I é necessária a obten- ção de três licenças ambientais, para as seguintes fases: a Licença de Localização (LL)1 para aprovação do projeto; Licença de O canteiro de obras se localizará dentro da área da UTE A terraplanagem será feita, primeiramente, removendo Implantação (LI)2 para a construção, e Licença de Operação (LO)3. Todas Barra do Rocha I e será composto de escritórios, almoxa- 20 cm da camada superficial de solo orgânico para essas licenças são concedidas pelo órgão ambiental após a aprovação dos rifados, banheiros, oficinas, salas de reuniões etc, possibili- posterior uso na recomposição vegetal da área. Após estudos. A previsão para implantação da UTE é estimada em 42 meses. tando toda a infraestrutura de apoio necessária à execu- a retirada da camada de 20 cm, será feita a movimen- ção dos serviços de construção e montagem da UTE. tação de terra em toda a área da propriedade, com a Para a construção da UTE Barra do Rocha I, será mobilizado um número realização de pequenos cortes nas partes mais altas do médio de 500 trabalhadores, com um número máximo de 1.600 trabalha- Todos os efluentes, resíduos sólidos, ruídos e emissões terreno e aterramento das partes mais baixas, bus- dores no momento de pico da obra. Já para a fase de operação, prevê-se gerados serão monitorados e mantidos dentro dos cando, assim, o nivelamento do terreno em atendi- a contratação de 78 funcionários. Estes trabalhadores deverão ser qualifi- padrões normativos. mento às cotas do projeto. cados e treinados para as funções que exercerão. As empresas contratadas pela PETROBRAS para construção e montagem do empreendimento darão prioridade à contratação de mão de obra local, desde que os candidatos atendam à qualificação necessária para a função. 1 A LL é concedida pelo 2 Após o atendimento das 3 Concluída a obra, o órgão ambiental do Esta- condicionantes da LL, o empreendedor entra com do da Bahia - INEMA. Por empreendedor solicita ao processo no INEMA de pe- Construção e Operação da UTE Barra do Rocha I se tratar de um empreen- INEMA através de um pro- dido de LO para operação dimento com potencial cesso, o pedido de LI para da UTE. Para concessão poluidor, antes da conces- implantação do empreen- desta licença, é apresen- A construção da UTE Barra do Rocha I será feita em diversas etapas, a são da licença pelo INE- dimento. Após a análise tado dentro do processo começar pela montagem do canteiro de obras, terraplanagem, construção MA, são apresentados pelo do processo pelo órgão o atendimento a todas as empreendedor os estudos ambiental, são emitidos condicionantes descritas civil, montagens dos equipamentos e tubulações, instalação das linhas de ambientais e de risco do comentários e pedidos na LI concedida anterior- transmissão e teste dos equipamentos para a operação. empreendimento. Após a de esclarecimentos do mente para implantação aprovação desses estudos projeto, que atendidos da obra. Após a verificação e consulta à população pelo empreendedor e do cumprimento dessas Durante a operação da UTE, será adotado o Sistema de Supervisão e Con- através de audiência aprovados pelo órgão, condicionantes e aprova- trole das Operações. Serão também monitoradas as emissões atmosféricas, pública, o INEMA emite possibilitam a concessão ção pelo órgão ambiental, os efluentes e resíduos gerados e os níveis de ruídos. parecer concedendo a LL. da licença. a LO é concedida. 20 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 21
  • 12. Testes e Pré-Operação Controle Distribuído (SDCD), que irá incorporar todas as funções de controle dos turbogeradores a gás e Antes de começar a operar, a UTE Barra do Rocha I a vapor, das caldeiras, das torres de resfriamento e deverá passar por uma série de atividades denomi- sistemas auxiliares. nadas comissionamento. Nesta fase, serão realiza- dos testes, calibrações, inspeções, operações iniciais O SDCD também promoverá a completa integração, e todo tipo de verificação necessária para definir via rede de comunicação de dados, com todos os os ajustes a serem feitos, para que as operações sistemas de controle e segurança dos demais equipa- sejam iniciadas de modo seguro e de acordo com o mentos da UTE. projeto inicial. Sistema de Monitoração Gasoduto Sistema de Supervisão e Contínua das Emissões Foto: Manu Dias/Agecom Controle das Operações Este sistema possibilitará o monitoramento das emis- Todas as funções e equipamentos da UTE Barra do sões de gases nas chaminés das caldeiras, monito- Rocha I serão operados e monitorados constan- rando as concentrações dos seguintes gases: monó- temente pelo Sistema de Supervisão e Controle xido de carbono (CO), óxido de nitrogênio (NO₂) e das Operações, baseado em um Sistema Digital de óxido de enxofre (SOx). Construção e Montagem da UTE Barra do Rocha I Para implantação da UTE Barra do Rocha I, serão construídas: Parte Civil - bases para assentamento dos equipamentos, prédios adminis- trativos, estruturas de concreto para apoio das tubulações, canaletas para passagem de cabos elétricos, sistema de drenagem, arruamentos, calça- das, rede elétrica para iluminação etc. Parte de Montagem - estruturas metálicas, montagem de tubulação, montagem de equipamentos, como: torres, caldeiras, turbinas, geradores, transformadores, estação de tratamento de água (ETA), estação de trata- mento de efluentes (ETE), emissário etc. Instalação das Linhas de Transmissão (LT) Para a implantação das quatro linhas de transmissão, será necessá- ria a limpeza do terreno, com a remoção da vegetação nos pontos 1 A faixa de servidão é onde serão construídas as bases de concreto para apoio da estrutura estabelecida para garantir da torre. Essas torres suportarão os cabos de aço que transportarão a a segurança da operação e energia até a Subestação de Funil. Ao longo das LTs, será delimitada da comunidade. Possui, na Subestação de energia elétrica dentro de UTE Ilustração Faixa de Servidão sua totalidade, largura de uma faixa de servidão¹ de 60 metros de largura para a segurança da Foto: Petrobras Infográfico: Pictorama Design 60 metros. operação e das comunidades do entorno. 22 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 23
  • 13. 7 CONHECENDO A REGIÃO A 1 Espaço que poderá ser definição da Área de Influência (AI)¹ é uma etapa importante 2 Meio físico: abrange afetado direta ou indire- do processo de análise ambiental, pois a partir dela é determi- os aspectos do clima, da tamente pelos impactos qualidade do ar, relevo, provocados pelo empre- nado o limite (ou a distância máxima a partir da UTE) onde serão solos, recursos hídricos, endimento, em suas fases realizados os estudos ambientais. No caso da UTE Barra do Rocha I, os aquíferos, recursos mine- de projeto, implantação e critérios levaram em consideração a legislação ambiental brasileira, as rais, entre outros. operação. características do empreendimento e do ambiente, considerando os Meio biótico: envolve meios físico, biótico e antrópico ou socioeconômico². o estudo da vegetação, dos animais e das áreas protegidas. Por se tratar de um empreendimento com características mistas, todas as instalações internas e externas da UTE Barra do Rocha I serão avaliadas. Meio antrópico ou socio- Considerando a unidade industrial localizada nos limites do terreno, as econômico: relaciona-se aos estudos sobre a faixas de servidão para a passagem das linhas de transmissão e as faixas organização social e de dutos de captação de água e dutos para descarte de efluentes. econômica da população, as características culturais e históricas das comunida- Partindo da delimitação de uma área que permitiu conhecer os ambientes des que vivem, trabalham “natural” (físico-biótico) e “antrópico” (socioeconômico) da região, foram ou circulam no entorno do estabelecidas três categorias de áreas segundo o tipo de impacto previsto: empreendimento. Área de Influência Indireta (AII), Área de Influência Direta (AID) e Área Dire- tamente Afetada (ADA). 24 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 25
  • 14. Área de Influência Indireta (AII) ao duto de captação de água e ao duto de descarte de efluentes, foi considerada uma faixa de 400 metros A Área de Influência Indireta (AII) é aquela real ou para cada lado, a partir do centro da faixa dos dutos. potencialmente sujeita aos impactos indiretos da A AID abrange, ainda, um corredor de 200 metros de construção ou operação das estruturas que com- largura, para cada lado das faixas das linhas de trans- põem a UTE Barra do Rocha I. Como os impactos missão, a partir das bordas. indiretos são diferentes nos meios natural (físico e biótico) e antrópico, e nos ambientes terrestre e Para caracterização do meio antrópico, foi definida aquático, as áreas de influência para cada um desses como AID uma área de 2 km de raio a partir do centro meios são diferentes. da área da UTE e incluindo a sede do município de Barra do Rocha. A AID do meio antrópico também Deste modo, para os meios físico e biótico, a área de abrange 400 metros de largura a partir das bordas da influência indireta do empreendimento foi definida, faixa do duto de captação de água, como também do no trecho terrestre, como a área interna com um raio duto de descarte de efluentes. Para as linhas de trans- de 5 km do centro da planta da unidade, incluindo missão, foi considerado um corredor de 200 metros também 5 km de cada lado das faixas de captação de de largura a partir das bordas das faixas das LTs. água e descarte de efluentes e 1 km para cada lado da diretriz da faixa das linhas de transmissão elétrica. Para o ambiente aquático, foram definidos, separadamente, Área Diretamente Afetada (ADA) 5 km a jusante do ponto de captação e 5 km a jusante do ponto de descarte no Rio de Contas. A Área Diretamente Afetada (ADA) corresponde aos locais que sofrerão intervenções diretas das obras Já a caracterização do meio antrópico entende para construção da UTE, como: atividades de terra- como Área de Influência Indireta da planta industrial plenagem, escavações para construção de bases de do empreendimento, o território dos municípios de concreto, implantação de sistemas de drenagem, Barra do Rocha, Ipiaú, Itagibá e Gongogi. A análise instalação de dutos enterrados etc. Já nas faixas de dos impactos gerados pelos dutos de captação de servidão para implantação das linhas de transmissão, água e descarte de efluentes leva em conta os muni- as intervenções serão pontuais, estando limitadas aos cípios de Barra do Rocha e Gongogi, e, para as linhas locais onde serão construídas as bases das torres. Para de transmissão, serão considerados os municípios de o duto de captação de água e para o duto de descarte Barra do Rocha, Ubatã e Ubaitaba. de efluentes, a intervenção direta será ao longo de toda a faixa de servidão. Área de Influência Direta (AID) Destaca-se a realização de estudos de acompanha- mento previstos (modelagens e monitoramentos) que A Área de Influência Direta (AID) é aquela real ou serão implementados durante a operação e ao longo potencialmente sujeita aos impactos diretos da de toda a vida útil da UTE. Esses estudos fornecerão implantação e operação da UTE Barra do Rocha I. dados sobre os impactos previstos que foram conside- rados nos estudos ambientais, sinalizando a neces- Para os meios físico e biótico, a AID foi considerada sidades de ajustes, como exclusão ou inclusão de a mesma, já que se prevê que estes meios devem ser novos estudos ou monitoramentos. Como exemplos, impactados de forma semelhante. Foi definida para a podem ser citados os estudos de captação de água, planta industrial uma área de 2 km de raio a partir do de descarte de efluentes, de emissões atmosféricas, centro da área de implantação da UTE. Com relação de geração de resíduos e de geração de ruídos. 26 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 27
  • 15. 1 Segundo o Ministério do Bahia, Goiás, Mato Grosso Meio Ambiente (MMA), o do Sul, Minas Gerais, bioma da Mata Atlântica Paraíba, Paraná, Pernam- ocupa uma área de buco, Rio Grande do Norte, 1.103.961 Km², correspon- Rio Grande do Sul, São dendo a 13% do território Paulo e Sergipe. A Mata brasileiro. É constituída, Atlântica apresenta uma principalmente, por mata variedade de formações e ao longo da costa litorânea engloba um diversificado que vai do Rio Grande conjunto de ecossistemas do Norte ao Rio Grande florestais com estrutura e do Sul, passando pelos composições de vegetação estados do Espírito Santo, bastante diferenciadas, Rio de Janeiro e Santa acompanhando as caracte- Catarina, e parte do terri- rísticas climáticas da região Coruja-buraqueira tório do estado de Alagoas, onde ocorre. (Athene Cunicularia) Foto: Acervo Habtec O ambiente onde será Tanto que existem atualmente 23 processos mine- construída a UTE Barra do Rocha I rários de extração de areia para construção civil; minérios de ouro, níquel, chumbo, ferro e granulito para uso industrial. O Ambiente Natural (Meios Físico e Biótico) Outro fator determinante nas formações das flo- O ambiente natural de uma região abrange as caracte- restas da região, além do solo, é o clima. A área de rísticas biológicas (flora e fauna, terrestre e aquática) e influência da UTE Barra do Rocha I está localizada físicas, como: solos, as águas (rios e lagos) e o clima. na zona de transição entre a região litorânea úmida De acordo com os recursos naturais disponíveis, é pos- e a região semiárida. Nesta região, ocorrem menos sível traçar o perfil socioambiental da área de estudo e chuvas do que no litoral e a temperatura não varia algumas das atividades econômicas da região. tanto, com médias entre 18,1°C e 22,3°C. A região do empreendimento encontra-se dentro Estas características climáticas de chuvas e tempe- dos limites do Bioma Mata Atlântica¹, na porção ratura, aliadas à nebulosidade e ventos baixos cons- sudeste do Corredor Central da Mata Atlântica. tantes, somados à boa qualidade do ar favorecem a Apesar disto, não existem Unidades de Conservação agricultura e à pecuária, já que grandes variações cli- na região de influência do futuro empreendimento. máticas prejudicam o desenvolvimento dos rebanhos. Esta região também está na Bacia Hidrográfica do É esta a combinação de fatores climáticos e de solo Rio de Contas e contempla parte do território dos que permite na região a ocorrência da Mata Atlântica. municípios de Barra do Rocha, Gongogi, Ubaitaba, Ubatã, Ipiaú e Itagibá. Historicamente a região caracterizava-se pela pre- sença de Floresta Ombrófila Densa. Desde os tempos O solo da região apresenta características favoráveis coloniais, quando eram feitas retiradas de madeira para a agricultura e para a pecuária e um grande para impulsionar a navegação, começou um processo potencial para exploração de recursos minerais. de desmatamento e fragmentação florestal. 28 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 29
  • 16. Na área do empreendimento (UTE Barra do Rocha I vaqueira (Bubulcus íbis), o canário-da-terra (Sicalis e Linhas de Transmissão) a cobertura vegetal original flaveola), o bico-de-lacre comum (Estrilda astrid) e o (Mata Atlântica) foi fragmentada e hoje em dia, exis- pardal-doméstico (Passer domesticus). Essas espécies tem nesta região remanescentes florestais e siste- foram registradas nos habitats alagados, campos aber- mas de Cabruca (ambas nas Linhas de Transmissão) tos, capoeira e área urbana. e pastagem com árvores isoladas (no terreno da UTE Barra do Rocha I). Das espécies com possível existência na área do empreendimento, poucas estão presentes em alguma Área de pastagem encontrada na região Apesar do intenso processo de retirada de vegetação, lista de fauna brasileira ameaçada de extinção. As Foto: Acervo Habtec na Área de Influência Indireta da UTE Barra do Rocha I, espécies rato-do-cacau (Callistomys pictus) e gato-do- ainda existem em pontos isolados espécies de bromé- mato (Leopardus tigrinus) apresentaram índice vulnerá- lias (família Bromeliaceae) e árvores como o jacarandá- vel pela lista do Ministério do Meio Ambiente, o  que da-Bahia (Dalbergia nigra), gonçalo-alves (Astronium significa que essas espécies sofrem risco de extinção No início do século passado, além do desmatamento Uma das principais atividades econômicas nesta região fraxinifolium) e pau-brasil (Caesalpinia echinata). no médio prazo, caso não sejam adotadas ações para para extração de madeira, houve desmatamento para é a monocultura do cacau e seu cultivo associado a reverter esta situação. conversão em pastagens e plantações, principalmente espécies nativas de Mata Atlântica, sistema conhecido Esta fragmentação do habitat também afeta os animais, no sudeste do Estado, com o predomínio de plan- como Cabruca. Este sistema agrossilvicultural consiste sendo a principal causa da extinção das espécies, tações de cacau (Theobroma cacao). Atualmente a na substituição da vegetação dos estratos médio e infe- além da caça predatória. O Rio de Contas cobertura vegetal é quase que totalmente ocupada rior da floresta pelo plantio do cacau, que é plantado por áreas de plantio de cacau e por vegetação antro- sob a proteção das árvores mais altas, de forma descon- Na região da futura UTE Barra do Rocha I, foram regis- A UTE Barra do Rocha I estará localizada em área pizada, porém ocorrem em menor escala áreas de tínua e circundado por vegetação natural. Nestas áreas tradas algumas espécies de animais endêmicas da Mata próxima ao Rio de Contas. Este rio, hoje em dia, brejos e trechos de Floresta Ombrófila Densa em início de Cabruca, o solo é protegido da erosão e algumas Atlântica, como o arapaçu-rajado (Xiphorynchus fuscus), apresenta suas características originais bastante de desenvolvimento. espécies de animais não perdem o seu habitat. a saíra-lagarta (Tangara desmaresti), a saíra-sete-cores modificadas devido ao desenvolvimento de atividades (Tangara seledon), o sanhaçu-de-encontro-amarelo econômicas na região, como a agricultura irrigada e a (Tangara ornata) e o tiê-sangue (Ramphocelus bresilius). mineração, e pela ocupação de aglomerações urbanas Nenhuma das espécies registradas está presente nas presentes ao longo de sua extensão. listas de espécies brasileiras ameaçadas de extinção. Como resultado das alterações às suas margens, o Mata encontrada na Área de Como reflexo da ocupação dos seres humanos na Rio de Contas apresenta má qualidade ambiental. Influência da UTE Barra do Rocha I área do empreendimento, é fácil encontrar algu- Destaca-se que a bacia do Rio de Contas representa Foto: Acervo Habtec mas espécies invasoras que se adaptam facilmente uma área onde as atividades industriais e grandes aos habitats urbanos e antrópicos, e que, devido centros urbanos não são significativos, mas por outro ao aumento do número de indivíduos, muitas vezes lado, possui polos de agricultura irrigada e mineração, Fruto do cacau, uma importante substituem as espécies nativas, que acabam desapare- o que pode ter influenciado no aumento da tempera- fonte de renda da região cendo do local. São exemplos de espécies invasoras tura do rio ao longo dos anos, além de influir direta- Foto: Acervo Habtec encontradas na região do empreendimento: a garça- mente na qualidade das suas águas. 30 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 31
  • 17. Saruê, Gambá (Didelphis imperfecta) Foto: Acervo Habtec Rio de Contas Foto: Acervo Habtec O Meio Antrópico dades rurais e vendendo lotes menores, outros retira- ram a cabruca para a plantação de árvores frutíferas, O processo de ocupação colonial do sul do estado enquanto que outra parte dos proprietários rurais da Bahia foi iniciado no século XVI, com a coloniza- transformou suas terras em pasto para gado. ção portuguesa e a formação dos primeiros povoa- dos e a exploração econômica da madeira. A partir Na Área de Influência Direta do empreendimento, não do século XVIII, a região passou por um momento existem aglomerações de pessoas. Apenas proprie- de grande desenvolvimento econômico gerado pelo dades rurais que abrigam instalações como residências cultivo do cacau. de funcionários, sede da fazenda, currais, galpões e outras construções. Poucos proprietários moram nas Desde a metade do século XIX — e por quase 150 anos fazendas, que ficam aos cuidados de funcionários. — o cacau foi símbolo de status, poder e riqueza entre as fazendas na região de Ilhéus e de Itabuna, A decadência da “era do cacau” também levou ao na Bahia. Na região da futura UTE Barra do Rocha I êxodo rural, ou seja, saída de pessoas do campo para existem propriedades rurais, que na década de 1980 as cidades, aumentando a urbanização da região. eram grandes plantações de Cabruca (pés de cacau no Durante os anos da exploração cacaueira, as cidades interior da Mata Atlântica). No fim da década de 1980, do sul da Bahia começaram a crescer graças ao o fungo vassoura-de-bruxa tomou conta dos pés de dinheiro gerado pela produção do cacau. Porém, após cacau e diminuiu a safra dos anos seguintes. a crise da vassoura-de-bruxa, essas mesmas cidades continuaram o seu crescimento, dessa vez por conta Por isso, muitos fazendeiros desistiram da plantação da ida de pessoas que perdiam seus empregos no de cacau. Alguns acabaram dividindo suas proprie- campo e iam para as cidades em busca de oportuni- 32 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 33
  • 18. dades. Este processo aconteceu de maneira desor- de população. Em Barra do Rocha, por exemplo, a denada, pois as cidades não tinham a infraestrutura população diminuiu, o que mostra que a região deixou necessária para receber estes migrantes. de ser produtiva após a “crise do cacau”, quando houve Fazenda encontrada na região redução da produção e a necessidade da população Foto: Acervo Habtec Durante esse momento de crise, a vegetação também buscar lugares onde pudesse ter acesso a oportunida- foi prejudicada, pois muitos fazendeiros derrubaram des de emprego. a mata original, que era importante para o cultivo do cacau pelo sistema de cabruca, para dar lugar às pasta- Para reverter esta situação de baixo desenvolvimento, os gens para criação de gado. Com as pastagens, o solo governos municipais e empresários da região do Vale do fica mais sujeito ao desgaste causado pela erosão. Rio de Contas fizeram uma grande mobilização, identifi- cando as potencialidades regionais e se articulando para 1 Local no qual os seres No âmbito estadual, são encontradas na AII a BA-120 e a BA-130. A BA-120 Por esse motivo, alguns componentes ambientais recuperar a economia e as condições sociais da região. humanos que viveram atravessa os municípios de Ipiaú, Ubatã e Gongogi, enquanto a BA-130 em um passado distante naturais (água, solo, vegetação, e fauna) sofreram deixaram algum vestígio passa por Itagibá e percorre todo o Estado da Bahia. grande pressão durante os anos, desde a coloniza- Após esta mobilização, foram elaborados os Projetos de suas atividades, como ção da região. As cidades sem saneamento básico, o do Polo de Desenvolvimento do Vale do Rio de ferramentas, pinturas, Quanto aos sítios arqueológicos¹ encontrados na região, foi identificado sepulturas etc. desmatamento da Mata Atlântica, a erosão do solo, Contas e o Projeto Porto Sul Bahia. Como resultado apenas um sítio na Área de Influência da UTE, precisamente no município e a perda de habitat e caça de animais são impactos prático deste plano de ação para revitalizar a região, foi de Ipiaú, o sítio Fazenda Prata. Neste sítio, foram encontrados vasos e de longa data, que, com o tempo, foram moldando a instalada a Mineração Mirabela, localizada a aproxima- panelas dos primeiros grupos humanos que habitaram o local. Porém, realidade ambiental da atual região do sul da Bahia. damente 8 km da área onde se pretende instalar a UTE informações levantadas em 2006 para a realização do Estudo de Impacto Barra do Rocha I. Os resultados imediatos deste plano Ambiental do Projeto Santa Rita para lavra e beneficiamento de minério de Outro problema enfrentado pelos municípios estu- de ação estão no número de admissões de trabalha- níquel em Ipiaú e Itagibá apontam a existência de sete sítios arqueológicos dados localizados às margens do Rio de Contas é a dores para os projetos em implantação nos municípios no município de Itagibá, mas que ainda não foram registrados no cadastro emissão de esgoto doméstico sem tratamento nesse de Barra do Rocha, Gongogi, e Ubatã. do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). mesmo rio que é usado por esses municípios para a captação e distribuição da água a população, sem Entre os municípios que compõem a Área de Influência qualquer tipo de tratamento. Essa situação favorece a do empreendimento, o de maior população e infraestru- Comunidades Indígenas, Comunidades contaminação dos moradores por doenças como a tura é Ipiaú, localizado entre duas rodovias federais. Ipiaú Quilombolas e Populações Tradicionais esquistossomose, também conhecida como barriga também é referência para os municípios vizinhos quanto d’água. aos serviços de atendimento hospitalar e comércio. Não foram identificadas terras indígenas ou comunidades quilombolas nas áreas de influência determinadas para a UTE Barra do Rocha I. Atualmente, os A UTE Barra do Rocha I será instalada no município de O sistema de transportes da Área de Influência Indireta da registros da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) mostram que o local mais Barra do Rocha, e por isso, poderá influenciar a dinâ- UTE Barra do Rocha I é composto por rodovias estaduais próximo com presença de população indígena encontra-se no município mica social e econômica dos outros municípios próxi- e federais, por uma ferrovia em construção e por um de Camamu, a cerca de 50 km da Área de Influência Indireta do empreendi- mos, como Gongogi, Ubaitaba, Ubatã, Itagibá e Ipiaú. aeroporto, situado no município de Itagibá. Em relação às mento, onde encontram-se indivíduos do grupo Pataxó Hã Hã Hãe. rodovias que compõem a AII, menciona-se a BR-330, que Os Censos Demográficos do IBGE dos últimos anos liga a BR-101 até a BR-116. Esta rodovia faz a ligação entre Em relação às comunidades tradicionais, existem comunidades pesqueiras mostram que todos estes municípios, assim como os estados da Bahia, Piauí e Maranhão. Outras rodovias nos municípios de Ubaitaba, no distrito de Ipirauna, e em Ubatã, de acordo o estado da Bahia, apresentaram baixo crescimento federais localizadas na AII são a BR-030 e a BR-101. com informações obtidas junto às Prefeituras Municipais. 34 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 35
  • 19. 8 OS IMPACTOS AMBIENTAIS E AS MEDIDAS PROPOSTAS Q uando são cruzadas as informações do empreendimento e do ambiente da região onde se pretende implantá-lo, são identificados os impactos que podem ser gerados pelos aspectos das atividades de planejamento, construção e operação da UTE Barra do Rocha I. Os impactos identificados são classificados segundo os meios e os fatores ambientais em que incidem e critérios definidos por metodologia específica para que possam ser avaliados e que se identifiquem e se proponham as medidas e os programas adequados para cada um desses impactos. No quadro a seguir são apresentadas as formas de classificação desses impactos. 36 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 37
  • 20. Classificação Definições Classificação Definições Qualificação Positivo Grau de reversibilidade Reversível Quando o impacto resulta na melhoria ambiental. Quando as condições naturais são restabelecidas. Negativo Parcialmente reversível Quando o impacto resulta em perda da qualidade ambiental. Quando o impacto resulta em perda da qualidade ambiental. Irreversível Incidência Direta Quando não são restabelecidas as condições originais. Impacto ocorre a partir de uma simples relação de causa e efeito. Indireta Abrangência espacial Local Impacto resultante de uma reação secundária. Seus efeitos se restringem à Área de Influência Direta (AID) do empreendimento. Permanência ou duração Temporário Regional Seus efeitos só serão sentidos durante a ação geradora ou durante um Seus efeitos incidem sobre a Área de Influência Indireta (AII) horizonte temporal conhecido compatível com o período de duração do empreendimento. da atividade. Extrarregional Permanente Seus efeitos extrapolam a região correspondente à Seus efeitos permanecem mesmo após o fim da ação que gerou o Área de Influência Indireta. impacto. Também se refere aos impactos em que o tempo de retorno às condições originais do ambiente sem a ação da atividade seja desconhecido ou superior ao período de duração da atividade. Magnitude Baixa Quando a intensidade da alteração, considerando sua abrangência Cíclico espacial e temporal, é baixa para o fator ambiental avaliado. Seus efeitos ocorrem de acordo com variações ambientais associadas à sazonalidade. Média Quando a intensidade da alteração, considerando sua abrangência espacial e temporal, é média para o fator ambiental avaliado. Momento ou desencadeamento Imediato Impacto em que os efeitos surgem imediatamente após a ação. Alta Aquele cuja intensidade da alteração, considerando sua abrangência Médio prazo espacial e temporal, é alta para o fator ambiental avaliado. Iimpacto em que efeitos surgem num período de tempo após a ação, porém dentro do período de desenvolvimento da atividade. Longo prazo Impacto em que efeitos somente poderão ser detectados após o fim das atividades. 38 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 39
  • 21. Já a importância dos impactos, classificada em pequena, média ou grande, é definida com base nos critérios de cumulatividade e caráter estratégico apresentados no quadro a seguir. Classificação Definições Classificação Definições Mitigadoras Quando a ação resulta na prevenção ou redução dos efeitos do  Cumulatividade Simples impacto ambiental negativo. Impacto que não apresenta interação com outro(s) impacto(s). Potencializadoras Ação que tem como objetivo aumentar as consequências de um  Cumulativo impacto positivo. Apresenta algum tipo de interação com outro(s) impacto(s). Compensatórias Quando a ação objetiva compensar um impacto ambiental negativo e Caráter estratégico Estratégico não mitigável, através de melhorias em outro local, dentro ou fora da área Quando incidem sobre um fator ambiental de relevante interesse coletivo de influência da atividade. ou nacional. Não-estratégico De controle Ação que objetiva controlar e monitorar os possíveis impactos e verificar Quando não incidem sobre tais recursos. a sua eficácia. Além destes critérios gerais, para a avaliação da importância, são também levados em conside- ração critérios específicos, como, por exemplo, períodos críticos (defeso, migração de peixes, Impactos e Medidas Associadas entre outros), estado de conservação e importância biológica, socioeconômica e cultural identifi- cada na área estudada. Do total de impactos, a maioria está restrita à fase de construção, o que justifica a necessidade do acompanhamento da gestão ambiental do empreendimento desde o início das obras. Medidas Ambientais Outros impactos estendem-se pelas fases de operação da UTE Barra do Rocha I e merecem destaque devido à necessidade de ações contínuas ao longo da vida útil da UTE. Depois de identificados e avaliados todos os impactos ambientais, são propostas medidas que têm como objetivo diminuir ou compensar os impactos negativos sobre o meio ambiente da Os impactos são listados de acordo com a fase do empreendimento em que aparecem. região onde será implantada a UTE Barra do Rocha I. As medidas são importantes ferramentas de gestão ambiental, podendo reduzir as consequên- cias das alterações ambientais identificadas. Estas medidas podem estar agrupadas em Progra- mas Ambientais, apresentados no próximo capítulo deste RIMA. As medidas podem ser classificadas como: mitigadoras, potencializadoras, compensatórias ou de controle. Especificamente as medidas mitigadoras e potencializadoras podem ter sua eficácia avaliada em baixa, média ou alta. 40 RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 41