O documento resume a história dos povos bárbaros na Europa desde as invasões ao Império Romano até a queda do Império Carolíngio. Detalha os principais grupos bárbaros como os germânicos, eslavos e tártaro-mongóis; os reinos fundados por eles após as invasões; a formação e expansão do Reino Franco; o Império Carolíngio sob Carlos Magno; e como novas invasões levaram à desagregação do Império Carolíngio.
1. A Imagem ao lado é, no sentido
que pensamos, uma alegoria
que não representa uma
realidade concreta.
Imagem extraída de
http://caveman/digital.com/team_ftp/Sedeslav/private/barbarian
2. O termo “bárbaro”
A rigor, o termo bárbaro não é de origem romana. Os
gregos foram os primeiros a usá-lo, designando todos os
povos considerados não-gregos. Até mesmo os romanos
eram assim chamados por eles.
Mais tarde, já no mundo romano, estes passaram a
chamar todos os povos não-romanos desta forma – aí
com o sentido de incivilizado. Deste modo, “bárbaros”
eram todos aqueles que não viviam os valores culturais
romanos.
3. Quem eram os “bárbaros”?
Povos semi-nômades, os “bárbaros” tinham origens diversas,
como o norte e o leste da Europa, além de regiões na Ásia.
Viviam da agricultura e da coleta de animais (caça e pesca) e
de vegetais.
Possuíam organização social e política, formando lideranças
em tempos de guerras – o que era muito comum a povos que
ainda buscavam fixação territorial.
4. Principais grupos bárbaros
Tártaro-mongóis
de origem asiática, deles descendiam os hunos e os turcos
Eslavos
originários da Europa Oriental e de parte da Ásia, deram origem aos
russos, poloneses, tchecos, bósnios, búlgaros, entre outros
Germanos
de origem indo-européia (como os eslavos), ocuparam uma parte mais ao centro e ao
ocidente da Europa, nas fronteiras do Império Romano, por isso mesmo seus ataques
e sua fusão cultural foram mais intensos.
Francos, alamanos, visigodos, godos, ostrogodos, burgúndios, suevos, jutos, vândalos,
anglos e saxões compõem estes povos.
5. Extraído de Cláudio Vicentino. Viver a
história – ensino fundamental. (6ª série).
São Paulo: Scipione, 2002
As principais invasões “bárbaras”
6. Os germanos
O mais destacado dos povos “bárbaros” eram os germanos,
que, como vimos, desenvolveram mais contatos com os
romanos. Habitavam a região da Germânia, ao norte do
Império Romano, e foram responsáveis pelas mais
importantes invasões ao Império , inclusive a que o levou
ao fim, em 476.
Vários grupos étnicos o formavam, como os francos, os
visigodos, os anglos e os saxões.
7. Extraído de Alfredo Boulos Jr. História – sociedade e cidadania.São Paulo: FTD, 2004. (vol. 6ª série)
8. Os Reinos Bárbaros
Depois das invasões, os germanos começaram a fundar seus
reinos na Europa, dentro das regiões que antes pertenceram
aos romanos, e agregando também regiões onde muitos destes
povos estavam antes das invasões. Entre os reinos formados
pelos “bárbaros” destacam-se os seguintes:
• Anglo-Saxão
• Franco
• Visigodo
• Vândalo
• Ostrogodo
• Suevo
9. Extraído de Alfredo Boulos Jr. História – sociedade e cidadania. São Paulo: FTD, 2004. (vol. 6ª série)
10. Dos reinos “bárbaros” que surgiram na Europa Ocidental,
certamente o Reino dos Francos era o mais destacado, já
que ocupou uma vasta área distribuída entre o que hoje são
a França, Bélgica, Itália, Alemanha e alguns outros países
europeus.
O fato de ter servido de base para a construção destas
nações, bem como, no curso do seu desenvolvimento, ter
contribuído para a formação do feudalismo, torna o Reino
dos Francos especial.
11. Formação do Reino
O avanço dos povos germânicos sobre as antigas áreas de
domínio romano levou os francos a se estabelecerem na
Gália, conquistando-a.
Inicialmente divididos, os francos foram unidos sob a força
de Clóvis (481/2 – 511), que se tornara, assim, seu primeiro
rei. Fundava-se então a dinastia Merovíngia.
A partir deste momento, iniciou-se a tomada de áreas
vizinhas e a expansão territorial franca.
Convertido ao cristianismo, Clóvis inicia uma longa
história de acordos e favores mútuos entre os francos e a
Igreja Católica.
12. O batismo de Clóvis
Imagem extraída de www.wikipedia.org
A imagem mostra o Rei Clóvis
sendo batizado (iniciado
no cristianismo). Era o início
de uma longa união entre a
Igreja Católica e os francos
e, posteriormente, os carolíngios.
13. Os reis indolentes e Carlos Martel
A maioria dos sucessores de Clóvis não seguiu sua conduta de
expansão e melhoramentos para o reino. Muitos preferiram
usufruir do prestígio e das riquezas que o trono franco
proporcionava, abrindo mão das suas obrigações reais.
Diante disso, já no século VIII, surge uma importante figura,
um funcionário encarregado da administração palaciana (o
prefeito do palácio, ou prefeito do paço, Mordomo do Palácio
ou Majordomus), Carlos Martel.
Diante da inoperância real, Martel assume o poder e
estabelece importantes conquistas, subjugando reinos e
impedindo o avanço dos muçulmanos – sua mais famosa
vitória.
14. Charles de Steuben, Batalha de Poitiers, outubro 732.
Óleo sobre tela, pintada entre 1834 e 1837, hoje no
Musée du château de Versailles
(Museu do Palácio de Versalhes, França).
15. Pepino, o breve
Filho e sucessor de Carlos Martel, Pepino em princípio dividira o
poder com seu irmão, Carlomano. Ambos, como o pai, eram prefeitos
de diferentes palácios. Pepino, no entanto, seguiu o rastro do pai e
assumiu o poder político-militar do francos.
Depondo o último rei Merovíngio, foi escolhido rei, fundando a
dinastia Carolíngia (nome dado em homenagem a seu pai). Com
este ato fez o que o seu pai não se preocupou em fazer –
transformou um poder de fato em poder de direito.
Estreitou os laços com a Igreja, socorrendo Roma dos ataques
lombardos, e depois disso doou terras conquistadas na Itália à
Igreja – tais terras constituíram o “patrimônio de São Pedro”, e o
Vaticano está incluído nelas.
16. O Império CarolíngioO Império Carolíngio
Foi com Carlos Magno (768 – 814), filho de Pepino,
que o Reino dos Francos transformou-se de fato em
um Império – O Império Carolíngio.
A conquista de territórios e a força com que subjugou
povos vizinhos permitiu a Carlos Magno estabelecer
seu poder e controle sob uma vasta área na Europa
Ocidental, ocupando espaços onde hoje se vêem países
como a França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suíça,
dentre outros.
17. Extraído de Alfredo Boulos Jr. História – sociedade e cidadania. São Paulo: FTD, 2004. (vol. 6ª série)
18. Administração do Império
O aumento significativo das terras dominadas pelos carolíngios fez
com que Carlos Magno criasse novas formas de controle,
subdividindo o Império em três tipos de áreas de administração, cada
uma com características e administradores definidos.
Surgiram assim:
CondadosCondados
Eram controlados pelos
Condes, que deviam cobrar
impostos e multas, além
de fazer cumprir as leis.
DucadosDucados
Eram controlados pelos
Duques, que cuidavam
de formar e liderar
Exércitos.
MarcasMarcas
Eram controladas pelos
Marqueses, que cuidavam
da defesa das regiões de
fronteira.
Para fiscalizar as ações de Condes, Duques e Marqueses,
Carlos Magno atribuiu mais poderes aos seus fiscais, os Missi Dominici.
19. A aliança com a Igreja
Já vimos que desde os Francos, com Clóvis, fundara-se uma
aliança de ajuda mútua com a Igreja Católica. E isto continuou
com Pepino e Carlos Magno - que foi coroado imperador, pelo
Papa, na Noite de Natal do ano 800, na Basílica de São Pedro,
em Roma.
Extraído de Alfredo
Boulos Jr. História
– sociedade e
cidadania. São
Paulo: FTD, 2004.
(vol. 6ª série)
20. A divisão do Império Carolíngio
A morte de Carlos Magno levou ao trono seu filho, Luís, oLuís, o
PiedosoPiedoso. Este, porém, não possuía as mesmas habilidades do
pai, e não soube controlar o Império. Ainda vivo, seus três filhos
disputavam para decidir quem seria o sucessor do trono,
enfraquecendo o poder do pai.
Diante de uma situação interna conturbada, os Condes, Duques
e Marqueses mantiveram-se no poder de forma vitalícia (até a
morte), contrariando a regra.
Quando Luís morreu, seus filhos selaram um acordo, dividindo o
Império em 3 partes – era o Tratado de VerdumTratado de Verdum, assinado em
843.
22. Novas Invasões
muçulmanos, vikings e magiaresmuçulmanos, vikings e magiares
Entre os séculos IX e X, a Europa se viu novamente
invadida, desta vez pelos muçulmanosmuçulmanos (sarracenos), que já
haviam iniciado os ataques desde o século VIII; pelos
vikingsvikings, vindos do norte, da Escandinávia; e pelos magiaresmagiares
(húngaros), vindos do centro asiático e se estabelecendo na
Europa central.
Tais invasões atingiram o já dividido e enfraquecido
Império Carolíngio, levando-o à completa desagregação. Era
o fim do último grande império da Europa Ocidental, e a
partir disso modificações interessantes se montavam...