SlideShare a Scribd company logo
1 of 15
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS P.A.: As Séries Iniciais e a Educação de Jovens e Adultos Profª.: Márcia Amaral Corrêa de Moraes CURRÍCULO, HETEROGENEIDADE E  A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Julia Tomedi Poletto 2007/2
PROBLEMA: Que metodologias são utilizadas pelo professor da EJA na sua prática pedagógica para  lidar com alunos que retornam à escola com expectativas tão diferentes?
OBJETIVOS: ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
“ [...] não podemos nos colocar na posição do ser  superior que ensina um grupo de ignorantes, mas sim  na posição humilde daquele de comunica um saber  relativo a outros que possuem outro saber relativo.  (É preciso saber reconhecer quando os educandos  sabem mais e fazer com que eles também  saibam com humildade).” (FREIRE, 1997, p.29).
Reformas, renovações, mudanças, adaptações e variações no currículo parecem constituir, hoje em dia, um símbolo discursivo  com a pretensão de salvaguardar todas as transformações pedagógicas.  A utilização desse símbolo discursivo está permeando muitas das  discussões educativas, e determina uma orientação política específica  para a qual tendem quase todos os projetos de educação moderna. “ Dar qualidade”, “melhorar os conteúdos”, “horizontalizar e/ou  transversalizar as disciplinas do conhecimento”, “seriar ou desenvolver em ciclos as matérias do currículo”, etc., são as discussões que  ocupam praticamente todo o cenário das mudanças pedagógicas  na atualidade. O currículo é, desse modo, um  símbolo superficial e um  “ fetiche” das necessidades de transformação  educativa. (SKLIAR; LUNARDI, 2000, p.12).
Pensar um modelo único de proposta de currículo junto à EJA é, no mínimo, contraditório ao,  anteriormente apresentado, quadro de diversidade  que integra esse setor educacional. Para  que isso não ocorra, é importante  que sejam fixados princípios gerais,  que sirvam como referências na construção de propostas  adequadas ao público para a qual são  direcionadas. (JUNIOR, 2006, p.102).
“ Considerar a diversidade implica em realizar  intervenções pedagógicas  diferenciadas. As situações de aprendizagem, objetivos e  os conteúdos são os mesmos para o grupo de educandos,  o que se diferencia é a intervenção do educador,  considerando as características individuais para que  todos os educandos cheguem ao objetivo  proposto.” (DURANTE, 1998, p.76).
METODOLOGIA DE PESQUISA : Estudo exploratório e pesquisa qualitativa.
IDENTIFICAÇÃO: Pesquisa realizada em uma escola estadual do município de  Bento Gonçalves –RS.  A instituição trabalha com a filosofia de Paulo Freire, sendo que o  tema gerador é a metodologia utilizada na prática pedagógica. Está localizada em um bairro de classe média-baixa. A maioria dos alunos são trabalhadores e residem no bairro onde a escola está localizada e/ou  em lugares próximos. A turma observada é multiseriada, abrangendo da 1ª a 4ª série.  A faixa etária desses alunos contempla dos 20 até os 50 anos.
Mudar de setor na empresa masculino H Exemplo aos filhos masculino G Carteira de Motorista feminino F Recuperação da memória - acidente feminino E Ir para faculdade masculino D (aluno com deficiência mental) Busca por emprego masculino C Exigência da empresa feminino B CRECI feminino A EXPECTATIVA PARA RETORNAR À ESCOLA SEXO ALUNO Intencionalidades – alunos da totalidade 1 (1ª a 4ª série )
A   relação entre professora e alunos na turma observada é  bastante dialógica. Os alunos consideram a educadora, acima de tudo, uma  grande amiga. O respeito às diferenças é visível e o grupo é muito acolhedor. A professora traz textos e reportagens atualizadas,  facilitando e qualificando o trabalho pedagógico.
Para eles, freqüentar a escola pressupõe fazer cópias e contas,  ter cartilhas e aprender as letras. Aprender a  expor suas opiniões, ouvir as opiniões dos colegas,  ouvir contos, escrever, mesmo que não seja do  modo convencional (correto), ler, mesmo que seja só um título  de um texto, ler problemas e resolve-los, manusear o jornal, ler notícias e comentá-las, etc.,  não são características do modelo de  escola que conhecem. (DURANTE, 1998, p.48).
ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS: Por ser uma turma multiseriada, as atividades são direcionadas de maneiras diferentes, porém o tema e o objetivo inicial se mantêm durante toda a realização do exercício. Cada aluno tem seu tempo específico e isto é salientado  pela educadora no início de todas as aulas e  respeitado pelos demais colegas. Todos os conhecimentos e entendimentos trazidos pelos alunos são valorizados, tornando a aula em um constante momento de troca e de aprendizado.
CONSIDERAÇÃO FINAL : Por tudo isso, acredito ser imprescindível um currículo que tem  como foco o aluno.  Aluno que se apresenta de diferentes formas, com características e potencialidades particulares. Não um único e específico aluno, mas todos esses que se encontram nas escolas. São por estes alunos que lutamos e levantamos nossa bandeira da  heterogeneidade. Afinal, somos todos  igualmente diferentes!
Referências Bibliográficas: DURANTE, Marta.  Alfabetização de adultos: leitura e produção de textos .  Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. FREIRE, Paulo.  Educação e Mudança . 21 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. JUNIOR, Raul Rebello Vital.  A interdisciplinaridade na educação de jovens  e adultos.  In.: Ciências-letras. Porto Alegre: FAPA, 2006. LUNARDI, Márcia Lise e SKLIAR, Carlos Bernardo.  Estudos Surdos e Estudos  Culturais em Educação.  In.: LACERDA, Cristina e GÓES, Mª Cecília (orgªs).  Surdez, Processos Educativos e Subjetividade. São Paulo: Lovise, 2000. p. 11-28.

More Related Content

What's hot

Slide da eja.ppt2
Slide da eja.ppt2Slide da eja.ppt2
Slide da eja.ppt2ohnirual
 
FormaçãO Continuada De Educadores De Jovens E Adultos
FormaçãO Continuada De Educadores De Jovens E AdultosFormaçãO Continuada De Educadores De Jovens E Adultos
FormaçãO Continuada De Educadores De Jovens E Adultosculturaafro
 
Políticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos Trabalhadores
Políticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos TrabalhadoresPolíticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos Trabalhadores
Políticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos TrabalhadoresAdilson P Motta Motta
 
Concepção e proposta metodológica da EJA
Concepção e proposta metodológica da EJAConcepção e proposta metodológica da EJA
Concepção e proposta metodológica da EJAJeca Tatu
 
Palestra eja aula inicial
Palestra eja  aula inicialPalestra eja  aula inicial
Palestra eja aula inicialAlekson Morais
 
Curso orientacoes eja
Curso orientacoes ejaCurso orientacoes eja
Curso orientacoes ejatelasnorte1
 
EJA abril 2016
EJA  abril 2016EJA  abril 2016
EJA abril 2016Jeca Tatu
 
Atps educação de jovens e adultos
Atps educação de jovens e adultosAtps educação de jovens e adultos
Atps educação de jovens e adultosDébora Brichi
 
EJA
EJAEJA
EJAlks5
 
Perfil do aluno noturno eja
Perfil do aluno noturno ejaPerfil do aluno noturno eja
Perfil do aluno noturno ejaAlexsandra Brito
 
Tcc educação de jovens e adultos
Tcc   educação de jovens e adultosTcc   educação de jovens e adultos
Tcc educação de jovens e adultosMarcia Felix
 
Ações no Campo da EJA - Um Balanço - 2009-2012 - Prof. Alexandre Rafael da Rosa
Ações no Campo da EJA - Um Balanço - 2009-2012 - Prof. Alexandre Rafael da RosaAções no Campo da EJA - Um Balanço - 2009-2012 - Prof. Alexandre Rafael da Rosa
Ações no Campo da EJA - Um Balanço - 2009-2012 - Prof. Alexandre Rafael da RosaAlexandre da Rosa
 
FORMAÇÃO DOCENTE: O PROFESSOR DE EJA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
FORMAÇÃO DOCENTE: O PROFESSOR DE EJA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ESPECIALFORMAÇÃO DOCENTE: O PROFESSOR DE EJA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
FORMAÇÃO DOCENTE: O PROFESSOR DE EJA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ESPECIALJanaina Silveira
 
Eja slides
Eja  slidesEja  slides
Eja slideslks5
 
Jornada Pedagógica da eja 2007
Jornada Pedagógica da eja 2007Jornada Pedagógica da eja 2007
Jornada Pedagógica da eja 2007marcia cristina
 
Reflexoes sobre a evasao escolar da eja
Reflexoes sobre a evasao escolar da ejaReflexoes sobre a evasao escolar da eja
Reflexoes sobre a evasao escolar da ejaCris Lago
 

What's hot (20)

A formacao-profissionais-para-eja
A formacao-profissionais-para-ejaA formacao-profissionais-para-eja
A formacao-profissionais-para-eja
 
Slide da eja.ppt2
Slide da eja.ppt2Slide da eja.ppt2
Slide da eja.ppt2
 
FormaçãO Continuada De Educadores De Jovens E Adultos
FormaçãO Continuada De Educadores De Jovens E AdultosFormaçãO Continuada De Educadores De Jovens E Adultos
FormaçãO Continuada De Educadores De Jovens E Adultos
 
Políticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos Trabalhadores
Políticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos TrabalhadoresPolíticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos Trabalhadores
Políticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos Trabalhadores
 
Concepção e proposta metodológica da EJA
Concepção e proposta metodológica da EJAConcepção e proposta metodológica da EJA
Concepção e proposta metodológica da EJA
 
Palestra eja aula inicial
Palestra eja  aula inicialPalestra eja  aula inicial
Palestra eja aula inicial
 
Alunos e allunas de eja
Alunos e allunas de ejaAlunos e allunas de eja
Alunos e allunas de eja
 
Curso orientacoes eja
Curso orientacoes ejaCurso orientacoes eja
Curso orientacoes eja
 
EJA abril 2016
EJA  abril 2016EJA  abril 2016
EJA abril 2016
 
Atps educação de jovens e adultos
Atps educação de jovens e adultosAtps educação de jovens e adultos
Atps educação de jovens e adultos
 
EJA
EJAEJA
EJA
 
Eja 2010
Eja 2010Eja 2010
Eja 2010
 
Perfil do aluno noturno eja
Perfil do aluno noturno ejaPerfil do aluno noturno eja
Perfil do aluno noturno eja
 
Tcc educação de jovens e adultos
Tcc   educação de jovens e adultosTcc   educação de jovens e adultos
Tcc educação de jovens e adultos
 
Ações no Campo da EJA - Um Balanço - 2009-2012 - Prof. Alexandre Rafael da Rosa
Ações no Campo da EJA - Um Balanço - 2009-2012 - Prof. Alexandre Rafael da RosaAções no Campo da EJA - Um Balanço - 2009-2012 - Prof. Alexandre Rafael da Rosa
Ações no Campo da EJA - Um Balanço - 2009-2012 - Prof. Alexandre Rafael da Rosa
 
FORMAÇÃO DOCENTE: O PROFESSOR DE EJA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
FORMAÇÃO DOCENTE: O PROFESSOR DE EJA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ESPECIALFORMAÇÃO DOCENTE: O PROFESSOR DE EJA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
FORMAÇÃO DOCENTE: O PROFESSOR DE EJA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
 
Eja slides
Eja  slidesEja  slides
Eja slides
 
Jornada Pedagógica da eja 2007
Jornada Pedagógica da eja 2007Jornada Pedagógica da eja 2007
Jornada Pedagógica da eja 2007
 
Reflexoes sobre a evasao escolar da eja
Reflexoes sobre a evasao escolar da ejaReflexoes sobre a evasao escolar da eja
Reflexoes sobre a evasao escolar da eja
 
Fasciculo eja
Fasciculo ejaFasciculo eja
Fasciculo eja
 

Similar to 21.4 SemináRio Artigo Eja

Unidade 7 - PNAIC - Heterogeneidade
Unidade 7 - PNAIC - HeterogeneidadeUnidade 7 - PNAIC - Heterogeneidade
Unidade 7 - PNAIC - HeterogeneidadeElaine Cruz
 
O PAPEL DAS PRÁTICAS DE LICENCIATURA NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFE...
O PAPEL DAS PRÁTICAS DE LICENCIATURA NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFE...O PAPEL DAS PRÁTICAS DE LICENCIATURA NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFE...
O PAPEL DAS PRÁTICAS DE LICENCIATURA NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFE...ProfessorPrincipiante
 
Presença Da Aluna Surda Em Classe De Ouvintes
Presença Da Aluna Surda Em Classe De OuvintesPresença Da Aluna Surda Em Classe De Ouvintes
Presença Da Aluna Surda Em Classe De Ouvintesasustecnologia
 
A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTE
A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTEA CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTE
A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTEProfessorPrincipiante
 
LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOS
LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOSLETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOS
LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOSProfessorPrincipiante
 
O que são realmente as dificuldades de aprendizagem
O que são realmente as dificuldades de aprendizagemO que são realmente as dificuldades de aprendizagem
O que são realmente as dificuldades de aprendizagemMaria Masarela Passos
 
Pnaic unidade 8 sintesep
Pnaic unidade 8 sintesepPnaic unidade 8 sintesep
Pnaic unidade 8 sinteseptlfleite
 
Artigo Relatório de estágio nos anos iniciais.
Artigo Relatório de estágio nos anos iniciais.Artigo Relatório de estágio nos anos iniciais.
Artigo Relatório de estágio nos anos iniciais.renatalguterres
 
Educação inclusiva pre-projeto mestrado
Educação inclusiva pre-projeto mestradoEducação inclusiva pre-projeto mestrado
Educação inclusiva pre-projeto mestradopackarde2709
 
Reunião com Educadores do 1º Seg 16/03
Reunião com Educadores do 1º Seg 16/03Reunião com Educadores do 1º Seg 16/03
Reunião com Educadores do 1º Seg 16/03CENFOP - Ipatinga
 
Apresentaçao AFIRSE- GILMARA.pptx
Apresentaçao AFIRSE- GILMARA.pptxApresentaçao AFIRSE- GILMARA.pptx
Apresentaçao AFIRSE- GILMARA.pptxGihOliveira4
 

Similar to 21.4 SemináRio Artigo Eja (20)

Unidade 7 - PNAIC - Heterogeneidade
Unidade 7 - PNAIC - HeterogeneidadeUnidade 7 - PNAIC - Heterogeneidade
Unidade 7 - PNAIC - Heterogeneidade
 
O PAPEL DAS PRÁTICAS DE LICENCIATURA NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFE...
O PAPEL DAS PRÁTICAS DE LICENCIATURA NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFE...O PAPEL DAS PRÁTICAS DE LICENCIATURA NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFE...
O PAPEL DAS PRÁTICAS DE LICENCIATURA NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFE...
 
Presença Da Aluna Surda Em Classe De Ouvintes
Presença Da Aluna Surda Em Classe De OuvintesPresença Da Aluna Surda Em Classe De Ouvintes
Presença Da Aluna Surda Em Classe De Ouvintes
 
Recuperação Intensiva 2013 - Historia
Recuperação Intensiva 2013 - HistoriaRecuperação Intensiva 2013 - Historia
Recuperação Intensiva 2013 - Historia
 
A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTE
A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTEA CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTE
A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTE
 
LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOS
LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOSLETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOS
LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: A CONFLUÊNCIA DE SABERES DIVERSOS
 
O que são realmente as dificuldades de aprendizagem
O que são realmente as dificuldades de aprendizagemO que são realmente as dificuldades de aprendizagem
O que são realmente as dificuldades de aprendizagem
 
Pnaic unidade 8 sintesep
Pnaic unidade 8 sintesepPnaic unidade 8 sintesep
Pnaic unidade 8 sintesep
 
Artigo Relatório de estágio nos anos iniciais.
Artigo Relatório de estágio nos anos iniciais.Artigo Relatório de estágio nos anos iniciais.
Artigo Relatório de estágio nos anos iniciais.
 
Educação inclusiva pre-projeto mestrado
Educação inclusiva pre-projeto mestradoEducação inclusiva pre-projeto mestrado
Educação inclusiva pre-projeto mestrado
 
Poster1 Grupo 7
Poster1 Grupo 7Poster1 Grupo 7
Poster1 Grupo 7
 
EJA
EJAEJA
EJA
 
Poster1 Grupo 7
Poster1 Grupo 7Poster1 Grupo 7
Poster1 Grupo 7
 
Professor x Educador
Professor x EducadorProfessor x Educador
Professor x Educador
 
Apresenta..
Apresenta..Apresenta..
Apresenta..
 
Reunião com Educadores do 1º Seg 16/03
Reunião com Educadores do 1º Seg 16/03Reunião com Educadores do 1º Seg 16/03
Reunião com Educadores do 1º Seg 16/03
 
Aula 1
Aula 1Aula 1
Aula 1
 
Aula1
Aula1Aula1
Aula1
 
Apresentaçao AFIRSE- GILMARA.pptx
Apresentaçao AFIRSE- GILMARA.pptxApresentaçao AFIRSE- GILMARA.pptx
Apresentaçao AFIRSE- GILMARA.pptx
 
Curso didática geral em um arqujivo unesp
Curso didática geral em um arqujivo   unespCurso didática geral em um arqujivo   unesp
Curso didática geral em um arqujivo unesp
 

21.4 SemináRio Artigo Eja

  • 1. UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS P.A.: As Séries Iniciais e a Educação de Jovens e Adultos Profª.: Márcia Amaral Corrêa de Moraes CURRÍCULO, HETEROGENEIDADE E A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Julia Tomedi Poletto 2007/2
  • 2. PROBLEMA: Que metodologias são utilizadas pelo professor da EJA na sua prática pedagógica para lidar com alunos que retornam à escola com expectativas tão diferentes?
  • 3.
  • 4. “ [...] não podemos nos colocar na posição do ser superior que ensina um grupo de ignorantes, mas sim na posição humilde daquele de comunica um saber relativo a outros que possuem outro saber relativo. (É preciso saber reconhecer quando os educandos sabem mais e fazer com que eles também saibam com humildade).” (FREIRE, 1997, p.29).
  • 5. Reformas, renovações, mudanças, adaptações e variações no currículo parecem constituir, hoje em dia, um símbolo discursivo com a pretensão de salvaguardar todas as transformações pedagógicas. A utilização desse símbolo discursivo está permeando muitas das discussões educativas, e determina uma orientação política específica para a qual tendem quase todos os projetos de educação moderna. “ Dar qualidade”, “melhorar os conteúdos”, “horizontalizar e/ou transversalizar as disciplinas do conhecimento”, “seriar ou desenvolver em ciclos as matérias do currículo”, etc., são as discussões que ocupam praticamente todo o cenário das mudanças pedagógicas na atualidade. O currículo é, desse modo, um símbolo superficial e um “ fetiche” das necessidades de transformação educativa. (SKLIAR; LUNARDI, 2000, p.12).
  • 6. Pensar um modelo único de proposta de currículo junto à EJA é, no mínimo, contraditório ao, anteriormente apresentado, quadro de diversidade que integra esse setor educacional. Para que isso não ocorra, é importante que sejam fixados princípios gerais, que sirvam como referências na construção de propostas adequadas ao público para a qual são direcionadas. (JUNIOR, 2006, p.102).
  • 7. “ Considerar a diversidade implica em realizar intervenções pedagógicas diferenciadas. As situações de aprendizagem, objetivos e os conteúdos são os mesmos para o grupo de educandos, o que se diferencia é a intervenção do educador, considerando as características individuais para que todos os educandos cheguem ao objetivo proposto.” (DURANTE, 1998, p.76).
  • 8. METODOLOGIA DE PESQUISA : Estudo exploratório e pesquisa qualitativa.
  • 9. IDENTIFICAÇÃO: Pesquisa realizada em uma escola estadual do município de Bento Gonçalves –RS. A instituição trabalha com a filosofia de Paulo Freire, sendo que o tema gerador é a metodologia utilizada na prática pedagógica. Está localizada em um bairro de classe média-baixa. A maioria dos alunos são trabalhadores e residem no bairro onde a escola está localizada e/ou em lugares próximos. A turma observada é multiseriada, abrangendo da 1ª a 4ª série. A faixa etária desses alunos contempla dos 20 até os 50 anos.
  • 10. Mudar de setor na empresa masculino H Exemplo aos filhos masculino G Carteira de Motorista feminino F Recuperação da memória - acidente feminino E Ir para faculdade masculino D (aluno com deficiência mental) Busca por emprego masculino C Exigência da empresa feminino B CRECI feminino A EXPECTATIVA PARA RETORNAR À ESCOLA SEXO ALUNO Intencionalidades – alunos da totalidade 1 (1ª a 4ª série )
  • 11. A relação entre professora e alunos na turma observada é bastante dialógica. Os alunos consideram a educadora, acima de tudo, uma grande amiga. O respeito às diferenças é visível e o grupo é muito acolhedor. A professora traz textos e reportagens atualizadas, facilitando e qualificando o trabalho pedagógico.
  • 12. Para eles, freqüentar a escola pressupõe fazer cópias e contas, ter cartilhas e aprender as letras. Aprender a expor suas opiniões, ouvir as opiniões dos colegas, ouvir contos, escrever, mesmo que não seja do modo convencional (correto), ler, mesmo que seja só um título de um texto, ler problemas e resolve-los, manusear o jornal, ler notícias e comentá-las, etc., não são características do modelo de escola que conhecem. (DURANTE, 1998, p.48).
  • 13. ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS: Por ser uma turma multiseriada, as atividades são direcionadas de maneiras diferentes, porém o tema e o objetivo inicial se mantêm durante toda a realização do exercício. Cada aluno tem seu tempo específico e isto é salientado pela educadora no início de todas as aulas e respeitado pelos demais colegas. Todos os conhecimentos e entendimentos trazidos pelos alunos são valorizados, tornando a aula em um constante momento de troca e de aprendizado.
  • 14. CONSIDERAÇÃO FINAL : Por tudo isso, acredito ser imprescindível um currículo que tem como foco o aluno. Aluno que se apresenta de diferentes formas, com características e potencialidades particulares. Não um único e específico aluno, mas todos esses que se encontram nas escolas. São por estes alunos que lutamos e levantamos nossa bandeira da heterogeneidade. Afinal, somos todos igualmente diferentes!
  • 15. Referências Bibliográficas: DURANTE, Marta. Alfabetização de adultos: leitura e produção de textos . Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança . 21 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. JUNIOR, Raul Rebello Vital. A interdisciplinaridade na educação de jovens e adultos. In.: Ciências-letras. Porto Alegre: FAPA, 2006. LUNARDI, Márcia Lise e SKLIAR, Carlos Bernardo. Estudos Surdos e Estudos Culturais em Educação. In.: LACERDA, Cristina e GÓES, Mª Cecília (orgªs). Surdez, Processos Educativos e Subjetividade. São Paulo: Lovise, 2000. p. 11-28.