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Monumentos a bandeirantes e a memória social
das cidades
Jordanna Fonseca
PPGSol/UnB
• Apresentação
- Monumento: o que é?
. Monumentos a bandeirantes no Brasil
. Monumento aos Bandeirantes (GO), 1942
. Monumento às Bandeiras (SP), 1953
- Representações e práticas sociais
. Novos usos e apropriações dos patrimônios
. Reconstituir a biografia dos monumentos
- Estudo comparativo
- Se num primeiro momento os bandeirantes
foram tratados como “nobres heróis
desbravadores”, em que momento passaram a
ser “destruidores de quilombos”, “assassinos de
indígenas”, assumindo quase um papel de “anti-
herói”?
• Objetivos
- Identificar e analisar a rede
de agentes que mobiliza e
interage com essas
personagens ao longo dos
anos de sua existência;
- - Identificar as
representações atribuídas
aos monumentos e os
grupos hegemônicos e
contra hegemônicos que
compartilham tais
representações ao longo do
tempo;
- Observar como a
estátua/escultura se insere
no cenário urbano do
centro goianiense e da
capital paulista no que se
refere a sua visibilidade,
acessibilidade etc.;
• Metodologia
- 2 momentos da pesquisa:
a) Fundação dos monumentos (1942 e 1953)
b) Atualidade (anos 2000/2020)
- Análise documental
. Acervos locais e nacionais: fotografias, recortes de
jornais, cartas, telegramas, charges, entre outros;
- Observação
• Resultados parciais
- Mudanças nos papeis atribuídos aos monumentos e suas
representações e usos no espaço público;
- Transformações nos cenários urbanos que configuram o
entorno da estátua/escultura;
- Agentes e grupos semelhantes de intelectuais paulistas
engajados na construção de ambos os monumentos;
- Releituras do bandeirismo;
• Base teórica
- “a maior ou menor durabilidade e vigência do monumento como
símbolo e testemunho de um tempo histórico dependerá de sua
capacidade de reatualizar-se através das práticas dos agentes”
(MARQUEZ e KRAUSE, 2014, p. 163, tradução nossa).
- “produzido no interior de uma teia de práticas e discursos, o
bandeirante não é uma categoria fixa, dada de antemão, mas algo
que se transfigura” (WALDMAN, 2018, p. 33).
- “O documento não é inócuo. É, antes de mais nada, o resultado de
uma montagem consciente ou inconsciente, da história, da época,
das sociedades que o produziram [...], [um] esforço para as
sociedades históricas para impor ao futuro [...] determinada imagem
de si próprias” (LEGOFF, 1992, p. 538).
- Monumentos intencionais: “obras destinadas, pela vontade de seus
criadores, a comemorar um momento preciso ou um evento
complexo do passado” Riegl (2014, p. 52).

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Monumentos a bandeirantes: representações e memória social

  • 1. Monumentos a bandeirantes e a memória social das cidades Jordanna Fonseca PPGSol/UnB • Apresentação - Monumento: o que é? . Monumentos a bandeirantes no Brasil . Monumento aos Bandeirantes (GO), 1942 . Monumento às Bandeiras (SP), 1953 - Representações e práticas sociais . Novos usos e apropriações dos patrimônios . Reconstituir a biografia dos monumentos - Estudo comparativo - Se num primeiro momento os bandeirantes foram tratados como “nobres heróis desbravadores”, em que momento passaram a ser “destruidores de quilombos”, “assassinos de indígenas”, assumindo quase um papel de “anti- herói”?
  • 2. • Objetivos - Identificar e analisar a rede de agentes que mobiliza e interage com essas personagens ao longo dos anos de sua existência; - - Identificar as representações atribuídas aos monumentos e os grupos hegemônicos e contra hegemônicos que compartilham tais representações ao longo do tempo; - Observar como a estátua/escultura se insere no cenário urbano do centro goianiense e da capital paulista no que se refere a sua visibilidade, acessibilidade etc.;
  • 3. • Metodologia - 2 momentos da pesquisa: a) Fundação dos monumentos (1942 e 1953) b) Atualidade (anos 2000/2020) - Análise documental . Acervos locais e nacionais: fotografias, recortes de jornais, cartas, telegramas, charges, entre outros; - Observação
  • 4. • Resultados parciais - Mudanças nos papeis atribuídos aos monumentos e suas representações e usos no espaço público; - Transformações nos cenários urbanos que configuram o entorno da estátua/escultura; - Agentes e grupos semelhantes de intelectuais paulistas engajados na construção de ambos os monumentos; - Releituras do bandeirismo;
  • 5. • Base teórica - “a maior ou menor durabilidade e vigência do monumento como símbolo e testemunho de um tempo histórico dependerá de sua capacidade de reatualizar-se através das práticas dos agentes” (MARQUEZ e KRAUSE, 2014, p. 163, tradução nossa). - “produzido no interior de uma teia de práticas e discursos, o bandeirante não é uma categoria fixa, dada de antemão, mas algo que se transfigura” (WALDMAN, 2018, p. 33). - “O documento não é inócuo. É, antes de mais nada, o resultado de uma montagem consciente ou inconsciente, da história, da época, das sociedades que o produziram [...], [um] esforço para as sociedades históricas para impor ao futuro [...] determinada imagem de si próprias” (LEGOFF, 1992, p. 538). - Monumentos intencionais: “obras destinadas, pela vontade de seus criadores, a comemorar um momento preciso ou um evento complexo do passado” Riegl (2014, p. 52).