O documento discute cuidados de enfermagem para distúrbios respiratórios, incluindo infecções do trato respiratório superior como rinite, sinusite e faringite, e do trato respiratório inferior como bronquite, asma e pneumonia. Ele fornece detalhes sobre sinais e sintomas de vários distúrbios e orientações para cuidados de enfermagem.
3. SISTEMA RESPIRATÓRIO
Trato Respiratório
Superior
Constituído por nariz
externo, cavidade nasal,
faringe, laringe e parte
superior da traqueia.
Trato Respiratório Inferior
Constituído por parte
inferior da traqueia,
brônquios, bronquíolos,
alvéolos e pulmões.
4. DISTÚRBIOS DO TRATO RESPIRATÓRIO
SUPERIOR
RINITES: Infecções da cavidade nasal
SINUSITES: Infecções dos seios paranasais
FARINGITES: Infecções da faringe
TONSILITES: Infecções das tonsilas palatinas
ADENOIDITES: Infecções da adenoide
LARINGITES: Infecções da laringe
5. RINITE
Inflamação aguda e infecciosa das membranas mucosa da cavidade
nasal. Pode ser infecciosa ou alérgica.
Rinite viral (resfriado comum): causada por adenovírus, altamente
contagioso, é mais comum na infância.
Rinite alérgica: é causada por alérgenos presente no ar (pólen,
ácaro, pó, fumaça), mas também pode ser provocada por reações a
outros agentes ambientais (produtos químicos, cigarros, remédios).
7. Cuidados de enfermagem
Evitar ou reduzir exposição a alérgenos e irritantes tais como poeira,
mofo, gás, animais, odores, talcos, aerossol e fumaça de cigarro;
Usar lenços descartáveis;
Orientar autocuidado.
8. SINUSITE
Inflamação dos seios paranasais, resultante de uma infecção
respiratória alta não resolvida.
9. SINAIS E SINTOMAS
Pressão e dor sobre a área dos seios nasais;
Secreções nasais purulentas;
Tosse;
Rouquidão crônica;
Cefaleias crônicas;
Fadiga;
Obstrução nasal;
Diminuição no olfato e paladar;
Sensação de enchimento nos ouvidos.
10. Cuidados de enfermagem
Promover a drenagem sinusal pelo
aumento da umidade do ambiente
(inalar vapor).
Aumentar a ingestão hídrica.
Aplicar calor local (compressas de
água quente).
11. FARINGITE
Inflamação febril da garganta causada por vírus (70% dos casos).
Sinais e sintomas:
• Tonsilas e membranas faríngeas hiperemiadas;
• Linfonodos cervicais sensíveis e aumentados;
• Febre, mal estar, odinofagia, tosse, rouquidão e rinite;
• Regridem em 3-10 dias.
12. FARINGITE CRÔNICA
Comum em adultos que trabalham
ou vivem em ambientes
empoeirados, que utilizam a voz
excessivamente, que sofrem de tosse
crônica e habitualmente utilizam
álcool e tabaco.
13. Cuidados de enfermagem
Orientar repouso;
Aumentar ingesta hídrica;
Orientar higiene oral adequada para evitar infecções;
Evitar poluentes ambientais e ocupacionais;
Evitar álcool, tabaco, tabagismo passivo e exposição ao frio;
Evitar contatos no período febril;
Examinar a pele quanto a exantema, pois a faringite pode preceder
algumas doenças transmissíveis.
14. Amigdalite - tonsilite
Infecção das tonsilas, geralmente provocados por estreptococos do
grupo A.
Sinais e sintomas:
• Odinofagia;
• Febre;
• Rouquidão;
• Disfagia.
15. ADENOIDITE
Infecção da adenoides,
geralmente acompanhada de
tonsilites.
A infecção pode evoluir para:
• Otite média aguda.
• Ruptura espontânea do
tímpano, provocando
mastoidite aguda e num
processo crônico provocar
surdez permanente.
Sinais e sintomas:
• Respiração pela boca;
• Otalgia;
• Secreção auditiva;
• Resfriados frequentes;
• Bronquite;
• Respiração fétida;
• Comprometimento da voz;
• Respiração ruidosa;
• Obstrução nasal.
16. Cuidados de enfermagem (Tonsilite e Adenoidite)
Administrar anestésico tópico conforme
prescrição médica;
Realizar irrigações na garganta, uso
frequente de gargarejos, utilizando soluções
salinas a uma temperatura de 40,6 – 43,3ºC.
Orientar o paciente a gargarejar a cada 1 ou
2 horas ao longo de 24 a 36 horas.
17. LARINGITE
Inflamação da laringe.
Uso abusivo da voz ou por exposição à poeira, produtos químicos,
fumaça, ou como parte de uma infecção do trato respiratório
superior.
A causa é quase sempre viral.
O início da infecção pode estar associado com a exposição súbita às
alterações da temperatura, às deficiências dietéticas, à desnutrição e
a falta de imunidade.
Comum no inverno, facilmente transmitida.
Sinais e sintomas: Rouquidão ou afonia, e tosse intensa.
18. Cuidados de enfermagem
Orientar gargarejo com soluções salinas aquecidas;
Utilizar pastilhas;
Repousar a voz;
Manter o ambiente umidificado;
Hemoptise, respiração ruidosa, odinofagia que impede deglutição,
rouquidão persistente mesmo com repouso – informar ao médico.
19. DISTÚRBIOS DO TRATO
RESPIRATÓRIO INFERIOR
TRAQUEOBRONQUITE: Infecções da traqueia;
BRONQUITE: Inflamação dos brônquios;
ASMA: Inflamação dos bronquíolos;
ENFISEMA PULMONAR: Inflamação dos alvéolos;
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA: Infecção
crônica dos brônquios;
PNEUMONIA E TUBERCULOSE PULMONAR: Infecção nos
pulmões.
20. TRAQUEOBRONQUITE
Inflamação das membranas
mucosas da traqueia.
Geralmente é secundária a
uma infecção do trato
respiratório superior.
Sinais e sintomas:
• Dor esternalretroesternal;
• Febre, calafrios, sudorese noturna;
• Cefaleia e indisposição;
• Dispneia;
• Catarro purulento;
• Secreções com estrias de sangue
podem ser expectoradas como
resultado da irritação da mucosa das
vias aéreas.
21. BRONQUITE
Inflamação dos brônquios
causando estreitamento ou
obstrução das vias aéreas,
caracterizada por hipersecreção
de muco.
Sinais e sintomas:
• Tosse;
• Expectoração;
• Falta de ar;
• Sibilância;
• Cianose;
• Febre;
• Cansaço;
• Falta de apetite;
• Catarro mucóide.
22. ASMA
É o estreitamento dos bronquíolos que
dificulta a passagem de ar provocando
contrações e broncoespasmos.
Os bronquíolos inflamam, segregam
mais muco o que aumenta o problema
respiratório.
Fatores de risco: alergia, exposição
crônica a irritantes aéreos, esforço,
estresse e refluxo gastroesofágico.
Sinais e sintomas:
Tosse com ou sem muco;
Rigidez torácica;
Sibilos;
Dispneia;
Hipoxemia;
Cianose central;
Diaforese;
Taquicardia;
Eczema;
Exantema;
Edema temporário.
23. ENFISEMA PULMONAR
Distensão anormal dos espaços
aéreos distais, com destruição das
paredes alveolares, em geral
irreversível.
Fatores de risco: Tabagismo e
predisposição genética.
Sinais e sintomas:
• Aumento da dispneia ao esforço;
• Tórax barril;
• Anorexia;
• Febre;
• Aumento da tosse, do escarro
purulento, dos sibilos;
• Perda de peso;
• Fraqueza;
• Inatividade;
• Respiração com lábios semicerrados e
o uso de músculos acessórios.
24. DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA
CRÔNICA (DPOC)
Obstrução do fluxo de ar;
Pode incluir doenças que causam
obstrução: enfisema e bronquite
crônica;
A limitação do fluxo pode decorrer
da diminuição da retração elástica do
parênquima pulmonar, hipersecreção
de glândulas da mucosa e inflamação
das vias aéreas levando metaplasia e
estreitamento da mesma.
Sinais e sintomas:
Tosse com ou sem muco;
Fadiga;
Muitas infecções respiratórias;
Deficiência respiratória
(dispneia) que se agrava com
atividade leve;
Respiração ofegante.
25. PNEUMONIA
São infecções que se instalam
nos pulmões, podem acometer a região
dos alvéolos pulmonares onde
desembocam as ramificações terminais
dos brônquios e, às vezes, os interstícios
(espaço entre um alvéolo e outro).
Fatores de risco:
• Fumo: provoca reação inflamatória que
facilita a penetração de agentes
infecciosos;
• Álcool: interfere no sistema imunológico
e na capacidade de defesa do aparelho
respiratório;
• Ar-condicionado: deixa o ar muito seco,
facilitando a infecção por vírus e
bactérias;
• Gripes mal cuidadas;
• Mudanças bruscas de temperatura.
Sinais e sintomas:
• Febre alta;
• Tosse;
• Dor no tórax;
• Alterações da pressão arterial;
• Confusão mental;
• Mal-estar generalizado;
• Falta de ar;
• Secreção de muco purulento de cor
amarelada ou esverdeada;
• Toxemia (excesso de toxinas no sangue);
• Prostração.
26. TUBERCULOSE
A tuberculose, transmitida
pelo Mycobacterium tuberculosis, o
bacilo de Koch, é provavelmente a
doença infecto-contagiosa que mais
mortes ocasiona no Brasil. Estima-se,
ainda, que mais ou menos 30% da
população mundial estejam infectados,
embora nem todos venham a
desenvolver a doença.
Na verdade, as pessoas se comportam
como reservatórios do bacilo, ou seja,
convivem com ele porque não
conseguem eliminá-lo ou destruí-lo e,
uma vez reativado o foco, passarão a ser
infectantes.
Sinais e sintomas:
• Tosse por mais de duas semanas;
• Produção de catarro;
• Febre;
• Sudorese;
• Cansaço;
• Dor no peito;
• Falta de apetite;
• Emagrecimento;
• Escarro com sangue em casos mais
graves.
27. CUIDADOS DE ENFERMAGEM - Trato
respiratório Inferior
Encorajar e ajudar o paciente a parar de fumar, explicando os riscos do
tabagismo;
Monitorizar a gravidade dos sintomas, dos sons respiratórios, da oximetria
de pulso e dos sinais vitais;
Administrar broncodilatadores e corticosteroides se necessário;
Melhorar a permeabilidade das vias aéreas (fisioterapia torácica);
Aumentar a ingesta hídrica para fluidificar as secreções;
Estimular a respiração profunda e tosse (em casos de insuficiência
respiratória profunda durante procedimento de intubação);
Prevenir infecções broncopulmonares ( orientar quanto a imunização);
28. CUIDADOS DE ENFERMAGEM - Trato
respiratório Inferior
Promover repouso ( evitar esforço excessivo);
Monitorizar quanto as alterações cognitivas, aumento da dispneia,
taquicardia e taquipneia;
Monitorizar efeitos colaterais dos medicamentos;
Monitorar e orientar sobre a disseminação de infecção por TB;
Promover aderência ao regime terapêutico;
Promover o cuidado domiciliar e comunitário.
29. OUTRAS COMPLICAÇÕES
Atelectasia: fechamento ou colapso de parte ou todo o pulmão;
Bronquiectasia: dilatação crônica irreversível de brônquios e bronquíolos;
Embolia pulmonar: obstrução da artéria pulmonar por trombos ou êmbolos;
Derrame pleural: coleção de líquido no espaço pleural;
Edema pulmonar: acúmulo anormal de líquidos nos alvéolos;
Insuficiência respiratória aguda: sistema respiratório não consegue manter os
níveis de PaO2 e PaCO2 dentro da normalidade;
Hipertensão pulmonar: Pressão arterial nas artérias pulmonares ou na irrigação
vascular dos pulmões é muito alta.
Pneumotórax: rompimento da pleura com exposição de pressão atmosférica
positiva com entrada de ar levando ao colapso do pulmão ou de parte dele;
Neoplasia pulmonar.
30. CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Realizar mudança de decúbito frequente para melhorar a perfusão e
respiração;
Manter a cabeceira do leito elevada;
Promover hidratação adequada;
Aspirar secreções quando necessário;
Estimular a deambulação e exercícios;
Estimular o paciente a tossir e expectorar;
Estimular a realização de exercícios respiratórios e fisioterapia torácica;
Explicar todos os procedimentos ao paciente;
Monitorizar todos os sinais vitais do paciente.
31. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Médico Cirúrgica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
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câncer no Brasil/ Instituto Nacional do Câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2009.
ABBAS, A.K., et al. Imunologia Celular e Molecular. 9º edição. Rio de Janeiro: Editora
Guanabara Koogan Ltda, 2019.
BISPO, J.P.S., DJANILSON, B. COVID-19 as a syndemic: a theoretical model and foundations
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2021.
CARVALHO, A.D., et al. perfil epidemiológico dos casos e óbitos por síndrome respiratória
aguda grave confirmados para covid-19. Revista Baiana de Saúde Pública, Bahia, V. 45, n.1,
2021.
NEVES, R.S. Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE: guia para o cuidado
organizado. Quirinópolis, GO: Editora IGM, 2020.