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Aula de Embriologia e Reprodução Assistida - Sistema urogenital
1. Embriologicamente os sistemas urinário e reprodutor estão associados. Durante os
dobramentos do embrião - 4ª semana do desenvolvimento embrionário – o
mesoderma intermediário forma uma projeção – crista urogenital – uma de cada
lado da aorta dorsal.
A parte da crista urogenital que formará o sistema urinário é o cordão nefrogênico e a
parte da crista urogenital que formará o sistema reprodutor é a crista gonadal.
notocorda
Sistema Urogenital
aorta
Tubo neural
(Ducto de Wolff)
2. Sistema urinário
3 conjuntos de rins desenvolvem-se nos embriões humanos: pronefros, mesonefros e
metanefros.
Pronefros – Surgem no início da 4 ª semana, são constituídos por cordões celulares
na região cervical. Estes são rudimentares e logo degeneram. Os ductos pronéfricos
abrem-se na cloaca .
3. Mesonefros – surgem caudalmente aos pronefros ao final da 4ª semana e
funcionará até que os rins permanentes estejam desenvolvidos. São
constituídos por glomérulos e túbulos mesonéfricos. Os túbulos abrem-se
nos ductos mesonéfricos que por sua vez, abrem-se na cloaca.
Ao final do 1º trimestre o mesonefro degenera-se e seus túbulos
mesonéfricos irão originar os ductos eferentes dos testículos / ligamentos
do útero e os ductos mesonéfricos (ductos de Wolff) darão os túbulos do
epidídimo, ductos deferentes, ducto ejaculatório, vesícula seminal,
ureteres.
Cápsula
glomerular
Ducto de
Wolff
Túbulo
mesonéfrico
4.
5. Metanefros - são os primórdios dos rins permanentes. Surgem no início da 5ª semana e
seu funcionamento dá-se 4 semanas após (11ª semana). A urina é excretada na cavidade
amniótica, misturando-se com o líquido amniótico (nos estágios finais da gravidez, o feto
deglute mais de 400mL de líquido amniótico por dia. Os fluídos passam ao sangue fetal e os
produtos de excreção atravessam a membrana placentária e chegam a circulação materna).
Os rins permanentes desenvolvem-se de duas fontes: divertículo metanéfrico ou broto
uretérico (evaginação do ducto mesonéfrico, próximo a cloaca) e do blastema
metanefrogênico (massa celular metanéfrica).
O broto uretérico alonga-se e penetra no blastema, formando os cálices maiores e
menores. O blastema originará os nefros e o pedículo do broto uretérico originará o
ureter (masculina e feminina).
6. Formação da Bexiga – durante a 5ª semana a cloaca sofre uma
divisão, originando o seio urogenital ventralmente e o reto,
dorsalmente.
O seio urogenital formará a bexiga na porção vesical, a uretra na
porção pélvica e o primórdio do pênis ou do clitóris na porção fálica.
mesonefro
Feto de 12
semanas
7. Mudanças na posição dos rins
Os rins metanéfricos ficam próximos um do outro, na pelve. Com o
crescimento do abdome, os rins gradualmente se posicionam no
abdome (ascensão dos rins) e se afastam um do outro. Conforme os
rins ascendem à cavidade abdominal, eles giram medialmente quase
90 graus. Por volta da 9ª semana, os rins entram em contato com as
supra-renais.
Bexiga
6ª
semana 7ª
semana
9ª
semana
8.
9. Anomalias Congênitas dos Rins
Podem ser detectadas por ultra-sonografia
Agenesia Renal Unilateral
• 1- 1000 crianças recém-nascidas - ausência do broto uretérico
• Homens são os mais afetados e usualmente é o rim esquerdo que está ausente. Geralmente o outro rim sofre
hipertrofia compensatória. Deve-se suspeitar de agenesia unilateral em crianças com uma única artéria umbilical.
Agenesia Renal Bilateral
• Associada a pequena quantidade de líquido amniótico (normal : 37 semanas há 1litro de líquido amniótico) –
oligoidrâmnio – pouca ou nenhuma urina é excretada para o líquido amniótico
• 1- 3000 nascimentos – incompatível com a vida pós-natal
• Não há penetração do divertículo metanéfrico no blastema
12. Gônadas Indiferenciadas – o desenvolvimento das gônadas (indiferenciadas) inicia-se na 5ª semana
ao lado do mesonefro, em uma saliência denominada crista gonadal (porção da crista urogenital).
Formam-se os cordões sexuais. A gônada indiferenciada é constituída por um córtex e uma medula. Nos
embriões XX, o córtex se diferenciará no ovário e a medula regride. Nos embriões XY, o córtex regride
e a medula se diferencia em testículos.
Células germinativas migram da parede do saco vitelino em direção a crista gonadal e na 6ª semana,
incorporam-se aos cordões sexuais.
No embrião masculino, na 7ª semana inicia-se a produção do FDT, pelo gene SRY do braço curto do
cromossomo Y . Sob influência do FDT, os cordões sexuais diferenciam-se em túbulos seminíferos. Na
ausência do cromossomo Y, formará o ovário.
As células de Sertoli (7ª semana) sintetizam o fator antimulleriano (glicoproteína), que promoverá a
regressão dos ductos de Müller (paramesonéfricos).
As células de Leydig (8ª semana) por influência do HCG da placenta, sintetizam testosterona que induz a
diferenciação dos ductos de Wolff (mesonéfricos) em epidídimo, ducto deferente e vesícula seminal.
Na ausência de MIS, os ductos de Müller (paramesonéfrico) persistem e desenvolvem-se nas tubas
uterinas, útero e parte da vagina. Os ductos de Wollf regridem no feto feminino.