PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
Contextualização do episódio "Inês de Castro"
1. D. PeDro I e D. Inês De Castro
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Uma hIstórIa De amor no séCUlo XIV
2. IDentIfICação
D. PeDro
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D. Inês
Data de nascimento: 8 de Abril de1320 Data de nascimento: 1325
Local de nascimento: Coimbra Local de nascimento: Monforte – Lugo (Galiza)
Nome do pai: D. Afonso IV Nome do pai: Pedro Fernandes de Castro
Nome da mãe: D. Beatriz de Castela Nome da mãe: Aldonça Lourenço de Valadares
Data de falecimento: 18 de Janeiro de 1367 Data de falecimento: 7 de Janeiro de 1355
Local da morte: Lisboa Local da morte: Coimbra
3. ePIsóDIos marCantes na VIDa De D. Picture 11
PeDro e D. InêsCasamentos De
os De Castro
D. PeDro
O primeiro casamento data de 1328 com D. Branca de Castela, que viria a ser
anulado por causa da debilidade física e mental da noiva.
O segundo casamento realizou-se em 1336 com D. Constança Manuel, princesa
de Castela. Deste matrimónio resultaram três filhos: D. Luís, D. Maria e D.
Fernando. Este casamento ficou marcado pela relação adultera que D. Pedro
manteve com D. Inês, uma das aias de D. Constança. Porém, em 1345, 13 dias
depois do parto de D. Fernando, morre D. Constança Manuel.
O terceiro casamento terá sido com D. Inês de Castro, com quem D. Pedro
afirma ter casado em segredo, anunciando tal situação após a morte da referida
dama. Este facto baseia-se na palavra do rei uma vez que não existem registos de
tal união.
4. o amor De D. PeDro e D.
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Inês
Inês de Castro chegou a Portugal acompanhando o séquito de D. Constança
Manuel, sendo uma das suas aias. A sua beleza encantou D. Pedro e os dois
apaixonaram-se. Era uma relação adultera, pois D. Pedro estava casado com D.
Constança.
Este relacionamento com D. Inês não agradou a D. Afonso IV que, em 1344,
mandou exilar Inês no castelo de Albuquerque, na fronteira castelhana. No
entanto, a distância não teria apagado o amor entre Pedro e Inês que, segundo a
lenda, continuavam a corresponder-se com frequência. D. Constança convidou D.
Inês para madrinha do seu segundo filho com o objectivo de afastar o casal, mas
tal não sucedeu.
Quando D. Constança faleceu, D. Pedro mandou Inês regressar do exílio e os
dois foram viver juntos para sua casa, o que provocou grande escândalo na corte,
para enorme desgosto de El – Rei, seu pai. Começou então uma desavença entre o
Rei e o Infante.
Do relacionamento entre D. Pedro e D. Inês, nasceram quatro filhos: Afonso em
1346 (morreu pouco depois de nascer), João, em 1349; Dinis em 1354 e Beatriz em
1347.
5. motIVos qUe leVaram à
ConDenação Do
O relacionamento entre D. Pedro e D. Inês suscitou forte oposição por
relaCIonamento
motivos de ordem moral, religiosa e política:
Era uma relação adultera;
D. Inês e D. Pedro eram primos em segundo grau;
D. Inês era madrinha do segundo filho de D. Pedro com Constança;
Receio de que os filhos de D. Inês com D. Pedro viessem a ser considerados herdeiros e
afastassem D. Fernando do trono.
6. assassInato De
Inês De Castro
Instigado por D. Diogo Lopes Pacheco, Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves, D.
Afonso IV ordena a execução de D. Inês de Castro, aproveitando a ausência de D.
Pedro.
No dia 7 de Janeiro de 1355, em Coimbra, D. Inês é assassinada. Segundo a lenda,
as lágrimas derramadas, no rio Mondego, pela morte de Inês teriam criado a Fonte
dos Amores da Quinta das Lágrimas, e algumas algas avermelhadas, que ali
crescem, seriam o seu sangue.
A morte de Inês provocou a fúria em D. Pedro que se revoltou contra o pai.
Quando subiu ao trono, em 1357, anunciou o casamento com Inês, realizado em
segredo antes da sua morte, e a sua intenção de a ver lembrada como Rainha de
Portugal.
7. atItUDe De D. PeDro aPós a
Depois de ter sido coroado rei, De D. Inês dos assassinos de
morte D. Pedro capturou dois
Inês e mandou executá-los (Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves) com muita
brutalidade: a um foi arrancado o coração pelo peito e a outro pelas costas.
Diogo Lopes Pacheco conseguiu escapar para França e, posteriormente, seria
perdoado pelo Rei no leito da morte.
Segundo a lenda, D. Pedro teria feito
desenterrar a amada, coroando-a como
Rainha de Portugal e obrigou os nobres
a procederem à cerimónia do beija-mão
real ao cadáver, sob pena de morte.
Mandou construir dois túmulos no Mosteiro de Alcobaça, tendo transladado
para um deles o corpo de D. Inês. Juntar-se-ia a ela em 1367 e os restos de
ambos jazem juntos até hoje, para que, segundo a lenda, «possam olhar-se nos
olhos quando despertarem no dia do juízo final.»
Túmulo de D. Inês Túmulo de D. Pedro
8. reInaDo De D.
PeDro
D. Pedro reinou durante dez anos e foi extremamente popular, ao ponto de se
dizer que «taes dez annos nunca houve em Portugal como estes, que reinara El-
Rei Dom Pedro.»
D. Pedro ficou conhecido como O Justiceiro, O Cruel, O Cru ou O Vingativo.
Revelou-se um bom administrador, corajoso na defesa do país contra a
influência papal( foi ele que promulgou o famoso Beneplácito Régio, que
impedia a livre circulação de documentos eclesiásticos no país sem a sua
autorização expressa) e justo na defesa das camadas menos favorecidas da
população.
9. ÁrVore GenealóGICo De D. PeDro
D. Afonso IV D. Beatriz de Castela
D. CONSTANÇA D. PEDRO I D. INÊS DE CASTRO
D. MARIA D. LUÍS D. AFONSO D. D. DINIS D. BEATRIZ
JOÃO
D. LEONOR TELES D. FERNANDO I
Linha legítima
Linha ilegítima
D. BEATRIZ D. JOÃO I
DE CASTELA
10. Inês De Castro
Da triste, bela Inês, inda os clamores
Andas, Eco chorosa, repetindo;
Inda aos piedosos Céus andas pedindo
Justiça contra os ímpios matadores;
Ouvem-se inda na Fonte dos Amores
De quando em quando as náiades carpindo;
E o Mondego, no caso reflectindo,
Rompe irado a barreira, alaga as flores:
Inda altos hinos o universo entoa
A Pedro, que da morte formosura
Convosco, Amores, ao sepulcro voa:
Milagre da beleza e da ternura!
Abre, desce, olha, geme, abraça e c'roa
A malfadada Inês na sepultura.
Bocage