Seminário Bíblico Apocalipse
Capitulo 3 (Aula 07,08 e 09)
Domingo, 07/12/2014
Igreja Batista Central de Jacarepaguá
Pr. Julio Cesar
http://www.ibcjrj.com.br/
2. Ao anjo da igreja em Sardes escreva:
Estas são as palavras daquele que tem
os sete espíritos de Deus e as sete
estrelas. Conheço as suas obras; você
tem fama de estar vivo, mas está
morto. Esteja atento! Fortaleça o que
resta e que estava para morrer, pois
não achei suas obras perfeitas aos
olhos do meu Deus.
3. Lembre-se, portanto, do que você recebeu
e ouviu; obedeça e arrependa-se.
Mas se você não estiver atento, virei como
um ladrão e você não saberá a que hora
virei contra você. No entanto, você tem aí
em Sardes uns poucos que não
contaminaram as suas vestes. Eles
andarão comigo, vestidos de branco, pois
são dignos.
4. O vencedor será igualmente vestido de
branco. Jamais apagarei o seu nome
do livro da vida, mas o reconhecerei
diante do meu Pai e dos seus anjos.
Aquele que tem ouvidos ouça o que o
Espírito diz às igrejas.
Apocalipse 3:1-6
5. Sobre a cidade de Sardes é
preciso dizer que:
1.É uma das cidades mais antigas,
fundada por volta de 1200 a. C.
2. Desde seu início Sardes foi
uma fortaleza militar quase
intransponível.
6. 3. Sardes foi uma potencia militar que
raramente perdia uma batalha e, por
conta desse fato, Sardes era temida
por muitos.
4. Sardes alcançou grande riqueza por
conta do seu forte comércio.
7. 5. Sardes afirmava ter inventado o
processo para tingir lã e
desenvolveu por conta disso um
grande centro industrial.
6. Giges, um dos seus reis mais
famosos e importantes e que reinou
no sétimo século antes de Cristo era
conhecido como ‘Gugu’.
O rei ‘Gugu’.
9. A cidade conhecida como
intransponível, relaxou,
descansou, descuidou e permitiu
que uma brecha fosse criada em
sua fortaleza, permitindo assim
que no ano 546 a. C. – Ciro, rei da
Pérsia – invadisse a cidade
conquistando-a.
...
10. O que surpreendeu o mundo
grego, pois conquistar
Sardes era realizar o
impossível.
Ciro realizou o que ao olhos
humanos era impossível.
11. O tempo passou, na verdade,
332 anos mais tarde a história se
repetiu. Agora sobre a liderança de
Antíoco III – rei da Síria - ,
Sardes é invadida sendo vitimada
pela mesma estratégia usada
há 332 anos.
12. Uma cidade que não aprendeu
com sua história e com
seus próprios erros. E não somos,
por vezes, assim também?
Fato é que a partir de então e
também por conta de um
devastador terremoto,
13. Sardes perdeu sua importância
para e desde então passou a
viver da fama e das glórias do
passado.
E nós não somos por vezes
assim?
14. Neste contexto a igreja é implantada,
se estabelece e se desenvolve.
Para esta igreja e para muitas que
lamentavelmente são suas símiles ,
Jesus diz:
“Estas são as palavras daquele que
tem...”
Apocalipse 3:1a
15. Muito provavelmente essa igreja
estivesse impregnada pelo sentimento
dominante da cidade e que não
era outro se não:
Eu posso – eu faço – eu sou – eu tenho.
Jesus Cristo se apresenta e diz:
Eu sim posso – eu faço – eu sou –
eu tenho. Eu sou aquele que tem!
17. E não somente isso, mas era
igualmente incapaz de reconhecer
que essa realidade de poder
e de realização havia
ficado no passado.
18. Assim como Éfeso,
Sardes precisava entender quem é
o soberano sobre toda e qualquer
situação. Assim como Éfeso e
Sardes, também precisamos
entender definitivamente
Jesus Cristo – o que tem - é o
Soberano sobre toda e
qualquer situação.
19. Assim, o Soberano diz:
“...conheço as tuas obras; você
tem fama de estar vivo, mas está
morto”
Pergunto aos espertos
de plantão:
21. Esse é o único lugar nas sete
cartas em que a fórmula normal
para o que estavam fazendo
corretamente (“conheço as tuas
obras”) descreve, na realidade, sua
verdadeira deficiência. Portanto,
essa expressão tem um fundo de
ironia, já que pouca coisa boa pode
ser dita sobre a igreja.
22. Não encontramos, pois não há, uma
seção de ‘pontos fracos’ ou um ‘tenho
porém contra ti’; pois seu ‘ponto forte’ é,
na verdade, seu ‘ponto fraco’.
As tais obras conhecidas por Jesus são
correlacionadas com a fama, na verdade,
são as causas da fama de Sardes e, mais
uma vez, outra ironia. Afirmavam ter
vida, mas estavam mortos.
23. Para Osborne,
“ o passado de Sardes lhe deu
uma reputação diante das outras
igrejas de ser viva para Cristo, mas
suas obras presentes mostravam
um retrato bem diferente (assim
como a história de sua cidade).”
25. Em Sardes havia esse cemitério
onde eram enterrados os reis.
Gugu, muito provavelmente, foi
enterrado ali. O fato é que as
palavras de Cristo denunciam que a
igreja mais parecia um cemitério do
que uma igreja em si.
Pois sua igreja é um organismo vivo.
26. “Conheço as tuas obras”.
Há de se ressaltar que não se
detecta nas palavras de Cristo
uma condenação de sua parte
em relação as obras de Sardes
como um todo.
...
27. Se assim o fosse,
sua postura seria possivelmente outra,
talvez, quem sabe, envolta ou
movida por uma exortação ao total
abandono das obras praticadas.
Como foi com Pérgamo (Balaão e
Nicolaítas) e Tiatira (Jezabel),
quando Cristo os exortou a uma
mudança radical em suas posturas.
28. Em Sardes não.
Aqui Jesus aponta que as obras da
igreja eram
“Incompletas ou imperfeitas”
A NTLH diz o seguinte neste texto:
...
29. “acordem e fortaleçam aquilo que
ainda está vivo, antes que morra
completamente; pois sei que o
que vocês fizeram ainda não está
de acordo com o que
meu Deus exige”
30. Como se eles estivessem no
caminho certo, mas ainda faltava
uma longa viagem pela frente.
Sobre essa analogia, podemos
concluir que o erro de Sardes era
pensar que não faltava mais nada,
o caminho já tinha sido percorrido.
Estamos vivos, diziam.
31. “Conheço as tuas obras”,
diante dessa linha interpretativa,
obras originalmente dignas e
possivelmente as mesmas citadas
em 2.19
(amor – fé – serviço –
perseverança – e sem dúvidas
outras igualmente dignas).
...
32. Mas para Deus, o Juiz,
tais obras são imperfeitas ou
incompletas. Termos que no grego
denunciam uma falta tanto
quantitativa como qualitativa,
Ou seja,
Realizações
insuficientes e mal feitas.
33. Como se não bastasse,
ao dizer que as obras de Sardes
eram feitas ‘diante do meu Deus’ –
entende-se: as nossas obras também
– tais obras devem satisfazer os
padrões de Deus, essa é a ideia do
texto e isso era o que não acontecia.
Mas...
34. Quanto as suas obras diante
desse crivo divino?
Coloquemo-nos no lugar de
Sardes e ouçamos essa expressão
como se dirigida a nós mesmos,
afinal de contas ela nos alcançou.
“Conheço as tuas obras”
35. Seriam elas, pela balança
divina, interpretadas como:
insuficientes ou mal feitas.
36. Essa insuficiência traz no próprio
termo a obvialidade de sua
interpretação.
Sua cura pode ser encontrada numa
entrega quantitativa maior e somente
Deus pode dizer seu limite.
O que não significa que não seja um
desafio sobretudo para aqueles que
acreditam que já fazem demais.
37. Agora, essa ‘imperfeição’
ou essa falta ‘qualitativa’
esse ‘mal feito’ em relação as obras,
se estabelece em várias etapas.
A começar de sua origem, pois se o
motivo for mau, tudo, por mais belo
e sedutor que seja, jamais satisfará
os padrões de Deus.
38. Quando digo tudo, é tudo!
A começar pela cordialidade
com que se recebe uma nova
pessoa por exemplo.
...
39. Ou quem sabe pela virada que se faz
na bateria; ou o solo da guitarra;
ou o harmônico na voz; quiçá as
palavras incomuns enxertadas em
cada sermão; ou um abraço cheio de
terceiras intenções;
ou uma oferta entregue
sob holofotes; etc.
40. Vejam, os irmãos, que tenho
falado de coisas dignas e que são
esperadas de cada um de nós
como filhos de Deus. Falo de:
Cordialidade – excelência no culto
– cultura – afeto – fidelidade –
cumplicidade – etc.
41. No entanto o texto nos convida
a uma reflexão:
Qual a constância e qual a qualidade
que as ofertamos?
Nossas realizações passariam pelos
padrões de Deus?
42. Ter as respostas corretas para
essas perguntas é um fator
determinante para o tipo Igreja
que queremos ser!
Pois, como podemos ver, esse é
um tema recorrente nas escrituras.
Ouçamos:
43. “Ele se entregou por nós a fim de nos
remir de toda a maldade e purificar para si
mesmo um povo particularmente seu,
dedicado à prática de boas obras.”
Tito 2:14
“Quanto aos nossos, que aprendam a
dedicar-se à prática de boas obras, a fim
de que supram as necessidades diárias e
não sejam improdutivos.”
Tito 3:14
44. “Fiel é esta palavra, e quero que você
afirme categoricamente essas coisas, para
que os que creem em Deus se empenhem
na prática de boas obras. Tais coisas são
excelentes e úteis aos homens”.
Tito 3:8
“Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam
ricos em boas obras, generosos e prontos
para repartir.”
1 Timóteo 6:18
45. “Eles afirmam que conhecem a Deus,
mas por seus atos o negam;
são detestáveis, desobedientes e
desqualificados para qualquer boa obra.”
Tito 1:16
Quem somos?
Como estão nossas realizações?
47. Assim, diante desta realidade
preocupante aos olhos de Deus,
sua revelação à igreja de Sardes
prossegue com 05 imperativos
que são estabelecidos como
solução e que têm
muito a nos ensinar.
50. Ou
Não caiam nos mesmos
erros da cidade.
Ou
Aprendam, de uma vez por todas,
com os erros do passado
para não cometê-los mais.
51. A igreja de Sardes é repreendida pela
mesma falta de vigilância. O que não é
novidade nos escritos sagrados. Como,
por exemplo, encontramos nas palavras
de Cristo:
“Eu vos envio como ovelhas no meio de
lobos. Sede, pois, prudentes como as
serpentes, mas simples como as pombas.”
Mateus 10:16
...
52. “Vigiai e orai para que não
entreis em tentação.
O espírito está pronto,
mas a carne é fraca.”
Mateus 26:41
53. Ainda sim,
há uma segunda possibilidade para
expressão muito interessante e mais
ativa que a primeira.
Para alguns pesquisadores a
interpretação mais adequada deste
termo é:
“MOSTRA-TE ALERTA”
54. Em outras palavras,
os cristãos de Sardes deveriam
mudar seus caminhos e suas
escolhas e assim ‘provarem’
testemunhalmente que estavam, ao
contrário da cidade, vigilantes.
Mais do que um ser internizado.
55. Nutzel, vai um pouco mais além
e diz que este termo tem uma
conotação escatológica e descreve a
prontidão e vigilância necessárias para
o retorno de Jesus Cristo, alertando
para o perigo que há num possível
relaxamento do nosso compromisso
com Deus
enquanto na caminhada.
58. 3:1 Nos revela que a igreja como
um ‘todo’ estava morta, mas agora
sabemos que ainda restavam
alguns sobreviventes.
O termo, no grego, inclui tanto
pessoas quanto suas
características espirituais,
ambos careciam
de fortalecimento.
59. A ideia é que a fraqueza espiritual da
igreja era a responsável por sua
decadência e morte. Essa realidade
demandava urgência, era preciso que
algo fosse feito com o fim de que Sardes
fosse ‘colocada de pé’ ou ‘escorada’,
essa é uma das
possibilidades no grego e que também
encontra paralelo em
outros textos bíblicos...
60. “...fortalecendo os discípulos e
encorajando-os a permanecer
na fé, dizendo:
‘É necessário que passemos por
muitas tribulações para entrarmos
no Reino de Deus’".
Atos 14:22
61. “...E, assim, enviamos Timóteo,
nosso irmão e cooperador de Deus
no evangelho de Cristo,
para fortalecê-los e
dar-lhes ânimo na fé,”
1 Tessalonicenses 3:2
62. “O Deus de toda a graça, que os
chamou para a sua glória eterna em
Cristo Jesus, depois de terem sofrido
durante pouco de tempo, os
restaurará, os confirmará, lhes dará
forças e os porá sobre firmes
alicerces”
1 Pedro 5:10
63. Como não nos lembrar das
palavras do profeta Isaías?
“Um ao outro ajudou,
e ao seu irmão disse:
Esforça-te”
Isaías 41:6
64. A parte remanescente de
Sardes caminhava a passos
largos para morte.
Restava muito pouco tempo,
assim, a mensagem
comunicada era:
Ajam rapidamente enquanto
ainda há tempo!
65. Agora, vale lembrar, que este
princípio se aplica na vida como
um todo. Por exemplo:
Vida matrimonial.
Quantos são os cônjuges que,
ignorando os sinais de alerta,
deixam para agir quando já não há
mais vida no casamento?
66. Quantos são os pais que deixam para
tomar uma atitude quando já perderam
seus filhos?
Quantos são os profissionais que
reconhecem a necessidade de uma
atualização ou especialização
profissional somente após assinarem a
carta de demissão?
71. O imperativo ‘lembra-te’ requer
uma recordação contínua aliada à
prática das verdades passadas nas
quais foram aprendidas quando
‘receberam’ e ‘ouviram’; o que remete
aos ensinos apostólicos, aos ensinos da
igreja e às tradições. Mas não somente
isso, o ‘ouvir’ implica em crer e agir
conforme o ensinado.
72. Simultaneamente ao ‘lembrar’
está o ‘obedecer’ ou ‘guardar’,
(0 4º imperativo) indicando que a
vigilância espiritual é vista em
uma vida perseverante àquilo que
desde os rudimentos da fé
tem-nos sido ensinado.
73. Por fim, a ordem dada
à igreja de Sardes e a nós mesmos
que justifica todas as outras.
5º imperativo:
Arrepende-te!
74. Somente assim Sardes mudaria
sua espiral de descendente
para ascendente,
pois o arrependimento denuncia
mudança (s) e concerto
com Deus.
E mais...
75. O chamado urgente ao arrependimento
está associado à probabilidade de fim
iminente.
Na carta encontramos uma ordem
para um concerto imediato com Deus
e, num primeiro momento, Jesus diz
que esse concerto deveria ser feito
através da vigilância; do
fortalecimento; das lembranças;
da obediência;
do arrependimento.
76. A partir de então Ele diz o porquê.
E o ‘porquê’ não é outro se não a real
probabilidade de um juízo
próximo e eminente!
“Se não vigiares, virei a ti como um ladrão,
e não saberás a que horas te
surpreenderei.”
Apocalipse 3:3
OU
77. “Mas se você não estiver atento,
virei como um ladrão e você não saberá
a que hora virei contra você.”
O pano de fundo é: se vocês deixarem
de ser vigilantes, o mesmo destino que
sobreveio à cidade de Sardes nos
ataques de Ciro e Antíoco III também
sobrevirá a Igreja: um ladrão virá e a
destruirá.
78. Em contrapartida,
retomando Sardes o estado de
vigilância permanente impedirá a
vinda do ladrão.
Significa dizer que este não é um
texto escatológico ou que diz
respeito diretamente ao juízo final.
79. Ele é sim uma advertência quanto à
vida que temos levado como igreja e
indivíduos que neste mundo deve se
mostrar digno (a) da salvação que
recebeu, pois do contrário Jesus Cristo
virá, no presente, em juízo caso não
haja arrependimento. Afinal de contas,
com Deus não se brinca, pois Ele não
se deixa escarnecer.
80. Assim, podemos entender que Cristo
vem como um ‘ladrão’ sobre a vida de
muitos ‘crentes’ e de muitas ‘igrejas’ no
juízo presente, que é um arauto ou
proclamador do juízo final. Não é o
juízo final em si, pois o tal independerá
de minhas escolhas ou do meu estado.
Ele virá!
81. Ele virá e quando a advertência diz:
‘não sabeis a hora’;
revela que seu juízo será repentino
e inesperado. Por isso a exortação
ao estado permanente de prontidão
o que só é possível através do
retorno à vigilância espiritual.
82. Para os que conseguirem ou para
os que não contaminaram suas
vestes, recompensas:
1ª será vestido.
Essa primeira recompensa torna
mais enfático e glorioso o futuro
‘andarão’ do versículo anterior...
84. Segunda recompensa:
como perdoados e guardados em
perfeita segurança, a garantia com
respeito ao seu nome é: seu nome
não será riscado do livro da vida
(tema que será revisitado numa
ocasião própria e exclusiva).
85. Finalmente aos fiéis é dito:
reconhecerei seu nome diante de
meu Pai e diante dos anjos. Essa é
uma alusão direta as palavras de
Jesus quando disse:
“Portanto, todo aquele que me
confessar diante dos homens, eu
também o confessarei diante de meu
Pai que está no céu.”
86. Sabemos que, biblicamente,
o nome diz respeito ao sujeito
como um todo. Reconhecer o nome
é reconhecer o indivíduo e é isso
que Jesus fará com os que
permanecerem fiéis, eles serão
reconhecidos pelo justo juiz.
87. Por fim,
uma vez mais a mensagem
para dar ouvidos à mensagem do
Espírito Santo conclui a carta.
Quem quiser tais recompensas deve
ouvir e obedecer os ensinamentos
nela descritos.
Estamos dispostos a tal desafio?
90. 7 E ao anjo da igreja que está em Filadélfia
escreve: Isto diz o que é Santo, o que é
verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que
abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém
abre: 8 Conheço as tuas obras; eis que
diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém
a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a
minha palavra, e não negaste o meu nome. 9
Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás,
aos que se dizem judeus, e não são, mas
mentem: eis que eu farei que venham, e
adorem prostrados a teus pés, e saibam
que eu te amo.
91. 10 Como guardaste a palavra da minha
paciência, também eu te guardarei da hora da
tentação que há de vir sobre todo o mundo, para
tentar os que habitam na terra. 11 Eis que venho
sem demora; guarda o que tens, para que
ninguém tome a tua coroa. 12 A quem vencer,
eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele
nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do
meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a
nova Jerusalém, que desce do céu, do meu
Deus, e também o meu novo nome.13 Quem
tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
92. A quem diz:
E ao anjo da igreja que está em
Filadélfia escreve: Isto diz o que é
Santo, o que é verdadeiro, o que
tem a chave de Davi; o que abre,
e ninguém fecha; e fecha, e
ninguém abre:
93. Sobre Filadélfia, é importante que se
diga que ela era a mais nova de todas as
cidades, fundada cerca de 150 A.C. pelo
Rei de Pérgamo Átalo Filadelfo, assim
conhecido por causa de seu amor e
lealdade à seu irmão mais velho. Átalo
deu seu nome à cidade que ficou
conhecida como a cidade do
“Amor fraterno”.
94. Sobre Filadélfia repousava uma
responsabilidade. Por ser rota
comercial e militar, seus
governantes buscavam fazer de
Filadélfia uma cidade missionária
fazendo com que fosse instrumento
de conversão de cidades vizinhas ao
estilo de vida greco-romano
tornando-as
95. Ainda sim, algo que se identifica
diretamente com o texto e que veremos
um pouco mais à frente, está o fato da
cidade enfrentar muitos problemas por
conta de sua localização geográfica, pois
situava-se numa região de constantes
terremotos. Seus muros, por exemplo,
estavam constantemente rachados.
96. O que levou grande parte da população
a viver fora da cidade, assim, iam à
Filadélfia apenas para trabalhar e
retornavam para suas casas. A referencia
de Cristo ao ‘nome’ e ao ‘novo nome’ é
de muita relevância para os habitantes
desta cidade que teve seu nome
trocado por duas vezes.
De Filadélfia para Neocesareia.
De Neocesareia para Flávia.
97. Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave
de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém
abre. (v. 7b)
3.1. Jesus é Aquele que é santo.
Ele o único ser moral perfeito. Seu caráter não tem mácula ou
falha. Seu convite é que sejamos perfeito como Ele é perfeito.
[Como já disse aqui em relação à santificação,] nossa
perfeição consiste em buscar a perfeição.
Jesus é Aquele que é verdadeiro
Ele é aquele que é e por Quem todas as coisas existem. Ele é
o único que realmente é o que diz ser. Não podemos ser a
verdade absoluta, mas podemos buscá-la. Devemos buscá-la.
Devemos perseguir o alvo de ser aquilo que nós somos, pelo
menos aquilo que nós achamos que nós somos, porque não
nos conhecemos de modo absoluto.
98. Quem diz:
Isto diz o que é Santo, o que é verdadeiro, o
que tem a chave de Davi; o que abre, e
ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre.
Jesus é Aquele que é Santo.
Ele o único ser moral perfeito. Seu caráter
não tem mácula ou falha. Seu convite é que
sejamos perfeito como Ele é perfeito e nossa
perfeição consiste em buscar a perfeição.
99. Jesus é Aquele que é verdadeiro
Ele é aquele que é e por Quem todas as
coisas existem. Ele é o único que
realmente é o que diz ser.
Não podemos ser a verdade absoluta,
mas podemos buscá-la.
Devemos buscá-la.
100. Não sei se perceberam, mas Filadélfia e
Esmirna são as únicas igrejas que não
recebem repreensão, e é interessante que
ambas estavam sobre pressão e forte ameaça
de uma presença judaica poderosa. Portanto
os nomes de Cristo escolhidos aqui refletem
tal situação e reasseguram, aos cristãos
ameaçados de Filadélfia, que o Messias está,
de fato, do lado deles, não do lado da
‘sinagoga de satanás’.
101. A expressão "chave de Davi" vem de uma
experiência antiga. O rei Ezequias tinha
um administrador de seu palácio, de nome
Sebna, que foi substituído por Eliaquim.
Quando recebeu a função, dele disse
Deus: "Porei a chave da casa de Davi sobre
o seu ombro; ele abrirá, e ninguém fechará;
fechará, e ninguém abrirá. (Is 22.22)
102. No contexto de Apocalipse, a expressão
significa que Jesus Cristo tem autoridade
sobre todas as coisas. O Mal não tem
autoridade sobre nós, a menos que a
aceitemos. Jesus tem uma autoridade
cósmica sobre nós, pois, no final dos
tempos, todos nos dobraremos diante dEle.
Mais que isto, Ele pode ter uma autoridade
individual sobre nós, desde que a
aceitemos.
103. O que certamente é uma das coisas
mais inteligentes a ser feita, até
porque, essa mesma analogia
apresenta Jesus como Messias
Davídico, que controla a entrada no
reino de Deus, a Nova Jerusalém.
...
104. Era muito comum também que os
judeus fechassem as portas das
sinagogas para os cristãos e o que
muito provavelmente acontecera
em Filadélfia. Assim, Jesus se
apresenta como aquele que tem as
chaves, o que abre e ninguém
fecha; fecha e ninguém abre.
105. No contexto de Isaías, a chave
representava acesso ao rei e ao
palácio. No contexto apocalíptico, a
chave representa acesso a Deus e à
Cidade Eterna. Somente Jesus pode
abrir e fechar os portões dos céus
(Não é Pedro). Sua promessa é que
estes portões estarão abertos para os
Fiéis de Filadélfia, de todos os tempos
e lugares.
106. O que diz:
8 Conheço as tuas obras; eis que
diante de ti pus uma porta aberta, e
ninguém a pode fechar; tendo pouca
força, guardaste a minha palavra, e
não negaste o meu nome.
9 Eis que eu farei aos da sinagoga
de Satanás, aos que se dizem
judeus, e não são, mas mentem:...
107. eis que eu farei que venham, e
adorem prostrados a teus pés, e
saibam que eu te amo.
10 Como guardaste a palavra da
minha paciência, também eu te
guardarei da hora da tentação que
há de vir sobre todo o mundo, para
tentar os que habitam na terra.
108. “Conheço as tuas obras”
Cristo, mais uma vez, destaca o que
eles estão fazendo de correto. Assim
com o em Esmirna, só há aprovação.
E, para os fiéis, uma porta aberta está
posta. Esta ‘porta’, refere-se à entrada
no Reino de Deus que não se
conquista pela força humana e nem
pelo poder humano.
109. Jesus sabe que a igreja em Filadélfia era
"fraca". É provável que a própria igreja se
reconhecia fraca, tendo, portanto, uma visão
correta acerca de si mesma.
Sua fraqueza, no entanto, não era a fraqueza
da derrota, antes, era a convicção de que as
oportunidades (porta aberta – fidelidade –
santidade) eram mais do que ela podia
atender, mas ela não deixava nenhuma
oportunidade sem resposta.
110. Para Israel Belo, A percepção da
fraqueza é a verdadeira força.
Quando invertemos impiamente esta
lógica, a nossa força se torna a nossa
fraqueza. Por isto, Jesus disse àquela
igreja: "Coloquei diante de você uma
porta aberta que ninguém pode fechar
porque você reconhece que é fraca e se
firma do poder do meu nome".
111. Então Cristo segue sua carta com
uma série de garantias de que eles
estarão seguram e serão vindicados
ou defendidos ou reclamados.
Eis que eu farei aos da sinagoga de
Satanás, aos que se dizem judeus,
e não são, mas mentem:...
112. eis que eu farei que venham, e
adorem prostrados a teus pés, e
saibam que eu te amo.
A ideia é de submissão. Àqueles que
hoje te oprimem, reconhecerão sua
autoridade e estarão submissos a
ela. Deus não está indiferente com
as injustiças sofridas pelos seus
filhos, sobretudo quando estas se
dão por causa de Jesus Cristo.
113. E o que determinará esse fim é a
fidelidade. Filadélfia tinhas pouca
força e isso, com certeza aplicava-se
dentro da perspectiva humana (talvez
uma igreja pequena e pouco
influente)- uma igreja que, muito
provavelmente, era não só perseguida
como também desprezada...
114. Mas eram fiéis e esse é o critério
para bênção e honra divinas. Ao
contrário da maioria de Sardes,
Filadélfia se recusou a negar o nome
de Cristo. E, diga-se de passagem,
essa não negação do nome de Cristo
está intimamente ligada à sua
proclamação. É algo ativo
e não passivo!
115. A igreja que sabe que tem diante de si
uma porta aberta, mas igualmente
sabe que essa porta não é somente
dela e para ela. Pois é consciente de
sua missão e crê que sobre si
cumpriu-se Isaías 22.22. Diz-nos o
texto:
E porei a chave da casa de Davi
sobre o seu ombro, e abrirá, e
ninguém fechará; e fechará, e
ninguém abrirá.
116. Olhem, sabemos que Cristo tem o
poder para ‘abrir’ e ‘fechar’ e, agora ele
‘concede’ essa autoridade aos crentes
fiéis de Filadélfia, de todos os tempos
e lugares, como fez em Mateus e João.
Ouçamos o texto:
117. Mateus 16: 18 Pois também eu te
digo que tu és Pedro, e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão
contra ela; 19 E eu te darei as
chaves do reino dos céus; e tudo o
que ligares na terra será ligado nos
céus, e tudo o que desligares na terra
será desligado nos céus...
118. Mateus 18: 15 Ora, se teu irmão
pecar contra ti, vai, e repreende-o
entre ti e ele só; se te ouvir,
ganhaste a teu irmão; 16 Mas, se
não te ouvir, leva ainda contigo
um ou dois, para que pela boca
de duas ou três testemunhas toda
a palavra seja confirmada.
119. 17 E, se não as escutar, dize-o à
igreja; e, se também não escutar a
igreja, considera-o como um gentio e
publicano.18 Em verdade vos digo
que tudo o que ligardes na terra
será ligado no céu, e tudo o que
desligardes na terra será
desligado no céu.
120. João 20:23 Àqueles a quem
perdoardes os pecados lhes são
perdoados; e àqueles a quem os
retiverdes lhes são retidos.
(as ‘chaves do reino = Autoridade
para ligar e desligar)
É para temer e tremer diante de uma
constatação desta!
121. Filadélfia era uma Igreja de visão.
Essa é a visão. Uma igreja que entra
pelas portas abertas por Jesus, indo ao
encontro dos sem-Deus, sabendo que
aqueles que ligar/desligar na terra serão
ligados/desligados nos céus, conforme a
autoridade que lhe foi dada por Jesus
Uma igreja de visão assume a
responsabilidade que lhe pertence.
122. "E tudo isto provém de Deus,
que nos reconciliou consigo
mesmo por Jesus Cristo, e nos
deu o ministério da
reconciliação;"
(II Coríntios 5:18)
123. “...e todos saberão que eu te amo.”
A hoje tão cara expressão "eu te amo"
(na versão da IBB) aparece quatro
vezes na Bíblia. Uma é aqui. A primeira
está em Juízes (16.15), na boca da
Dalila cobrando amor de Sansão. A
segunda é uma declaração do salmista
a Deus (Sl 18.1). A terceira e esta são
declarações divinas de amor ao ser
humano. Em Isaías (43.1-4), Deus diz:
124. Mas agora, assim diz o Senhor que te
criou, o Jacó, e que te formou, o Israel:
Não temas, porque eu te remi; chamei-
te pelo teu nome, tu és meu. Quando
passares pelas águas, eu serei contigo;
quando pelos rios, eles não te
submergirão; quando passares pelo
fogo, não te queimarás, nem a chama
arderá em ti...
125. Porque eu sou o Senhor teu
Deus, o Santo de Israel, o teu
Salvador. (...) Visto que foste
precioso aos meus olhos, e és
digno de honra e eu te amo,
portanto darei homens por ti, e
povos pela tua vida.
126. E porque somos amados, somos
guardados.
E porque somos amados, somos
encorajados à perseverança.
E porque somos amados, Deus
nos fará vencedores.
127. E ao que vencer: Recompensas.
Assim como acontece com
Esmirna, as igrejas que
parecem mais fracas têm as
maiores recompensas.
128. Farei de vocês coluna
no templo de Deus!
A idéia é de firmeza e estabilidade
para um contexto de insegurança e
medo por conta dos terremotos.
Jesus promete que na Cidade de
Deus estarão seguros e que jamais
serão desalojados.
129. A segunda promessa é
o novo “nome”.
Atentem que se trata de
um nome triplo:
O NOME DO MEU DEUS
Ter tal nome significa pertencer a ele,
ter a sua essência e ser seu filho!
130. O NOME DA CIDADE
DO MEU DEUS
Numa cidade instável que havia
mudado de nome por duas vezes em
homenagem ao seu imperador, ter o
nome de uma cidade eterna e,
portanto, uma cidadania eterna
foi certamente encorajador
para aqueles cristãos.
131. O último nome:
“o meu novo nome”.
Esse nome é tão novo que até hoje
ninguém sabe, no entanto o mais
maravilho não é saber qual o nome ou o
sentido do ‘novo nome’ e sim, sabermos
o fato de que compartilharemos desse
novo nome. O novo nome de Cristo será
também nosso, ou melhor, de quem
permanecer fiel!
134. E ao anjo da igreja de Laodicéia
escreve: Isto diz o Amém, a
testemunha fiel e verdadeira, o
princípio da criação de Deus:
Conheço as tuas obras, que nem és
frio nem quente; quem dera foras frio
ou quente! Assim, porque és morno,
e não és frio nem quente, vomitar-te-
ei da minha boca.
135. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido,
e de nada tenho falta; e não sabes que és
um desgraçado, e miserável, e pobre, e
cego, e nu;
Aconselho-te que de mim compres ouro
provado no fogo, para que te enriqueças; e
roupas brancas, para que te vistas, e não
apareça a vergonha da tua nudez; e que
unjas os teus olhos com colírio, para que
vejas.
136. Eu repreendo e castigo a todos quantos
amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis
que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a
minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua
casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao
que vencer lhe concederei que se assente
comigo no meu trono; assim como eu venci,
e me assentei com meu Pai no seu trono.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito
diz às igrejas.
137. A carta direcionada à igreja de
Laodicéia é, sem dúvida, a mais dura
de todas já escritas. Jesus Cristo,
mais uma vez não mede palavras a
fim de que sua Verdade seja
compreendida definitivamente. Mas
algo é digno de nota já na introdução
desta aula.
138. Qual terá sido a causa de tanta
indignação por parte de Cristo, já
que ele mesmo não menciona
nenhum pecado específico,
nenhuma heresia, nenhuma
Jezabel, nenhum falso mestre,
em sua carta?
139. Percebam que Ele usa uma figura de
linguagem, ao chamar sua igreja de
‘morna’. Obviamente se trata de uma
analogia com algo que era comum a todos
os que receberam esta carta. Mas que
aplicação Jesus Cristo estaria fazendo ao
afirmar tal coisa, o que ele gostaria que a
igreja de Laodicéia entendesse ao chamá-
la de ‘morna’? Isso tem a ver com que?
140. Vamos aprender que isso tem
a ver com a própria cidade e
sua história...
141. Laodicéia: foi fundada em 250 a. C. pelo
rei Antíoco da Síria. Foi uma das cidades
mais ricas do mundo. Além de ser uma
importante rota comercial, nela existiam
além do teatro e um moderno ginásio,
bancos, fábricas têxtil, escola de medicina
onde se fabricavam colírios e remédios
para o ouvido; esses medicamentos eram
exportados para várias partes do mundo...
142. Era uma cidade completa, humanamente
falando perfeita, a cidade dos sonhos.
William Hendriksen diz que Laodicéia era
o lar dos milionários. Mas apesar de tudo
isso, apesar de todo o seu recurso
financeiro que era enorme; para se ter
uma ideia parte da cidade foi destruída
por um terremoto em
61 d.C...
143. ...e a cidade foi reconstruída
rapidamente sem que fosse
necessária ajuda do império
romano, mesmo que eles
tivessem o direito a tal ajuda.
Não precisamos, foi a sua
argumentação...
144. Enfim, apesar de toda estrutura
invejável, Laodicéia tinha seu
calcanhar de Aquiles. A cidade tinha
dificuldades quanto ao
abastecimento de água. Ela
dependia de outras cidades, e como
isso se dava?
145. Colossos
era uma cidade vizinha e nesta
cidade havia fontes de
águas frias...
Hierápolis
era uma outra cidade vizinha e ali
havia fontes de águas quentes...
146. O que a turma fez...Construiu um
aqueduto para que a cidade
pudesse ser abastecida com as
águas das cidades vizinhas.
E aí eu pergunto: em que
condição esta água chegava à
cidade de Laodicéia?
148. Sabe o que é mais interessante
disso tudo? É que tanto as
águas de Colossos como as
águas de Hierápolis eram
terapêuticas, mas quando
chegavam à Laodicéia perdiam
suas propriedades, eram tidas
como águas intragáveis.
149. Quando Jesus chama a igreja de
morna ele não só está se
referindo à sua temperatura,
como também se refere à sua
propriedade. Ou seja, a igreja
perdeu suas características
originais no decurso de sua vida.
Laodicéia havia se perdido!
150. Cristo olha para igreja e dá o seguinte
diagnóstico:
a.vocês perderam seu vigor (16.17)
b. vocês perderam seus valores (17.18)
c. Vocês perderam sua visão (18b)
d. Vocês perderam as vestimentas (17)
Por quê?
151. Porque, antes de tudo isso,
Laodicéia havia perdido o vigor
ou fervor espiritual na igreja.
(15).
152. Ser morno é viver sem propósito, sem um
alvo. Viver assim é como fazer uma viagem
sem saber o destino. Quem não tem propósito
não tem entusiasmo. O morno jamais vence,
mas também jamais perde. Nunca será um
vencedor e nunca será um perdedor, porque
jamais lutará por algo. O morno é satisfeito
com a vida que leva, é indiferente com as
coisas que acontecem ao seu redor e
claudicante, inseguro, ou seja, escravo de uma
vida de conveniência.
153. Tanto Deus quanto o encardido são
capazes de, como um termômetro,
identificar a temperatura espiritual da
igreja e de cada crente. Você pode
perceber que o encardido não se
sentia incomodado com a igreja de
Laodicéia. Prova disso é que ele não
se deu o trabalho de mandar nem
uma seta.
154. Não tinha heresia, não tinha
imoralidade, não tinham nicolaítas.
Sabe por quê? Porque não
precisava, pois a igreja estava se
enrolando em suas próprias pernas.
Pois nela não havia fervor espiritual.
Era uma igreja apática e indiferente.
Uma igreja que não luta.
155. Jesus também denunciou que um crente
morno é pior do que um incrédulo frio.
Para Fritz Rienecker o contraste aqui é
entre as águas quentes medicinais de
Hierápolis e as águas frias e puras de
Colossos. Dessa forma, a igreja em
Laodicéia não estava oferecendo nem
refrigério para o cansaço espiritual nem
cura para o doente espiritual.
156. Era totalmente ineficaz e assim,
desagradável ao Senhor. Para Arthur
Blomfield é mais honroso ser um ateu
declarado do que ser um membro incrédulo
de uma igreja evangélica. A indiferença
espiritual é pior do que a frieza... Aqui
repousa uma enfermidade que fere muitos
cristãos de nosso tempo, onde a Trindade,
a igreja, já não tem ou nunca tiveram
significado.
157. Ainda sim, Jesus identificou que a
autoconfiança da igreja era absolutamente
falsa. Para Lopes a igreja de Laodicéia era
‘morna’ devido à ilusão que ela alimentava
de si mesma. A cidade e a igreja de
Laodicéia se orgulhavam do seu ouro, de
suas roupas e de seu colírio. Mas era
pobre, cega e nua. Uma tragédia que seu
orgulho e alcance presunção não
permitiam ver.
158. Em quarto lugar Jesus revelou que um
crente morno, em vez de lhe dar
prazer, provoca-lhe náuseas.
O texto fala de vômito. Só se vomita o
que se ingere, não é verdade?
Cristo está dizendo que a igreja foi
ingerida por ele, mas ao invés de lhe dar
prazer, alegria, estava lhe dando
náuseas, ânsia de vômito. Uma
sensação terrível...
159. Não pensem vocês que conosco é
diferente, temos também o poder de
causar ambas as sensações em
Cristo, tanto prazer como náuseas.
Para H. Dias Lopes, causamos
náuseas em nosso Senhor quando
perdemos nossa paixão, nosso
entusiasmo, nosso fervor por Ele e
por sua obra.
160. Quando a igreja se torna um
peso, uma obrigação na vida de
um crente, ele certamente
causará náuseas em seu Senhor.
Quando dirijo-me para igreja e
deixo meu coração em qualquer
outro lugar, causarei náuseas
em Cristo.
161. Por fim, preciso ressaltar a reação de Cristo
diante de todas as coisas erradas que
percebeu e denunciou nesta igreja.
1.Cristo tinha todos os motivos para fazer
uma série de recomendações, para listar
inúmeras ordenanças, mesmo assim Ele
prefere
trilhar outro caminho.
162. Cristo mais uma vez opta pelo
caminho do amor e, ao trilhar esse
caminho,
ele prefere aconselhar
a ordenar.
Para uma igreja acostumada com a
fartura, com as compras, onde o
dinheiro não era problema, Cristo diz:
Aconselho que compres de mim... 18.
163. O ouro que Cristo oferece é o seu
reino / suas vestes são justiça e
santidade / seu colírio o
discernimento.
Com isso ele dizia a igreja: somente
eu posso enriquecê-los, somente eu
posso vestir sua nudez, somente eu
posso curar vossa cegueira.
164. O uso do colírio permite ao crente
perceber sua condição espiritual
(pobre/cego/nu) e perceber a
verdade da riqueza de uma vida
segundo o Espírito de Deus.
O uso do colírio permite ao crente
deixar-se disciplinar/ensinar por
Cristo.
165. Cristo aconselha a igreja a uma
mudança de vida. 19.
Nossas igrejas, assim como em
Laodicéia, precisam mudar em
muitas coisas, principalmente nos
valores que ela tem estabelecido
como prioridade para sua
caminhada...
166. Mas precisamos mudar também
em nossa adoração, em nossa
oração, em nossa comunhão, em
nossa dedicação, em nossa
submissão, e tantos outros
aspectos.
167. Antes de finalizar sua carta...
Cristo se ‘autoconvida’ para cear
com a igreja. 20.
É triste o quadro apresentado pelo
texto, afinal de contas, Cristo está de
fora da vida de quem ele morreu
para, justamente, se tornar
participante eterno.
168. A fim de corrigir esse erro, Cristo,
mais uma vez, repete seu convite.
Percebam que Ele não nos convida
para cear com Ele, mas sim, Ele se
‘autoconvida’ para cear conosco.
Ouçamos o que Hernandes dias
Lopes afirma sobre essa postura
de Cristo:
169. ‘Que Ele nos convide para cear
com Ele é demasiadamente
honra; mas que Ele deseje
participar da nossa humilde mesa
e cear conosco é tão admirável
que ultrapassa nossa
compreensão finita.
É assim que Cristo é!