O documento discute as complementaridades entre educação musical e musicoterapia. Apresenta diferentes métodos de educação musical e como a musicoterapia pode ser utilizada tanto na educação quanto na terapia. Defende que educação musical e musicoterapia não se contradizem, mas sim se potencializam, com a música sendo usada de forma terapêutica e educacional.
1. Educação Musical e Musicoterapia:
suas complementaridades
Palestra do TCC do Curso de Especialização em
Musicoterapia na FMU em 2009.
Hilara Crestana
www.hilararestana.com.br
2. • Liberdade pessoal e flexibilidade no
ensino
• Cumplicidade entre profissional e
aluno (paciente) – sentimento da troca
• Vygotsky e Piaget – desenvolvimento
(conflitos)
• “Jogar” com a música é também
“jogar-se” (Gainza, 1988)
3. A música na Educação Brasileira
Muitas modificações – arte (forma) e ciência (de combinar
os sons) – agradabilidade
Heitor Villa Lobos – anos 30
• Canto orfeônico – leitura de partitura para alunos do
ensino regular
• Elite x ensino público
• Cultura brasileira e folclórica nas músicas
• Lei da LDB de 1960 – o educador musical deveria ser
graduado em ed. Artística com hab. em música para
lecionar.
4. Métodos mais ativos na Educação
Musical
Emile Jaques Dalcroze (1865 – 1950)
• trabalho coletivo e orgânico – sensações táteis e
auditivas combinadas
• Euritmia – todo movimento provém de um som
– imaginação plástica nos desenhos vivenciados
pelo corpo
5. Maurice Martenot (1898 - 1980)
• Ensino do Canto na iniciação musical
• Técnicas de concentração, relaxamento
corporal, audição interior e silêncio
• Jogos para a dissociação muscular e
independência motora
• Reequilíbrio da saúde através da
respiração tranquila e gestos equilibrados
6. Carl Orff (1895 - 1982)
• Revolução na área da dança – academia
“Guntherschule”
• Obra Orff-Shulwerk (música para
crianças): rimas da linguagem falada e
criação musical
• Escala pentatônica
7. Zoltan Kodaly (1882 – 1967)
• Alegria e vitalidade – camponeses húngaros
• “Para os pequenos, o melhor é pouco”
• Manossolfa (âncoras visuais) – características
do som
8. Shinichi Susuky (1898 - 1998)
• Violino – imagem da mãe
Edgard Willems (1889 – 1978)
• “A educação através da música requer a
participação do ser humano integral: dinâmico,
sensorial, afetivo, mental e espiritual”
• O professor deve fazer com que as crianças
amem a música
• Cultura e senso ritmico
Jean Piaget (1896 - 1980)
9. Murray Schafer (1933)
• “Nova fase” – contemporâneo
• Manejo informal dos instrumentos com
predominância da criatividade e da exploração
10. A educação musical hoje
• Formas de expressão
• Como lidar com o “novo”
• Equilíbrio – satisfação plena
• ISO
• Conteúdo escolar: Cds impróprios e pais
ansiosos
• Integração: adição e síntese (mais do que
descoberta) – na MT: educacional e vivencial
11. A utilização da música
Como terapia Na terapia
• Influência direta na saúde • Pode ser usada tanto por MT ou
• Sua própria história musical (ISO) não: sentido de ed. e reeducação
• Beleza da música além de suas • Música como mudança qualitativa
estruturas e aparências no estilo de vida
• Objetivo: alcançar os problemas e • “Doutores da Alegria” e Pedagogia
necessidades pela música Hospitalar
• A música como “arte” e como • “Caberá a cada corrente, no âmbito
“terapia” não são coisas diferentes musicoterápico, justificar e
porque as qualidades estéticas estão fundamentar a utilização da música
vinculadas ao processo básico da como meio de tratamento para os
vida e da natureza” (John Dewey) diferentes quadros clínicos a que se
propõe tratar”. (Costa)
12. Educação Musical e MT:
Complementaridades
• Não se contradizem, se potencializam.
• Capacidade do conhecer como estabelecer
relações (sensibilidade e intelecto)
• Canto: o corpo todo vibra (conhecimento de si)
• Piaget: Educar a emoção nos seus diversos
estágios de desenvolvimento
• Música: amplia a atividade cerebral melhorando
o desempenho escolar
13. Educação x Terapia
Educação Terapia
• Objetivo: • Objetivo:
Adquirir conhecimentos e Alcançar a saúde tratando de
habilidades num contexto problemas específicos.
social. • O terapeuta investiga os
• O professor não investiga os problemas pessoais do
problemas pessoais do aluno. paciente.
• A música como ferramenta • Idem item 3 do tópico ao
para modificar lado.
comportamentos adequados
ou inadequados.
14. Educação, Reeducação e Terapia
• Terapia: A música é a manifestação direta dos conflitos num
aspecto não só terapêutico, mas também educacional.
• Educar: disciplina / Reeducar: reaprender
• Cabe ao profissional observar quais são os aspectos
positivos e os de maior dificuldade do indivíduo, analisando
seu ISO.
• Fazer musical: cultura de cada um.
• Integração no sentido de adição e síntese – profissional com
técnicas pedagógicas cada vez mais diretas, puras e incisivas.
15. Uma nova direção: MT na
Educação Musical
• Musicoterapia: Busca restaurar funções do indivíduo para
que ele se organize intra e interpessoalmente, através da
prevenção, do tratamento ou da reabilitação.
• Educação Musical: ISO de cada um através de uma
comunicação não só integradora, mas inclusiva, desde que
coincida o tempo mental do aluno com o tempo sonoro-
musical do professor.
• Equilíbrio do ISO: para Benenzon é uma dinâmica
energética – TRANSDISCIPLINAR
• Visão da espiral: emancipação, rotação criativa e
desenrolar do progresso (“grande cebola” – Benenzon).
16. Concluindo...
• A música co-move por meio de seus sentidos, se
mostrando.
• O educador musical poderá adotar o modelo da
MT se ele tiver uma pedagogia flexível e
referencialista, no que diz respeito ao valor da
música além do domínio da arte e da estética.
• A música é um produto e um processo, é material
e experiência, é real e imaginária, é pessoal e
transpessoal.
• “Como tal, a significação e a beleza podem ser
encontradas na música propriamente dita (no
processo), no músico (pessoa) e no universo”.
(Bruscia, 2000).
17. MUITO
OBRIGADA!
Hilara Crestana
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