O documento descreve a primeira reunião de um grupo de pesquisa sobre processos de transferência de pacientes em hospitais (handoffs). A reunião apresentou o projeto de pesquisa original, que visa estudar handoffs considerando o paciente como sujeito da ação, mapeando processos de admissão hospitalar para identificar riscos e correlacionar com a participação do paciente. Os participantes discutiram e estabeleceram os próximos passos do projeto, incluindo ajustes na definição inicial do conceito de handoffs.
Humanização no atendimento prestado pelo profissional das técnicas radiológicas
Handoffs em Hospitais Pesquisa
1. 1
Grupo de Pesquisa HANDOFFS
Reunião 01
Horário: 14horas
Dia: 10 de Fevereiro, 2014
Local: Sala de Reunião No. 1 da FACE
2. 2
Presentes ao Encontro
•
•
•
•
•
•
Antonio Isidro Filho*
Corina Bontempo Duca de Freitas
Guillermo Asper
Isabela Pereira Rodrigues
Juce Andrade
Julia Bucher-Maluschke
* Chefe do ADM que esteve presente para realizar a abertura do encontro
3. 3
• Apresentações do participantes: para nos
conhecermos melhor, ajudar no entrosamento
interpessoal e externar nossos interesses quanto a
participar do projeto;
• (IO) Intenção original do projeto HANDOFFS com
paciente como sujeito da ação.
• Apresentação proposta de projeto de pesquisa.
• Discussão do projeto e estabelecimento do curso de
ação a ser seguido.
4. 4
Intenção Original (IO) do Projeto Handoffs:
Definição Tradicional
▫ Trata da interação entre
profissionais decorrentes da
transição entre eles do paciente
como objeto da ação de saúde.
Contemplando aspectos de
transferência de
informações, responsabilidade e
autoridade relacionadas aos
cuidados com o paciente.
5. 5
•(IO) Definição proposta para:
Projeto Handoffs Paciente Sujeito
• Trata das interações no ambiente
de saúde ocorridas entre o
profissional, o paciente e seu grupo
de apoio, sendo o paciente sujeito
da ação.
• E envolve troca de
informações, transferência e
aceitação de responsabilidades e
reconhecimento do
compartilhamento parte à parte da
autoridade dos lados da interação
6. 6
(IO) Modelo Para Reflexão de Papel
Plausível para Handoffs Paciente Sujeito
LITERATURA RECONHECIDA
NORMAS INTERNAS
OBSERVAÇÃO DA REALIDADE
REFLEXÃO
SOBRE O
PAPEL
7. 7
(IO) Foco de atenção
• Neste primeiro contato com o tema e sua realidade a abordagem
durante o ano 2014 observará os seguintes parâmetros:
▫ a) o estudo será feito num hospital de ensino certificado, na capital do Brasil.
▫ b) os pesquisadores serão alunos e professores de curso da Universidade de
Brasília em Gestão e Inovação de Processos Críticos em Organizações de
Serviço;
▫ c) os pacientes foco da pesquisa serão aqueles diabéticos ou hipertensos
agendados com antecedência para realização de cirurgias;
▫ d) o processo a ser caracterizado consiste no conjunto de etapas do processo
de admissão para internação;
▫ e) a situação de handoffs tipo paciente sujeito da ação consiste na interação
entre profissionais de saúde, na presença ativa do paciente. E entre estes
profissionais e o próprio paciente, durante o processo de admissão. Os
documentos utilizados e as ações praticadas e o registro das percepções dos
stakeholders associados à ação.
9. 9
TítuloResumo Proposta Casastrada no DEx
GESTÃO E INOVAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES DE
SERVIÇOS HOSPITALARES (GIOS-HANDOFFS)
Conhecer hábitos na transferência de informação e
responsabilidade, com o paciente sujeito da ação. Estes
observados nas interações entre agentes do hospital, pacientes
e seu grupo de apoio, em situações de admissão. Trata-se de
um estudo sobre handoffs tipo organização-cliente. As
interações serão associadas as situações de risco presentes. Os
pacientes serão diabéticos ou hipertensos agendados com
antecedência para cirurgias. A Literatura, Normas e Realidade
permitirão refletir sobre o papel.
10. 10
Nome efetivo do projeto a implementar em 2014
• POTENCIAIS RISCOS
DE HANDOFFS COM O
PACIENTE SUJEITO
DA AÇÃO:
• OBSERVAR
PROCESSOS DE
ADMISSÃO DE
PACIENTES EM
HOSPITAL DE ENSINO
CERTIFICADO NA
CAPITAL DO BRASIL.
11. 11
Pesquisadores Responsáveis
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Alaíde Francisca de Castro
Corina Bontempo Duca de Freitas
Guillermo Asper*
Isabela Pereira Rodrigues
Jane Dullius
Juce Andrade
Julia Bucher-Maluschke
Rommel Mendonça
Stenio Meirelles de Carvalho
* Pesquisador Organizador, viceCoordenador NEORG/CEAM/UnB
12. 12
JUSTIFICATIVA DO PROJETO (a)
• Handoff clínico é um processo interativo de
passagem de informação específica do paciente
de um profissional para outro com o objetivo
de garantir a continuidade e a segurança do
cuidado do paciente (Wayne et al, 2008).
13. 13
JUSTIFICATIVA DO PROJETO (b)
Pre-operative checklists and handover of
patient from ward sister to operating
theatre nurse, Chaucer Hospital
• Tratam-se de situações que
requerem estreita
coordenação e intenso e
efetivo intercâmbio de
informações, no ato em que
a responsabilidade sobre o
cuidado do paciente é
compartilhada ou muda de
mãos, ou quando a
autoridade sobre as decisões
a serem tomadas é
igualmente compartilhada
ou transferida (Friesen 2008), considerando-se
ainda o papel da
participação do paciente e
seu grupo de apoio.
14. 14
JUSTIFICATIVA DO PROJETO (c)
• Nos hospitais, handoffs ocorrem
quando da admissão do
paciente, quando é transferido de
uma unidade para outra e quando
recebe alta, quando são solicitados
pareceres de especialistas, quando
prescrições médicas são
repassadas para a farmácia e em
qualquer situação em que haja
transferência da responsabilidade
elective surgery patients often
do cuidado do paciente entre
waited up to six hours at the
pre-admission clinic for a junior pessoal de saúde médicos, enfermeiros, farmacêutic
doctor to be free to take their
history. Eight District Health
os, entre outros (Chircu et
Boards (DHBs) Waikato
al, 2013)
15. 15
JUSTIFICATIVA DO PROJETO (d)
• Friesen et. al. (2008) ainda chamam a atenção para o fato
que é o aumento do nível de especialização, logo a crescente
complexidade dos serviços de saúde que aumentam o risco
da execução de eventos handoffs uma vez que estes
requerem transferência de responsabilidades, autoridade e
informação. Essa especialização leva ao aumento da
frequência de handoffs e a variedade de especialidades ao
desafio do uso de uma linguagem comum a todos.
16. 16
JUSTIFICATIVA DO PROJETO (d)
The Rhode Island, Brown U.
Educational Hospital was
fined $50,000 after brain
surgeons operated on the
wrong part of the heads of
three patients in 2007.
• Estudos têm demonstrado
como momentos
caracterizados como
handoffs são importantes
na prevenção de erros de
medicação, fator
determinante de grande
parte de eventos adversos
hospitalares, compromete
ndo a segurança do
paciente e a eficácia e
eficiência do cuidado
oferecido.
17. 17
JUSTIFICATIVA DO PROJETO (e)
• Encontrou-se que 35% das situações de
falhas médicas desnecessárias são
consequência da quebra de comunicação
em condições de handoffs .
• Um dos casos emblemáticos de handoffs
mal sucedidos é o de Willie King, em
Tampa, ainda no século 20.
• King teve a perna errada amputada uma
vez que a transferência da informação foi
errada, preenchida por um agente
administrativo, cujo erro embora notado
pela enfermeira do pool de enfermagem
não foi alertado à enfermeira do turno, e
a perna errada foi cortada.
18. 18
JUSTIFICATIVA DO PROJETO (f)
• Em outro caso, uma cirurgia do coração (Rosen, N.,
2011) foi executada no paciente errado. “Joan Morris”
uma mulher de 67 anos fora internada num hospital
para ter uma angiografia cerebral realizada.
• Concluído o procedimento a Senhora “Morris” foi
enviada a um leito diferente de onde ela saíra. E no
dia seguinte, no lugar de ser enviada para casa,
como estabelecido, ela foi levada para a sala de
cirurgia, desta vez para fazer uma cirurgia de
coração aberto não requerida.
• E após permanecer aproximadamente uma hora na
mesa de operações, o cirurgião de um departamento
diferente chamou e perguntou o que é que estava
sendo feito com sua paciente. Uma vez constatado o
erro, o procedimento foi cancelado e a Senhora
“Morris” foi devolvida ao leito em condição estável.
Porém as consequências potenciais de uma cirurgia
desnecessária criaram o risco desnecessário de
enfarto, infecções, ou outros.
19. 19
JUSTIFICATIVA DO PROJETO (g)
• Os exemplos mostrados falam por si sós.
• Chircu et al. (2013) observaram como handoffs podem envolver
falhas quanto à validade, acurácia, completude e oportunidade
da informação,
• E utilizaram técnicas de desenho e análise de processos
hospitalares para ajudar a reduzir erros ao prevenir, detectar e
corrigir falhas na qualidade da informação.
20. 20
QUAL A LINHA DE ATAQUE? (a)
• Neste projeto, propõe-se a aplicar
uma análise semelhante à de Chircu
et al (2013) para avaliar riscos, em
processos de admissão
hospitalar, para encaminhar
cirurgias eletivas de portadores de
hipertensão ou diabetes.
• Estes pacientes utilizam um rol de
medicamentos de uso contínuo e
essenciais ao seu
cuidado, avaliando a adequação dos
processos handoffs na admissão
quanto à continuidade dos
tratamentos e, portanto, à
segurança do paciente.
21. 21
QUAL A LINHA DE ATAQUE? (b)
• A atenção à saúde centrada no
paciente, estimulando o
engajamento ativo deste no seu
cuidado, tem se tornado parte
integral das políticas de saúde
americanas. Programas
específicos de tomada de decisão
compartilhada são incentivos a
mudanças de atitude dos
profissionais de saúde,
facilitando a participação
efetiva do paciente em seus
Nothing about me without me.
contatos clínicos (Barry, 2012).
— Valerie Billingham
22. 22
QUAL A LINHA DE ATAQUE? (c)
•
O respeito à autonomia da pessoa implica no reconhecimento de que ela
própria é capaz de zelar pelo seu melhor interesse e, seguramente, deve-se
reconhecer que a pessoa detém informações e experiências relevantes para
o seu cuidado, especialmente no caso de doenças crônicas degenerativas.
• Dessa forma, o compartilhamento da tomada de decisões com o
paciente, no que diz respeito à sua saúde, impõe-se como forma de
diminuir o risco de erros e de respeito à sua autonomia como princípio
ético e direito da pessoa. Torna- se interessante, portanto, analisar o grau
de participação do paciente promovido no momento da admissão e
correlacionar com a qualidade das informações repassadas. Assim, será
utilizada abordagem de Barr (2014) para medir a percepção do paciente
quanto a oportunidade que lhe é dada de participação, utilizando a escala
CollaboRATE.
23. 23
QUAL A LINHA DE ATAQUE? (d)
• CollaboRATE (1)- Compartilhando decisões?
• How much effort was made to help you understand your health issues?
• Quanto esforço foi feito para ajudá-lo a compreender seu problema
de saúde?
• How much effort was made to listen to the things that matter most to you
about your health issues?
• Quanto esforço foi feito para escutar as coisas que você considera
mais importantes sobre o seu problema de saúde?
• How much effort was made to include what matters most to you in choosing
what to do next?
• Quanto esforço foi feito para incluir o que você considera mais
importante ao escolher o que fazer em seguida?
•
•
•
•
•
•
Escala
0 (no effort at all), - nenhum esforço foi feito
1 (a little effort was made) - um pequeno esforço foi feito
2 (some effort was made) - algum esforço foi feito
3 (a lot of effort was made) - muito esforço foi feito
4 (every effort was made) – todo o esforço possível
24. 24
QUAL A LINHA DE ATAQUE? (e)
• A pesquisa quer conhecer e divulgar os hábitos praticados
durante a transferência de informação e
responsabilidade, considerado o paciente como sujeito da
ação, nas interações ocorridas entre os agentes da
organização de saúde, os pacientes e seu grupo de apoio, em
situações de admissão hospitalar. Eventuais sugestões de
inovações poderão auxiliar a minorar erros e
retrabalho, permitindo então propor e efetivar
implementações de melhoramentos.
25. 25
QUAL A LINHA DE ATAQUE? (f)
•
Brodzinski (2011)
destaca que como a
conveniência da
inovação de
processos não pode
ser praticada
indiscriminadamente
se faz necessário um
critério de escolha
prioritária, e nesses
casos os processos
handoffs se destacam
pela sua condição
estratégica.
26. 26
OBJETIVO GERAL: Conhecer o processo de admissão de pacientes em um hospital
universitário para identificar situações de risco para o paciente no processo de
handoff e a correlação com a participação efetiva do paciente.
• Objetivos específicos:
• Mapear os processos handoffs durante a
admissão hospitalar quanto as ações
normatizadas e profissionais
responsáveis
• Observar o processo ocorrendo na
prática rotineira e comparar com as
normas
• Conhecer a percepção do paciente sobre
sua participação na tomada de decisões
e separadamente dos profissionais de
saúde que o atendem.
• Identificar situações de riscos potenciais
para o paciente no processo estudado
e sua correlação com o nível de
participação do paciente
27. 27
ETAPAS
• Mapeamento do processo de admissão a partir
das normas hospitalares
• Observação do processo na prática
• Entrevista com os profissionais que atendem.
• Aplicação de questionário em pacientes
atendidos e seu grupo de apoio, quando existir
29. 29
(IO) Definição sujeita ajustamentos por
parte dos participantes do projeto.
• Handoffs do tipo Paciente Sujeito da Ação.
• Esta situação consiste na interação entre
profissionais de saúde, na presença ativa do
paciente. E entre os profissionais de saúde que
atendem este paciente, o próprio paciente e seu
grupo de apoio, durante os processos de admissão.
Os documentos utilizados e as ações praticadas e o
registro das percepções dos stakeholders associados
à ação.
• Envolvendo troca bidirecional de informações e
aceitação mútua de coresponsabilidades, além de
compartilhamento e delimitações de autoridade e
decisões sobre a matéria.
30. 30
Admissão hospitalar
• Mapear os
processos handoffs
durante a
admissão
hospitalar quanto
as ações
normatizadas e
profissionais
responsáveis
31. 31
Pacientes de cirurgias eletivas (a)
• Passo-a-passo (segundo o setor de internação/alta e práticas
da clínica cirúrgica). Estas informações preliminares são
provenientes de membro da equipe do projeto.
• a) marcação da data e orientações de preparo para a
cirurgia;
• b) o paciente dois dias antes da cirurgia deve se cientificar da
existência de leitos disponíveis para sua internação
• c) em havendo disponibilidade o paciente deve chegar no
setor de internação às 14 horas, um dia antes da data da
cirurgia, notadamente aqueles a serem operados na parte da
manhã;
33. 33
Pacientes de cirurgias eletivas (b)
• Passo-a-passo (continuação)
• d) não havendo disponibilidade para os pacientes
a serem operados na parte da tarde, estes devem
chegar pela manhã.
• e) no setor de internação os pacientes são
identificados;
• f) já identificados estes são acompanhados até a
clínica cirúrgica por funcionário da internação;
35. 35
Pacientes de cirurgias eletivas (c)
• Passo-a-passo (continuação)
• g) chegando à recepção da clínica, os que serão submetidos a
cirurgia, recebidos por enfermeiro;
• h) estes seguem então para sala de orientações e normas/rotinas
operatórias;
• i) concluídas as orientações estes vão até o leito acompanhados
pelo enfermeiro;
• j) no leito, eventualmente, são tiradas dúvidas adicionais, se
necessário;
• k) a equipe clínica, no horário que antecede à cirurgia encaminha
o paciente ao centro cirurgico.