O documento descreve o surgimento e os ideais do movimento hippie na década de 1960, incluindo seu foco na liberdade individual, na não-violência, no amor livre e no uso de drogas para expansão da consciência. O movimento se opunha à guerra e aos valores do capitalismo, influenciando a música e a contracultura da época. Embora tenha perdido força com o fim da guerra do Vietnã, seus ideais influenciaram movimentos posteriores.
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
O movimento Hippie
1.
2. • Segundo Hobsbawn, a cultura jovem foi a matriz da revolução cultural dos
fins do século XX;
• Liberação pessoal e liberação social davam as mãos, sendo sexo e drogas
as maneiras mais óbvias de despedaçar as cadeias do Estado, dos pais, da
lei e da convenção;
• Passaram a acreditar que o mundo consistia em bilhões de seres humanos
definidos pela busca de desejo individual;
• Essa revolução cultural pode ser entendida como o triunfo do indivíduo
sobre a sociedade;
3. • Eram contra o “sistema” – a sociedade branca
de classe média que pregava o apego aos bens
materiais;
• Baseados nos princípios da não-violência e da
cooperação, os hippies costumavam viver em
grupos;
• Professores e alunos de universidades da
Califórnia fundaram o movimento no começo
dos anos 1960;
• A expressão “hippie” deriva da gíria americana
“hip”, que significa “bacana, antenado”;
4. • Lutando contra a Guerra do Vietnã e a
convocação obrigatória, seus ideais pacifistas
se espalharam pelo mundo ocidental;
• Foram fundamentais no desenvolvimento da
chamada contracultura – forma de expressão
que combatia os valores do capitalismo;
5. • O maior canal do movimento foi a música.
Roqueiros como Jimi Hendrix, Janis Joplin e os
Beatles aderiram ao “paz e amor” e ao
experimentalismo psicodélico nas letras e
sons;
6. • Os hippies preferiam fazer trocas entre si a
usar grana. Eles evitavam empregos “normais”
e se sustentavam fazendo artesanato. Alguns
criaram fabriquetas de instrumentos musicais
e produtos alimentícios que depois viraram
grandes indústrias;
• Muitas comunidades tinham suas próprias
bandas, que tocavam de graça nas ruas. Os
hippies são associados aos grupos de rock
psicodélico, mas também havia os conjuntos
de música folk, um gênero mais acústico, com
letras de protesto;
7. • Viviam em casas de aluguel barato ou
abandonadas, que redecoravam com murais
psicodélicos. Em Nova York e São Francisco
surgiram “guetos hippies”, casarões habitados
por muita gente;
8. • Pregavam a liberdade sexual: topavam
“festinhas” com mais de dois parceiros e
aceitavam a homossexualidade numa boa;
9. • Nas comunidades, crianças eram incentivadas
a descobrir o mundo por si próprias e
raramente eram matriculadas em escolas;
10. • Rejeitavam comidas industrializadas,
preferindo frutas, verduras, legumes e sucos
naturais. As comunidades rurais plantavam o
que consumiam. O que sobrava era vendido a
preço de custo para outros hippies;
11. • Drogas sintéticas, como LSD e mescalina, eram
usadas em experiências místico-religiosas, as
chamadas “viagens coletivas”.
• Esses rituais eram conduzidos por um guru
(líder espiritual) e incluíam meditação oriental
para atingir a “expansão da consciência”;
12. • A influência hippie chegou até aqui, com o tropicalismo que
foi um movimento musical, que também atingiu outras esferas
culturais (artes plásticas cinema, poesia);
• A Tropicália transformou os critérios de gosto vigentes, não só
à música e à política, mas também à moral e ao
comportamento, corpo, sexo e ao vestuário. A contracultura
hippie foi assimilada, com a adoção da moda dos cabelos
longos e das roupas coloridas;
13. • Com o fim da Guerra do Vietnã, o movimento
passou por uma desmobilização;
• Vários outros fatores poderiam ser levantados
como indicações de um fracasso da utopia hippie:
• O massacre comandado pelo guru, tido como
hippie, Charles Manson;
• A radicalização armada de alguns grupos e o
aprofundamento da repressão no governo Nixon;
• A transformação da distribuição de drogas numa
indústria global de narcotráfico;
• A absorção de um estilo de vida a uma indústria
da moda e da sociedade de consumo tão criticada
pelos hippies;
14. • Se as “sociedades alternativas” foram
desmontadas, os ideais hippies influenciaram
outros grupos que surgiram nos anos 1980 e
1990, como os movimentos ecológicos, de
defesa dos direitos indígenas e femininos.
15. BIBLIOGRAFIA
HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São
Paulo: Companhia das Letras, p.314-347, 1995.
RESENDE, José. Subculturas Juvenis nas Sociedades Modernas. São Paulo,
Revista Critica de Ciências Sociais, N°35, p.131- 147, 1992.
Os Hippies e Sua História- Documentário History Channel Brasil