O documento analisa vários índices financeiros de uma empresa em 2008 e 2009 para avaliar sua liquidez, endividamento, rentabilidade e riscos. A liquidez geral e corrente melhorou nesse período. O endividamento total caiu e o capital de giro aumentou, mostrando uma situação financeira mais equilibrada em 2009. Os índices apontam que a empresa tinha capacidade de pagar suas dívidas a curto e longo prazo e não corria risco de falência nesse período.
1. ANÁLISE
INDICE DE LIQUIDEZ GERAL (AC+RLP/PC+ELP)
Com o índice de liquidez geral analisamos a capacidade de pagamento da empresa
a longo prazo e envolve todas as contas do ativo e do passivo tanto de curto como a
longo prazo.
Em 2008 a empresa possuía R$ 2,29 de valores a receber para R$ 1,00 de contas a
pagar, já em 2009 esse valor aumentou para R$ 2,73 cada R$ 1,00, conclui-se que a
empresa tem potencial para honrar os seus compromissos em curto e longo prazo.
INDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE (AC/PC)
Em 2008 a empresa possuía para cada R$ 1,00 de obrigação a curto prazo R$ 2,29
para cobertura da dívida, já em 2009 essa proporção aumentou para R$ 2,73 para
cada R$ 1,00.
INDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA (Disp/PC)
Para liquidação imediata da dívida a empresa possuía para cada R$ 1,00, R$ 0,73
centavos em 2008, o que diminui para R$ 0,13 centavos em 2009.
INDICE DE LIQUIDEZ SECA (AC-Est./PC)
Com este índice podemos analisar a capacidade da empresa em pagar suas dívidas
no caso de uma possível paralisação nas vendas, isto porque subtraímos do ativo
circulante, o estoque. Com um acréscimo de R$ 0,48 centavos na capacidade de
pagamento a empresa representa um bom índice.
ENDIVIDAMENTO TOTAL (Exg. Tot./PL*100)
Com este índice observamos que para cada R$ 100,00 de capital próprio investido,
existia R$ 203,77 de capital de terceiros em 2008 caindo para 33,13 em 2009.
COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO (PC/Exg. Tot*100.)
Com este índice apuramos que na composição do endividamento, 100% são dívidas
a curto prazo , um aumento de 79,7% em relação a 2008 que foi de 20,30%. Apesar
do aumento, o endividamento tem uma composição equilibrada o que da mais
tranqüilidade para a empresa.
IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (A Per./PL*100)
Indica a parcela dos recursos próprios investidos em Ativo Permanente. 21,28% dos
recursos próprios estão investidos em Ativo Permanente e, portanto, os restantes
78,72% dos recursos próprios estão sendo investidos em ativos realizáveis.
IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS CORRENTES (A Per./PL+Exig a Longo Prazo)
2. ANÁLISE
Informa quanto de recursos permanentes e de longo prazo está investido em Ativo
Permanente. O calculo indica que 21,3% dos recursos permanentes e de longo
prazo está “imobilizado” e, portanto, 78,7% desses recursos estão sendo utilizados
por ativos realizáveis.
PRAZO MÉDIO DE CONTAS A RECEBER (Contas a Receber / Rec. Oper. Bruta *360.)
Indica o número de dias que a empresa leva para pagar seus fornecedores, de
modo geral quanto menor, melhor. Em 2008 a empresa levava em média 3 dias para
pagar seus fornecedores já em 2009 aumentou para 4 dias.
PRAZO MEDIO DE RENOVAÇÃO DE ESTOQUE (Estoque / Custo de Prod. Vendidos*360)
O índice de prazo médio de renovação de estoque mostra que em 2008 o prazo
médio de renovação de estoque era 78 dias, em 2009 reduziu para 44 dias. Este
prazo decorre do período da compra da mercadoria até o momento da venda, ou
seja, quanto menor o prazo de renovação de estoque, menor será o custo da
mercadoria parada aguardando realização.
PRAZO MÉDIO PARA LIQUIDAÇÃO DE COMPRAS (Fornecedor/Compras*360)
O índice mostra que em 2009 o prazo médio para pagamento de seus fornecedores
era 58 dias, Em 2009 a empresa está com prazo médio de renovação de estoque
maior do que o prazo médio de pagamento das compras, ou seja, os fornecedores
estão financiando apenas uma parte do estoque. Isso significa que maior será o
período dependente de recursos de terceiros para financiar seus estoques,
resultando no aumento do custo operacional.
CICLO FINANCEIRO (PMRE + PMPC + PMRV)
Tempo entre o pagamento a fornecedores e o recebimento das vendas. Quanto
maior o poder de negociação da empresa com fornecedores, menor o ciclo
financeiro.
CICLO OPERACIONAL (PMRE + PMRV)
O ciclo operacional da empresa em 2008 é de 112,52 dias, sendo que o prazo médio
de renovação de estoque é de 78 dias, o prazo médio de recebimento das vendas é
de 3 dias e o prazo médio de pagamento das compras é de 0 dias. Isso significa que
os fornecedores financiam apenas uma parte dos estoques, ou seja, o ciclo de caixa
é de 109,52 dias, tempo que a empresa precisa obter recursos para financiar parte
de seus estoques e suas vendas, resultando em maior custo operacional, sendo que
o ideal seria que os fornecedores financiassem todo o ciclo operacional da empresa,
da compra até o recebimento pelas vendas efetuadas. Em 2009, o ciclo operacional
da empresa aumentou para 113,07 dias.
3. ANÁLISE
RENTABILIDADE DO ATIVO ( Lucro Liquido/Ativo Total)
O quociente de Rentabilidade do Ativo evidencia o potencial de geração de lucros
por parte da empresa. Quanto à empresa obteve de lucro por cada real investido ou
para cada cem unidades na forma percentual. A análise mostra que a empresa
obteve no ano de 2009 R$ 16,93 de cada R$ 100,00 investido no Ativo Total. No ano
de 2008 o valor foi de R$ 29,99. Os valores mostram diminuição em investimento do
Ativo nos períodos estudados.
RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ( Lucro Liquido/Patrimônio Liquido)
A Rentabilidade do Patrimônio Líquido revela a taxa de rentabilidade obtida pelo
Capital Próprio investido na empresa.
Nos dois exercícios analisados a empresa não manteve evolução. No ano de 2008,
a Rentabilidade do Patrimônio Líquido foi de 42,45% no ano de 2009 diminui para
22,54.
CAPITAL DE GIRO (Ativo Circ Operacional - Passivo Circ Operacional)
A empresa apresentou índice de 0,38 ou 38%. Significa que a empresa vendeu R$
38,00 para cada R$ 100,00 de investimento total no exercício de 2009. No exercício
de 2008 o percentual foi de 23,66%. Este quociente mede a eficiência da empresa
medindo o volume de vendas em relação ao Capital Total investido na empresa
Fator de Insolvência Kanitz
A análise do fator de insolvência permite verificar se a empresa corre ou não o risco
de falir. Kanitz Apud Silva (2010) determinou faixas de solvência que vão de 0 a - 7,
o chamado termômetro de insolvência. Fator de Insolvência entre 0 e 7 é a faixa de
solvência, entre 0 a –3 é a região de penumbra e entre –4 a –7 é a faixa de
Insolvência. O fator de insolvência é o seguinte;
Fórmula;
X1 = (Lucro Líquido/Patrimônio Líquido)
X2 = (Ativo Circulante + Ativo Não Circulante) / Exigível Total
X3 = (Ativo Circulante – Estoques) / Passivo Circulante
X4 = Ativo Circulante / Passivo Circulante
X5 = Exigível Total / Patrimônio Líquido
Ano 2009 FI= (0,05 x 0,011) + (1,65 x 4,51) + (3,55 x 7,63) – (1,06 x 2,89) – (0,33 x
0,10)
Ano 2008 FI= (0,05 x 0,021) + (1,65 x 3,76) + (3,55 x 5,87) – (1,06 x 2,42) – (0,33 x
0,13)
Cálculo
Ano 2009 FI= (0,05 x X1) + (1,65 x X2) + (3,55 x X3) – (1,06 x X4) – (0,33 x X5)=
9,14
Ano 2008 FI= (0,05 x X1) + (1,65 x X2) + (3,55 x X3) – (1,06 x X4) – (0,33 x X5)=
7,10
4. ANÁLISE
O fator de insolvência mostrou que de 7,10 em 2008, aumentou para 9,14 em 2009,
nos dois períodos analisados a empresa está solvente, ou seja, não apresenta risco
de falência.
Alavancagem Financeira
A medida do grau de alavancagem financeira (GAF) de uma empresa é um
importante indicador do grau de risco a que empresa está submetida. Se existe a
presença de capital de terceiros de longo prazo na estrutura de capital, a empresa
estará "alavancada", ou seja, corre risco financeiro. Nos períodos analisados a GAF
foi maior que 1, então a alavancagem financeira é considerada favorável: o retorno
do Ativo Total (conjunto de bens e direitos da empresa, expressos em moeda) será
razoavelmente maior que a remuneração paga ao capital de terceiros.