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ESTUDO DE CASO: Planejamento e Métodos Robert K. Yin 
Florianópolis, 22 de novembro de 2007. 
Disciplina: Metodologia Científica Aplicada Professora: Sonia Afonso Mestrandos: Isabela Fernandes Andrade Renato Fonseca Livramento da Silva
AUTOR 
ROBERT YIN é presidente da Cosmos Corporation, empresa que atua em ciências sociais e pesquisa aplicada. 
Além de Estudo de Caso, Yin escreveu Applications of Case Study Research. 
1ª EDIÇÃO: Case study research: design and methods – 1984. 
3ª EDIÇÃO: Estudo de caso: planejamento e métodos – 2005. 
02/45
SUMÁRIO 
03/45 
1 – Introdução 
2 – Projetando estudos de caso 
3 – Conduzindo estudos de caso: preparação para a coleta de dados 
4 – Conduzindo estudos de caso: coleta de evidências 
5 – Analisando as evidências do estudo de caso 
6 – Relatando estudos de caso
1 – INTRODUÇÃO 
Em geral, os estudos de caso representam a estratégia preferida quando: 
• se colocam questões do tipo “como” e “por que”; 
• o pesquisador tem pouco controle sobre os acontecimentos; 
• o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real. 
04/45
INTRODUÇÃO O estudo de caso como estratégia de pesquisa 
O estudo de caso permite uma investigação para se preservar as características significativas dos acontecimentos da vida real – tais como ciclos de vida individuais, processos organizacionais e administrativos, mudanças ocorridas em regiões urbanas, relações internacionais e a maturação de setores econômicos. 
05/45
Comparando estudos de caso com outras estratégias de pesquisa nas Ciências Sociais 
Uma interpretação equivocada muito comum é a que as diversas estratégias de pesquisa devem ser dispostas hierarquicamente. Deve haver estudos de caso: 
• exploratórios; 
• descritivos; 
• explanatórios. Muito embora cada estratégia tenha suas características distintas, há grandes áreas de sobreposições entre elas. 
06/45
A primeira e mais importante condição para diferenciar as várias estratégias de pesquisa é identificar o tipo de questão de pesquisa que está sendo apresentada. Definir as questões de pesquisa é provavelmente o passo mais importante a ser considerado em um estudo de pesquisa. 
07/45
O estudo de caso conta com técnicas utilizadas pelas pesquisas históricas, mas acrescenta duas fontes de evidências que usualmente não são incluídas no repertório de um historiador: observação direta dos acontecimentos que estão sendo estudados e entrevistas das pessoas neles envolvidas. 
08/45
Variações dentro dos estudos de caso como estratégia de pesquisa A pesquisa de estudo de caso inclui tanto a pesquisa de caso único quanto a de casos múltiplos. Os estudos de caso podem ser conduzidos e escritos por muitos motivos diferentes, incluindo a simples apresentação de casos individuais ou o desejo de chegar a generalizações amplas baseadas em evidências de estudos de caso. 
Tipos diferentes de estudos de casos, mas uma definição comum 
09/45
A pesquisa de estudo de caso é notadamente complicada, muito embora já se tenha pensado bastante que os estudos de caso sejam uma pesquisa “fácil”, possivelmente porque os pesquisadores não seguiram procedimentos sistemáticos. 
10/45
Após selecionar a estratégia de estudo de caso, deveremos projetar o estudo de caso. Para atingir esse objetivo é necessário um plano ou projeto de pesquisa. 
2 – PROJETANDO ESTUDO DE CASO Abordagem geral ao projetar estudos de caso 
11/45
Definição de projetos de pesquisa Coloquialmente, um projeto de pesquisa é um plano lógico para se sair daqui e chegar lá, onde aqui pode ser definido como o conjunto inicial de questões a serem respondidas, e lá é um conjunto de conclusões (respostas) sobre essas questões. Entre “aqui” e “lá” pode-se encontrar um grande número de etapas principais, incluindo a coleta e análise dos dados relevantes. 
12/45
Componentes de projetos de pesquisa Para os estudos de caso, são especialmente importantes cinco componentes de um projeto de pesquisa: 
1.As questões de um estudo – “como” e “por que”; 2. Suas proposições, se houver – reflete uma importante questão teórica e começa a lhe mostrar onde você deve procurar evidências relevantes; 
13/45
3. Sua(s) unidade(s) de análise – tentativa de definir se a unidade de análise está relacionada à maneira como foram definidas as questões de pesquisa; 4. A lógica que une os dados às proposições – idéia da “adequação ao padrão” descrita por Donald Campbell (1975); 5. Os critérios para interpretar as constatações – espera-se que as constatações possam ser interpretadas em termos de comparação. 
14/45
Um projeto completo de pesquisa, que abranja os cinco componentes descritos anteriormente, exige o desenvolvimento de uma estrutura teórica para o estudo de caso que será conduzido. No lugar de resistir a essa exigência, um bom pesquisador deve se esforçar para desenvolver essa estrutura teórica. 
15/45
A utilização da teoria, ao realizar estudos de caso, não apenas representa uma ajuda imensa na definição do projeto de pesquisa e na coleta de dados adequados, como também se torna o veículo principal para a generalização dos resultados do estudo de caso. 
16/45
Critérios para julgar a qualidade dos projetos de pesquisa 
Quatro testes vem sendo utilizados para determinar a qualidade de qualquer pesquisa: 
• Validade do constructo: estabelecer medidas operacionais corretas para os conceitos que estão sob estudo. 
• Validade interna (apenas para estudos explanatórios ou causais): estabelece uma relação causal. 
17/45
• Validade externa: estabelecer o domínio ao qual as descobertas de um estudo podem ser generalizadas. 
• Confiabilidade: demonstrar que as operações de um estudo podem ser repetidas, apresentando os mesmos resultados. Algumas táticas ocorrem durante a coleta de dados, durante a análise de dados ou durante a fases de redação da pesquisa. 
18/45
Quais são os projetos de caso único em potencial? Casos únicos representam um projeto comum para realizar estudos de caso, e existem duas variantes: as que utilizam projetos holísticos e as que utilizam unidades incorporadas de análise. 
Projetos de estudos de caso 
19/45
No geral, o projeto de caso único é eminentemente justificável sob certas condições, quando o caso representa: a) um teste crucial da teoria existente; b) uma circunstância rara ou exclusiva; c) um caso típico ou representativo; d) quando o caso serve a um propósito revelador; e) quando o caso serve a um propósito longitudinal. 
20/45
Uma etapa fundamental ao projetar e conduzir um caso único é definir a unidade de análise (ou o próprio caso). É necessária uma definição operacional e devem- se tomar algumas precauções – antes que se assuma um compromisso total com o estudo de caso como um todo – para garantir que o caso, na verdade, seja relevante ao tema e às questões de interesse. 
21/45
Quais os projetos de casos múltiplos em potencial? 
O livro considera que os projetos de caso único e de casos múltiplos são variantes dentro da mesma estrutura metodológica. A opção é considerada uma escolha de projeto de pesquisa com as duas sendo incluídas no âmbito do método do estudo de caso. 
22/45
Tanto os casos individuais e os resultados de casos múltiplos podem e devem ser o foco de um resumo. Para cada caso individual, esse resumo deve indicar como e por que se demonstrou (ou não) uma proposição em especial. 
23/45
Projetos de caso único ou projetos de casos múltiplos? Embora todos os projetos possam levar a estudos de caso bem-sucedidos, quando você tiver escolha, é melhor preferir projetos de casos múltiplos a projetos de caso único. Os projetos de caso único são vulneráveis. Mais importante do que isso, os benefícios analíticos de ter dois (ou mais) casos podem ser substanciais. 
Modesto conselho ao selecionar projetos de estudos de caso 
24/45
Projetos fechados ou flexíveis? Você não deve pensar que um projeto de estudo de caso não pode ser modificado por novas informações ou constatações durante a coleta de dados. Essas revelações podem ser tremendamente importantes, fazendo com que você altere ou modifique seu projeto original. 
Modesto conselho ao selecionar projetos de estudos de caso 
25/45
3 – CONDUZINDO ESTUDOS DE CASO: PREPARAÇÃO PARA A COLETA DE DADOS 
A preparação para realizar um estudo de caso envolve habilidades prévias por parte do pesquisador, treinamento e preparação para o estudo de caso específico, desenvolvimento de um protocolo de estudo de caso, triagem dos possíveis estudos de caso e condução de um estudo de caso piloto. A pesquisa de estudo de caso caracteriza-se como um dos tipos mais árduos de pesquisa porque não há fórmulas de rotina. 
26/45
Uma boa questão começa com as habilidades desejadas por parte do pesquisador do estudo de caso. Quatro tópicos adicionais também devem ser uma parte formal de qualquer preparação para um estudo de caso: 
• o treinamento para um estudo de caso específico; 
• o desenvolvimento de um protocolo para a investigação; 
• a triagem das indicações para estudo de caso; e 
• a condução de um estudo de caso piloto. 
27/45
Lista básica de habilidades comumente exigidas para a realização de um estudo de caso: 
• um bom pesquisador de estudo de caso deve ser capaz de fazer boas perguntas – e interpretar as respostas. 
• o pesquisador deve ser um bom ouvinte e não ser enganado por suas próprias ideologias e preconceitos. 
28/45
• o pesquisador deve ser adaptável e flexível, de forma que as situações recentemente encontradas possam ser vistas como oportunidades, não ameaças. 
• o pesquisador deve ter uma noção clara das questões que estão sendo estudadas, mesmo que seja uma orientação teórica ou um modo exploratório. 
• o pesquisador deve ser imparcial em relação a noções preconcebidas, incluindo aquelas que se originam de uma teoria. 
29/45
Você sempre deve ser capaz de tomar decisões inteligentes sobre os dados que estão sendo coletados. Cada pesquisador precisa saber: 
• por que o estudo está sendo realizado; 
• quais evidências estão sendo procuradas; 
• quais variações podem ser antecipadas; 
• o que constituiria uma prova contrária para qualquer proposição dada. 
Treinamento e preparação para um estudo de caso específico 
30/45
4 – CONDUZINDO ESTUDOS DE CASO: COLETA DE EVIDÊNCIAS 
As evidências para um estudo de caso podem vir de seis fontes distintas: Documentos, registros em arquivos, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos. 
31/45
Três princípios da coleta de dados: 
• a utilização de várias fontes de evidências, e não apenas uma; 
• a criação de um banco de dados para estudo de caso; 
• a manutenção de um encadeamento de evidências. 
32/45
Fonte de evidências 
Pontos fortes 
Pontos fracos 
Documentação 
Ex: cartas, memorando e outros tipos de correspondências, agendas, avisos de minutas de reuniões e outros relatórios escritos de eventos em geral, documentos administrativos, recortes de jornal e outros artigos publicados na mídia. 
estável – pode ser revisada inúmeras vezes 
exata – contém nomes, referências e detalhes exatos de um evento 
ampla cobertura – longo espaço de tempo, muitos eventos e muitos ambientes distintos 
acesso – pode ser deliberadamente negado 
seletividade tendenciosa, se a coleta não estiver completa 
relato de visões tendenciosas – reflete idéias preconcebidas do autor 
capacidade de recuperação pode ser baixa 
Registros em arquivos 
Ex: mapas, tabelas, agendas telefônicas, diários, dados oriundos de,registros de serviços. 
precisos e quantitativos 
[Os mesmos mencionados para documentação] 
[Os mesmos mencionados para documentação] 
Entrevistas 
direcionadas – enfocam diretamente o tópico do estudo de caso 
Perceptivas – fornecem inferências causais percebidas 
respostas tendenciosas 
ocorrem imprecisões devido a memória fraca do entrevistado 
reflexibilidade – o entrevistado dá ao entrevistador o que ele quer ouvir 
Observações diretas 
realidade – tratam de acontecimentos em tempo real 
contextuais – tratam do contexto do evento 
consomem muito tempo 
Seletividade – salvo ampla cobertura 
 flexibilidade - acontecimento pode ocorrer de forma diferenciada porque está sendo observado 
Observação participante 
perceptiva em relação a comportamentos e razões interpessoais 
[Os mesmos mencionados para observação direta] 
visão tendenciosa devida à manipulação dos eventos por parte do pesquisador 
Artefatos físicos 
capacidade de percepção em relação a aspectos culturais 
Capacidade de percepção em relação a operações técnicas 
disponibilidade 
seletividade
5 – ANALISANDO AS EVIDÊNCIAS DO ESTUDO DE CASO 
A análise de dados consiste em examinar, categorizar, classificar em tabelas ou, do contrário, recombinar as evidências tendo em vista proposições iniciais de um estudo. 
34/45
Adequação ao padrão – Compara um padrão fundamentalmente empírico com outro de base prognostica (ou com várias outras previsões alternativas). Se os padrões coincidirem, os resultados podem ajudar o estudo de caso a reforçar sua validade interna. Construção da explanação – O objetivo é analisar os dados do estudo de caso construindo uma explicação sobre o caso. 
Principais métodos de análise: 
35/45
Análise de séries temporais – Conduzir, uma análise séries temporais, diretamente análoga à análise de séries temporais realizada em experimentos e em pesquisas quase-experimentais. Modelos lógicos de programa – É uma combinação dos métodos de adequação ao padrão e de análise de séries temporais estabelecendo um encadeamento complexo de eventos. 
36/45
A exposição de um estudo de caso pode ser tanto escrita quanto oral. Independentemente da forma que assume, no entanto, etapas semelhantes devem ser obedecidas durante o processo de composição: Identificar o público almejado para o relatório, desenvolver uma estrutura de composição. 
6 – RELATANDO ESTUDOS DE CASOS 
37/45
Como regra geral, a fase de composição exige maior esforço de um pesquisador de estudo de caso. O “relatório” de um estudo de caso não segue qualquer fórmula estereotipada. 
38/45
Os estudos de caso possuem uma relação mais diversa de possíveis públicos: 
• colegas da mesma área; organizadores políticos, profissionais em geral e também os profissionais que não se especializaram na metodologia de estudo de caso; 
• grupos especiais, como banca de tese ou dissertação de um estudante e a instituição financiadora da pesquisa. 
39/45
Um relatório de estudo de caso não precisa ser apenas escrito. As informações e os dados obtidos em um caso podem ser expostos de outras maneiras – como uma exposição oral ou até um conjunto de fotos ou gravações em vídeo. A escolha do formato influenciará reciprocamente a tarefa de identificar o público para o estudo de caso. 
40/45
Exemplo: Estudantes que estão elaborando suas dissertações e teses de mestrado e doutorado para o fato de que a banca examinadora poderá ser seu único público. O relatório final, sob tais circunstâncias, deve tentar se comunicar diretamente com a banca. Uma tática recomendada para se fazer isso é integrar a pesquisa já realizada pelos membros da banca à tese ou à dissertação, aumentando, dessa forma, o seu potencial de comunicabilidade. 
41/45
Variedade de estruturas de um estudo de caso: 
• Estruturas analíticas lineares; 
• Estruturas comparativas; 
• Estruturas cronológicas; 
• Estruturas de construção da teoria; 
• Estruturas de “incerteza”; 
• Estruturas não seqüenciais. 
42/45
O que torna exemplar um estudo de caso? 
• O estudo de caso deve ser significativo; 
• O estudo de caso deve ser completo; 
• O estudo de caso deve considerar perspectivas alternativas; 
• O estudo de caso deve apresentar evidências suficientes; 
• O estudo de caso deve ser elaborado de uma maneira atraente. 
43/45
Engajamento, instigação e sedução – essas são características incomuns dos estudos de caso. Produzir um estudo de caso como esse exige que o pesquisador seja entusiástico em relação à investigação e deseje transmitir amplamente os resultados obtidos. 
44/45
REFERÊNCIAS 
1ª EDIÇÃO DO LIVRO: YIN, Robert K. Case study research: design and methods. London: Sage, 1984. 3ª EDIÇÃO DO LIVRO: YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos / Robert K. Yin; trad. Daniel Grassi. – 3. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2005. 212 p. 
45/45
estratégia 
Forma da questão de pesquisa 
Exige controle 
sobre Eventos 
comportamentais? 
Focaliza acontecimentos contemporâneos 
experimento 
Como, por que 
sim 
sim 
levantamento 
Quem, o que, onde, quantos, quanto 
não 
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Análise de arquivos 
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Sim/não 
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Tt 71

  • 1. ESTUDO DE CASO: Planejamento e Métodos Robert K. Yin Florianópolis, 22 de novembro de 2007. Disciplina: Metodologia Científica Aplicada Professora: Sonia Afonso Mestrandos: Isabela Fernandes Andrade Renato Fonseca Livramento da Silva
  • 2. AUTOR ROBERT YIN é presidente da Cosmos Corporation, empresa que atua em ciências sociais e pesquisa aplicada. Além de Estudo de Caso, Yin escreveu Applications of Case Study Research. 1ª EDIÇÃO: Case study research: design and methods – 1984. 3ª EDIÇÃO: Estudo de caso: planejamento e métodos – 2005. 02/45
  • 3. SUMÁRIO 03/45 1 – Introdução 2 – Projetando estudos de caso 3 – Conduzindo estudos de caso: preparação para a coleta de dados 4 – Conduzindo estudos de caso: coleta de evidências 5 – Analisando as evidências do estudo de caso 6 – Relatando estudos de caso
  • 4. 1 – INTRODUÇÃO Em geral, os estudos de caso representam a estratégia preferida quando: • se colocam questões do tipo “como” e “por que”; • o pesquisador tem pouco controle sobre os acontecimentos; • o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real. 04/45
  • 5. INTRODUÇÃO O estudo de caso como estratégia de pesquisa O estudo de caso permite uma investigação para se preservar as características significativas dos acontecimentos da vida real – tais como ciclos de vida individuais, processos organizacionais e administrativos, mudanças ocorridas em regiões urbanas, relações internacionais e a maturação de setores econômicos. 05/45
  • 6. Comparando estudos de caso com outras estratégias de pesquisa nas Ciências Sociais Uma interpretação equivocada muito comum é a que as diversas estratégias de pesquisa devem ser dispostas hierarquicamente. Deve haver estudos de caso: • exploratórios; • descritivos; • explanatórios. Muito embora cada estratégia tenha suas características distintas, há grandes áreas de sobreposições entre elas. 06/45
  • 7. A primeira e mais importante condição para diferenciar as várias estratégias de pesquisa é identificar o tipo de questão de pesquisa que está sendo apresentada. Definir as questões de pesquisa é provavelmente o passo mais importante a ser considerado em um estudo de pesquisa. 07/45
  • 8. O estudo de caso conta com técnicas utilizadas pelas pesquisas históricas, mas acrescenta duas fontes de evidências que usualmente não são incluídas no repertório de um historiador: observação direta dos acontecimentos que estão sendo estudados e entrevistas das pessoas neles envolvidas. 08/45
  • 9. Variações dentro dos estudos de caso como estratégia de pesquisa A pesquisa de estudo de caso inclui tanto a pesquisa de caso único quanto a de casos múltiplos. Os estudos de caso podem ser conduzidos e escritos por muitos motivos diferentes, incluindo a simples apresentação de casos individuais ou o desejo de chegar a generalizações amplas baseadas em evidências de estudos de caso. Tipos diferentes de estudos de casos, mas uma definição comum 09/45
  • 10. A pesquisa de estudo de caso é notadamente complicada, muito embora já se tenha pensado bastante que os estudos de caso sejam uma pesquisa “fácil”, possivelmente porque os pesquisadores não seguiram procedimentos sistemáticos. 10/45
  • 11. Após selecionar a estratégia de estudo de caso, deveremos projetar o estudo de caso. Para atingir esse objetivo é necessário um plano ou projeto de pesquisa. 2 – PROJETANDO ESTUDO DE CASO Abordagem geral ao projetar estudos de caso 11/45
  • 12. Definição de projetos de pesquisa Coloquialmente, um projeto de pesquisa é um plano lógico para se sair daqui e chegar lá, onde aqui pode ser definido como o conjunto inicial de questões a serem respondidas, e lá é um conjunto de conclusões (respostas) sobre essas questões. Entre “aqui” e “lá” pode-se encontrar um grande número de etapas principais, incluindo a coleta e análise dos dados relevantes. 12/45
  • 13. Componentes de projetos de pesquisa Para os estudos de caso, são especialmente importantes cinco componentes de um projeto de pesquisa: 1.As questões de um estudo – “como” e “por que”; 2. Suas proposições, se houver – reflete uma importante questão teórica e começa a lhe mostrar onde você deve procurar evidências relevantes; 13/45
  • 14. 3. Sua(s) unidade(s) de análise – tentativa de definir se a unidade de análise está relacionada à maneira como foram definidas as questões de pesquisa; 4. A lógica que une os dados às proposições – idéia da “adequação ao padrão” descrita por Donald Campbell (1975); 5. Os critérios para interpretar as constatações – espera-se que as constatações possam ser interpretadas em termos de comparação. 14/45
  • 15. Um projeto completo de pesquisa, que abranja os cinco componentes descritos anteriormente, exige o desenvolvimento de uma estrutura teórica para o estudo de caso que será conduzido. No lugar de resistir a essa exigência, um bom pesquisador deve se esforçar para desenvolver essa estrutura teórica. 15/45
  • 16. A utilização da teoria, ao realizar estudos de caso, não apenas representa uma ajuda imensa na definição do projeto de pesquisa e na coleta de dados adequados, como também se torna o veículo principal para a generalização dos resultados do estudo de caso. 16/45
  • 17. Critérios para julgar a qualidade dos projetos de pesquisa Quatro testes vem sendo utilizados para determinar a qualidade de qualquer pesquisa: • Validade do constructo: estabelecer medidas operacionais corretas para os conceitos que estão sob estudo. • Validade interna (apenas para estudos explanatórios ou causais): estabelece uma relação causal. 17/45
  • 18. • Validade externa: estabelecer o domínio ao qual as descobertas de um estudo podem ser generalizadas. • Confiabilidade: demonstrar que as operações de um estudo podem ser repetidas, apresentando os mesmos resultados. Algumas táticas ocorrem durante a coleta de dados, durante a análise de dados ou durante a fases de redação da pesquisa. 18/45
  • 19. Quais são os projetos de caso único em potencial? Casos únicos representam um projeto comum para realizar estudos de caso, e existem duas variantes: as que utilizam projetos holísticos e as que utilizam unidades incorporadas de análise. Projetos de estudos de caso 19/45
  • 20. No geral, o projeto de caso único é eminentemente justificável sob certas condições, quando o caso representa: a) um teste crucial da teoria existente; b) uma circunstância rara ou exclusiva; c) um caso típico ou representativo; d) quando o caso serve a um propósito revelador; e) quando o caso serve a um propósito longitudinal. 20/45
  • 21. Uma etapa fundamental ao projetar e conduzir um caso único é definir a unidade de análise (ou o próprio caso). É necessária uma definição operacional e devem- se tomar algumas precauções – antes que se assuma um compromisso total com o estudo de caso como um todo – para garantir que o caso, na verdade, seja relevante ao tema e às questões de interesse. 21/45
  • 22. Quais os projetos de casos múltiplos em potencial? O livro considera que os projetos de caso único e de casos múltiplos são variantes dentro da mesma estrutura metodológica. A opção é considerada uma escolha de projeto de pesquisa com as duas sendo incluídas no âmbito do método do estudo de caso. 22/45
  • 23. Tanto os casos individuais e os resultados de casos múltiplos podem e devem ser o foco de um resumo. Para cada caso individual, esse resumo deve indicar como e por que se demonstrou (ou não) uma proposição em especial. 23/45
  • 24. Projetos de caso único ou projetos de casos múltiplos? Embora todos os projetos possam levar a estudos de caso bem-sucedidos, quando você tiver escolha, é melhor preferir projetos de casos múltiplos a projetos de caso único. Os projetos de caso único são vulneráveis. Mais importante do que isso, os benefícios analíticos de ter dois (ou mais) casos podem ser substanciais. Modesto conselho ao selecionar projetos de estudos de caso 24/45
  • 25. Projetos fechados ou flexíveis? Você não deve pensar que um projeto de estudo de caso não pode ser modificado por novas informações ou constatações durante a coleta de dados. Essas revelações podem ser tremendamente importantes, fazendo com que você altere ou modifique seu projeto original. Modesto conselho ao selecionar projetos de estudos de caso 25/45
  • 26. 3 – CONDUZINDO ESTUDOS DE CASO: PREPARAÇÃO PARA A COLETA DE DADOS A preparação para realizar um estudo de caso envolve habilidades prévias por parte do pesquisador, treinamento e preparação para o estudo de caso específico, desenvolvimento de um protocolo de estudo de caso, triagem dos possíveis estudos de caso e condução de um estudo de caso piloto. A pesquisa de estudo de caso caracteriza-se como um dos tipos mais árduos de pesquisa porque não há fórmulas de rotina. 26/45
  • 27. Uma boa questão começa com as habilidades desejadas por parte do pesquisador do estudo de caso. Quatro tópicos adicionais também devem ser uma parte formal de qualquer preparação para um estudo de caso: • o treinamento para um estudo de caso específico; • o desenvolvimento de um protocolo para a investigação; • a triagem das indicações para estudo de caso; e • a condução de um estudo de caso piloto. 27/45
  • 28. Lista básica de habilidades comumente exigidas para a realização de um estudo de caso: • um bom pesquisador de estudo de caso deve ser capaz de fazer boas perguntas – e interpretar as respostas. • o pesquisador deve ser um bom ouvinte e não ser enganado por suas próprias ideologias e preconceitos. 28/45
  • 29. • o pesquisador deve ser adaptável e flexível, de forma que as situações recentemente encontradas possam ser vistas como oportunidades, não ameaças. • o pesquisador deve ter uma noção clara das questões que estão sendo estudadas, mesmo que seja uma orientação teórica ou um modo exploratório. • o pesquisador deve ser imparcial em relação a noções preconcebidas, incluindo aquelas que se originam de uma teoria. 29/45
  • 30. Você sempre deve ser capaz de tomar decisões inteligentes sobre os dados que estão sendo coletados. Cada pesquisador precisa saber: • por que o estudo está sendo realizado; • quais evidências estão sendo procuradas; • quais variações podem ser antecipadas; • o que constituiria uma prova contrária para qualquer proposição dada. Treinamento e preparação para um estudo de caso específico 30/45
  • 31. 4 – CONDUZINDO ESTUDOS DE CASO: COLETA DE EVIDÊNCIAS As evidências para um estudo de caso podem vir de seis fontes distintas: Documentos, registros em arquivos, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos. 31/45
  • 32. Três princípios da coleta de dados: • a utilização de várias fontes de evidências, e não apenas uma; • a criação de um banco de dados para estudo de caso; • a manutenção de um encadeamento de evidências. 32/45
  • 33. Fonte de evidências Pontos fortes Pontos fracos Documentação Ex: cartas, memorando e outros tipos de correspondências, agendas, avisos de minutas de reuniões e outros relatórios escritos de eventos em geral, documentos administrativos, recortes de jornal e outros artigos publicados na mídia. estável – pode ser revisada inúmeras vezes exata – contém nomes, referências e detalhes exatos de um evento ampla cobertura – longo espaço de tempo, muitos eventos e muitos ambientes distintos acesso – pode ser deliberadamente negado seletividade tendenciosa, se a coleta não estiver completa relato de visões tendenciosas – reflete idéias preconcebidas do autor capacidade de recuperação pode ser baixa Registros em arquivos Ex: mapas, tabelas, agendas telefônicas, diários, dados oriundos de,registros de serviços. precisos e quantitativos [Os mesmos mencionados para documentação] [Os mesmos mencionados para documentação] Entrevistas direcionadas – enfocam diretamente o tópico do estudo de caso Perceptivas – fornecem inferências causais percebidas respostas tendenciosas ocorrem imprecisões devido a memória fraca do entrevistado reflexibilidade – o entrevistado dá ao entrevistador o que ele quer ouvir Observações diretas realidade – tratam de acontecimentos em tempo real contextuais – tratam do contexto do evento consomem muito tempo Seletividade – salvo ampla cobertura  flexibilidade - acontecimento pode ocorrer de forma diferenciada porque está sendo observado Observação participante perceptiva em relação a comportamentos e razões interpessoais [Os mesmos mencionados para observação direta] visão tendenciosa devida à manipulação dos eventos por parte do pesquisador Artefatos físicos capacidade de percepção em relação a aspectos culturais Capacidade de percepção em relação a operações técnicas disponibilidade seletividade
  • 34. 5 – ANALISANDO AS EVIDÊNCIAS DO ESTUDO DE CASO A análise de dados consiste em examinar, categorizar, classificar em tabelas ou, do contrário, recombinar as evidências tendo em vista proposições iniciais de um estudo. 34/45
  • 35. Adequação ao padrão – Compara um padrão fundamentalmente empírico com outro de base prognostica (ou com várias outras previsões alternativas). Se os padrões coincidirem, os resultados podem ajudar o estudo de caso a reforçar sua validade interna. Construção da explanação – O objetivo é analisar os dados do estudo de caso construindo uma explicação sobre o caso. Principais métodos de análise: 35/45
  • 36. Análise de séries temporais – Conduzir, uma análise séries temporais, diretamente análoga à análise de séries temporais realizada em experimentos e em pesquisas quase-experimentais. Modelos lógicos de programa – É uma combinação dos métodos de adequação ao padrão e de análise de séries temporais estabelecendo um encadeamento complexo de eventos. 36/45
  • 37. A exposição de um estudo de caso pode ser tanto escrita quanto oral. Independentemente da forma que assume, no entanto, etapas semelhantes devem ser obedecidas durante o processo de composição: Identificar o público almejado para o relatório, desenvolver uma estrutura de composição. 6 – RELATANDO ESTUDOS DE CASOS 37/45
  • 38. Como regra geral, a fase de composição exige maior esforço de um pesquisador de estudo de caso. O “relatório” de um estudo de caso não segue qualquer fórmula estereotipada. 38/45
  • 39. Os estudos de caso possuem uma relação mais diversa de possíveis públicos: • colegas da mesma área; organizadores políticos, profissionais em geral e também os profissionais que não se especializaram na metodologia de estudo de caso; • grupos especiais, como banca de tese ou dissertação de um estudante e a instituição financiadora da pesquisa. 39/45
  • 40. Um relatório de estudo de caso não precisa ser apenas escrito. As informações e os dados obtidos em um caso podem ser expostos de outras maneiras – como uma exposição oral ou até um conjunto de fotos ou gravações em vídeo. A escolha do formato influenciará reciprocamente a tarefa de identificar o público para o estudo de caso. 40/45
  • 41. Exemplo: Estudantes que estão elaborando suas dissertações e teses de mestrado e doutorado para o fato de que a banca examinadora poderá ser seu único público. O relatório final, sob tais circunstâncias, deve tentar se comunicar diretamente com a banca. Uma tática recomendada para se fazer isso é integrar a pesquisa já realizada pelos membros da banca à tese ou à dissertação, aumentando, dessa forma, o seu potencial de comunicabilidade. 41/45
  • 42. Variedade de estruturas de um estudo de caso: • Estruturas analíticas lineares; • Estruturas comparativas; • Estruturas cronológicas; • Estruturas de construção da teoria; • Estruturas de “incerteza”; • Estruturas não seqüenciais. 42/45
  • 43. O que torna exemplar um estudo de caso? • O estudo de caso deve ser significativo; • O estudo de caso deve ser completo; • O estudo de caso deve considerar perspectivas alternativas; • O estudo de caso deve apresentar evidências suficientes; • O estudo de caso deve ser elaborado de uma maneira atraente. 43/45
  • 44. Engajamento, instigação e sedução – essas são características incomuns dos estudos de caso. Produzir um estudo de caso como esse exige que o pesquisador seja entusiástico em relação à investigação e deseje transmitir amplamente os resultados obtidos. 44/45
  • 45. REFERÊNCIAS 1ª EDIÇÃO DO LIVRO: YIN, Robert K. Case study research: design and methods. London: Sage, 1984. 3ª EDIÇÃO DO LIVRO: YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos / Robert K. Yin; trad. Daniel Grassi. – 3. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2005. 212 p. 45/45
  • 46. estratégia Forma da questão de pesquisa Exige controle sobre Eventos comportamentais? Focaliza acontecimentos contemporâneos experimento Como, por que sim sim levantamento Quem, o que, onde, quantos, quanto não sim Análise de arquivos Quem, o que, onde, quantos, quanto não Sim/não Pesquisa histórica Como, por que não não Estudo de caso Como, por que não sim ESTUDO DE CASO E OUTRAS ESTRATÉGIAS DE PESQUISA