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IV Simpósio Internacional sobre Literatura Brasileira
Contemporânea: autoria, experiência e aportes críticos
rasurados

Resumos

Insulamento e literatura: em busca de definições
Gabriel Albuquerque
Partindo do projeto de pesquisa Brasil, Brasis: insulamento e produção literária no Amazonas, busco identificar os
resultados do que tem sido estudado, no âmbito de um grupo de pesquisa que coordeno, sobre o que é e não é tido
como literatura no Brasil. O suporte teórico para a discussão cruza um conjunto de disciplinas tais como história,
antropologia e estudos literários. Para além do clássico binômio centro-periferia, os resultados parciais apontam
para a distinção histórica entre o Sul e o Norte do Brasil, para a constituição identitária, para o cânone e seus
limites, bem como para uma produção ainda não avaliada, qual seja, os registros feitos sobre os mitos do alto Rio
Negro.

O escritor como mediador: estátua de sal?
Stefania Chiarelli
Pretendo investigar, no cenário contemporâneo das letras nacionais, a frequência e a intensidade com que
determinados escritores atuam na qualidade de mediadores de seus próprios escritos. A presença massiva de
escritores em eventos como festas literárias, feiras, debates, colóquios e congressos implica na exposição constante
da persona do escritor. Quais as consequências disso? Em que medida o público leitor passar a ter outro tipo de
recepção da obra desses autores? Se, por um lado, as entrevistas concedidas pelos criadores passam a ser lugares
teóricos importantes para a própria análise de seus escritos, por outro, como lidar com tudo isso?

Profissionalização do escritor e processos de internacionalização da literatura brasileira atual
Carmen Villarino Pardo
Hoje encontramos um número importante de produtores/as literários/as que vivem como profissionais da escrita.
De fato, atividades ligadas ao mundo literário como conferências, participação em encontros/congressos/feiras
literárias, oficinas de escrita, colaborações na imprensa etc. são espaços cada vez mais frequentados por quem se
define como escritor(a). Observando os casos de Nélida Piñon e Luiz Ruffato, analisaremos estas tomadas de
posição autorais em relação aos novos processos de internacionalização da literatura brasileira.

Resistência e intervenção no campo literário: o caso Edith
Anderson Luís Nunes da Mata
As fronteiras do campo literário são frequentemente forçadas por diversos agentes que buscam se inscrever dentro
de um discurso já hegemônico ou procuram desestabilizá-lo. O coletivo Edith, capitaneado por Marcelino Freire,
aparece com esse propósito, com uma resistência menor, focada em uma estratégia comercial pouco usual no
mercado de livros no Brasil e, principalmente, na formação, ao mesmo tempo, de um conjunto de novos autores e
de um público leitor para uma literatura que se situa na fronteira entre o entretenimento e a chamada alta
literatura. Na comunicação, serão apresentados os primeiros levantamentos sobre as publicações do coletivo no
que se refere a suas estratégias de legitimação no campo literário a partir de suas escolhas repertoriais e nos
resultados obtidos até aqui em função da recepção de seus textos entre as instâncias da crítica.

Academia, militância e criação literária: a produção de Lúcia Facco
Virgínia Mª Vasconcelos Leal
Lúcia Facco tem se destacado, com suas obras de ficção e ensaios acadêmicos, em um nicho específico do campo
literário: a temática lésbica. Com as publicações As heroínas saem do armário: literatura lésbica contemporânea

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(2004) e Era uma vez um casal diferente: a temática homossexual na educação literária infanto-juvenil (2009),
frutos de sua dissertação de mestrado e sua tese de doutorado em literatura, respectivamente, a escritora tornou-
se referência na área também como organizadora de livros. Como ficcionista, tem participado, ainda, de antologias
de contos, além de ter publicado seu próprio livro de narrativas curtas – Lado B: histórias de mulheres (2006) – e o
romance As guardiãs da magia (2008). Esse romance foi a primeira obra lançada pela Editora Malagueta, fundada
em 2008, trazendo uma proposta bem focada: editar livros de lésbicas para lésbicas. Com Laura Bacellar e Hanna
Korich, ativistas culturais e diretoras da Malagueta, Facco é coautora do livro de artigos Frente e verso: visões da
lesbianidade. Analisar a obra de Lúcia Facco é também pensar em uma escritora com um posicionamento específico
no campo literário brasileiro. Um posicionamento que não só “reflete”, mas também promove a visibilidade de
sexualidades não hegemônicas, como é o caso das lésbicas.

Uma estética do desconforto: autoria e crise na representação
Regina Dalcastagnè
A partir do momento em que o criador adquire consciência de que impõe um discurso sobre seu objeto, o qual deve
permanecer em silêncio para que ele possa falar melhor, instaura-se uma crise na representação, acentuada, cada
vez mais, com a resistência imposta pelo objeto do discurso a ser falado pelo outro. O objetivo aqui é observar três
respostas possíveis a essa crise, elaboradas em diferentes períodos da história cultural brasileira. Aproximando
literatura e artes plásticas, busca-se compreender a mediação exercida pelo artista entre o espectador/leitor e o
objeto representado. Uma mediação que parece passar quase sempre pelo desconforto, seja do autor diante de seu
objeto, seja do próprio objeto em cena, seja na construção da linguagem – que implica, também, no deslocamento
do leitor/espectador de sua zona de conforto.

Entre gambiarras e deslocamentos: assinado Marcelo Mirisola
Luciene Azevedo
O trabalho pretende acompanhar a construção da assinatura de Marcelo Mirisola, comentando alguns aspectos de
seu repertório ficcional e apostando na hipótese de que o cinismo que se cola à construção da identidade autoral é
um impasse à transformação de sua assinatura, de seu nome de autor. A partir de Joana, a contragosto, o autor
tenta um turning point através da metaficcionalização de sua própria condição como escritor no cenário literário
contemporâneo, expondo as aporias de inscrição de uma marca de autoria. Tal como disse Ricardo Lísias no
comentário que fez à Joana, a contragosto, é possível capturar um movimento de deslocamento da voz autoral na
direção de uma dicção mais melancólica, que põe a descoberto as estratégias de ficcionalização da própria figura
autoral nas narrativas, as imagens de escritor tematizadas na ficção. Nesse sentido, a presente comunicação
pretende capturar elementos recorrentes nas narrativas, laboriosamente reiterados, que, por um lado, apontam
para a consolidação de uma obra e, por outro, quando metaficcionalizados, indicam a exaustão e a aporia de uma
voz narrativa já confirmada.

4 por 3$: A pulp fiction brasileira e o fetiche da polpa
Ricardo Barberena
O trabalho problematiza a produção sistemática de escritores ultra marginais como Ryoki Inoue (autor de romances
como Trama diabólica e Quem herda aos seus). Presentes em revistarias de rodoviárias (onde se compra quatro
livros por três reais), estes escritores circulam massivamente em espaços interditados no que se refere aos saberes
e poderes acadêmicos. Em contrapartida, um grupo de jovens escritores, completamente inseridos no campo
literário, editou uma série, denominada ficção de polpa, na qual se percebe um fetichismo da margem numa
espécie de pulp fiction estetizada.

Os traços do literário no discurso historiográfico contemporâneo: o relato oral de sonhos como vestígios da
experiência histórica
Paulo C. Thomaz
Nas últimas décadas, a crítica literária vem debatendo-se com a dificuldade de desenvolver categorias que consigam
explicar e determinar como o material histórico opera em meio ao discurso ficcional. Este trabalho consiste na
tentativa de percorrer o caminho inverso: a partir de estudos científicos de historiadores que trabalham com o
discurso oral – em alguns casos com relatos de sonhos –, identificar (ou não?) traços ou vestígios do que a tradição
poética tem definido como literários nessa produção discursiva de sujeitos quase sempre marcados pela exclusão
social.

Experiências e artefatos da exogenia no romance brasileiro contemporâneo
José Leonardo Tonus
O trabalho inscreve-se num projeto de pesquisa mais abrangente que tem por objetivo contemplar o estudo de
romances contemporâneos brasileiros cujas vozes autorais encontram-se em situação de deslocamento:
emigrantes, clandestinos, viajantes, expatriados etc. Busca-se aqui refletir sobre o ressurgimento na literatura
brasileira contemporânea da experiência da exogenia no confronto com os espaços não nacionais. O interesse desta
pesquisa repousa na possibilidade de trazer aos estudos literários contemporâneos novas abordagens e chaves
epistemológicas no que tange às configurações genéricas e às questões de representação. Nesta apresentação,


                                                         2
tratar-se-á de estabelecer um primeiro balanço crítico desta pesquisa. Sublinharemos, em particular, os problemas
relativos ao mapeamento, à conceitualização e à categorização de uma prática literária cujos procedimentos de
legitimação e de “deslegitimação” vinculam-se ao mais diversos elementos circunstanciais: multiplicação de feiras e
encontros literários internacionais, promoção de programas de residência para escritores no exterior, bolsa de
produção criativa, incentivo à tradução, criação de prêmios literários transnacionais, acréscimo, decréscimo e
estabilização dos movimentos migratórios de brasileiros para o exterior. Neste primeiro trabalho, uma atenção
particular será reservada à chamada literatura “brazuca (ou brasuca)” e às razões de sua ausência no campo
literário nacional contemporâneo.


Em viagem: sobre outras paisagens e experiências narrativas no romance contemporâneo
Maria Isabel Edom Pires
Os deslocamentos de alguns protagonistas na literatura brasileira têm indicado algumas das motivações de saída do
país e, certamente, poucas convergências quanto aos procedimentos de sobrevivência. Talvez se possa destacar,
desde o romance Lorde, de João Gilberto Noll, dois aspectos que variam em gradação: a consciência do exílio e o
contato com a clandestinidade. Personagens como os de Algum lugar, de Paloma Vidal; Azul corvo, de Adriana
Lisboa; e Estive Lisboa e lembrei de você, de Luiz Ruffato, apontam para essas motivações, encarnam a migração
contemporânea e assinalam mapas culturais diversos – ao evidenciarem, sobretudo, os contatos com outros
imigrantes. O texto indaga sobre os pontos de convergência e sobre as opções estéticas dos autores, refletindo
sobre como a literatura brasileira tem pensado a viagem e a emigração.

Algum lugar, nenhum lugar: deslocamentos globais em Algum lugar, de Paloma Vidal, e Azul corvo, de Adriana
Lisboa
Leila Lehnen
No contexto de um mundo “globalizado”, onde o Estado-nação se define não somente pela sua soberania política,
mas também pelo seu posicionamento dentro de um contexto regional (através de, por exemplo, organizações
como o Mercosul) e global (Nações Unidas), a definição da cidadania – interpretada como afiliação a um território
geopolítico específico – passa por permutações tanto materiais (por exemplo, no caso de pessoas que têm dupla
cidadania), quanto simbólicas. Esta comunicação examinará como dois romances brasileiros contemporâneos
abordam a questão do pertencimento nacional e como esta ideia se transforma a partir da experiência da migração.
Algum lugar (2009), de Paloma Vidal, e Azul corvo (2010), de Adriana Lisboa focam em personagens desenraizados.
Mulheres que, ora voluntária, ora involuntariamente, têm de migrar de um país a outro – do Brasil aos Estados
Unidos (e, no caso de Vidal, de volta ao Brasil). Os dois romances tematizam o nexo entre migração, imaginação e a
(não) inserção do sujeito migratório dentro de um espaço sociocultural novo. O deslocamento desestabiliza as
protagonistas tanto pessoal como social e culturalmente. No entanto, este mesmo movimento permite que as
personagens possam refletir e recriar suas identidades individuais e coletivas. Propomos que os textos de Vidal e
Lisboa, ao abordar a questão de como a globalização tem impactado a noção de “pertencimento nacional” e, por
conseguinte, de cidadania, também nos oferecem distintas visões da identidade nacional e da cidadania. Ou seja,
nos dois romances tanto a identidade quanto a cidadania são conceitos voláteis. Esta volatilidade, por sua vez, afeta
os laços de sociabilidade que os personagens são capazes de estabelecer e transforma o conceito do “contrato
social”.

Um paradigma diferente para a formação feminina: Azul corvo e Fifth of March
Cíntia Schwantes
O Bildungsroman do séc. XIX consiste majoritariamente no treinamento da protagonista para bem performar suas
atividades como esposa e mãe. Mesmo que esse interesse explícito seja matizado no período subsequente, a
formação sentimental da protagonista continua ocupando um espaço significativo nessas narrativas (ainda mais se
comparada ao romance de formação com protagonista masculino, em que o interesse amoroso é secundário e, às
vezes, mesmo, inexistente). O que singulariza Azul corvo e Fifth of March é o fato de que suas protagonistas
perfazem uma trajetória de formação na qual o interesse amoroso está quase completamente ausente.

Aportes teóricos rasurados: a crítica literária feminista
Lúcia Osana Zolin
Nosso objetivo é tecer algumas reflexões acerca da crítica literária feminista, um aporte teórico muitas vezes
rasurado nos discursos balizados pelos sistemas teóricos tradicionais, cujo foco primordial é circunscrito pelas
chamadas “altas literaturas” e pela suposta “literariedade” aí imanente. As referidas “rasuras” – empreendidas em
termos de “estudos da mulher”, consequentemente, “estudos menores” – decorrem do fato de o feminismo crítico
consistir em um modo de ler a literatura, confessadamente empenhado e que se volta, de um lado, para o
desnudamento e/ou para a desconstrução dos discursos hegemônicos, responsáveis pela naturalização das
diferenças hierarquizadas de gênero; e, de outro, para a exploração da literatura de autoria feminina, visando
destacar-lhe os mecanismos estético-temáticos com que dialoga/desconstrói as históricas hierarquias de gênero.

Historiografias possíveis: autoria, campo, cânone, cordel, crítica literária e gênero


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Bruna Paiva de Lucena
Partindo-se do estudo das principais obras da história e da crítica literária brasileiras, responsáveis, em grande
medida, pela formação da historiografia literária brasileira, busca-se investigar os valores fundantes da noção de
Literatura, em especial o conceito formulado sobre uma literatura brasileira. Com este objetivo, procura-se traçar e
analisar os parâmetros estéticos, formais e, sobretudo, políticos e ideológicos que, no processo de constituição do
cânone literário, delinearam o conceito de literatura brasileira e que, consequentemente, com o estabelecimento e
a fixação desse conceito, excluíram manifestações literárias dele dissonantes.


Poéticas do deslocamento: representações de identidades femininas no Bildungsroman de autoria feminina
contemporâneo
Wilma dos Santos Coqueiro
O Bildungsroman tradicional, cujo modelo seria Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister (1795), de Goethe,
mostra o aperfeiçoamento humano e a formação do seu caráter. Esse conceito de romance, tido como um
fenômeno tipicamente alemão, voltado à representação de personagens masculinos, começa a ser problematizado
a partir do século XVIII. Na atualidade, sobretudo a partir dos estudos de Cristina Ferreira Pinto (1990), pode-se
falar em um Bildungsroman de autoria feminina brasileiro. Os temas que permeiam esses romances variam muito,
desde a representação da infância e adolescência das personagens, a reflexões sobre os problemas amorosos e de
formação cultural e identitária. Desse modo, o objetivo deste trabalho é uma análise da representação das
identidades femininas deslocadas da contemporaneidade, ou seja, aquelas que fogem ao script tradicional
feminino, em romances de quatro escritoras contemporâneas: Para sempre, de Ana Maria Machado (2001); Duas
iguais de Cíntia Moscovich (2004); Algum lugar, de Paloma Vidal (2009); e Azul corvo, de Adriana Lisboa (2010).

Entre muros e abrigos: corpos narrados em três casos da literatura brasileira contemporânea
Edma Cristina de Góis
A cidade orienta e organiza as relações familiares, sexuais e sociais na medida em que divide a vida dos sujeitos
entre os domínios público e privado. Neste último, ou seja, no espaço doméstico, as posições sociais e as
localizações dos indivíduos também se encontram apartadas. O ambiente da casa, enquanto um microespaço das
cidades e concentração da estrutura familiar, é corresponsável pela formação dos sujeitos e pela reprodução ou
ruptura de determinados papéis de gênero, construídos também por meio de um corpo. Contudo, na casa, há tanto
a repetição dos atos performativos quanto tentativas de não realização de um padrão. A partir dos romances de
três autoras brasileiras contemporâneas – Elvira Vigna, Lívia Garcia-Roza e Tatiana Salem Levy –, investigo como os
papéis de gênero, os estereótipos e a feminilidade aparecem ou são apagados dos corpos das personagens em
romances contemporâneos, e como a casa pode ser o abrigo de novas possibilidades narrativas para as
corporalidades femininas.

Mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira: gêneros em cena
Lígia de Amorim Neves
Este projeto tem como objetivo traçar uma visão panorâmica das formas de representação da personagem em
contos de autoria feminina brasileira publicados após a década de 1990, a partir da perspectiva teórica dos estudos
de gênero e da crítica literária feminista. Para tanto, foram escolhidas as antologias 25 mulheres que estão fazendo
a nova literatura brasileira (2004) e Mais 30 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira (2005), ambas
organizadas por Luiz Ruffato.

Autores brasileiros publicados na Espanha entre 2000 e 2010
Luciana Guedes
O mercado editorial brasileiro cresce em um ritmo acelerado e, consequentemente, aumentam também as relações
comerciais com o mercado internacional, seja importando ou exportando produtos literários. Nesse aspecto, a
relação com o mercado editorial espanhol adquire importância. Portanto, pretede-se, aqui, oferecer dados
objetivos que ajudem a compreender a dinâmica e o processo das exportações de livros para a Espanha,
respondendo a perguntas tais como: quantos livros de autores brasileiros foram publicados no mercado espanhol
entre 2000 e 2010? Houve crescimento das exportações? E, se houve, foi estável? A que subsetores editoriais
correspondem a maioria das obras publicadas? Quais autores receberam maior interesse por parte do mercado
editorial espanhol? E quais editoras investiram na publicação de autores brasileiros?

“Branca para casar, mulata para foder e negra para trabalhar”: relações afetivo-amorosas de mulheres negras no
rap e no romance brasileiro contemporâneo
Andressa Marques
O objetivo desta pesquisa é refletir sobre a representação das personagens femininas negras na literatura brasileira
contemporânea, especificamente nos gêneros romance e rap, pensando as relações afetivo-amorosas por elas
vivenciadas. Para tanto, o trabalho se divide em três momentos: a discussão sobre as violações do corpo feminino
negro nas representações da literatura brasileira dos séculos XIX e XX; a autorrepresentação das relações afetivo-



                                                         4
amorosas desses corpos nas obras de autoras negras contemporâneas; e, finalmente, a construção do amor para
essas personagens sob a ótica do rap feminino brasileiro atual.

Uma quebrada que fala, uma periferia que se escreve: literatura e movimento hip-hop
Laeticia Jensen Eble
Este trabalho analisa a produção literária de diferentes autores da periferia urbana inseridos no movimento hip-hop
e, por isso mesmo, imbuídos de um compromisso social com aqueles tradicionalmente deixados à margem pela
sociedade capitalista e pela literatura de elite. As obras serão analisadas enquanto textos que, ao narrar
experiências pessoais, falam por uma coletividade, bem como revelam as relações que se estabelecem entre os
personagens e o espaço urbano, que se constroem mutuamente.


“Homem na estrada”: percursos do narrador dos Racionais MC’s
Danilo Oliveira
O objetivo desse trabalho é investigar os percursos do narrador nas letras da banda de rap paulistana Racionais
MC’s, buscando compreender como aparecem teorizadas nesses discursos questões como raça, classe, mobilidade
social, entre outras. Acreditamos que, ao analisar os textos da mais importante banda de rap do Brasil, é possível
encontrar novas possibilidades teóricas para o pensamento social brasileiro do final do século XX e começo do XXI.

Figurações do gesto literário: o escritor-personagem na narrativa brasileira contemporânea
Igor Ximenes Graciano
Partindo-se da constatação de que o escritor é um dos personagens mais recorrentes no romance contemporâneo,
pretende-se investigar os motivos e implicações dessa incidência no campo literário brasileiro em cinco escritores:
Sérgio Sant’Anna, João Gilberto Noll, Cristovão Tezza, Bernardo Carvalho e Miguel Sanches Neto. Para tratar desse
fenômeno, recorre-se à imagem do gesto literário, uma vez que as obras são resultados de um ato “real” – ou seja,
a efetiva escrita e publicação dos romances – e que, ao trazerem o escritor como protagonista, dão a ver, no âmbito
da ficção, o gesto que mais o caracteriza: o ofício da escrita e os problemas em seu entorno.

Outsiders: os personagens de João Gilberto Noll e Bernardo Carvalho
Carlos Henrique Vieira
Diferentes escritores contemporâneos têm utilizado como personagens centrais de suas narrativas os outsiders. Os
outsiders são aqueles renegados e estigmatizados como inferiores, que manifestam um comportamento desviante
do apresentado por um grupo estabelecido e que consequentemente ocupam as margens de grandes cidades, da
ordem social ou do meio cultural. Nas narrativas de João Gilberto Noll e Bernardo Carvalho, recorrentemente,
encontramos personagens deslocados, que aparecem cercados pelo desajuste e pela inadequação. Pretendemos,
nesse trabalho, analisar as circunstâncias e características que permitem entender tanto o narrador-personagem de
Lorde (2004) quanto os personagens centrais, Ruslan e Andrei, de O filho da mãe (2009) como outsiders,
destacando, ainda, as semelhanças e aproximações existentes entre essas duas obras de dois dos mais ativos e
reconhecidos autores de nossa produção literária atual.

O problema migratório brasileiro em Inferno provisório, de Luiz Ruffato
Gabriel Estides Delgado
Após identificar a migração como o conflito central das personagens dos cinco volumes do romance Inferno
provisório, de Luiz Ruffato, o foco deste trabalho volta-se para os discursos e as estratégias narrativas de
representação destes personagens proletários, em seu caminho pleno de conversões identitárias, levadas a cabo
em meio a constrangimentos de desreterritorialização.

Estrangeiros na cidade ilhada de Hatoum
Marina Arantes Santos Vasconcelos
Este trabalho pretende identificar, no livro de contos A cidade ilhada, de Milton Hatoum, os personagens
estrangeiros. O objetivo é mapear quantos são, quem são e que percursos realizam ao longo da obra. A partir desse
cenário, a intenção é traçar um olhar sobre o tema da imigração e sobre o conceito de estrangeiredade na literatura
brasileira, além de observar como o autor particulariza sua acepção.

Crescer nas margens: trajetórias de meninas negras em romances pós-coloniais
Lorena Santos
Este trabalho propõe a análise dos cinco romances tendo como foco a trajetória das protagonistas, meninas negras
crescendo em situações marginais em sociedades de colônias ou ex-colônias, em sua maioria, periféricas. O estudo
objetiva identificar aproximações e distanciamentos na representação dessas personagens, utilizando, como
arcabouço teórico, conceitos oriundos da teoria polissistêmica de Itamar Even-Zohar, dos estudos culturais, pós-
coloniais e de gênero.

Capturas e tensões: representação da doença na literatura brasileira e francesa contemporânea


                                                        5
Ludimila Moreira Menezes
O foco deste trabalho são as narrativas literárias que abordam doenças e apresentam personagens em suas
performances enfermas deflagrando as estigmatizações e as resistências advindas de suas representações inscritas
no imaginário. Em um plano mais geral, o objetivo é investigar, em séries discursivas literárias, a representação da
doença na contemporaneidade. Ao elencar romances que rompem com o silêncio e disponibilizam vários
enquadramentos e materializações sobre o tema, serão analisados os efeitos de controle e de invisibilidade
advindos dos conflitos com esses corpos, que estão entre o limiar da cura, da clausura e da abjeção.



Formas (d)e tensões no OuLiPo e no concretismo: um estudo de La disparition, de Georges Perec, e de Galáxias,
de Haroldo de Campos
Vinícius Gonçalves Carneiro
A partir das reflexões de David Harvey e Paul Virilio sobre o capitalismo e a produção cultural do século XX, este
estudo objetiva comparar o movimento do OuLiPo e da Poesia Concreta. Primeiramente, pretende-se mapear o
discurso das vanguardas do modernismo europeu e ponderar sobre o alcance de suas contribuições estético-
ideológicas em relação ao discurso oulipiano e ao concreto. A seguir, ambiciona-se discutir o poder cerceador que
estes podem ter tido em relação a sua própria produção literária, o que passa pela descrição de como a
racionalidade do modernismo é posta em cheque por narrativas como La disparition, de Georges Perec, e Galáxias,
de Haroldo de Campos.

O personagem e sua identidade numa narrativa que se expande através das mídias
Camila Gonzzato
Diferentes mídias possibilitam diferentes maneiras de narrar e se comunicam com seus leitores de diferentes
formas. O que acontece com um personagem cuja história se estende através das mídias? Sua identidade é alterada
nessa transição? Como manter certa unidade e, ao mesmo tempo, trabalhar “respeitando” as singularidades
narrativas de cada mídia? Esta comunicação pretende investigar as relações entre personagens e mídias numa
mesma narrativa a partir de estudos da narratologia e das teorias de criação.




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Simpósio sobre Literatura Brasileira: autoria e crítica

  • 1. IV Simpósio Internacional sobre Literatura Brasileira Contemporânea: autoria, experiência e aportes críticos rasurados Resumos Insulamento e literatura: em busca de definições Gabriel Albuquerque Partindo do projeto de pesquisa Brasil, Brasis: insulamento e produção literária no Amazonas, busco identificar os resultados do que tem sido estudado, no âmbito de um grupo de pesquisa que coordeno, sobre o que é e não é tido como literatura no Brasil. O suporte teórico para a discussão cruza um conjunto de disciplinas tais como história, antropologia e estudos literários. Para além do clássico binômio centro-periferia, os resultados parciais apontam para a distinção histórica entre o Sul e o Norte do Brasil, para a constituição identitária, para o cânone e seus limites, bem como para uma produção ainda não avaliada, qual seja, os registros feitos sobre os mitos do alto Rio Negro. O escritor como mediador: estátua de sal? Stefania Chiarelli Pretendo investigar, no cenário contemporâneo das letras nacionais, a frequência e a intensidade com que determinados escritores atuam na qualidade de mediadores de seus próprios escritos. A presença massiva de escritores em eventos como festas literárias, feiras, debates, colóquios e congressos implica na exposição constante da persona do escritor. Quais as consequências disso? Em que medida o público leitor passar a ter outro tipo de recepção da obra desses autores? Se, por um lado, as entrevistas concedidas pelos criadores passam a ser lugares teóricos importantes para a própria análise de seus escritos, por outro, como lidar com tudo isso? Profissionalização do escritor e processos de internacionalização da literatura brasileira atual Carmen Villarino Pardo Hoje encontramos um número importante de produtores/as literários/as que vivem como profissionais da escrita. De fato, atividades ligadas ao mundo literário como conferências, participação em encontros/congressos/feiras literárias, oficinas de escrita, colaborações na imprensa etc. são espaços cada vez mais frequentados por quem se define como escritor(a). Observando os casos de Nélida Piñon e Luiz Ruffato, analisaremos estas tomadas de posição autorais em relação aos novos processos de internacionalização da literatura brasileira. Resistência e intervenção no campo literário: o caso Edith Anderson Luís Nunes da Mata As fronteiras do campo literário são frequentemente forçadas por diversos agentes que buscam se inscrever dentro de um discurso já hegemônico ou procuram desestabilizá-lo. O coletivo Edith, capitaneado por Marcelino Freire, aparece com esse propósito, com uma resistência menor, focada em uma estratégia comercial pouco usual no mercado de livros no Brasil e, principalmente, na formação, ao mesmo tempo, de um conjunto de novos autores e de um público leitor para uma literatura que se situa na fronteira entre o entretenimento e a chamada alta literatura. Na comunicação, serão apresentados os primeiros levantamentos sobre as publicações do coletivo no que se refere a suas estratégias de legitimação no campo literário a partir de suas escolhas repertoriais e nos resultados obtidos até aqui em função da recepção de seus textos entre as instâncias da crítica. Academia, militância e criação literária: a produção de Lúcia Facco Virgínia Mª Vasconcelos Leal Lúcia Facco tem se destacado, com suas obras de ficção e ensaios acadêmicos, em um nicho específico do campo literário: a temática lésbica. Com as publicações As heroínas saem do armário: literatura lésbica contemporânea 1
  • 2. (2004) e Era uma vez um casal diferente: a temática homossexual na educação literária infanto-juvenil (2009), frutos de sua dissertação de mestrado e sua tese de doutorado em literatura, respectivamente, a escritora tornou- se referência na área também como organizadora de livros. Como ficcionista, tem participado, ainda, de antologias de contos, além de ter publicado seu próprio livro de narrativas curtas – Lado B: histórias de mulheres (2006) – e o romance As guardiãs da magia (2008). Esse romance foi a primeira obra lançada pela Editora Malagueta, fundada em 2008, trazendo uma proposta bem focada: editar livros de lésbicas para lésbicas. Com Laura Bacellar e Hanna Korich, ativistas culturais e diretoras da Malagueta, Facco é coautora do livro de artigos Frente e verso: visões da lesbianidade. Analisar a obra de Lúcia Facco é também pensar em uma escritora com um posicionamento específico no campo literário brasileiro. Um posicionamento que não só “reflete”, mas também promove a visibilidade de sexualidades não hegemônicas, como é o caso das lésbicas. Uma estética do desconforto: autoria e crise na representação Regina Dalcastagnè A partir do momento em que o criador adquire consciência de que impõe um discurso sobre seu objeto, o qual deve permanecer em silêncio para que ele possa falar melhor, instaura-se uma crise na representação, acentuada, cada vez mais, com a resistência imposta pelo objeto do discurso a ser falado pelo outro. O objetivo aqui é observar três respostas possíveis a essa crise, elaboradas em diferentes períodos da história cultural brasileira. Aproximando literatura e artes plásticas, busca-se compreender a mediação exercida pelo artista entre o espectador/leitor e o objeto representado. Uma mediação que parece passar quase sempre pelo desconforto, seja do autor diante de seu objeto, seja do próprio objeto em cena, seja na construção da linguagem – que implica, também, no deslocamento do leitor/espectador de sua zona de conforto. Entre gambiarras e deslocamentos: assinado Marcelo Mirisola Luciene Azevedo O trabalho pretende acompanhar a construção da assinatura de Marcelo Mirisola, comentando alguns aspectos de seu repertório ficcional e apostando na hipótese de que o cinismo que se cola à construção da identidade autoral é um impasse à transformação de sua assinatura, de seu nome de autor. A partir de Joana, a contragosto, o autor tenta um turning point através da metaficcionalização de sua própria condição como escritor no cenário literário contemporâneo, expondo as aporias de inscrição de uma marca de autoria. Tal como disse Ricardo Lísias no comentário que fez à Joana, a contragosto, é possível capturar um movimento de deslocamento da voz autoral na direção de uma dicção mais melancólica, que põe a descoberto as estratégias de ficcionalização da própria figura autoral nas narrativas, as imagens de escritor tematizadas na ficção. Nesse sentido, a presente comunicação pretende capturar elementos recorrentes nas narrativas, laboriosamente reiterados, que, por um lado, apontam para a consolidação de uma obra e, por outro, quando metaficcionalizados, indicam a exaustão e a aporia de uma voz narrativa já confirmada. 4 por 3$: A pulp fiction brasileira e o fetiche da polpa Ricardo Barberena O trabalho problematiza a produção sistemática de escritores ultra marginais como Ryoki Inoue (autor de romances como Trama diabólica e Quem herda aos seus). Presentes em revistarias de rodoviárias (onde se compra quatro livros por três reais), estes escritores circulam massivamente em espaços interditados no que se refere aos saberes e poderes acadêmicos. Em contrapartida, um grupo de jovens escritores, completamente inseridos no campo literário, editou uma série, denominada ficção de polpa, na qual se percebe um fetichismo da margem numa espécie de pulp fiction estetizada. Os traços do literário no discurso historiográfico contemporâneo: o relato oral de sonhos como vestígios da experiência histórica Paulo C. Thomaz Nas últimas décadas, a crítica literária vem debatendo-se com a dificuldade de desenvolver categorias que consigam explicar e determinar como o material histórico opera em meio ao discurso ficcional. Este trabalho consiste na tentativa de percorrer o caminho inverso: a partir de estudos científicos de historiadores que trabalham com o discurso oral – em alguns casos com relatos de sonhos –, identificar (ou não?) traços ou vestígios do que a tradição poética tem definido como literários nessa produção discursiva de sujeitos quase sempre marcados pela exclusão social. Experiências e artefatos da exogenia no romance brasileiro contemporâneo José Leonardo Tonus O trabalho inscreve-se num projeto de pesquisa mais abrangente que tem por objetivo contemplar o estudo de romances contemporâneos brasileiros cujas vozes autorais encontram-se em situação de deslocamento: emigrantes, clandestinos, viajantes, expatriados etc. Busca-se aqui refletir sobre o ressurgimento na literatura brasileira contemporânea da experiência da exogenia no confronto com os espaços não nacionais. O interesse desta pesquisa repousa na possibilidade de trazer aos estudos literários contemporâneos novas abordagens e chaves epistemológicas no que tange às configurações genéricas e às questões de representação. Nesta apresentação, 2
  • 3. tratar-se-á de estabelecer um primeiro balanço crítico desta pesquisa. Sublinharemos, em particular, os problemas relativos ao mapeamento, à conceitualização e à categorização de uma prática literária cujos procedimentos de legitimação e de “deslegitimação” vinculam-se ao mais diversos elementos circunstanciais: multiplicação de feiras e encontros literários internacionais, promoção de programas de residência para escritores no exterior, bolsa de produção criativa, incentivo à tradução, criação de prêmios literários transnacionais, acréscimo, decréscimo e estabilização dos movimentos migratórios de brasileiros para o exterior. Neste primeiro trabalho, uma atenção particular será reservada à chamada literatura “brazuca (ou brasuca)” e às razões de sua ausência no campo literário nacional contemporâneo. Em viagem: sobre outras paisagens e experiências narrativas no romance contemporâneo Maria Isabel Edom Pires Os deslocamentos de alguns protagonistas na literatura brasileira têm indicado algumas das motivações de saída do país e, certamente, poucas convergências quanto aos procedimentos de sobrevivência. Talvez se possa destacar, desde o romance Lorde, de João Gilberto Noll, dois aspectos que variam em gradação: a consciência do exílio e o contato com a clandestinidade. Personagens como os de Algum lugar, de Paloma Vidal; Azul corvo, de Adriana Lisboa; e Estive Lisboa e lembrei de você, de Luiz Ruffato, apontam para essas motivações, encarnam a migração contemporânea e assinalam mapas culturais diversos – ao evidenciarem, sobretudo, os contatos com outros imigrantes. O texto indaga sobre os pontos de convergência e sobre as opções estéticas dos autores, refletindo sobre como a literatura brasileira tem pensado a viagem e a emigração. Algum lugar, nenhum lugar: deslocamentos globais em Algum lugar, de Paloma Vidal, e Azul corvo, de Adriana Lisboa Leila Lehnen No contexto de um mundo “globalizado”, onde o Estado-nação se define não somente pela sua soberania política, mas também pelo seu posicionamento dentro de um contexto regional (através de, por exemplo, organizações como o Mercosul) e global (Nações Unidas), a definição da cidadania – interpretada como afiliação a um território geopolítico específico – passa por permutações tanto materiais (por exemplo, no caso de pessoas que têm dupla cidadania), quanto simbólicas. Esta comunicação examinará como dois romances brasileiros contemporâneos abordam a questão do pertencimento nacional e como esta ideia se transforma a partir da experiência da migração. Algum lugar (2009), de Paloma Vidal, e Azul corvo (2010), de Adriana Lisboa focam em personagens desenraizados. Mulheres que, ora voluntária, ora involuntariamente, têm de migrar de um país a outro – do Brasil aos Estados Unidos (e, no caso de Vidal, de volta ao Brasil). Os dois romances tematizam o nexo entre migração, imaginação e a (não) inserção do sujeito migratório dentro de um espaço sociocultural novo. O deslocamento desestabiliza as protagonistas tanto pessoal como social e culturalmente. No entanto, este mesmo movimento permite que as personagens possam refletir e recriar suas identidades individuais e coletivas. Propomos que os textos de Vidal e Lisboa, ao abordar a questão de como a globalização tem impactado a noção de “pertencimento nacional” e, por conseguinte, de cidadania, também nos oferecem distintas visões da identidade nacional e da cidadania. Ou seja, nos dois romances tanto a identidade quanto a cidadania são conceitos voláteis. Esta volatilidade, por sua vez, afeta os laços de sociabilidade que os personagens são capazes de estabelecer e transforma o conceito do “contrato social”. Um paradigma diferente para a formação feminina: Azul corvo e Fifth of March Cíntia Schwantes O Bildungsroman do séc. XIX consiste majoritariamente no treinamento da protagonista para bem performar suas atividades como esposa e mãe. Mesmo que esse interesse explícito seja matizado no período subsequente, a formação sentimental da protagonista continua ocupando um espaço significativo nessas narrativas (ainda mais se comparada ao romance de formação com protagonista masculino, em que o interesse amoroso é secundário e, às vezes, mesmo, inexistente). O que singulariza Azul corvo e Fifth of March é o fato de que suas protagonistas perfazem uma trajetória de formação na qual o interesse amoroso está quase completamente ausente. Aportes teóricos rasurados: a crítica literária feminista Lúcia Osana Zolin Nosso objetivo é tecer algumas reflexões acerca da crítica literária feminista, um aporte teórico muitas vezes rasurado nos discursos balizados pelos sistemas teóricos tradicionais, cujo foco primordial é circunscrito pelas chamadas “altas literaturas” e pela suposta “literariedade” aí imanente. As referidas “rasuras” – empreendidas em termos de “estudos da mulher”, consequentemente, “estudos menores” – decorrem do fato de o feminismo crítico consistir em um modo de ler a literatura, confessadamente empenhado e que se volta, de um lado, para o desnudamento e/ou para a desconstrução dos discursos hegemônicos, responsáveis pela naturalização das diferenças hierarquizadas de gênero; e, de outro, para a exploração da literatura de autoria feminina, visando destacar-lhe os mecanismos estético-temáticos com que dialoga/desconstrói as históricas hierarquias de gênero. Historiografias possíveis: autoria, campo, cânone, cordel, crítica literária e gênero 3
  • 4. Bruna Paiva de Lucena Partindo-se do estudo das principais obras da história e da crítica literária brasileiras, responsáveis, em grande medida, pela formação da historiografia literária brasileira, busca-se investigar os valores fundantes da noção de Literatura, em especial o conceito formulado sobre uma literatura brasileira. Com este objetivo, procura-se traçar e analisar os parâmetros estéticos, formais e, sobretudo, políticos e ideológicos que, no processo de constituição do cânone literário, delinearam o conceito de literatura brasileira e que, consequentemente, com o estabelecimento e a fixação desse conceito, excluíram manifestações literárias dele dissonantes. Poéticas do deslocamento: representações de identidades femininas no Bildungsroman de autoria feminina contemporâneo Wilma dos Santos Coqueiro O Bildungsroman tradicional, cujo modelo seria Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister (1795), de Goethe, mostra o aperfeiçoamento humano e a formação do seu caráter. Esse conceito de romance, tido como um fenômeno tipicamente alemão, voltado à representação de personagens masculinos, começa a ser problematizado a partir do século XVIII. Na atualidade, sobretudo a partir dos estudos de Cristina Ferreira Pinto (1990), pode-se falar em um Bildungsroman de autoria feminina brasileiro. Os temas que permeiam esses romances variam muito, desde a representação da infância e adolescência das personagens, a reflexões sobre os problemas amorosos e de formação cultural e identitária. Desse modo, o objetivo deste trabalho é uma análise da representação das identidades femininas deslocadas da contemporaneidade, ou seja, aquelas que fogem ao script tradicional feminino, em romances de quatro escritoras contemporâneas: Para sempre, de Ana Maria Machado (2001); Duas iguais de Cíntia Moscovich (2004); Algum lugar, de Paloma Vidal (2009); e Azul corvo, de Adriana Lisboa (2010). Entre muros e abrigos: corpos narrados em três casos da literatura brasileira contemporânea Edma Cristina de Góis A cidade orienta e organiza as relações familiares, sexuais e sociais na medida em que divide a vida dos sujeitos entre os domínios público e privado. Neste último, ou seja, no espaço doméstico, as posições sociais e as localizações dos indivíduos também se encontram apartadas. O ambiente da casa, enquanto um microespaço das cidades e concentração da estrutura familiar, é corresponsável pela formação dos sujeitos e pela reprodução ou ruptura de determinados papéis de gênero, construídos também por meio de um corpo. Contudo, na casa, há tanto a repetição dos atos performativos quanto tentativas de não realização de um padrão. A partir dos romances de três autoras brasileiras contemporâneas – Elvira Vigna, Lívia Garcia-Roza e Tatiana Salem Levy –, investigo como os papéis de gênero, os estereótipos e a feminilidade aparecem ou são apagados dos corpos das personagens em romances contemporâneos, e como a casa pode ser o abrigo de novas possibilidades narrativas para as corporalidades femininas. Mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira: gêneros em cena Lígia de Amorim Neves Este projeto tem como objetivo traçar uma visão panorâmica das formas de representação da personagem em contos de autoria feminina brasileira publicados após a década de 1990, a partir da perspectiva teórica dos estudos de gênero e da crítica literária feminista. Para tanto, foram escolhidas as antologias 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira (2004) e Mais 30 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira (2005), ambas organizadas por Luiz Ruffato. Autores brasileiros publicados na Espanha entre 2000 e 2010 Luciana Guedes O mercado editorial brasileiro cresce em um ritmo acelerado e, consequentemente, aumentam também as relações comerciais com o mercado internacional, seja importando ou exportando produtos literários. Nesse aspecto, a relação com o mercado editorial espanhol adquire importância. Portanto, pretede-se, aqui, oferecer dados objetivos que ajudem a compreender a dinâmica e o processo das exportações de livros para a Espanha, respondendo a perguntas tais como: quantos livros de autores brasileiros foram publicados no mercado espanhol entre 2000 e 2010? Houve crescimento das exportações? E, se houve, foi estável? A que subsetores editoriais correspondem a maioria das obras publicadas? Quais autores receberam maior interesse por parte do mercado editorial espanhol? E quais editoras investiram na publicação de autores brasileiros? “Branca para casar, mulata para foder e negra para trabalhar”: relações afetivo-amorosas de mulheres negras no rap e no romance brasileiro contemporâneo Andressa Marques O objetivo desta pesquisa é refletir sobre a representação das personagens femininas negras na literatura brasileira contemporânea, especificamente nos gêneros romance e rap, pensando as relações afetivo-amorosas por elas vivenciadas. Para tanto, o trabalho se divide em três momentos: a discussão sobre as violações do corpo feminino negro nas representações da literatura brasileira dos séculos XIX e XX; a autorrepresentação das relações afetivo- 4
  • 5. amorosas desses corpos nas obras de autoras negras contemporâneas; e, finalmente, a construção do amor para essas personagens sob a ótica do rap feminino brasileiro atual. Uma quebrada que fala, uma periferia que se escreve: literatura e movimento hip-hop Laeticia Jensen Eble Este trabalho analisa a produção literária de diferentes autores da periferia urbana inseridos no movimento hip-hop e, por isso mesmo, imbuídos de um compromisso social com aqueles tradicionalmente deixados à margem pela sociedade capitalista e pela literatura de elite. As obras serão analisadas enquanto textos que, ao narrar experiências pessoais, falam por uma coletividade, bem como revelam as relações que se estabelecem entre os personagens e o espaço urbano, que se constroem mutuamente. “Homem na estrada”: percursos do narrador dos Racionais MC’s Danilo Oliveira O objetivo desse trabalho é investigar os percursos do narrador nas letras da banda de rap paulistana Racionais MC’s, buscando compreender como aparecem teorizadas nesses discursos questões como raça, classe, mobilidade social, entre outras. Acreditamos que, ao analisar os textos da mais importante banda de rap do Brasil, é possível encontrar novas possibilidades teóricas para o pensamento social brasileiro do final do século XX e começo do XXI. Figurações do gesto literário: o escritor-personagem na narrativa brasileira contemporânea Igor Ximenes Graciano Partindo-se da constatação de que o escritor é um dos personagens mais recorrentes no romance contemporâneo, pretende-se investigar os motivos e implicações dessa incidência no campo literário brasileiro em cinco escritores: Sérgio Sant’Anna, João Gilberto Noll, Cristovão Tezza, Bernardo Carvalho e Miguel Sanches Neto. Para tratar desse fenômeno, recorre-se à imagem do gesto literário, uma vez que as obras são resultados de um ato “real” – ou seja, a efetiva escrita e publicação dos romances – e que, ao trazerem o escritor como protagonista, dão a ver, no âmbito da ficção, o gesto que mais o caracteriza: o ofício da escrita e os problemas em seu entorno. Outsiders: os personagens de João Gilberto Noll e Bernardo Carvalho Carlos Henrique Vieira Diferentes escritores contemporâneos têm utilizado como personagens centrais de suas narrativas os outsiders. Os outsiders são aqueles renegados e estigmatizados como inferiores, que manifestam um comportamento desviante do apresentado por um grupo estabelecido e que consequentemente ocupam as margens de grandes cidades, da ordem social ou do meio cultural. Nas narrativas de João Gilberto Noll e Bernardo Carvalho, recorrentemente, encontramos personagens deslocados, que aparecem cercados pelo desajuste e pela inadequação. Pretendemos, nesse trabalho, analisar as circunstâncias e características que permitem entender tanto o narrador-personagem de Lorde (2004) quanto os personagens centrais, Ruslan e Andrei, de O filho da mãe (2009) como outsiders, destacando, ainda, as semelhanças e aproximações existentes entre essas duas obras de dois dos mais ativos e reconhecidos autores de nossa produção literária atual. O problema migratório brasileiro em Inferno provisório, de Luiz Ruffato Gabriel Estides Delgado Após identificar a migração como o conflito central das personagens dos cinco volumes do romance Inferno provisório, de Luiz Ruffato, o foco deste trabalho volta-se para os discursos e as estratégias narrativas de representação destes personagens proletários, em seu caminho pleno de conversões identitárias, levadas a cabo em meio a constrangimentos de desreterritorialização. Estrangeiros na cidade ilhada de Hatoum Marina Arantes Santos Vasconcelos Este trabalho pretende identificar, no livro de contos A cidade ilhada, de Milton Hatoum, os personagens estrangeiros. O objetivo é mapear quantos são, quem são e que percursos realizam ao longo da obra. A partir desse cenário, a intenção é traçar um olhar sobre o tema da imigração e sobre o conceito de estrangeiredade na literatura brasileira, além de observar como o autor particulariza sua acepção. Crescer nas margens: trajetórias de meninas negras em romances pós-coloniais Lorena Santos Este trabalho propõe a análise dos cinco romances tendo como foco a trajetória das protagonistas, meninas negras crescendo em situações marginais em sociedades de colônias ou ex-colônias, em sua maioria, periféricas. O estudo objetiva identificar aproximações e distanciamentos na representação dessas personagens, utilizando, como arcabouço teórico, conceitos oriundos da teoria polissistêmica de Itamar Even-Zohar, dos estudos culturais, pós- coloniais e de gênero. Capturas e tensões: representação da doença na literatura brasileira e francesa contemporânea 5
  • 6. Ludimila Moreira Menezes O foco deste trabalho são as narrativas literárias que abordam doenças e apresentam personagens em suas performances enfermas deflagrando as estigmatizações e as resistências advindas de suas representações inscritas no imaginário. Em um plano mais geral, o objetivo é investigar, em séries discursivas literárias, a representação da doença na contemporaneidade. Ao elencar romances que rompem com o silêncio e disponibilizam vários enquadramentos e materializações sobre o tema, serão analisados os efeitos de controle e de invisibilidade advindos dos conflitos com esses corpos, que estão entre o limiar da cura, da clausura e da abjeção. Formas (d)e tensões no OuLiPo e no concretismo: um estudo de La disparition, de Georges Perec, e de Galáxias, de Haroldo de Campos Vinícius Gonçalves Carneiro A partir das reflexões de David Harvey e Paul Virilio sobre o capitalismo e a produção cultural do século XX, este estudo objetiva comparar o movimento do OuLiPo e da Poesia Concreta. Primeiramente, pretende-se mapear o discurso das vanguardas do modernismo europeu e ponderar sobre o alcance de suas contribuições estético- ideológicas em relação ao discurso oulipiano e ao concreto. A seguir, ambiciona-se discutir o poder cerceador que estes podem ter tido em relação a sua própria produção literária, o que passa pela descrição de como a racionalidade do modernismo é posta em cheque por narrativas como La disparition, de Georges Perec, e Galáxias, de Haroldo de Campos. O personagem e sua identidade numa narrativa que se expande através das mídias Camila Gonzzato Diferentes mídias possibilitam diferentes maneiras de narrar e se comunicam com seus leitores de diferentes formas. O que acontece com um personagem cuja história se estende através das mídias? Sua identidade é alterada nessa transição? Como manter certa unidade e, ao mesmo tempo, trabalhar “respeitando” as singularidades narrativas de cada mídia? Esta comunicação pretende investigar as relações entre personagens e mídias numa mesma narrativa a partir de estudos da narratologia e das teorias de criação. 6