O documento discute o tema da globalização da economia em 3 partes: 1) Define globalização e descreve seu processo histórico; 2) Detalha características da globalização como a fragmentação territorial e o papel das corporações transnacionais; 3) Discutem os impactos da globalização como o aumento da desigualdade social e mudanças no mercado de trabalho através do desemprego e terceirização.
2. A Globalização da Economia
O QUE É GLOBALIZAÇÃO?
Globalização é o conjunto de transformações na
ordem política e econômica mundial que vem
acontecendo nas últimas décadas. É a fase atual de
expansão do capitalismo.
Trata-se do mais novo e avançado estágio de
interdependência de todos os povos e economias da
superfície terrestre.
O ponto central da mudança é a integração dos
mercados numa "aldeia-global", explorada pelas
grandes corporações internacionais.
3. No entanto, esse processo não é inteiramente novo, ele se iniciou com
as grandes navegações, no final do século XV e XVI na Europa
unificando o planeta e criando pela primeira vez na história da
humanidade, um mercado mundial.
Dessa forma, o momento atual, isto é a globalização, representa tão
somente um novo degrau ou etapa desse processo secular de
mundialização do capitalismo.
Os Estados abandonam gradativamente as barreiras tarifárias para
proteger sua produção da concorrência dos produtos estrangeiros e
abrem-se ao comércio e ao capital internacional.
A Globalização da Economia
4. Características da globalização
Fragmentação territorial
Sistema financeiro mundial
controlado por poucos países e
entidades
Base tecnológica – informática
como plataforma de conexão
mundial em rede
Pulverização acentuação das
desigualdades
5. A desterritorialização
A desterritorialização e o declínio das metrópoles são elementos
importantes da sociedade global.
O esvaziamento das grandes cidades e metrópoles explica esse processo
de desterritorialização, pois as cidades deixaram de ser centros de
decisões econômicas, políticas e estratégicas.
Os espaços decisórios são as redes.
6. Corporações Transnacionais
A globalização é marcada pela expansão mundial das grandes
corporações internacionais. A cadeia de fast food McDonald's, por
exemplo, possui 18 mil restaurantes em 91 países.
Essas corporações exercem um papel decisivo na economia mundial.
Segundo pesquisa do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade
de São Paulo, em 1994 as maiores empresas do mundo (Mitsubishi,
Mitsui, Sumitomo, General Motors, Marubeni, Ford, Exxon, Nissho e
Shell) obtêm um faturamento de 1,4 trilhão de dólares.
Esse valor equivale à soma dos PIBs do Brasil, México, Argentina,
Chile, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela e Nova Zelândia.
7. Outro ponto importante desse processo são as mudanças significativas
no modo de produção das mercadorias. Auxiliadas pelas facilidades na
comunicação e nos transportes, as transnacionais instalam suas
fábricas sem qualquer lugar do mundo onde existam as melhores
vantagens fiscais, mão de obra e matérias-primas baratas.
O resultado desse processo é que, atualmente, grande parte dos
produtos não tem mais uma nacionalidade definida. Um automóvel de
marca norte-americana pode conter peças fabricadas no Japão, ter sido
projetado na Alemanha, montado no Brasil e vendido no Canadá.
Corporações Transnacionais
8. Revolução Tecnocientífica
A rápida evolução e a popularização das tecnologias da informação
(computadores, telefones e televisão) têm sido fundamentais para
agilizar o comércio e as transações financeiras entre os países.
As fontes de informação também se uniformizam devido ao alcance
mundial e à crescente popularização dos canais de televisão por
assinatura e da Internet. Isso faz com que os desdobramentos da
globalização ultrapassem os limites da economia e comecem a provocar
uma certa homogeneização cultural entre os países.
9. A Sociedade Global
Sociedade global como uma categoria em formação (globalização)
Apesar das diferenças entre as sociedades é possível distinguir
processos, relações e estruturas semelhantes. Quais sejam:
transnacionalização das instituições, sejam econômicas políticas,
sociais, culturais, tecnológicas.
ocidentalização do mundo
o enfraquecimento dos estados-nação – consequente fortalecimento de
outras entidades (OMC, FMI, ONU etc.)
10. Globalização e Emprego
Havia uma época em que o desemprego era cíclico, ou seja, passava por
fases alternadas de altos e baixos – desemprego conjuntural.
Hoje fala-se muito em desemprego estrutural – ocorre quando acontece
uma mudança na estrutura produtiva, uma parte do setor da empresa
desaparece.
Esse fenômeno ocorre geralmente por implantação de sistemas
automatizados
12. De modo geral, o problema do desemprego no final do século XX se
agravou mais nos países desenvolvidos.
Nesses países, a mão de obra ficou cara, porque os profissionais se
tornaram especializados, exigindo salários elevados.
A saída de multinacionais para o interior dos países emergentes, como
forma de diminuir o custo operacional.
Terceirização – corresponde a prestação autônoma de serviços ou
emprego de regime temporário.
Globalização e Emprego
14. Economia informal (subemprego)
Nos países subdesenvolvidos é cada vez maior o número de pessoas
desempregadas, desempenhando suas atividades no setor terciário
hipertrofiado.
Esse setor engloba atividades
de pessoas autônomas, na
venda ou produção de
mercadorias trabalhando por
conta própria, sem proteção
legal nem vínculos
empregatícios .
Globalização e Desigualdade Social
15. A hipertrofia também consiste na prestação de serviços de baixa
qualidade profissional, caso de algumas atividades do setor público,
exemplo educação, transportes saúde, entre outros.
Globalização e Desigualdade Social
16. Estudos da ONU demonstram que 1% dos mais ricos possuem o mesmo
que 57% da população mundial mais pobre.
Para piorar, cerca de 2,8 bilhões de pessoas no mundo vivem com
menos de dois dólares por dia a exemplo de China e Índia que mesmo
tendo um grande crescimento econômico, continuam mantendo
grandes desigualdades sociais.
Globalização e Desigualdade Social
17. O que a globalização provocou nos países pobres foi a acentuação da
dependência dos países ricos na questão tecnológica, comercial,
financeira e cultural.
Globalização e Desigualdade Social
18. A Formação dos Blocos
Econômicos Supranacionais
Zona de livre comércio: decorre de redução ou
eliminação das taxas alfandegárias sobre as
mercadorias trocadas entre os países membros.
União aduaneira: resulta da adoção de uma mesma
regulamentação para o comércio dos países do bloco
com outras nações, mediante adoção de uma Tarifa
externa Comum (TEC).
19. Mercado comum: forma-se quando, além de livre
comércio, é estabelecida a livre circulação de
pessoas, capitais e serviços.
União política, econômica e monetária: o estágio
mais complexo e avançado de um bloco
supranacional é atingido quando os países membros
adotam a mesma política econômica, além de moeda
única.
A Formação dos Blocos
Econômicos Supranacionais
20. A União Europeia
Dos blocos econômicos existentes no mundo, o mais
antigo e integrado é a União Europeia.
Em 1957, ainda no contexto de reconstrução
econômica e de Guerra fria, nascia a comunidade
econômica europeia (CEE) ou (MCE) formada por
seis países: Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Itália,
França e Alemanha Ocidental.
21. Em 1973 – Ingresso de mais três membros (Europa
dos Nove) – Reino Unido, Dinamarca e Irlanda.
Em 1981 – Ingresso da Grécia (Europa dos dez).
Em 1986 – Ingresso da Espanha e de Portugal
(Europa dos doze).
A União Europeia
22. Em 1992, com a assinatura do Tratado de
Maastricht, a CEE passou a se denominar União
Europeia (UE)
Por esse tratado reestruturou-se o bloco, que
assumiu o modelo de união econômica e monetária,
uma vez que, além das políticas conjuntas para
setores de segurança e política monetária, foi criada
uma moeda única, o euro.
A União Europeia
23. Inicialmente, em janeiro de 1999, o euro passou a ser
adotado em 11 países membros. Dez anos depois, 16
países adotavam a moeda única.
Em maio de 2004, dez novos países, a maioria
situada na Europa Oriental (ex-socialista),
ingressaram na UE, que passou a contar com 25
membros. Em janeiro de 2007, outros dois países ex-
comunista aderiram ao bloco: Bulgária e Romênia.
A União Europeia
24. UE conta com um espaço integrado de 4 milhões de
km², habitado por 480 milhões de pessoas
Segundo dados da OMC, a UE é responsável por 25%
de todo comércio mundial. Destacam-se o Reino
Unido, a Alemanha, a França, a Itália e a Espanha.
A União Europeia
25. Apesar das políticas econômicas comuns nesse
espaço comunitário existem profundas diferenças
socioeconômicas entre a parte ocidental (mais rica) e
parte oriental (mais pobre).
O Parlamento Europeu, com sede em Estrasburgo,
na França, é o principal órgão da política da EU.
A União Europeia
26. NAFTA
O acordo de Livre Comércio da América do Norte
(Nafta, de North American Free Trade Agreement)
começou a surgir em 1988, quando foi criada uma
zona de livre comércio entre os Estados Unidos e o
Canadá.
Em 1993 recebeu adesão do México, e um ano depois
entrou em vigou. Em dez anos, a circulação de
mercadorias entre os três países membros cresceu
mais de 150% e a economia mexicana despontou
entre as quinze maiores do mundo.
27. O acordo impõe eliminação tarifaria progressiva, até
sua extinção total em dez anos.
Esse tipo de acordo beneficia única e sobremaneira
as multinacionais, especialmente as dos Estados
Unidos.
Compromete a soberania nacional e uma regressão
nos direitos sociais, elevação nas taxas de
desemprego.
NAFTA
28. As consequências desse acordo para o Canadá
1. A estagnação econômica e maior dependência do
mercado estadunidense;
2. Forte degradação social e ambiental;
3. Desvalorização monetária e elevação nas taxas de
desemprego.
NAFTA
29. As consequências para o México
1. A economia mexicana reduziu seu crescimento de
6,6% para 3,3% na década de 1990;
2. Fez aumentar a dependência econômica elevando a
divida externa em US$ 163 bilhões;
3. A situação mais deprimente, se dá nas
maquiladoras, empresas que se instalam na
fronteira dos países, como forma de gerar
empregos nas regiões pobres da fronteira com os
Estados Unidos.
30. ASEAN-APEC
Associação das Nações do Sudeste Asiático foi criada
em 1967 para fortalecer o desenvolvimento e a
estabilidade dos países da região.
Em 1993 surgiu a Cooperação da Ásia e do Pacifico,
um bloco econômico regional, com o intuito de criar
uma zona de livre comércio entre os 20 países que a
compõem até o ano de 2020.
31. A Apec se definitivamente implementado, será um
megabloco de livre comércio, com uma população
que ultrapassará já em 2020 os 2,7 bilhões de
pessoas e o PIB deverá ser maior do que 20 trilhões
de dólares. Será a maior área de livre comércio do
mundo.
Esse processo somente tem sido possível pela
abertura das portas para o capital internacional,
incentivo fiscal e mão de obra barata.
ASEAN-APEC
32. MERCOSUL
O Mercado Comum do Sul foi criado em 1991,
através do Tratado de Assunção, formado por Brasil,
Argentina, Uruguai e Paraguai.
Esse bloco econômico tem por objetivo principal o
estabelecimento de um mercado comum, o que
significa na pratica, a construção de um espaço
econômico comum entre os países que o compõem.
33. O Mercosul é hoje uma realidade econômica de
dimensões continentais: uma área total de mais de 11
milhões de quilômetros quadrados; um mercado de
200 milhões de habitantes; um PIB acumulado de
mais de 1 trilhão de dólares, o que o coloca entre as
maiores economias do mundo, logo após o Nafta, a
União Europeia e o Japão.
MERCOSUL
34. As origens do Mercosul remontam à crise das
economias argentina e brasileira de meados da
década de 1980, altamente endividadas, estagnadas e
com dificuldades de atrair capitais produtivos.
Nesse quadro, os dois países iniciaram políticas de
abertura e aproximação econômica e comercial, com
o objetivo de juntar forças em um mercado
internacional altamente concorrencial.
MERCOSUL