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DIAGNÓSTICO DE NECESSIDADES
Elisabete Machado, Rolanda Gomes, &Teresa Vilaça
1
Unidade Curricular Projeto e Seminário – Dispositivos e Metodologias de Formação e Mediação, Instituto
da Educação – Universidade do Minho
O diagnóstico de necessidades iniciou-se na primeira reunião no Centro de Dia com a
coordenadora da valência 3ª Idade. Nesta reunião ficamos a saber que, na perspetiva da
coordenadora, o nosso trabalho poderia colmatar uma das principais necessidades do Centro
de Dia, remetendo-nos para o grupo dos idosos que indicam maior senilidade. Foi-nos
proposto ainda a criação do nosso próprio atelier.
No entanto, durante a observação participante realizada enquanto colaborávamos nas
atividades do Centro de Dia, observámos outras áreas em que poderia ser útil desenvolver o
nosso projeto, nomeadamente:
 Ajudar a dinamizar a Hora do Conto realizada por uma voluntária no Centro
de Dia;
 Ajudar um investigador nas suas atividades intergeracionais no âmbito do seu
doutoramento, onde colaboramos no auxílio das tarefas inseridas nas
atividades;
 Tentar melhorar a disposição da sala de convívio, no que concerne à forma
como as cadeiras e as mesas se encontram dispostas e melhorar as atividades
que são realizadas na mesma.
Para completar este diagnóstico de necessidades e analisar a perceção de alguns informantes-
chave da instituição sobre as potencialidades do nosso contributo para colmatar essas
necessidades, elaboramos uma entrevista semiestruturada que aplicamos a três informantes-
chave: um educador social, um auxiliar e um voluntário.
Começamos por verificar que poderíamos colaborar mais especificamente com
qualquer um dos entrevistados, atendendo às tarefas que estes realizavam no Centro de Dia
(Quadro 1).
Quadro 1
Caraterização do papel desempenhado no Centro de Dia por cada tipo de profissional
Tarefas desenvolvidas
Educador Social
Acompanhamentos dos seniores na carrinha no transporte de casa para o Centro de Dia
Ajudar na sala de convívio a tomar conta dos seniores de manhã
Ajudar os seniores na hora do almoço
Realizar atividades com os idosos de tarde
Auxiliar
Preparação das refeições
Distribuir refeições
Pontualmente acompanhamentos dos seniores na carrinha no transporte de casa para o
Centro de Dia
Voluntário
Realizar atividades com os idosos e crianças de tarde
Ajudar nas sessões de informática
Pontualmente acompanha os seniores em passeios
De acordo com os entrevistados, as atividades mais adequadas para os seniores estão
referidas do quadro 2.
Quadro 2
Atividades mais adequadas aos séniores no Centro de Dia
Atividades
f
Danças 1
Músicas 1
Jogos de cartas 1
Dominó 1
Passear de autocarro 2
Filmes 1
Fotografias de festas 1
Atividades que não sejam manuais 1
Desenhar 2
cortar e colar 1
fazer trabalhos mais ligados ao natal e à família 1
O entrevistado 1, explica da seguinte forma a sua opinião:
Danças, músicas, assim, populares acho que é o que eles gostam mais. Jogos de cartas, dominó,
essas coisas. Passear de autocarro, …, só assim. Senão eles não são muito voluntários para tomar uma
atitude…. E mesmo nós às vezes a puxar por eles não é fácil. (Ent. 1)
Outro dos entrevistados faz uma avaliação muito interessante do tipo de atividades
que resultam melhor:
É difícil dizer que atividades resultam melhor, porque depende dos utentes que estão envolvidos nas
atividades. Ou seja, há um grupinho de utentes de gosta de vir às atividades, vem às atividades sem
problemas, mas a maioria não gosta de fazer essas atividades ou pelo menos não se consegue envolver,
prefere ficar um bocadinho ali na sala. Por isso, depende das atividades. Das atividades a que assisti
eles gostam muito de desenhar, que são aquelas que fazem sempre, desenhar, cortar e colar, fazer
trabalhos mais ligados ao natal e à família, gostam de fazer passeios. (Ent. 3)
Sobre as maiores dificuldades para a realização das atividades no Centro de Dia, o
entrevistado 3 apresenta-nos um conjunto de fatores que dificultam a sua implementação:
São várias e não são ligadas à relação, em si, com eles ou à dificuldade de me relacionar com eles
porque, como viram, a maioria está ali à espera de alguém que os ouça, que desenvolvam alguma
atividade por isso, não é isso. Diria que é mais estrutural. No meu caso, a maior preocupação é se eles
estarão no Centro ou não, porque muitos ficam até ao almoço e depois vão embora. Por isso, à tarde
também é difícil fazer a atividade com eles, eles têm pouquíssimas atividades à tarde. Por isso é uma
pena, porque a tarde não é assim tão pequena. Muitos não estão habituados a ficar depois do almoço.
Também depois do almoço ficam mais cansados é por isso que é mais difícil.
Em relação às estratégias que os entrevistados costumavam utilizar para ultrapassarem
as dificuldades que encontram no desenvolvimento das atividades com os seniores, foram
referidas a tentativa de os envolver em várias atividades e pedir de várias maneiras diferentes
para fazerem a atividade. O entrevistado 1 mostra criatividade na forma como utiliza
diferentes estratégias para ultrapassar as dificuldades em cativar os seniores para as
atividades, como se pode ver no excerto seguinte:
Tentar dar a volta por cima, como se costuma dizer. Tantas e tantas vezes… Tem ali, por exemplo, o
Sr. M. Às vezes a gente diz: “Sr. M. venha! Venha!” , passa pelas colegas todas e não vem com
ninguém. E às vezes uma pessoa chega lá e diz, sei lá, “Venha que daqui a bocadinho a sua filha vem.”
Ou “Venha que vem aí a professora.” E ele muda logo o capacete… Tem que se apanhar as maneiras
todas, você pode ir lá e dizer “Venha que a professora…” e ele não aceita e continua. Mas de repente
você vai lá e diz que alguém vai telefonar ou outra coisa diferente, pode até ser a mesma pessoa, e ele
já vai.
O entrevistado 2, explicou, por sua vez, que a sua preocupação é “inseri-los a todos
nas atividades. Enquanto estão aqui não estão lá dentro (sala convívio) a olhar para o nada.”
Quando perguntamos como é que nós, como voluntárias a terminar uma Licenciatura
na área da Educação, podíamos ser úteis na tarde que vimos à instituição, o entrevistado 1
disse o seguinte:
Depende dos dias! Conversar com eles, fazer uma dança com eles, sei lá… A música, mas nem todos.
Temos uma parte que gosta, mas temos outra que não quer barulho. [Sobre a sala de convívio] Para
fazer atividades não é muito… Eu acho que têm que mexer com muita coisa! Eu gostava de ver aquela
sala com uns sofás, uns cadeirões todos malucos… Confortável, com mais cores. [Mas, mudar a sala de
convívio] é muito complicado. Temos alguns (idosos) que se os tirarmos daquele lugar eles andam para
aí duas semanas desorientados. Mudando-os de lugar eles ficam desorientados. É como, por exemplo,
ir dar um passeio, … ou ir fazer uma atividade fora. Já temos ido muitas vezes à Quinta Carolina
Granja ou a outros lados… Já antes íamos muitas vezes ao Pópulo, e assim, sair com eles. Só que
praticamente a gente tem que escolher a dedo (o local) para a gente leva-los a todos. Eles ficam
desorientados, alguns fogem, outros a gente tem que andar sempre em cima deles. Ficam
desorientados, completamente. Não é fácil.
Quando dissemos ao segundo entrevistado que gostávamos de contribuir para aumentar a
autoconfiança e a autoestima dos seniores no Centro de Dia, ficamos a perceber que teríamos
de ter alguns cuidados, como se pode ver no extrato seguinte:
Mas ou você está aqui e quer estar com toda a gente, todo o grupo, para toda a gente se valorizar um
bocado e ter acesso a alguma coisa, ou então, se só se vai preocupar com esses, com baixa autoestima,
esquece os outros. É isso que eu acho. Por isso, é que eu tento trazer o máximo de pessoas para aqui.
Individualmente eu tento; de manhã enquanto estou ali na sala, falo com um, falo com outro e
aproveito esses momentos. No inicio eu fiz muito costura, florzinhas, borboletas em papel, tecido e eles
não recortavam, não eram capazes, não conseguiam. Mas na costura eles não davam o nó na linha, não
enfiavam a agulha, … Eu dizia: “façam assim”, mas depois chegavam ao fim e não concluíam. Eu
tinha de estar num, estar noutro e com um grupo grande é difícil, eu não consigo dar atenção. Os
grupos tinham que ser mais pequenos.
Sobre a sala de convívio, este entrevistado também referiu que já foram feitas várias
tentativas, mas que não resultaram: “A gente está sempre a mudar a sala e ela está sempre no
mesmo sítio. Ali não há hipótese. Eles puxam as cadeiras para o sítio que eles querem. Já
fizemos grupos… Já levei as coisas para lá e eles veem e dizem: “ai que bonito, faça, faça”.
Não resulta! É uma luta para arranjar coisas que eles gostem. É muito difícil!”
O terceiro entrevistado deu-nos várias ideias sobre as formas como podemos ser úteis na
tarde que vimos à instituição:
De muitas formas. A verdade é que o Centro de Dia é muito alimentado por voluntários, mas a maioria
dos voluntários são de serviço social, ligados à saúde, enfermeiros, … e, por isso, ficam lá sentados,
jogam às cartas, fazem o serviço típico e nada mais. Não há voluntários que sejam animadores, que
estejam lá a fazer coisas com eles. É fundamental tentar alimentar aquela chama que está apagada.
Trazer um olhar diferente, de fora. (…) Vocês já tiveram muitas ideias [Sobre a sala de convívio]. (…)
A disposição, essa seria a primeira coisa. Pela dimensão da sala não sei se seria possível, mas ter
espaço, espaços temáticos de pintura, o espaço da música, o espaço das cartas... (Ent. 3)
Com base em todas estas informações, decidimos, em conjunto a supervisora da
universidade, orientar o nosso Plano de Atividades, para responder à seguinte situação
problemática de partida:
“Qual o efeito de estratégias ativas e lúdicas sobre o envelhecimento ativo no bem-estar,
nível de interação pessoal e participação dos seniores?”
Referências Bibliográficas
CCSSA – Centro Cultural e Social de Santo Adrião. (2013). Historial do Centro Cultural e
Social de Santo Adrião (documento não publicado). Centro Cultural e Social de
Santo Adrião, Braga.

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Diagnostico de necessidades

  • 1. DIAGNÓSTICO DE NECESSIDADES Elisabete Machado, Rolanda Gomes, &Teresa Vilaça 1 Unidade Curricular Projeto e Seminário – Dispositivos e Metodologias de Formação e Mediação, Instituto da Educação – Universidade do Minho O diagnóstico de necessidades iniciou-se na primeira reunião no Centro de Dia com a coordenadora da valência 3ª Idade. Nesta reunião ficamos a saber que, na perspetiva da coordenadora, o nosso trabalho poderia colmatar uma das principais necessidades do Centro de Dia, remetendo-nos para o grupo dos idosos que indicam maior senilidade. Foi-nos proposto ainda a criação do nosso próprio atelier. No entanto, durante a observação participante realizada enquanto colaborávamos nas atividades do Centro de Dia, observámos outras áreas em que poderia ser útil desenvolver o nosso projeto, nomeadamente:  Ajudar a dinamizar a Hora do Conto realizada por uma voluntária no Centro de Dia;  Ajudar um investigador nas suas atividades intergeracionais no âmbito do seu doutoramento, onde colaboramos no auxílio das tarefas inseridas nas atividades;  Tentar melhorar a disposição da sala de convívio, no que concerne à forma como as cadeiras e as mesas se encontram dispostas e melhorar as atividades que são realizadas na mesma. Para completar este diagnóstico de necessidades e analisar a perceção de alguns informantes- chave da instituição sobre as potencialidades do nosso contributo para colmatar essas necessidades, elaboramos uma entrevista semiestruturada que aplicamos a três informantes- chave: um educador social, um auxiliar e um voluntário. Começamos por verificar que poderíamos colaborar mais especificamente com qualquer um dos entrevistados, atendendo às tarefas que estes realizavam no Centro de Dia (Quadro 1).
  • 2. Quadro 1 Caraterização do papel desempenhado no Centro de Dia por cada tipo de profissional Tarefas desenvolvidas Educador Social Acompanhamentos dos seniores na carrinha no transporte de casa para o Centro de Dia Ajudar na sala de convívio a tomar conta dos seniores de manhã Ajudar os seniores na hora do almoço Realizar atividades com os idosos de tarde Auxiliar Preparação das refeições Distribuir refeições Pontualmente acompanhamentos dos seniores na carrinha no transporte de casa para o Centro de Dia Voluntário Realizar atividades com os idosos e crianças de tarde Ajudar nas sessões de informática Pontualmente acompanha os seniores em passeios De acordo com os entrevistados, as atividades mais adequadas para os seniores estão referidas do quadro 2. Quadro 2 Atividades mais adequadas aos séniores no Centro de Dia Atividades f Danças 1 Músicas 1 Jogos de cartas 1 Dominó 1 Passear de autocarro 2 Filmes 1 Fotografias de festas 1 Atividades que não sejam manuais 1 Desenhar 2 cortar e colar 1 fazer trabalhos mais ligados ao natal e à família 1 O entrevistado 1, explica da seguinte forma a sua opinião: Danças, músicas, assim, populares acho que é o que eles gostam mais. Jogos de cartas, dominó, essas coisas. Passear de autocarro, …, só assim. Senão eles não são muito voluntários para tomar uma atitude…. E mesmo nós às vezes a puxar por eles não é fácil. (Ent. 1) Outro dos entrevistados faz uma avaliação muito interessante do tipo de atividades que resultam melhor:
  • 3. É difícil dizer que atividades resultam melhor, porque depende dos utentes que estão envolvidos nas atividades. Ou seja, há um grupinho de utentes de gosta de vir às atividades, vem às atividades sem problemas, mas a maioria não gosta de fazer essas atividades ou pelo menos não se consegue envolver, prefere ficar um bocadinho ali na sala. Por isso, depende das atividades. Das atividades a que assisti eles gostam muito de desenhar, que são aquelas que fazem sempre, desenhar, cortar e colar, fazer trabalhos mais ligados ao natal e à família, gostam de fazer passeios. (Ent. 3) Sobre as maiores dificuldades para a realização das atividades no Centro de Dia, o entrevistado 3 apresenta-nos um conjunto de fatores que dificultam a sua implementação: São várias e não são ligadas à relação, em si, com eles ou à dificuldade de me relacionar com eles porque, como viram, a maioria está ali à espera de alguém que os ouça, que desenvolvam alguma atividade por isso, não é isso. Diria que é mais estrutural. No meu caso, a maior preocupação é se eles estarão no Centro ou não, porque muitos ficam até ao almoço e depois vão embora. Por isso, à tarde também é difícil fazer a atividade com eles, eles têm pouquíssimas atividades à tarde. Por isso é uma pena, porque a tarde não é assim tão pequena. Muitos não estão habituados a ficar depois do almoço. Também depois do almoço ficam mais cansados é por isso que é mais difícil. Em relação às estratégias que os entrevistados costumavam utilizar para ultrapassarem as dificuldades que encontram no desenvolvimento das atividades com os seniores, foram referidas a tentativa de os envolver em várias atividades e pedir de várias maneiras diferentes para fazerem a atividade. O entrevistado 1 mostra criatividade na forma como utiliza diferentes estratégias para ultrapassar as dificuldades em cativar os seniores para as atividades, como se pode ver no excerto seguinte: Tentar dar a volta por cima, como se costuma dizer. Tantas e tantas vezes… Tem ali, por exemplo, o Sr. M. Às vezes a gente diz: “Sr. M. venha! Venha!” , passa pelas colegas todas e não vem com ninguém. E às vezes uma pessoa chega lá e diz, sei lá, “Venha que daqui a bocadinho a sua filha vem.” Ou “Venha que vem aí a professora.” E ele muda logo o capacete… Tem que se apanhar as maneiras todas, você pode ir lá e dizer “Venha que a professora…” e ele não aceita e continua. Mas de repente você vai lá e diz que alguém vai telefonar ou outra coisa diferente, pode até ser a mesma pessoa, e ele já vai. O entrevistado 2, explicou, por sua vez, que a sua preocupação é “inseri-los a todos nas atividades. Enquanto estão aqui não estão lá dentro (sala convívio) a olhar para o nada.”
  • 4. Quando perguntamos como é que nós, como voluntárias a terminar uma Licenciatura na área da Educação, podíamos ser úteis na tarde que vimos à instituição, o entrevistado 1 disse o seguinte: Depende dos dias! Conversar com eles, fazer uma dança com eles, sei lá… A música, mas nem todos. Temos uma parte que gosta, mas temos outra que não quer barulho. [Sobre a sala de convívio] Para fazer atividades não é muito… Eu acho que têm que mexer com muita coisa! Eu gostava de ver aquela sala com uns sofás, uns cadeirões todos malucos… Confortável, com mais cores. [Mas, mudar a sala de convívio] é muito complicado. Temos alguns (idosos) que se os tirarmos daquele lugar eles andam para aí duas semanas desorientados. Mudando-os de lugar eles ficam desorientados. É como, por exemplo, ir dar um passeio, … ou ir fazer uma atividade fora. Já temos ido muitas vezes à Quinta Carolina Granja ou a outros lados… Já antes íamos muitas vezes ao Pópulo, e assim, sair com eles. Só que praticamente a gente tem que escolher a dedo (o local) para a gente leva-los a todos. Eles ficam desorientados, alguns fogem, outros a gente tem que andar sempre em cima deles. Ficam desorientados, completamente. Não é fácil. Quando dissemos ao segundo entrevistado que gostávamos de contribuir para aumentar a autoconfiança e a autoestima dos seniores no Centro de Dia, ficamos a perceber que teríamos de ter alguns cuidados, como se pode ver no extrato seguinte: Mas ou você está aqui e quer estar com toda a gente, todo o grupo, para toda a gente se valorizar um bocado e ter acesso a alguma coisa, ou então, se só se vai preocupar com esses, com baixa autoestima, esquece os outros. É isso que eu acho. Por isso, é que eu tento trazer o máximo de pessoas para aqui. Individualmente eu tento; de manhã enquanto estou ali na sala, falo com um, falo com outro e aproveito esses momentos. No inicio eu fiz muito costura, florzinhas, borboletas em papel, tecido e eles não recortavam, não eram capazes, não conseguiam. Mas na costura eles não davam o nó na linha, não enfiavam a agulha, … Eu dizia: “façam assim”, mas depois chegavam ao fim e não concluíam. Eu tinha de estar num, estar noutro e com um grupo grande é difícil, eu não consigo dar atenção. Os grupos tinham que ser mais pequenos. Sobre a sala de convívio, este entrevistado também referiu que já foram feitas várias tentativas, mas que não resultaram: “A gente está sempre a mudar a sala e ela está sempre no mesmo sítio. Ali não há hipótese. Eles puxam as cadeiras para o sítio que eles querem. Já fizemos grupos… Já levei as coisas para lá e eles veem e dizem: “ai que bonito, faça, faça”. Não resulta! É uma luta para arranjar coisas que eles gostem. É muito difícil!”
  • 5. O terceiro entrevistado deu-nos várias ideias sobre as formas como podemos ser úteis na tarde que vimos à instituição: De muitas formas. A verdade é que o Centro de Dia é muito alimentado por voluntários, mas a maioria dos voluntários são de serviço social, ligados à saúde, enfermeiros, … e, por isso, ficam lá sentados, jogam às cartas, fazem o serviço típico e nada mais. Não há voluntários que sejam animadores, que estejam lá a fazer coisas com eles. É fundamental tentar alimentar aquela chama que está apagada. Trazer um olhar diferente, de fora. (…) Vocês já tiveram muitas ideias [Sobre a sala de convívio]. (…) A disposição, essa seria a primeira coisa. Pela dimensão da sala não sei se seria possível, mas ter espaço, espaços temáticos de pintura, o espaço da música, o espaço das cartas... (Ent. 3) Com base em todas estas informações, decidimos, em conjunto a supervisora da universidade, orientar o nosso Plano de Atividades, para responder à seguinte situação problemática de partida: “Qual o efeito de estratégias ativas e lúdicas sobre o envelhecimento ativo no bem-estar, nível de interação pessoal e participação dos seniores?” Referências Bibliográficas CCSSA – Centro Cultural e Social de Santo Adrião. (2013). Historial do Centro Cultural e Social de Santo Adrião (documento não publicado). Centro Cultural e Social de Santo Adrião, Braga.