O documento discute o uso do eletrocardiograma (ECG) antes, durante e depois da anestesia, descrevendo sua função, técnica, alterações comuns e fatores de risco. É importante avaliar o ECG pré-operatório para diagnosticar possíveis problemas cardíacos e escolher drogas anestésicas adequadas, e monitorá-lo durante o procedimento para detectar arritmias causadas por hipóxia, distúrbios eletrolíticos ou efeitos de fármacos.
2. Definição
• O Eletrocardiograma
(ECG) é o registro
gráfico da voltagem
produzida pelas
células do miocárdio
durante sua
despolarização-
repolarização.
5. Principais Funções do ECG
• Avalia a função elétrica do coração.
– Arritmias Cardíacas.
– Distúrbios de condução.
– Aumento de volume de câmaras (60% de
sensibilidade).
– Síndromes isquêmicas.
– Auxiliar no diagnóstico de doenças do
pericárdio.
– Desequilíbrios eletrolíticos.
7. Avaliação Pré-Anestésica
Classificação Descrição Exemplos
ASA
I Aparentemente hígido Procedimentos eletivos (OSH, orquiectomia).
II Doença Sistêmica Leve Neonatos e geriátricos (≤ 8 semanas ou ≥ 10 anos);
gestantes, obesos, cardiopatas compensados,
infecções localizadas.
III Doença Sistêmica Moderada Desidratação moderada e hipovolemia, anorexia,
caquexia, anemias, fraturas complicadas, hérnia
diafragmática, pneumotórax.
IV Doença Sistêmica Grave Choque, uremia, toxemia, desidratação grave,
hipovolemia, anemia grave, síndrome torção-
dilatação gástrica, doenças cardíacas e renais
descompensadas.
V Moribundos sem expectativa Doença de múltiplos órgãos, choques, traumas
cranianos.
de sobrevivência, com ou
sem cirurgia nas 24 horas.
E Emergências (Acrescentada
ao estado físico ASA I a V)
8. Sugestão de Solicitação de
Exames pré anestésicos
Idade
Estado Físico - ASA Até 6 meses 6 meses a 6 anos Acima de 6 anos
I e II Hematócrito, prioteína e Hematócrito, proteína e Hematócrito, proteína,
glicemia função renal função renal e urinálise.
III Hemograma, proteína, Hemograma, ECG, Hemograma, ECG,
gliucemia, função renal, pH, glicemia, função renal, glicemia, função renal,
gasometria e urinálise função hepática, função hepática, eletrólitos
gasometria e urináluise. (Na, K, Ca), gasometria e
urinálise.
IV e V Hemograma, ECG, glicemia, Hemograma, ECG, Hemograma, ECG,
função renal, função hepática, glicemia, função renal, glicemia, função renal,
eletrólitos (NA,K,Ca), função hepática, eletrólitos função hepática, eletrólitos
gasometria e urinálise. (NA,K,Ca), gasometria e (NA,K,Ca), gasometria e
urinálise. urinálise.
Fonte: HOVET – FMVZ - USP
9. Incidência de alterações
eletrocardiográficas pré anestésicas.
• Rabelo (2004)
65% apresentaram alterações
eletrocardiográficas.
• Carvalho et al (2009)
n=474 cães
46% apresentaram alterações
eletrocardiográficas.
10. Risco Anestésico
• Miller (1989)
– 41% dos óbitos em pacientes ASA I e ASA II
• Fantoni et al (1997)
n= 1196 procedimentos
• Óbitos: 22,2% ASA II
22,2% ASA III
22,2% ASA IV
33,3% ASA V
11.
12.
13.
14. Incidência de alterações
eletrocardiográficas pré anestésicas.
Alterações eletrocardiográficas % Supradesnivelamento ST 1,0
Aumento na duração do QRS Taquicardia Ventricular 1,0
24,3
Aumento Na amplitude da onda T Taquicardia Atrial 1,0
20,5
QRS de baixa voltagem CAP 1,0
8,6
Desvio de eixo para esquerda Aumento da amplitude da onda P 0,7
8,6
Desvio de eixo para a direirta Bradicardia Sinusal 0,7
6,5
Aumento da duração da onda P Fibrilação Atrial 0,3
6,2
Pausa sinusal Ritmo Idioventricular 0,3
5,1
Bloqueio de ramo direito ou sobrecarga Prolongamento QT 0,3
VD
4,1
Complexo de Escape Ventricular 0,3
Infradesnivelamento ST 2,74
Complexo de Escape Juncional 0,3
BAV 1 grau 2,0
Complexo Juncional Prematuro 0,3
CVP 2,0
BAV de 2 grau 0,3
Taquicardia Sinusal 1,0
Fonte: Carvalho et al
15. Alteração eletrocardiográfica pré
anestésica:
O que fazer??
Corrigir os fatores arritmogênicos
quando possível.
Escolher os fármacos e métodos
anestésicos mais convenientes para a
situação.
16. Fatores predisponentes de
Arritmias perioperatórias
• Distúrbios eletrolíticos.
• Flutuações da Pressão arterial e
temperatura corpórea.
• Hipóxia.
• Altos níveis de catecolaminas endógenas.
• Hipercapnia.
• Reações adversas à agentes anestésicos.
18. Interação de Drogas Anestésicas e Pré
Anestésicas no SCV
Droga Efeito SCV
Fenotiazínicos Hipotensão Arterial, Taquicardia reflexa
Butirofenonas Hipotensão arterial leve
Benzodiazepinicos Hipotensão arterial leve
Xilazina FC, BAV 1,2 e 3 graus, DC, Hipotensão Arterial
Barbituricos (Tiopental e Bloqueio vagal, pouca alteração CV (Efeito acumulativo).
pentobarbital)
Propofol Hipotensão arterial leve
Etomidato Puco efeito CV
Cetamina FC, DC, PA , PAP, PVC, Inotrópico Positivo,.
Halotano Hipotensão Arterial, Reduz automatismo nodo sinusal,
sensibiliza miocárdio à ação da adrenalina
Isofluorano Hipotensão Arterial, FC
Fentanil Tônus vagal , FC
19. Alterações eletrocardiográficas mais
comuns durante procedimento anestésico.
• Taquicardia Sinusal:
– Superficialização do
plano anestésico.
– Compensatória à
hipotensão grave.
– Fármacos vagolíticos.
– Uso de catecolaminas
23. Alterações eletrocardiográficas mais
comuns durante procedimento anestésico.
• Bradicardia Sinusal
– Fármacos que
aumentam o Tônus
Vagal
– Hipotermia
BAV
24.
25.
26.
27. Alterações eletrocardiográficas mais
comuns durante procedimento anestésico.
• Hipóxia do miocárdio
Taquicardia Ventricular
Sustentada
Fibrilação ventricular
28.
29.
30. Alterações eletrocardiográficas mais
comuns durante procedimento anestésico.
• Ritmo nodal ou
juncional.
– Menos frequente
– Principalmente
cetamina e halotano.
31. ECG no Pós operatório
Imediato
• Acompanhar arritmias intermitentes e
alterações no traçado que não ocorreram
no trâmite cirúrgico:
• Descargas endógenas de catecolaminas (Dor).
• (Halotano). - Efeito residual associado à
catecolaminas
Síndrome torção – dilatação gástrica
Até 72 horas após cirurgia