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ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL
Daniel Valente Batista *
    '' Apesar de tudo, não há, até agora, exame substituto para o paciente''

                                                                              Leon Schiff

MÓDULO IV – EXAMES COMPLEMENTARES
INTRODUÇÃO
        A avaliação complementar do Aparelho Cardio-Circulatório é composta por uma
grande quantidade de métodos complementares. Muitos desses são métodos caros de
abordagem diagnóstica e terapêutica que, muitas vezes, não são acessíveis em tempo
hábil a grande parte da população que sofre com afecções cardíacas.

        Fugindo dessa constante, o Índice Tornozelo-Braquial (ITB) é um exame
complementar barato e facilmente exeqüível por médicos não especialistas ou mesmo
profissionais não-médicos, desde que recebam treinamento adequado. A Medida do
ITB é um exame de alta sensibilidade (estudos relatam 90 a 97%) e alta especificidade
(98-100%) para detecção de estenoses arteriais que comprometam 50% ou mais da luz
do vaso. Essa estatística foi baseada na correlação dos pacientes com ITB <0,9 e
compararados com os resultados de angiografia.

      O ITB é um preditor independente de eventos cardiovasculares e correlaciona-se
com a morbi-mortalidade cardiovascular quando a relação é menor que 0,9.

       A importância do uso desse exame para diagnóstico da Doença Arterial
Obstrutiva de Membro Inferior se dá pelo fato de ser não invasivo e do aumento dessa
patologia na população com o passar do tempo. O estudo NHANES verificou a
prevalência de DAOMI na população americana nos anos de 1999 e 2000 e verificou as
seguintes taxas: entre 40-49 anos foi de 0,9%, 50-59anos foi de 2,5%, 60-69 anos foi de
4,7% e acima de 70anos foi de 14,5%.

O EXAME
        O cálculo do ITB consiste na avaliação das medidas das Pressões Sistólicas nos
membros superiores (artéria braquial) e inferiores, na altura do tornozelo ( artérias tibial
posterior e pediosa). Cada artéria tem sua PAS avaliada através de um Doppler vascular
portátil e são obtidas duas medidas consecutivas da PAS em cada vaso. Dessa forma, ao
final do exame teremos 12 medidas de PAS para o cálculo do índice.

*Acadêmido de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará.
Membro integrante da Liga do Coração – UFC.
O índice é calculado bilateralmente através da seguinte razão:

ITB Direito:    Maior PAS do tornozelo direito

                Maior Média da PAS braquial

ITB Esquerdo:      Maior PAS do tornozelo esquerdo

                   Maior Média da PAS braquial

       Note, portanto, que o numerador varia conforme a pressão no tornozelo
esquerdo ou direito, mas o denominador é fixo e é representado pela maior medida da
Pressão Arterial Sistólica (PAS) atingida no membro superior , ou seja, se a maior
média foi atingida no Braço Direito essa média irá entrar tanto na medida do ITB
Direito quanto do Esquerdo.

       Por exemplo: se o paciente teve no braço direito as PAS de 122 e 126 mmHg, a
média será de 124 mmHg e se no braço esquerdo tiver sido de 130 e 134, a média será
de 132 mmHg. Assim, o valor de 132 será utilizado no denominador tanto do ITB
esquerdo quando do direito, o que irá mudar será apenas o numerador.

        Para realização do exame o paciente deverá seguir as mesmas recomendações
para aferição da Pressão Arterial, ou seja, não fazer o exame de bexiga cheia, não ter
fumado ou tomado café nos últimos 30 minutos, estar em repouso nos últimos 5
minutos, não cruzar os braços ou as pernas e também não falar. O repouso de 5 minutos
e o ambiente tranqüilo de realização do exame SÃO FUNDAMENTAIS e se não
respeitadas essas condições o Exame é claramente alterado.

       O exame é feito com o paciente deitado e utiliza-se um Doppler vascular de alta
freqüência ( 5 a 10 MHz) para aumentar a acurácia do exame.(O valor do aparelho varia
de 600 a 900 reais) Contudo, a aferição pressórica também poderá ser feita pelo método
palpatório e auscultatório convencional, principalmente em locais onde não se dispõem
do Doppler( em interiores,por exemplo). Após colocar o esfingnomanômetro adequado
ao tamanho do paciente, localiza-se a artéria a ser aferida com o auxílio do Doppler e da
anatomia da região. Uma vez localizada, são feitas duas medidas seqüenciais da PAS
com intervalos de menos de 30 segundos cada uma e as medidas são anotadas em ficha
anexa.

         A artéria braquial tem sua localização na fossa cubital em região medial ao
tendão do bíceps braquial, a artéria pediosa ou dorsal do pé tem sua a localização na
região dorsal do pé numa região eqüidistante entre os maléolos lateral e medial e a
artéria tibial posterior fica localizada atrás do maléolo medial.

      O Exame feito por pessoa treinada (idealmente em dupla) dura cerca de 20 a 30
minutos.
Esfignomanômetros de coluna de mercúrio ou anaeróides podem ser utilizados e
devem ser ajustados de acordo com a circunferência do braço de cada paciente. Não se
deve usar os automáticos pela elevada variação das medidas obtidas com esses
aparelhos.

        As medidas do Índice Tornozelo-Braquial são feitas de Rotina nos dias de terça-
feira pela manhã no Ambulatório de Hipertensão do HUWC numa atividade da Liga do
Coração.

Circunferência do Braço      Largura da Bolsa Inflável    Denominação do Manguito

< 25 cm                      10-11cm                      Adulto pequeno ou magro

25-32 cm                     12-13 cm                     Adulto

>32 cm                       15-17 cm                     Adulto Grande ou obeso




Reproduzido de Hiatt, WR. N Engl J Med 2001; 344:1608.
INDICAÇÃO DO EXAME
        Na teoria, todos os pacientes com mais de 50 anos e assintomáticos que
procuram assistência para uma avaliação cardiovascular devem ter a doença arterial
obstrutiva periférica rastreada através da medida do ITB. O ITB se encaixa como exame
de rastreio pelo baixo-custo, fácil realização, não apresentar ônus ou riscos ao paciente e
pela capacidade de detectar a doença ainda de maneira assintomática. Além disso,
outras indicações para a realização do exame são:

           Todos os indivíduos maiores de 65 anos

           Os maiores de 50 que sejam:

               o Diabéticos

               o Fumantes

               o Ex-Fumantes (>10 maços/ano)

           Qualquer idade:

               o História pessoal de processo obstrutivo em outro território vascular,
                 como:cerebral, carótica ou coronariano

               o História familiar de doença arterial oclusiva em qualquer território

               o Queixas sugestivas de claudicação intermitente (dor ou desconforto
                 nos membros que surge com o esforço)

               o Alterações no Exame Clínico que apontem para Doença Arterial
                 Oclusiva: diminuição de pulsos, extremidades frias, alterações
                 tróficas de pele e pêlos, etc.

               o Como controle para sucesso após revascularização do território
                 afetado.

           Outras indicações:

               o Maiores que 50 anos:

                         Com hipertensão arterial sistêmica

                         Portadores de Hipercolesterolemia

                         Portadores de hiper-homocisteinemia

                         Portadores de níveis elevados de Proteina C reativa

               o Qualquer idade:

                         Para diagnóstico diferencial com dor em membros inferiores
   Para guiar a prescrição de fármacos beta-bloqueadores uma
                            vez que há contra-indicação do uso dessa classe de remédios
                            em pacientes portadores de Doença Arterial Obstrutiva em
                            Membros Inferiores (DAOMI)

Adaptado de Indice Tornozelo-Braquial:Importância e uso na prática clínica. Marcia Makdisse. São
Paulo. Editora Segmento.2004

APLICAÇÃO PRÁTICA DO EXAME
        Como mencionado anteriormente os valores do ITB abaixo de 0,9 tem uma
sensibilidade e especificidade acima de 95% para diagnósticos de DAOMI e
correlaciona-se com um aumento de morbi-mortalidade cardiovascular em diversos
estudos.

       Quando o índice fica entre 0,9 e 0,4 o paciente tem doença obstrutiva leve a
moderada e valores abaixo de 0,4 significam doença grave. Nesse último estágio o
doente, muito provavelmente, já tem a clínica de claudicação. Valores entre 0,9 e 1,3
são os valores considerados dentro da normalidade.

        Devemos lembrar, no entanto, que o valor de corte 0,9 é passível de mudanças a
depender da publicação de novos estudos que correlacionem esse valor ( ou um valor
diferente) e a morbi-mortalidade associada.Alguns autores propõem, por exemplo, que
essa razão seja elevada para 1,0.

        Uma das indicações do exame também é para avaliar a presença de doença
obstrutiva em pacientes que se beneficiariam do uso de beta-bloqueadores como,por
exemplo, pacientes com Insuficiência Cardíaca. Evita-se o uso dessas drogas pois o
bloqueio do efeito beta na circulação arterial periférica causaria uma vasoconstricção e
conseqüente piora da doença obstrutiva nesses pacientes, a despeito do benefício
cardíaco alcançado com o beta-bloqueio. De maneira geral, recomenda-se cautela em
doentes com ITB 0,41-0,9 e uso de beta-bloqueadores com bloqueio alfa (tipo
carvedilol). Em pacientes com ITB <0,4 não recomenda-se o uso de quaisquer beta-
bloqueador.

            0,91-1,3 em pacientes sem sintomas:

        Em pacientes com ITB normal o exame deve ser repetido anualmente e reduções
do índice maiores do que 0,15 devem ser consideradas diminuições REAIS, ou seja,
fora da faixa de erro intra ou inter-observador e devem, portanto, ser valorizadas.

            0,91-1,3 em pacientes sintomáticos (dor associada a movimentação) ou
            alteração no exame físico (diminuição/ausência de pulsos periféricos,
            diminuição de temperatura, queda de pelos,etc):

‘       Se o valor for normal em repouso, mas estiver próximo do limite inferior (entre
0,91 e 1,0) sugere-se que os pacientes sejam submetidos ao ITB de esforço através da
realização do ITB associado a caminhada em esteira ergométrica e com protocolos
específicos. O paciente te ITB medido em posição supina 1 minutos antes e após o
esforço. Uma redução do ITB após o esforço de maneira significativa é diagnóstica de
Doença Arterial Obstrutiva.

        Caso não se disponha do teste de esforço e a suspeita de doença obstrutiva ainda
se faça presente recomenda-se o encaminhamento para a cirurgia vascular.

           0,41-0,9 com ou sem sintomas:

        Repetir a medida do ITB com 12 semanas para confirmação. Se diagnóstico
confirmado deve-se iniciar controle de fatores de risco para doença cardiovascular
(diabetes, HAS, dislipidemia,obesidade...). Se paciente sintomático pedir parecer da
cirurgia vascular

           <0,4 com ou sem sintomas:

       Esses pacientes tem doença arterial obstrutiva grave e devem ser encaminhados
para a cirurgia vascular. Além disso, deve ser feita prevenção secundária para doença
cardiovascular nos mesmos moldes dos pacientes entre 0,41-0,9.

           Valores > 1,3:

       Pacientes com valores acima de 1,3 geralmente apresentam doença
aterosclerótica difusa em vasos e calcificação da camada média e rigidez da parede que
faz com que as artérias fiquem não compressíveis e,assim, os valores do ITB sejam
elevados.Tal situação pode ocorrer em idosos, diabéticos e pacientes com doença renal
crônica.

       Eles devem ter sua ITB repetido com 12 semanas e, se a alteração permanecer,
ser encaminhados ao cirurgião vascular para melhor avaliação.

       Para maiores informações recomendamos a leitura adicional disponibilizada na
bibliografia.

       BIBLIOGRAFIA
      Indice Tornozelo-Braquial:Importância e uso na prática clínica. Marcia
Makdisse. São Paulo. Editora Segmento Farma, Primeira Edição. 2004

      Jaff MR. Diagnosis of Peripheral Arterial Disease: Utility of the Vascular
Laboratory. Clin Conerstone 4:16-25

      Newman AB e cols. Mortality over Four years in SHEP Participants with Low
Ankle-brachial index. J Am Geriatr Soc 1997;45:1472-8

      Duprez D.HOPE Brings Hope for the use of the Ankle-brachial Index as
Cardiovascular Risk Marker. Eur Heart J 2004;25:1-2
Resnick HE e cols. Relationship of High and Low Ankle Brachial Index to All-
Cause and Cardiovascular Disease Mortality: The Strong Heart Study. Circulation 2004;
109:733-9

       Vasilomanolaskis E e cols. Treadmill Stress Testing in Geriatric Patientes. J Am
Coll Cardiol 1984;3:520-6.

     Belch JJ e cols. Critical Issues in Peripheral Arterial Disease Detection and
Management: A Call to Action. Arch Intern Med 2003;163:884-92.

       Brearly e cols. Peripheral Pulse Palpation: an Unrealible physical sign. Ann R
Coll Surg Engl 1992;74:169-71

       Donnelly R e cols.ABC of Arterial and Venous Disease: Non-invasive Methods
of Arterial and Venous Assessment. BMJ 2000;320:698-701

      Hirsch e cols.PeripheralArterial Disease Detection, Awareness, and Treatment in
Primary Care. JAMA 2001;286:1337-24.

       Meijer WT e cols. Peripheral Arterial Disease in the Elderly. The Rotterdam
Study.Arteioscler Thromb Vasc Biol.1998;18:185-92.

       Selvin, E, Erlinger, TP. Prevalence of and risk factors for peripheral arterial
disease in the United States: results from the National Health and Nutrition Examination
Survey, 1999-2000. Circulation 2004; 110:738.

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Índice Tornozelo-Braquial (ITB)

  • 1. ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL Daniel Valente Batista * '' Apesar de tudo, não há, até agora, exame substituto para o paciente'' Leon Schiff MÓDULO IV – EXAMES COMPLEMENTARES INTRODUÇÃO A avaliação complementar do Aparelho Cardio-Circulatório é composta por uma grande quantidade de métodos complementares. Muitos desses são métodos caros de abordagem diagnóstica e terapêutica que, muitas vezes, não são acessíveis em tempo hábil a grande parte da população que sofre com afecções cardíacas. Fugindo dessa constante, o Índice Tornozelo-Braquial (ITB) é um exame complementar barato e facilmente exeqüível por médicos não especialistas ou mesmo profissionais não-médicos, desde que recebam treinamento adequado. A Medida do ITB é um exame de alta sensibilidade (estudos relatam 90 a 97%) e alta especificidade (98-100%) para detecção de estenoses arteriais que comprometam 50% ou mais da luz do vaso. Essa estatística foi baseada na correlação dos pacientes com ITB <0,9 e compararados com os resultados de angiografia. O ITB é um preditor independente de eventos cardiovasculares e correlaciona-se com a morbi-mortalidade cardiovascular quando a relação é menor que 0,9. A importância do uso desse exame para diagnóstico da Doença Arterial Obstrutiva de Membro Inferior se dá pelo fato de ser não invasivo e do aumento dessa patologia na população com o passar do tempo. O estudo NHANES verificou a prevalência de DAOMI na população americana nos anos de 1999 e 2000 e verificou as seguintes taxas: entre 40-49 anos foi de 0,9%, 50-59anos foi de 2,5%, 60-69 anos foi de 4,7% e acima de 70anos foi de 14,5%. O EXAME O cálculo do ITB consiste na avaliação das medidas das Pressões Sistólicas nos membros superiores (artéria braquial) e inferiores, na altura do tornozelo ( artérias tibial posterior e pediosa). Cada artéria tem sua PAS avaliada através de um Doppler vascular portátil e são obtidas duas medidas consecutivas da PAS em cada vaso. Dessa forma, ao final do exame teremos 12 medidas de PAS para o cálculo do índice. *Acadêmido de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. Membro integrante da Liga do Coração – UFC.
  • 2. O índice é calculado bilateralmente através da seguinte razão: ITB Direito: Maior PAS do tornozelo direito Maior Média da PAS braquial ITB Esquerdo: Maior PAS do tornozelo esquerdo Maior Média da PAS braquial Note, portanto, que o numerador varia conforme a pressão no tornozelo esquerdo ou direito, mas o denominador é fixo e é representado pela maior medida da Pressão Arterial Sistólica (PAS) atingida no membro superior , ou seja, se a maior média foi atingida no Braço Direito essa média irá entrar tanto na medida do ITB Direito quanto do Esquerdo. Por exemplo: se o paciente teve no braço direito as PAS de 122 e 126 mmHg, a média será de 124 mmHg e se no braço esquerdo tiver sido de 130 e 134, a média será de 132 mmHg. Assim, o valor de 132 será utilizado no denominador tanto do ITB esquerdo quando do direito, o que irá mudar será apenas o numerador. Para realização do exame o paciente deverá seguir as mesmas recomendações para aferição da Pressão Arterial, ou seja, não fazer o exame de bexiga cheia, não ter fumado ou tomado café nos últimos 30 minutos, estar em repouso nos últimos 5 minutos, não cruzar os braços ou as pernas e também não falar. O repouso de 5 minutos e o ambiente tranqüilo de realização do exame SÃO FUNDAMENTAIS e se não respeitadas essas condições o Exame é claramente alterado. O exame é feito com o paciente deitado e utiliza-se um Doppler vascular de alta freqüência ( 5 a 10 MHz) para aumentar a acurácia do exame.(O valor do aparelho varia de 600 a 900 reais) Contudo, a aferição pressórica também poderá ser feita pelo método palpatório e auscultatório convencional, principalmente em locais onde não se dispõem do Doppler( em interiores,por exemplo). Após colocar o esfingnomanômetro adequado ao tamanho do paciente, localiza-se a artéria a ser aferida com o auxílio do Doppler e da anatomia da região. Uma vez localizada, são feitas duas medidas seqüenciais da PAS com intervalos de menos de 30 segundos cada uma e as medidas são anotadas em ficha anexa. A artéria braquial tem sua localização na fossa cubital em região medial ao tendão do bíceps braquial, a artéria pediosa ou dorsal do pé tem sua a localização na região dorsal do pé numa região eqüidistante entre os maléolos lateral e medial e a artéria tibial posterior fica localizada atrás do maléolo medial. O Exame feito por pessoa treinada (idealmente em dupla) dura cerca de 20 a 30 minutos.
  • 3. Esfignomanômetros de coluna de mercúrio ou anaeróides podem ser utilizados e devem ser ajustados de acordo com a circunferência do braço de cada paciente. Não se deve usar os automáticos pela elevada variação das medidas obtidas com esses aparelhos. As medidas do Índice Tornozelo-Braquial são feitas de Rotina nos dias de terça- feira pela manhã no Ambulatório de Hipertensão do HUWC numa atividade da Liga do Coração. Circunferência do Braço Largura da Bolsa Inflável Denominação do Manguito < 25 cm 10-11cm Adulto pequeno ou magro 25-32 cm 12-13 cm Adulto >32 cm 15-17 cm Adulto Grande ou obeso Reproduzido de Hiatt, WR. N Engl J Med 2001; 344:1608.
  • 4. INDICAÇÃO DO EXAME Na teoria, todos os pacientes com mais de 50 anos e assintomáticos que procuram assistência para uma avaliação cardiovascular devem ter a doença arterial obstrutiva periférica rastreada através da medida do ITB. O ITB se encaixa como exame de rastreio pelo baixo-custo, fácil realização, não apresentar ônus ou riscos ao paciente e pela capacidade de detectar a doença ainda de maneira assintomática. Além disso, outras indicações para a realização do exame são: Todos os indivíduos maiores de 65 anos Os maiores de 50 que sejam: o Diabéticos o Fumantes o Ex-Fumantes (>10 maços/ano) Qualquer idade: o História pessoal de processo obstrutivo em outro território vascular, como:cerebral, carótica ou coronariano o História familiar de doença arterial oclusiva em qualquer território o Queixas sugestivas de claudicação intermitente (dor ou desconforto nos membros que surge com o esforço) o Alterações no Exame Clínico que apontem para Doença Arterial Oclusiva: diminuição de pulsos, extremidades frias, alterações tróficas de pele e pêlos, etc. o Como controle para sucesso após revascularização do território afetado. Outras indicações: o Maiores que 50 anos:  Com hipertensão arterial sistêmica  Portadores de Hipercolesterolemia  Portadores de hiper-homocisteinemia  Portadores de níveis elevados de Proteina C reativa o Qualquer idade:  Para diagnóstico diferencial com dor em membros inferiores
  • 5. Para guiar a prescrição de fármacos beta-bloqueadores uma vez que há contra-indicação do uso dessa classe de remédios em pacientes portadores de Doença Arterial Obstrutiva em Membros Inferiores (DAOMI) Adaptado de Indice Tornozelo-Braquial:Importância e uso na prática clínica. Marcia Makdisse. São Paulo. Editora Segmento.2004 APLICAÇÃO PRÁTICA DO EXAME Como mencionado anteriormente os valores do ITB abaixo de 0,9 tem uma sensibilidade e especificidade acima de 95% para diagnósticos de DAOMI e correlaciona-se com um aumento de morbi-mortalidade cardiovascular em diversos estudos. Quando o índice fica entre 0,9 e 0,4 o paciente tem doença obstrutiva leve a moderada e valores abaixo de 0,4 significam doença grave. Nesse último estágio o doente, muito provavelmente, já tem a clínica de claudicação. Valores entre 0,9 e 1,3 são os valores considerados dentro da normalidade. Devemos lembrar, no entanto, que o valor de corte 0,9 é passível de mudanças a depender da publicação de novos estudos que correlacionem esse valor ( ou um valor diferente) e a morbi-mortalidade associada.Alguns autores propõem, por exemplo, que essa razão seja elevada para 1,0. Uma das indicações do exame também é para avaliar a presença de doença obstrutiva em pacientes que se beneficiariam do uso de beta-bloqueadores como,por exemplo, pacientes com Insuficiência Cardíaca. Evita-se o uso dessas drogas pois o bloqueio do efeito beta na circulação arterial periférica causaria uma vasoconstricção e conseqüente piora da doença obstrutiva nesses pacientes, a despeito do benefício cardíaco alcançado com o beta-bloqueio. De maneira geral, recomenda-se cautela em doentes com ITB 0,41-0,9 e uso de beta-bloqueadores com bloqueio alfa (tipo carvedilol). Em pacientes com ITB <0,4 não recomenda-se o uso de quaisquer beta- bloqueador. 0,91-1,3 em pacientes sem sintomas: Em pacientes com ITB normal o exame deve ser repetido anualmente e reduções do índice maiores do que 0,15 devem ser consideradas diminuições REAIS, ou seja, fora da faixa de erro intra ou inter-observador e devem, portanto, ser valorizadas. 0,91-1,3 em pacientes sintomáticos (dor associada a movimentação) ou alteração no exame físico (diminuição/ausência de pulsos periféricos, diminuição de temperatura, queda de pelos,etc): ‘ Se o valor for normal em repouso, mas estiver próximo do limite inferior (entre 0,91 e 1,0) sugere-se que os pacientes sejam submetidos ao ITB de esforço através da realização do ITB associado a caminhada em esteira ergométrica e com protocolos
  • 6. específicos. O paciente te ITB medido em posição supina 1 minutos antes e após o esforço. Uma redução do ITB após o esforço de maneira significativa é diagnóstica de Doença Arterial Obstrutiva. Caso não se disponha do teste de esforço e a suspeita de doença obstrutiva ainda se faça presente recomenda-se o encaminhamento para a cirurgia vascular. 0,41-0,9 com ou sem sintomas: Repetir a medida do ITB com 12 semanas para confirmação. Se diagnóstico confirmado deve-se iniciar controle de fatores de risco para doença cardiovascular (diabetes, HAS, dislipidemia,obesidade...). Se paciente sintomático pedir parecer da cirurgia vascular <0,4 com ou sem sintomas: Esses pacientes tem doença arterial obstrutiva grave e devem ser encaminhados para a cirurgia vascular. Além disso, deve ser feita prevenção secundária para doença cardiovascular nos mesmos moldes dos pacientes entre 0,41-0,9. Valores > 1,3: Pacientes com valores acima de 1,3 geralmente apresentam doença aterosclerótica difusa em vasos e calcificação da camada média e rigidez da parede que faz com que as artérias fiquem não compressíveis e,assim, os valores do ITB sejam elevados.Tal situação pode ocorrer em idosos, diabéticos e pacientes com doença renal crônica. Eles devem ter sua ITB repetido com 12 semanas e, se a alteração permanecer, ser encaminhados ao cirurgião vascular para melhor avaliação. Para maiores informações recomendamos a leitura adicional disponibilizada na bibliografia. BIBLIOGRAFIA Indice Tornozelo-Braquial:Importância e uso na prática clínica. Marcia Makdisse. São Paulo. Editora Segmento Farma, Primeira Edição. 2004 Jaff MR. Diagnosis of Peripheral Arterial Disease: Utility of the Vascular Laboratory. Clin Conerstone 4:16-25 Newman AB e cols. Mortality over Four years in SHEP Participants with Low Ankle-brachial index. J Am Geriatr Soc 1997;45:1472-8 Duprez D.HOPE Brings Hope for the use of the Ankle-brachial Index as Cardiovascular Risk Marker. Eur Heart J 2004;25:1-2
  • 7. Resnick HE e cols. Relationship of High and Low Ankle Brachial Index to All- Cause and Cardiovascular Disease Mortality: The Strong Heart Study. Circulation 2004; 109:733-9 Vasilomanolaskis E e cols. Treadmill Stress Testing in Geriatric Patientes. J Am Coll Cardiol 1984;3:520-6. Belch JJ e cols. Critical Issues in Peripheral Arterial Disease Detection and Management: A Call to Action. Arch Intern Med 2003;163:884-92. Brearly e cols. Peripheral Pulse Palpation: an Unrealible physical sign. Ann R Coll Surg Engl 1992;74:169-71 Donnelly R e cols.ABC of Arterial and Venous Disease: Non-invasive Methods of Arterial and Venous Assessment. BMJ 2000;320:698-701 Hirsch e cols.PeripheralArterial Disease Detection, Awareness, and Treatment in Primary Care. JAMA 2001;286:1337-24. Meijer WT e cols. Peripheral Arterial Disease in the Elderly. The Rotterdam Study.Arteioscler Thromb Vasc Biol.1998;18:185-92. Selvin, E, Erlinger, TP. Prevalence of and risk factors for peripheral arterial disease in the United States: results from the National Health and Nutrition Examination Survey, 1999-2000. Circulation 2004; 110:738.