2. FICHA TÉCNICA
Newsletter dos Portos de Setúbal e Sesimbra
Número 39 - janeiro de 2014
Propriedade: APSS - Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, SA
Morada: Praça da República - 2904-508 Setúbal
Tel.: (+351) 265 542 000 - Fax (+351) 265 230 992
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Diretora: Fátima Évora
Edição: Divisão de Marketing e Documentação
Coordenação gráfica: Nuno Lobo Paulo
Fotografia: Nuno Lobo Paulo
Redação: Maria João Bacalhau, João Gonçalves, Fátima Évora
Colaboradores convidados: Ernesto Carneiro, Inês Vaz Pinto
Conceção gráfica: White Brand Services
Impressão: Lokemark SA
ISSN: 1645-913X
Depósito legal:
Tiragem: 1.500 exemplares
Periodicidade: Trimestral
Distribuição: Gratuita
APSS - Todos os direitos reservados
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www.youtube.com/portofsetubal
3. 3
EDITORIAL
Propiciar a discussão sobre as valências do Porto de Setúbal
e estimular o diálogo entre os elementos da comunidade logís-
tica-portuária, foi o objetivo principal da conferência “Porto de
Setúbal, a solução ibérica disponível”, organizada em novem-
bro pela CPS - Comunidade Portuária de Setúbal, com o apoio
da APSS, entre outras empresas que se envolveram através do
patrocínio do evento.
A conclusão mais marcante da conferência terá sido que o
Porto de Setúbal é o futuro na região de Lisboa. Ideia sustenta-
da pelo estudo sobre o Sistema Portuário Nacional da autoria do
Prof. Doutor Crespo de Carvalho, apresentado publicamente pela
primeira vez, e reiterada pelo Prof. Doutor Augusto Mateus e pelo
Prof. Doutor Eduardo Catroga.
Esta visão explica-se, segundo o autor do estudo, por este
porto poder constituir a alavanca para o crescimento na região.
O porto já dispõe de um conjunto de valências e de investimentos
efetuados que devem, de imediato, ser rentabilizados e utilizados.
Por outro lado, o planeamento estratégico para as infraestruturas
do sistema portuário deverá ser feito de forma a dar prioridade ao
aproveitamento das capacidades instaladas.
O evento contou com a honrosa presença do Secretário
de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações,
Dr. Sérgio Monteiro, que referiu que a intenção do Governo é ren-
tabilizar as estruturas já existentes e combater desperdícios.
Quanto à movimentação de mercadorias, o ano que agora
findou foi muito positivo para o Porto de Setúbal; foi um ano de
consolidação, com um valor acima de 7 milhões de toneladas,
que representou um record absoluto e uma variação positiva de
16%, face a 2012.
No que se refere à carga, merece ainda referência a consoli-
dação da posição como porto exportador de referência e parceiro
das indústrias nacionais, a carga exportada pelos seus terminais
portuários, excluindo a cabotagem, representou 65% do total.
Regozijamo-nos por poder contribuir para as competências
exportadoras das empresas do hinterland do porto, através da
oferta de serviços de transporte marítimo regulares para cada vez
mais destinos e com transit time muito competitivos. O fortaleci-
mento do relacionamento com os parceiros – indústrias, armado-
res e operadores logísticos – é um desígnio que seguimos todos
os dias na APSS.
Merece ainda destaque, por ter iniciado a sua atividade, o
Centro de Formação Portuária. Trata-se de uma iniciativa dese-
nhada com base em parcerias com entidades certificadas na ver-
tente formativa ligada ao mar e às atividades portuárias, com as
quais assinámos protocolos de colaboração. Visa-se a capacita-
ção e valorização dos recursos humanos de empresas e entida-
des inseridas na comunidade portuária de Setúbal e Sesimbra.
Congratulamo-nos com a conclusão com êxito, mais uma
vez, da Auditoria de Acompanhamento ao Sistema de Gestão
Ambiental (SGA), segundo o referencial NP EN ISO 14001:2004,
realizada à empresa pela Lloyds Register Quality Assurance.
O sucesso alcançado resulta do empenho e colaboração de to-
dos os colaboradores da APSS, sendo reconhecido pelo auditor
o nosso compromisso para com o sistema de gestão ambiental.
A manutenção da certificação constitui um estímulo para o em-
penhamento dos serviços dos portos de Setúbal e Sesimbra na
melhoria contínua da qualidade, ambiente e segurança.
O Presidente
Vitor Caldeirinha
4. 4
NOTÍCIAS
Centro de Formação Portuária de
Setúbal
A APSS - Administração dos Portos de Setúbal e
Sesimbra, SA, no âmbito do desenvolvimento do Centro
de Formação Portuária, celebrou no passado dia 28 de
novembro um Protocolo de Colaboração com o FOR-MAR
– Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar.
Esta iniciativa marcou, de forma simbólica, o início de
atividade do Centro de Formação Portuária de Setúbal.
O protocolo foi assinado pelo Presidente do CA, Vítor
Caldeirinha, e pelo Vogal do CA, Carlos Seixas da Fonseca, por
parte de APSS, e pelo Presidente do CA, Aníbal Figueiredo, e pelo
Vogal do CA, Duarte Leite de Sá, por parte do FOR-MAR. Este
documento de colaboração visa a valorização dos recursos hu-
manos nos vários domínios da atividade portuária, da logística e
dos transportes marítimos, com enfoque para os pertencentes às
Comunidades de Setúbal e Sesimbra.
Com este protocolo a APSS disponibilizará ao FOR-MAR ins-
talações para realização de aulas teóricas, oficinas para atividades
práticas, sendo igualmente facilitado o acesso ao mar na sua área
de jurisdição, permitindo deste modo a realização das diversas
unidades modulares de formação, cursos e demais iniciativas. Por
sua vez, ao FOR-MAR caberá desenvolver e executar um plano de
formação nas áreas abrangidas do protocolo, correspondendo às
necessidades identificadas de certificação.
A cerimónia inte-
grou ainda um Seminário
Técnico sobre “Formação
e Qualificação na Área
do Mar: A Cultura de
Segurança no Trabalho
Marítimo e Portuário”, reali-
zado no Auditório da APSS.
O programa incluiu dois
painéis e terminou com
um debate moderado pelo Chefe da divisão Pedagógica do FOR-
MAR, Carlos Serôdio.
O IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional, IP,
através do Departamento de Formação Profissional, em parceria
com o FOR-MAR e o Porto de Setúbal, participaram no referido
seminário técnico, com o objetivo de promover a divulgação e
discussão das Normas de Certificação nestas atividades.
Porto de Setúbal recupera movimento
Para o Porto de Setúbal, 2013 foi um ano de consoli-
dação da movimentação de carga, com uma recuperação
que se veio a revelar regular ao longo do ano, no final, o
total do porto fixou-se acima de 7 milhões de toneladas,
uma variação positiva de 16%, em relação aos 6 milhões
de toneladas de 2012, e um máximo absoluto.
Foi um ano em que escalaram o porto um total de 1 392
navios, mais 15% em relação a 2012, que somaram, em Gross
Tonnage, 19,4 milhões de toneladas, mais 10,4% do que no ano
anterior. Destes, 1 253 fizeram escalas comerciais, mais 11% do
que em 2012, o que corresponde, em Gross Tonnage, a 15 mi-
lhões de toneladas, representando um aumento de 10%, face a
2012.
A carga geral dominou a movimentação do porto, com
3,7 milhões de toneladas, mais 31% do que em 2012, com a carga
geral fracionada a registar 2,9 milhões, 33% de recuperação. Por
sua vez, os contentores voltaram à fasquia dos 70 mil TEU, 43%
mais do que o ano transato, também se registou uma melhoria
nos granéis sólidos que, com 2,8 milhões de toneladas, aumen-
taram 6,2%.
Por mercadorias movimentadas, liderou o cimento, com
1,6 milhões de toneladas, seguido dos produtos metalúrgicos,
com 1,1 milhões de toneladas, do clínquer, com 887 mil tone-
ladas, da madeira, com 527 mil toneladas, dos minérios, com
5. 5
NOTÍCIAS
435 mil toneladas, dos adubos, com 394 mil toneladas, e do pa-
pel, com 239 mil toneladas.
Os Terminais de Serviço Público apresentaram um incre-
mento de 23%, face a 2012, com 4 milhões de toneladas, e os
Terminais de Uso Privativo aumentaram 7%, com o total rema-
nescente de 3 milhões de toneladas.
Terminado o ano de 2013 com 4,3 milhões de toneladas de
mercadorias exportadas, valor correspondente a 65% do total da
carga que passou pelos seus terminais, excetuada a cabotagem,
o Porto de Setúbal consolidou a sua posição como porto exporta-
dor de referência e parceiro ativo no esforço das empresas nacio-
nais empenhadas na recuperação da economia do país.
Conferência “O Porto de Setúbal, a
solução ibérica disponível”
A CPS - Comunidade Portuária de Setúbal organizou
a Conferência “Porto de Setúbal, a solução ibérica dis-
ponível”, realizada no dia 26 de novembro, no auditório
do Novotel de Setúbal. A iniciativa obteve grande suces-
so, quer pela qualidade dos oradores que integraram o
painel de comunicações, quer pelo elevado número de
participantes, com perfis diversificados, que representa-
ram diversas entidades e empresas ligadas à atividade
logístico-portuária.
A abertura do encontro contou com intervenções do
Presidente da Comunidade Portuária de Setúbal, Engº Frederico
Spranger, e do Presidente da Administração dos Portos de Setúbal
e Sesimbra, Dr. Vitor Caldeirinha.
Na sessão da manhã, o estudo do Prof. Doutor José Crespo
Carvalho serviu de ponto de partida para um debate moderado
pelo subdiretor de informação da SIC, Dr. José Gomes Ferreira,
onde também participaram o Prof. Doutor Augusto Mateus, pro-
fessor do ISEG-UTL, e o Dr. Marcello Di Fraia, Managing Director
da Grimaldi Portugal.
À tarde, o debate surgiu em torno do tema Reindustrialização
e Logística na Região de Setúbal, moderado pelo subdiretor do
Diário Económico, Dr. Francisco Ferreira da Silva, contou com a
participação da Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Dra.
Maria das Dores Meira, do Presidente da CIP, Dr. António Saraiva,
do administrador da AICEP, Dr. José Vital Morgado e da represen-
tante da CCDR-LVT, Dra. Fernanda do Carmo.
Dada a riqueza de ideias veiculadas na conferência, a
Comunidade Portuária de Setúbal produziu um documento com as
conclusões do evento, que de seguida se reproduz integralmente.
Conclusões da conferência
A ideia de que o Porto de Setúbal pode ser a grande alavanca
para o crescimento da região de Lisboa teve grande impacto, so-
bretudo porque surgiu amplamente sustentada pelo estudo “Um
contributo para (Re)pensar o Sistema Portuário Nacional”, efetua-
do pelo Prof. Doutor José Crespo de Carvalho, Professor do ISCTE
e que foi apresentado publicamente pela primeira vez.
6. 6
NOTÍCIAS
A análise deste estudo revela que no Porto de Setúbal exis-
te um conjunto de valências e de investimentos já efetuados e
que podem, de imediato, ser mais rentabilizados. Por esta razão,
o planeamento estratégico para as infraestruturas portuárias de
Setúbal e Lisboa deverá ser feito de forma conjunta e comple-
mentar, para aproveitar a capacidade instalada em cada um dos
Portos, evitando desperdícios.
O reforço desta ideia surgiu pelo próprio Governo, atra-
vés do Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e
Comunicações, Dr. Sérgio Monteiro, que garantiu que a inten-
ção do Governo é, como sempre foi, rentabilizar as estruturas já
existentes. Por outro lado, foi também referida a decisão sobre
os investimentos em eventuais infraestruturas portuárias estar,
agora, nas mãos de um grupo de trabalho, no qual o governo
deliberadamente não quis fazer-se representar.
“O Governo retirou-se dessa questão técnica, que está
nas mãos de um grupo de trabalho que integra a Associação
Industrial Portuguesa, a Associação Nacional dos Municípios, a
CIP – Confederação da Indústria Portuguesa, a AICEP, o Conselho
Português de Carregadores, entre outros,” garantiu o Secretário
Estado. “Estamos mais preocupados com assentar num diagnós-
tico que reúna o consenso dos cidadãos e das empresas e que
tenha em atenção o modelo de financiamento”, sublinhou o Dr.
Sérgio Monteiro.
Entre as infraestruturas que já estão disponíveis, hoje, no
Porto de Setúbal e que devem ser maximizadas estão, de acor-
do com o estudo feito pelo Prof Doutor Crespo de Carvalho, o
maior terminal de contentores do país, que neste momento só
movimenta 70.000 TEU [capacidade de carga de um contentor
de 20 pés] por ano, quando tem investimentos feitos para uma
capacidade de 250.000 TEU/ano e capacidade de expansão para
chegar até aos 600 mil TEU/ano. Outra vantagem de assinalar é
ter ligações ferroviárias com ramais dedicados dentro dos prin-
cipais terminais e com ligação direta à rede nacional. Algo de
verdadeiramente distintivo.
O estudo destaca, ainda, o facto de o Porto de Setúbal bene-
ficiar de excelentes acessibilidades marítimas, com barra aberta
todo ano e a qualquer hora. Tem 11 quilómetros de frente portuá-
rios utilizáveis, dos quais só cerca de um terço está aproveitada.
Beneficia, ainda, de acessos rodoviários sem constrangimentos
de tráfego com o tecido urbano e com ligações diretas à rede
nacional e transfronteiriça de autoestradas.
Ao longo da conferência foi também destacado que, neste
momento, o Porto de Setúbal está a trabalhar a cerca de 25%
da capacidade em termos de contentores e a 50% nos segmen-
tos de carga geral e granéis. A própria barra pode passar a ter
profundidade para receber navios de maior dimensão, através
de investimentos de baixo valor e ambientalmente sustentáveis.
7. 7
NOTÍCIAS
As soluções do Porto de Setúbal incluem, ainda, valências
como 17 mil hectares de jurisdição portuária; uma localização
estratégica; 300 hectares de infraestruturas com acessibilidades
marítimas e navegabilidade permanente (24 horas por dia e 365
dias por ano); 12 terminais especializados; ligações rodoferro-
viárias ao norte e sul do país e a Espanha; e áreas logísticas que
centralizam exportações e importações. Estas condições permi-
tem ao Porto de Setúbal movimentar atualmente 7 milhões de
toneladas de mercadorias por ano, com vocação marcadamen-
te exportadora, com cotas situadas em cerca de 60% da carga
movimentada.
O Prof. Doutor Augusto Mateus sublinhou que se trata de
“garantir um desenvolvimento harmonioso dos portos”, conside-
rando que “precisamos de aproveitar a capacidade que o Porto
de Setúbal oferece para uma complementaridade ativa”.
O Prof. Eduardo Catroga, Chairman do Grupo Sapec, referiu
que “O Porto de Setúbal dispõe de um conjunto de valências e
de investimentos já efetuados, que podem ser rentabilizados ”.
Outra conclusão do dia de trabalhos é a ideia de que o Porto
de Setúbal é uma “solução já disponível” num quadro de recur-
sos escassos, já que com um investimento mínimo é possível po-
tenciar as valências estruturais, alcançando significativos acrésci-
mos de produtividade.
Na sua intervenção, a Presidente da Câmara Municipal de
Setúbal, Dra. Maria das Dores Meira, registou o “novo clima de
relações” entre a autarquia e a Administração portuária para o
desenvolvimento estratégico da cidade, conciliando “desenvol-
vimento industrial, portuário e de atividades ligadas ao turismo,
cultura e lazer”. Por outro lado, ressaltou das intervenções profe-
ridas que a Região de Setúbal já tem toda uma base industrial ex-
tremamente diversificada e que essa mais valia deverá ser apro-
veitada para um “novo ciclo de expansão”, assente num aumento
sustentável na cadeia de valor já implantada na região.
8. 8
OPINIÃO
Tróia: um sítio exportador em época
romana.
Frente ao movimentado Porto de Setúbal, fica Tróia, bem co-
nhecida pelas suas praias e também pelo seu projecto turístico,
actualmente dinamizado pelo troiaresort. Muitos conhecem ainda
as ruínas romanas, entre o estuário do Sado e a lagoa da Caldeira,
mas poucos sabem da sua importância na época romana, quando
foi um dinâmico ponto de embarque de mercadorias.
Nos alvores da nossa Era, Tróia seria ainda um cordão de
ilhas desertas que o rio e o mar iam alimentando de areia, e que
se tinham tornado terra firme, que se podia finalmente ocupar.
Nessa época, tal como todo o território português, o baixo
vale do Sado era dominado pelo Império Romano a partir da im-
portante cidade Salacia Urbs Imperatoria (Alcácer do Sal), um po-
voado muito antigo e um grande empório que comercializava os
produtos agrícolas e os minérios do interior do Alentejo. Junto à
foz do rio, na margem direita, começava a desenvolver-se a cida-
de de Cetóbriga (Setúbal).
O mundo romano, com grandes cidades (Roma chegou a ter
um milhão de habitantes!) e numerosos exércitos para abastecer,
necessitava de muitos alimentos que se pudessem conservar e
transportar, entre os quais o peixe salgado.
Certamente devido à riqueza dos recursos de pesca e sal,
nas margens do estuário do Sado vai-se instalar uma importante
indústria de salgas de peixe em fábricas de salga, com tanques
dispostos à volta de pátios.
Nestes tanques punha-se o peixe no sal durante algumas se-
manas para obter peixe salgado, mas faziam-se também molhos
de peixe, um condimento essencial na cozinha e mesa romanas.
Eram também feitos nos tanques com peixe e sal, mas deixavam-
-se as tripas, deixando-se macerar e liquefazer durante alguns me-
ses. O resultado era o garum e o liquamen, molhos muito líquidos
e com um sabor muito intenso, com que se temperava o peixe, a
carne, os legumes e até o vinho, e outros mais alimentícios, bons
para alimentar os escravos, como o hallec!
Conhecem-se fábricas de salga romanas em Setúbal, na
Comenda, na Rasca, no Creiro, em Sesimbra… mas em nenhum
destes sítios existem tantas e tão grandes como em Tróia.
A orientação regular dos edifícios de Tróia, em parcelas
transversais à linha de costa, separadas por estreitas vielas, indi-
ca que, à semelhança de muitos espaços romanos urbanizados,
também o areal de Tróia, então plano, foi sujeito a um loteamento
prévio e os lotes concedidos aos interessados em instalar aqui o
seu negócio de salgas de peixe. O que significa que houve um
plano estratégico para instalar uma indústria de salga de peixe em
Tróia. De notar, ainda, que o investimento necessário foi enorme,
pois Tróia era uma ilha de areia, e todos os materiais de constru-
ção tiveram que ser trazidos de fora.
9. 9
OPINIÃO
Quem planeou? Os oficiais do município de Salácia ou os de
Cetóbriga? E qual o papel de Lúcio Cornélio Boccho?
À distância de 2000 anos, só algumas deduções e hipóte-
ses são possíveis. A administração das cidades tinha equipas de
agrimensores especializadas no traçado dos cadastros urbanos e
rurais. A família Cornélio Boccho, por sua vez, era uma das mais
importantes de Salácia e deixou registo da sua presença tanto em
Alcácer do Sal como em Lisboa e na própria capital da Lusitânia,
Mérida.
Em Tróia apareceu, no século XIX, uma inscrição de home-
nagem a Lúcio Cornélio Boccho, o que leva a querer que possa ter
tido um papel relevante na fundação deste complexo industrial. É
muito provável que tenha sido a cidade de Salácia a querer insta-
lar esta lucrativa indústria na foz do rio, mais perto das matérias-
-primas (peixe e sal) e mais acessível aos barcos que transporta-
vam os produtos para os diversos mercados.
Apesar da pouca área escavada, estão identificadas em Tróia
25 oficinas de salga ainda com 165 tanques visíveis, algumas de-
las de grandes dimensões e com grandes tanques.
As 22 oficinas que se considera terem funcionado nos sé-
culos I e II têm ainda 80 tanques que é possível medir, e esses
tanques têm uma capacidade de produção de 1429 m3 que fazem
de Tróia o maior centro de produção de peixe salgado e molhos
de peixe que se conhece no mundo romano em época imperial.
Acima dos famosos sítios de Lixus (Marrocos), cujas 10 ofici-
nas têm uma capacidade de produção de 1013 m3, de Sabratha
(Líbia), com 18 pequenas oficinas com 99 m3 de capacidade de
produção, e de Baelo Claudia (Cádiz, Espanha) com sete oficinas
que não produziriam mais de 277 m3 de cada vez.
Tendo em conta que nos primeiros séculos de funcionamen-
to uma ânfora levava cerca de 35 litros, uma só produção de 1429
m3 exigiria 40 828 ânforas para ser escoada, e não se sabe se se
faziam uma, duas ou mais produções por ano.
Sabe-se, no entanto, que entre o século I e o século V, muitas
toneladas de peixe e sal foram descarregadas em Tróia, e mui-
tos milhares de ânforas com peixe salgado e molhos de peixe
foram embarcadas para seguirem, rio acima, para o interior do
Alentejo, e pelo mar, para outras paragens, sobretudo nas costas
do Mediterrâneo e, em particular, para Roma, a capital do Império.
Num recente congresso realizado em Tróia, foram apresentadas
ânforas lusitanas achadas em Sevilha, Cartagena, Tarragona,
Arles, Sicília, Pompeia, Óstia e Roma.
Onde se embarcavam as mercadorias? Não há dúvida de que
a acostagem dos barcos era feita na margem do estuário pois to-
das as oficinas estão voltadas para o Sado. Por outro lado, a dis-
persão das oficinas ao longo de 1,5 km sugere múltiplos pontos
de acostagem. Numa zona junto à praia conhecida como “Porto
Romano” há um edifício com entradas largas que devia ser um
mercado ou um armazém que se localizava certamente junto a
um cais.
Só que há muitos séculos que a erosão marinha fustiga seve-
ramente a praia da margem do estuário e as construções romanas
aí localizadas, levando muita areia e causando o desmoronamento
dos edifícios. Dos pontos de acostagem não ficou qualquer vestí-
gio. Não é provável, no entanto, que alguma vez fosse construído
um porto em Tróia, pois os portos estavam reservados às cidades
costeiras que serviam largos territórios. Em Tróia devia haver múl-
tiplos cais de madeira que não sobreviveram à erosão e ao tempo.
Resta-nos a certeza de um dinâmico movimento de barcos
de pesca, de sal, de transporte de ânforas vazias e também de
barcos de comércio a curta, média e longa distância que em Tróia
embarcaram milhares de ânforas que alcançaram as mais diver-
sas regiões do Império.
Inês Vaz Pinto
Arqueologa. Diretora do Departamento
de Arqueologia do troiaresort.
10. 10
COLABORADOR APSS
A Doca das Fontainhas, no Porto de Setúbal, localiza-se na
margem direita do Rio Sado. A doca, com uma área aproximada
de 360x115 m2, possui, no seu lado poente, passadiços flutuantes
para estacionamento de embarcações de recreio e, no seu lado
nascente, um sistema de correntes fixadas em poitas assentes no
fundo, para embarcações mais pequenas. No lado norte, sensi-
velmente a meio, situa-se o terminal de ferries que operam para
Tróia.
A estrutura de contenção do terrapleno da Doca das
Fontainhas, cuja construção remonta à década de 30 do século
XX, caracteriza-se por uma retenção marginal em talude, revestida
com perré, com inclinações acentuadas. Actualmente, a estrutura
de contenção do terrapleno, no lado norte-nascente, apresenta
sinais de instabilização por deslizamento global, com a ocorrên-
cia de assentamentos significativos no coroamento e elevação do
fundo devido ao escorregamento do talude.
Descrição da estrutura existente
O perfil inicial da estrutura de retenção marginal, desenvolve-
-se em talude. Neste projeto, a retenção marginal desenvolve-se
entre as cotas +5.00 m (ZH), no coroamento, e -2.50 m (ZH), na
base. A sua fundação é constituída por um prisma de enrocamen-
to, assente sobre o terreno natural, previamente dragado com um
rasto de aproximadamente 5 m e talude de transição até à super-
fície com inclinação 3H:1V. O prisma de fundação, com inclinação
exterior de 1.2H:1V, possui ao nível -0.20 m (ZH) um bloco de be-
tão, com 1.70 m de largura e 1.20 m de altura, que serve de apoio
ao perré. O perré, com inclinação 1H:1V, é constituído por blocos
de pedra calcária aparelhada, de dimensão variável, com juntas
preenchidas com argamassa. O terrapleno realizou-se através de
um aterro hidráulico, com areias provenientes das dragagens rea-
lizadas no porto de Setúbal, à data da construção da obra. No
tardoz do prisma de fundação e do perré, existe uma camada de
argila, servindo de barreira impermeável.
No extremo poente da área de intervenção da retenção mar-
ginal, existe um muro cais, composto por uma estrutura de gra-
vidade. Esta estrutura, foi projectada com coroamento a +5.00 m
(ZH), possui 2.80 m de largura na base, fundada a -0.20 m (ZH)
sobre um prisma de enrocamento com 6 m de largura, e talude
de 1.2H:1V até à cota -6.50 m (ZH).
Doca das Fontainhas
Ernesto Carneiro
Diretor de Equipamento, Infraestruturas e Ambiente
Doca de Recreio
das Fontainhas
Zona Portuária
T. Tersado
Cais Nº3
Terminal de ferries
Zona de
Intervenção
11. 11
OPINIÃO
Descrição das patologias observadas
Observam-se, atualmente, sinais de instabilização da estru-
tura existente, no lado norte da doca, numa extensão total de
aproximadamente 131 m. O coroamento da retenção apresenta
assentamentos significativos, que aumentam no sentido longitu-
dinal nascente-poente, como se pode observar na imagem infra,
atingindo o valor máximo de aproximadamente 0.85 m no extre-
mo poente, junto ao muro cais vertical. A cota de coroamento da
estrutura, na extensão estável, é de aproximadamente +4.60 m
(ZH). Dado que as obras existentes foram projectadas para uma
cota de coroamento +5.00 m (ZH) e que a cota da retenção mar-
ginal nas zonas estáveis se encontra a +4.60 m (ZH), observa-se
que ocorreu um assentamento global de 0.40 m.
No sentido transversal, são igualmente observados assen-
tamentos significativos. Numa faixa de 5 m de largura, relativa-
mente ao alinhamento do coroamento, o terrapleno apresenta
assentamentos que variam entre 0.23 m, no lado nascente, e
0.85 m, junto ao cais vertical no lado poente. Estes assentamentos
correspondem a inclinações de 5% e 17 %, respetivamente.
O tipo de deformações observadas, e descritas atrás, levam
a crer que a retenção marginal sofreu um escorregamento por
insuficiente capacidade resistente. O paramento do talude em
perré apresenta um empolamento do revestimento e destaca-
mento, nestas zonas, da argamassa de ligação entre blocos de
pedra. Estas deformações podem provocar a fuga de material fino
do aterro, agravando os assentamentos observados na superfície
do terrapleno, bem como a desagregação da restante extensão
do perré. Outra patologia identificada é a existência de uma loca,
junto à escada no extremo jusante da doca.
Solução estrutural a implementar
A solução de reparação consistirá na construção de uma
nova retenção marginal terá o seu coroamento ao nível +5.00 m
(ZH) e a sua base a -3.00 m (ZH). O seu perfil tipo é o ilustrado na
imagem infra.
Perfil tipo da nova retenção marginal
O perfil da solução proposta consiste na execução de draga-
gens de construção, à profundidade -3.00 m (ZH), com um rasto
de 12 m, subindo no sentido de terra segundo um talude com
inclinação 2H:1V até à superfície do terrapleno existente.
Sobre os planos dragados, será construído um prisma de
enrocamento em TOT, com uma banqueta de 3.80 m de largura
a -2.50 m (ZH), no pé do talude inferior, que sobe segundo um
talude 3H:2V até ao nível 0.00 m (ZH). A este nível existirá uma
nova banqueta com cerca de 3.70 m de largura, onde será assen-
te, no lado interior, um bloco em betão simples pré-fabricado para
remate do revestimento em perré do talude superior da retenção.
O talude superior terá igualmente uma inclinação de 3H:2V, até
atingir a cota +4.80 m (ZH), onde terá uma largura de 3 m.
O talude superior da retenção marginal será revestido com
perré, conforme a retenção existente. A face do talude em TOT
será regularizada com rachão, para a posterior aplicação da ar-
gamassa de assentamento dos blocos de pedra. As juntas entre
blocos serão igualmente seladas com argamassa. O perré será
dotado de tubos PVC DN 32, dispostos numa malha quadrada em
quincôncio, com 2 m de lado, a fim de permitir a drenagem da
água intersticial do prisma de TOT.
No tardoz da retenção, será colocada uma manta geotêxtil
entre os aterros (novo e existente) e o prisma de TOT, de modo
a impedir a fuga do material fino de aterro. Esta tela aplicar-se-á
entre a cota -2.00 m (ZH) e o coroamento da retenção. Nas faces
de contacto com o enrocamento, a tela deverá ser protegida com
uma camada de rachão com 0.10 m de espessura média. Sobre o
talude de tardoz do prisma de TOT, após colocação da tela geo-
têxtil, será colocado o material de aterro. Sobre o coroamento da
retenção e do novo aterro, será efectuada uma camada de pavi-
mento provisória em tout-venant, com 0.20 m de espessura.
Após a conclusão destes trabalhos, toda a superfície superior
do terrapleno será alvo de novas melhorias, com pavimentação
em calçada à portuguesa, com um desenho similar à construída
no molho poente da doca e topo poente, consistindo o desenho
em quadrados de calçada preta com quadro de calçada branca.
Serão colocadas algumas árvores e colocado mobiliário urbano,
banco, peças para que a população possa usufruir de mais este
espaço reabilitado pela APSS.
Pavimento em calçada à portuguesa
Terreno natural
Zona de intervenção
12. 12
SESIMBRA
Balanço da época balnear
De acordo com o tradicional balanço feito pela autarquia se-
simbrense, o verão de 2013 constituiu uma das melhores épo-
cas balneares dos últimos anos, seja em ocupação, eventos e
receitas.
Para a APSS, numa
época em que a bandeira
azul continuou a ser has-
teada na Praia do Ouro,
os bons resultados econó-
micos associados à praia
são um motivo de conten-
tamento, igual satisfação,
fica associada à ausência de
acidentes.
Exercícios FOR-MAR no Porto de
Sesimbra
Aproveitando as excelentes condições naturais oferecidas
pelo mar e a funcionalidade das infraestruturas construídas no
porto, têm vindo a repetir-se em Sesimbra, exercícios do FOR-
MAR, com diversos objetivos, nomeadamente quanto a técnicas
pessoais de sobrevivência e práticas simuladas de segurança
marítima.
Ministrados por profissionais com larga experiência, estes
cursos são ainda enquadrados pelos procedimentos de seguran-
ça da Capitania do Porto e pelos serviços competentes da APSS.
Sesimbra e o Mar, uma pluralidade
de olhares
No dia 16 de novembro, a Câmara Municipal de Sesimbra or-
ganizou, no âmbito das comemorações do Dia Nacional do Mar,
o seminário “Sesimbra e o mar, uma pluralidade de olhares”,
com apresentações muito
interessantes, varrendo um
largo espectro de interes-
ses, com um destaque na-
tural para a recente campa-
nha Sesimbra é Peixe, que
tem vindo a despertar uma
grande atenção por parte
da APSS, por reconhecer
nela uma ferramenta eficaz para impulsionar a vida económica de
Sesimbra, e portanto do seu o porto.
Auditoria de acompanhamento do
Sistema de Gestão da Qualidade
Ambiente e Segurança no Porto de
Sesimbra
No último terço do mês de Novembro, o Sistema de Gestão
da Qualidade Ambiente e Segurança da APSS no Porto de
Sesimbra foi auditado no âmbito da norma ISO 14001:2004.
A exemplo de anteriores auditorias, a sessão acabou por
identificar e registar a conformidade entre os procedimentos im-
plementados, e os requisitos especificados para os mesmos na
norma de referência, de onde resultou a manutenção da certifica-
ção, o que constitui um estímulo para o empenhamento dos ser-
viços do Porto de Sesimbra na melhoria contínua da qualidade,
ambiente e segurança.
Porto de Sesimbra com Ponte Cais
nº 3 auditada
A Ponte Cais nº 3 do Porto de Sesimbra foi auditada, no dia
4 de dezembro, por uma equipa da DRAPLVT - Direção Regional
de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, no âmbito do
financiamento PROMAR-Programa Operacional das Pescas 2007-
2013 de que a empreitada usufruiu.
A auditoria incluiu uma visita de verificação física ao local,
evidência documental e contabilística. Recorde-se que a obra
cumpriu rigorosamente preço do concurso, o que é relevante em
obras marítimas, um dos dois únicos casos, juntamente com os
túneis, em que a legislação admite a existência de sobrecustos
para além dos atuais limites muito restritivos colocados.
Esta obra veio contribuir de forma relevante para a seguran-
ça e operacionalidade das
embarcações de pesca e
pessoas, bem como para o
ordenamento do espaço.
13. 13
BREVES
Melhoria da Doca dos Pescadores do
Porto de Setúbal
No âmbito do “Programa de melhoria das condições de segu-
rança, ordenamento e limpeza da Doca dos Pescadores do Porto
de Setúbal” promovido pela APSS, desenvolvido e implementa-
do em estreita colaboração com Associações de Pesca, iniciou-se
novo conjunto de regras de estacionamento na Doca de Pesca.
O programa pretendeu assegurar adequadas condições de
segurança, estacionamento e operação da atividade profissio-
nal da pesca. Na sua génese está a preocupação da APSS com
a segurança dos profissionais da pesca, porquanto, tratando-se
de uma doca de pesca, apenas deverão acostar aos passadiços
embarcações de pescadores profissionais.
Projeto “10 Milhões de Estrelas” com
apoio da APSS
A APSS apoiou, mais uma vez, a campanha solidária “10
Milhões de Estrelas – Um
gesto pela Paz”, que de-
correu durante o mês de
dezembro, uma iniciativa
dinamizada pela Cáritas
Diocesana de Setúbal e des-
tinada a apoiar famílias com
carências em Portugal e ou-
tras ações internacionais.
O apoio monetário da APSS visou contribuir para as diversas
ações humanitárias da Cáritas, tendo, no caso desta campanha, o
objetivo de promover uma manifestação pública de índole religio-
so, cívico, cultural e artístico como um meio de angariar recursos
que possam ajudar os mais pobres.
Porto de Setúbal investe em energia
fotovoltaica
A nova mini central fotovoltaica instalada na cobertura do
edifício do Cais 3 do Porto de Setúbal entrou em pleno funcio-
namento, com o início da venda de energia à EDP-Universal, SA.
O sistema, com uma potência instalada de 30 kW, é o segundo
concluído este ano e o quarto do parque fotovoltaico da APSS.
Com um investimento de 57 mil euros, produz energia que
irá diminuir o custo da fatura energética nos pontos de consumo
associados a esta central. São quatro as instalações fotovoltaicas
no Porto de Setúbal que, agora, estão dotadas de um sistema de
monitorização que permite a gestão do sistema, com acompanha-
mento online da produção de energia.
APSS apoia Curso Profissional de
Técnicos de Salvamento e Segurança
em Meio aquático
A APSS, no âmbito da colaboração com o FOR-MAR, apoia
o Curso Profissional de Técnico de Salvamento e Segurança no
Meio Aquático, ministrado pela Escola Secundária D. João II, de
14. 14
BREVES
Setúbal. Iniciado este ano letivo, 2013/2014, tem uma carga ho-
rária total de 3 100 horas e confere aos alunos a obtenção do
12º ano.
O curso, para além da abordagem dos conteúdos programá-
ticos, proporciona, na Praia de Albarquel, o desenvolvimento de
atividades práticas, de condição física e vivências relacionadas
com a temática. A formação de profissionais nesta vertente é um
contributo para o reforço da qualidade oferecida pelo turismo bal-
near, a náutica de recreio e outras atividades aquáticas.
Formação sobre Movimentação
Manual de Cargas na APSS
A APSS promoveu uma formação sobre “Movimentação
Manual de Cargas”, no dia 29 de outubro, no Edifício Sede, mi-
nistrado pela SST – Saúde e Segurança no Trabalho, Lda, desti-
nado aos colaboradores da empresa e inserida na prevenção de
acidentes de trabalho.
Esta iniciativa decorreu
da premissa do reconheci-
mento de que a movimen-
tação manual de cargas é
uma das formas de trabalho
responsável por um grande
número de lesões e aci-
dentes de trabalho, não só
nas profissões mais exigen-
tes fisicamente, como nas
restantes.
APSS melhora pavimento na Doca do
Clube Naval Setubalense
A APSS terminou, no passado mês de dezembro, a emprei-
tada de “Recarga em pavimento betuminoso na área em frente
da rampa do Clube Naval Setubalense”, executada pela empresa
“Canana & Filhos, Lda”.
Esta intervenção permitiu melhorar visual e funcionalmente a
área circundante às instalações e doca daquele eclético clube de
Setúbal que, para além de um relevante promotor de atividades
ligadas à náutica de recreio e desportos marítimos e de pavilhão,
tem instalado, com vista para a doca e Rio Sado, um restaurante
especializado em peixe.
Delegação polaca recebida no Porto
de Setúbal
Uma comitiva de dezasseis delegados polacos do Instytut
Konsultantów Europejskich (Instituto Europeu de Consultores) vi-
sitou o Porto de Setúbal, no dia 24 de outubro, com o objetivo de
conhecerem o Terminal Multiusos Zona 2, enquanto exemplo de
solução tecnológica e organizacional na área dos investimentos
em infraestruturas cofinanciados pelo Fundo de Coesão.
A visita iniciou-se com uma receção no Auditório do Edifício
Sede da APSS, que incluiu o visionamento do vídeo do Porto de
Setúbal e uma apresentação do projeto de construção do Terminal
Multiusos Zona 2, pelo Diretor de Equipamento, Infraestruturas e
Ambiente, Eng.º Ernesto Carneiro, seguida de uma sessão de per-
guntas, e terminou com uma deslocação aos terminais portuários.
Porto de Setúbal foi primeira escala
do novo navio ‘Highland Knight’
O Terminal Eco-Oil/Tanquisado do Porto de Setúbal recebeu,
no dia 29 de outubro, a primeira escala da viagem inaugural do
MV “Higland Knight”, do armador Gulf Offshore North Sea, Ltd e
agênciado pela Barwil Knudsen, para descarregar slops.
O navio é do tipo PSV, Platform Suplly Vessel, foi construído
nos estaleiros italianos Rosetti Marino, em Ravenna, tem um com-
primento de 75 metros e 2.202 GT. Destina-se ao abastecimento
e assistência a plataformas petrolíferas. A Gulf Offshore North
15. 15
BREVES
Sea, Ltd pertence ao grupo Gulfmark Offshore Inc. e opera uma
frota de PSV nas águas do Mar do Norte, Mediterrânio e África
Ocidental.
Aluna da ENIDH estagia na APSS
A APSS continua a colaboração com instituições de ensino
regionais, nacionais e internacionais, para a realização de estágios
nos seus serviços, seguindo
uma política de relações pri-
vilegiadas com o ensino,
com ganhos garantidos
para todos os envolvidos.
Durante o mês de ja-
neiro de 2014, estagiou
na DELOG/dMD a aluna
Andreia Sofia Carvalhão
Bernardo, do curso de li-
cenciatura em Gestão Portuária da Escola Náutica Infante Dom
Henrique.
Exercício de proteção portuária no
Porto de Setúbal
As Autoridades Portuária e Marítima do Porto de Setúbal
desenvolveram o exercício de proteção do Porto de Setúbal
“SETA_2013”, envolvendo todos os terminais comerciais do por-
to, diversos navios atracados e um ferry. Foram simulados cená-
rios, em terra e no plano de água, que suscitaram a intervenção
especializada do Grupo de Mergulho Forense GMF e da lancha da
Polícia Marítima.
O exercício procurou aferir a articulação das diversas
Autoridades, dos terminais portuários e dos prestadores de servi-
ços, tendo sido acionada a implementação de procedimentos de
contenção e comunicação ao Centro Coordenador de Operações
de Proteção do Porto (CCOPP). Foi ainda assegurado o interface
com o grupo de gestão de emergência que assegurou a ativação
do Plano de Emergência e Plano Mar Limpo.
APSS preside à APP
A APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra,
SA assumiu, no passado mês de novembro, a presidência da APP
– Associação dos Portos de Portugal, de acordo com a prática es-
tabelecida de rotatividade dos órgãos dirigentes da associação. A
direção da APP é completada pela APL – Administração do Porto
de Lisboa e pelos Portos dos
Açores.
Os objetivos da nova
direção passam pela con-
tinuação do trabalho de
melhoria operacional e de
integração dos portos portu-
gueses nos sistemas de lo-
gística e transportes nacio-
nais e internacionais, pela
cooperação entre as autoridades portuárias e pela continuação do
apoio à APLOP.
Porto de Setúbal presente no 2º
Congresso FEEM
O Porto de Setúbal apoiou o Congresso do FEEM, realizado a 14
novembro, que teve por objetivo a consciencialização dos portugue-
ses para a relevância do Mar no âmbito da economia nacional.
Para aferir a diversidade
de oportunidades que o Mar
oferece, durante o Congresso
foram apresentados vários
casos de sucesso, histórias
de empreendedores com di-
ferentes formações e áreas
de atividades ligadas ao Mar,
contadas na primeira pessoa.
16. 16
BREVES
Conferência de Gestão Portuária
Internacional com participação do
Porto de Setúbal
O Porto de Setúbal esteve presente na Conferência
Internacional “Gestão Portuária em diferentes países e sistemas
logísticos”, organizada pelo CEGE/ISEG e ADFERSIT, que decor-
reu no Auditório CGD/ISEG – Instituto Superior de Economia e
Gestão, no dia 12 de dezembro.
Foi objetivo do evento dis-
cutir o papel e a importância
da atividade marítima, portos
e sistemas logísticos no de-
senvolvimento económico no
contexto internacional, tendo
sido uma oportunidade, face à
presença, como oradores, de
representantes dos maiores
portos nacionais, entre outros
gestores, para estabelecer uma troca de experiências e consolidar
parcerias importantes nesses setores.
ENIDH continua visitas ao Porto de
Setúbal
O Porto de Setúbal continua a cooperar com as entidades
ligadas ao ensino, nomeadamente, ao facultar visitas de estudo
às suas instalações, facto que ocorreu, recentemente, por duas
vezes, a 22 e 26 de novembro de 2013, com alunos da ENIDH
- Escola Náutica Infante D. Henrique, a primeira, de alunos do
Curso de Pilotagem e, a segunda, de alunos dos Cursos de Gestão
Portuária e Gestão de Transportes e Logística.
Os dois grupos foram recebidos no auditório do Edifício
Sede da APSS, no qual visionaram o vídeo institucional do Porto
de Setúbal, ao que se seguiu uma deslocação aos terminais por-
tuários Multiusos Zona 1, Multiusos Zona 2 e Roll-on Roll-off, os
alunos do Curso de Pilotagem efetuaram ainda uma visita ao edi-
fício do VTS (Vessel Traffic System).
Euroyouth volta ao Porto de Setúbal
O Porto de Setúbal voltou a receber, no dia 11 de novem-
bro, a visita de um grupo de alunos e professores do 4º EPAL de
Patras, uma escola de formação profissional grega, numa organi-
zação da EUROYOUTH Portugal, no âmbito do projeto europeu
Leonardo da Vinci/Erasmus.
Acompanhados por dois professores, os doze alunos, com
especialização no setor naval, tinham o objetivo de conhecer as
infraestruturas portuárias numa perdpetiva geral. Foram recebi-
dos no auditório do edifício sede da APSS, onde visionaram o
vídeo institucional do Porto de Setúbal, tendo de seguida visitado
os terminais Multiusos Zona 1 e Multiusos Zona 2 e o Terminal
Roll-on Roll-off.
17. 17
ESTATÍSTICAS VALORES ACUMULADOS A DEZEMBRO
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
1.400.000
1.600.000
0
100
200
300
400
500
600
700
Cimento 23%
Produtos Metalúrgicos 16%
Clinquer 13%
13% Outros
7% Madeira
6% Minérios
6% Adubos
4% Carvão e Coque
3% Papel
3% Gasóleo e Gasolina
3% Roll-On Roll-Off
3% Produtos Agrículas
Mercadorias movimentadas 2013
por tipo
Mercadorias movimentadas 2012/2013
Número de Navios
Viaturas Movimentadas Unidade: Mil viatuas
TEU’s Movimentadas Unidade: Mil Teu’s
Carga Fracionada 41%
40% Granéis Sólidos
9% Contentorizada
7% Granéis Líquidos
Roll-On Roll-Off 3%
Mercadorias movimentadas 2013
por modo de acondicionamento
Unidade: Mil toneladas
Cim
ento
Produtos
M
etalúrgicos
Clinquer
M
adeiras
M
inérios
A
dubosCarvão
e
Coque
Papel
G
asóleo
e
G
asolinaRoll-O
n
Roll-O
ff
Produtos
A
grícolas
Á
cidos
Fuelóleo
O
utros
2012
2013
Contentores
Graneleiros
Granéis Líquidos
Transporte Especiais
Carga Geral
2012
2013
2012 2013
97
39
136
77
48
125
Carga
Descarga
2012 2013
27
23
49
37
34
71
Carga
Descarga
17
18. 18
CASA DE PESSOAL DA APSS
Concurso de Fotografia
Integrado na XXIII Semana Cultural, a CPPSS organizou mais
uma edição do concurso de fotografia, que desta feita decorreu
na Quinta do Alcube, no dia 5 de outubro.
O evento contou com
a presença de cerca de
25 associados e terminou
com um almoço servi-
do na Quinta do Alcube,
que decorreu num am-
biente de salutar conví-
vio. Posteriormente o júri
do concurso, composto
pela Dr.ª Joana Coelho,
Dr.ª Lúcia Teixeira e Cmdt.
Carlos Marques atribuiu as
seguintes classificações:
Menção honrosa para
José Ribeiro e João Paulino.
O vencedor do concurso
foi contemplado com uma
moldura digital.
Aula de Golfe
A CPPSS proporcionou, mais uma vez, aos seus associados
e familiares a possibilidade de desenvolverem o gosto pelo golfe
através de uma aula de ini-
ciação a este desporto.
As duas dezenas de
participantes puderam des-
frutar, no dia 2 de outubro,
de mais uma aula com a du-
ração de cerca de 120 minu-
tos, que decorreu no campo
de Golfe do Montado onde
aprimoraram as técnicas já aprendidas, sob a orientação do Prof.
João Pedro Carvalhosa.
XXIII Semana Cultural
Decorreu entre os dias 9 e 13 de dezembro, a XXIII Semana
Cultural da CPPSS. No auditório do edifício sede da APSS esti-
veram expostas as melhores fotografias do concurso, trabalhos
de pintura, e artesanato pro-
duzido nos dois Workshops
organizados em 2013.
A sessão de encer-
ramento contou com a
presença da Senhora Drª.
Manuela Duarte em repre-
sentação do Conselho de
Administração, tendo sido
divulgada a classificação final do concurso de fotografia e distri-
buídos prémios a todos os participantes no evento.
Festa de Natal
As atividades da CPPSS continuam a proporcionar momentos
de grande convívio aos seus associados, este ano, a festa de Natal,
decorreu no dia 14 de dezembro, no auditório do edifício sede.
O Grupo de Animação e Teatro Espelho Mágico represen-
tou a peça “Era Uma Vez na Floresta” dedicada ao ator Fernando
Guerreiro, membro do grupo e recentemente falecido.
No final do espetáculo, num ambiente repleto de espírito na-
talício foram entregues os presentes, ao que se seguiu um lanche
para todos.
1º Classificado – Lino Dias
2º Classificado – Joaquim Silva
3º Classificado – Jorge Albano
19. 19
CASA DE PESSOAL DA APSS
Festa de São Martinho
A Casa do Pessoal continua a proporcionar aos seus asso-
ciados momentos de lazer e diversão, cerca de cinquenta asso-
ciados e familiares reuniram-se, no passado dia 8 de novembro,
no restaurante Xica Bia para comemorar a festa de São Martinho
de 2013, onde puderam assistir à atuação do cantor Nuno
Albuquerque que proporcionou uma noite de festa e alegria.
Jantar de Natal
A CPPSS organizou, de novo, em 2013, o jantar de Natal,
aberto à participação de todos os trabalhadores da APSS,SA
no ativo e aposentados. Decorreu no restaurante “265”e contou
com a presença dos membros do Conselho de Administração da
empresa.
Foi num ambiente de
convívio e alegria que cerca
de 30 colaboradores rea-
lizaram a tradicional troca
de prendas, marcando mais
um momento de vivência
entre todos aqueles que
contribuem ou já contri-
buíram para o crescimento
dos portos de Setúbal e
Sesimbra.
CPPSS e o GD da APS voltam a entrar
em campo
A equipa da Casa do Pessoal dos Portos de Setúbal e
Sesimbra recebeu, no dia 16 de junho, a sua congénere do Grupo
Desportivo da Administração do Porto de Sines para um jogo
de futsal. O jogo foi seguido de um almoço de convívio entre os
jogadores e dirigentes num restaurante especializado em peixe
assado, em Setúbal.
Mais uma vez, o almoço correu muito bem, em animado
ambiente de confraternização entre os dois grupos. Mas antes,
durante o jogo, notou-se uma certa ausência dos jogadores da
CPPSS no seu meio campo defensivo, facto gentilmente apro-
veitado pelos colegas de Sines para irem introduzindo a bola na
nossa baliza, como demonstra o resultado final: um simpático 11
a 3, a favor de Sines.
Teatro “Lar Doce Lar”
No dia 16 de novembro, a CPPSS proporcionou uma ida ao
teatro. O grupo de cerca de 40 associados pôde assistir, no Fórum
Luísa Todi, em Setubal, à magnífica comédia, “LAR DOCE LAR”,
com os artistas Maria Rueff e Joaquim Monchique.
Torneio de Pesca de Mar
No dia 30 do mês de novembro teve lugar o 2º Torneio
Interno de Pesca de Mar de 2013. Os dezassete pescadores inscri-
tos largaram da Doca das Fontaínhas pelas seis horas da madru-
gada, a bordo de duas embarcações.
A pesca, foi direcionada à captura de Douradas e proporcio-
nou um dia agradável e um número significativo de exemplares
pescados.
A classificação final
do torneio foi a seguinte:
1º Classificado, Sixto
Ferreira com 10,5 kg;
2º Classificado, João
Farinha com 8,5 kg;
3º Classificado, Luís Durães
com 6,0 kg; Maior exem-
plar: Paulo Aldeia – 1,650 kg
(Dourada).
Workshop “Patchwork”
No seguimento das atividades previstas para o ano de 2013,
a CPPSS realizou no passado dia 26 de outubro, nas instalações
da APSS, SA, um workshop de artesanato intitulado “Patchwork”,
onde participaram cerca de seis associados, que deram largas à
sua criatividade.
Uma iniciativa que
teve como objetivo elabo-
rar um individual em tecido
utilizando a técnica de “pa-
tchwork”, com aplicações e
acolchoamento. Os resulta-
dos foram os mais diversos
tendo cada formando colo-
cado o seu cunho pessoal
na peça realizada.