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PRINCIPAIS BACTÉRIAS ANAERÓBIAS DE
INTERESSE CLÍNICO
MICROBIOLOGIA ORAL
ANAERÓBIOS
 O termo anaeróbio abrange uma ampla gama de variação
biológica. Existem os anaeróbios “estritos”, como a
bactéria Treponema denticola e muitas espécies de
Clostridium spp., que só crescem se o O2 estiver ausente
no meio. Os anaeróbios “moderados” crescem em
atmosferas que contêm até 10% de O2.
 O dano causado pelo O2 nos seres anaeróbios deve-se à
oxidação de componentes celulares essenciais. O
O2 pode oxidar intermediários metabólicos, como tióis
(grupamento –SH) e pteridinas, que, na sua forma
reduzida, seriam utilizados em reações biosintéticas.
Além do mais, essas reações de oxidação
frequentemente reduzem simultaneamente o O2, gerando
radicais livres e outras espécies tóxicas de derivados do
O2.
METABOLISMO
ANAERÓBICO
 O Metabolismo anaeróbico é uma
forma alternativa de metabolismo que
ocorre quando os níveis de oxigênio
são baixos e menos energia é
produzida do que durante a respiração
aeróbica. O metabolismo anaeróbico
refere-se a processos biológicos que
produzem energia para um organismo
sem usar oxigênio.
CLOSTRIDIUM
SPP
 As espécies de Clostridium englobam um grupo de
bacilos gram-positivos formadores de esporos,
anaeróbios obrigatórios. As principais espécies
patogénicas incluem Clostridium perfringens (C.
perfringens), associado à gangrena
gasosa; Clostridium difficile, associado à colite
pseudomembranosa; C. tetani, que causa o
tétano; e C. botulinum, responsável pelo
botulismo. As espécies Clostridium perfringens (C.
perfringens), Clostridium difficile, C. tetani, e C.
botulinum apresentam um espectro amplo de
manifestações clínicas e invasão aos seres vivos.
ESPOROS
BACTERIANOS
 O esporo bacteriano representa um mecanismo de
conservação de informação genética altamente
eficiente e o tipo celular mais resistente conhecido.
Esporos podem ser encontrados em amostras isoladas
de, praticamente, todas as partes da superfície e
subsuperfície terrestre.
 Esporos são ainda capazes de resistir a extremos de
temperatura, radiação, agentes químicos e tempo. Essas
propriedades são conferidas aos esporos graças às
características de composição química e ultraestrutura.
CLOSTRIDIUM TETANI  O C. tetani é uma bactéria descrita por
Nicolaier em 1894, agente causador do
tétano. A bactéria é isolada de amostras
de solo, fezes de animais e homem e das
feridas tetanigenas. É um bacilo
anaeróbio estrito, produtor de esporo que
lhe permite sobreviver em condições de
aerobiose e produtor de uma exotoxina
que se fixa ao sistema nervoso,
provocando a sintomatologia da doença.
TOXINAS
TETÂNICAS
 O C. tetani produz 3 toxinas: uma
tetanospasmina neuro tóxica; uma
neurotoxina não convulsivante, e
uma tetanolisina. Dessas 3 toxinas,
aquela incriminada na patogenia
do tétano humano é a
tetanoespasmina.
TETANOESPASMINA
NEUROTOXINA TERMOLÁBIL;
BLOQUEIA A LIBERAÇÃO DE
NEUROTRANSMISSORES
COMO O ÁCIDO GAMA-
AMINOBUTÍRICO, GLICINA
PARA SINAPSES INIBITÓRIAS.
CLOSTRIDIUM
BOTULINUM
 Produz 7 tipos de toxinas que atuam no sistema nervoso,
porem só os tipos A, B. E e F causam doenças em
humanos.
 Uma vez absorvida, a toxina é transportada via
hematógena até neurônios sensíveis. As toxinas atuam
nas junções neuromusculares, provocando paralisia
funcional motora sem a interferência com a função
sensorial. Os efeitos farmacológicos das toxinas
acometem principalmente os nervos periféricos, os quais
têm a acetilcolina como mediador. As toxinas ligam-se
na membrana nervosa bloqueando a liberação da
acetilcolina necessária para a excitação muscular,
causando a paralisia flácida que evolui para a morte,
devido à paralisia dos músculos respiratórios.
TOXINA
BOTULINICA
CLOSTRIDIUM
PERFRINGES
 Apresenta cinco tipos de esporos de A a E, classificados de
acordo com as exotoxinas produzidas. Os tipos A, C e D são
patogênicos para humanos.
 A maioria das intoxicações surge com C. perfringens produtor da
enterotoxina do tipo A. Esta enterotoxina é uma proteína formada
durante o processo de esporulação no interior do intestino, e
interfere no transporte de água, sódio e cloretos através da
mucosa intestinal. Os sintomas clássicos desta intoxicação
(gastroenterite) são dores abdominais agudas, diarreias com
náuseas, febre, e, em casos raros, vómitos. Os sintomas surgem
cerca de 6 a 24 horas (mais usualmente 8 a 12 horas) após a
ingestão do alimento contaminado com um número elevado de
células vegetativas de C. perfringens (considera-se que a dose
infecciosa é superior 1000000 células vegetativas por g de
alimento). Estes sintomas persistem, geralmente, durante 24
horas, mas podem manter-se, de forma menos acentuada,
durante 1 a 2 semanas. Outros sintomas mais raros são a febre,
os arrepios e as dores de cabeça.
GÊNERO CLOSTRIDIUM SPP E A ODONTOLOGIA
 O Botox é uma toxina produzida pelo Clostridium botulinum e usada em doses que não causam a doença.
 Além do uso estético, a toxina pode ser utilizada para o uso terapêutico no tratamento de espasticidade disfuncional (rigidez
muscular excessiva), distonias e espasmo hemifacial.
 É método simples, rápido e em muitos casos efetivo no tratamento do sorriso gengival.
 Pacientes nos quais a capacidade dos músculos faciais responsáveis por elevar o lábio superior durante o sorriso se encontra
aumentada, têm indicação para tratamento com toxina botulínica.
 Outros fatores que tornam esta toxina um tratamento de primeira opção são o rápido e reversível efeito, com uma duração entre
3 a 5 meses.
 Em muitos casos, a toxina botulínica tem particular interesse quando os pacientes pretendem submeter-se a um procedimento mais
invasivo, como a cirurgia ortognática, mas desejam um rápido melhoramento estético enquanto o procedimento cirúrgico é
planeado.
 Ocasiona uma melhora significativa nos sintomas de sialorreia.
CLOSTRIDIUM SPP E A ODONTOLOGIA
 C. tetani: A alta prevalência de traumas dento-alveolares associada às lacerações dos tecidos moles
adjacentes pode propiciar uma porta de entrada para os microrganismos. O primeiro sintoma que o
paciente apresenta é o trismo. Devido a este quadro clínico o cirurgião dentista tende a ser o primeiro
profissional a ser procurado no momento inicial da doença.
 C. difficile: Em uma unidade de terapia intensiva deve-se seguramente assumir que esporos podem ser
encontrados em qualquer coisa que não tenha sido esterilizada ou limpa com um desinfetante de alto nível. A
taxa de aquisição de C. difficile é estimada em 13% nos pacientes com internação de até duas semanas, e
em 50% em pacientes com internação hospitalar por mais de quatro semanas.
LINK ÚTIL
 https://www.youtube.com/watch?v=-Mfo3Af5E3c

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  • 1. PRINCIPAIS BACTÉRIAS ANAERÓBIAS DE INTERESSE CLÍNICO MICROBIOLOGIA ORAL
  • 2. ANAERÓBIOS  O termo anaeróbio abrange uma ampla gama de variação biológica. Existem os anaeróbios “estritos”, como a bactéria Treponema denticola e muitas espécies de Clostridium spp., que só crescem se o O2 estiver ausente no meio. Os anaeróbios “moderados” crescem em atmosferas que contêm até 10% de O2.  O dano causado pelo O2 nos seres anaeróbios deve-se à oxidação de componentes celulares essenciais. O O2 pode oxidar intermediários metabólicos, como tióis (grupamento –SH) e pteridinas, que, na sua forma reduzida, seriam utilizados em reações biosintéticas. Além do mais, essas reações de oxidação frequentemente reduzem simultaneamente o O2, gerando radicais livres e outras espécies tóxicas de derivados do O2.
  • 3. METABOLISMO ANAERÓBICO  O Metabolismo anaeróbico é uma forma alternativa de metabolismo que ocorre quando os níveis de oxigênio são baixos e menos energia é produzida do que durante a respiração aeróbica. O metabolismo anaeróbico refere-se a processos biológicos que produzem energia para um organismo sem usar oxigênio.
  • 4. CLOSTRIDIUM SPP  As espécies de Clostridium englobam um grupo de bacilos gram-positivos formadores de esporos, anaeróbios obrigatórios. As principais espécies patogénicas incluem Clostridium perfringens (C. perfringens), associado à gangrena gasosa; Clostridium difficile, associado à colite pseudomembranosa; C. tetani, que causa o tétano; e C. botulinum, responsável pelo botulismo. As espécies Clostridium perfringens (C. perfringens), Clostridium difficile, C. tetani, e C. botulinum apresentam um espectro amplo de manifestações clínicas e invasão aos seres vivos.
  • 5. ESPOROS BACTERIANOS  O esporo bacteriano representa um mecanismo de conservação de informação genética altamente eficiente e o tipo celular mais resistente conhecido. Esporos podem ser encontrados em amostras isoladas de, praticamente, todas as partes da superfície e subsuperfície terrestre.  Esporos são ainda capazes de resistir a extremos de temperatura, radiação, agentes químicos e tempo. Essas propriedades são conferidas aos esporos graças às características de composição química e ultraestrutura.
  • 6.
  • 7. CLOSTRIDIUM TETANI  O C. tetani é uma bactéria descrita por Nicolaier em 1894, agente causador do tétano. A bactéria é isolada de amostras de solo, fezes de animais e homem e das feridas tetanigenas. É um bacilo anaeróbio estrito, produtor de esporo que lhe permite sobreviver em condições de aerobiose e produtor de uma exotoxina que se fixa ao sistema nervoso, provocando a sintomatologia da doença.
  • 8. TOXINAS TETÂNICAS  O C. tetani produz 3 toxinas: uma tetanospasmina neuro tóxica; uma neurotoxina não convulsivante, e uma tetanolisina. Dessas 3 toxinas, aquela incriminada na patogenia do tétano humano é a tetanoespasmina.
  • 9. TETANOESPASMINA NEUROTOXINA TERMOLÁBIL; BLOQUEIA A LIBERAÇÃO DE NEUROTRANSMISSORES COMO O ÁCIDO GAMA- AMINOBUTÍRICO, GLICINA PARA SINAPSES INIBITÓRIAS.
  • 10.
  • 11.
  • 12. CLOSTRIDIUM BOTULINUM  Produz 7 tipos de toxinas que atuam no sistema nervoso, porem só os tipos A, B. E e F causam doenças em humanos.  Uma vez absorvida, a toxina é transportada via hematógena até neurônios sensíveis. As toxinas atuam nas junções neuromusculares, provocando paralisia funcional motora sem a interferência com a função sensorial. Os efeitos farmacológicos das toxinas acometem principalmente os nervos periféricos, os quais têm a acetilcolina como mediador. As toxinas ligam-se na membrana nervosa bloqueando a liberação da acetilcolina necessária para a excitação muscular, causando a paralisia flácida que evolui para a morte, devido à paralisia dos músculos respiratórios.
  • 14.
  • 15. CLOSTRIDIUM PERFRINGES  Apresenta cinco tipos de esporos de A a E, classificados de acordo com as exotoxinas produzidas. Os tipos A, C e D são patogênicos para humanos.  A maioria das intoxicações surge com C. perfringens produtor da enterotoxina do tipo A. Esta enterotoxina é uma proteína formada durante o processo de esporulação no interior do intestino, e interfere no transporte de água, sódio e cloretos através da mucosa intestinal. Os sintomas clássicos desta intoxicação (gastroenterite) são dores abdominais agudas, diarreias com náuseas, febre, e, em casos raros, vómitos. Os sintomas surgem cerca de 6 a 24 horas (mais usualmente 8 a 12 horas) após a ingestão do alimento contaminado com um número elevado de células vegetativas de C. perfringens (considera-se que a dose infecciosa é superior 1000000 células vegetativas por g de alimento). Estes sintomas persistem, geralmente, durante 24 horas, mas podem manter-se, de forma menos acentuada, durante 1 a 2 semanas. Outros sintomas mais raros são a febre, os arrepios e as dores de cabeça.
  • 16. GÊNERO CLOSTRIDIUM SPP E A ODONTOLOGIA  O Botox é uma toxina produzida pelo Clostridium botulinum e usada em doses que não causam a doença.  Além do uso estético, a toxina pode ser utilizada para o uso terapêutico no tratamento de espasticidade disfuncional (rigidez muscular excessiva), distonias e espasmo hemifacial.  É método simples, rápido e em muitos casos efetivo no tratamento do sorriso gengival.  Pacientes nos quais a capacidade dos músculos faciais responsáveis por elevar o lábio superior durante o sorriso se encontra aumentada, têm indicação para tratamento com toxina botulínica.  Outros fatores que tornam esta toxina um tratamento de primeira opção são o rápido e reversível efeito, com uma duração entre 3 a 5 meses.  Em muitos casos, a toxina botulínica tem particular interesse quando os pacientes pretendem submeter-se a um procedimento mais invasivo, como a cirurgia ortognática, mas desejam um rápido melhoramento estético enquanto o procedimento cirúrgico é planeado.  Ocasiona uma melhora significativa nos sintomas de sialorreia.
  • 17. CLOSTRIDIUM SPP E A ODONTOLOGIA  C. tetani: A alta prevalência de traumas dento-alveolares associada às lacerações dos tecidos moles adjacentes pode propiciar uma porta de entrada para os microrganismos. O primeiro sintoma que o paciente apresenta é o trismo. Devido a este quadro clínico o cirurgião dentista tende a ser o primeiro profissional a ser procurado no momento inicial da doença.  C. difficile: Em uma unidade de terapia intensiva deve-se seguramente assumir que esporos podem ser encontrados em qualquer coisa que não tenha sido esterilizada ou limpa com um desinfetante de alto nível. A taxa de aquisição de C. difficile é estimada em 13% nos pacientes com internação de até duas semanas, e em 50% em pacientes com internação hospitalar por mais de quatro semanas.
  • 18.
  • 19.
  • 20.
  • 21.
  • 22.