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Projeto: G.A.P.E.
Grupo de Apoio Pedagógico Especializado
Curso: Desvendando o aluno especial
Tema: AUTISMO
GUARUJÁ, SETEMBRO/2009
Ministrado pela Professora Cinthya Traquia Peres Martos
Especialista em Deficiência Intelectual
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARUJÁ
ESTADO DE SÃO PAULO
Secretaria Municipal de Educação
Diretoria de Apoio ao Ensino Local
1
Sumário:
1-Definição................................................................................... Pág.03
2-Identificação e Diagnóstico....................................................... Pág.04
3-Causas do Autismo.................................................................... Pág.05/06
4-Espectro de Manifestações Autísticas....................................... Pág.07
5- Síndromes Autísticas................................................................. Pág.08
6-Tipos de Intervenção................................................................. Pág.09
7- Características........................................................................... Pág.10
Quadro dos sintomas................................................................... Pág.11
8- Orientação ao Pais..................................................................... Pág.12
9-Orientação aos Professores......................................................... Pág.13
10-Síndrome de Asperger............................................................ Pág.14
11- Critério Diagnóstico............................................................... Pág.15
12- Intervenção........................................................................... Pág.16
13- Conclusão............................................................................... Pág.16
.... ”Autismo é para sempre, mas não é uma sentença de morte. Você não
fez nada para que isso acontecesse, mas pode fazer muito para melhorar
as perspectivas de vida dessa criança.... Você pode escolher se vai ficar
parado ou caminhar, se vai esperar ou agir.
Portanto, respeite seu tempo; mas depois...
Mãos à obra.
Eles precisam muito de nós!!
2
1- DEFINIÇÃO
O termo "autismo" origina-se do grego Autós, que significa "de si mesmo".
Foi empregado pela primeira vez em 1911, pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler,
para descrever a fuga da realidade e o retraimento para o mundo interior dos
pacientes adultos acometidos de esquizofrenia.
A partir da década de 70, os meios científicos manifestaram um crescente
interesse pelo assunto, o que possibilitou o desenvolvimento de pesquisas nos
âmbitos neurobiológico, cognitivo e psicanalítico.
Autismo é uma síndrome* definida por alterações presentes desde idades
muito precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza
sempre por desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso
da imaginação.
Estes três desvios, que ao aparecerem juntos caracterizam o autismo, foram
chamados por Lorna Wing e Judith Gould, em seu estudo realizado em 1979,
de "Tríade" A Tríade é responsável por um padrão de comportamento restrito
e repetitivo, mas com condições de inteligência que podem variar do retardo
mental a níveis acima da média.
Autismo é uma síndrome comportamental com etiologias diferentes, na
qual o processo de desenvolvimento infantil encontra-se profundamente
distorcido (Gillbert, 1990; Rutter, 1996).
A primeira descrição dessa síndrome foi apresentada por Leo Kanner, em
1943, com base em onze casos de crianças que ele acompanhava e que
possuíam algumas características em comum:
• incapacidade de se relacionarem com outras pessoas;
• severos distúrbios de linguagem (sendo esta pouco comunicativa) e
• uma preocupação obsessiva pelo que é imutável (sameness).
Esse conjunto de características foi denominado por ele de autismo infantil
precoce (Kanner, 1943).
Em 1944, Hans Asperger, médico, escreve outro artigo com o título
Psicopatologia Autística da Infância, descrevendo crianças bastante
semelhantes às descritas por Kanner. Ao contrário do artigo de Kanner, o de
Asperger levou muitos anos para ser amplamente lido. A razão mais
comumente apontada para o desconhecimento do artigo de Asperger é o fato
dele ter sido escrito originalmente em alemão.
Hoje em dia, atribui-se tanto a Kanner como a Asperger a identificação do
autismo,
(*) síndrome – Conjunto dos sintomas que caracterizam uma doença(**)
(**) Doença – Alteração da saúde que comporta um conjunto de caracteres definidos como
causa, sinais, sintomas e evolução; mal, moléstia, enfermidade.
Fonte: Dicionário da Língua Portuguesa – Larousse Cultural
3
2- IDENTIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de autismo é feito basicamente através da avaliação do quadro
clínico "O diagnóstico, em geral, percorre um caminho longo: do pediatra para
a fonoaudióloga ou fisioterapeuta, daí para o neurologista ou psiquiatra,
psicoterapeuta etc." Isso, nos casos em que há diagnóstico.
Normalmente, o médico solicita exames para investigar condições (possíveis
doenças) que têm causas identificáveis e podem apresentar um quadro de
autismo infantil, como a síndrome do X-frágil, fenilcetonúria ou esclerose
tuberosa. Raramente o diagnóstico é conclusivo antes dos vinte e quatro
meses, O diagnóstico precoce é importante para poder iniciar a intervenção
educacional especializada o mais rapidamente possível.
Há graus diferenciados de autismo
Instrumentos para diagnosticar o autismo
Os mais comuns são a Classificação Internacional de Doenças da Organização
Mundial de Saúde, ou CID-10, em sua décima versão, e o Manual de
Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais da Academia Americana de
Psiquiatria, ou DSM-IV.
Diferentes sistemas diagnósticos (DSM-IV/APA, 1994; CID-10/WHO, 1992)
têm baseado seus critérios em problemas apresentados em três domínios
(tríade de prejuízos), tais quais observados por Kanner (1943), que são:
A prevalência de crianças com autismo típico ‘tríade’ de comprometimentos :
 Prejuízo qualitativo na interação social;
 Prejuízo qualitativo na comunicação verbal e não-verbal, e no brinquedo
imaginativo; e,
 Comportamento e interesses restritivos e repetitivos.
No Brasil, apesar de não haver dados estatísticos, calcula-se que existam,
aproximadamente, 600 mil pessoas afetadas pela síndrome do autismo.
O termo T.I.D. ‘transtornos invasivos do desenvolvimento’ tem sido
adotado, desde a década de 80.
Considerando que uma séria anormalidade no processo de desenvolvimento
está presente desde cedo na vida da criança (evidência dessa desordem deve
ser aparente nos primeiros 36 meses de vida).
Na maioria das vezes, a criança autista ter uma aparência (aspecto físico)
totalmente normal. Nem a expressão facial é diferente. Geralmente, tem uma
aparência harmoniosa e ao mesmo tempo um perfil irregular de
desenvolvimento, com bom funcionamento em algumas áreas enquanto outras
se encontram bastante comprometidas. A coordenação motora também é boa.
Só o comportamento é diferente.
A maioria das pessoas tinha a imagem estereotipada do autismo:
considerava autista apenas a pessoa totalmente incapaz de interagir
socialmente.
4
O autismo incide igualmente em famílias de diferentes raças, credos ou classes
de todos os países, culturas e classes econômicas. É fácil observar que o
autismo é um traço de família. Entre os autistas, 7% têm irmãos autistas. Uma
porcentagem parecida tem parentes que se encaixam no espectro.
A prevalência é quatro vezes maior em meninos do que em meninas.
A maior dificuldade para as crianças com autismo está na área da
compreensão e uso de interações recíprocas.
Isto não significa que as crianças com autismo não sejam afetuosas, não
possam estabelecer contato com outras pessoas, ou simplesmente sejam
atrasadas no desenvolvimento das habilidades sociais.
Crianças com autismo têm uma dificuldade qualitativa com a natureza da
reciprocidade das interações da linguagem, jogo interativo e relativo aos
outros.
Hospital das Clínicas de São Paulo, é um dos centros de referência nacionais
no tratamento de autismo.
A campanha pró-diagnóstico é positiva. Primeiro, ela permite que o tratamento
englobe também casos mais leves, de pessoas que seriam antes consideradas
apenas "esquisitas".
Mas o principal é ajudar a detectar mais cedo os casos de autismo. Isso faz
uma grande diferença no tratamento e nas probabilidades de o paciente
conquistar autonomia.
3- CAUSAS DO AUTISMO
As causas do autismo são desconhecidas. Acredita-se que a origem do
autismo esteja em anormalidades em alguma parte do cérebro ainda não
definida de forma conclusiva e, provavelmente, de origem genética.
Os estudos recentes apontam para uma alteração no cromossomo 7. Uma das
hipóteses mais cogitadas é a alteração nos genes responsáveis pela produção
de serotonina. Muitos autistas apresentam níveis altos de serotonina
O autismo pode manifestar-se desde os primeiros dias de vida,
Normalmente, o que chama a atenção dos pais inicialmente é que a criança é
excessivamente calma e sonolenta ou então que chora sem consolo durante
prolongados períodos de tempo. Uma queixa freqüente dos pais é que o bebê
não gosta do colo ou rejeita o aconchego.
Mais tarde os pais notarão que o bebê não imita, não aponta no sentido de
compartilhar sentimentos ou sensações e não aprende a se comunicar com
gestos comumente observados na maioria dos bebês, como acenar as mãos
para cumprimentar ou despedir-se.
Geralmente, estas crianças não procuram o contato ocular ou o mantêm por
um período de tempo muito curto.
É comum o aparecimento de estereotipias, que podem ser movimentos
repetitivos com as mãos ou com o corpo, a fixação do olhar nas mãos por
períodos longos e hábitos como o de morder-se, morder as roupas ou puxar os
cabelos.
5
AUTISMO NÃO É DOENÇA
A psiquiatria moderna o define como um distúrbio do desenvolvimento. Algo de
anormal acontece no processo de desenvolvimento do cérebro. Quando, onde
e por que, ninguém sabe exatamente. Há várias hipóteses. Uma não elimina
a outra. Ao que tudo indica, o autismo seria um distúrbio multifatorial - suas
causas seriam múltiplas, e não necessariamente as mesmas para duas
pessoas.
Um forte indício da multicausalidade do problema é o fato de existirem
autistas tão diferentes entre si. Um autista pode ser superdotado ou ter
deficiência mental. Exemplos: Ser um exímio pianista ou não ter qualquer
controle do movimento das mãos, ou incapaz de pronunciar uma palavra ou
demonstrar total domínio das regras gramaticais.
Os autistas mais comprometidos são chamados de baixo funcionamento, e
os Síndrome de Asperger de alto funcionamento Mesmo os autistas de baixo
funcionamento são capazes de aprender muitas coisas.
Muitas crianças autistas têm o cérebro maior que o de outras crianças de sua
idade. Depois, ele volta ao normal. "Entre os 2 e os 4 anos, há uma morte
programada de milhões de neurônios", segundo Schwartzman.
Alguns pesquisadores apostam na tese de que o autismo seria provocado por
uma espécie de inflamação cerebral. Essa inflamação teria diversas causas,
como uma encefalite, uma otite (muito comum entre os autistas) ou
medicamentos. A tese da inflamação, no entanto, continua forte. Uma pesquisa
feita pelo professor de Neurologia e Patologia Carlos Pardo, da Universidade
Johns Hopkins, sugere que a síndrome pode ter um fundo auto-imune. Nessa
pesquisa, as imagens demonstraram que a massa branca do cérebro de boa
parte dos autistas está aumentada. A massa branca é formada, entre outras
coisas, pelos axônios e dendritos, os prolongamentos encarregados de fazer a
comunicação entre um neurônio e o seguinte. "É possível que haja uma
relação entre isso e a forma de pensar dos autistas", diz Pardo. "Que os
caminhos de comunicação entre os neurônios sejam alterados."
Além de otite, é muito comum crianças com autismo terem problemas
gastrintestinais, principalmente refluxo. Há pesquisadores que defendem
também uma possível ligação entre autismo e dieta. Essa tese angariou vários
seguidores. Em alguns sites da internet, os pais aprendem que o glúten,
laticínios e outros alimentos causam alguma espécie de irritação no tecido
nervoso.
Outra causa cogitada para o autismo é uma disfunção hormonal durante a
gravidez. O feto teria sido superexposto à testosterona, o hormônio masculino.
A mente autista seria, então, uma espécie de mente hipermasculina, daí seu
distanciamento das relações humanas e afetivas e sua identificação com
processos lógicos, matemáticos, mecânicos. O fato de haver quatro meninos
para cada menina autista dá força à hipótese.
6
4- O ESPECTRO DE MANIFESTAÇÕES AUTÍSTICAS
Por isso, hoje não se fala mais tanto em autismo, e sim em espectro autista. O
espectro abrange uma série de distúrbios que vão do autismo clássico, com
retardo mental, à síndrome de Asperger, uma forma branda muitas vezes
associada a um Q.I. muito acima da média.
1. Dificuldade de comunicação - caracterizada pela dificuldade em utilizar
com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isto inclui
gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na
linguagem verbal. Isto inclui ausência de uso de gestos ou um uso muito
precário dos mesmos; ausência de expressão facial ou expressão facial
incompreensível para os outros. Muitas das crianças que apresentam
linguagem verbal repetem simplesmente o que lhes foi dito. Este fenômeno é
conhecido como ecolalia imediata. Outras crianças repetem frases ouvidas há
horas, ou até mesmo dias antes; é a chamada ecolalia tardia. Geralmente, o
tom de voz e estranho e pedante.
2. Dificuldade de sociabilização - este é o ponto crucial no autismo, e o mais
fácil de gerar falsas interpretações. Significa a dificuldade em relacionar-se com
os outros, a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a
dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas.
Muitas vezes a criança autista aparenta ser muito afetiva, por aproximar-se das
pessoas abraçando-as e mexendo, por exemplo, em seu cabelo, ou mesmo
beijando-as, quando na verdade ela adota indiscriminadamente esta postura,
sem diferenciar pessoas, lugares ou momentos. Esta aproximação usualmente
segue um padrão repetitivo e não contém nenhum tipo de troca ou
compartilhamento.
A dificuldade de sociabilização, que faz com que a pessoa autista tenha uma
pobre consciência da outra pessoa, é responsável, em muitos casos, pela falta
ou diminuição da capacidade de imitar, que é um dos pré-requisitos cruciais
para o aprendizado, e também pela dificuldade de se colocar no lugar do outro
e de compreender os fatos a partir da perspectiva do outro.
3. Dificuldade no uso da imaginação - se caracteriza por rigidez e
inflexibilidade e se estende às várias áreas do pensamento, linguagem e
comportamento da criança. Isto pode ser exemplificado por comportamentos
obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da linguagem, falta de aceitação
das mudanças e dificuldades em processos criativos.
Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de brincar desprovida de
criatividade e pela exploração peculiar de objetos e brinquedos. Uma criança
autista pode passar horas a fio explorando a textura de um brinquedo. Em
crianças autistas com a inteligência mais desenvolvida, pode-se perceber a
fixação em determinados assuntos, na maioria dos casos incomuns em
crianças da mesma idade, como calendários ou animais pré-históricos, o que é
confundido, algumas vezes, com nível de inteligência superior.
As mudanças de rotina, como mudança de casa, dos móveis, ou até mesmo de
percurso, costumam perturbar bastante algumas destas crianças.
7
5- SÍNDROMES AUTÍSTICAS
“A questão do Autismo Infantil apresenta dificuldades e é passível de
controvérsias, uma vez que engloba dentro dos atuais conceitos uma gama
bastante variada de doenças com diferentes quadros clínicos que tem como
fator comum “o “ sintoma autístico”.
CONDIÇÕES CLÍNICAS ASSOCIADAS
Várias condições podem estar associadas com o Autismo
Distrofia Muscular Progressiva de Duchenne: transmitida de forma ligada ao
X. Caracteriza por fraqueza muscular progressiva, retardo mental e
cardiomiopatia.
Epilepsia: pode ocorrer sob forma de espasmos infantis. Na adolescência
podem ocorrer crises parciais complexas.
Síndrome de West; comportamentos acima citados, mas com o tratamento e
medicação, os sintomas melhoram.
Esclerose Tuberosa: manchas no corpo, tendo como conseqüência
secundária o autismo.
Retardo Mental: 70 a 85% dos casos com autismo infantil apresentam retardo
mental.
Fenilcetonúria não tratada: erro inato do metabolismo das purinas. Crianças
nascem normais, porém se não tratadas desenvolverão um retardo mental. Na
vida intra-uterina a enzima materna regula o metabolismo da fenilalanina. Após
o nascimento, a falta desse enzima elevará a fenilalanina e o Sistema Nervoso
Central será profundamente afetado.
O tratamento precoce consiste na restrição alimentar da ingestão de
fenilalanina durante 5 anos. Crianças que iniciam tratamento melhoram o
comportamento autista.
Síndrome de Down: Trissomia do cromossomo 21 – tem sido observado
associado com autismo.
Síndrome Laurence-Moon Biedl; Associado com obesidade, hipogodismo,
retardo mental, polidactilia e pigmentação retiniana.
Síndrome Fetal Alcoólica; ingestão excessiva de bebida alcoólica na
gestação.
Síndrome de Rett; afeta meninas que são aparentemente normais até o final
do 6º - 18º meses de vida, quando há repressão psicomotora e social,
movimentos estereotipado das mãos. Podem ocorrer manifestações epiléticas.
Nível mental e linguagem comprometida. Comum ir a óbito antes dos 15 anos.
Síndrome X Frágil: Acomete o sexo masculino, associado a retardo mental e
ou autismo.
Deficiência Auditiva: associiada ao comportamento autístico.
Síndrome Tourette: Condição hereditária, que se manifesta pela presença de
tiques.
Síndrome Esquizofrênica: referência de casos de autismo infantil e sintomas
tipo esquizofrênico.
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6-TIPOS MAIS USUAIS DE INTERVENÇÃO
TEACCH* - Tratamento e educação para crianças autistas e com distúrbios
correlatos da comunicação, foram idealizados e desenvolvidos pelo Dr. Eric
Schoppler, e atualmente tem como responsável o Dr. Gary Mesibov.
O TEACCH se baseia na organização do ambiente físico através de rotinas -
organizadas em quadros, painéis ou agendas - e sistemas de trabalho, de
forma a adaptar o ambiente para tornar mais fácil para a criança compreendê-
lo, assim como compreender o que se espera dela. Através da organização do
ambiente e das tarefas da criança, o TEACCH visa desenvolver a
independência da criança de modo que ela necessite do professor para o
aprendizado, mas que possa também passar grande parte de seu tempo
ocupando-se de forma independente.
ABA* - Análise aplicada do comportamento
O tratamento comportamental analítico do autismo visa ensinar à criança
habilidades que ela não possui, através da introdução destas habilidades por
etapas. Cada habilidade é ensinada, em geral, em esquema individual,
inicialmente apresentando-a associada a uma indicação ou instrução.
O primeiro ponto importante é tornar o aprendizado agradável para a criança. O
segundo ponto é ensinar a criança a identificar os diferentes estímulos.
A repetição é um ponto importante neste tipo de abordagem, assim como o
registro exaustivo de todas as tentativas e seus resultados.
A principal crítica à ABA é também, como no TEACCH, a de supostamente
robotizar as crianças.
PECS* - Sistema de comunicação através da troca de figuras
O PECS foi desenvolvido para ajudar crianças e adultos autistas e com outros
distúrbios de desenvolvimento a adquirir habilidades de comunicação.
O sistema é utilizado primeiramente com indivíduos que não se comunicam ou
que possuem comunicação, mas a utilizam com baixa eficiência.
O nome PECS significa "sistema de comunicação através da troca de
figuras", e sua implementação consiste, basicamente, na aplicação de uma
seqüência de seis passos.
O PECS visa ajudar a criança a perceber que através da comunicação ela
pode conseguir muito mais rapidamente as coisas que deseja, estimulando-a
assim a comunicar-se, e muito provavelmente a diminuir drasticamente
problemas de conduta.
Tem sido bem aceito em vários lugares do mundo, pois não demanda materiais
complexos ou caros, é relativamente fácil de aprender, pode ser aplicado em
qualquer lugar e quando bem aplicado apresenta resultados inquestionáveis na
comunicação através de cartões em crianças que não falam, e na organização
da linguagem verbal em crianças que falam, mas que precisam organizar esta
linguagem.
9
7- CARACTERÍSTICAS
 Atenção passageira por um curto tempo para a maioria das atividades,
ainda que possa gastar um longo tempo enfocado em uma atividade de
seu próprio interesse.
 Habilidades motoras, de memória e de solução de problemas não-
verbais são desenvolvidas numa proporção normal ou relativamente
avançada, quando comparadas às habilidades de linguagem e sociais.
 Uma tendência a brincar só ou se engajar em brincadeira ativa com
outras crianças, mas não em sentar-se em paralelo ou em brincadeira
interativa.
 Uma maneira de trazer os pais aos itens de interesse ao invés de
apontar, vocalizar ou utilizar o olhar fixo de olhos coordenados.
 Dificuldade de imitar ações.
 Episódios de risos ou choros sem razão aparente.
 Fala como eco (responde perguntas papagueando-as de volta).
 A habilidade de às vezes parecer surda, ainda que ouça sons distantes
quando são particularmente conhecidos.
 Uma preferência por repetição (brinquedos alinhados, ordenação,
assistir guia de pré-estréia ou canal de previsão do tempo).
 Demora na comunicação. Começam a falar tarde - quando falam.
 Usualmente não verbaliza antes dos 3 anos de idade.
 Apresenta sons estereotipados, repetitivos e sem funcionalidade.
 Usam gestual.
 Exploram os objetos.
 Não interagem.
 Prejuízo na sociabilização.
 Preferem se isolar.
 Interesse (freqüente) por objetos mecânicos.
 Gira bizarramente.
 Apego inadequado a objetos.
 Comportamentos e fala estereotipado.
 Fobias.
 Marcha ( andar) estereotipado ( nas pontas dos dedos).
 Memória seletiva ( só o que ele tem interesse).
 Decoram com facilidade
 Dificuldade de comunicação e interação social.
 Eles são agitados.
 Têm horror de fugir à rotina.
 Não conseguem olhar nos olhos de outras pessoas.
 Fuga da realidade,
 Retraimento para o mundo interior,
 Indiferença à presença das pessoas,
 Dificuldades em estabelecer relações sociais.
10
SINTOMAS DO AUTISMO
11
8-ORIENTAÇÕES AOS PAIS
Freqüente locais públicos
Se seu filho for pequeno, dê preferência a parques públicos onde ele possa
brincar em atividades necessárias para qualquer criança - e principalmente.
para ele -, como escorregar, balançar se,pendurar-se etc.
Se ele for maior, faça caminhada em parques, será muito bom tanto para você
quanto para ele. É importante freqüentar locais públicos com seu filho, mesmo
porque algumas vezes isto é inevitável.
Trabalhe pela independência de seu filho
Incentive seu filho a se vestir sozinho. Uma técnica muito utilizada é começar
deixando apenas a último passo para ele. Se estiver ensinando a vestir uma
camiseta, coloque tudo e deixe apenas que ele puxe parra passar a cabeça; se
for uma calça, coloque as pernas e deixe que ele a puxe até a cintura. Assim
ele entenderá que a ação era vestir a peça.
Incentive-o também, da mesma forma, a se servir, comer, beber e assim por
diante. Ao fazer isto, fique calma e elogie tranqüilamente cada pequeno
avanço. Não fale mais que o necessário e evite irritar-se com pequenos
retrocessos. Pense que neste momento você é mais que um pai ou uma mãe.
Você é um pai ou uma mãe que está cumprindo um papel muito importante
para seu filho.
Estabeleça rotinas que facilitem
A organização de seu filho. A criança que tem autismo tem uma tendência
muito grande a se fixar em rotinas. Você pode utilizar isso em favor da
tranqüilidade dela mesma.
Ensine seu filho a quebrar rotinas
Faça pequenas mudanças na vida diária, no começo de preferência uma de
cada vez. Mude o lugar de seu filho à mesa, tente variar a comida e colocar a
TV em um canal que não seja o preferido dele, mude o caminho de ir à escola.
As rotinas não são imutáveis, e é melhor que seu filho aprenda isto desde
cedo. Você pode achar paradoxal, mas ao mesmo tempo em que à rotina é
importante é importante também aprender a aceitar mudanças.
12
9- ALGUMAS ORIENTAÇÕES PARA PROFESSORES
 É importante que o professor verifique com alguma freqüência que o
aluno esteja acompanhando o assunto da aula.
 Além disto, é aconselhável, também, que este aluno:
*Sente o mais próximo possível do professor.
*Seja requisitado como ajudante do professor algumas vezes.
 Use agendas e calendários, listas de tarefas e listas de verificação.
 Seja ajudado para poder trabalhar e concentrar-se por períodos cada
vez mais longos.
 Seja estimulado a trabalhar em grupo e a aprender a esperar a vez.
 Aprenda a pedir ajuda.
 Tenha apoio durante o recreio onde, por exemplo, poderá dedicar se a
seus assuntos de interesse, pois caso contrário poderá vagar,
 Dedicar-se a algum assunto inusitado ou ser alvo de brincadeiras dos
colegas.
 Seja elogiado sempre que for bem sucedido.
 A educação é uma das maiores ferramentas para ajudar uma criança
autista em seu desenvolvimento, para não dizer até que é a maior delas.
É necessário reconhecer a importância de colocar limites, e isso às
vezes é muito difícil para qualquer pessoa.
 Mas atenção, não tente colocar todos os limites ao mesmo tempo,
porque na maioria das vezes é impossível.
 Faça uma lista dos comportamentos que precisam de limites, estabeleça
prioridades e aposte na coerência.
 A resistência à tentativa de colocação de limites é normal, mas o mais
freqüente é que esta resistência diminua e a criança passe a adotar
rapidamente padrões mais adequados de comportamento.
 Então veremos que o importante é começar selecionando prioridades e,
dentro destas, começar pelas mais fáceis, e por períodos curtos de
tempo, incrementando o processo na medida em que ele se desenvolve.
É bom lembrar que nível de dificuldade e duração (tempo) são dois
fatores de igual importância e devem ser aumentados separadamente.
 Uma criança autista, alfabetizada e acompanhando uma sala regular, é
importante planejar apenas em curto prazo, enfrentando um pequeno
desafio de cada vez. Assim é possível analisar o resultado de cada
passo, dimensionar uma possível mudança de estratégia, recuar um
pouco quando necessário e avançar mais no que for possível.
 Planejar em longo prazo pode ser um erro muito comprometedor com
este tipo de criança. Portanto, como em muitas outras coisas, devemos
evitar a ansiedade e o exagero de expectativas.
13
10- SÍNDROME DE ASPERGER
Apesar de ter sido descrita por Hans Asperger em 1944 no artigo
“Psicopatologia Autistica na Infância”. A Síndrome de Asperger foi incluída no
DSM-IV com critérios para diagnóstico.
Hans Asperger e Leo Kanner, que descreveu o autismo em 1943, nasceram
ambos na Áustria e estudaram em Viena, mas nunca se encontraram.
Asperger que era dez anos mais jovens que Kanner especializou-se em
pediatria enquanto Kanner estudou psiquiatria.
Asperger acreditava que para estas crianças educação e terapia eram a
mesma coisa e que apesar de suas dificuldades elas eram capazes de adaptar-
se desde que tivessem um programa educacional apropriado.
Algumas das características peculiares mais frequentemente apresentadas
pelos portadores da Síndrome de Asperger são:
 Atraso na fala, mas com desenvolvimento fluente da linguagem verbal
antes do 5 anos e geralmente com:
 Dificuldades na linguagem,
 Linguagem pedante e rebuscada,
 Ecolalia ou repetição de palavras ou frases ouvidas de outros,
 Voz pouco emotiva e sem entonação.
 Interesses restritos: escolhem um assunto de interesse, que pode ser
seu único interesse por muito tempo. Costumam apegar-se a mais às
questões factuais do que ao significado. Casos comuns é interesse
exacerbado por coleções (dinossauros, carros, etc.) e cálculos.
 A atenção ao assunto escolhido existe em detrimento a assuntos sociais
ou cotidianos.
 Presença de habilidades incomuns como cálculos de calendário,
memorização de grandes seqüências como mapas de cidades, cálculos
matemáticos complexos, ouvido musical absoluto etc.
 Interpretação literal, incapacidade para interpretar mentiras, metáforas,
ironias, frases com duplo sentido, etc.
 Dificuldades no uso do olhar, expressões faciais, gestos e movimentos
corporais como comunicação não verbal.
 Pensamento concreto.
 Dificuldade para entender e expressar emoções.
 Falta de auto-censura: costuma falar tudo o que pensam.
 Apego a rotinas e rituais, dificuldade de adaptação a mudanças e
fixação em assuntos específicos.
 Atraso no desenvolvimento motor e freqüentes dificuldades na
coordenação motora tanto grossa como fina, inclusive na escrita.
 Hipersensibilidade sensorial: sensibilidade exacerbada a determinados
ruídos, fascinação por objetos luminosos e com música, atração por
determinadas texturas etc.;
14
 Comportamentos estranhos de autoestimulação;
 Dificuldades em generalizar o aprendizado;
 Dificuldades na organização e planejamento da execução de tarefas.
 Algumas coisas são aprendidas na idade “própria”, outras cedo demais,
enquanto outra só será entendida muito mais tarde ou somente quando
ensinadas.
11- CRITÉRIO DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE ASPERGER
A existência dos Aspergers só foi reconhecida em 1993. Antigamente eles
eram considerados esquisitões. Definição de Gillberg & Gillberg 1989, Gillberg 1991,
baseado nas descrições originais de Asperger.
Critério resumido:
I. Distúrbio social - egocentricidade extrema
II. Padrão limitado de interesses
III. Rotinas e rituais
IV. Peculiaridades de fala e linguagem
V. Problemas com comunicação não-verbal
VI. Falta de coordenação motora (a pessoa é atrapalhada e desengonçada)
Critério detalhado:
I. Redução marcante na interação social recíproca (pelo menos duas das
características abaixo):
a) Não tem amigos, é inábil para interagir com colegas.
b) Pouca preocupação em fazer amizades no começo da vida
c) É socialmente e emocionalmente inapropriado
d) Tem pouca empatia, a menos que lhe chamem a atenção e digam que ele
deveria se preocupar com isso.
II. Interesses restritos (pelo menos uma das características abaixo):
a) Exclusão de outras atividades
b) Padrão repetitivo
c) Interesse mais mecânico do que relacionado ao significado
III. Imposição de rotinas e interesses (pelo menos uma das características
abaixo):
a) Impostas para ele mesmo
b) Impostas para os outros
IV. Problemas com a fala e com a linguagem (pelo menos três das
características abaixo):
a) Desenvolvimento atrasado
b) Linguagem expressiva superficialmente perfeita
c) Pedante, formal
d) Estilo monótono ou anormal
e) Compreensão comprometida, apesar da “linguagem perfeita”
V. Aspectos não-verbais:
a) Olhar anormal
b) Linguagem corporal esquisita
15
c) Uso limitado dos gestos
d) Expressão facial limitada
e) Expressões faciais inapropriadas
VI. Jeito “desengonçado”:
Performance insatisfatória em exame neurodesenvolvimental
Assim como no autismo, não existem exames clínicos que identifiquem a
Síndrome de Asperger e o diagnostico é feito através da observação dos
comportamentos. Os critérios do diagnóstico oficial da Síndrome de Asperger
estão enumerados no DSM-IV.
Alguns pesquisadores acreditam que Síndrome de Asperger seja a
mesma coisa que autismo de alto funcionamento, isto é, com inteligência
preservada. Outros acreditam que no autismo de alto funcionamento há atraso
na aquisição da fala, e na Síndrome de Asperger, não.
Muitas pessoas acreditam que a importância da diferenciação entre Síndrome
de Asperger e Autismo de Alto Funcionamento seja mais de cunho jurídico do
que propriamente para escolhas relacionadas ao tratamento.
Por um lado para algumas pessoas dizer que alguém é portador de Síndrome
de Asperger parece mais leve e menos grave do que ser portador de autismo,
mesmo que de alto funcionamento.
12- INTERVENÇÕES E TRATAMENTO
Os seguintes aspectos podem ser fundamentais como alvos preferenciais de
intervenção precoce com indivíduos com Síndrome de Asperger.
Devemos procurar o antes possível desenvolver:
 A autonomia e a independência;
 A comunicação não-verbal;
 Os aspectos sociais como imitação, aprender a esperar a vez e jogos
em equipe;
 A flexibilização das tendências repetitivas
 As habilidades cognitivas e acadêmicas
13- CONCLUSÃO
São necessários mais estudos que investiguem não somente as deficiências,
mas também as competências sociais destes indivíduos. Pensa-se que o
conhecimento acerca dessas diferenças possa ter implicações para a
identificação precoce da síndrome, visto que as crianças autistas mais
‘competentes’ são as que mais demoram a receber tal diagnóstico.
Segundo, a questão do diagnóstico diferencial ainda apresenta-se controverso.
Finalmente, esse campo tem sido dominado pela polêmica em torno de
prioridades causais (afetivas, cognitivas, biológicas) na determinação da
síndrome.
Ainda que a interação desses diferentes processos tenha sido proposta e
reconhecida em termos teóricos, a sua operacionalização ainda constitui um
grande desafio aos futuros estudos. Esforços devem ser concentrados na
desafiadora tarefa de integrarem-se os achados das diferentes áreas a fim de
16
compreenderem-se os mecanismos através dos quais diferentes facetas do
comportamento combinam-se para formar o intrigante perfil que caracteriza o
autismo.
Bibliografias e outras indicações de textos: inseridas no grupo virtual:
gape_guarujá@yahoogrupos.com.br.
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  • 1. Projeto: G.A.P.E. Grupo de Apoio Pedagógico Especializado Curso: Desvendando o aluno especial Tema: AUTISMO GUARUJÁ, SETEMBRO/2009 Ministrado pela Professora Cinthya Traquia Peres Martos Especialista em Deficiência Intelectual PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARUJÁ ESTADO DE SÃO PAULO Secretaria Municipal de Educação Diretoria de Apoio ao Ensino Local 1
  • 2. Sumário: 1-Definição................................................................................... Pág.03 2-Identificação e Diagnóstico....................................................... Pág.04 3-Causas do Autismo.................................................................... Pág.05/06 4-Espectro de Manifestações Autísticas....................................... Pág.07 5- Síndromes Autísticas................................................................. Pág.08 6-Tipos de Intervenção................................................................. Pág.09 7- Características........................................................................... Pág.10 Quadro dos sintomas................................................................... Pág.11 8- Orientação ao Pais..................................................................... Pág.12 9-Orientação aos Professores......................................................... Pág.13 10-Síndrome de Asperger............................................................ Pág.14 11- Critério Diagnóstico............................................................... Pág.15 12- Intervenção........................................................................... Pág.16 13- Conclusão............................................................................... Pág.16 .... ”Autismo é para sempre, mas não é uma sentença de morte. Você não fez nada para que isso acontecesse, mas pode fazer muito para melhorar as perspectivas de vida dessa criança.... Você pode escolher se vai ficar parado ou caminhar, se vai esperar ou agir. Portanto, respeite seu tempo; mas depois... Mãos à obra. Eles precisam muito de nós!! 2
  • 3. 1- DEFINIÇÃO O termo "autismo" origina-se do grego Autós, que significa "de si mesmo". Foi empregado pela primeira vez em 1911, pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler, para descrever a fuga da realidade e o retraimento para o mundo interior dos pacientes adultos acometidos de esquizofrenia. A partir da década de 70, os meios científicos manifestaram um crescente interesse pelo assunto, o que possibilitou o desenvolvimento de pesquisas nos âmbitos neurobiológico, cognitivo e psicanalítico. Autismo é uma síndrome* definida por alterações presentes desde idades muito precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação. Estes três desvios, que ao aparecerem juntos caracterizam o autismo, foram chamados por Lorna Wing e Judith Gould, em seu estudo realizado em 1979, de "Tríade" A Tríade é responsável por um padrão de comportamento restrito e repetitivo, mas com condições de inteligência que podem variar do retardo mental a níveis acima da média. Autismo é uma síndrome comportamental com etiologias diferentes, na qual o processo de desenvolvimento infantil encontra-se profundamente distorcido (Gillbert, 1990; Rutter, 1996). A primeira descrição dessa síndrome foi apresentada por Leo Kanner, em 1943, com base em onze casos de crianças que ele acompanhava e que possuíam algumas características em comum: • incapacidade de se relacionarem com outras pessoas; • severos distúrbios de linguagem (sendo esta pouco comunicativa) e • uma preocupação obsessiva pelo que é imutável (sameness). Esse conjunto de características foi denominado por ele de autismo infantil precoce (Kanner, 1943). Em 1944, Hans Asperger, médico, escreve outro artigo com o título Psicopatologia Autística da Infância, descrevendo crianças bastante semelhantes às descritas por Kanner. Ao contrário do artigo de Kanner, o de Asperger levou muitos anos para ser amplamente lido. A razão mais comumente apontada para o desconhecimento do artigo de Asperger é o fato dele ter sido escrito originalmente em alemão. Hoje em dia, atribui-se tanto a Kanner como a Asperger a identificação do autismo, (*) síndrome – Conjunto dos sintomas que caracterizam uma doença(**) (**) Doença – Alteração da saúde que comporta um conjunto de caracteres definidos como causa, sinais, sintomas e evolução; mal, moléstia, enfermidade. Fonte: Dicionário da Língua Portuguesa – Larousse Cultural 3
  • 4. 2- IDENTIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO O diagnóstico de autismo é feito basicamente através da avaliação do quadro clínico "O diagnóstico, em geral, percorre um caminho longo: do pediatra para a fonoaudióloga ou fisioterapeuta, daí para o neurologista ou psiquiatra, psicoterapeuta etc." Isso, nos casos em que há diagnóstico. Normalmente, o médico solicita exames para investigar condições (possíveis doenças) que têm causas identificáveis e podem apresentar um quadro de autismo infantil, como a síndrome do X-frágil, fenilcetonúria ou esclerose tuberosa. Raramente o diagnóstico é conclusivo antes dos vinte e quatro meses, O diagnóstico precoce é importante para poder iniciar a intervenção educacional especializada o mais rapidamente possível. Há graus diferenciados de autismo Instrumentos para diagnosticar o autismo Os mais comuns são a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde, ou CID-10, em sua décima versão, e o Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais da Academia Americana de Psiquiatria, ou DSM-IV. Diferentes sistemas diagnósticos (DSM-IV/APA, 1994; CID-10/WHO, 1992) têm baseado seus critérios em problemas apresentados em três domínios (tríade de prejuízos), tais quais observados por Kanner (1943), que são: A prevalência de crianças com autismo típico ‘tríade’ de comprometimentos :  Prejuízo qualitativo na interação social;  Prejuízo qualitativo na comunicação verbal e não-verbal, e no brinquedo imaginativo; e,  Comportamento e interesses restritivos e repetitivos. No Brasil, apesar de não haver dados estatísticos, calcula-se que existam, aproximadamente, 600 mil pessoas afetadas pela síndrome do autismo. O termo T.I.D. ‘transtornos invasivos do desenvolvimento’ tem sido adotado, desde a década de 80. Considerando que uma séria anormalidade no processo de desenvolvimento está presente desde cedo na vida da criança (evidência dessa desordem deve ser aparente nos primeiros 36 meses de vida). Na maioria das vezes, a criança autista ter uma aparência (aspecto físico) totalmente normal. Nem a expressão facial é diferente. Geralmente, tem uma aparência harmoniosa e ao mesmo tempo um perfil irregular de desenvolvimento, com bom funcionamento em algumas áreas enquanto outras se encontram bastante comprometidas. A coordenação motora também é boa. Só o comportamento é diferente. A maioria das pessoas tinha a imagem estereotipada do autismo: considerava autista apenas a pessoa totalmente incapaz de interagir socialmente. 4
  • 5. O autismo incide igualmente em famílias de diferentes raças, credos ou classes de todos os países, culturas e classes econômicas. É fácil observar que o autismo é um traço de família. Entre os autistas, 7% têm irmãos autistas. Uma porcentagem parecida tem parentes que se encaixam no espectro. A prevalência é quatro vezes maior em meninos do que em meninas. A maior dificuldade para as crianças com autismo está na área da compreensão e uso de interações recíprocas. Isto não significa que as crianças com autismo não sejam afetuosas, não possam estabelecer contato com outras pessoas, ou simplesmente sejam atrasadas no desenvolvimento das habilidades sociais. Crianças com autismo têm uma dificuldade qualitativa com a natureza da reciprocidade das interações da linguagem, jogo interativo e relativo aos outros. Hospital das Clínicas de São Paulo, é um dos centros de referência nacionais no tratamento de autismo. A campanha pró-diagnóstico é positiva. Primeiro, ela permite que o tratamento englobe também casos mais leves, de pessoas que seriam antes consideradas apenas "esquisitas". Mas o principal é ajudar a detectar mais cedo os casos de autismo. Isso faz uma grande diferença no tratamento e nas probabilidades de o paciente conquistar autonomia. 3- CAUSAS DO AUTISMO As causas do autismo são desconhecidas. Acredita-se que a origem do autismo esteja em anormalidades em alguma parte do cérebro ainda não definida de forma conclusiva e, provavelmente, de origem genética. Os estudos recentes apontam para uma alteração no cromossomo 7. Uma das hipóteses mais cogitadas é a alteração nos genes responsáveis pela produção de serotonina. Muitos autistas apresentam níveis altos de serotonina O autismo pode manifestar-se desde os primeiros dias de vida, Normalmente, o que chama a atenção dos pais inicialmente é que a criança é excessivamente calma e sonolenta ou então que chora sem consolo durante prolongados períodos de tempo. Uma queixa freqüente dos pais é que o bebê não gosta do colo ou rejeita o aconchego. Mais tarde os pais notarão que o bebê não imita, não aponta no sentido de compartilhar sentimentos ou sensações e não aprende a se comunicar com gestos comumente observados na maioria dos bebês, como acenar as mãos para cumprimentar ou despedir-se. Geralmente, estas crianças não procuram o contato ocular ou o mantêm por um período de tempo muito curto. É comum o aparecimento de estereotipias, que podem ser movimentos repetitivos com as mãos ou com o corpo, a fixação do olhar nas mãos por períodos longos e hábitos como o de morder-se, morder as roupas ou puxar os cabelos. 5
  • 6. AUTISMO NÃO É DOENÇA A psiquiatria moderna o define como um distúrbio do desenvolvimento. Algo de anormal acontece no processo de desenvolvimento do cérebro. Quando, onde e por que, ninguém sabe exatamente. Há várias hipóteses. Uma não elimina a outra. Ao que tudo indica, o autismo seria um distúrbio multifatorial - suas causas seriam múltiplas, e não necessariamente as mesmas para duas pessoas. Um forte indício da multicausalidade do problema é o fato de existirem autistas tão diferentes entre si. Um autista pode ser superdotado ou ter deficiência mental. Exemplos: Ser um exímio pianista ou não ter qualquer controle do movimento das mãos, ou incapaz de pronunciar uma palavra ou demonstrar total domínio das regras gramaticais. Os autistas mais comprometidos são chamados de baixo funcionamento, e os Síndrome de Asperger de alto funcionamento Mesmo os autistas de baixo funcionamento são capazes de aprender muitas coisas. Muitas crianças autistas têm o cérebro maior que o de outras crianças de sua idade. Depois, ele volta ao normal. "Entre os 2 e os 4 anos, há uma morte programada de milhões de neurônios", segundo Schwartzman. Alguns pesquisadores apostam na tese de que o autismo seria provocado por uma espécie de inflamação cerebral. Essa inflamação teria diversas causas, como uma encefalite, uma otite (muito comum entre os autistas) ou medicamentos. A tese da inflamação, no entanto, continua forte. Uma pesquisa feita pelo professor de Neurologia e Patologia Carlos Pardo, da Universidade Johns Hopkins, sugere que a síndrome pode ter um fundo auto-imune. Nessa pesquisa, as imagens demonstraram que a massa branca do cérebro de boa parte dos autistas está aumentada. A massa branca é formada, entre outras coisas, pelos axônios e dendritos, os prolongamentos encarregados de fazer a comunicação entre um neurônio e o seguinte. "É possível que haja uma relação entre isso e a forma de pensar dos autistas", diz Pardo. "Que os caminhos de comunicação entre os neurônios sejam alterados." Além de otite, é muito comum crianças com autismo terem problemas gastrintestinais, principalmente refluxo. Há pesquisadores que defendem também uma possível ligação entre autismo e dieta. Essa tese angariou vários seguidores. Em alguns sites da internet, os pais aprendem que o glúten, laticínios e outros alimentos causam alguma espécie de irritação no tecido nervoso. Outra causa cogitada para o autismo é uma disfunção hormonal durante a gravidez. O feto teria sido superexposto à testosterona, o hormônio masculino. A mente autista seria, então, uma espécie de mente hipermasculina, daí seu distanciamento das relações humanas e afetivas e sua identificação com processos lógicos, matemáticos, mecânicos. O fato de haver quatro meninos para cada menina autista dá força à hipótese. 6
  • 7. 4- O ESPECTRO DE MANIFESTAÇÕES AUTÍSTICAS Por isso, hoje não se fala mais tanto em autismo, e sim em espectro autista. O espectro abrange uma série de distúrbios que vão do autismo clássico, com retardo mental, à síndrome de Asperger, uma forma branda muitas vezes associada a um Q.I. muito acima da média. 1. Dificuldade de comunicação - caracterizada pela dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isto inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal. Isto inclui ausência de uso de gestos ou um uso muito precário dos mesmos; ausência de expressão facial ou expressão facial incompreensível para os outros. Muitas das crianças que apresentam linguagem verbal repetem simplesmente o que lhes foi dito. Este fenômeno é conhecido como ecolalia imediata. Outras crianças repetem frases ouvidas há horas, ou até mesmo dias antes; é a chamada ecolalia tardia. Geralmente, o tom de voz e estranho e pedante. 2. Dificuldade de sociabilização - este é o ponto crucial no autismo, e o mais fácil de gerar falsas interpretações. Significa a dificuldade em relacionar-se com os outros, a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas. Muitas vezes a criança autista aparenta ser muito afetiva, por aproximar-se das pessoas abraçando-as e mexendo, por exemplo, em seu cabelo, ou mesmo beijando-as, quando na verdade ela adota indiscriminadamente esta postura, sem diferenciar pessoas, lugares ou momentos. Esta aproximação usualmente segue um padrão repetitivo e não contém nenhum tipo de troca ou compartilhamento. A dificuldade de sociabilização, que faz com que a pessoa autista tenha uma pobre consciência da outra pessoa, é responsável, em muitos casos, pela falta ou diminuição da capacidade de imitar, que é um dos pré-requisitos cruciais para o aprendizado, e também pela dificuldade de se colocar no lugar do outro e de compreender os fatos a partir da perspectiva do outro. 3. Dificuldade no uso da imaginação - se caracteriza por rigidez e inflexibilidade e se estende às várias áreas do pensamento, linguagem e comportamento da criança. Isto pode ser exemplificado por comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em processos criativos. Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de brincar desprovida de criatividade e pela exploração peculiar de objetos e brinquedos. Uma criança autista pode passar horas a fio explorando a textura de um brinquedo. Em crianças autistas com a inteligência mais desenvolvida, pode-se perceber a fixação em determinados assuntos, na maioria dos casos incomuns em crianças da mesma idade, como calendários ou animais pré-históricos, o que é confundido, algumas vezes, com nível de inteligência superior. As mudanças de rotina, como mudança de casa, dos móveis, ou até mesmo de percurso, costumam perturbar bastante algumas destas crianças. 7
  • 8. 5- SÍNDROMES AUTÍSTICAS “A questão do Autismo Infantil apresenta dificuldades e é passível de controvérsias, uma vez que engloba dentro dos atuais conceitos uma gama bastante variada de doenças com diferentes quadros clínicos que tem como fator comum “o “ sintoma autístico”. CONDIÇÕES CLÍNICAS ASSOCIADAS Várias condições podem estar associadas com o Autismo Distrofia Muscular Progressiva de Duchenne: transmitida de forma ligada ao X. Caracteriza por fraqueza muscular progressiva, retardo mental e cardiomiopatia. Epilepsia: pode ocorrer sob forma de espasmos infantis. Na adolescência podem ocorrer crises parciais complexas. Síndrome de West; comportamentos acima citados, mas com o tratamento e medicação, os sintomas melhoram. Esclerose Tuberosa: manchas no corpo, tendo como conseqüência secundária o autismo. Retardo Mental: 70 a 85% dos casos com autismo infantil apresentam retardo mental. Fenilcetonúria não tratada: erro inato do metabolismo das purinas. Crianças nascem normais, porém se não tratadas desenvolverão um retardo mental. Na vida intra-uterina a enzima materna regula o metabolismo da fenilalanina. Após o nascimento, a falta desse enzima elevará a fenilalanina e o Sistema Nervoso Central será profundamente afetado. O tratamento precoce consiste na restrição alimentar da ingestão de fenilalanina durante 5 anos. Crianças que iniciam tratamento melhoram o comportamento autista. Síndrome de Down: Trissomia do cromossomo 21 – tem sido observado associado com autismo. Síndrome Laurence-Moon Biedl; Associado com obesidade, hipogodismo, retardo mental, polidactilia e pigmentação retiniana. Síndrome Fetal Alcoólica; ingestão excessiva de bebida alcoólica na gestação. Síndrome de Rett; afeta meninas que são aparentemente normais até o final do 6º - 18º meses de vida, quando há repressão psicomotora e social, movimentos estereotipado das mãos. Podem ocorrer manifestações epiléticas. Nível mental e linguagem comprometida. Comum ir a óbito antes dos 15 anos. Síndrome X Frágil: Acomete o sexo masculino, associado a retardo mental e ou autismo. Deficiência Auditiva: associiada ao comportamento autístico. Síndrome Tourette: Condição hereditária, que se manifesta pela presença de tiques. Síndrome Esquizofrênica: referência de casos de autismo infantil e sintomas tipo esquizofrênico. 8
  • 9. 6-TIPOS MAIS USUAIS DE INTERVENÇÃO TEACCH* - Tratamento e educação para crianças autistas e com distúrbios correlatos da comunicação, foram idealizados e desenvolvidos pelo Dr. Eric Schoppler, e atualmente tem como responsável o Dr. Gary Mesibov. O TEACCH se baseia na organização do ambiente físico através de rotinas - organizadas em quadros, painéis ou agendas - e sistemas de trabalho, de forma a adaptar o ambiente para tornar mais fácil para a criança compreendê- lo, assim como compreender o que se espera dela. Através da organização do ambiente e das tarefas da criança, o TEACCH visa desenvolver a independência da criança de modo que ela necessite do professor para o aprendizado, mas que possa também passar grande parte de seu tempo ocupando-se de forma independente. ABA* - Análise aplicada do comportamento O tratamento comportamental analítico do autismo visa ensinar à criança habilidades que ela não possui, através da introdução destas habilidades por etapas. Cada habilidade é ensinada, em geral, em esquema individual, inicialmente apresentando-a associada a uma indicação ou instrução. O primeiro ponto importante é tornar o aprendizado agradável para a criança. O segundo ponto é ensinar a criança a identificar os diferentes estímulos. A repetição é um ponto importante neste tipo de abordagem, assim como o registro exaustivo de todas as tentativas e seus resultados. A principal crítica à ABA é também, como no TEACCH, a de supostamente robotizar as crianças. PECS* - Sistema de comunicação através da troca de figuras O PECS foi desenvolvido para ajudar crianças e adultos autistas e com outros distúrbios de desenvolvimento a adquirir habilidades de comunicação. O sistema é utilizado primeiramente com indivíduos que não se comunicam ou que possuem comunicação, mas a utilizam com baixa eficiência. O nome PECS significa "sistema de comunicação através da troca de figuras", e sua implementação consiste, basicamente, na aplicação de uma seqüência de seis passos. O PECS visa ajudar a criança a perceber que através da comunicação ela pode conseguir muito mais rapidamente as coisas que deseja, estimulando-a assim a comunicar-se, e muito provavelmente a diminuir drasticamente problemas de conduta. Tem sido bem aceito em vários lugares do mundo, pois não demanda materiais complexos ou caros, é relativamente fácil de aprender, pode ser aplicado em qualquer lugar e quando bem aplicado apresenta resultados inquestionáveis na comunicação através de cartões em crianças que não falam, e na organização da linguagem verbal em crianças que falam, mas que precisam organizar esta linguagem. 9
  • 10. 7- CARACTERÍSTICAS  Atenção passageira por um curto tempo para a maioria das atividades, ainda que possa gastar um longo tempo enfocado em uma atividade de seu próprio interesse.  Habilidades motoras, de memória e de solução de problemas não- verbais são desenvolvidas numa proporção normal ou relativamente avançada, quando comparadas às habilidades de linguagem e sociais.  Uma tendência a brincar só ou se engajar em brincadeira ativa com outras crianças, mas não em sentar-se em paralelo ou em brincadeira interativa.  Uma maneira de trazer os pais aos itens de interesse ao invés de apontar, vocalizar ou utilizar o olhar fixo de olhos coordenados.  Dificuldade de imitar ações.  Episódios de risos ou choros sem razão aparente.  Fala como eco (responde perguntas papagueando-as de volta).  A habilidade de às vezes parecer surda, ainda que ouça sons distantes quando são particularmente conhecidos.  Uma preferência por repetição (brinquedos alinhados, ordenação, assistir guia de pré-estréia ou canal de previsão do tempo).  Demora na comunicação. Começam a falar tarde - quando falam.  Usualmente não verbaliza antes dos 3 anos de idade.  Apresenta sons estereotipados, repetitivos e sem funcionalidade.  Usam gestual.  Exploram os objetos.  Não interagem.  Prejuízo na sociabilização.  Preferem se isolar.  Interesse (freqüente) por objetos mecânicos.  Gira bizarramente.  Apego inadequado a objetos.  Comportamentos e fala estereotipado.  Fobias.  Marcha ( andar) estereotipado ( nas pontas dos dedos).  Memória seletiva ( só o que ele tem interesse).  Decoram com facilidade  Dificuldade de comunicação e interação social.  Eles são agitados.  Têm horror de fugir à rotina.  Não conseguem olhar nos olhos de outras pessoas.  Fuga da realidade,  Retraimento para o mundo interior,  Indiferença à presença das pessoas,  Dificuldades em estabelecer relações sociais. 10
  • 12. 8-ORIENTAÇÕES AOS PAIS Freqüente locais públicos Se seu filho for pequeno, dê preferência a parques públicos onde ele possa brincar em atividades necessárias para qualquer criança - e principalmente. para ele -, como escorregar, balançar se,pendurar-se etc. Se ele for maior, faça caminhada em parques, será muito bom tanto para você quanto para ele. É importante freqüentar locais públicos com seu filho, mesmo porque algumas vezes isto é inevitável. Trabalhe pela independência de seu filho Incentive seu filho a se vestir sozinho. Uma técnica muito utilizada é começar deixando apenas a último passo para ele. Se estiver ensinando a vestir uma camiseta, coloque tudo e deixe apenas que ele puxe parra passar a cabeça; se for uma calça, coloque as pernas e deixe que ele a puxe até a cintura. Assim ele entenderá que a ação era vestir a peça. Incentive-o também, da mesma forma, a se servir, comer, beber e assim por diante. Ao fazer isto, fique calma e elogie tranqüilamente cada pequeno avanço. Não fale mais que o necessário e evite irritar-se com pequenos retrocessos. Pense que neste momento você é mais que um pai ou uma mãe. Você é um pai ou uma mãe que está cumprindo um papel muito importante para seu filho. Estabeleça rotinas que facilitem A organização de seu filho. A criança que tem autismo tem uma tendência muito grande a se fixar em rotinas. Você pode utilizar isso em favor da tranqüilidade dela mesma. Ensine seu filho a quebrar rotinas Faça pequenas mudanças na vida diária, no começo de preferência uma de cada vez. Mude o lugar de seu filho à mesa, tente variar a comida e colocar a TV em um canal que não seja o preferido dele, mude o caminho de ir à escola. As rotinas não são imutáveis, e é melhor que seu filho aprenda isto desde cedo. Você pode achar paradoxal, mas ao mesmo tempo em que à rotina é importante é importante também aprender a aceitar mudanças. 12
  • 13. 9- ALGUMAS ORIENTAÇÕES PARA PROFESSORES  É importante que o professor verifique com alguma freqüência que o aluno esteja acompanhando o assunto da aula.  Além disto, é aconselhável, também, que este aluno: *Sente o mais próximo possível do professor. *Seja requisitado como ajudante do professor algumas vezes.  Use agendas e calendários, listas de tarefas e listas de verificação.  Seja ajudado para poder trabalhar e concentrar-se por períodos cada vez mais longos.  Seja estimulado a trabalhar em grupo e a aprender a esperar a vez.  Aprenda a pedir ajuda.  Tenha apoio durante o recreio onde, por exemplo, poderá dedicar se a seus assuntos de interesse, pois caso contrário poderá vagar,  Dedicar-se a algum assunto inusitado ou ser alvo de brincadeiras dos colegas.  Seja elogiado sempre que for bem sucedido.  A educação é uma das maiores ferramentas para ajudar uma criança autista em seu desenvolvimento, para não dizer até que é a maior delas. É necessário reconhecer a importância de colocar limites, e isso às vezes é muito difícil para qualquer pessoa.  Mas atenção, não tente colocar todos os limites ao mesmo tempo, porque na maioria das vezes é impossível.  Faça uma lista dos comportamentos que precisam de limites, estabeleça prioridades e aposte na coerência.  A resistência à tentativa de colocação de limites é normal, mas o mais freqüente é que esta resistência diminua e a criança passe a adotar rapidamente padrões mais adequados de comportamento.  Então veremos que o importante é começar selecionando prioridades e, dentro destas, começar pelas mais fáceis, e por períodos curtos de tempo, incrementando o processo na medida em que ele se desenvolve. É bom lembrar que nível de dificuldade e duração (tempo) são dois fatores de igual importância e devem ser aumentados separadamente.  Uma criança autista, alfabetizada e acompanhando uma sala regular, é importante planejar apenas em curto prazo, enfrentando um pequeno desafio de cada vez. Assim é possível analisar o resultado de cada passo, dimensionar uma possível mudança de estratégia, recuar um pouco quando necessário e avançar mais no que for possível.  Planejar em longo prazo pode ser um erro muito comprometedor com este tipo de criança. Portanto, como em muitas outras coisas, devemos evitar a ansiedade e o exagero de expectativas. 13
  • 14. 10- SÍNDROME DE ASPERGER Apesar de ter sido descrita por Hans Asperger em 1944 no artigo “Psicopatologia Autistica na Infância”. A Síndrome de Asperger foi incluída no DSM-IV com critérios para diagnóstico. Hans Asperger e Leo Kanner, que descreveu o autismo em 1943, nasceram ambos na Áustria e estudaram em Viena, mas nunca se encontraram. Asperger que era dez anos mais jovens que Kanner especializou-se em pediatria enquanto Kanner estudou psiquiatria. Asperger acreditava que para estas crianças educação e terapia eram a mesma coisa e que apesar de suas dificuldades elas eram capazes de adaptar- se desde que tivessem um programa educacional apropriado. Algumas das características peculiares mais frequentemente apresentadas pelos portadores da Síndrome de Asperger são:  Atraso na fala, mas com desenvolvimento fluente da linguagem verbal antes do 5 anos e geralmente com:  Dificuldades na linguagem,  Linguagem pedante e rebuscada,  Ecolalia ou repetição de palavras ou frases ouvidas de outros,  Voz pouco emotiva e sem entonação.  Interesses restritos: escolhem um assunto de interesse, que pode ser seu único interesse por muito tempo. Costumam apegar-se a mais às questões factuais do que ao significado. Casos comuns é interesse exacerbado por coleções (dinossauros, carros, etc.) e cálculos.  A atenção ao assunto escolhido existe em detrimento a assuntos sociais ou cotidianos.  Presença de habilidades incomuns como cálculos de calendário, memorização de grandes seqüências como mapas de cidades, cálculos matemáticos complexos, ouvido musical absoluto etc.  Interpretação literal, incapacidade para interpretar mentiras, metáforas, ironias, frases com duplo sentido, etc.  Dificuldades no uso do olhar, expressões faciais, gestos e movimentos corporais como comunicação não verbal.  Pensamento concreto.  Dificuldade para entender e expressar emoções.  Falta de auto-censura: costuma falar tudo o que pensam.  Apego a rotinas e rituais, dificuldade de adaptação a mudanças e fixação em assuntos específicos.  Atraso no desenvolvimento motor e freqüentes dificuldades na coordenação motora tanto grossa como fina, inclusive na escrita.  Hipersensibilidade sensorial: sensibilidade exacerbada a determinados ruídos, fascinação por objetos luminosos e com música, atração por determinadas texturas etc.; 14
  • 15.  Comportamentos estranhos de autoestimulação;  Dificuldades em generalizar o aprendizado;  Dificuldades na organização e planejamento da execução de tarefas.  Algumas coisas são aprendidas na idade “própria”, outras cedo demais, enquanto outra só será entendida muito mais tarde ou somente quando ensinadas. 11- CRITÉRIO DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE ASPERGER A existência dos Aspergers só foi reconhecida em 1993. Antigamente eles eram considerados esquisitões. Definição de Gillberg & Gillberg 1989, Gillberg 1991, baseado nas descrições originais de Asperger. Critério resumido: I. Distúrbio social - egocentricidade extrema II. Padrão limitado de interesses III. Rotinas e rituais IV. Peculiaridades de fala e linguagem V. Problemas com comunicação não-verbal VI. Falta de coordenação motora (a pessoa é atrapalhada e desengonçada) Critério detalhado: I. Redução marcante na interação social recíproca (pelo menos duas das características abaixo): a) Não tem amigos, é inábil para interagir com colegas. b) Pouca preocupação em fazer amizades no começo da vida c) É socialmente e emocionalmente inapropriado d) Tem pouca empatia, a menos que lhe chamem a atenção e digam que ele deveria se preocupar com isso. II. Interesses restritos (pelo menos uma das características abaixo): a) Exclusão de outras atividades b) Padrão repetitivo c) Interesse mais mecânico do que relacionado ao significado III. Imposição de rotinas e interesses (pelo menos uma das características abaixo): a) Impostas para ele mesmo b) Impostas para os outros IV. Problemas com a fala e com a linguagem (pelo menos três das características abaixo): a) Desenvolvimento atrasado b) Linguagem expressiva superficialmente perfeita c) Pedante, formal d) Estilo monótono ou anormal e) Compreensão comprometida, apesar da “linguagem perfeita” V. Aspectos não-verbais: a) Olhar anormal b) Linguagem corporal esquisita 15
  • 16. c) Uso limitado dos gestos d) Expressão facial limitada e) Expressões faciais inapropriadas VI. Jeito “desengonçado”: Performance insatisfatória em exame neurodesenvolvimental Assim como no autismo, não existem exames clínicos que identifiquem a Síndrome de Asperger e o diagnostico é feito através da observação dos comportamentos. Os critérios do diagnóstico oficial da Síndrome de Asperger estão enumerados no DSM-IV. Alguns pesquisadores acreditam que Síndrome de Asperger seja a mesma coisa que autismo de alto funcionamento, isto é, com inteligência preservada. Outros acreditam que no autismo de alto funcionamento há atraso na aquisição da fala, e na Síndrome de Asperger, não. Muitas pessoas acreditam que a importância da diferenciação entre Síndrome de Asperger e Autismo de Alto Funcionamento seja mais de cunho jurídico do que propriamente para escolhas relacionadas ao tratamento. Por um lado para algumas pessoas dizer que alguém é portador de Síndrome de Asperger parece mais leve e menos grave do que ser portador de autismo, mesmo que de alto funcionamento. 12- INTERVENÇÕES E TRATAMENTO Os seguintes aspectos podem ser fundamentais como alvos preferenciais de intervenção precoce com indivíduos com Síndrome de Asperger. Devemos procurar o antes possível desenvolver:  A autonomia e a independência;  A comunicação não-verbal;  Os aspectos sociais como imitação, aprender a esperar a vez e jogos em equipe;  A flexibilização das tendências repetitivas  As habilidades cognitivas e acadêmicas 13- CONCLUSÃO São necessários mais estudos que investiguem não somente as deficiências, mas também as competências sociais destes indivíduos. Pensa-se que o conhecimento acerca dessas diferenças possa ter implicações para a identificação precoce da síndrome, visto que as crianças autistas mais ‘competentes’ são as que mais demoram a receber tal diagnóstico. Segundo, a questão do diagnóstico diferencial ainda apresenta-se controverso. Finalmente, esse campo tem sido dominado pela polêmica em torno de prioridades causais (afetivas, cognitivas, biológicas) na determinação da síndrome. Ainda que a interação desses diferentes processos tenha sido proposta e reconhecida em termos teóricos, a sua operacionalização ainda constitui um grande desafio aos futuros estudos. Esforços devem ser concentrados na desafiadora tarefa de integrarem-se os achados das diferentes áreas a fim de 16
  • 17. compreenderem-se os mecanismos através dos quais diferentes facetas do comportamento combinam-se para formar o intrigante perfil que caracteriza o autismo. Bibliografias e outras indicações de textos: inseridas no grupo virtual: gape_guarujá@yahoogrupos.com.br. 17