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Cartas

Elisa Rodrigues

Paiva Netto completa 50
anos de serviços na Legião da Boa Vontade
exatamente no dia 29
de junho, que é dia de
São Pedro e São Paulo,
dois apóstolos do Cristo
de Deus. A base do Cristianismo (São Pedro) e a
expansão dele (São Paulo).
Então, que Paiva Netto seja, de
fato, em um momento Pedro e, em outro,
Paulo, enquanto lança fundamentos de
uma nova sociedade de Paz, Harmonia,
Fraternidade e Amor. (Frei Rovílio Costa*, pesquisador, historiador e escritor)
Com muita satisfação, tenho lido
as belas e interessantes matérias
da revista BOA
V O N TA D E .
Aliás, agora mesmo estava com a
revista em minhas
mãos. Desejamos um Feliz
2006 ao Irmão Paiva e a todos os amigos
da LBV. (Yvonette Gonçalves — Monja
do Templo Budista Higashi Honganji)

Cida Linares

Quero parabenizar a todos
pela altíssima qualidade da
revista BOA VONTADE.
Tenho acompanhado as
edições mensais e estou
muito satisfeito com as
suas matérias.
(Altamirando
Carneiro — jornalista
e editor do Jornal Espírita)

Parabéns à Legião da Boa
Vontade por mais esse trabalho
realizado em prol da sociedade brasileira, pois com um
jornalismo dinâmico e brilhante, a
revista BOA VONTADE, da Espiritualidade Ecumênica, agrega
informações e
conhecimento,
abordando temas de grande
relevância, seja
no campo político, social,
econômico ou
científico, tratando os assuntos de maneira consciente, esclarecedora e objetiva. Desta forma,
destaca-se como excelente canal
de comunicação, sobretudo como
um instrumento importantíssimo
de divulgação das campanhas,
projetos e eventos que a LBV
desenvolve para o bem comum
e, principalmente, para os menos
favorecidos, possibilitando uma
formação moral e sólida de
cidadãos conscientes dos seus
direitos e deveres na busca de
uma sociedade mais justa.
Gostaríamos de destacar o trabalho de excelência desenvolvido
nos Centros Educacionais, Culturais
e Comunitários da LBV, em especial
o localizado na zona norte do Rio de
Janeiro. Parabéns à LBV por tudo
que tem realizado pelo nosso Rio de
Janeiro e pelo nosso Brasil. (Carlos
Alberto de Carvalho, Coronel BM
e Secretário de Estado da Defesa
Civil e Comandante Geral do CBMERJ)
Venho por meio desta parabenizar pela reportagem “Campinas: Câmara da cidade premia
LBV pelo incentivo ao volun-

“Obrigado
pelo texto a
respeito do
meu livro
(Quando
alegre
partiste). É
uma honra
merecer
registro na
revista BOA
VONTADE, tão
bem-feita, tão
bonita, e, ainda
por cima, com a
Juliana Paes na
capa! É algo pra
matar o velho....”
Marina Figueiredo

Excelente canal de
comunicação

Cida Linares

Tenho lido, com
muito carinho, a revista BOAVONTADE. Na oportunidade, agradeço toda
a atenção recebida,
enviando um forte
abraço a todos os queridos amigos da LBV. (Miriam Puccio — Presidente da Associação
das Senhoras Evangélicas de São Paulo)

Cida Linares

Congratulações à revista
BOA VONTADE

(Moacir Japiassu, escritor e jornalista da coluna Jornal da ImprenÇa,
do portal Comunique-se)
tariado”, publicada na revista
Boa Vontade, nº 208, dezembro/2005. Gostaria de colocar
meu gabinete à inteira disposição
para incentivar, cada vez mais, a
Solidariedade e o voluntariado,
imprescindíveis para a construção
de uma sociedade mais democrática e justa. (Vereadora Teresinha
Carvalho, Câmara Municipal de
Campinas/SP)

Veículo de confiabilidade

Gostaria de manifestar meus
sinceros agradecimentos a toda
a família de BOA VONTADE.
Aproveito para registrar a minha
imensa admiração pela revista
e parabenizar toda a equipe que
faz dela um veículo de qualidade
e confiabilidade. Aplaudo os 56
anos da LBV e o sr. Presidente
Paiva Netto com sua constante
luta em prol da Solidariedade.
Uma referência de amor ao próximo e estímulo para todos os
O conceituado jornalista, historiador e apresentador de Rádio e TV
Heródoto Barbeiro lançou para o
público paulista, no dia 28 de janeiro,
o livro Buda — o Mito e a Realidade,
no qual apresenta ao leitor a visão
dele, como adepto do Budismo.
Em entrevista à Super Rede Boa
Vontade de Comunicação, o apresentador do Jornal da Cultura ressalta a
ligação deste tema com o papel do
jornalismo. Para ele, a obra contribui
de forma positiva, “porque o Budismo fala sobre a estabilidade do corpo
povos. (Rachel Machado, jornalista, via e-mail)

Consciência Negra

Reprodução rBV

A edição nº 207 da revista
BOA VONTADE está maravilhosa. Como em todas as edições,
chama-nos a atenção a qualidade
gráfica e o conteúdo das reportagens. O especial sobre o Dia da
Consciência Negra
está realmente fantástico. Parabéns!
(Daniela Aspis,
jornalista e assessora de imprensa
do Vereador professor Garcia, de
Porto Alegre/RS)
Leio, com freqüência, a revista
BOA VONTADE e
quero parabenizar
pelas excelentes
reportagens sobre
educação ecumênica e saúde. Destaco
o importante espaço na revista nº
207 para tratar do tema da desigualdade e do racismo no especial

A saudosa Rosa
Parks, ícone dos
Direitos Humanos,
foi uma das homenageadas pela rBV,
edição nº 207, no
Especial Consciência
Negra.

e da mente e um bom comunicador
deve ter corpo e mente estáveis”.
Na sessão de autógrafos, representantes da LBV levaram os
cumprimentos e o abraço fraterno
do dirigente da Obra. O colega de
profissão retribuiu o gesto dedicandolhe um exemplar com a mensagem:
“Paiva Netto, um pouco do Budismo original. Abraços do Heródoto
Barbeiro”.
Dia da Consciência Negra. (Rose
Garcia, via e-mail, Buenos Aires/Argentina)
A revista BOA VONTADE
mais uma vez está de parabéns
pelos brilhantes assuntos publicados na edição no 207, em seu especial sobre o Dia da Consciência
Negra. Nele destaca-se a palavra
da Ministra Matilde Ribeiro
que defende a aplicação de leis
específicas para vencer o racismo
no Brasil. A publicação também
abriu espaço para o Presidente
da Sociedade Afro-Brasileira de
Desenvolvimento Sócio-Cultural,
sr. José Vicente, para falar sobre
esse dilema nacional. Antecipouse na divulgação do Estatuto da
Igualdade Racial, recentemente
aprovado pelo Senado Federal,
de autoria do Senador Paulo
Paim e, por fim, homenageou,
merecidamente, Rosa Parks,
uma das grandes personalidades
destacadas no movimento de
igualdade civil nos Estados Unidos. Parabéns! (Celso de Oliveira,
administrador de empresas, São
Paulo/SP)

“Gostei muito
da revista BOA
VONTADE. O
trabalho de vocês
é sempre muito
competente.
Grande abraço.”

(Joseti Marques, Diretora de Jornalismo da
Associação Brasileira
de Imprensa — ABI)

“O mais recente
número da
revista BOA
VONTADE
(edição 208) é
uma publicação
de excepcional
qualidade
em todos os
campos, sobretudo no da
Educação. Parabéns!.”
Simone Barreto

_________
Sarah Jane

Simone Barreto

Daniel Trevisan

Heródoto Barbeiro
e a Fé no Budismo

(Desembargador Cármine
Antônio Savino Filho, da 6ª
Câmara Criminal do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro/RJ)

*Frei Rovílio Costa — Referência na cultura
ítalo-brasileira. Descendente de imigrantes italianos
de Cremona, o Padre Capuchinho escreveu mais de
100 mil folhas de pesquisa sobre esta cultura, sendo
homenageado pelo Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro
Giuseppe Garibaldi, de Carazinho/RS, com uma biblioteca que leva o nome dele. Foi também Patrono da 51ª
Feira do Livro de Porto Alegre/RS.

Escreva para a revista
BOA VONTADE
Rua Doraci, 90 • Bom Retiro •
CEP 01134-050 • São Paulo/SP
E-mail: info@boavontade.com

BOA VONTADE
Índice

Ao Leitor
A revista BOAVONTADE, como
sempre, está repleta de interessantes
matérias. Na Reportagem Especial, o
jornalista Sidney Rezende — âncora
da Rádio CBN, apresentador de telejornais da Rede Globo e do programa
de Economia Conta Corrente, da
Globo News — revela fatos de sua
carreira, fala de temas universais
como Meio Ambiente, Solidariedade e Globalização. Sidney deixa,
acima de tudo, uma mensagem de
otimismo e perseverança a todos que
querem ser bem-sucedidos na vida.
Há também um espaço destacado para a Educação. Nele, reproduzimos trechos da mensagem
do jornalista Paiva Netto e que foi
publicada em seu artigo “É urgente
reeducar!”, no qual o dirigente da
LBV explica as bases da Pedagogia
do Cidadão Ecumênico, preconizada por ele e posta em prática
com sucesso nas escolas, centros
comunitários e educacionais e nas
iniciativas em favor dos brasileiros.
Neste contexto, destacamos a
grande mobilização nacional que
teve início em 2 de janeiro: a edição
2006 da Campanha LBV — Criança
Nota 10 — Sem Educação não há

futuro!, promovida pela Instituição
e que visa distribuir material escolar
para milhares de crianças em situação de risco social em todo o Brasil.
A seção Biosfera trata de um
elemento vital do meio ambiente e,
portanto, para a sobrevivência da
raça humana: a administração da
água, cuja quantidade disponível
para consumo é de apenas 0,3%. E
ainda alerta para o fato de que esse
pequeno recurso vem sofrendo com
dejetos sanitários e despejos de resíduos industriais e agrotóxicos.
Os editores

BOA VONTADE
ANO XXIV • Nº 209 • janeiro de 2006

BOA VONTADE é uma publicação mensal das
IBVs, editada pela Editora Elevação.

Diretor e Editor responsável

Francisco de Assis Periotto
MTE/DRTE/RJ 19.916 JP
Coordenação
	 Revisão

(Paiva Netto)

Adriane Schirmer
Neuza Alves

Reflexão do mês
“A nossa ferramenta
para erigir o Cidadão
Ecumênico (religioso
ou não) é algo de que
não podemos prescindir:
o espírito universalista
cujo instrumental
seja a Solidariedade,
iluminando mentes e
sentimentos.”

Gerdeilson Botelho

Silvia Bovino
Walter Periotto
Wanderly Albieri Baptista

Colaboradores
Alvino Barros, Cida Linares, Daniel
Trevisan, Danielly Arruda, Débora
Verdan, Leilla Tonin, Maria Aparecida
da Silva, Mário Augusto Brandão,
Natalia Lombardi, Paulo Azor, Pedro
de Paiva, Rita Silvestre e William Luz.

Arte
Projeto Gráfico: Alziro Braga

Especial — Foto de capa
Fotógrafo: João Miguel Jr.
Divulgação TV Globo

Edição nº 209

Produção
Endereço para correspondência:
Av. Rudge, 938 — Bom Retiro

4 Cartas
6 Ao Leitor
9 Coluna de Esporte
10 Esporte e Cidadania
11 Sociedade
12 Educação
20 Biosfera
24 Samba e História
28 Reportagem
Especial

36 Fórum Mundial
Permanente Espírito e
Ciência, da LBV.
40 Saúde
44 Melhor Idade
46 Ação Jovem LBV
50 Soldadinhos de Deus
52 Notícias de Brasília
55 Arte na Tela
56 Acontece no mundo
58 Acontece na Bahia

CEP 01134-000 — São Paulo/SP
Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9
CEP 01216-970
Internet: www.boavontade.com
E-mail: info@boavontade.com

Impressão: PROL Editora Gráfica
A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos emitidos em seus artigos
assinados.

Fr
28

Reportagem especial:
O jornalista Sidney Rezende, ladeado
pela equipe da revista BOA VONTADE.

Francisco de Assis Periotto
MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

9

Coluna de
Esporte

40

12

Educação

24

Saúde: os
riscos do
HPV.

20
Biosfera

36

Novos rumos
da Ciência

60

Portal BOA VONTADE: www.boavontade.com

Acontece no
interior paulista

Samba e História
Felipe Freitas

Coluna do Garotinho

Ainda fabricamos

craques

capazes de substituir os
José Carlos Araújo é locutor
esportivo da Rádio Globo do
Rio de Janeiro/RJ

que exportamos?

omário, que acaba de completar 40
anos de idade, foi o
artilheiro do Campeonato Brasileiro
de 2005 e continua aprontando no
Campeonato Estadual do Rio de
Janeiro, como principal jogador
do Vasco.
Vale lembrar que Romário,
o quarentão, foi sondado pelo
Corinthians, campeão brasileiro,
e outros clubes. O vice-artilheiro
nacional foi Róbson, do Paysandu, o Robgol, de 35 anos.
Enquanto isso, os clubes do
Exterior continuam levando nossos principais jogadores. Bastou
um brilhareco qualquer e lá se vai
a esperança de craque jogar em
outros rincões. Não é por acaso
que o Brasil exporta uma média
de 800 jogadores por ano.
Há atletas brasileiros em praticamente todos os centros praticantes
do futebol, em todos os continentes.
Malásia, Rússia, Polônia, Finlândia,
Islândia, Japão e outras nações
inimagináveis para o torcedor
juntaram-se a tradicionais mercados importadores de jogadores
brasileiros, como Itália, Espanha,
Inglaterra, Alemanha, França e
Portugal.
Isso acontece há décadas e o
Brasil sempre foi capaz de repor as

peças perdidas. Sempre foi assim:
sai um talento e logo a posição
dele é ocupada por outro ainda
melhor. Não fosse essa tradição
o País não seria cinco vezes campeão do mundo, não teria o São
Paulo campeão das Américas e
também mundial de clubes.
Mas por que será que os veteranos estão ganhando tanto
espaço nos clubes? Será que já
não produzimos talentos como
antigamente?
É certo que nossos jogadores
estão se transferindo para o Exterior cada vez mais cedo. Ainda
com idade para a categoria de
juniores, dão adeus a seus clubes e
vão tentar a sorte e a independência financeira em outros países de
economia mais forte.
Não quero ser pessimista, mas
é bom observar que a reposição
dos craques negociados já
não é tão veloz quanto há
alguns anos. Pior ainda:
há casos em que não
há reposição, quando
o atleta que parte não
deixa um substituto à
altura, mas, sim, uma
grande saudade de seu
futebol.
Está na hora de repensar uma questão: a Lei
Pelé, ao eliminar o instituto

Romário
com a taça do
tetracampeonato
mundial,
conquistado pela
Seleção Brasileira
em 1994 nos EUA.

www.sporting-heroes.net

R

do passe, não eliminou também a
capacidade de buscar talentos em
nossos clubes? Afinal, para que
preparar um atleta e, depois de tanto investimento, vê-lo ir para outro
clube, sem a devida compensação
financeira?
O momento de analisar a
situação é agora, antes que seja
tarde demais.

BOA VONTADE
Esporte e Cidadania

De olho no

que prestigiará os jogos. “O Governo
Federal vai cuidar da segurança em
parceria com o Governo Estadual.
Não será apenas para distribuir tropas
no período do Pan. Vai ficar um legado, porque será um investimento
que envolve trabalhos sociais nas
comunidades.”

Novos talentos para o Judô

M

esmo faltando
cerca de um ano
e meio para o
início de um dos
mais bonitos espetáculos esportivos das Américas
— os Jogos Pan-Americanos —, o
Rio de Janeiro, cidade-sede do campeonato, já está em ritmo acelerado.
Em decorrência das obras para as
competições do ano que vem, o
autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, não receberá provas de
automobilismo durante a temporada
2006. No complexo do circuito será
construída uma arena esportiva multiuso para a realização de provas.
O Ministro dos Esportes, Agnelo
Queiroz, durante entrevista ao programa Vôlei Brasil, apresentado pelo
jogador Fernandão, nas noites de
segunda-feira, às 20 horas, na Super
Rádio Brasil (AM 940 kHz, Rio de
Janeiro/RJ, Emissora da Boa Vontade), assegurou que as iniciativas para
a preparação do Pan vão além das
competições. Para isso, um trabalho
intenso será iniciado ainda este ano
para garantir a segurança do público

10

BOA VONTADE

Não é somente a cidade que se
prepara para os Jogos Pan-Americanos de 2007. Uma equipe de atletas
já foi convocada pela Confederação
Brasileira de Judô para a seletiva deste ano. A seleção foi realizada no dia
25 de janeiro, em Recife/PE. Na classe masculina foram indicados dois
atletas por categoria, com exceção da
categoria meio leve masculino, a qual
teve apenas uma vaga em disputa,
tendo em vista que, pelo resultado alcançado em 2005, a comissão técnica
da CBJ assegurou a João Derly uma
das vagas dessa categoria.
Os atletas classificados participarão de duas etapas da Copa ou
Super Copa do Mundo 2006 e de
treinamentos de campo nacionais e
internacionais. Pelo desempenho de
cada competidor nesses eventos será
definida a delegação que representará

o Brasil no Mundial por equipes e
no Pan-Americano
Sênior.

Sincronia
e muito
treinamento

Se no Judô as
equipes não abrem
mão de um bom
condicionamento
Fernandão,
físico, o mesmo
apresentador
ocorre com os saltado programa
dores Juliana VeloVôlei Brasil, no
so, Cassius Duran, estúdio da Super
César Castro e Rádio Brasil (AM
940 kHz, Rio de
Hugo Parisi, todos
Janeiro/RJ).
atletas olímpicos
brasileiros de saltos ornamentais,
que foram a Pequim (China) para
20 dias de intenso treinamento no
maior centro desta modalidade no
mundo. A equipe voltou ao País no
dia 29 de janeiro acompanhada dos
técnicos Francisco Ferrer, Ricardo
Moreira, Roberto Gonçalves e da
supervisora técnica da CBDA, Alice
Kohler. A equipe realiza exercícios
todos os dias da semana para iniciar
a preparação visando aos Jogos PanAmericanos no ano que vem.
Pedro Stabile

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
Ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, e o
Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro,
Carlos Arthur Nuzman.

_____________
Isabela Ribeiro

Lícia Curvello

Antônio Cruz (ABr)

Pan 2007

Edinanci Silva
(meio-pesado)
retorna à Seleção
Brasileira de Judô,
definida na seletiva em Recife/PE.
Sociedade

Parceria de sucesso
seca no sertão. A Campanha SOS
Nordeste, como ficou conhecida,
distribuiu mais de 4,1 milhões de
quilos de alimentos. O sr. Johnny, a
respeito dessa aliança, revelou: “Nós,
da Bandeirantes, estamos muito
orgulhosos de ser aliados de vocês
da LBV. Acompanhamos a luta do
Paiva desde o tempo de Zarur, e sabemos deste trabalho sério, bonito, honrado, que cuida de criança, cuida de
gente idosa, envolve todo o mundo.
Então, somos, em primeiro lugar, fãs
do trabalho de vocês, admiradores e
colaboradores. (...) Muito obrigado
e fiquem com Deus”.
A Legião da Boa Vontade tem
a satisfação de estar na TV Ban-

Sr. Johnny Saad (E) tendo ao fundo o retrato de seu avô Adhemar de Barros (19011969) e Paiva Netto (D) à frente da imagem
de seu saudoso amigo Dr. João Jorge Saad
(1919-1999), Fundador do Grupo Band.

deirantes há quase 23 anos. Atualmente, o Programa Boa Vontade,
com Paiva Netto, é veiculado para
todo o território nacional no início
da madrugada, de segunda a sextafeira, após o A Noite é uma Criança
do apresentador e amigo da LBV
Otávio Mesquita.

Literatura

Pelos direitos humanos
____________

Lícia Curvello

Lícia Curvello

Lícia Curvello

A Secretaria dos Direitos Humanos do
Estado do Rio de Janeiro lançou recentemente a publicação Cadernos de Direitos
Humanos, que, no volume I, aborda o
tema Direitos Negados — Questões para
uma Política de Direitos Humanos. Representantes da Legião da Boa Vontade,
em visita ao Órgão, conversaram com
o Subsecretário de Direitos Humanos,
Jorge da Silva
Paulo Rogério dos Santos Baía, conhecido como Professor Baía, que revelou ser
um admirador da LBV. Na oportunidade,
apresentou a publicação editada pela
Secretaria.
Segundo o Secretário de Direitos Humanos, Coronel BM Jorge da Silva, a
obra “tem como objetivo contribuir para a
difusão e aplicação do conceito de Direitos
Paulo Rogério dos
Humanos em múltiplas perspectivas”.
Santos Baía
O Subsecretário Paulo Rogério presenteou o Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade
com um exemplar do livro que traz a seguinte dedicatória: “Para a LBV e ao Dr. Paiva Netto, com respeito
e admiração. Paulo Baía”.

“Não se case
antes dos 30”

Reprodução RMTV

Em recente visita à sede da TV
Band, em São Paulo/SP, o Diretor-Presidente da Legião da Boa
Vontade, José de Paiva Netto, foi
recebido pelo Presidente do Grupo
Bandeirantes de Rádio e Televisão,
sr. Johnny Saad. No cordial encontro, ocorrido na zona sul da capital
paulista, ratificaram as parcerias de
sucesso e laços de antiga amizade
entre a Band e a LBV, em favor do
Povo, que vem desde a época do
saudoso Fundador do Grupo Band,
Dr. João Jorge Saad, um pioneiro
das comunicações.
Entre as vitoriosas parcerias,
realce para a grande mobilização que
beneficiou milhares de flagelados da

Pedro de Paiva

______________
Rodrigo Oliveira

_________
Sarah Jane

Este é o título da mais
recente obra e o conselho do
escritor e pesquisador Heverton Anunciação. Lançado no dia 19 de janeiro,
na capital paulista, o livro
foi compilado, firmando-se
em pesquisas matrimoniais
colhidas desde o século XIX.
“A minha preocupação é
que os casais alcancem a
maturidade, evitando, assim,
a separação, o que prejudica
os filhos”, assevera o autor de
Não se case antes dos 30.
Na ocasião, ele dedicou
um exemplar de seu livro
ao Líder da Legião da Boa

Vontade com a mensagem:
“Amigo Paiva Netto, todo
este trabalho é , sempre, para
que um dia vire uma ponte
para o trabalho da LBV. Amo
vocês”.

“Meus livros são
complementares, todos
tratam do Ser Humano.
A chave para a família
e para a sociedade é a
Espiritualidade, e nisso
eu aprendi muito com
Paiva Netto durante a
minha trajetória.”
Heverton Anunciação

BOA VONTADE

11
Educação

Sem

Educação

futuro!
não há

Arlindo Filho

Material escolar para milhares de crianças pobres

progresso das nações.” É
o que propõe o jornalista
Paiva Netto, dirigente da
LBV — que completará,
em 29/6/2006, cinqüenta
anos de serviços prestados à
Obra —, em suas palestras
e em seu artigo “É urgente
reeducar!”*1, quando explana a respeito das bases
da Pedagogia do Cidadão
Ecumênico, preconizada
Mais de 110 mil pessoas acompanham o pronunciamento por ele e posta em prática
de Paiva Netto, durante a inauguração do Centro
com sucesso nas escolas,
Comunitário e Educacional da LBV no Rio de Janeiro/RJ,
centros comunitários e eduocorrida em 2/3/1996. (Vista parcial do evento).
cacionais, além de outras
ducação e Cultura com iniciativas da Legião da Boa Vontade
em favor da população brasileira e
Espiritualidade Ecumênimundial.
ca para o Povo destacamUm exemplo disso é a significase entre as preocupações
tiva mobilização nacional que teve
anti-sectárias maiores
da Legião da Boa Vontade (LBV), início em 2 de janeiro: a edição 2006
da Campanha LBV — Criança Nota
ao lado de sua aplaudida Promo10 — Sem Educação não há futuro!,
ção Humana e Social. (...) Aliás, na
com a finalidade de distribuir material
verdadeira Democracia — que deve
ser entendida e vivenciada como o escolar para milhares de crianças que
regime da responsabilidade — todos vivem em situação de risco pessoal e
social no Brasil inteiro.
têm direito à liberdade de expressão,
Para o dirigente da LBV, “No
manifestada com o necessário sentido de dever e bom senso, alcançado ensino reside a grande meta a ser
com o amadurecimento espiritual, atingida, já!”. E complementa: “E
vamos mais longe: somente a Reeético, portanto, democrático; e mais:
ao Trabalho; à Segurança; à Saúde; ducação, até mesmo dos educadores,
como recomendava o jornalista, raà Alimentação; à boa Educação;
dialista e poeta Alziro Zarur (1914à Cultura; ao Lazer (Alegria sem
1979)*2, é capaz de garantir-nos dias
baixaria). Tudo isso, com a indispensável espiritualização do sentimento, de prosperidade e harmonia. Porém,
em qualquer estágio histórico do como escrevi em meu livro Reflexões

E

“

12

________________
Juliane Nascimento

e Pensamentos — Dialética da Boa
Vontade (1987), e anteriormente no
Jornal da LBV (janeiro de 1984): (...)
quando falamos na união de todos
pelo bem de todos, alguns podem
atemorizar-se, pensando em capitulação de seus pontos de vista na
enfadonha planura de uma aliança
despersonalizada, o automatismo
humano deplorável. Não é nada
disso. Na Democracia, todos têm o
dever (muito mais que o direito) de
– honesta (quesito básico) e com
espírito de tolerância – enunciar suas
idéias, sua maneira de ver as coisas.
Entretanto, ninguém tem o direito de
odiar a pretexto de pensar diferente.
Dizia Gandhi (1869-1948) que ‘divergência de opinião não é motivo
para hostilidade’.
“E foi por acreditar nisso que o
Mahatma tornou-se, com certeza, o
personagem principal da independência do seu Povo. (...)”.

“Enquanto não
prevalecer o ensino
eficaz por todos os de
bom senso almejado,
qualquer nação
padecerá cativa das
limitações que a si
mesma se impõe.”
Paiva Netto

BOA VONTADE
O Líder da LBV, ainda sobre o
assunto, em 14 de junho de 1986,
em São Paulo/SP, declarou ao jornalista J. Pascale: “(...) em absoluto,
não prego a ninguém que se torne
‘vaquinha de presépio’, servilismo
mental que abomino, como também
não posso conceber um pensador que
não seja sincero nas suas argumentações ou que somente queira agradar
a convenção”.
Prosseguindo com a Dialética
da Boa Vontade, acompanhemos o
raciocínio do autor de O Capital de
Deus:
“Em outras ocasiões, em palestras no rádio e na TV, tive novas
oportunidades para destacar o valor
incomensurável da Educação para
as massas:
“(...) Cuida do Espírito, reforma
o Ser Humano e tudo se resolverá.
Não consiste em nenhuma fórmula
mágica. Os que procuram oferecer
o melhor da Pedagogia, tantas vezes
suplantando as maiores dificuldades, até mesmo pessoais, sabem
muito bem disso. (...) Ora, nunca
tanto quanto hoje, povo desinstruído

Arquivo rBV

Marina Figueiredo

Arlindo Filho

Em 2 de março de 1996, Paiva Netto
entregava à população carioca o Centro
Educacional, Cultural e Comunitário da
LBV, órgão de excelência da Instituição
no atendimento à criança e sua família. A
iniciativa — que nasceu como uma resposta
do Líder da LBV ao triste episódio da chacina
na Candelária, quando meninos de rua foram
brutalmente assassinados — recebeu desde sua
origem o apoio do Povo e da classe artística.
No dia da inauguração, mais de 110 mil pessoas
prestigiaram o evento, entre elas, da esq. para
a dir., os atores: Leila Lopes, Nina de Pádua,
Stênio Garcia e Isabel Fillardis.

Fachada do Centro Educacional,
Cultural e Comunitário da Legião da
Boa Vontade, que está localizado na
Av. Dom Hélder Câmara, 3059 — Del
Castilho, Zona Norte do Rio.

Crianças em
situação de
pobreza de
Pau Ferro/AL
recebem
material escolar
da LBV

representa nação cada vez mais impotente, escrava mesmo! (...) Como
ressalta o jornalista Francisco de
Assis Periotto, trata-se de antiga
orientação e renovada proposta,
que singularizamos no trabalho que
vem sendo realizado pela LBV, a de
libertar as pessoas pelo Ensino, mais
que isso, pela reeducação até mesmo
da Educação, mormente agora que
o ensino especializado tomou conta
do mundo e, a todo o instante, requer
a atualidade contínua do próprio
aprendizado”.
Vale recordar o que Paiva Netto
apresentou na publicação especial
dedicada aos participantes da Segunda Sessão Plenária do Fórum
Mundial Permanente Espírito e

Ciência, da LBV,
reunidos em 2000, no ParlaMundi,
em Brasília/DF:
“Por ser aqui o Parlamento
Mundial da Fraternidade Ecumênica da Legião da Boa Vontade,
o ParlaMundi da LBV, todos têm,
nas atividades dele, o dever de
expressar suas opiniões, mesmo
que com o calor natural à defesa
das teses, contudo sem espírito de
cizânia, portanto civilizadamente,
de preferência...
“Pobre da sociedade sem a discussão das idéias. Detestam-na,
apenas, os que querem o domínio
criminoso da mente humana. A História conta-nos o horror que tem sido
a sua passagem pela Terra.”
BOA VONTADE

13
Marina Figueiredo

lho
Arlindo Fi

Arquivo rBV

Caucaia/CE

No entanto, para alcançarmos
esse estado ideal de consideração
mútua entre as criaturas, o DiretorPresidente da LBV nos alerta para o
fato de que qualquer transformação
passa primeiro pelo interior do Ser
Humano.
“De acordo com o que escrevi em Epístola Constitucional do
Terceiro Milênio*3, publicada em 7
de Setembro de 1988, no capítulo
‘Instruir é Iluminar a Consciência’:
‘Sem Educação e Instrução não há
progresso. Todavia, educar e instruir
não é apenas ensinar a ler, a mergulhar nos livros. Trata-se, acima de
tudo, de iluminar a inteligência para
as funções harmônicas do cidadão
na sociedade (...). Isso somente será
conseguido quando as criaturas souberem ver além do intelecto, com os
olhos do Espírito (...)’.”
Ainda no memorável documento
“É urgente reeducar!”, falando acerca da mensagem dirigida ao corpo
docente da LBV em 2000, o educador
Paiva Netto disserta sobre algumas
das diretrizes da rede de ensino da
instituição que preside: “O Espírito
tem lugar preponderante no nosso
labor. Entretanto, na preparação de
jovens e adultos para a subsistência

Arquivo rBV

Durante a inauguração do Centro
Educacional da LBV, no Rio de
Janeiro, Paiva Netto aparece ao
lado do saudoso Fundador da
Rede Bandeirantes de Rádio e
Televisão, Dr. João Jorge Saad
(terno cinza), o ator Lúcio Mauro
(roupa clara), a psicóloga Suzy
Camacho (à esquerda), e diversas
outras personalidades.

O atual Secretário de Cultura do Estado
do Rio de Janeiro, Arnaldo Niskier,
acompanhado da filha, a pedagoga
Sandra Niskier, é recebido por Paiva Netto
nas obras do Centro Educacional da LBV
no Rio, em 8 de julho de 1995.

neste mundo material de tecnologia
jamais vista e, paradoxalmente, na
atualidade, tão instável para os que
labutam pelo futuro próprio, devemos
levar na mais alta consideração que
os educandos têm de ser com eficiência qualificados para a exigente
demanda do acirrado mercado atual
de trabalho.
“E, mais: de tal forma que não
persigam um caminho, ao término
de que, a profissão — para a qual se
prepararam — não mais exista ao fim
do curso. É essencial, pois, receber
formação para serem arrojados, empreendedores, de modo que possam
suplantar os fatos supervenientes que
a qualquer instante desafiam a sociedade, assustando multidões.”

zados que não estão disponíveis na
praça e, portanto, terão de ser preparados dentro de uma sistemática
original e revolucionária do ponto de
vista pedagógico”. O ilustre educador
Niskier teceu esse comentário no dia
8 de julho de 1995, durante visita às
obras do Centro Educacional, Cultural e Comunitário da LBV, na capital
carioca, nas quais, ao lado de sua
filha, a pedagoga Sandra Niskier,
foi fraternalmente recepcionado por
seu velho amigo Paiva Netto.
Alguns meses depois, em 2 de
março de 1996, aquele empreendimento socioeducacional foi entregue
à população de baixa renda, numa
solenidade histórica que reuniu autoridades, artistas consagrados e per-

Metodologia inédita e
revolucionária

Edição
de 13 de
março de
1996, da
revista
ISTOÉ.

Por tantas razões, o método pedagógico implantado nas escolas da
LBV mereceu do respeitado escritor,
membro da ABL (Academia Brasileira de Letras), professor Arnaldo
Niskier, atual Secretário de Cultura
do Estado do Rio de Janeiro, definição muito apropriada: “trata-se de
uma metodologia pré-escolar inédita
que precisa de professores especiali-
“Uma das
grandes linhas de
atuação da Ulbra
TV é na área de
responsabilidade
social. Essa
parceria com a
LBV vai ser muito
boa. Estamos à
disposição, vamos veicular a
Campanha LBV — Criança
Nota 10 — Sem Educação
não há futuro! e outras que
vierem.”
Luiz Carlos Moreira
Diretor-Executivo da Ulbra TV.

A Campanha

Por todo esse cuidado com as
novas gerações e graças ao apoio
da sociedade à Campanha LBV
— Criança Nota 10, a Legião da Boa
Vontade está entregando, neste início
de ano, kits escolares aos alunos da
1ª à 4ª série do Ensino Fundamental
da rede pública que participam do
Programa LBV: Criança — Futuro no
Presente! o qual tem como objetivo
oferecer aos estudantes, no contraturno escolar, atividades esportivas,
lúdicas, culturais e de lazer.
Cada criança recebe uma mochila,
cinco cadernos — três de linguagem,
um de caligrafia e um de cartografia (desenho) —, seis lápis
pretos, uma caixa de lápis de

Daniel Trevisan

16

BOA VONTADE

São Cristóvão/SE

sonalidades de expressão, como
o saudoso Dr. João Jorge Saad
(1919-1999), Fundador da Band. Na
ocasião, compareceu ao concorrido
evento — conforme destacou, com
foto, a revista Istoé, edição de 13 de
março —, um público estimado em
110 mil pessoas. Com o título “LBV
sai na frente”, o jornalista Francisco
Alves Filho escreveu que no ano dedicado à Educação, a LBV inaugurou
um grande centro de atendimento às
crianças da periferia do Rio.

Daniel Trevisan

Da esquerda para a direita:
Danielle e Paloma (Grupo
Patotinha), Thaty (Rainha do
Bambolê), Michelle Giudice
(Atriz), Mariana e Drielly (também
do grupo Patotinha).

Marina Figueiredo

Daniel Trevisan

Marina Figueiredo
Cida Linares

Cajamar/SP

Rafaela Romolo

“Realmente,
sem Educação
não há
futuro. Esta
Campanha é
a única porta
aberta para a
criança que é
carente, que não tem muita
oportunidade. E não há
boa Educação sem material
escolar. Uma das coisas em
que se esbarra é realmente a
criança que não vai à escola
porque fica envergonhada de
não ter sua mochila, um caderno,
um lápis preto, ou os de cor,
quando a professora diz: ‘Vamos
colorir!’. Este movimento que
a LBV faz é imprescindível
para que todos tenham esta
igualdade.”
Vera Vianna
Consultora em Educação

cor (com 12 unidades), uma caixa de
canetas hidrográficas (também com
12 unidades), duas borrachas, um
apontador com depósito, dois tubos
de cola, uma tesoura sem ponta, uma
régua de 30 cm e um dicionário.
A iniciativa tem a finalidade de
combater a evasão escolar e estimular os pequeninos que muitas vezes
não freqüentam a escola por falta de
materiais básicos.
Além da população em geral, profissionais da mídia têm sido grandes
agentes da ampanha, divulgando a

Gabriel Cavicchioli
Solange Frazão

mobilização (Veja a relação de nomes
no destaque ao lado), a exemplo do
Diretor-Executivo da Ulbra TV, canal
48 UHF e 21 na Net, de Porto Alegre/RS, Luiz Carlos Moreira, que
visitou o Lar e Parque Alziro Zarur
da LBV, localizado em Glorinha/RS,
na companhia da Coordenadora de
Marketing da emissora, Simone
Schmitz, e consolidou a ajuda à
Instituição.
A Super Rede Boa Vontade de
Comunicação (rádio, TV, internet
e mídia impressa) está totalmente
envolvida com esta ação, emitindo
boletins diários sobre a empreitada.

Artistas participam
da iniciativa

Daniel Trevisan

Daniel Trevisan

Diversos artistas mirins engajaram-se nesta ação e gravaram VTs

Jacarezinho
Rodolfo Valente

O apoio da mídia
Os meios de comunicação de todo
o País estão divulgando a Campanha
LBV — Criança Nota 10!. De Belo
Horizonte/MG — os jornais Diário da
Tarde (no “Caderno 2” e em “Doações
e trocas”) Balcão (coluna “Doações”),
Comunidade em Ação (em “Serviço 
apoio à comunidade”), Jornal Edição do
Brasil (no caderno “Belo Horizonte”),
Jornal Empregos; as rádios Alvorada
FM, CBN (programa CBN Notícias),
Feira e a TV Câmara. Araraquara/SP
— jornal Folha da Cidade. Brasília/DF
— os jornais Correio Braziliense (coluna “Tome Nota”), Jornal de Brasília
(coluna “No Rádio” e anúncio), Tribuna
do Brasil (coluna da jornalista Consuelo
Badra e anúncio); no site Administração
Regional do Lago Sul (www.lagosul.
df.gov.br), (em destaque na home).
Campina Grande/PB — jornal O Diário da Borboma. Cascavel/PR — jornal
O Paraná. Cachoeira do Vale/MG
— Rádio Itatiaia AM (programa Chamado Geral). Campo Bom/RS — jornal
A Gazeta (destaque na capa). Coronel
Fabriciano/MG — Rádio Educadora
(programas A Tarde é Nossa e Bom Dia
Vale do Aço). Esteio/RS – rádio Tradição
FM 88,3 (programa Manhã Alternativa). Florianópolis/SC — na Folha de
Coqueiros on-line (www.folhadecoqueiros.com.br, na seção “Notícias”),
rádio Difusora AM (programa Café da
Tarde com notícias) e TV Barriga Verde
(programa Tricotando). Ipatinga/MG
— as rádios 95 FM (programa Vale
Manchete) e Grande Vale FM (programa
Faixa Livre Especial) e a TV Cultura (no
Jornal Cultura). Joinville/SC — site
Tudo Joinville (www.tudojoinville.com.

de apoio à Campanha, entre eles os
atores Michelle Giudice, Rafaela
Romolo, Gabriel Cavicchioli e
Rodolfo Valente; o apresentador
Jacarezinho; a rainha do bambolê
Thaty; Mariana, Danielle, Paloma
e Drielly, do grupo Patotinha, além
da apresentadora de TV e personal
trainer Solange Frazão.
Cada kit custa R$ 30,00. Colabore
você também na construção de um
País melhor. Deposite seu donativo
na conta 73.700-2, agência: 0237,
Banco Itaú ou procure a Legião da
Boa Vontade na sua cidade. Outras

br, na página principal). Londrina/PR
— jornal Folha de Londrina. Maringá/
PR — o jornal Hoje Maringá (coluna
do jornalista Ângelo Rigon) e rádio
Pé Vermelho AM (Jornal Edição de
Notícias). Morro Agudo/SP — Jornal
A Tribuna de Morro Agudo. Natal/RN
— o site DeSaboya.com (seção “Lápis
de Cor”). Novo Hamburgo/RS Rádio
ABC — 900 AM (programa Conexão).
Porto Alegre/RS — TVE. Rio de Janeiro/RJ — jornal Monitor Mercantil.
Uberaba/MG — os jornais Cidade
Livre (coluna “Malagueta”) e Jornal de
Uberaba. Uberlândia/MG — jornal O
Correio (coluna “Sociedade” e no site do
periódico, endereço www.jornalcorreio.
com.br) e a rádio Globo Cultura AM
(programa Festival de Alegria). Vespasiano/MG — jornal Vespasiano em
Notícias; e tantos outros que a revista
BOA VONTADE estará agradecendo
oportunamente.

Dr. Ladislau Airton Biffi

Daniel Trevisan

São Luís/MA

À esquerda, o jornalista, radialista e escritor José Carlos Magdalena, que apresenta
o Jornal da Cidade, na região de Araraquara/SP, ao lado do representante da
LBV Ataíde Alves.

informações pelo telefone (11) 32254500.

_______________________
*1 É urgente reeducar! — Artigo de Paiva Netto
publicado na revista Sociedade Solidária Altruística
Ecumênica (7ª edição), que foi traduzida em diversos
idiomas e encaminhada à ONU, High Level Segment
2005, realizada pela Ecosoc, de que a LBV faz parte.
*2 Reeducar os educadores — O pensador e ativista
brasileiro Alziro Zarur refere-se, de certa forma, a um
trabalho bem além da hoje tão destacada capacitação
dos educadores e profissionais de ensino, como já explicamos em diversas palestras. (Nota de Paiva Netto)
*3 Epístola Constitucional do Terceiro Milênio — Trata-se da sugestão de título, dada pela Juventude Ecumênica
da Boa Vontade de Deus, para a memorável circular escrita
por Paiva Netto, na madrugada do dia 18 de julho de 1988
e lançada em livro no dia 7 de Setembro daquele mesmo
ano por proposição dos moços.

BOA VONTADE

17
Educação

Supercreche Jesus da LBV:

Há duas décadas

educando para a
cidadania plena.
______________
Marta Trigueiro

P

Eduardo Isaías

Daniel Trevisan

rimazia em Educação,
assim são reconhecidos
a Supercreche Jesus e
o Instituto de Educação
José de Paiva Netto.
Juntos, eles formam o Conjunto Educacional da Legião da Boa Vontade
(LBV) em São Paulo e celebraram no
último dia 25 de janeiro, respectivamente, o 20º e o 13º aniversário.
Inaugurada em 1986 pelo jornalista, radialista e escritor José de Paiva
Netto, dirigente da Instituição, a Supercreche é um presente para a capital
bandeirante, pois cuida da educação
do Ser Humano desde a sua mais
tenra idade, com um diferencial: a
Pedagogia do Cidadão Ecumênico,
uma inovadora proposta do Líder da
LBV, que alia intelecto, sentimento
e Espiritualidade

18

BOA VONTADE

A Supercreche Jesus é um local
especialmente projetado para a garotada, que começa a freqüentá-la desde
os 4 meses de idade até completar os
6 anos. Possui 16 salas de aula amplas
e arejadas com sanitários, facilitando,
assim, a locomoção das crianças;
decoradas de forma a propiciar aos
educandos o contato com o mundo
da escrita desde os 3 anos de idade,
além de salas ambientes como as de
Artes, de vídeo e a de Oração.
A área de lazer conta com solário,
quadra de esportes coberta, amplo
pátio ao ar livre, playground e um
belo bosque com árvores centenárias.
Refeitórios divididos por faixa etária,
consultório odontológico e ambulatório com enfermaria completam
essa maravilhosa estrutura para o
atendimento infantil.
Outro ambiente a ser destacado é a
sala de estimulação para bebês dos 4
meses aos 2 anos, na qual psicólogos
e berçaristas trabalham para promover um desenvolvimento mais
rápido, seguro e eficaz das primeiras
habilidades de um indivíduo.
Dos 1.200 alunos atendidos
pela LBV em São Paulo, cerca de
300 alunos estudam na Supercreche
Jesus no período integral (das 7 horas
às 18h30), recebendo ainda aulas de
inglês, caratê, balé, educação artística,
cultura ecumênica e convivência,
além de treinamentos esportivos,
enfim, o que há de melhor e mais
moderno na área educacional.
Nascido como uma extensão da
Supercreche, o Instituto de Educação foi inaugurado em 1993, com a

principal finalidade de
atender as crianças que haviam concluído a educação infantil e ingressavam na primeira série do ensino
fundamental.
Atualmente, dispõe, em média, de
três salas para cada série do ensino
fundamental e duas para cada série do
ensino médio. Oferece também, no
período noturno, alfabetização para
jovens e adultos e o curso Normal
(antigo Magistério).
A formação integral do aluno é
proporcionada em um local amplo
e agradável, que alia salas de aula e
laboratórios (de química, física, biologia e informática) bem-equipados
a jardins bem-cuidados e árvores
frondosas. O Instituto de Educação
José de Paiva Netto possui ainda
quadras poliesportivas; biblioteca;
brinquedoteca e ambientes para artes,
inglês e expressão corporal.
Dentro desse quadro, há a integração de diversos setores, como
pedagógico, nutricional, psicológico,
de serviço social, de saúde e de comunicação. Isso contribui efetivamente
para a melhoria da qualidade de vida
dos estudantes. Há treinamentos na
área de esportes; excursões culturais;
atividades extracurriculares; atendi-
Janeiro de 2006:

Capacitação pedagógica
dos educadores da LBV.

mento ambulatorial médico e odontológico, sempre
orientados por profissionais.
A família é outra preocupação constante do Instituto, que a
considera peça fundamental em
todo o processo de aprendizagem.
Assim, há um espaço aberto para o
envolvimento dos familiares dos alunos e também da comunidade, com
a realização de palestras educativas,
cursos e atividades esportivas.
Do exposto, ratifica-se que esta
unidade é responsável pela educação
de crianças, adolescentes e adultos,
da Supercreche Jesus e do Instituto
de Educação José de Paiva Netto,
formando-os de modo que possam
desenvolver suas potencialidades
como elementos auto-realizadores,
qualificando-os para o mercado de
trabalho, além de prepará-los para o
exercício da cidadania plena. Tudo
isso é permeado pela Espiritualidade
Ecumênica, com o objetivo primordial de promover o aperfeiçoamento
do Ser Humano e de seu Espírito
eterno. Esse fator é o que distingue e
confere caráter de qualidade ao ensino
de ambas as escolas.

na qual destacou
a metodologia
preconizada por Paiva
Netto.
Disse a sra.
Amanda: “Nas
escolas da LBV
formam-se mentes
Amanda Wright
e corações. Os dois têm
(EUA)
de caminhar juntos. Hoje em dia convivemos com todo tipo de intervenção
negativa, pela TV, rádio, internet, etc…
Nossos jovens e crianças têm acesso a
todos esses meios que infelizmente não
ajudam a desenvolver valores morais,
éticos, tão importantes para a segurança
do mundo, deteriorando, assim, nossa
sociedade. Com certeza a escola tem
a responsabilidade de garantir que
seus estudantes cresçam e adquiram
confiança em si mesmos, que eles
sejam amigos, honestos, enfim, Seres
Humanos em quem podemos confiar.
Eu admiro e concordo com o lema da
LBV (Formar Mentes e Corações).
Os educadores devem se preocupar,
não somente em desenvolver o intelecto dos jovens, mas principalmente
os seus corações, a sua socialização.
Havendo essa combinação, certamente
estaremos colaborando para a formação positiva do caráter e dos seus
Espíritos”.

Clayton Ferreira

Na oportunidade da inauguração da Supercreche Jesus, na
capital bandeirante, em 25 de
janeiro de 1986, uma multidão
toma conta do local, durante o
pronunciamento do dirigente
da LBV, no destaque ao lado.

Anualmente, os profissionais que atuam na área
educacional da Legião da
Boa Vontade — professores, coordenadores, dentre
outros — participam de uma
capacitação pedagógica com
a finalidade de se aperfeiçoar,
ainda mais, no desenvolvimento
de suas funções com os milhares de
alunos que freqüentam as escolas da
Rede Educacional da Instituição.
Neste ano, o encontro ocorreu na capital
paulista, entre os dias 18 e 24 de janeiro, e o
foco principal foi a interação da Pedagogia do
Cidadão Ecumênico, aplicada com sucesso
nas unidades da LBV.
Na ocasião, a sra. Amanda WrightStafford, Diretora da Escola Lincoln
Avenue em Orange, localizada em New
Jersey, Estados Unidos da América, enviou
uma mensagem gravada aos participantes,

BOA VONTADE

19
Biosfera

A

“

Terra é azul!”. O dono
da frase é o astronauta
soviético Yuri Gagarin
(1934-1968), primeiro
homem a ver a Terra
do espaço. Após rodear o nosso
orbe, durante uma hora e quarenta minutos, em 1961, comprovou
o que se tinha como quase certo.
O motivo é claro: a superfície terrestre é coberta por cerca de 70%
de água. Curiosamente, o nosso
organismo necessita dessa mesma
proporção para sobreviver, o que
só vem reafirmar a relação de dependência do Ser Humano com a
Natureza.
Entretanto, no início do século
XXI, esbarramos num grande
contraste: o planeta azul está
com sede, o que significa dizer,
em números, que mais de 1,1
bilhão de pessoas sequer têm o
privilégio de beber água. Como
se não bastassem o desperdício e
a poluição, a população mundial
triplicou nos últimos cem anos
e, por conseqüência, o consumo
dessa substância aumentou seis
vezes mais. Razões preocupantes se levarmos em conta que a
quantidade de água existente
no Planeta se mantém
estável há milhões de

20

BOA VONTADE

anos e que, deste total, apenas 0,3%
está disponível para o consumo
humano (veja gráfico “Água no
planeta”).
Ladislau Dowbor, Doutor em
Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e
Estatística de Varsóvia (Polônia),
escreve no livro Administrando
a água como se fosse importante
que este recurso “é vital e está se
tornando um elemento-chave da
questão ambiental: a sua ausência,
ou contaminação, leva à redução
dos espaços de vida e ocasiona,
além de imensos custos humanos,
uma perda global de produtividade
social”.
O que é necessário, então, para
frear um desastre e garantir que
no futuro exista água de qualidade para todos? “Acredito que
falta conscientização”, responde
o diretor técnico da Universidade
da Água, Carlos Palma. “Pessoas
educadas e conhecedoras desse
tipo de problema obviamente
não iriam contribuir para a degeneração dessa pouca quantidade que temos à disposição do
consumo humano”, completa o
entrevistado pela revista BOA
VONTADE. A poluição dos
rios e as soluções para os pro-

blemas ambientais relacionados à
água foram pauta
deste bate-papo,
que também foi
veiculado no programa Biosfera,
da Rede Mundial
de Televisão.

Reprodução RMTV

O paradoxo da
Carlos Palma, diretor
técnico da Universidade
da Água.

Revista
BOA VONTADE — Qual a
contribuição que este recurso
trouxe para a história da
Humanidade?

Carlos Palma — A vida em si.
Para haver vida nós precisamos
de oxigênio. Se você não tiver
oxigênio, em 5 minutos pode ter
morte cerebral. A segunda neces-
PhotoDisc

Água
sidade seria a água. O Ser Humano suportaria, dependendo do
metabolismo de cada um, de 3 a 5
dias sem água, até vir a falecer. A
terceira é o alimento: dependendo
do metabolismo de cada um, você
pode durar de uma semana até
dez dias. Então, contamos que a
água é essencial à nossa existência,
como o oxigênio e o alimento.

rBV — O Brasil já deve pensar
em métodos mais eficazes
para obtenção de água
potável?

Carlos Palma — Nós temos de
avaliar o aspecto econômico. Podemos dizer assim: “nós vamos retirar o sal da água, reutilizar a água
do mar”. Entretanto, este processo
é muito caro. Por isso acredito que
seria melhor evitar a contaminação
e utilizar o líquido que está praticamente próprio para o consumo,
sem grandes investimentos, tais
como hidrólise. Nos países mais desenvolvidos em ciência e tecnologia,
já se estudam alternativas, pois em
muitos deles há problemas de falta
de água para consumo humano.
E esse não é um problema do
nosso Brasil. Nós temos água

Como o mundo, coberto por dois terços desse
precioso líquido, pode sofrer com a falta dele?
______________
Rodrigo Oliveira

disponível em grande quantidade,
mas localizada, não proporcionalmente, em lugares com menos ou
mais habitantes. Sua distribuição
não é homogênea.

rBV — Muita gente tem acesso
à água de má qualidade.
Quais as conseqüências que
isso tem gerado?

Carlos Palma — A água, neste
caso, funciona como veículo de
transmissão de diversos tipos de
doenças e contaminações em geral. Se você encontra na água, por
exemplo, matéria orgânica, vai lhe
dar um tipo de problema. Da mesma forma, podem ser encontrados
metais pesados, solventes, tintas e
demais produtos, que ocasionarão
muitas enfermidades.

rBV — E nesse caso, o relevo
pode influenciar também para
diluir a carga poluidora?

Carlos Palma — Sim, porque
se o rio tiver maior velocidade
e maior quantidade de água, a
carga poluidora será mais facil-

mente diluída. A mistura entre a
carga poluidora e a quantidade
de água é que vai estabelecer
se a água é poluída ou não. Se
colocar um pingo de ácido sulfúrico em 10 milhões de litros de
água não haverá praticamente
alteração.

rBV — A conscientização é
o melhor caminho para a
questão ambiental?

Carlos Palma — Certamente. Na realidade, existem degradações que não conseguiremos
mais restaurar. O que temos
a fazer é tomar atitudes agora
para evitar problemas maiores no futuro. Quanto mais
informação e mais educação
conseguirmos passar para as
crianças, melhor será. Podemos
notar que, atualmente, as crianças dizem aos pais: “o senhor jogou esse papel na rua?”. Antes
não havia esse tipo de situação.
Então, quanto mais informar,
quanto mais educar, melhor
será. (...) Só mesmo a vida pode
dizer o que vai acontecer no
futuro.

BOA VONTADE

21
Já no início de 2006, uma boa
notícia sinaliza a preocupação do
Governo Federal em minimizar o
problema da água no Brasil. Trata-se
da aprovação, por unanimidade, do
Plano Nacional de Recursos Hídricos, um conjunto de diretrizes, metas
e programas que visam garantir o uso
racional dessa substância até 2020.
O Conselho apresentou dados
importantes e que ajudarão a tomar
as iniciativas. Uma das pesquisas
constatou que menos da metade da
população do Nordeste tem acesso
ao abastecimento de água, uma
realidade bem diferente da que se
verifica na região Sudeste, onde
70,5% da população possuem água
encanada. Na média nacional, esse
recurso chega à torneira para 63,9%
dos brasileiros.
Outro alerta diz respeito à qualidade da água que chega às residências.
Segundo levantamento apresentado
pelo Plano Nacional, o comprometimento se deve à técnica utilizada
para a captação da água, hoje feita de

Texas Parks and Wildlife Department © 2006, Earl Nottingham

Plano
Nacional de
Recursos
Hídricos

duas maneiras: sistema de captação
em manancial superficial e por meio
de poços.
Apesar de serem feitas em menor
escala, as captações de água superficial estão sujeitas a inúmeros fatores
que comprometem a qualidade. Os
principais motivos são o lançamento
de esgoto sanitário e despejos de resíduos industriais e agrotóxicos.
Por isso, um dos desafios do
Plano é a construção de estações de
tratamento de esgoto para melhorar
a qualidade hídrica do País. O Professor titular do Departamento de
Pós-Graduação da PUC/SP, Ladislau
Dowbor, atenta para o fato de que,
diariamente, no mundo, o Ser Humano produz mais de dois milhões de
toneladas de excremento, dos quais
98% vão para rios, sem tratamento.
Esse índice é responsável por outro

“Nos países em desenvolvimento, a
água poluída é a causa de 80% das
doenças e 33% das mortes de pessoas.”

22

BOA VONTADE

USO DA ÁGUA
A agricultura é a área que mais
consome os recursos hídricos,
seguida pelo setor industrial e a
utilização doméstica.

85%

10%
Agricultura

Indústria

5%
Uso doméstico
www.flib.co.uk/cgi.htm

Texas Parks and Wildlife Department © 2006, Earl Nottingham

Biosfera
Água no planeta
“Como se não
bastassem o
desperdício e a
poluição, a população
mundial triplicou nos
últimos cem anos e,
por conseqüência,
o consumo de água
aumentou seis vezes
mais.”

98%

água salgada

2%
água doce
(87% deste total estão em
geleiras e a maior parte encontrase em subterrâneos).

www.deh.gov.au

www.defesacivil.mg.gov.br

problema que se verifica nos países
em desenvolvimento, locais onde
a água poluída é a causa de 80%
das doenças e 33% das mortes de
pessoas.
“Na América Latina, quase 30%
da população vive sem acesso a
fontes seguras de água, problema
agravado pela urbanização relativamente mais avançada”, assevera
Dowbor. O texto do Plano Nacional
chama a atenção para o fato: “há
dificuldade de avançar mais na universalização da cobertura urbana, já
que a população ainda desprovida
dos serviços localiza-se predominantemente nas áreas periféricas
e de urbanização informal”. Com
isso, o Conselho sugere que sejam

A preocupação de que no futuro a água de qualidade pode se tornar escassa devese ao fato de que são relativamente limitadas as reservas de água útil no Planeta,
conforme ilustra o gráfico.

adotados programas específicos
e integrados ao desenvolvimento
urbano.
A Ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, esclarece que é justamente no contexto da conscientização que a iniciativa pretende atuar.
“O Plano tem um forte componente
de envolvimento da sociedade. Mais

do que uma peça técnica, é também
um processo de negociação e o objetivo principal é o estabelecimento da
sua implementação a partir do olhar
dos usuários da sociedade civil e dos
demais entes do Sistema Nacional
de Gerenciamento de Recursos Hídricos”.
Fonte: Radiobrás
BOA VONTADE

23
Samba e História

O samba
em versos
Arquivo rBV

Arlindo Cruz, compositor brasileiro com quase 500 músicas, conta
sua história de vida e trabalho.

O compositor Arlindo Cruz (D) ao
lado do jornalista e radialista Hilton
Abi-Rihan que apresenta o programa
Samba e História, no qual entrevista
grandes nomes da cultura nacional. Na Super Rede Boa Vontade
de Rádio (Super RBV), você pode
acompanhar essas entrevistas aos
domingos, às 5, 14 e 20 horas. Pela
Rede Mundial de Televisão (RMTV) é
exibido aos sábados, às 23 horas. O
telespectador pode assistir também
aos domingos, às 15 ou às 23 horas.

24

BOA VONTADE

A

biografia de Arlindo
Cruz passa pelo samba e vice-versa. Cria
do Cacique de Ramos,
famosa quadra do subúrbio do Rio de Janeiro/RJ, ele é
o convidado do Samba e História
e conta, na descontraída entrevista,
detalhes de uma carreira sólida que
começou no quintal de sua residência, em Cascadura. “Nas festas lá em
casa não tinha vitrola. Meu pai tocava
cavaquinho; meu tio, violão; e minha
mãe cantava. Era samba mesmo.”
Criado desde menino na magia de
sambas de enredo, choros e serestas,
não é de se estranhar que, aos 7 anos,
Arlindo soubesse tocar cavaquinho.
A partir desta idade, já tirava muitas músicas de ouvido e, em 1980,
quando saiu da Aeronáutica, desfilava
como índio no bloco do Cacique de
Ramos. “Foi lá que começou a despontar em mim a veia de compositor.
Àquela altura, eu já escrevia algumas
letras e fazia melodias”.
Aos 12 anos de idade, ingressou na escola Flor do Méier e
pôde ampliar seus conhecimentos na área. Lá estudou teoria,
solfejo e violão clássico durante
dois anos. A partir daí, começou

a trabalhar como músico, promovendo rodas de samba com
artistas, a exemplo de Almir
Guineto. Nesta trajetória deparou-se com bambas da nossa
cultura. Tudo isso, adicionado
ao novo som que vinha tirando
do repique e do banjo, encantou
Arlindo.
Apesar de pertencer a uma
família de músicos amadores,
ele não recebeu o total apoio
para seguir na área. Os seus
familiares foram, aos poucos,
acostumando-se a vê-lo como
compositor conhecido. “Na
verdade, o pessoal tinha medo
de que eu parasse de estudar por
causa da música.” Apaixonado
por samba, o artista incentiva
os filhos a estudarem música.
“Quero que o meu filho estude
essa área e até a parte da musicalidade, porque acredito que se
você estiver estudando mais um
pouco, sempre será bom”.
Todo esse fascínio pela música também foi despertado pelo
reconhecimento do público. Ele
se recorda, com carinho e orgulho, da primeira vez que ouviu
uma composição de sua autoria
no rádio. “Estava andando na
rua e ouvi um cara assobiando
a introdução do Samba Malandragem. Aí pensei: ‘Sou um
compositor profissional’. (...) É
muito bom saber que com a sua
música você pode alegrar os corações. (...) As pessoas conhecem as minhas composições não
somente porque tocam no rádio
e na TV, mas também porque
estão nas rodas de pagode”.

Sucesso em grupo e em
dupla

O vasto repertório que dá corpo ao currículo de Arlindo (atualmente, tem quase 500 sambas
gravados) tem raízes no grupo
Fundo de Quintal, cuja segunda
formação da banda contou com
o talento dele. O conjunto é referência em matéria de samba,
principalmente pelo pioneirismo
no uso de instrumentos, a exemplo do banjo, o qual o sambista
tem preferência em tocar. “Eu
me identifico com o público do
banjo”, revela Arlindo.
Dedicou-se ao grupo durante
12 anos e neste período gravou
com artistas de renome do samba,

O vasto repertório que
dá corpo ao currículo
de Arlindo (atualmente,
tem quase 500 sambas
gravados) tem raízes no
grupo Fundo de Quintal,
cuja segunda formação
da banda contou com o
talento dele.
a exemplo de Zeca Pagodinho
e Beth Carvalho, além dos conjuntos musicais Exaltasamba e
Só Pra Contrariar. Esse momento
de sua carreira, Arlindo narra
com orgulho, pois consagrou-se
como o compositor mais gravado
na voz de Beth Carvalho, Zeca
Pagodinho, Reinaldo e Fundo de
Quintal. “No início, quase todos
os sambas cantados pelo Zeca
foram em parceria comigo.”
Depois, investiu na carreirasolo e gravou um disco na antiga
gravadora Line Records. No
lançamento, em 1993, juntou-se
ao parceiro Sombrinha e, no

palco do teatro João Caetano,
na capital fluminense, estrelaram
um show que foi grande sucesso,
até hoje um dos recordistas de
bilheteria deste teatro.
A parceria resultou em muitas apresentações e, anos mais
tarde, no primeiro disco da
dupla, intitulado Dá música.
Outras gravações, vindas posteriormente, revelaram as demais
características dos compositores. Nesse caminho, a dupla
também lançou um CD ao vivo,
e o mais recente trabalho que
realizaram em parceria foi Hoje
tem samba.
Atualmente, Arlindo Cruz
segue carreira-solo. Além disso, foi um dos compositores
do samba-enredo deste ano da
Império Serrano, escola de coração do sambista, que levará
para a Marquês de Sapucaí o
tema “O Império do Divino”,
desenvolvido pelo carnavalesco
Paulo Menezes. Na passarela,
a Império Serrano celebrará a
religiosidade brasileira e, com
isso, tenta quebrar um jejum de
23 anos sem título no carnaval
carioca.
BOA VONTADE

25
Reportagem Especial

Sala de

visita

Arquivo pessoal

28

BOA VONTADE

J

á era noite quando iniciamos
o bate-papo na residência do
jornalista Sidney Rezende.
Os integrantes da equipe da
revista BOA VONTADE
foram recebidos como velhos amigos.
Sentamo-nos, e a conversa fluiu com
a facilidade dos que falam do que
amam.
Com mais de vinte anos de carreira — atua na profissão desde 1985 —,
Sidney tem inúmeras histórias para contar. Algumas de
foro íntimo, como a origem
simples, de princípios fortes,
transmitidos principalmente
pela mãe, Dona Lucina.
Mas todos os caminhos, que
passam pela Espiritualidade, levam consigo o amor
Dona Lucina, mãe de à comunicação, à palavra
Sidney, cujos valores
— como no episódio definitiéticos transmitidos
vo para a escolha da vocação,
por ela ao filho,
quando criança,
em que uma amiga religiosa
rendem bons frutos
o convidou para participar
até hoje.
de um programa voltado ao
homem do campo, na Rádio Roquette
Pinto. Dali para a frente, o talento, a
pertinácia, o pioneirismo e até mesmo
um pouco de sorte encaminharam-no a
uma carreira vencedora. Trabalhou nas
TVs Manchete, Educativa e Bandeirantes, como apurador, repórter e apre-

Exclusivo: o
jornalista Sidney
Rezende abre o
coração
à revista
BOA VONTADE.

________________________
Leila Marco e Isabela Ribeiro
Fotos: João Periotto

sentador. Colaborou no jornal Tribuna
da Imprensa e atuou nas rádios MEC,
Panorama FM e Globo. Atualmente,
leciona na Faculdade de Comunicação
da Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro (PUC-Rio); é âncora
da Rádio CBN e apresentador de telejornais da Rede Globo e do programa
especializado em economia Conta
Corrente, da Globo News.
Aliás, Sidney é um especialista
no tema sucesso, esmiuçado no livro
Deve ser bom ser você, no qual traça a
diferença entre fama, dinheiro e êxito
naquilo que os indivíduos se propõem a
realizar. Nele, o jornalista traz a opinião
de 102 brasileiros, famosos e alguns
anônimos, de variados segmentos,
todos bem-sucedidos. Enviou um
exemplar de sua obra ao dirigente da
LBV: “Paiva Netto, parabéns pela vida
dedicada aos pobres. Um abraço”.
Além de falar de comunicação,
meio ambiente e globalização, Rezende lembrou-se de fatos marcantes na
mídia, ofereceu dicas importantes para
profissionais mais jovens e — por que
não dizer? — para os mais maduros,
que, enfrentando muitas vezes dificuldades, têm de recomeçar a lide diária.
Outro valor presente em seu discurso, relevante para todas as pessoas,
foi o Ser Solidário. Com isso, o jor-
BOA VONTADE

29
nalista abriu importante parêntese
para discorrer a respeito do trabalho
da Legião da Boa Vontade e, ainda,
congratular-se com esta revista pelo
seu conteúdo.
Durante conversa com nossa equipe, anunciou para março a realização
de mais um projeto: “Muita gente me
conhece do rádio e da televisão. Nós
vamos agora desenvolver comunicação digital, internet. (...) Um site com
informações úteis para as pessoas e
de forma prática para selecionar as
notícias. (...)”.
No mais, é conferir a entrevista.
Boa leitura!

Revista BOA VONTADE
— Você nasceu em Mato
Grosso do Sul, mas começou
a trabalhar no Rio?

Sidney — Quando nós viemos
para o Rio, eu era pequeno. Sou
o caçula de uma família de cinco filhos. Nós viemos todos em
uma Kombi; os nossos pertences
cabiam nela. Para ver como éramos modestos do ponto de vista
econômico, tínhamos apenas a
riqueza familiar. E a minha mãe foi
fundamental nesse sentido. Fomos
morar em Bangu, porque a minha
irmã tinha conseguido um emprego
de secretária na Fábrica Bangu (de
tecidos). Essa irmã, mais velha, com
o trabalho dela, e a minha mãe, com
a educação que nos dava, foram as
pessoas mais importantes naquele
momento, porque meus pais tinham
se separado. Imagine uma mulher
naquela época, em 1968, tendo de
cuidar de todos os filhos e enfrentar
aquelas dificuldades. Eu me lembro
que ela sempre recomendava muito
que a gente estudasse, que não fizesse nada errado, que olhássemos bem
as companhias. Era muito rigorosa,
austera em termos de valores.

rBV — Como surgiu a
vocação para o jornalismo?

30

BOA VONTADE

Sidney — Eu fiz um curso de
Filosofia na Universidade Santa Úrsula. Lá, conheci uma freira católica
chamada Maria Edna Brito, que me
convenceu. Ela dizia: “Ainda que seja
cinema, mas faça a faculdade. Não
pense em parar de estudar (...)”. Passei para a PUC e já trabalhava, isso
desde os 13 anos de idade. Pagava
com muita dificuldade os estudos,
mas não era tão caro como hoje.
Como na PUC só tinha publicidade
ou jornalismo, optei pelo jornalismo. Formei-me em 1983 e somente
consegui o primeiro emprego em
1985, quando trabalhei na Rádio Ro-

“Quando saí da Rádio
JB, fui desenvolver um
projeto próprio chamado
Panorama Brasil, o
primeiro programa
jornalístico numa FM
no País; a freqüência
FM era só para música.
Nós fizemos esse
programa com Ricardo
Bueno, Marco Monteiro,
Nicolau Maranini, Sidney
Garambone, Patrícia
Maurício, um grupo muito
grande de jornalistas.”

Alberto Jacob / Ag. O Globo

Reportagem Especial

quette Pinto
pelas mãos de
outra pessoa.
E olha uma
coisa curiosa:
a Espiritualidade tem certa
participação
na minha vida:
a Edna, com
essa constância dela, cató- Tancredo Neves e sua esposa,
lica; o trabalho Dona Risoleta Neves.
que fazia. Hoje, ela vive com os
índios ianomâmis e faz um trabalho
muito bonito de caridade. Depois, a
Ana Diava, que era evangélica. Ela
me levou, com outros três colegas,
para a Roquette Pinto, para fazer um
programa chamado Gente da terra,
terra da gente. Logo em seguida,
houve uma mudança de governo, e
a rádio, que é do Estado, reformulou
toda a programação. Acabamos perdendo a oportunidade de continuar na
emissora. Só que o diretor da rádio,
Procópio Mineiro, tinha me ouvido
e chamou algumas pessoas que se
adequavam ao perfil que estava construindo. Então, voltei como repórter.
Aquela equipe, muito profissional,
era egressa da Rádio Jornal do Brasil.
Estavam lá Ricardo Bueno, Pery
Cotta, Procópio Mineiro, Neri
Vitor, Regina Boldstein, Marcos
Gomes (mais tarde) e outras pessoas. Três meses depois, houve o
caso do Presidente Tancredo Neves
(1910-1985), que teve um grave
problema de saúde e foi internado
às pressas em Brasília (14 de março
de 1985), sendo deslocado em seguida para o Instituto do Coração,
em São Paulo/SP. E perguntou-se
na redação da rádio: “Quem quer
ir?”. Levantei o braço e disse: “Eu
quero!”. A Regina Boldstein, que
era a chefe, falou: “Bom, vão a Inês
Valadão (que hoje trabalha com a
equipe de produção da TV Globo), a
Marta Salomão (que está na Folha
rBV — Como você avalia o
processo de globalização?

Sidney — A globalização veio
para ficar. É um movimento importante, que, para ser completamente
positivo, precisa ter o equilíbrio
social que ainda não tem. Normalmente, o que estamos vendo são as
indústrias, as empresas e os governos se ocupando apenas de aspectos
de ordem comercial: globalizar
para vender mais, para impor um
conceito comercial sobre um país
mais pobre ou uma população que
não tem poder aquisitivo. Quando
se compreender que é possível uma
globalização com investimentos
sociais, valorização da renda do
trabalhador, multiplicação de bens
para mais pessoas, produzir mais
para elevar o nível social da população em geral, a globalização será
um bem para a Humanidade. Mas
se ela for só um aspecto de ordem
comercial, continuaremos tendo um
relacionamento de escravidão.

Sidney — Barbosa
Lima Sobrinho reunia os elementos que eu
acho muito importantes
numa pessoa pública;
era um exemplo. Tinha
uma grande dignidade.
Quando errava, sabia publicamente expor o seu Barbosa Lima Sobrinho
erro. Possuía um enorme
amor pelo país. Até os últimos dias
dele, escreveu para o Jornal do Brasil
e outros jornais. Ele ia regularmente
à Associação Brasileira de Imprensa
(ABI); somente deixou de freqüentála quando fisicamente já não tinha
mais condições. Foi um brasileiro
atuante até os seus últimos dias. Além
do mais, os filhos dele são pessoas
que continuam produzindo talentosamente para o País. Tive alguns
contatos pessoais com ele. Quando
saí da Rádio JB, fui desenvolver um
projeto próprio chamado Panorama
Brasil, o primeiro programa jornalístico numa FM no País; a freqüência
FM era só para música. Nós fizemos
esse programa com Ricardo Bueno,
Marco Monteiro, Nicolau Maranini, Sidney Garambone, Patrícia
Maurício, um grupo muito grande
de jornalistas. Ele deu o apoio por
escrito ao projeto; tenho até hoje a
mensagem. Por que alguém do alto
da experiência dele iria esticar a mão
para um jovem? Só alguém que teve a
sensibilidade de ver que é importante
valorizar iniciativas pioneiras.

Arquivo rBV

de S.Paulo) e o Sidney Rezende, que
se interessou em ir”. Eu não tinha
experiência nenhuma; só vontade
de trabalhar, entusiasmo e garra. O
meu trabalho acabou fluindo e sendo
reconhecido. Eu tinha uma coisa que
me foi muito útil: lia muito, conhecia
visualmente as personalidades brasileiras. Às vezes, entrava um Senador
da República e muita gente não
identificava quem era. Quando saía
quietinho, sem ninguém falar com
ele, eu ia lá e perguntava: “O senhor
esteve lá em cima?”. E o camarada
respondia: “Vi o Presidente; ele está
assim. Conversei com a Dona Risoleta (1917-2003) e com outra pessoa
da família também”. Pegava essas
informações e passava para a rádio.
Às vezes, as concorrentes diziam:
“Mas uma emissora pequena deu tal
notícia. Como foi isso?”. Acabei me
beneficiando, vamos dizer assim,
dessas oportunidades.

Em São Paulo, o
reconhecimento durante a
cobertura dos últimos dias
do Presidente Tancredo
Neves.

“Eu tinha uma coisa que
me foi muito útil: lia muito,
conhecia visualmente as
personalidades brasileiras.
Às vezes, entrava um
Senador da República
e muita gente não
identificava quem era.
Quando saía quietinho,
sem ninguém falar com
ele, eu ia lá e perguntava:
‘O senhor esteve lá em
cima?’. E o camarada
respondia: ‘Vi o Presidente;
ele está assim. Conversei
com a Dona Risoleta (...)’.
Pegava essas informações
e passava para a rádio.
(...).” rBV — Você trabalhou
rBV — Você destacou
algumas vezes o valor do
saudoso Barbosa Lima
Sobrinho (1897-2000), mas
é sempre oportuno falar
das conquistas dele para os
brasileiros e, em especial,
para os profissionais da
mídia.

na Rádio Roquette Pinto,
nome de uma emissora que
homenageia o pai do rádio
no Brasil.

Sidney — É engraçado como as
coisas funcionam. Eu fui morar em
Bangu e estudei na Escola Roquette
Pinto. Nunca deixei de trabalhar
no rádio, que foi no Brasil fundado
por ele. Roquette-Pinto tinha um

BOA VONTADE

31
Arquivo pessoal

Reportagem Especial

João Miguel Jr./Divulgação TV Globo

Na bancada da Globo News, Sidney Rezende e
Christiane Pelajo, que atualmente apresenta o
Jornal da Globo ao lado de William Waack.

rBV — Como
avalia a brava
resistência, por
décadas, da
quase centenária
ABI (A Casa do
Jornalista), no
momento sob a
Maurício Azêdo
presidência do
veterano Maurício Azêdo
e também do trabalho da
Fenaj?

Sidney — Tenho uma visão muito
otimista sobre o trabalho da ABI, da
Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e do Sindicato do Rio, por uma

32

BOA VONTADE

razão: houve uma renovação muito
positiva no sentido da participação
dos jornalistas de iniciativas coletivas. (...) Mesmo que fisicamente não
freqüentemos tanto esses espaços,
objetivamente essas Casas estão mais
próximas dos jornalistas, inclusive
com a ajuda da internet. Isso é muito
bom. Nos últimos quinze anos, talvez
este seja o momento mais positivo.
O Maurício Azêdo é um valor no
quadro. Ele tem uma biografia identificada com a liberdade de expressão.
A Casa está bem entregue.

rBV — Em 1989, você
apresentou o Baleia Verde,
um dos primeiros programas
sobre ecologia da televisão
brasileira. Por que não se
dedicou mais a esse tema?

Sidney — Curiosamente, o
diretor do programa Baleia Verde
era Fernando Barbosa Lima. O
Fernando sempre foi um pioneiro
também na TV. Realmente, na
época, nós levantamos temas que
não se discutiam; falava-se em
ecologia como se fosse apenas cui-

“Roquette-Pinto
tinha um espírito
empreendedor e um
grande cuidado com
a Educação. Vocês,
da LBV, por exemplo,
desenvolvem um
trabalho de muito
investimento na
Solidariedade, na
Educação das crianças,
e o Roquette-Pinto
também (...).”
dar bem dos animais
domésticos, preservar
a Amazônia, que é
uma coisa importante.
(...) Mas, de certa forma, o meio ambiente
está bem incluído na
minha carreira, porque diariamente faço

Arquivo pessoal

Arquivo rBV

espírito empreendedor e um grande
cuidado com a Educação. Vocês, da
LBV*1, por exemplo, desenvolvem
um trabalho de muito investimento
na Solidariedade, na Educação das
crianças, e o Roquette-Pinto também,
porque quando o rádio nasceu, não
que ele fosse erudito, mas havia essa
preocupação com a boa música, a boa
educação, informação. O rádio, até
hoje, desenvolve esse papel, e isso é
importantíssimo.

Fernando Barbosa Lima
na cabeça esse desejo de fazer, a
exemplo do modelo norte-americano, uma rádio de informações
bem air news, como hoje
se fala. Fui recebido por
ele e por Jorge Guilherme, o primeiro diretor
rBV — Como surgiu
da CBN. O Jorge e ele
a idéia de utilizar
me convenceram que
uma rádio FM para
queriam fazer um prodar notícias?
jeto pra valer, forte, e
Sidney — Quando
achavam que eu poderia
eu estava na Rádio Jornal do Brasil, cheguei a José Roberto Marinho colaborar. Fui o segundo
contratado da emissora,
propor para a direção que tivéssecomo editor executivo. Primeiro,
mos na emissora a transmissão de
mais notícias do que ela já fazia, o Jorge Guilherme, e os Marinho
porque a Rádio JB transmitia dirigindo. Vim a ser a primeira
música de qualidade e os jornais voz da CBN, porque a rádio naspela manhã, por volta do meio-dia ceu no Rio de Janeiro; depois, ela
e no fim da tarde. Tentei fazer isso foi disseminada para São Paulo e
em outras emissoras, mas também outros Estados. Na verdade, foi
uma iniciativa do José Roberto
não consegui, na época de 1990.
Marinho, com um trabalho emEntão, fizemos o Panorama Brapreendedor do Jorge Guilherme, e
sil, porque ninguém ainda havia
eu trabalhava ali no operacional.
realizado isso em FM; o terreno
O primeiro programa, que é o
estava virgem. Um ano depois,
Jornal da CBN, foi desenhado por
encontro-me com o José Roberto
mim, pelo Ramiro Alves — que
Marinho no Clube
até pouco tempo estava na editode Engenharia. Nós ria nacional da revista Istoé — e
participávamos de pelo Marco Antônio Monteiro.
um evento chama- Nós três desenhamos a grade, e
do “Frente Rio”, um até hoje se mantém a mesma esmovimento em favor trutura da época que começou há
da cidade. Estávamos quase quinze anos. Nós fomos os
lá ele, eu e outras operários. Fizemos ali na redação
pessoas da área de uma idéia que foi pioneira e que
Aurélio Buarque de
comunicação, e havia deu certo.
Holanda
também representantes da área comercial. E o José rBV — Você foi apresentador
Roberto Marinho perguntou para do Encontro com a Imprensa
mim: “Você é o Sidney Rezende, e teve a oportunidade
da Rádio JB, do Panorama Brade entrevistar grandes
sil?”. “Sou eu mesmo”, respondi.
personalidades do cenário
“A gente tem uma idéia de fazer
político e cultural do
um projeto. Você não quer ir
lá, conversar comigo na Globo nosso País. Como foi essa
sobre isso?”. Eu disse: “Mas eu experiência?
Sidney — Os entrevistados
tenho contrato com a rádio; temos
companheiros”. “Não, vá lá bater que mais me chamaram a atenção
um papo comigo”. E ele já tinha não foram aqueles que ideologi-

Emilson

Selnay Yamada

programa de rádio de assuntos diversos. E freqüentemente estamos
tratando de assuntos ecológicos
(...); é um tema que me
preocupa muito.

camente pensavam como eu nem
aqueles que necessariamente eram
os mais admirados pela sociedade
na época. Os que mais me impressionaram foram os que defendiam
causas com unhas e dentes, com
o coração, a Alma, o pensamento;
abraçavam as suas convicções. E
eles faziam isso de tal maneira que
até aspectos de ordem material e
outras relações mundanas, vamos
dizer assim, não tinham importância. Vou dar alguns exemplos.
Eu entrevistei o Aurélio Buarque
de Holanda (1910-1989), que até
hoje a gente diz: “Vou consultar o
Aurélio”, mencionando o dicionário dele. Foi um dicionarista, um
filólogo. Ele dedicou a vida toda
a estudar o sentido das palavras, a
fazer o seu dicionário, a difundir
conhecimento, a ajudar a entendermos um pouco mais o Português,
que é uma causa bela. Ele morreu,
mas o fruto do trabalho que comandou é vivo até hoje. O Luís Carlos
Prestes *2 (1898-1990) morreu
muito velho, mas me lembro que
ele me disse algumas coisas que
nunca esqueci. Eu o entrevistei
várias vezes já no fim da vida.
Recordo-me que a cada dois meses
tinha uma entrevista com ele no
A capa da revista BOA VONTADE nº 203,
edição de julho
de 2005, festeja
a memória da
imprensa, lembrando quatro
pilares da ABI,
na figura dos
ex-Presidentes
da Casa do
Jornalista: os saudosos Herbert
Moses; Prudente de Moraes, neto;
e Barbosa Lima Sobrinho. À direita, Fernando Segismundo, no alto
dos seus 90 anos.

BOA VONTADE

33
Encontro com a Imprensa. O Prestes, uma vez, disse que foi detido.
Quando preso, ele usava o paletó
no horário comercial. Ele o vestia
como se fosse sair para o trabalho,
e isso dentro da cela. Ao término
do “expediente”, tirava o paletó e
colocava o pijama. Fazia isso para
não enlouquecer. Veja a disciplina
que tinha! E possuía um grande
amor pelo Povo brasileiro. Ele
acreditava em uma transformação
social dentro das suas convicções,
de suas crenças, que muitas vezes
eram diferentes das demais. Mas,
no entanto, era uma pessoa abnegada à sua causa. O Dílson Funaro
(1933-1989) era empresário. Foi
Ministro da Fazenda, trabalhou
com o Presidente Sarney e, na
época, era o “pai do cruzado”;
comandou um plano econômico
para tentar debelar a
inflação. Acreditava
tão piamente naquilo que não conseguia
nem ver os erros já
do plano naufragando. Mas eu o achava
uma pessoa de bem,
que se dedicou a
Dílson Funaro
uma causa em que
acreditava. Essas
pessoas sempre me
impressionaram
muito. Entrevistei
o Leonel Brizola
(1922-2004) algumas vezes. Eu vi o
ápice do Brizola,
entendendo esse ápiLeonel Brizola
ce depois da volta
dele do exílio, já que
antes ele foi governador também; teve
um momento alto
na política. Mas era
uma dessas personalidades políticas que
você dizia assim:
Betinho
“Esse aí já está na

34

BOA VONTADE

“(...) vocês (da revista
BOA VONTADE) tratam de
temas diversos. Em alguns
momentos fazem uma
menção especial, como se
fosse uma edição extra,
focando num assunto
determinado. Achei a
revista da Mulher muito
boa, da mesma forma que
vocês trouxeram Gandhi
(1869-1948) (...).”
história do Brasil”. E está, e ficou.
O Betinho é outro: hemofílico,
com HIV e, ao mesmo tempo,
dedicado à elevação da vida social
do Povo.

rBV — Você sugeriu,
no ano passado, que a
edição especial da revista
BOA VONTADE Mulher
continuasse a ser publicada
com outros temas de
relevância mundial. Fale-nos
um pouco sobre isso...

Sidney — É porque vocês tratam de temas diversos. Em alguns
momentos fazem uma menção especial, como se fosse uma edição
extra, focando num assunto determinado. Achei a revista da Mulher
muito boa, da mesma forma que
vocês trouxeram Gandhi (18691948). Eu acho que, sempre que
for possível, você faz uma cober-

tura jornalística e, de repente, traz
duas ou três vezes por ano edições
especiais voltadas para um determinado tema, que
dá condição de se
aprofundar naquele
assunto. Em relação à
Mulher, é porque isso
é evidente. Ela exerce
hoje um papel primordial de transição no
mundo. Por isso nós
estamos vendo tantas líderes chegando
ao poder central dos
seus países; elas estão
também na iniciativa
privada. (A Mulher)
Deixou de exercer um
papel de coadjuvante
— se é que um dia ela
foi — para ser uma
protagonista atuante
da vida moderna.

rBV — A LBV prestou,
em 2005, mais de
4.450.000 atendimentos
sociais, sem subvenções
governamentais, aos que
se encontram em grave
risco social no País. Qual
o impacto de uma ação
humanitária como essa?

Sidney — Eu sou totalmente
favorável quanto ao fortalecimento da família; acho indispensável.
Quando você tem unidade fami-

Durante sua carreira, Sidney Rezende entrevistou importantes figuras da nossa história, a exemplo de Luís Carlos Prestes.
Arquivo pessoal

Arquivo rBV

Arquivo rBV

Arquivo rBV

Reportagem Especial
Sidney, ao lado de seu filho, Francisco Rezende.

liar, tem um bom princípio para
enfrentar as dificuldades da vida.
Quando você não tem, fica à mercê de terceiros. (...) Agora, não
devemos deixar que só a família
cuide de si mesma, porque as relações no mundo se complicaram
tanto que hoje a sociedade passa a
ter uma importância no momento
de apoio à família.

rBV — Como diz o jornalista
Paiva Netto, “A família
cresceu e passou a se
chamar Humanidade”.

Sidney — Eu concordo. A
família cresceu realmente; é a
Humanidade. Hoje, estamos cada
“Um Cidadão
chamado Solidariedade”. Assim
o jornalista Paiva
Netto intitula artigo de sua autoria
que homenageia o
sempre lembrado
sociólogo Betinho,
na revista BOA
VONTADE nº 204,
de agosto de 2005,
no qual ele recorda: “Bem merecido e exato foi o prêmio
que recebeu no fim de 1996, no Plenário
do ParlaMundi da Legião da Boa Vontade, em Brasília/DF: a Ordem do Mérito
da Fraternidade Ecumênica, na categoria
Solidariedade”.

vez mais próximos. Um problema
na minha casa não é um problema
só nosso; pode ser extensivo a outras. E, nessa hora, o que resolve:
diálogo, ajuda, Solidariedade. O
trabalho que a LBV desenvolve,
o nome já diz: Boa Vontade, quer
dizer, ter bons propósitos, boas
iniciativas. Eu concordo e defendo muito isso.
Nota da Redação — Nossos agradecimentos
ao Diretor da Central Globo de Jornalismo, sr. Carlos
Henrique Schroder, pela autorização da entrevista com
o jornalista Sidney Rezende na revista BOA VONTADE.
Igualmente ao Diretor da Central Globo de Comunicação, sr. Luis Erlanger, por também autorizar a produção
da foto de capa do entrevistado na Globo News.
*1 LBV — A Legião da Boa Vontade nasceu do programa de rádio Hora da Boa Vontade, iniciado
em 4 de março de 1949. Dos microfones da Rádio
Globo, do Rio de Janeiro/RJ, ouviam-se mensagens
de conforto aos doentes do corpo e da Alma, com
palavras de Fé, Esperança e Solidariedade. O saudoso

“O trabalho que a LBV
desenvolve, o nome
já diz: Boa Vontade,
quer dizer, ter bons
propósitos, boas
iniciativas. Eu concordo
e defendo muito isso.”

radialista Alziro Zarur (1914-1979) consolidava, assim,
uma das tarefas que o fundador do rádio no Brasil,
Roquette-Pinto, idealizava para o meio: a função social.
Em menos de um ano, Zarur fundaria a LBV (1º de
janeiro de 1950).
*2
Luís Carlos Prestes — Vale recordar aqui o
que o saudoso Luís Carlos Prestes, um defensor
dos ideais de justiça social e que sempre lutou, à
sua maneira, a favor do Povo brasileiro, certa vez
afirmou em entrevista histórica à revista LBV, em
1986 (e que foi republicada pela BOA VONTADE,
edição nº 193). Nesta memorável publicação,
ele ressalta o apoio à causa da Boa Vontade e a
preocupação com a instabilidade emocional de
alguns dirigentes do mundo, capazes de gerar um
grande conflito mundial — o que, infelizmente,
ainda preocupa a Humanidade. “Não sou contra
e nem posso deixar de apoiar todos aqueles que se
dedicam à Solidariedade Humana, ao estímulo da
Fraternidade e da filantropia entre seus Irmãos. Neste
sentido é que aprecio o trabalho da Legião da Boa Vontade, do Alziro Zarur, seu Fundador, já falecido, e agora,
do seu substituto, o Paiva Netto. Acho essa atividade
muito útil e positiva, porque estimula o sentimento de
Solidariedade entre cidadãos, ajudando a resolver uma
série de problemas. Não só o da miséria, da fome, que
é gritante, hoje, no Brasil. Até porque atravessamos,
atualmente no mundo, uma situação de muito perigo.
A maior ameaça que hoje pesa sobre todos é a de
uma Terceira Guerra Mundial. (...) O primeiro dever do
cidadão brasileiro hoje, pois, é lutar contra a Terceira
Guerra Mundial, o que significa lutar contra a corrida
armamentista, para evitar a acumulação das ogivas.
E a tarefa da Legião da Boa Vontade é, ao mesmo
tempo, combater a fome do Povo, a miséria em que
vive nossa gente, convocar todos a se reunirem contra
isso e a nos ajudarmos uns aos outros.”

BOA VONTADE

35
Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV.

Novos rumos da

Ciência
Trechos da conferência do renomado professor Amit Goswami,
Ph.D. em Física Nuclear Teórica,
escritor, cientista e docente em Física da Universidade do Oregon e
do Instituto de Ciências Abstratas,
em Sausalito (Califórnia), EUA,
durante a Primeira Sessão Plenária
do Fórum Mundial Permanente
Espírito e Ciência, da LBV, ocorrida no ParlaMundi da Legião
da Boa Vontade, em Brasília/DF,
Brasil:
Amit Goswami, Ph.D. em Física Nuclear
Teórica e escritor, durante palestra na
Primeira Sessão Plenária do Fórum
Mundial Permanente Espírito e Ciência,
da LBV, em Brasília/DF.

“Uma doença que possamos
ter, como, por exemplo,
um câncer indetectável,
não é algo feito de
concreto. Podemos curálo! O pensamento da
cura em nossa mente, se
acompanhado do salto
quântico em direção à cura,
simultaneamente com o
pensamento, fará com que
o cérebro seja capaz de criar
uma corrente neuroquímica
que se comunicará com
o sistema imunológico
que irá disparar a cura do
mecanismo da doença.”

36

BOA VONTADE

G

ostaria de agradecer a todos vocês, especialmente
aos organizadores
da Legião da Boa
Vontade, por terem me concedido
esta oportunidade de falar-lhes a
respeito de uma importante transformação que está ocorrendo em
nossa Ciência (geralmente definida como mudança de paradigma)
e que promete não só integrá-la
com Espiritualidade, mas também
interpretar a divisão que existe em
nosso coração.
O fato é que todos nós nos
tornamos um pouco materialistas.
Temos nossas crenças espirituais
e nossa fé, mas não agimos nelas. Espero que, após conhecer
os avanços científicos que estão
ocorrendo hoje, todos nós queiramos aplicar alguns dos princípios
espirituais em nossas vidas.

A antiga ciência newtoniana
reunia dados, tratava da informação. A nova trata da transformação. Qual é o ingrediente básico
desta nova ciência? É a Física
Quântica.
Na ciência antiga, a imagem do
mundo que temos é chamada de
causalidade ascendente. Acreditávamos que tudo era constituído por
partículas elementares (as quais
formam os átomos; os átomos
formam as moléculas; moléculas
formam as células; e as células
formam o cérebro). Desta maneira,
o cérebro era tido como o fim de
toda evolução, pois pensava-se que
ele era a semente da consciência,
que nada mais é do que um epifenômeno do cérebro. Na imagem
materialista não há a intenção de
integrar Ciência e Espírito. Se o
Espírito é apenas um fenômeno
do cérebro; se não tem eficácia
causal, como a Espiritualidade
pode transformar-nos? Esse tem
sido o problema.
Porém, a Física Quântica mudou todo esse pensamento. Para
ela, um objeto não é um objeto
concreto. Pelo contrário, eles são
vistos como uma onda de possibilidades, que se espalha com o
tempo, tornando-se possibilidades
cada vez maiores. Quando o observamos, literalmente fazemos
com que ele sucumba àquilo que
queremos ver. Esse é um conceito
Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV.
certa percepção da consciência
cósmica. E nela, o você e o eu são
um. E é naquele olhar consciente
cósmico que todos os olhos se
fundem em um só olho. Naquele
estado não-comum de consciência
fazemos a escolha quântica. Logo,
é necessário que aprendamos
como chegar até aquele estado
não-comum de consciência. Isso
requer uma transformação espiritual. Esse é o objetivo da Espiritualidade. Quando reconhecemos
isso na Física Quântica, estamos
integrando Ciência e Espiritualidade (...).

Ondas de
possibilidades
Durante a palestra, o Dr.
Amit Goswami utilizou-se desta
interessante imagem para exemplificar a questão das ondas de
possibilidades da nossa consciência. Explica o conferencista
internacional: “Há uma mulher
jovem e uma idosa na mesma
imagem. O artista a chama de
‘Minha esposa e minha sogra’.
Mas a razão pela qual mostrolhes esta imagem é que quando
olhamos para ela e escolhemos
ver ou a sogra ou a esposa não
estamos fazendo nada com ela.
As possibilidades já estão em

muito importante. Então, partículas elementares e suas interações
produzem ondas de possibilidades
para a consciência escolher a forma. (...) Conseqüentemente, a escolha consciente é o que dá forma
à realidade (veja boxe “ondas de
possibilidades”). Isso é importante
reconhecer. Criamos nossa própria
realidade.
Espero que tenham isso em
seus corações: a nova máxima
não é mais aquilo que aprendemos. Lembrem-se, Descartes
(1596-1650) disse: “Penso, logo
existo”, (Cogito, ergo sum). Devemos substituí-la por: “Escolho,
logo existo” (Opto, ergo sum).
Essa é uma boa notícia, pois se eu
escolho ser feliz, serei feliz; se escolho transformar o mundo, posso
mudá-lo. Se quisermos extinguir
a divisão que existe entre Ciência
e Espiritualidade dentro de nós,
acabaremos com ela.

38

BOA VONTADE

Minha esposa e minha sogra (1890).
Autor anônimo.

nós. Da mesma forma, as
possibilidades materiais já
estão dentro de nossa consciência”.

Há quase um século, o físico
dinamarquês Niels Bohr (18851962) deu-nos um belo modelo.
Vocês sabem que em um átomo
os elétrons giram ao redor do
núcleo. A parte do movimento é
contínua. Mas quando os elétrons
passam de uma órbita para outra,
eles nunca se perdem no espaço.
Vocês podem entender a grandiosidade deste fenômeno? Quando
a escolha vem até nós neste passo
quântico descontínuo, a opção
espiritual é Divina. É isso que é
entendido por escolha na Física
Quântica.
A consciência que elege não
é a separada do indivíduo, a que
vivenciamos em nosso estado
normal. (...) Em nossa consciência
comum nós vemos o você e o eu
separados. Mas todos sabem daqueles momentos quando é meianoite em Brasília/DF e olha-se
para o céu, e sabe-se que há uma

Consciência cósmica

No Colapso Quântico, a consciência escolhe seus vários corpos
fora destas possibilidades. Em
outras palavras, não estão fora da
consciência. Eles são criados a
todo instante à medida que escolhemos dentre as possibilidades
quânticas. Nossos corpos são criados a todo instante. Sei que isso
é um pouco difícil de conceber,
mas o seu dedão do pé não está lá
até que você pense sobre ele, ou
alguém pise nele.
Só para demonstrar como é
revolucionário este conceito: ele
está nos dando um modelo de
cura da mente e do corpo. Vocês
sabem a respeito do importante
trabalho de Deepak Chopra? Essa
nova ciência fornece uma teoria
sobre de que forma a cura quântica funciona. Uma doença que
possamos ter, como, por exemplo,
um câncer indetectável, não é
algo feito de concreto. Podemos
curá-lo! O pensamento da cura em
nossa mente, se acompanhado do
salto quântico em direção à cura,
simultaneamente com o pensamento, fará com que o cérebro
seja capaz de criar uma corrente
Diálogos entre Ciência e Religião
Paiva Netto idealizou, no ParlaMundi da Legião da Boa Vontade,
em Brasília/DF, o Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência
(FOMPEC), da LBV. A Primeira
Sessão Plenária, ocorrida em outubro
de 2000, reuniu renomados cientistas,
pesquisadores, filósofos e religiosos
do Brasil e do Exterior para, com a
sociedade, realizarem um intercâmbio entre o conhecimento científico
e as várias tradições religiosas.
Entre os participantes internacionais, destacam-se Edgar Mitchell
(EUA), sexto homem a pisar a Lua,
a bordo da Apollo 14; o cosmonauta
e engenheiro mecânico pela Moscow
Aviation Institute (MAI), Alexander Lazutkin (Rússia); Patrick
Drouot (França), físico e fundador
do Instituto de Pesquisa e Consciência de Paris; Amit Goswami (EUA),
Ph.D., físico, escritor e cientista; e
Lama Chagdud Tulku Rinpoche
(Tibete). Dos conferencistas brasileiros, destaque para o astrônomo
Ronaldo Rogério Mourão; Waldyr
Rodrigues, Ph.D. em Física Nuclear
Teórica e escritor; o educador, escritor e pioneiro em Terapias Holísticas

no Brasil, José Hermógenes Filho; e
Pierre Weil, Ph.D., psicólogo transpessoal, escritor e fundador-dirigente
da Universidade da Paz.
O desafio lançado pelo idealizador do FOMPEC, da LBV, José
de Paiva Netto, deu início a outra
grande etapa, após a desfecho da
Segunda Sessão Plenária, que ocorreu em 2004. Trata-se do desenvolvimento do tema Ecce Deus!, termo
em latim que significa Eis Deus, que
se propõe apresentá-Lo por meio

do conhecimento científico e das
várias tradições religiosas. Para
contemplar o assunto haverá três
congressos preparatórios (cujos temas são Cultura de Paz, Desenvolvimento Solidário e Poder da mente
humana) com o ápice em outubro
de 2008, na Terceira Sessão Plenária do Fórum Mundial Permanente
Espírito e Ciência (FOMPEC), da
LBV. Outras informações podem
ser obtidas pelo site www.forumespiritoeciencia.com.br

neuroquímica que se comunicará
com o sistema imunológico que
irá disparar a cura do mecanismo
da doença. Desta maneira, a cura
do câncer, de um dia para o outro,
tem sido possível (...).
No corpo humano há sete chacras, que são lugares nos quais se
dá a produção das formas. Neles
as possibilidades vitais sucumbem
às possibilidades físicas. Então, o
que a Física Quântica está querendo nos dizer? Que, ao acreditarmos na psicologia dos chacras,
estabelecemos uma ligação entre

a medicina ocidental e oriental. A
medicina ocidental, fundamentada
no materialismo, e a medicina
oriental, no espiritualismo. Essa é
a integração mais importante entre
Ciência e Espiritualidade (...).
Desse modo, gostaria de concluir minha apresentação com um
pedido a vocês. Observem estes
três pontos da Física Quântica:
descontinuidade, não-localidade
e causalidade descendente. Esses
serão os novos lemas de todo Ser
Humano. Viveremos não somente
na continuidade, e não seremos

receosos dos movimentos quânticos. Não receberemos unicamente
os sinais locais, mas também os
não-locais, sempre que nos for
apropriado. E o mais importante
é que continuaremos a viver em
nossa condição de ego, só que
não hesitaremos em escolher,
criando nossa própria realidade
sempre que o momento exigir.
Faremos isso por criatividade,
por amor, pela fraternidade universal, pela ecologia, quando
necessitarmos exercer nossa
autoridade moral.

Público superlota o auditório José de Paiva Netto, no ParlaMundi da LBV, durante a
Primeira Sessão Plenária do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência.

BOA VONTADE

39
Saúde

Especialistas alertam

sobre os riscos do HPV
Doença provocada por vírus pode evoluir para o câncer de colo de
útero, causa da morte de milhares de mulheres.

E

mbora pouco conhecido
pela população brasileira, o Papilomavírus Humano (HPV) destaca-se
como uma das doenças
sexualmente transmissíveis (DST)
mais comuns no mundo — uma em
cada cinco mulheres é portadora do
vírus. O Ministério da Saúde registra a cada ano 137 mil novos casos
no País. Os especialistas chamam
a atenção para o desenvolvimento
da enfermidade, responsável por
90% do casos de câncer de colo
de útero.
O Papilomavírus Humano
(HPV) é o nome dado a um grupo
que inclui mais de 100 tipos de
vírus. A única forma visível da
doença provocada por esse microorganismo são verrugas, também
conhecidas como “cristas de galo”,
que aparecem nas regiões genitais
de homens e mulheres. No entanto,
só os tipos mais suaves do HPV
desenvolvem tais sintomas. Os que
atuam de maneira secreta podem
produzir problemas mais sérios e
levar ao câncer.

40

BOA VONTADE

Fonte: Programa Nacional de DST e aids do Ministério da Saúde

O Brasil é um dos
líderes mundiais em
incidência de HPV.
O maior índice da
enfermidade revelase em mulheres entre
15 e 25 anos, embora
a doença também
acometa os homens.
O Brasil é um dos líderes mundiais em incidência de HPV. O maior
índice da enfermidade revela-se em
mulheres entre 15 e 25 anos, embora a
doença também acometa os homens.
Especialistas acreditam que o número
menor de registros entre pessoas do
sexo masculino tenha como origem
a baixa procura deles por serviços de
urologia, por fatores como o preconceito ou a falta de informação.
O HPV é transmitido pelo contato genital com a pessoa infectada
(incluindo sexo oral) e por via sanguínea, de mãe para filho na hora do

parto. Na maioria das vezes, a infecção é transitória e desaparece sem
deixar vestígios. Por isso, quando
se realiza o diagnóstico, nem
sempre é possível identificar se
a infecção é recente ou antiga. A
doença viral pode permanecer sem
se manifestar no corpo da pessoa.
O Sistema Único de Saúde (SUS)
oferece exames gratuitos à população
para detecção do vírus. Segundo o
assessor técnico da unidade de DST
do Programa Nacional de DST/aids,
Eduardo Oliveira, indica-se o exame de Papanicolau para detectar a
doença desde a fase inicial nas mulheres. “O Papanicolau é o primeiro
exame indicado. Quando a doença
está em fase aguda, ele é capaz de
descobrir facilmente a presença
do vírus”, afirma.  Nesse tipo de
exame, recolhe-se um material da
parede do colo uterino para análise
em laboratório. Se houver resultados alterados, o ginecologista deve
recorrer à colposcopia para analisar
o colo do útero. Esse método se vale
de um microscópio com lentes de
aumento.
Câncer
Alguns tipos de HPV aumentam
o risco para câncer genital, principalmente nas mulheres. O exame
preventivo tem a capacidade de
detectar as lesões que antecedem o
câncer, o que facilita o tratamento. Na
maioria das pessoas, essas inflamações regridem espontaneamente. Em
algumas mulheres, porém, a doença
pode persistir e progredir. Nesse
caso, elas ficam mais vulneráveis
ao desenvolvimento de um câncer.
“Esse processo costuma levar anos
e depende também de outros fatores,
principalmente da imunidade de cada
um”, diz Eduardo.
O Ministério da Saúde também
recomenda visitas freqüentes a ginecologistas, para prevenção de doenças
relacionadas à sexualidade e à reprodução. Alguns fatores aumentam a

Embora pouco conhecido
pela população brasileira,
o Papilomavírus Humano
(HPV) destaca-se como uma
das doenças sexualmente
transmissíveis (DST) mais
comuns no mundo — uma
em cada cinco mulheres é
portadora do vírus.
probabilidade de desenvolvimento
desse câncer em mulheres infectadas
pelo HPV. Entre eles, estão o número
elevado de gestações, o uso de contraceptivos orais, tabagismo e infecção
pelo HIV e outras DST.
Levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA)
mostrou que existem cerca de 18
mil novos casos de câncer de útero
a cada ano no País. Desse total,
estima-se que, apenas em 2005,

cinco mil mulheres perderam a
vida em função da doença. Outro
importante estudo realizado pelo
Instituto Ludwig de Pesquisas
— um dos centros de excelência
no assunto — sobre o câncer de
colo de útero indicou que o HPV é
o maior precursor desse problema
de saúde na população feminina.
Segundo as autoridades em saúde,
aproximadamente nove a cada dez
casos têm ligação com a presença do
vírus HPV no organismo.
A explicação para tantas ocorrências pode ter como causa o fato de a
infecção do HPV se desenvolver de
forma silenciosa no corpo humano.
“A maioria das pessoas não apresenta
nenhum sintoma ao contrair a doença
e, por isso, não procura tratamento.
Esse comportamento é o grande
responsável pela disseminação do
vírus”, alerta Eduardo Oliveira.

Continua na próxima página
BOA VONTADE

41
Revista Boa Vontade, edição 209
Revista Boa Vontade, edição 209
Revista Boa Vontade, edição 209
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  • 2.
  • 3.
  • 4. Cartas Elisa Rodrigues Paiva Netto completa 50 anos de serviços na Legião da Boa Vontade exatamente no dia 29 de junho, que é dia de São Pedro e São Paulo, dois apóstolos do Cristo de Deus. A base do Cristianismo (São Pedro) e a expansão dele (São Paulo). Então, que Paiva Netto seja, de fato, em um momento Pedro e, em outro, Paulo, enquanto lança fundamentos de uma nova sociedade de Paz, Harmonia, Fraternidade e Amor. (Frei Rovílio Costa*, pesquisador, historiador e escritor) Com muita satisfação, tenho lido as belas e interessantes matérias da revista BOA V O N TA D E . Aliás, agora mesmo estava com a revista em minhas mãos. Desejamos um Feliz 2006 ao Irmão Paiva e a todos os amigos da LBV. (Yvonette Gonçalves — Monja do Templo Budista Higashi Honganji) Cida Linares Quero parabenizar a todos pela altíssima qualidade da revista BOA VONTADE. Tenho acompanhado as edições mensais e estou muito satisfeito com as suas matérias. (Altamirando Carneiro — jornalista e editor do Jornal Espírita) Parabéns à Legião da Boa Vontade por mais esse trabalho realizado em prol da sociedade brasileira, pois com um jornalismo dinâmico e brilhante, a revista BOA VONTADE, da Espiritualidade Ecumênica, agrega informações e conhecimento, abordando temas de grande relevância, seja no campo político, social, econômico ou científico, tratando os assuntos de maneira consciente, esclarecedora e objetiva. Desta forma, destaca-se como excelente canal de comunicação, sobretudo como um instrumento importantíssimo de divulgação das campanhas, projetos e eventos que a LBV desenvolve para o bem comum e, principalmente, para os menos favorecidos, possibilitando uma formação moral e sólida de cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres na busca de uma sociedade mais justa. Gostaríamos de destacar o trabalho de excelência desenvolvido nos Centros Educacionais, Culturais e Comunitários da LBV, em especial o localizado na zona norte do Rio de Janeiro. Parabéns à LBV por tudo que tem realizado pelo nosso Rio de Janeiro e pelo nosso Brasil. (Carlos Alberto de Carvalho, Coronel BM e Secretário de Estado da Defesa Civil e Comandante Geral do CBMERJ) Venho por meio desta parabenizar pela reportagem “Campinas: Câmara da cidade premia LBV pelo incentivo ao volun- “Obrigado pelo texto a respeito do meu livro (Quando alegre partiste). É uma honra merecer registro na revista BOA VONTADE, tão bem-feita, tão bonita, e, ainda por cima, com a Juliana Paes na capa! É algo pra matar o velho....” Marina Figueiredo Excelente canal de comunicação Cida Linares Tenho lido, com muito carinho, a revista BOAVONTADE. Na oportunidade, agradeço toda a atenção recebida, enviando um forte abraço a todos os queridos amigos da LBV. (Miriam Puccio — Presidente da Associação das Senhoras Evangélicas de São Paulo) Cida Linares Congratulações à revista BOA VONTADE (Moacir Japiassu, escritor e jornalista da coluna Jornal da ImprenÇa, do portal Comunique-se) tariado”, publicada na revista Boa Vontade, nº 208, dezembro/2005. Gostaria de colocar meu gabinete à inteira disposição para incentivar, cada vez mais, a Solidariedade e o voluntariado, imprescindíveis para a construção de uma sociedade mais democrática e justa. (Vereadora Teresinha Carvalho, Câmara Municipal de Campinas/SP) Veículo de confiabilidade Gostaria de manifestar meus sinceros agradecimentos a toda a família de BOA VONTADE. Aproveito para registrar a minha imensa admiração pela revista e parabenizar toda a equipe que faz dela um veículo de qualidade e confiabilidade. Aplaudo os 56 anos da LBV e o sr. Presidente Paiva Netto com sua constante luta em prol da Solidariedade. Uma referência de amor ao próximo e estímulo para todos os
  • 5. O conceituado jornalista, historiador e apresentador de Rádio e TV Heródoto Barbeiro lançou para o público paulista, no dia 28 de janeiro, o livro Buda — o Mito e a Realidade, no qual apresenta ao leitor a visão dele, como adepto do Budismo. Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação, o apresentador do Jornal da Cultura ressalta a ligação deste tema com o papel do jornalismo. Para ele, a obra contribui de forma positiva, “porque o Budismo fala sobre a estabilidade do corpo povos. (Rachel Machado, jornalista, via e-mail) Consciência Negra Reprodução rBV A edição nº 207 da revista BOA VONTADE está maravilhosa. Como em todas as edições, chama-nos a atenção a qualidade gráfica e o conteúdo das reportagens. O especial sobre o Dia da Consciência Negra está realmente fantástico. Parabéns! (Daniela Aspis, jornalista e assessora de imprensa do Vereador professor Garcia, de Porto Alegre/RS) Leio, com freqüência, a revista BOA VONTADE e quero parabenizar pelas excelentes reportagens sobre educação ecumênica e saúde. Destaco o importante espaço na revista nº 207 para tratar do tema da desigualdade e do racismo no especial A saudosa Rosa Parks, ícone dos Direitos Humanos, foi uma das homenageadas pela rBV, edição nº 207, no Especial Consciência Negra. e da mente e um bom comunicador deve ter corpo e mente estáveis”. Na sessão de autógrafos, representantes da LBV levaram os cumprimentos e o abraço fraterno do dirigente da Obra. O colega de profissão retribuiu o gesto dedicandolhe um exemplar com a mensagem: “Paiva Netto, um pouco do Budismo original. Abraços do Heródoto Barbeiro”. Dia da Consciência Negra. (Rose Garcia, via e-mail, Buenos Aires/Argentina) A revista BOA VONTADE mais uma vez está de parabéns pelos brilhantes assuntos publicados na edição no 207, em seu especial sobre o Dia da Consciência Negra. Nele destaca-se a palavra da Ministra Matilde Ribeiro que defende a aplicação de leis específicas para vencer o racismo no Brasil. A publicação também abriu espaço para o Presidente da Sociedade Afro-Brasileira de Desenvolvimento Sócio-Cultural, sr. José Vicente, para falar sobre esse dilema nacional. Antecipouse na divulgação do Estatuto da Igualdade Racial, recentemente aprovado pelo Senado Federal, de autoria do Senador Paulo Paim e, por fim, homenageou, merecidamente, Rosa Parks, uma das grandes personalidades destacadas no movimento de igualdade civil nos Estados Unidos. Parabéns! (Celso de Oliveira, administrador de empresas, São Paulo/SP) “Gostei muito da revista BOA VONTADE. O trabalho de vocês é sempre muito competente. Grande abraço.” (Joseti Marques, Diretora de Jornalismo da Associação Brasileira de Imprensa — ABI) “O mais recente número da revista BOA VONTADE (edição 208) é uma publicação de excepcional qualidade em todos os campos, sobretudo no da Educação. Parabéns!.” Simone Barreto _________ Sarah Jane Simone Barreto Daniel Trevisan Heródoto Barbeiro e a Fé no Budismo (Desembargador Cármine Antônio Savino Filho, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro/RJ) *Frei Rovílio Costa — Referência na cultura ítalo-brasileira. Descendente de imigrantes italianos de Cremona, o Padre Capuchinho escreveu mais de 100 mil folhas de pesquisa sobre esta cultura, sendo homenageado pelo Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro Giuseppe Garibaldi, de Carazinho/RS, com uma biblioteca que leva o nome dele. Foi também Patrono da 51ª Feira do Livro de Porto Alegre/RS. Escreva para a revista BOA VONTADE Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP E-mail: info@boavontade.com BOA VONTADE
  • 6. Índice Ao Leitor A revista BOAVONTADE, como sempre, está repleta de interessantes matérias. Na Reportagem Especial, o jornalista Sidney Rezende — âncora da Rádio CBN, apresentador de telejornais da Rede Globo e do programa de Economia Conta Corrente, da Globo News — revela fatos de sua carreira, fala de temas universais como Meio Ambiente, Solidariedade e Globalização. Sidney deixa, acima de tudo, uma mensagem de otimismo e perseverança a todos que querem ser bem-sucedidos na vida. Há também um espaço destacado para a Educação. Nele, reproduzimos trechos da mensagem do jornalista Paiva Netto e que foi publicada em seu artigo “É urgente reeducar!”, no qual o dirigente da LBV explica as bases da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, preconizada por ele e posta em prática com sucesso nas escolas, centros comunitários e educacionais e nas iniciativas em favor dos brasileiros. Neste contexto, destacamos a grande mobilização nacional que teve início em 2 de janeiro: a edição 2006 da Campanha LBV — Criança Nota 10 — Sem Educação não há futuro!, promovida pela Instituição e que visa distribuir material escolar para milhares de crianças em situação de risco social em todo o Brasil. A seção Biosfera trata de um elemento vital do meio ambiente e, portanto, para a sobrevivência da raça humana: a administração da água, cuja quantidade disponível para consumo é de apenas 0,3%. E ainda alerta para o fato de que esse pequeno recurso vem sofrendo com dejetos sanitários e despejos de resíduos industriais e agrotóxicos. Os editores BOA VONTADE ANO XXIV • Nº 209 • janeiro de 2006 BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação. Diretor e Editor responsável Francisco de Assis Periotto MTE/DRTE/RJ 19.916 JP Coordenação Revisão (Paiva Netto) Adriane Schirmer Neuza Alves Reflexão do mês “A nossa ferramenta para erigir o Cidadão Ecumênico (religioso ou não) é algo de que não podemos prescindir: o espírito universalista cujo instrumental seja a Solidariedade, iluminando mentes e sentimentos.” Gerdeilson Botelho Silvia Bovino Walter Periotto Wanderly Albieri Baptista Colaboradores Alvino Barros, Cida Linares, Daniel Trevisan, Danielly Arruda, Débora Verdan, Leilla Tonin, Maria Aparecida da Silva, Mário Augusto Brandão, Natalia Lombardi, Paulo Azor, Pedro de Paiva, Rita Silvestre e William Luz. Arte Projeto Gráfico: Alziro Braga Especial — Foto de capa Fotógrafo: João Miguel Jr. Divulgação TV Globo Edição nº 209 Produção Endereço para correspondência: Av. Rudge, 938 — Bom Retiro 4 Cartas 6 Ao Leitor 9 Coluna de Esporte 10 Esporte e Cidadania 11 Sociedade 12 Educação 20 Biosfera 24 Samba e História 28 Reportagem Especial 36 Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV. 40 Saúde 44 Melhor Idade 46 Ação Jovem LBV 50 Soldadinhos de Deus 52 Notícias de Brasília 55 Arte na Tela 56 Acontece no mundo 58 Acontece na Bahia CEP 01134-000 — São Paulo/SP Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9 CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com E-mail: info@boavontade.com Impressão: PROL Editora Gráfica A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos emitidos em seus artigos assinados. Fr
  • 7. 28 Reportagem especial: O jornalista Sidney Rezende, ladeado pela equipe da revista BOA VONTADE. Francisco de Assis Periotto MTE/DRTE/RJ 19.916 JP 9 Coluna de Esporte 40 12 Educação 24 Saúde: os riscos do HPV. 20 Biosfera 36 Novos rumos da Ciência 60 Portal BOA VONTADE: www.boavontade.com Acontece no interior paulista Samba e História
  • 8.
  • 9. Felipe Freitas Coluna do Garotinho Ainda fabricamos craques capazes de substituir os José Carlos Araújo é locutor esportivo da Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ que exportamos? omário, que acaba de completar 40 anos de idade, foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2005 e continua aprontando no Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, como principal jogador do Vasco. Vale lembrar que Romário, o quarentão, foi sondado pelo Corinthians, campeão brasileiro, e outros clubes. O vice-artilheiro nacional foi Róbson, do Paysandu, o Robgol, de 35 anos. Enquanto isso, os clubes do Exterior continuam levando nossos principais jogadores. Bastou um brilhareco qualquer e lá se vai a esperança de craque jogar em outros rincões. Não é por acaso que o Brasil exporta uma média de 800 jogadores por ano. Há atletas brasileiros em praticamente todos os centros praticantes do futebol, em todos os continentes. Malásia, Rússia, Polônia, Finlândia, Islândia, Japão e outras nações inimagináveis para o torcedor juntaram-se a tradicionais mercados importadores de jogadores brasileiros, como Itália, Espanha, Inglaterra, Alemanha, França e Portugal. Isso acontece há décadas e o Brasil sempre foi capaz de repor as peças perdidas. Sempre foi assim: sai um talento e logo a posição dele é ocupada por outro ainda melhor. Não fosse essa tradição o País não seria cinco vezes campeão do mundo, não teria o São Paulo campeão das Américas e também mundial de clubes. Mas por que será que os veteranos estão ganhando tanto espaço nos clubes? Será que já não produzimos talentos como antigamente? É certo que nossos jogadores estão se transferindo para o Exterior cada vez mais cedo. Ainda com idade para a categoria de juniores, dão adeus a seus clubes e vão tentar a sorte e a independência financeira em outros países de economia mais forte. Não quero ser pessimista, mas é bom observar que a reposição dos craques negociados já não é tão veloz quanto há alguns anos. Pior ainda: há casos em que não há reposição, quando o atleta que parte não deixa um substituto à altura, mas, sim, uma grande saudade de seu futebol. Está na hora de repensar uma questão: a Lei Pelé, ao eliminar o instituto Romário com a taça do tetracampeonato mundial, conquistado pela Seleção Brasileira em 1994 nos EUA. www.sporting-heroes.net R do passe, não eliminou também a capacidade de buscar talentos em nossos clubes? Afinal, para que preparar um atleta e, depois de tanto investimento, vê-lo ir para outro clube, sem a devida compensação financeira? O momento de analisar a situação é agora, antes que seja tarde demais. BOA VONTADE
  • 10. Esporte e Cidadania De olho no que prestigiará os jogos. “O Governo Federal vai cuidar da segurança em parceria com o Governo Estadual. Não será apenas para distribuir tropas no período do Pan. Vai ficar um legado, porque será um investimento que envolve trabalhos sociais nas comunidades.” Novos talentos para o Judô M esmo faltando cerca de um ano e meio para o início de um dos mais bonitos espetáculos esportivos das Américas — os Jogos Pan-Americanos —, o Rio de Janeiro, cidade-sede do campeonato, já está em ritmo acelerado. Em decorrência das obras para as competições do ano que vem, o autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, não receberá provas de automobilismo durante a temporada 2006. No complexo do circuito será construída uma arena esportiva multiuso para a realização de provas. O Ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz, durante entrevista ao programa Vôlei Brasil, apresentado pelo jogador Fernandão, nas noites de segunda-feira, às 20 horas, na Super Rádio Brasil (AM 940 kHz, Rio de Janeiro/RJ, Emissora da Boa Vontade), assegurou que as iniciativas para a preparação do Pan vão além das competições. Para isso, um trabalho intenso será iniciado ainda este ano para garantir a segurança do público 10 BOA VONTADE Não é somente a cidade que se prepara para os Jogos Pan-Americanos de 2007. Uma equipe de atletas já foi convocada pela Confederação Brasileira de Judô para a seletiva deste ano. A seleção foi realizada no dia 25 de janeiro, em Recife/PE. Na classe masculina foram indicados dois atletas por categoria, com exceção da categoria meio leve masculino, a qual teve apenas uma vaga em disputa, tendo em vista que, pelo resultado alcançado em 2005, a comissão técnica da CBJ assegurou a João Derly uma das vagas dessa categoria. Os atletas classificados participarão de duas etapas da Copa ou Super Copa do Mundo 2006 e de treinamentos de campo nacionais e internacionais. Pelo desempenho de cada competidor nesses eventos será definida a delegação que representará o Brasil no Mundial por equipes e no Pan-Americano Sênior. Sincronia e muito treinamento Se no Judô as equipes não abrem mão de um bom condicionamento Fernandão, físico, o mesmo apresentador ocorre com os saltado programa dores Juliana VeloVôlei Brasil, no so, Cassius Duran, estúdio da Super César Castro e Rádio Brasil (AM 940 kHz, Rio de Hugo Parisi, todos Janeiro/RJ). atletas olímpicos brasileiros de saltos ornamentais, que foram a Pequim (China) para 20 dias de intenso treinamento no maior centro desta modalidade no mundo. A equipe voltou ao País no dia 29 de janeiro acompanhada dos técnicos Francisco Ferrer, Ricardo Moreira, Roberto Gonçalves e da supervisora técnica da CBDA, Alice Kohler. A equipe realiza exercícios todos os dias da semana para iniciar a preparação visando aos Jogos PanAmericanos no ano que vem. Pedro Stabile Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, e o Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman. _____________ Isabela Ribeiro Lícia Curvello Antônio Cruz (ABr) Pan 2007 Edinanci Silva (meio-pesado) retorna à Seleção Brasileira de Judô, definida na seletiva em Recife/PE.
  • 11. Sociedade Parceria de sucesso seca no sertão. A Campanha SOS Nordeste, como ficou conhecida, distribuiu mais de 4,1 milhões de quilos de alimentos. O sr. Johnny, a respeito dessa aliança, revelou: “Nós, da Bandeirantes, estamos muito orgulhosos de ser aliados de vocês da LBV. Acompanhamos a luta do Paiva desde o tempo de Zarur, e sabemos deste trabalho sério, bonito, honrado, que cuida de criança, cuida de gente idosa, envolve todo o mundo. Então, somos, em primeiro lugar, fãs do trabalho de vocês, admiradores e colaboradores. (...) Muito obrigado e fiquem com Deus”. A Legião da Boa Vontade tem a satisfação de estar na TV Ban- Sr. Johnny Saad (E) tendo ao fundo o retrato de seu avô Adhemar de Barros (19011969) e Paiva Netto (D) à frente da imagem de seu saudoso amigo Dr. João Jorge Saad (1919-1999), Fundador do Grupo Band. deirantes há quase 23 anos. Atualmente, o Programa Boa Vontade, com Paiva Netto, é veiculado para todo o território nacional no início da madrugada, de segunda a sextafeira, após o A Noite é uma Criança do apresentador e amigo da LBV Otávio Mesquita. Literatura Pelos direitos humanos ____________ Lícia Curvello Lícia Curvello Lícia Curvello A Secretaria dos Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro lançou recentemente a publicação Cadernos de Direitos Humanos, que, no volume I, aborda o tema Direitos Negados — Questões para uma Política de Direitos Humanos. Representantes da Legião da Boa Vontade, em visita ao Órgão, conversaram com o Subsecretário de Direitos Humanos, Jorge da Silva Paulo Rogério dos Santos Baía, conhecido como Professor Baía, que revelou ser um admirador da LBV. Na oportunidade, apresentou a publicação editada pela Secretaria. Segundo o Secretário de Direitos Humanos, Coronel BM Jorge da Silva, a obra “tem como objetivo contribuir para a difusão e aplicação do conceito de Direitos Paulo Rogério dos Humanos em múltiplas perspectivas”. Santos Baía O Subsecretário Paulo Rogério presenteou o Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade com um exemplar do livro que traz a seguinte dedicatória: “Para a LBV e ao Dr. Paiva Netto, com respeito e admiração. Paulo Baía”. “Não se case antes dos 30” Reprodução RMTV Em recente visita à sede da TV Band, em São Paulo/SP, o Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, foi recebido pelo Presidente do Grupo Bandeirantes de Rádio e Televisão, sr. Johnny Saad. No cordial encontro, ocorrido na zona sul da capital paulista, ratificaram as parcerias de sucesso e laços de antiga amizade entre a Band e a LBV, em favor do Povo, que vem desde a época do saudoso Fundador do Grupo Band, Dr. João Jorge Saad, um pioneiro das comunicações. Entre as vitoriosas parcerias, realce para a grande mobilização que beneficiou milhares de flagelados da Pedro de Paiva ______________ Rodrigo Oliveira _________ Sarah Jane Este é o título da mais recente obra e o conselho do escritor e pesquisador Heverton Anunciação. Lançado no dia 19 de janeiro, na capital paulista, o livro foi compilado, firmando-se em pesquisas matrimoniais colhidas desde o século XIX. “A minha preocupação é que os casais alcancem a maturidade, evitando, assim, a separação, o que prejudica os filhos”, assevera o autor de Não se case antes dos 30. Na ocasião, ele dedicou um exemplar de seu livro ao Líder da Legião da Boa Vontade com a mensagem: “Amigo Paiva Netto, todo este trabalho é , sempre, para que um dia vire uma ponte para o trabalho da LBV. Amo vocês”. “Meus livros são complementares, todos tratam do Ser Humano. A chave para a família e para a sociedade é a Espiritualidade, e nisso eu aprendi muito com Paiva Netto durante a minha trajetória.” Heverton Anunciação BOA VONTADE 11
  • 12. Educação Sem Educação futuro! não há Arlindo Filho Material escolar para milhares de crianças pobres progresso das nações.” É o que propõe o jornalista Paiva Netto, dirigente da LBV — que completará, em 29/6/2006, cinqüenta anos de serviços prestados à Obra —, em suas palestras e em seu artigo “É urgente reeducar!”*1, quando explana a respeito das bases da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, preconizada Mais de 110 mil pessoas acompanham o pronunciamento por ele e posta em prática de Paiva Netto, durante a inauguração do Centro com sucesso nas escolas, Comunitário e Educacional da LBV no Rio de Janeiro/RJ, centros comunitários e eduocorrida em 2/3/1996. (Vista parcial do evento). cacionais, além de outras ducação e Cultura com iniciativas da Legião da Boa Vontade em favor da população brasileira e Espiritualidade Ecumênimundial. ca para o Povo destacamUm exemplo disso é a significase entre as preocupações tiva mobilização nacional que teve anti-sectárias maiores da Legião da Boa Vontade (LBV), início em 2 de janeiro: a edição 2006 da Campanha LBV — Criança Nota ao lado de sua aplaudida Promo10 — Sem Educação não há futuro!, ção Humana e Social. (...) Aliás, na com a finalidade de distribuir material verdadeira Democracia — que deve ser entendida e vivenciada como o escolar para milhares de crianças que regime da responsabilidade — todos vivem em situação de risco pessoal e social no Brasil inteiro. têm direito à liberdade de expressão, Para o dirigente da LBV, “No manifestada com o necessário sentido de dever e bom senso, alcançado ensino reside a grande meta a ser com o amadurecimento espiritual, atingida, já!”. E complementa: “E vamos mais longe: somente a Reeético, portanto, democrático; e mais: ao Trabalho; à Segurança; à Saúde; ducação, até mesmo dos educadores, como recomendava o jornalista, raà Alimentação; à boa Educação; dialista e poeta Alziro Zarur (1914à Cultura; ao Lazer (Alegria sem 1979)*2, é capaz de garantir-nos dias baixaria). Tudo isso, com a indispensável espiritualização do sentimento, de prosperidade e harmonia. Porém, em qualquer estágio histórico do como escrevi em meu livro Reflexões E “ 12 ________________ Juliane Nascimento e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987), e anteriormente no Jornal da LBV (janeiro de 1984): (...) quando falamos na união de todos pelo bem de todos, alguns podem atemorizar-se, pensando em capitulação de seus pontos de vista na enfadonha planura de uma aliança despersonalizada, o automatismo humano deplorável. Não é nada disso. Na Democracia, todos têm o dever (muito mais que o direito) de – honesta (quesito básico) e com espírito de tolerância – enunciar suas idéias, sua maneira de ver as coisas. Entretanto, ninguém tem o direito de odiar a pretexto de pensar diferente. Dizia Gandhi (1869-1948) que ‘divergência de opinião não é motivo para hostilidade’. “E foi por acreditar nisso que o Mahatma tornou-se, com certeza, o personagem principal da independência do seu Povo. (...)”. “Enquanto não prevalecer o ensino eficaz por todos os de bom senso almejado, qualquer nação padecerá cativa das limitações que a si mesma se impõe.” Paiva Netto BOA VONTADE
  • 13. O Líder da LBV, ainda sobre o assunto, em 14 de junho de 1986, em São Paulo/SP, declarou ao jornalista J. Pascale: “(...) em absoluto, não prego a ninguém que se torne ‘vaquinha de presépio’, servilismo mental que abomino, como também não posso conceber um pensador que não seja sincero nas suas argumentações ou que somente queira agradar a convenção”. Prosseguindo com a Dialética da Boa Vontade, acompanhemos o raciocínio do autor de O Capital de Deus: “Em outras ocasiões, em palestras no rádio e na TV, tive novas oportunidades para destacar o valor incomensurável da Educação para as massas: “(...) Cuida do Espírito, reforma o Ser Humano e tudo se resolverá. Não consiste em nenhuma fórmula mágica. Os que procuram oferecer o melhor da Pedagogia, tantas vezes suplantando as maiores dificuldades, até mesmo pessoais, sabem muito bem disso. (...) Ora, nunca tanto quanto hoje, povo desinstruído Arquivo rBV Marina Figueiredo Arlindo Filho Em 2 de março de 1996, Paiva Netto entregava à população carioca o Centro Educacional, Cultural e Comunitário da LBV, órgão de excelência da Instituição no atendimento à criança e sua família. A iniciativa — que nasceu como uma resposta do Líder da LBV ao triste episódio da chacina na Candelária, quando meninos de rua foram brutalmente assassinados — recebeu desde sua origem o apoio do Povo e da classe artística. No dia da inauguração, mais de 110 mil pessoas prestigiaram o evento, entre elas, da esq. para a dir., os atores: Leila Lopes, Nina de Pádua, Stênio Garcia e Isabel Fillardis. Fachada do Centro Educacional, Cultural e Comunitário da Legião da Boa Vontade, que está localizado na Av. Dom Hélder Câmara, 3059 — Del Castilho, Zona Norte do Rio. Crianças em situação de pobreza de Pau Ferro/AL recebem material escolar da LBV representa nação cada vez mais impotente, escrava mesmo! (...) Como ressalta o jornalista Francisco de Assis Periotto, trata-se de antiga orientação e renovada proposta, que singularizamos no trabalho que vem sendo realizado pela LBV, a de libertar as pessoas pelo Ensino, mais que isso, pela reeducação até mesmo da Educação, mormente agora que o ensino especializado tomou conta do mundo e, a todo o instante, requer a atualidade contínua do próprio aprendizado”. Vale recordar o que Paiva Netto apresentou na publicação especial dedicada aos participantes da Segunda Sessão Plenária do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, reunidos em 2000, no ParlaMundi, em Brasília/DF: “Por ser aqui o Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica da Legião da Boa Vontade, o ParlaMundi da LBV, todos têm, nas atividades dele, o dever de expressar suas opiniões, mesmo que com o calor natural à defesa das teses, contudo sem espírito de cizânia, portanto civilizadamente, de preferência... “Pobre da sociedade sem a discussão das idéias. Detestam-na, apenas, os que querem o domínio criminoso da mente humana. A História conta-nos o horror que tem sido a sua passagem pela Terra.” BOA VONTADE 13
  • 14.
  • 15. Marina Figueiredo lho Arlindo Fi Arquivo rBV Caucaia/CE No entanto, para alcançarmos esse estado ideal de consideração mútua entre as criaturas, o DiretorPresidente da LBV nos alerta para o fato de que qualquer transformação passa primeiro pelo interior do Ser Humano. “De acordo com o que escrevi em Epístola Constitucional do Terceiro Milênio*3, publicada em 7 de Setembro de 1988, no capítulo ‘Instruir é Iluminar a Consciência’: ‘Sem Educação e Instrução não há progresso. Todavia, educar e instruir não é apenas ensinar a ler, a mergulhar nos livros. Trata-se, acima de tudo, de iluminar a inteligência para as funções harmônicas do cidadão na sociedade (...). Isso somente será conseguido quando as criaturas souberem ver além do intelecto, com os olhos do Espírito (...)’.” Ainda no memorável documento “É urgente reeducar!”, falando acerca da mensagem dirigida ao corpo docente da LBV em 2000, o educador Paiva Netto disserta sobre algumas das diretrizes da rede de ensino da instituição que preside: “O Espírito tem lugar preponderante no nosso labor. Entretanto, na preparação de jovens e adultos para a subsistência Arquivo rBV Durante a inauguração do Centro Educacional da LBV, no Rio de Janeiro, Paiva Netto aparece ao lado do saudoso Fundador da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, Dr. João Jorge Saad (terno cinza), o ator Lúcio Mauro (roupa clara), a psicóloga Suzy Camacho (à esquerda), e diversas outras personalidades. O atual Secretário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Arnaldo Niskier, acompanhado da filha, a pedagoga Sandra Niskier, é recebido por Paiva Netto nas obras do Centro Educacional da LBV no Rio, em 8 de julho de 1995. neste mundo material de tecnologia jamais vista e, paradoxalmente, na atualidade, tão instável para os que labutam pelo futuro próprio, devemos levar na mais alta consideração que os educandos têm de ser com eficiência qualificados para a exigente demanda do acirrado mercado atual de trabalho. “E, mais: de tal forma que não persigam um caminho, ao término de que, a profissão — para a qual se prepararam — não mais exista ao fim do curso. É essencial, pois, receber formação para serem arrojados, empreendedores, de modo que possam suplantar os fatos supervenientes que a qualquer instante desafiam a sociedade, assustando multidões.” zados que não estão disponíveis na praça e, portanto, terão de ser preparados dentro de uma sistemática original e revolucionária do ponto de vista pedagógico”. O ilustre educador Niskier teceu esse comentário no dia 8 de julho de 1995, durante visita às obras do Centro Educacional, Cultural e Comunitário da LBV, na capital carioca, nas quais, ao lado de sua filha, a pedagoga Sandra Niskier, foi fraternalmente recepcionado por seu velho amigo Paiva Netto. Alguns meses depois, em 2 de março de 1996, aquele empreendimento socioeducacional foi entregue à população de baixa renda, numa solenidade histórica que reuniu autoridades, artistas consagrados e per- Metodologia inédita e revolucionária Edição de 13 de março de 1996, da revista ISTOÉ. Por tantas razões, o método pedagógico implantado nas escolas da LBV mereceu do respeitado escritor, membro da ABL (Academia Brasileira de Letras), professor Arnaldo Niskier, atual Secretário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, definição muito apropriada: “trata-se de uma metodologia pré-escolar inédita que precisa de professores especiali-
  • 16. “Uma das grandes linhas de atuação da Ulbra TV é na área de responsabilidade social. Essa parceria com a LBV vai ser muito boa. Estamos à disposição, vamos veicular a Campanha LBV — Criança Nota 10 — Sem Educação não há futuro! e outras que vierem.” Luiz Carlos Moreira Diretor-Executivo da Ulbra TV. A Campanha Por todo esse cuidado com as novas gerações e graças ao apoio da sociedade à Campanha LBV — Criança Nota 10, a Legião da Boa Vontade está entregando, neste início de ano, kits escolares aos alunos da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental da rede pública que participam do Programa LBV: Criança — Futuro no Presente! o qual tem como objetivo oferecer aos estudantes, no contraturno escolar, atividades esportivas, lúdicas, culturais e de lazer. Cada criança recebe uma mochila, cinco cadernos — três de linguagem, um de caligrafia e um de cartografia (desenho) —, seis lápis pretos, uma caixa de lápis de Daniel Trevisan 16 BOA VONTADE São Cristóvão/SE sonalidades de expressão, como o saudoso Dr. João Jorge Saad (1919-1999), Fundador da Band. Na ocasião, compareceu ao concorrido evento — conforme destacou, com foto, a revista Istoé, edição de 13 de março —, um público estimado em 110 mil pessoas. Com o título “LBV sai na frente”, o jornalista Francisco Alves Filho escreveu que no ano dedicado à Educação, a LBV inaugurou um grande centro de atendimento às crianças da periferia do Rio. Daniel Trevisan Da esquerda para a direita: Danielle e Paloma (Grupo Patotinha), Thaty (Rainha do Bambolê), Michelle Giudice (Atriz), Mariana e Drielly (também do grupo Patotinha). Marina Figueiredo Daniel Trevisan Marina Figueiredo Cida Linares Cajamar/SP Rafaela Romolo “Realmente, sem Educação não há futuro. Esta Campanha é a única porta aberta para a criança que é carente, que não tem muita oportunidade. E não há boa Educação sem material escolar. Uma das coisas em que se esbarra é realmente a criança que não vai à escola porque fica envergonhada de não ter sua mochila, um caderno, um lápis preto, ou os de cor, quando a professora diz: ‘Vamos colorir!’. Este movimento que a LBV faz é imprescindível para que todos tenham esta igualdade.” Vera Vianna Consultora em Educação cor (com 12 unidades), uma caixa de canetas hidrográficas (também com 12 unidades), duas borrachas, um apontador com depósito, dois tubos de cola, uma tesoura sem ponta, uma régua de 30 cm e um dicionário. A iniciativa tem a finalidade de combater a evasão escolar e estimular os pequeninos que muitas vezes não freqüentam a escola por falta de materiais básicos. Além da população em geral, profissionais da mídia têm sido grandes agentes da ampanha, divulgando a Gabriel Cavicchioli
  • 17. Solange Frazão mobilização (Veja a relação de nomes no destaque ao lado), a exemplo do Diretor-Executivo da Ulbra TV, canal 48 UHF e 21 na Net, de Porto Alegre/RS, Luiz Carlos Moreira, que visitou o Lar e Parque Alziro Zarur da LBV, localizado em Glorinha/RS, na companhia da Coordenadora de Marketing da emissora, Simone Schmitz, e consolidou a ajuda à Instituição. A Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV, internet e mídia impressa) está totalmente envolvida com esta ação, emitindo boletins diários sobre a empreitada. Artistas participam da iniciativa Daniel Trevisan Daniel Trevisan Diversos artistas mirins engajaram-se nesta ação e gravaram VTs Jacarezinho Rodolfo Valente O apoio da mídia Os meios de comunicação de todo o País estão divulgando a Campanha LBV — Criança Nota 10!. De Belo Horizonte/MG — os jornais Diário da Tarde (no “Caderno 2” e em “Doações e trocas”) Balcão (coluna “Doações”), Comunidade em Ação (em “Serviço apoio à comunidade”), Jornal Edição do Brasil (no caderno “Belo Horizonte”), Jornal Empregos; as rádios Alvorada FM, CBN (programa CBN Notícias), Feira e a TV Câmara. Araraquara/SP — jornal Folha da Cidade. Brasília/DF — os jornais Correio Braziliense (coluna “Tome Nota”), Jornal de Brasília (coluna “No Rádio” e anúncio), Tribuna do Brasil (coluna da jornalista Consuelo Badra e anúncio); no site Administração Regional do Lago Sul (www.lagosul. df.gov.br), (em destaque na home). Campina Grande/PB — jornal O Diário da Borboma. Cascavel/PR — jornal O Paraná. Cachoeira do Vale/MG — Rádio Itatiaia AM (programa Chamado Geral). Campo Bom/RS — jornal A Gazeta (destaque na capa). Coronel Fabriciano/MG — Rádio Educadora (programas A Tarde é Nossa e Bom Dia Vale do Aço). Esteio/RS – rádio Tradição FM 88,3 (programa Manhã Alternativa). Florianópolis/SC — na Folha de Coqueiros on-line (www.folhadecoqueiros.com.br, na seção “Notícias”), rádio Difusora AM (programa Café da Tarde com notícias) e TV Barriga Verde (programa Tricotando). Ipatinga/MG — as rádios 95 FM (programa Vale Manchete) e Grande Vale FM (programa Faixa Livre Especial) e a TV Cultura (no Jornal Cultura). Joinville/SC — site Tudo Joinville (www.tudojoinville.com. de apoio à Campanha, entre eles os atores Michelle Giudice, Rafaela Romolo, Gabriel Cavicchioli e Rodolfo Valente; o apresentador Jacarezinho; a rainha do bambolê Thaty; Mariana, Danielle, Paloma e Drielly, do grupo Patotinha, além da apresentadora de TV e personal trainer Solange Frazão. Cada kit custa R$ 30,00. Colabore você também na construção de um País melhor. Deposite seu donativo na conta 73.700-2, agência: 0237, Banco Itaú ou procure a Legião da Boa Vontade na sua cidade. Outras br, na página principal). Londrina/PR — jornal Folha de Londrina. Maringá/ PR — o jornal Hoje Maringá (coluna do jornalista Ângelo Rigon) e rádio Pé Vermelho AM (Jornal Edição de Notícias). Morro Agudo/SP — Jornal A Tribuna de Morro Agudo. Natal/RN — o site DeSaboya.com (seção “Lápis de Cor”). Novo Hamburgo/RS Rádio ABC — 900 AM (programa Conexão). Porto Alegre/RS — TVE. Rio de Janeiro/RJ — jornal Monitor Mercantil. Uberaba/MG — os jornais Cidade Livre (coluna “Malagueta”) e Jornal de Uberaba. Uberlândia/MG — jornal O Correio (coluna “Sociedade” e no site do periódico, endereço www.jornalcorreio. com.br) e a rádio Globo Cultura AM (programa Festival de Alegria). Vespasiano/MG — jornal Vespasiano em Notícias; e tantos outros que a revista BOA VONTADE estará agradecendo oportunamente. Dr. Ladislau Airton Biffi Daniel Trevisan São Luís/MA À esquerda, o jornalista, radialista e escritor José Carlos Magdalena, que apresenta o Jornal da Cidade, na região de Araraquara/SP, ao lado do representante da LBV Ataíde Alves. informações pelo telefone (11) 32254500. _______________________ *1 É urgente reeducar! — Artigo de Paiva Netto publicado na revista Sociedade Solidária Altruística Ecumênica (7ª edição), que foi traduzida em diversos idiomas e encaminhada à ONU, High Level Segment 2005, realizada pela Ecosoc, de que a LBV faz parte. *2 Reeducar os educadores — O pensador e ativista brasileiro Alziro Zarur refere-se, de certa forma, a um trabalho bem além da hoje tão destacada capacitação dos educadores e profissionais de ensino, como já explicamos em diversas palestras. (Nota de Paiva Netto) *3 Epístola Constitucional do Terceiro Milênio — Trata-se da sugestão de título, dada pela Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus, para a memorável circular escrita por Paiva Netto, na madrugada do dia 18 de julho de 1988 e lançada em livro no dia 7 de Setembro daquele mesmo ano por proposição dos moços. BOA VONTADE 17
  • 18. Educação Supercreche Jesus da LBV: Há duas décadas educando para a cidadania plena. ______________ Marta Trigueiro P Eduardo Isaías Daniel Trevisan rimazia em Educação, assim são reconhecidos a Supercreche Jesus e o Instituto de Educação José de Paiva Netto. Juntos, eles formam o Conjunto Educacional da Legião da Boa Vontade (LBV) em São Paulo e celebraram no último dia 25 de janeiro, respectivamente, o 20º e o 13º aniversário. Inaugurada em 1986 pelo jornalista, radialista e escritor José de Paiva Netto, dirigente da Instituição, a Supercreche é um presente para a capital bandeirante, pois cuida da educação do Ser Humano desde a sua mais tenra idade, com um diferencial: a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, uma inovadora proposta do Líder da LBV, que alia intelecto, sentimento e Espiritualidade 18 BOA VONTADE A Supercreche Jesus é um local especialmente projetado para a garotada, que começa a freqüentá-la desde os 4 meses de idade até completar os 6 anos. Possui 16 salas de aula amplas e arejadas com sanitários, facilitando, assim, a locomoção das crianças; decoradas de forma a propiciar aos educandos o contato com o mundo da escrita desde os 3 anos de idade, além de salas ambientes como as de Artes, de vídeo e a de Oração. A área de lazer conta com solário, quadra de esportes coberta, amplo pátio ao ar livre, playground e um belo bosque com árvores centenárias. Refeitórios divididos por faixa etária, consultório odontológico e ambulatório com enfermaria completam essa maravilhosa estrutura para o atendimento infantil. Outro ambiente a ser destacado é a sala de estimulação para bebês dos 4 meses aos 2 anos, na qual psicólogos e berçaristas trabalham para promover um desenvolvimento mais rápido, seguro e eficaz das primeiras habilidades de um indivíduo. Dos 1.200 alunos atendidos pela LBV em São Paulo, cerca de 300 alunos estudam na Supercreche Jesus no período integral (das 7 horas às 18h30), recebendo ainda aulas de inglês, caratê, balé, educação artística, cultura ecumênica e convivência, além de treinamentos esportivos, enfim, o que há de melhor e mais moderno na área educacional. Nascido como uma extensão da Supercreche, o Instituto de Educação foi inaugurado em 1993, com a principal finalidade de atender as crianças que haviam concluído a educação infantil e ingressavam na primeira série do ensino fundamental. Atualmente, dispõe, em média, de três salas para cada série do ensino fundamental e duas para cada série do ensino médio. Oferece também, no período noturno, alfabetização para jovens e adultos e o curso Normal (antigo Magistério). A formação integral do aluno é proporcionada em um local amplo e agradável, que alia salas de aula e laboratórios (de química, física, biologia e informática) bem-equipados a jardins bem-cuidados e árvores frondosas. O Instituto de Educação José de Paiva Netto possui ainda quadras poliesportivas; biblioteca; brinquedoteca e ambientes para artes, inglês e expressão corporal. Dentro desse quadro, há a integração de diversos setores, como pedagógico, nutricional, psicológico, de serviço social, de saúde e de comunicação. Isso contribui efetivamente para a melhoria da qualidade de vida dos estudantes. Há treinamentos na área de esportes; excursões culturais; atividades extracurriculares; atendi-
  • 19. Janeiro de 2006: Capacitação pedagógica dos educadores da LBV. mento ambulatorial médico e odontológico, sempre orientados por profissionais. A família é outra preocupação constante do Instituto, que a considera peça fundamental em todo o processo de aprendizagem. Assim, há um espaço aberto para o envolvimento dos familiares dos alunos e também da comunidade, com a realização de palestras educativas, cursos e atividades esportivas. Do exposto, ratifica-se que esta unidade é responsável pela educação de crianças, adolescentes e adultos, da Supercreche Jesus e do Instituto de Educação José de Paiva Netto, formando-os de modo que possam desenvolver suas potencialidades como elementos auto-realizadores, qualificando-os para o mercado de trabalho, além de prepará-los para o exercício da cidadania plena. Tudo isso é permeado pela Espiritualidade Ecumênica, com o objetivo primordial de promover o aperfeiçoamento do Ser Humano e de seu Espírito eterno. Esse fator é o que distingue e confere caráter de qualidade ao ensino de ambas as escolas. na qual destacou a metodologia preconizada por Paiva Netto. Disse a sra. Amanda: “Nas escolas da LBV formam-se mentes Amanda Wright e corações. Os dois têm (EUA) de caminhar juntos. Hoje em dia convivemos com todo tipo de intervenção negativa, pela TV, rádio, internet, etc… Nossos jovens e crianças têm acesso a todos esses meios que infelizmente não ajudam a desenvolver valores morais, éticos, tão importantes para a segurança do mundo, deteriorando, assim, nossa sociedade. Com certeza a escola tem a responsabilidade de garantir que seus estudantes cresçam e adquiram confiança em si mesmos, que eles sejam amigos, honestos, enfim, Seres Humanos em quem podemos confiar. Eu admiro e concordo com o lema da LBV (Formar Mentes e Corações). Os educadores devem se preocupar, não somente em desenvolver o intelecto dos jovens, mas principalmente os seus corações, a sua socialização. Havendo essa combinação, certamente estaremos colaborando para a formação positiva do caráter e dos seus Espíritos”. Clayton Ferreira Na oportunidade da inauguração da Supercreche Jesus, na capital bandeirante, em 25 de janeiro de 1986, uma multidão toma conta do local, durante o pronunciamento do dirigente da LBV, no destaque ao lado. Anualmente, os profissionais que atuam na área educacional da Legião da Boa Vontade — professores, coordenadores, dentre outros — participam de uma capacitação pedagógica com a finalidade de se aperfeiçoar, ainda mais, no desenvolvimento de suas funções com os milhares de alunos que freqüentam as escolas da Rede Educacional da Instituição. Neste ano, o encontro ocorreu na capital paulista, entre os dias 18 e 24 de janeiro, e o foco principal foi a interação da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, aplicada com sucesso nas unidades da LBV. Na ocasião, a sra. Amanda WrightStafford, Diretora da Escola Lincoln Avenue em Orange, localizada em New Jersey, Estados Unidos da América, enviou uma mensagem gravada aos participantes, BOA VONTADE 19
  • 20. Biosfera A “ Terra é azul!”. O dono da frase é o astronauta soviético Yuri Gagarin (1934-1968), primeiro homem a ver a Terra do espaço. Após rodear o nosso orbe, durante uma hora e quarenta minutos, em 1961, comprovou o que se tinha como quase certo. O motivo é claro: a superfície terrestre é coberta por cerca de 70% de água. Curiosamente, o nosso organismo necessita dessa mesma proporção para sobreviver, o que só vem reafirmar a relação de dependência do Ser Humano com a Natureza. Entretanto, no início do século XXI, esbarramos num grande contraste: o planeta azul está com sede, o que significa dizer, em números, que mais de 1,1 bilhão de pessoas sequer têm o privilégio de beber água. Como se não bastassem o desperdício e a poluição, a população mundial triplicou nos últimos cem anos e, por conseqüência, o consumo dessa substância aumentou seis vezes mais. Razões preocupantes se levarmos em conta que a quantidade de água existente no Planeta se mantém estável há milhões de 20 BOA VONTADE anos e que, deste total, apenas 0,3% está disponível para o consumo humano (veja gráfico “Água no planeta”). Ladislau Dowbor, Doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia (Polônia), escreve no livro Administrando a água como se fosse importante que este recurso “é vital e está se tornando um elemento-chave da questão ambiental: a sua ausência, ou contaminação, leva à redução dos espaços de vida e ocasiona, além de imensos custos humanos, uma perda global de produtividade social”. O que é necessário, então, para frear um desastre e garantir que no futuro exista água de qualidade para todos? “Acredito que falta conscientização”, responde o diretor técnico da Universidade da Água, Carlos Palma. “Pessoas educadas e conhecedoras desse tipo de problema obviamente não iriam contribuir para a degeneração dessa pouca quantidade que temos à disposição do consumo humano”, completa o entrevistado pela revista BOA VONTADE. A poluição dos rios e as soluções para os pro- blemas ambientais relacionados à água foram pauta deste bate-papo, que também foi veiculado no programa Biosfera, da Rede Mundial de Televisão. Reprodução RMTV O paradoxo da Carlos Palma, diretor técnico da Universidade da Água. Revista BOA VONTADE — Qual a contribuição que este recurso trouxe para a história da Humanidade? Carlos Palma — A vida em si. Para haver vida nós precisamos de oxigênio. Se você não tiver oxigênio, em 5 minutos pode ter morte cerebral. A segunda neces-
  • 21. PhotoDisc Água sidade seria a água. O Ser Humano suportaria, dependendo do metabolismo de cada um, de 3 a 5 dias sem água, até vir a falecer. A terceira é o alimento: dependendo do metabolismo de cada um, você pode durar de uma semana até dez dias. Então, contamos que a água é essencial à nossa existência, como o oxigênio e o alimento. rBV — O Brasil já deve pensar em métodos mais eficazes para obtenção de água potável? Carlos Palma — Nós temos de avaliar o aspecto econômico. Podemos dizer assim: “nós vamos retirar o sal da água, reutilizar a água do mar”. Entretanto, este processo é muito caro. Por isso acredito que seria melhor evitar a contaminação e utilizar o líquido que está praticamente próprio para o consumo, sem grandes investimentos, tais como hidrólise. Nos países mais desenvolvidos em ciência e tecnologia, já se estudam alternativas, pois em muitos deles há problemas de falta de água para consumo humano. E esse não é um problema do nosso Brasil. Nós temos água Como o mundo, coberto por dois terços desse precioso líquido, pode sofrer com a falta dele? ______________ Rodrigo Oliveira disponível em grande quantidade, mas localizada, não proporcionalmente, em lugares com menos ou mais habitantes. Sua distribuição não é homogênea. rBV — Muita gente tem acesso à água de má qualidade. Quais as conseqüências que isso tem gerado? Carlos Palma — A água, neste caso, funciona como veículo de transmissão de diversos tipos de doenças e contaminações em geral. Se você encontra na água, por exemplo, matéria orgânica, vai lhe dar um tipo de problema. Da mesma forma, podem ser encontrados metais pesados, solventes, tintas e demais produtos, que ocasionarão muitas enfermidades. rBV — E nesse caso, o relevo pode influenciar também para diluir a carga poluidora? Carlos Palma — Sim, porque se o rio tiver maior velocidade e maior quantidade de água, a carga poluidora será mais facil- mente diluída. A mistura entre a carga poluidora e a quantidade de água é que vai estabelecer se a água é poluída ou não. Se colocar um pingo de ácido sulfúrico em 10 milhões de litros de água não haverá praticamente alteração. rBV — A conscientização é o melhor caminho para a questão ambiental? Carlos Palma — Certamente. Na realidade, existem degradações que não conseguiremos mais restaurar. O que temos a fazer é tomar atitudes agora para evitar problemas maiores no futuro. Quanto mais informação e mais educação conseguirmos passar para as crianças, melhor será. Podemos notar que, atualmente, as crianças dizem aos pais: “o senhor jogou esse papel na rua?”. Antes não havia esse tipo de situação. Então, quanto mais informar, quanto mais educar, melhor será. (...) Só mesmo a vida pode dizer o que vai acontecer no futuro. BOA VONTADE 21
  • 22. Já no início de 2006, uma boa notícia sinaliza a preocupação do Governo Federal em minimizar o problema da água no Brasil. Trata-se da aprovação, por unanimidade, do Plano Nacional de Recursos Hídricos, um conjunto de diretrizes, metas e programas que visam garantir o uso racional dessa substância até 2020. O Conselho apresentou dados importantes e que ajudarão a tomar as iniciativas. Uma das pesquisas constatou que menos da metade da população do Nordeste tem acesso ao abastecimento de água, uma realidade bem diferente da que se verifica na região Sudeste, onde 70,5% da população possuem água encanada. Na média nacional, esse recurso chega à torneira para 63,9% dos brasileiros. Outro alerta diz respeito à qualidade da água que chega às residências. Segundo levantamento apresentado pelo Plano Nacional, o comprometimento se deve à técnica utilizada para a captação da água, hoje feita de Texas Parks and Wildlife Department © 2006, Earl Nottingham Plano Nacional de Recursos Hídricos duas maneiras: sistema de captação em manancial superficial e por meio de poços. Apesar de serem feitas em menor escala, as captações de água superficial estão sujeitas a inúmeros fatores que comprometem a qualidade. Os principais motivos são o lançamento de esgoto sanitário e despejos de resíduos industriais e agrotóxicos. Por isso, um dos desafios do Plano é a construção de estações de tratamento de esgoto para melhorar a qualidade hídrica do País. O Professor titular do Departamento de Pós-Graduação da PUC/SP, Ladislau Dowbor, atenta para o fato de que, diariamente, no mundo, o Ser Humano produz mais de dois milhões de toneladas de excremento, dos quais 98% vão para rios, sem tratamento. Esse índice é responsável por outro “Nos países em desenvolvimento, a água poluída é a causa de 80% das doenças e 33% das mortes de pessoas.” 22 BOA VONTADE USO DA ÁGUA A agricultura é a área que mais consome os recursos hídricos, seguida pelo setor industrial e a utilização doméstica. 85% 10% Agricultura Indústria 5% Uso doméstico www.flib.co.uk/cgi.htm Texas Parks and Wildlife Department © 2006, Earl Nottingham Biosfera
  • 23. Água no planeta “Como se não bastassem o desperdício e a poluição, a população mundial triplicou nos últimos cem anos e, por conseqüência, o consumo de água aumentou seis vezes mais.” 98% água salgada 2% água doce (87% deste total estão em geleiras e a maior parte encontrase em subterrâneos). www.deh.gov.au www.defesacivil.mg.gov.br problema que se verifica nos países em desenvolvimento, locais onde a água poluída é a causa de 80% das doenças e 33% das mortes de pessoas. “Na América Latina, quase 30% da população vive sem acesso a fontes seguras de água, problema agravado pela urbanização relativamente mais avançada”, assevera Dowbor. O texto do Plano Nacional chama a atenção para o fato: “há dificuldade de avançar mais na universalização da cobertura urbana, já que a população ainda desprovida dos serviços localiza-se predominantemente nas áreas periféricas e de urbanização informal”. Com isso, o Conselho sugere que sejam A preocupação de que no futuro a água de qualidade pode se tornar escassa devese ao fato de que são relativamente limitadas as reservas de água útil no Planeta, conforme ilustra o gráfico. adotados programas específicos e integrados ao desenvolvimento urbano. A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esclarece que é justamente no contexto da conscientização que a iniciativa pretende atuar. “O Plano tem um forte componente de envolvimento da sociedade. Mais do que uma peça técnica, é também um processo de negociação e o objetivo principal é o estabelecimento da sua implementação a partir do olhar dos usuários da sociedade civil e dos demais entes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos”. Fonte: Radiobrás BOA VONTADE 23
  • 24. Samba e História O samba em versos Arquivo rBV Arlindo Cruz, compositor brasileiro com quase 500 músicas, conta sua história de vida e trabalho. O compositor Arlindo Cruz (D) ao lado do jornalista e radialista Hilton Abi-Rihan que apresenta o programa Samba e História, no qual entrevista grandes nomes da cultura nacional. Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar essas entrevistas aos domingos, às 5, 14 e 20 horas. Pela Rede Mundial de Televisão (RMTV) é exibido aos sábados, às 23 horas. O telespectador pode assistir também aos domingos, às 15 ou às 23 horas. 24 BOA VONTADE A biografia de Arlindo Cruz passa pelo samba e vice-versa. Cria do Cacique de Ramos, famosa quadra do subúrbio do Rio de Janeiro/RJ, ele é o convidado do Samba e História e conta, na descontraída entrevista, detalhes de uma carreira sólida que começou no quintal de sua residência, em Cascadura. “Nas festas lá em casa não tinha vitrola. Meu pai tocava cavaquinho; meu tio, violão; e minha mãe cantava. Era samba mesmo.” Criado desde menino na magia de sambas de enredo, choros e serestas, não é de se estranhar que, aos 7 anos, Arlindo soubesse tocar cavaquinho. A partir desta idade, já tirava muitas músicas de ouvido e, em 1980, quando saiu da Aeronáutica, desfilava como índio no bloco do Cacique de Ramos. “Foi lá que começou a despontar em mim a veia de compositor. Àquela altura, eu já escrevia algumas letras e fazia melodias”. Aos 12 anos de idade, ingressou na escola Flor do Méier e pôde ampliar seus conhecimentos na área. Lá estudou teoria, solfejo e violão clássico durante dois anos. A partir daí, começou a trabalhar como músico, promovendo rodas de samba com artistas, a exemplo de Almir Guineto. Nesta trajetória deparou-se com bambas da nossa cultura. Tudo isso, adicionado ao novo som que vinha tirando do repique e do banjo, encantou Arlindo. Apesar de pertencer a uma família de músicos amadores, ele não recebeu o total apoio para seguir na área. Os seus familiares foram, aos poucos, acostumando-se a vê-lo como compositor conhecido. “Na verdade, o pessoal tinha medo de que eu parasse de estudar por causa da música.” Apaixonado por samba, o artista incentiva os filhos a estudarem música. “Quero que o meu filho estude essa área e até a parte da musicalidade, porque acredito que se você estiver estudando mais um pouco, sempre será bom”. Todo esse fascínio pela música também foi despertado pelo reconhecimento do público. Ele se recorda, com carinho e orgulho, da primeira vez que ouviu uma composição de sua autoria
  • 25. no rádio. “Estava andando na rua e ouvi um cara assobiando a introdução do Samba Malandragem. Aí pensei: ‘Sou um compositor profissional’. (...) É muito bom saber que com a sua música você pode alegrar os corações. (...) As pessoas conhecem as minhas composições não somente porque tocam no rádio e na TV, mas também porque estão nas rodas de pagode”. Sucesso em grupo e em dupla O vasto repertório que dá corpo ao currículo de Arlindo (atualmente, tem quase 500 sambas gravados) tem raízes no grupo Fundo de Quintal, cuja segunda formação da banda contou com o talento dele. O conjunto é referência em matéria de samba, principalmente pelo pioneirismo no uso de instrumentos, a exemplo do banjo, o qual o sambista tem preferência em tocar. “Eu me identifico com o público do banjo”, revela Arlindo. Dedicou-se ao grupo durante 12 anos e neste período gravou com artistas de renome do samba, O vasto repertório que dá corpo ao currículo de Arlindo (atualmente, tem quase 500 sambas gravados) tem raízes no grupo Fundo de Quintal, cuja segunda formação da banda contou com o talento dele. a exemplo de Zeca Pagodinho e Beth Carvalho, além dos conjuntos musicais Exaltasamba e Só Pra Contrariar. Esse momento de sua carreira, Arlindo narra com orgulho, pois consagrou-se como o compositor mais gravado na voz de Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Reinaldo e Fundo de Quintal. “No início, quase todos os sambas cantados pelo Zeca foram em parceria comigo.” Depois, investiu na carreirasolo e gravou um disco na antiga gravadora Line Records. No lançamento, em 1993, juntou-se ao parceiro Sombrinha e, no palco do teatro João Caetano, na capital fluminense, estrelaram um show que foi grande sucesso, até hoje um dos recordistas de bilheteria deste teatro. A parceria resultou em muitas apresentações e, anos mais tarde, no primeiro disco da dupla, intitulado Dá música. Outras gravações, vindas posteriormente, revelaram as demais características dos compositores. Nesse caminho, a dupla também lançou um CD ao vivo, e o mais recente trabalho que realizaram em parceria foi Hoje tem samba. Atualmente, Arlindo Cruz segue carreira-solo. Além disso, foi um dos compositores do samba-enredo deste ano da Império Serrano, escola de coração do sambista, que levará para a Marquês de Sapucaí o tema “O Império do Divino”, desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Menezes. Na passarela, a Império Serrano celebrará a religiosidade brasileira e, com isso, tenta quebrar um jejum de 23 anos sem título no carnaval carioca. BOA VONTADE 25
  • 26.
  • 27.
  • 28. Reportagem Especial Sala de visita Arquivo pessoal 28 BOA VONTADE J á era noite quando iniciamos o bate-papo na residência do jornalista Sidney Rezende. Os integrantes da equipe da revista BOA VONTADE foram recebidos como velhos amigos. Sentamo-nos, e a conversa fluiu com a facilidade dos que falam do que amam. Com mais de vinte anos de carreira — atua na profissão desde 1985 —, Sidney tem inúmeras histórias para contar. Algumas de foro íntimo, como a origem simples, de princípios fortes, transmitidos principalmente pela mãe, Dona Lucina. Mas todos os caminhos, que passam pela Espiritualidade, levam consigo o amor Dona Lucina, mãe de à comunicação, à palavra Sidney, cujos valores — como no episódio definitiéticos transmitidos vo para a escolha da vocação, por ela ao filho, quando criança, em que uma amiga religiosa rendem bons frutos o convidou para participar até hoje. de um programa voltado ao homem do campo, na Rádio Roquette Pinto. Dali para a frente, o talento, a pertinácia, o pioneirismo e até mesmo um pouco de sorte encaminharam-no a uma carreira vencedora. Trabalhou nas TVs Manchete, Educativa e Bandeirantes, como apurador, repórter e apre- Exclusivo: o jornalista Sidney Rezende abre o coração à revista BOA VONTADE. ________________________ Leila Marco e Isabela Ribeiro Fotos: João Periotto sentador. Colaborou no jornal Tribuna da Imprensa e atuou nas rádios MEC, Panorama FM e Globo. Atualmente, leciona na Faculdade de Comunicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); é âncora da Rádio CBN e apresentador de telejornais da Rede Globo e do programa especializado em economia Conta Corrente, da Globo News. Aliás, Sidney é um especialista no tema sucesso, esmiuçado no livro Deve ser bom ser você, no qual traça a diferença entre fama, dinheiro e êxito naquilo que os indivíduos se propõem a realizar. Nele, o jornalista traz a opinião de 102 brasileiros, famosos e alguns anônimos, de variados segmentos, todos bem-sucedidos. Enviou um exemplar de sua obra ao dirigente da LBV: “Paiva Netto, parabéns pela vida dedicada aos pobres. Um abraço”. Além de falar de comunicação, meio ambiente e globalização, Rezende lembrou-se de fatos marcantes na mídia, ofereceu dicas importantes para profissionais mais jovens e — por que não dizer? — para os mais maduros, que, enfrentando muitas vezes dificuldades, têm de recomeçar a lide diária. Outro valor presente em seu discurso, relevante para todas as pessoas, foi o Ser Solidário. Com isso, o jor-
  • 30. nalista abriu importante parêntese para discorrer a respeito do trabalho da Legião da Boa Vontade e, ainda, congratular-se com esta revista pelo seu conteúdo. Durante conversa com nossa equipe, anunciou para março a realização de mais um projeto: “Muita gente me conhece do rádio e da televisão. Nós vamos agora desenvolver comunicação digital, internet. (...) Um site com informações úteis para as pessoas e de forma prática para selecionar as notícias. (...)”. No mais, é conferir a entrevista. Boa leitura! Revista BOA VONTADE — Você nasceu em Mato Grosso do Sul, mas começou a trabalhar no Rio? Sidney — Quando nós viemos para o Rio, eu era pequeno. Sou o caçula de uma família de cinco filhos. Nós viemos todos em uma Kombi; os nossos pertences cabiam nela. Para ver como éramos modestos do ponto de vista econômico, tínhamos apenas a riqueza familiar. E a minha mãe foi fundamental nesse sentido. Fomos morar em Bangu, porque a minha irmã tinha conseguido um emprego de secretária na Fábrica Bangu (de tecidos). Essa irmã, mais velha, com o trabalho dela, e a minha mãe, com a educação que nos dava, foram as pessoas mais importantes naquele momento, porque meus pais tinham se separado. Imagine uma mulher naquela época, em 1968, tendo de cuidar de todos os filhos e enfrentar aquelas dificuldades. Eu me lembro que ela sempre recomendava muito que a gente estudasse, que não fizesse nada errado, que olhássemos bem as companhias. Era muito rigorosa, austera em termos de valores. rBV — Como surgiu a vocação para o jornalismo? 30 BOA VONTADE Sidney — Eu fiz um curso de Filosofia na Universidade Santa Úrsula. Lá, conheci uma freira católica chamada Maria Edna Brito, que me convenceu. Ela dizia: “Ainda que seja cinema, mas faça a faculdade. Não pense em parar de estudar (...)”. Passei para a PUC e já trabalhava, isso desde os 13 anos de idade. Pagava com muita dificuldade os estudos, mas não era tão caro como hoje. Como na PUC só tinha publicidade ou jornalismo, optei pelo jornalismo. Formei-me em 1983 e somente consegui o primeiro emprego em 1985, quando trabalhei na Rádio Ro- “Quando saí da Rádio JB, fui desenvolver um projeto próprio chamado Panorama Brasil, o primeiro programa jornalístico numa FM no País; a freqüência FM era só para música. Nós fizemos esse programa com Ricardo Bueno, Marco Monteiro, Nicolau Maranini, Sidney Garambone, Patrícia Maurício, um grupo muito grande de jornalistas.” Alberto Jacob / Ag. O Globo Reportagem Especial quette Pinto pelas mãos de outra pessoa. E olha uma coisa curiosa: a Espiritualidade tem certa participação na minha vida: a Edna, com essa constância dela, cató- Tancredo Neves e sua esposa, lica; o trabalho Dona Risoleta Neves. que fazia. Hoje, ela vive com os índios ianomâmis e faz um trabalho muito bonito de caridade. Depois, a Ana Diava, que era evangélica. Ela me levou, com outros três colegas, para a Roquette Pinto, para fazer um programa chamado Gente da terra, terra da gente. Logo em seguida, houve uma mudança de governo, e a rádio, que é do Estado, reformulou toda a programação. Acabamos perdendo a oportunidade de continuar na emissora. Só que o diretor da rádio, Procópio Mineiro, tinha me ouvido e chamou algumas pessoas que se adequavam ao perfil que estava construindo. Então, voltei como repórter. Aquela equipe, muito profissional, era egressa da Rádio Jornal do Brasil. Estavam lá Ricardo Bueno, Pery Cotta, Procópio Mineiro, Neri Vitor, Regina Boldstein, Marcos Gomes (mais tarde) e outras pessoas. Três meses depois, houve o caso do Presidente Tancredo Neves (1910-1985), que teve um grave problema de saúde e foi internado às pressas em Brasília (14 de março de 1985), sendo deslocado em seguida para o Instituto do Coração, em São Paulo/SP. E perguntou-se na redação da rádio: “Quem quer ir?”. Levantei o braço e disse: “Eu quero!”. A Regina Boldstein, que era a chefe, falou: “Bom, vão a Inês Valadão (que hoje trabalha com a equipe de produção da TV Globo), a Marta Salomão (que está na Folha
  • 31. rBV — Como você avalia o processo de globalização? Sidney — A globalização veio para ficar. É um movimento importante, que, para ser completamente positivo, precisa ter o equilíbrio social que ainda não tem. Normalmente, o que estamos vendo são as indústrias, as empresas e os governos se ocupando apenas de aspectos de ordem comercial: globalizar para vender mais, para impor um conceito comercial sobre um país mais pobre ou uma população que não tem poder aquisitivo. Quando se compreender que é possível uma globalização com investimentos sociais, valorização da renda do trabalhador, multiplicação de bens para mais pessoas, produzir mais para elevar o nível social da população em geral, a globalização será um bem para a Humanidade. Mas se ela for só um aspecto de ordem comercial, continuaremos tendo um relacionamento de escravidão. Sidney — Barbosa Lima Sobrinho reunia os elementos que eu acho muito importantes numa pessoa pública; era um exemplo. Tinha uma grande dignidade. Quando errava, sabia publicamente expor o seu Barbosa Lima Sobrinho erro. Possuía um enorme amor pelo país. Até os últimos dias dele, escreveu para o Jornal do Brasil e outros jornais. Ele ia regularmente à Associação Brasileira de Imprensa (ABI); somente deixou de freqüentála quando fisicamente já não tinha mais condições. Foi um brasileiro atuante até os seus últimos dias. Além do mais, os filhos dele são pessoas que continuam produzindo talentosamente para o País. Tive alguns contatos pessoais com ele. Quando saí da Rádio JB, fui desenvolver um projeto próprio chamado Panorama Brasil, o primeiro programa jornalístico numa FM no País; a freqüência FM era só para música. Nós fizemos esse programa com Ricardo Bueno, Marco Monteiro, Nicolau Maranini, Sidney Garambone, Patrícia Maurício, um grupo muito grande de jornalistas. Ele deu o apoio por escrito ao projeto; tenho até hoje a mensagem. Por que alguém do alto da experiência dele iria esticar a mão para um jovem? Só alguém que teve a sensibilidade de ver que é importante valorizar iniciativas pioneiras. Arquivo rBV de S.Paulo) e o Sidney Rezende, que se interessou em ir”. Eu não tinha experiência nenhuma; só vontade de trabalhar, entusiasmo e garra. O meu trabalho acabou fluindo e sendo reconhecido. Eu tinha uma coisa que me foi muito útil: lia muito, conhecia visualmente as personalidades brasileiras. Às vezes, entrava um Senador da República e muita gente não identificava quem era. Quando saía quietinho, sem ninguém falar com ele, eu ia lá e perguntava: “O senhor esteve lá em cima?”. E o camarada respondia: “Vi o Presidente; ele está assim. Conversei com a Dona Risoleta (1917-2003) e com outra pessoa da família também”. Pegava essas informações e passava para a rádio. Às vezes, as concorrentes diziam: “Mas uma emissora pequena deu tal notícia. Como foi isso?”. Acabei me beneficiando, vamos dizer assim, dessas oportunidades. Em São Paulo, o reconhecimento durante a cobertura dos últimos dias do Presidente Tancredo Neves. “Eu tinha uma coisa que me foi muito útil: lia muito, conhecia visualmente as personalidades brasileiras. Às vezes, entrava um Senador da República e muita gente não identificava quem era. Quando saía quietinho, sem ninguém falar com ele, eu ia lá e perguntava: ‘O senhor esteve lá em cima?’. E o camarada respondia: ‘Vi o Presidente; ele está assim. Conversei com a Dona Risoleta (...)’. Pegava essas informações e passava para a rádio. (...).” rBV — Você trabalhou rBV — Você destacou algumas vezes o valor do saudoso Barbosa Lima Sobrinho (1897-2000), mas é sempre oportuno falar das conquistas dele para os brasileiros e, em especial, para os profissionais da mídia. na Rádio Roquette Pinto, nome de uma emissora que homenageia o pai do rádio no Brasil. Sidney — É engraçado como as coisas funcionam. Eu fui morar em Bangu e estudei na Escola Roquette Pinto. Nunca deixei de trabalhar no rádio, que foi no Brasil fundado por ele. Roquette-Pinto tinha um BOA VONTADE 31
  • 32. Arquivo pessoal Reportagem Especial João Miguel Jr./Divulgação TV Globo Na bancada da Globo News, Sidney Rezende e Christiane Pelajo, que atualmente apresenta o Jornal da Globo ao lado de William Waack. rBV — Como avalia a brava resistência, por décadas, da quase centenária ABI (A Casa do Jornalista), no momento sob a Maurício Azêdo presidência do veterano Maurício Azêdo e também do trabalho da Fenaj? Sidney — Tenho uma visão muito otimista sobre o trabalho da ABI, da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e do Sindicato do Rio, por uma 32 BOA VONTADE razão: houve uma renovação muito positiva no sentido da participação dos jornalistas de iniciativas coletivas. (...) Mesmo que fisicamente não freqüentemos tanto esses espaços, objetivamente essas Casas estão mais próximas dos jornalistas, inclusive com a ajuda da internet. Isso é muito bom. Nos últimos quinze anos, talvez este seja o momento mais positivo. O Maurício Azêdo é um valor no quadro. Ele tem uma biografia identificada com a liberdade de expressão. A Casa está bem entregue. rBV — Em 1989, você apresentou o Baleia Verde, um dos primeiros programas sobre ecologia da televisão brasileira. Por que não se dedicou mais a esse tema? Sidney — Curiosamente, o diretor do programa Baleia Verde era Fernando Barbosa Lima. O Fernando sempre foi um pioneiro também na TV. Realmente, na época, nós levantamos temas que não se discutiam; falava-se em ecologia como se fosse apenas cui- “Roquette-Pinto tinha um espírito empreendedor e um grande cuidado com a Educação. Vocês, da LBV, por exemplo, desenvolvem um trabalho de muito investimento na Solidariedade, na Educação das crianças, e o Roquette-Pinto também (...).” dar bem dos animais domésticos, preservar a Amazônia, que é uma coisa importante. (...) Mas, de certa forma, o meio ambiente está bem incluído na minha carreira, porque diariamente faço Arquivo pessoal Arquivo rBV espírito empreendedor e um grande cuidado com a Educação. Vocês, da LBV*1, por exemplo, desenvolvem um trabalho de muito investimento na Solidariedade, na Educação das crianças, e o Roquette-Pinto também, porque quando o rádio nasceu, não que ele fosse erudito, mas havia essa preocupação com a boa música, a boa educação, informação. O rádio, até hoje, desenvolve esse papel, e isso é importantíssimo. Fernando Barbosa Lima
  • 33. na cabeça esse desejo de fazer, a exemplo do modelo norte-americano, uma rádio de informações bem air news, como hoje se fala. Fui recebido por ele e por Jorge Guilherme, o primeiro diretor rBV — Como surgiu da CBN. O Jorge e ele a idéia de utilizar me convenceram que uma rádio FM para queriam fazer um prodar notícias? jeto pra valer, forte, e Sidney — Quando achavam que eu poderia eu estava na Rádio Jornal do Brasil, cheguei a José Roberto Marinho colaborar. Fui o segundo contratado da emissora, propor para a direção que tivéssecomo editor executivo. Primeiro, mos na emissora a transmissão de mais notícias do que ela já fazia, o Jorge Guilherme, e os Marinho porque a Rádio JB transmitia dirigindo. Vim a ser a primeira música de qualidade e os jornais voz da CBN, porque a rádio naspela manhã, por volta do meio-dia ceu no Rio de Janeiro; depois, ela e no fim da tarde. Tentei fazer isso foi disseminada para São Paulo e em outras emissoras, mas também outros Estados. Na verdade, foi uma iniciativa do José Roberto não consegui, na época de 1990. Marinho, com um trabalho emEntão, fizemos o Panorama Brapreendedor do Jorge Guilherme, e sil, porque ninguém ainda havia eu trabalhava ali no operacional. realizado isso em FM; o terreno O primeiro programa, que é o estava virgem. Um ano depois, Jornal da CBN, foi desenhado por encontro-me com o José Roberto mim, pelo Ramiro Alves — que Marinho no Clube até pouco tempo estava na editode Engenharia. Nós ria nacional da revista Istoé — e participávamos de pelo Marco Antônio Monteiro. um evento chama- Nós três desenhamos a grade, e do “Frente Rio”, um até hoje se mantém a mesma esmovimento em favor trutura da época que começou há da cidade. Estávamos quase quinze anos. Nós fomos os lá ele, eu e outras operários. Fizemos ali na redação pessoas da área de uma idéia que foi pioneira e que Aurélio Buarque de comunicação, e havia deu certo. Holanda também representantes da área comercial. E o José rBV — Você foi apresentador Roberto Marinho perguntou para do Encontro com a Imprensa mim: “Você é o Sidney Rezende, e teve a oportunidade da Rádio JB, do Panorama Brade entrevistar grandes sil?”. “Sou eu mesmo”, respondi. personalidades do cenário “A gente tem uma idéia de fazer político e cultural do um projeto. Você não quer ir lá, conversar comigo na Globo nosso País. Como foi essa sobre isso?”. Eu disse: “Mas eu experiência? Sidney — Os entrevistados tenho contrato com a rádio; temos companheiros”. “Não, vá lá bater que mais me chamaram a atenção um papo comigo”. E ele já tinha não foram aqueles que ideologi- Emilson Selnay Yamada programa de rádio de assuntos diversos. E freqüentemente estamos tratando de assuntos ecológicos (...); é um tema que me preocupa muito. camente pensavam como eu nem aqueles que necessariamente eram os mais admirados pela sociedade na época. Os que mais me impressionaram foram os que defendiam causas com unhas e dentes, com o coração, a Alma, o pensamento; abraçavam as suas convicções. E eles faziam isso de tal maneira que até aspectos de ordem material e outras relações mundanas, vamos dizer assim, não tinham importância. Vou dar alguns exemplos. Eu entrevistei o Aurélio Buarque de Holanda (1910-1989), que até hoje a gente diz: “Vou consultar o Aurélio”, mencionando o dicionário dele. Foi um dicionarista, um filólogo. Ele dedicou a vida toda a estudar o sentido das palavras, a fazer o seu dicionário, a difundir conhecimento, a ajudar a entendermos um pouco mais o Português, que é uma causa bela. Ele morreu, mas o fruto do trabalho que comandou é vivo até hoje. O Luís Carlos Prestes *2 (1898-1990) morreu muito velho, mas me lembro que ele me disse algumas coisas que nunca esqueci. Eu o entrevistei várias vezes já no fim da vida. Recordo-me que a cada dois meses tinha uma entrevista com ele no A capa da revista BOA VONTADE nº 203, edição de julho de 2005, festeja a memória da imprensa, lembrando quatro pilares da ABI, na figura dos ex-Presidentes da Casa do Jornalista: os saudosos Herbert Moses; Prudente de Moraes, neto; e Barbosa Lima Sobrinho. À direita, Fernando Segismundo, no alto dos seus 90 anos. BOA VONTADE 33
  • 34. Encontro com a Imprensa. O Prestes, uma vez, disse que foi detido. Quando preso, ele usava o paletó no horário comercial. Ele o vestia como se fosse sair para o trabalho, e isso dentro da cela. Ao término do “expediente”, tirava o paletó e colocava o pijama. Fazia isso para não enlouquecer. Veja a disciplina que tinha! E possuía um grande amor pelo Povo brasileiro. Ele acreditava em uma transformação social dentro das suas convicções, de suas crenças, que muitas vezes eram diferentes das demais. Mas, no entanto, era uma pessoa abnegada à sua causa. O Dílson Funaro (1933-1989) era empresário. Foi Ministro da Fazenda, trabalhou com o Presidente Sarney e, na época, era o “pai do cruzado”; comandou um plano econômico para tentar debelar a inflação. Acreditava tão piamente naquilo que não conseguia nem ver os erros já do plano naufragando. Mas eu o achava uma pessoa de bem, que se dedicou a Dílson Funaro uma causa em que acreditava. Essas pessoas sempre me impressionaram muito. Entrevistei o Leonel Brizola (1922-2004) algumas vezes. Eu vi o ápice do Brizola, entendendo esse ápiLeonel Brizola ce depois da volta dele do exílio, já que antes ele foi governador também; teve um momento alto na política. Mas era uma dessas personalidades políticas que você dizia assim: Betinho “Esse aí já está na 34 BOA VONTADE “(...) vocês (da revista BOA VONTADE) tratam de temas diversos. Em alguns momentos fazem uma menção especial, como se fosse uma edição extra, focando num assunto determinado. Achei a revista da Mulher muito boa, da mesma forma que vocês trouxeram Gandhi (1869-1948) (...).” história do Brasil”. E está, e ficou. O Betinho é outro: hemofílico, com HIV e, ao mesmo tempo, dedicado à elevação da vida social do Povo. rBV — Você sugeriu, no ano passado, que a edição especial da revista BOA VONTADE Mulher continuasse a ser publicada com outros temas de relevância mundial. Fale-nos um pouco sobre isso... Sidney — É porque vocês tratam de temas diversos. Em alguns momentos fazem uma menção especial, como se fosse uma edição extra, focando num assunto determinado. Achei a revista da Mulher muito boa, da mesma forma que vocês trouxeram Gandhi (18691948). Eu acho que, sempre que for possível, você faz uma cober- tura jornalística e, de repente, traz duas ou três vezes por ano edições especiais voltadas para um determinado tema, que dá condição de se aprofundar naquele assunto. Em relação à Mulher, é porque isso é evidente. Ela exerce hoje um papel primordial de transição no mundo. Por isso nós estamos vendo tantas líderes chegando ao poder central dos seus países; elas estão também na iniciativa privada. (A Mulher) Deixou de exercer um papel de coadjuvante — se é que um dia ela foi — para ser uma protagonista atuante da vida moderna. rBV — A LBV prestou, em 2005, mais de 4.450.000 atendimentos sociais, sem subvenções governamentais, aos que se encontram em grave risco social no País. Qual o impacto de uma ação humanitária como essa? Sidney — Eu sou totalmente favorável quanto ao fortalecimento da família; acho indispensável. Quando você tem unidade fami- Durante sua carreira, Sidney Rezende entrevistou importantes figuras da nossa história, a exemplo de Luís Carlos Prestes. Arquivo pessoal Arquivo rBV Arquivo rBV Arquivo rBV Reportagem Especial
  • 35. Sidney, ao lado de seu filho, Francisco Rezende. liar, tem um bom princípio para enfrentar as dificuldades da vida. Quando você não tem, fica à mercê de terceiros. (...) Agora, não devemos deixar que só a família cuide de si mesma, porque as relações no mundo se complicaram tanto que hoje a sociedade passa a ter uma importância no momento de apoio à família. rBV — Como diz o jornalista Paiva Netto, “A família cresceu e passou a se chamar Humanidade”. Sidney — Eu concordo. A família cresceu realmente; é a Humanidade. Hoje, estamos cada “Um Cidadão chamado Solidariedade”. Assim o jornalista Paiva Netto intitula artigo de sua autoria que homenageia o sempre lembrado sociólogo Betinho, na revista BOA VONTADE nº 204, de agosto de 2005, no qual ele recorda: “Bem merecido e exato foi o prêmio que recebeu no fim de 1996, no Plenário do ParlaMundi da Legião da Boa Vontade, em Brasília/DF: a Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, na categoria Solidariedade”. vez mais próximos. Um problema na minha casa não é um problema só nosso; pode ser extensivo a outras. E, nessa hora, o que resolve: diálogo, ajuda, Solidariedade. O trabalho que a LBV desenvolve, o nome já diz: Boa Vontade, quer dizer, ter bons propósitos, boas iniciativas. Eu concordo e defendo muito isso. Nota da Redação — Nossos agradecimentos ao Diretor da Central Globo de Jornalismo, sr. Carlos Henrique Schroder, pela autorização da entrevista com o jornalista Sidney Rezende na revista BOA VONTADE. Igualmente ao Diretor da Central Globo de Comunicação, sr. Luis Erlanger, por também autorizar a produção da foto de capa do entrevistado na Globo News. *1 LBV — A Legião da Boa Vontade nasceu do programa de rádio Hora da Boa Vontade, iniciado em 4 de março de 1949. Dos microfones da Rádio Globo, do Rio de Janeiro/RJ, ouviam-se mensagens de conforto aos doentes do corpo e da Alma, com palavras de Fé, Esperança e Solidariedade. O saudoso “O trabalho que a LBV desenvolve, o nome já diz: Boa Vontade, quer dizer, ter bons propósitos, boas iniciativas. Eu concordo e defendo muito isso.” radialista Alziro Zarur (1914-1979) consolidava, assim, uma das tarefas que o fundador do rádio no Brasil, Roquette-Pinto, idealizava para o meio: a função social. Em menos de um ano, Zarur fundaria a LBV (1º de janeiro de 1950). *2 Luís Carlos Prestes — Vale recordar aqui o que o saudoso Luís Carlos Prestes, um defensor dos ideais de justiça social e que sempre lutou, à sua maneira, a favor do Povo brasileiro, certa vez afirmou em entrevista histórica à revista LBV, em 1986 (e que foi republicada pela BOA VONTADE, edição nº 193). Nesta memorável publicação, ele ressalta o apoio à causa da Boa Vontade e a preocupação com a instabilidade emocional de alguns dirigentes do mundo, capazes de gerar um grande conflito mundial — o que, infelizmente, ainda preocupa a Humanidade. “Não sou contra e nem posso deixar de apoiar todos aqueles que se dedicam à Solidariedade Humana, ao estímulo da Fraternidade e da filantropia entre seus Irmãos. Neste sentido é que aprecio o trabalho da Legião da Boa Vontade, do Alziro Zarur, seu Fundador, já falecido, e agora, do seu substituto, o Paiva Netto. Acho essa atividade muito útil e positiva, porque estimula o sentimento de Solidariedade entre cidadãos, ajudando a resolver uma série de problemas. Não só o da miséria, da fome, que é gritante, hoje, no Brasil. Até porque atravessamos, atualmente no mundo, uma situação de muito perigo. A maior ameaça que hoje pesa sobre todos é a de uma Terceira Guerra Mundial. (...) O primeiro dever do cidadão brasileiro hoje, pois, é lutar contra a Terceira Guerra Mundial, o que significa lutar contra a corrida armamentista, para evitar a acumulação das ogivas. E a tarefa da Legião da Boa Vontade é, ao mesmo tempo, combater a fome do Povo, a miséria em que vive nossa gente, convocar todos a se reunirem contra isso e a nos ajudarmos uns aos outros.” BOA VONTADE 35
  • 36. Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV. Novos rumos da Ciência Trechos da conferência do renomado professor Amit Goswami, Ph.D. em Física Nuclear Teórica, escritor, cientista e docente em Física da Universidade do Oregon e do Instituto de Ciências Abstratas, em Sausalito (Califórnia), EUA, durante a Primeira Sessão Plenária do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, ocorrida no ParlaMundi da Legião da Boa Vontade, em Brasília/DF, Brasil: Amit Goswami, Ph.D. em Física Nuclear Teórica e escritor, durante palestra na Primeira Sessão Plenária do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, em Brasília/DF. “Uma doença que possamos ter, como, por exemplo, um câncer indetectável, não é algo feito de concreto. Podemos curálo! O pensamento da cura em nossa mente, se acompanhado do salto quântico em direção à cura, simultaneamente com o pensamento, fará com que o cérebro seja capaz de criar uma corrente neuroquímica que se comunicará com o sistema imunológico que irá disparar a cura do mecanismo da doença.” 36 BOA VONTADE G ostaria de agradecer a todos vocês, especialmente aos organizadores da Legião da Boa Vontade, por terem me concedido esta oportunidade de falar-lhes a respeito de uma importante transformação que está ocorrendo em nossa Ciência (geralmente definida como mudança de paradigma) e que promete não só integrá-la com Espiritualidade, mas também interpretar a divisão que existe em nosso coração. O fato é que todos nós nos tornamos um pouco materialistas. Temos nossas crenças espirituais e nossa fé, mas não agimos nelas. Espero que, após conhecer os avanços científicos que estão ocorrendo hoje, todos nós queiramos aplicar alguns dos princípios espirituais em nossas vidas. A antiga ciência newtoniana reunia dados, tratava da informação. A nova trata da transformação. Qual é o ingrediente básico desta nova ciência? É a Física Quântica. Na ciência antiga, a imagem do mundo que temos é chamada de causalidade ascendente. Acreditávamos que tudo era constituído por partículas elementares (as quais formam os átomos; os átomos formam as moléculas; moléculas formam as células; e as células formam o cérebro). Desta maneira, o cérebro era tido como o fim de toda evolução, pois pensava-se que ele era a semente da consciência, que nada mais é do que um epifenômeno do cérebro. Na imagem materialista não há a intenção de integrar Ciência e Espírito. Se o Espírito é apenas um fenômeno do cérebro; se não tem eficácia causal, como a Espiritualidade pode transformar-nos? Esse tem sido o problema. Porém, a Física Quântica mudou todo esse pensamento. Para ela, um objeto não é um objeto concreto. Pelo contrário, eles são vistos como uma onda de possibilidades, que se espalha com o tempo, tornando-se possibilidades cada vez maiores. Quando o observamos, literalmente fazemos com que ele sucumba àquilo que queremos ver. Esse é um conceito
  • 37.
  • 38. Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV. certa percepção da consciência cósmica. E nela, o você e o eu são um. E é naquele olhar consciente cósmico que todos os olhos se fundem em um só olho. Naquele estado não-comum de consciência fazemos a escolha quântica. Logo, é necessário que aprendamos como chegar até aquele estado não-comum de consciência. Isso requer uma transformação espiritual. Esse é o objetivo da Espiritualidade. Quando reconhecemos isso na Física Quântica, estamos integrando Ciência e Espiritualidade (...). Ondas de possibilidades Durante a palestra, o Dr. Amit Goswami utilizou-se desta interessante imagem para exemplificar a questão das ondas de possibilidades da nossa consciência. Explica o conferencista internacional: “Há uma mulher jovem e uma idosa na mesma imagem. O artista a chama de ‘Minha esposa e minha sogra’. Mas a razão pela qual mostrolhes esta imagem é que quando olhamos para ela e escolhemos ver ou a sogra ou a esposa não estamos fazendo nada com ela. As possibilidades já estão em muito importante. Então, partículas elementares e suas interações produzem ondas de possibilidades para a consciência escolher a forma. (...) Conseqüentemente, a escolha consciente é o que dá forma à realidade (veja boxe “ondas de possibilidades”). Isso é importante reconhecer. Criamos nossa própria realidade. Espero que tenham isso em seus corações: a nova máxima não é mais aquilo que aprendemos. Lembrem-se, Descartes (1596-1650) disse: “Penso, logo existo”, (Cogito, ergo sum). Devemos substituí-la por: “Escolho, logo existo” (Opto, ergo sum). Essa é uma boa notícia, pois se eu escolho ser feliz, serei feliz; se escolho transformar o mundo, posso mudá-lo. Se quisermos extinguir a divisão que existe entre Ciência e Espiritualidade dentro de nós, acabaremos com ela. 38 BOA VONTADE Minha esposa e minha sogra (1890). Autor anônimo. nós. Da mesma forma, as possibilidades materiais já estão dentro de nossa consciência”. Há quase um século, o físico dinamarquês Niels Bohr (18851962) deu-nos um belo modelo. Vocês sabem que em um átomo os elétrons giram ao redor do núcleo. A parte do movimento é contínua. Mas quando os elétrons passam de uma órbita para outra, eles nunca se perdem no espaço. Vocês podem entender a grandiosidade deste fenômeno? Quando a escolha vem até nós neste passo quântico descontínuo, a opção espiritual é Divina. É isso que é entendido por escolha na Física Quântica. A consciência que elege não é a separada do indivíduo, a que vivenciamos em nosso estado normal. (...) Em nossa consciência comum nós vemos o você e o eu separados. Mas todos sabem daqueles momentos quando é meianoite em Brasília/DF e olha-se para o céu, e sabe-se que há uma Consciência cósmica No Colapso Quântico, a consciência escolhe seus vários corpos fora destas possibilidades. Em outras palavras, não estão fora da consciência. Eles são criados a todo instante à medida que escolhemos dentre as possibilidades quânticas. Nossos corpos são criados a todo instante. Sei que isso é um pouco difícil de conceber, mas o seu dedão do pé não está lá até que você pense sobre ele, ou alguém pise nele. Só para demonstrar como é revolucionário este conceito: ele está nos dando um modelo de cura da mente e do corpo. Vocês sabem a respeito do importante trabalho de Deepak Chopra? Essa nova ciência fornece uma teoria sobre de que forma a cura quântica funciona. Uma doença que possamos ter, como, por exemplo, um câncer indetectável, não é algo feito de concreto. Podemos curá-lo! O pensamento da cura em nossa mente, se acompanhado do salto quântico em direção à cura, simultaneamente com o pensamento, fará com que o cérebro seja capaz de criar uma corrente
  • 39. Diálogos entre Ciência e Religião Paiva Netto idealizou, no ParlaMundi da Legião da Boa Vontade, em Brasília/DF, o Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência (FOMPEC), da LBV. A Primeira Sessão Plenária, ocorrida em outubro de 2000, reuniu renomados cientistas, pesquisadores, filósofos e religiosos do Brasil e do Exterior para, com a sociedade, realizarem um intercâmbio entre o conhecimento científico e as várias tradições religiosas. Entre os participantes internacionais, destacam-se Edgar Mitchell (EUA), sexto homem a pisar a Lua, a bordo da Apollo 14; o cosmonauta e engenheiro mecânico pela Moscow Aviation Institute (MAI), Alexander Lazutkin (Rússia); Patrick Drouot (França), físico e fundador do Instituto de Pesquisa e Consciência de Paris; Amit Goswami (EUA), Ph.D., físico, escritor e cientista; e Lama Chagdud Tulku Rinpoche (Tibete). Dos conferencistas brasileiros, destaque para o astrônomo Ronaldo Rogério Mourão; Waldyr Rodrigues, Ph.D. em Física Nuclear Teórica e escritor; o educador, escritor e pioneiro em Terapias Holísticas no Brasil, José Hermógenes Filho; e Pierre Weil, Ph.D., psicólogo transpessoal, escritor e fundador-dirigente da Universidade da Paz. O desafio lançado pelo idealizador do FOMPEC, da LBV, José de Paiva Netto, deu início a outra grande etapa, após a desfecho da Segunda Sessão Plenária, que ocorreu em 2004. Trata-se do desenvolvimento do tema Ecce Deus!, termo em latim que significa Eis Deus, que se propõe apresentá-Lo por meio do conhecimento científico e das várias tradições religiosas. Para contemplar o assunto haverá três congressos preparatórios (cujos temas são Cultura de Paz, Desenvolvimento Solidário e Poder da mente humana) com o ápice em outubro de 2008, na Terceira Sessão Plenária do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência (FOMPEC), da LBV. Outras informações podem ser obtidas pelo site www.forumespiritoeciencia.com.br neuroquímica que se comunicará com o sistema imunológico que irá disparar a cura do mecanismo da doença. Desta maneira, a cura do câncer, de um dia para o outro, tem sido possível (...). No corpo humano há sete chacras, que são lugares nos quais se dá a produção das formas. Neles as possibilidades vitais sucumbem às possibilidades físicas. Então, o que a Física Quântica está querendo nos dizer? Que, ao acreditarmos na psicologia dos chacras, estabelecemos uma ligação entre a medicina ocidental e oriental. A medicina ocidental, fundamentada no materialismo, e a medicina oriental, no espiritualismo. Essa é a integração mais importante entre Ciência e Espiritualidade (...). Desse modo, gostaria de concluir minha apresentação com um pedido a vocês. Observem estes três pontos da Física Quântica: descontinuidade, não-localidade e causalidade descendente. Esses serão os novos lemas de todo Ser Humano. Viveremos não somente na continuidade, e não seremos receosos dos movimentos quânticos. Não receberemos unicamente os sinais locais, mas também os não-locais, sempre que nos for apropriado. E o mais importante é que continuaremos a viver em nossa condição de ego, só que não hesitaremos em escolher, criando nossa própria realidade sempre que o momento exigir. Faremos isso por criatividade, por amor, pela fraternidade universal, pela ecologia, quando necessitarmos exercer nossa autoridade moral. Público superlota o auditório José de Paiva Netto, no ParlaMundi da LBV, durante a Primeira Sessão Plenária do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência. BOA VONTADE 39
  • 40. Saúde Especialistas alertam sobre os riscos do HPV Doença provocada por vírus pode evoluir para o câncer de colo de útero, causa da morte de milhares de mulheres. E mbora pouco conhecido pela população brasileira, o Papilomavírus Humano (HPV) destaca-se como uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST) mais comuns no mundo — uma em cada cinco mulheres é portadora do vírus. O Ministério da Saúde registra a cada ano 137 mil novos casos no País. Os especialistas chamam a atenção para o desenvolvimento da enfermidade, responsável por 90% do casos de câncer de colo de útero. O Papilomavírus Humano (HPV) é o nome dado a um grupo que inclui mais de 100 tipos de vírus. A única forma visível da doença provocada por esse microorganismo são verrugas, também conhecidas como “cristas de galo”, que aparecem nas regiões genitais de homens e mulheres. No entanto, só os tipos mais suaves do HPV desenvolvem tais sintomas. Os que atuam de maneira secreta podem produzir problemas mais sérios e levar ao câncer. 40 BOA VONTADE Fonte: Programa Nacional de DST e aids do Ministério da Saúde O Brasil é um dos líderes mundiais em incidência de HPV. O maior índice da enfermidade revelase em mulheres entre 15 e 25 anos, embora a doença também acometa os homens. O Brasil é um dos líderes mundiais em incidência de HPV. O maior índice da enfermidade revela-se em mulheres entre 15 e 25 anos, embora a doença também acometa os homens. Especialistas acreditam que o número menor de registros entre pessoas do sexo masculino tenha como origem a baixa procura deles por serviços de urologia, por fatores como o preconceito ou a falta de informação. O HPV é transmitido pelo contato genital com a pessoa infectada (incluindo sexo oral) e por via sanguínea, de mãe para filho na hora do parto. Na maioria das vezes, a infecção é transitória e desaparece sem deixar vestígios. Por isso, quando se realiza o diagnóstico, nem sempre é possível identificar se a infecção é recente ou antiga. A doença viral pode permanecer sem se manifestar no corpo da pessoa. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece exames gratuitos à população para detecção do vírus. Segundo o assessor técnico da unidade de DST do Programa Nacional de DST/aids, Eduardo Oliveira, indica-se o exame de Papanicolau para detectar a doença desde a fase inicial nas mulheres. “O Papanicolau é o primeiro exame indicado. Quando a doença está em fase aguda, ele é capaz de descobrir facilmente a presença do vírus”, afirma.  Nesse tipo de exame, recolhe-se um material da parede do colo uterino para análise em laboratório. Se houver resultados alterados, o ginecologista deve recorrer à colposcopia para analisar o colo do útero. Esse método se vale de um microscópio com lentes de aumento.
  • 41. Câncer Alguns tipos de HPV aumentam o risco para câncer genital, principalmente nas mulheres. O exame preventivo tem a capacidade de detectar as lesões que antecedem o câncer, o que facilita o tratamento. Na maioria das pessoas, essas inflamações regridem espontaneamente. Em algumas mulheres, porém, a doença pode persistir e progredir. Nesse caso, elas ficam mais vulneráveis ao desenvolvimento de um câncer. “Esse processo costuma levar anos e depende também de outros fatores, principalmente da imunidade de cada um”, diz Eduardo. O Ministério da Saúde também recomenda visitas freqüentes a ginecologistas, para prevenção de doenças relacionadas à sexualidade e à reprodução. Alguns fatores aumentam a Embora pouco conhecido pela população brasileira, o Papilomavírus Humano (HPV) destaca-se como uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST) mais comuns no mundo — uma em cada cinco mulheres é portadora do vírus. probabilidade de desenvolvimento desse câncer em mulheres infectadas pelo HPV. Entre eles, estão o número elevado de gestações, o uso de contraceptivos orais, tabagismo e infecção pelo HIV e outras DST. Levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostrou que existem cerca de 18 mil novos casos de câncer de útero a cada ano no País. Desse total, estima-se que, apenas em 2005, cinco mil mulheres perderam a vida em função da doença. Outro importante estudo realizado pelo Instituto Ludwig de Pesquisas — um dos centros de excelência no assunto — sobre o câncer de colo de útero indicou que o HPV é o maior precursor desse problema de saúde na população feminina. Segundo as autoridades em saúde, aproximadamente nove a cada dez casos têm ligação com a presença do vírus HPV no organismo. A explicação para tantas ocorrências pode ter como causa o fato de a infecção do HPV se desenvolver de forma silenciosa no corpo humano. “A maioria das pessoas não apresenta nenhum sintoma ao contrair a doença e, por isso, não procura tratamento. Esse comportamento é o grande responsável pela disseminação do vírus”, alerta Eduardo Oliveira. Continua na próxima página BOA VONTADE 41