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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS XIV
CONCEIÇÃO DO COITÉ
WAGNER SIMÕES DE OLIVEIRA
INTERCULTURALIDADE E RECONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA NA
APRENDIZAGEM DE LI EM ESCOLA PÚBLICA
Conceição do Coité
2013
WAGNER SIMÕES DE OLIVEIRA
INTERCULTURALIDADE E RECONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA NA
APRENDIZAGEM DE LI EM ESCOLA PÚBLICA
Monografia apresentada à Universidade do
Estado da Bahia, Departamento de Educação,
Campus XIV, como requisito final à conclusão
do Curso de Licenciatura em Letras com
habilitação em Inglês.
Orientadora: Prof. Juliana Bastos
Conceição do Coité
2013
WAGNER SIMÕES DE OLIVEIRA
Monografia apresentada à Universidade do
Estado da Bahia, Departamento de Educação,
Campus XIV, como requisito final à conclusão
do Curso de Licenciatura em Letras com
habilitação em Inglês.
Aprovada em: ___/___/___
Banca examinadora
________________________________________
Juliana Bastos – Orientadora
Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV
_________________________________________
Neila Maria Oliveira Santana
Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV
_________________________________________
Emanuel do Rosário Santos Nonato
Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV
Conceição do Coité
2013
A minha mãe, pai e família, aos meus amigos e
colegas da UNEB, Turminha 2009.1 e a minha
colega Lícia Maia, Márcio Mandes, Lauro
Santiago e Moisés Santos, dedico o
testemunho do meu trabalho. Sempre acreditei
na capacidade do ser humano de interagir de
forma inteligente, e essa é razão de podermos
compartilhar nossas geniosas ideais.
AGRADECIMENTOS
Quem mais conhece a criatura, se não o Criador. Agradeço primordialmente a
Deus por estar me iluminando, minha mãe, pai e família pelo carinho e apoio na
minha carreira acadêmica. Trilhei muitos caminhos e em meios a essas dificultosas
passagens espalhei a minha esperança na certeza de chegar ao fim do inicio de
uma caminhada na busca daquilo que me compraz. Recordo-me dos conselhos dos
meus queridos professores, que me ajudaram na busca do saber e do
conhecimento, e em meio a eles destaco os professores: Neila Santana, Letícia
Telles, Emanuel Nonato, Raulino Neto e minha orientadora Juliana Bastos, que me
auxiliou em todos os passos para que tudo desse certo no meu trabalho.
“Se interculturalmente línguas queremos
ensinar, respeitamos as diferenças entre
culturas de lá e de cá e humanizadoramente
nossos alunos saibamos tratar”.
Gomes de Matos
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................10
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................13
1.1 Aprendizagem de LI: interação entre língua/cultura.......................................13
1.2 Uma pedagogia multicultural no processo de aprendizagem de língua
estrangeira................................................................................................................18
1.3 Identidade em construção.................................................................................20
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................25
2.1 Tipo de pesquisa................................................................................................25
2.2 Técnicas utilizadas na pesquisa.......................................................................26
3 ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS................................................................28
3.1 Análise dos questionários dos professores....................................................31
3.2 Análise dos questionários dos alunos.............................................................31
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................34
REFERÊNCIAS..........................................................................................................35
APÊNDICES...............................................................................................................37
RESUMO
O objetivo principal deste trabalho é considerar a importância do ensino/aprendizado
do Inglês a partir de uma perspectiva Intercultural nas escolas públicas de
Conceição do Coité – Bahia. Os problemas encontrados nos ambientes relacionados
às aulas de língua inglesa são fatores que devem ser ponderados para que o uso de
atividades descontextualizadas em aulas de LI não submetam os aprendizes ao
caos da desmotivação. Porém o caráter desta pesquisa é propor, através das
discussões no embasamento teórico, uma revitalização no âmbito da aprendizagem
da Língua Inglesa. A metodologia proposta neste estudo apresenta informações
técnicas importantes para alcançar o resultado da mesma. A pesquisa foi qualitativa
de base etnográfica, uma vez que esta trata basicamente de descrever e interpretar
os fatos ocorridos em sala de aula de LI. Na análise de dados consta os resultados
colhidos, conforme foi citado no procedimento metodológico, desenvolvido neste
trabalho, sendo que as informações contidas nesta pretendem mostrar se há a
presença dos fatores interculturais, o multiculturalismo e a reconstrução identitária
do aprendiz no contexto do ensino/aprendizado de Inglês nas escolas públicas.
Palavras - chave: Interculturalidade. Língua. Aprendiz. Identidade.
ABSTRACT
This paper aims mainly in considering the importance of teaching / learning English
from an intercultural perspective in public schools of Conceição do Coité - Bahia. The
problems encountered in the environments related to English language classes are
factors that must be considered so that the use of decontextualized activities in EL
don't lead learners to the chaos of demotivation. However the character of this
research is to propose, through discussions on theoretical basis a revitalization in the
context of learning the English language. The methodology proposed in this study
provides important technical information to achieve the same result. The research
was qualitative having ethnographic basis, since this is basically to describe and
interpret the events of the English language in a classroom set. In the analysis of the
collected data the results are shown, as it was mentioned in the methodological
procedure developed in this work, and the information contained here is intended to
show whether there is the presence of intercultural factors, such as multiculturalism
and identity reconstruction of the learner in the context of teaching / learning English
in public schools.
Keywords: Interculturalism. Language. Learner. Identity.
10
INTRODUÇÃO
O caráter desta pesquisa é basicamente propor ao ensino de Inglês, maneiras
de inserir uma abordagem intercultural que contemple o trabalho dos professores, e
possibilite uma aprendizagem significativa, definida por Moreira (1995, p.153) “a
aprendizagem significativa é um processo por meio do qual uma nova informação
relaciona-se com um aspecto especificamente da estrutura de conhecimento do
indivíduo”.
O uso descontextualizado da gramática ou dos materiais didáticos, a falta da
valorização do sujeito-aprendiz e dos aspectos culturais nas escolas públicas são
fatores que têm favorecido para a desmotivação dos alunos, no que diz respeito a
aprendizagem de LE. Estes e outros fatores vêm sendo discutidos por
pesquisadores, com intenção de encontrar possíveis soluções dos problemas no
âmbito da aprendizagem de Língua Inglesa nas unidades escolares.
Este trabalho justifica-se em valorizar a aprendizagem de inglês nas unidades
escolares, focando uma perspectiva Intercultural, que também acontece a partir das
relações entre culturas. É importante que se aprenda uma segunda língua de forma
contextualizada, com vista nisto, a interculturalidade pode contribuir para que haja
aquisição de segunda língua com foco nos aspectos culturais, contextualizando a
realidade dos alunos através dos conteúdos e atividades abordados em sala de aula
de língua inglesa.
Para nortear o andamento desta pesquisa é necessário pautar quatro
objetivos importantes: Verificar a importância da interculturalidade em escola pública
e a consequente reconstrução identitária do aprendiz de LI, ilustrar a importância da
aprendizagem de Língua Inglesa com foco nas relações entre culturas, considerar o
valor significativo de uma abordagem multiculturalista e a inclusão da diversidade
cultural que compõem as aulas de Inglês e por fim, analisar o dinâmico processo de
reconstrução identitária do aprendiz no contexto de sala de aula de Língua Inglesa.
A comunicação de uma Língua Estrangeira (LE) também se estabelece na
oportunidade do uso da mesma. Portanto são as comunidades de falantes de Inglês
que agem de forma oportuna para manter o diálogo e, consequentemente, difundir a
língua no mundo contemporâneo. Os aspectos culturais inerentes à aprendizagem
de língua serão discutidos no âmbito desta pesquisa, e estes apresentarão a
linguagem como uma manifestação cultural no meio social.
11
O ensino/aprendizagem de Inglês proporciona a interação dos aprendizes e,
para compreender melhor a interatividade ocorrida nas aulas de Língua Inglesa, será
apresentado o conceito de Pedagogia Multiculturalista, a partir das discussões
teóricas no decorrer deste estudo, serão abordadas as relações entre línguas e
culturas e a diversidade cultural no âmbito da aprendizagem.
As manifestações culturais e socioculturais presentes na sociedade são
fatores que precisam ser reconhecidos, sobretudo nos ambientes escolares, visto
que nestas localidades estão presentes os sujeitos, ou seja, aprendizes que se
manifestam a partir de suas culturas. Ao falar de aprendizagem de línguas, atreladas
a questões culturais no contexto de escola pública, observa-se também a
necessidade de abordar, a partir de fontes teóricas, as questões identitárias do
aprendiz de LI, sendo que estas serão pautadas no final do embasamento teórico
deste trabalho.
O propósito da metodologia é obter o resultado de casos investigados no
decorrer de uma pesquisa, sendo assim, a maneira eficaz e coerente de chegar ao
objetivo desejado é detectar os problemas presentes nas áreas trabalhadas. Em
vista disto faz-se necessário indicar para este trabalho o método baseado na
pesquisa etnográfica, sendo que, este pretende alcançar os objetivos a partir de
observações, análises descritivas e interpretativas sobre as ações dos sujeitos
inseridos no processo de aprendizagem. E neste o estudo, será feita uma análise
sobre os fenômenos encontrados no contexto de sala de aula de Língua Inglesa.
Para melhor entender o direcionamento técnico desta investigação através do
método escolhido, faz-se necessário apontar também as questões teóricas dentro do
processo metodológico, para poder embasar a pesquisa de campo, sendo esta
indispensável para a conclusão deste estudo.
Esse trabalho está organizado em três capítulos. No primeiro serão usadas
fontes teóricas sobre a aprendizagem de inglês, a partir de uma perspectiva
Intercultural; as relações entre culturas, visando a pedagogia multiculturalista; e as
questões identitárias do aprendiz.
No segundo capítulo será apresentado o procedimento metodológico, onde
constará também o tipo de pesquisa que será classificado como: uma pesquisa
qualitativa de base etnográfica. Esta se preocupará em descrever e interpretar
12
apenas os dados investigados e quesitos básicos relacionados à realidade do
contexto de aprendizagem de LI em escola pública.
No terceiro capítulo será mostrada a análise dos dados em detalhe, colhidos
no Colégio Yêda Barradas Carneiro e no Colégio Professora Olgarina Pitangueira
Pinheiro, da rede pública de ensino, com o objetivo de verificar se há existência ou
não de certos problemas e discrepâncias encontrados em sala de aula de Língua
Inglesa.
Por fim serão apresentadas as considerações finais, tendo como base as
discussões desenvolvidas no decorrer desta pesquisa, em conformidade com a
análise dos dados obtidos na mesma.
13
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo pretende desenvolver um diálogo sobre a importância de
aprender uma língua estrangeira, abordando uma perspectiva intercultural. O
aprendiz precisa interagir com outros, por meio da linguagem e de fatores culturais,
que determinam seu padrão de vida, e podem ajudá-los no processo de
compreensão da língua, pois língua e cultura são consideradas historicamente
indissociáveis. A discussão que será feita no decorrer deste capítulo, apresentará
tópicos, estando esses interligados e vinculados na mesma ideia, que nos guiará
num caminho amplo para compreender as possíveis interações que há entre língua
e cultura, esboçando também diálogo sobre uma abordagem multiculturalista e a
consequente reconstrução identitária do aprendiz de LI.
1.1 Aprendizagem de LI: interação entre língua/cultura
Ao falar em aprendizagem de LI em tempos passados, por exemplo, no Brasil,
percebemos que método usado era o audiolingual, Mota (2005, p. 41), afirma que os
materiais utilizados priorizavam apenas atividades que transmitiam a idealização da
cultura “White Anglo Saxon Protestant (WASP)”. Através de uma análise crítica
sobre os eventos ocorridos em sala de LI, pode-se compreender e constatar que, de
certa forma, esse modelo de ensino apresentava possíveis contribuições e evolução
dos alunos, mas instigava os aprendizes de LI a fazer uso da língua sem refletir a
própria realidade. Ao passo que estes entravam em contato com outros códigos
linguísticos, criava-se uma nova identidade, porém baseadas em valores culturais
externos, não levando em consideração os próprios. Tais episódios e exercícios
enfatizavam as práticas de imitações de padrões fonológicos da língua inglesa,
buscando alcançar uma pronúncia correta, com certeza isso pode sim contribuir no
processo de aprendizagem de uma segunda língua, mas em hipótese alguma não
se pode abrir mão de uma reflexão sobre a presença das variações linguísticas no
uso da linguagem. Segundo Mota,
as práticas pedagógicas levavam, assim, à apropriação de uma nova
identidade, inculcada por valores de superioridade cultural. A sala de
aula transformava-se em uma ilha cultural de imersão no mundo do
estrangeiro, no sonho de “civilidade” do colonizador. Os alunos eram
estimulados a substituir seus nomes por equivalentes em inglês, a
imitar os discursos dos personagens dos livros ou dos filmes
14
didáticos; enfim, a transferir-se, em viagens imaginárias ou reais,
para os territórios mais “abençoados” do hemisfério Norte (MOTA
2005, p. 41).
A atenção voltada para esta modalidade de ensino/aprendizagem de língua
possibilitava grande risco aos aprendizes de LI, pois com esse seguimento eles
teriam sua identidade cultural ameaçada e ou até mesmo excluída, por fortes
pressões hegemônicas. Por isso sugere-se que ao entrar em contato com o mundo
do estrangeiro, o estudante necessita refletir e fazer comparações entre a cultura da
língua materna e a da língua alvo para que o processo de aprendizagem de LI
aconteça de forma contextualizada. Tais situações não eram consideradas, pois os
professores não demonstravam preocupações em desempenhar um trabalho eficaz
com intenção de despertar o senso crítico dos alunos, e deixavam transparecer a
forte presença de estereótipos culturais. O ensino/aprendizagem de inglês passou a
ter uma nova visão e evolução logo após a inclusão de um novo método de ensino
de LI, a partir dos anos 80, sendo esse o comunicativo. No entanto essa situação de
estereotipagem desfavorável ao processo de aprendizagem é ainda encontrada nos
tempos atuais e nas as escolas.
Língua e cultura são fatores historicamente ligados principalmente quando se
trata em aprendizagem de línguas. A cultura representa manifestações de práticas
sociais, e a língua é uma dessas manifestações em que atreladas ao um
ensino/aprendizagem da linguagem podem ser propensas ao processo de formação
do sujeito-aprendiz, que é constituído pela mesma. (HOCKETT 1958 apud GOMES
DE MATOS 2005, p. 23) afirma que a língua é considerada “o bem mais precioso da
espécie humana”. No que diz respeito a isto, é importante considerar também a ideia
de (HUMBOLDT, 1936 apud GOMES DE MATOS 2005, p. 23): “A linguagem é o
órgão formativo do pensamento”. Percebe-se, então, que esta tem suas
manifestações reveladas, seja através da escrita, de sinais e principalmente da fala,
que é eminente a representação do pensamento, e se estabelece por meios
comunicativos entre indivíduos que participam deste processo e que o materializam
a partir das trocas que acontece através da história e pela cultura.
Considerando que o ensino de língua atrelada às questões culturais é
essencial para aprendizagem e desenvolvimento dos aprendizes, entende-se que se
ao estudar línguas é preciso incorporar a Interculturalidade nos espaços de
aprendizagem da LI. Alvarez aponta que,
15
a exemplo do que vem acontecendo com os estudos desenvolvidos
em outras línguas, sobretudo a língua inglesa, no
ensino/aprendizagem de português LE/L2, também são expressivas
as contribuições de pesquisa e discussões que defendem novas
propostas de abordagens de ensino, planejamentos e materiais
didáticos cuja preocupação é o ensino da língua como cultura, ou
que adotam a interculturalidade como umas das dimensões
importantes na pedagogia de línguas (ALVAREZ, 2007, p. 134).
Ao aderir às perspectivas interculturais nos projetos pedagógicos, as escolas
tendem a recontextualizar os métodos de ensino de LI, apresentando aos
estudantes uma forma humanizadora de se relacionar e aprender, através do
diálogo da compreensão e do conhecimento de mundo. Com isto, é fácil
compreender que o processo de interculturalidade pode oferecer possibilidades para
resolução de vários problemas encontrados em ambientes escolares, distanciando-
se de uma visão conservadora, assim, como as fortes ondas hegemônicas e de
ideologias que estimulam práticas discriminatórias sobre outras culturas,
consideradas subalternas por determinadas sociedades.
Ao observar as perspectivas no ensino/aprendizagem de línguas, sem que
haja o envolvimento da cultura nesse processo, compreende-se que isto acresceria
a, dificuldade do aprendiz e até mesmo, de quem o está ensinando, pois de modo
que se aprofunda no mundo da linguagem perceber-se que há necessidade de
também observar os fatores culturais das línguas. Sendo assim, manter o contato
com outros códigos linguísticos sem que estes estejam vinculados às questões
culturais, seria algo bastante trabalhoso, vez que a cultura pode ajudar o aluno a
compreender melhor o mundo da linguagem. Porem, ao passo que se analisa o
contexto histórico de uma determinada língua, juntamente com a representação dos
aspectos culturais da mesma, percebe-se que ambas são inerentes ao processo de
aprendizagem e, neste viés, percebe-se a necessidade de incorporar os aspectos
culturais no processo de aprendizagem de línguas.
muitos autores já apresentaram possíveis discrepâncias na interação
entre língua e cultura, tratando-se de aprendizagem. Esses e muitos
autores acreditam que a relação entre língua e cultura não é tão forte
e coeso quanto parece. Eles dizem, por exemplo, que em muitos
países onde se ensina inglês como segunda língua e/ou língua
estrangeira, a ênfase maior é dada ao seu propósito técnico, ao invés
16
de seus aspectos culturais. (APPEL & MUYSKEN, 1987; HYDE,
1994; SCOVEL & SCOVEL, 1980 apud LIMA, 2009, p. 182).
Esse conceito acaba transparecendo que há possibilidade de se dominar as
habilidades da língua estrangeira sem focar a questão cultural, poderá ser
extraordinariamente possível, abordando apenas a parte técnicas de aprendizagem.
A Língua Inglesa é usada como língua materna em vários países, e por isso os
professores deparam-se com um grande desafio de auxiliar os estudantes a fazer
um relacionamento entre a realidade deles e o mundo do estrangeiro, desta forma
ele terá que escolher uma língua/cultura especifica para abordar em sala de aula de
LI. Na tentativa de driblar esses desafios, o educador precisa ter conhecimento
sobre o ensino/aprendizagem, visando um contexto global, ou seja, ensinar língua
inglesa também como língua internacional, transmitindo aos aprendizes, aspectos
interculturais e que esses embates entre língua materna e língua-alvo, possibilite aos
estudantes compreender a relação que há entre as culturas.
Há diversas apresentações e definições do termo cultura, e por ser uma
questão abrangente, a tendência é tornar-se mais complexa de ser trabalhada, em
determinadas áreas. Considerando que cada país tem sua cultura, esta se manifesta
em seus grupos e comunidades, tornando-se muitas vezes conhecida entre povos
de culturas e mundos diferentes. (BROWN, 1994 apud LIMA 2009, p. 181), “compara
cultura a uma cola que une um grupo de pessoas e determina a identidade coletiva”.
Sendo assim, os aspectos culturais podem promover a união entre pessoas e
também possibilitar a interação e a relação entre diversas culturas, que se
estabelecem através da aceitação dos indivíduos, pois aprender outra língua é
aprender sobre a cultura e o mundo do outro.
Compreende-se assim que é inviável que determinada cultura assuma
postura de superioridade diante de outras diferentes. O importante é que estas
adotem a condição de exercer a cidadania, aceitando as diferenças e conservando
uma relação aberta entre aprendizes de línguas na certeza de que os alunos tomem
consciência da importância e valorização de outras culturas, sem que a sua seja
desfavorecida e ou até esquecida.
Debates foram feitos com intenção de identificar as possíveis contribuições
que os aspectos culturais podem oferecer ao processo de ensino/aprendizagem de
LE. Um fator determinante e emergente no âmbito da aprendizagem é o de
17
incorporar a interculturalidade de forma inclusiva e cooperativa nos planos
pedagógicos das escolas públicas, buscando tornar a aprendizagem de LI
contextualizada e significativa. De acordo com Almeida Filho, a dimensão cultural,
num cenário de aprendizagem comunicativa, precisa romper fronteiras, ou seja,
[...] precisa atravessar o limite da própria cultura (e aí temos o
sentido transcultural) quando a consciência dela o permitir, e instalar-
se no intercultural que implica a reciprocidade de viver (mesmo que
temporariamente) na esfera do outro e simplesmente ter o outro
confortavelmente na nossa esfera de cultura. (ALMEIDA FILHO,
2002, p.210).
Ao passo que o aprendiz aceita essa perspectiva, ele pode adquirir a
capacidade de interagir e aprender a respeitar a diversidade cultural, aderindo a uma
condição humana de se comunicar e entrar com segurança em contato com outra
cultura, mas não inferiorizando a sua.
A Língua Inglesa vem sendo utilizada pela população mundial de maneira
abrangente. E esta ganhou espaço em várias áreas do conhecimento, sendo essas:
os meios tecnológicos, político, linguísticos, culturais e sociais. Bilhões de pessoas
estão envolvidas com essa prática, porem é necessário à elaboração de estudos e
pesquisas voltadas para a inclusão da cultura e as relações interculturais nas
práticas de ensino/aprendizagem. A ênfase é dada também, à comunicação e o
universo da linguagem humana; tais estudos realizados têm favorecido para o
desenvolvimento de uma investigação que aparece no âmbito da aprendizagem de
LE, com intenção de possibilitar maturidade no diálogo através da competência
comunicativa dos falantes.
O foco na aprendizagem intercultural apresenta evidências de alta
complexidade. Como Fennes e Hapgood (1997, p. 126) ressaltam, “não existem
fórmulas adequadas para esse tipo de ação, muito menos fórmulas mágicas, pois o
processo de aprendizagem intercultural em sala de aula é extremamente complexo
e, por isso mesmo, pouco conhecido ou de fácil predição”. Mesmo com essas
barreiras que o professor possivelmente enfrentará ao ensinar adotando uma
perspectiva intercultural, nada impede que ele a utilize esta abordagem em sala. Por
outro lado, para que haja a inserção da interculturalidade no processo de
ensino/aprendizagem de língua é necessário constante planejamento e que este
seja flexível e revisto quando possível.
18
1.2 Uma pedagogia multicultural no processo de aprendizagem de língua
estrangeira
Através dos conteúdos analisados percebe-se que a pedagogia
multicultural pode trazer contribuições e melhorias no ensino/aprendizagem
de LE. Sendo que esta oferece possibilidades que facilitam o trabalho dos
professores, através da criação de projetos pedagógicos inseridos nas
escolas, que visa o trabalho em um contexto multicultural. É provável que, no
embate entre culturas diferentes, possam ocorrer choques culturais por partes
dos envolvidos. Então cabe ao professor auxiliar os aprendizes a administrar
estes confrontos através do diálogo e compreensão, pois consequentemente
isto influenciará no desenvolvimento do senso crítico dos alunos, e abertura
para o conhecimento.
Acredita-se que o sujeito aprendiz tem capacidade de interagir de forma
pacífica, uma vez que, ele esteja inserido em um contexto de aprendizagem que
aborde também a pedagogia multicultural. Mota expõe que,
a pedagogia multicultural acredita na valorização da voz do
sujeito/professor e do sujeito/estudante, assim como no
desenvolvimento da sensibilidade de escuta às múltiplas outras
vozes, desconstruindo a polarização dos saberes e assumindo,
através do dialogismo, uma perspectiva de construção do
conhecimento de forma dialética e multidimensional (MOTA, 2005, p.
43).
Portanto, o professor deve apresentar novos olhares e perspectivas
contextualizando a realidade dos aprendizes de LI com intenção de ajudá-los a
resolverem possíveis problemas de aprendizagem de línguas encontrados em
escolas públicas.
A aprendizagem de LI, sendo analisada através de um contexto global, carece
de uma abordagem multiculturalista, que vai além dos limites da própria cultura, ou
seja, podendo desta forma trabalhar com a quebra de barreiras culturais. No
contexto do mundo pós-moderno, este assunto vem sendo discutido e é bastante
conflituoso. Visto que através da aquisição do status de línguas francas, tirando
como exemplo a língua Inglesa e Espanhola, pode ocorrer um processo de
desterritorialização e em consequência disso reterritorialização apropriada a um
procedimento dinâmico simbólico-cultural, que implica no surgimento de território
19
culturalmente mais amplo. Talvez isto cause um impacto por parte das culturas
receptoras que podem ter suas características Identitárias nacionais ameaçadas,
mas como lidar com essa situação, sendo que é inevitável o contato entre povos de
diferentes culturas no mundo.
O incremento da pedagogia multicultural ao sistema educacional da rede
pública possibilita dinamicidade ao trabalho dos professores, sendo este, sustentado
pelas oficinas pedagógicas, com o objetivo de desenvolver a consciência crítica dos
participantes desses eventos. Isso acontece a partir da observação nas crenças,
valores e atitudes dos envolvidos nesta prática, que se propaga no contexto de
aprendizagem de LE, Mota (2005). Essa perspectiva pode auxiliar os profissionais
na compreensão da cultura dos aprendizes. Nota-se que, ao passo que o professor
conhece a cultura dos estudantes, ele encontra facilidade para tratar do assunto,
uma vez que este apresenta alto grau de complexidade e, assim, possibilita grandes
desafios nas práticas em sala de aula de LI. Além disto, estes espaços jamais
devem ser considerados ou visto como vácuo. De acordo com Van Lier (1994, p. 9),
a sala de aula não existe em um vácuo, “Ela está localizada em uma instituição, em
uma sociedade e em uma cultura”.
A inserção de uma abordagem multiculturalista no ensino-aprendizagem de
LE, segundo Mota, (2005, p. 43) “pretende recontextualizar a ação transformadora
da escola, incorporando os discursos silenciados e desfavorecendo os
potencialmente silenciadores”. Crendo na capacidade e ação do professor e do
aprendiz, essa incide na valorização do diálogo entre eles e resulta na construção do
saber. Entende-se que, a importância do termo multiculturalismo é seu múltiplo
significado, este se destaca como um item importante para a inclusão da diversidade
cultural que, sobre tudo, traz um grande benefício às práticas sociais na vida do
homem. McLaren apresenta ideias que,
abrange posturas ideológicas que se configuram em quatro
tendências: a) conservadora- serve apenas como ponto de partida,
mas a meta é a assimilação, a homogeneização; b) humanista
liberal- atende grupos socialmente marginalizados, através de
projetos específicos, no sentido de promover a igualdade intelectual;
c) liberal de esquerda- fortalece as identidades culturais
marginalizadas em movimentos separatistas de exclusão da cultura
dominante; d) critico revolucionário- busca o comprometimento com
20
uma política crítica de justiça social a partir de uma agenda de
transformação, (MCLAREN, 2000, apud MOTA, 2005, p. 45).
O ensino-aprendizagem de LE necessita de uma proposta que aborda a
inclusão multicultural nos projetos pedagógicos escolares, os quais estabelecem um
vínculo com o educador e que os mantenham na condição de redimensionar seus
trabalhos, mostrando-se profissionais literalmente envolvidos com estes modelos de
ensino, e nas áreas de atividades desenvolvidas e projetadas por eles. A intenção é
que estas atividades possam trazer informações aos estudantes, sobre a
importância da consciência cultural e críticas nos ambientes escolares. O educador
profissional é um dos principais responsáveis pela transformação nos meios sociais,
por ter a capacidade inovadora de criar projetos que contribua para isso, conforme
ressalta Giroux,
[...] ao combinar a linguagem crítica com uma linguagem de
possibilidade, tais educadores podem desenvolver um projeto político
que amplie os contextos sociais e políticos nos quais atividade
pedagógica pode como parte de uma estratégia contra-hegemônica.
(GIROUX, 1997, p. 251).
No processo de aprendizagem de língua/cultura é importante enfatizar as
relações entre as culturas, partindo do ponto de vista multicultural. Há uma diferença
entre o diálogo intercultural e o multicultural, pois o primeiro aborda as relações
apenas entre duas culturas diferentes. A diferença entre esses dois termos foi
apresentada por (KRAMSCH, 1998 apud MOTA, 2005, p. 59), “na qual “intercultural”
refere-se ao encontro entre duas culturas ou grupos étnicos diferentes, enquanto
que “multicultural” refere-se à coexistência de grupos de identidades múltiplas em
uma sociedade multicultural ou aos múltiplos papéis sociais que um indivíduo
assume em várias comunidades discursivas”.
1.3 Identidades em construção
O sujeito (aprendiz) é um ser inacabado e seu processo de aprendizagem
está sempre em andamento. Portanto, ele precisa se relacionar com o outro,
encontrando neste o sentido das suas realizações, e assim ampliar seus horizontes.
Percebe-se, então, que esses fatores estão também inseridos no processo de
21
aprendizagem de LE. Brun (2005, p. 83) afirma que “a aprendizagem de uma língua
é, indubitavelmente, uma experiência pessoal que deixará traços, uma vez que ela
convida para uma nova organização dos referentes psicoculturais da identidade”.
Com isso, o contexto de aprendizagem de LE pode ser propenso a uma inerente
(Re)construção Identitária do aprendiz de segunda língua. Norton (2000, p. 5), define
identidade como a forma “como a pessoa entende sua relação com o mundo, como
essa relação é construída ao longo do tempo e do espaço, e como a pessoa
entende possibilidades para o futuro”.
Para que o dinâmico processo de (re)construção identitária do aprendiz de LI
seja compreendido com clareza, faz-se necessário observar os eventos e interações
que acontecem no decorrer das aulas de LI. Nesses ambientes nota-se o
comportamento dos estudantes diante da língua-alvo, e eles se mostram capazes de
aprender a língua, fazendo o uso da mesma através de métodos comunicativos
propostos pelo professor.
Dessa forma, a comunicação presente no contexto da sala de aula de LI é
responsável e indispensável para contribuir para o aumento da proficiência
linguística dos estudantes, e estes interagem por meio de atividades comunicativas.
Essas atividades apresentam duas dimensões relevantes no processo de
aprendizagem, sendo elas a dimensão fictícia e a dimensão teatral. A fictícia está
envolvida com o uso de atividades, e o aluno aprende a se comunicar em situações
específicas, criando personagens e mergulhando em outro mundo, o “imaginário”,
podendo ocorrer o deslizamento ao mundo real. Brun (2005, p. 87) destaca que
“assim, a aula de língua estrangeira é por natureza um espaço de ficção, uma vez
que ali a relação com o real é diferente”. Já na dimensão teatral, a aula de língua se
estabelece em três níveis: são os papéis, o drama e os tipos de interação e
atividades.
Nos eventos ocorridos em sala de LI, as funções desenvolvidas pelos
aprendizes são definidas, em partes, com nomenclaturas diferentes. Brun (2005, p.
89) diz que “o papel de co-aprendiz está associado ao estudante que exerce suas
atividades em grupos, onde ali ele aprende e ensina ao mesmo tempo, ou seja,
aprende no mesmo ambiente e com os outros.” O papel do aprendiz está atrelado às
atividades frente à aprendizagem bem como às relações que ele estabelece com a
língua.
22
Quanto ao papel do professor, este é selecionado de forma variada. Para
Postic (1990, apud BRUN 2005, p. 91) “o professor tem três funções principais:
enquadrar, informar e despertar”. Por outro lado Cicurel (1985 apud BRUN 2005, p.
91), “considera o professor como informante, animador e juiz”. Observando as
características distintas praticadas pelo educador, pode considerá-lo também como
observador, pois este deve avaliar as atividades realizadas em sala de aula com
responsabilidade, e de maneira construtiva, buscando sempre despertar o interesse
do aprendiz para os conteúdos aplicados.
Ao analisar as funções do educador, compreende-se que a forma de agir do
professor pode ajudar o aluno a se posicionar de forma crítica durante as aulas.
Esse processo pode contribuir para que aconteça uma aprendizagem significativa de
línguas, e chegar à seguinte conclusão: que os diálogos interculturais inseridos no
contexto de sala aula de LI também podem ajudar compreender e entender como se
estabelece a (re)construção identitária do aprendiz de LE. Segundo Moita Lopes
(2003 apud MENDES & ORTIZ, 2009, p. 725), “um dos principais motivos para as
discussões sobre a identidade do aprendiz são as mudanças culturais e sociais
experienciadas no mundo”.
Através das atividades desenvolvidas em sala, os aprendizes formam
discursos e, consequentemente, em meio ao processo de aquisição, estes discursos
poderão ser representados em ambientes externos; ou seja, essas práticas
discursivas estarão presentes em meio à sociedade e, a partir deste contexto, os
sujeitos poderão ser considerados falantes de segunda língua, tendo sua identidade
reconstruída através dos conhecimentos linguísticos adquiridos nos espaços
escolares.
As representações das identidades são demonstradas nos aspectos culturais
e simbólicos de determinados grupos e sociedades. Um fator culturalmente negativo
encontrado em sala de LE é o estereótipo. Uma atitude negativa cometida por um
membro de um determinado grupo pode ser atribuída a todo o grupo, a depender de
quem faz julgamento desta. Estereótipos são tomados, segundo Scollon & Scollon
(2001 apud MENDES & ORTIZ, 2009, p. 726), “como os processos pelos quais os
membros de um grupo afirmam ter as características atribuídas a todo grupo”.
Partindo do ponto de vista analítico, os professores de LI precisam agir com
preponderância nas áreas de ensino, trabalhando assim, de maneira consciente,
23
com estes fatores, não reforçando o uso destes, mas ajudando os alunos a refletir
sobre situações de estereotipagem em sala.
Os participantes de determinadas comunidades de aprendizagem de línguas
se identificam entre seus grupos e estes mantêm suas relações atreladas aos
aspectos culturais, formando ideologias manifestadas através das atitudes. Toda
cultura manifesta estereótipos e em certos pontos estes são apresentados em
propagandas, nas redes midiáticas, e também nos materiais didáticos das escolas. A
carga negativa que os estereótipos apresentam em parte não é condizente com o
contexto de aprendizagem dos alunos. Isto acaba deixando um vácuo em meio à
realidade deles. E acontece, muitas vezes, se não houver identificação por partes
dos aprendizes com as atividades que lhes são propostas, os quais acabam sendo
prejudicados no processo de aprendizagem em sala de aula.
Uma vez que as identidades são múltiplas, sua formação se estabelece
também através de contextos comunicativos e discursivos. Os ambientes e eventos
que possibilitam uma interação comunicativa de LE são fortemente dotados de
ideologias e manifestações culturais praticadas por indivíduos e, consequentemente,
essas práticas resultam na reconstrução identitária do sujeito, pois a cultura
desenvolve um caráter performativo na sociedade e este é mostrado a partir de
comportamentos e atitudes. Brun (2005, p. 93), diz que “ao entrar em contato com a
língua estrangeira, e, e simultaneamente, adquirir conhecimentos socioculturais
sobre a comunidade que a utiliza, o aprendiz é, de certo modo, obrigado a se
renovar tanto linguisticamente quanto culturalmente”. Portanto nota-se que a relação
e o envolvimento entre culturas distintas são fatores condizentes ao processo de
formação de identidade do sujeito, estes são notados também a partir do momento
em que são investigadas as manifestações interculturais na aprendizagem de
línguas.
O ensino/aprendizagem de LI vem passando por várias modificações ao longo
da sua existência, havendo a necessidade de abordagens que facilitem a
compreensão e a aquisição da língua. A abordagem comunicativa, por exemplo, tem
a capacidade de promover uma aprendizagem interativa e significativa, sendo que
há muitos outros métodos contributivos para que o aluno chegue a dominar as
habilidades linguísticas da LE. No entanto, os fatores discutidos aos quais se refere
e norteia esse trabalho também oferecem condições relevantes para a
24
aprendizagem de LI, sendo esses: abordagem intercultural, pedagogia multicultural e
as questões identitárias do aprendiz de LI. Esses fatores estão inteiramente ligados
e são importantes para a aquisição de uma LE.
25
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este trabalho foi realizado tendo por base a pesquisa etnográfica, definida
segundo Moita Lopes (1996, p. 88), como “uma descrição narrativa dos padrões
característicos da vida diária dos participantes sociais na sala de aula de línguas”.
Essa descrição nos ajuda a compreender melhor os sujeitos e os fenômenos a
serem investigados. Barros (1986, p. 73) afirma que “os fatos acontecem na
realidade, independentemente de houver ou não quem as conheça mas quando
existe um observador, a percepção que este tem dos fatos é que se chama
fenômeno”. Portanto o objetivo principal da pesquisa é analisar e considerar os
resultados coletados a partir dos problemas encontrados em sala de aula, com o
intuito de mostrar o que realmente acontece no contexto de sala de aula de LI.
2.1 Tipo de pesquisa
É importante apontar a pesquisa etnográfica como linha de análise para esse
trabalho, reconhecendo as contribuições que esta proporcionou no ato e após o
estudo. André explica que:
A etnografia é um esquema de pesquisa desenvolvido pelos
antropólogos para estudar a cultura e a sociedade. Etimologicamente
etnografia significa “descrição cultural”. Para os antropólogos, o
termo tem dois sentidos: (1) um conjunto de técnicas que eles usam
para coletar dados sobre os valores, os hábitos, as crenças, as
práticas e os comportamentos de um grupo social; e (2) um relato
escrito resultante do emprego dessas técnicas. (ANDRÉ, 1995, p.
27).
Desta forma, percebe-se a relevância de se fazer uma análise também por meio de
uma visão antropológica, sendo que, através desta há possibilidades de
compreender os meios que a análise etnográfica oferece para alcançar um
resultado coerente e significativo sobre os fenômenos pesquisados. Estes
fenômenos apresentam vários aspectos que contribuem para a conclusão de uma
determinada pesquisa, são eles: valores, crenças, hábitos, entre outros
comportamentos de um grupo social.
Foi de extrema importância à escolha da pesquisa, etnográfica, sendo esta a
mais adequada para o desenvolvimento do trabalho, uma vez que a mesma
possibilitou uma análise interpretativa, com observações nas práticas e atitudes dos
26
indivíduos presentes em sala de aula. Por isso foi utilizado o método de observação
e recolhimento de dados através de questionários, em um ambiente propício ao
ensino/aprendizagem de LI, contribuindo assim para a análise dos resultados
obtidos.
A pesquisa foi dirigida por uma abordagem qualitativa, não se atendo ao
recolhimento de dados estatísticos e quantitativos. Portanto esse estudo segue uma
linha interpretativa e descritiva sobre eventos ocorridos e observados em salas de
aulas de LI. O trabalho procurou obedecer a um modo de compreensão sobre as
dimensões apresentadas pela abordagem qualitativa e interpretativa, segundo o
caráter de suas informações.
Dessa forma, a pesquisa buscou compreender e explanar os fatos
relacionados às aulas de língua Inglesa. Para Denzin & Lincoln,
a pesquisa qualitativa envolve o estudo do uso e a coleta de uma
variedade de matérias empíricas - estudo de caso; experiência
pessoal; introspecção; história de vida; entrevista; artefatos; textos e
produção culturais; textos observacionais, históricos, interativos e
visuais.[...]. Entende-se, contudo, que cada prática garante uma
visibilidade diferente ao mundo. Logo, geralmente existe um
compromisso no sentido do emprego de mais de uma prática
interpretativa em qualquer estudo (DENZIN; LINCOLN, 2006, p. 17).
Tendo em vista esta abordagem metodológica observa-se que o foco da
pesquisa se preocupa em analisar e interpretar as atitudes do professor, e como
estas podem influenciar na aprendizagem dos alunos. Portanto, será imprescindível
observar as práticas e comportamentos dos alunos e professor em sala de aula,
uma vez que o ensino e aprendizagem são considerados processos fortemente
conjugados.
2.2 Técnicas utilizadas na pesquisa
Os dados recolhidos para o desenvolvimento e amostra da análise foram
decorrentes da observação não participante das aulas e da aplicação dos
questionários, os quais se preocuparam em tratar basicamente de situações
relacionadas ao ensino/aprendizagem de Língua Inglesa, de questões sobre a
inserção do ensino de língua/cultura nos projetos pedagógicos dos colégios de rede
27
publicas e da compreensão identitária do aprendiz no contexto de sala de aula de
LI.
A aplicação dos questionários foi realizada em dois colégios de rede pública
de Conceição do Coité - Ba: Colégio Yêda Barradas Carneiro e Professora Olgarina
Pitangueira Pinheiro. Os sujeitos responsáveis que se dispuseram em responder os
questionários foram dois professores, um de cada colégio, e quinze alunos
subdivididos entre duas turmas: 1º e 2º ano do Ensino Médio. A pesquisa tem como
objetivo principal investigar e analisar se a abordagem intercultural vem sendo
trabalhada nas salas de aula de LI, se os sujeitos envolvidos na pesquisa têm
familiaridade com essa abordagem e como esta pode ajudá-los na compreensão da
língua.
Os questionários foram aplicados da seguinte forma: em primeira instância
foram selecionados os colégios e as turmas, lembrando que antes de tudo foi
preciso ser feito um pedido de autorização prévia aos professores para a realização
da observação e da aplicabilidade dos questionários. Posteriormente, estes foram
entregues primeiramente aos professores e em seguida aos alunos, sendo
recolhidos para análise das informações coletadas. Salientando que foi necessário
retornar um dos Colégios em outra data para recolher os questionários, pois, neste
estava acontecendo avaliação.
Nesta pesquisa houve a necessidade de um prazo prolongado durante o uso
das técnicas de observação. Foram três semanas de aulas observadas pelo
pesquisador, totalizando uma carga horária de sete horas. O objetivo das
observações foi fazer as descrições dos fatos ocorridos na sala e,
consequentemente, analisar os dados obtidos; lembrando que esse processo
aconteceu obviamente com autorização e presença do professor regente em sala.
28
3 ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS
Neste capítulo será apresentado e explicado o caráter das informações dos
dados coletados durante a pesquisa, realizada nas escolas de rede pública
visitadas. Este procedimento tem a pretensão de averiguar a realidade do ensino de
LI voltado às perspectivas interculturais e se há possíveis discrepâncias em relação
a este, conforme foi explanado no procedimento metodológico.
Foram selecionadas as instituições a serem investigadas, as quais foram
nomeadas Escola 1 e Escola 2, citadas na metodologia. Portanto, serão analisados
os questionários respondidos pelos professores, e posteriormente será a vez da
amostra dos resultados dos questionários dos alunos, sendo que essa análise tem a
intenção de mostrar suas características contrastivas baseadas no referencial
teórico proposto neste projeto, a qual mostrará o perfil do ensino de LI nas escolas
de rede pública. Segue então a análise dos dados obtidos.
3.1 Análise dos Questionários dos Professores
Através da resposta fornecida pela professora da Escola 1, percebe-se que
esta tem conhecimento sobre o conteúdo questionado. Segundo ela, “uma vez que,
os fatores interculturais sejam trabalhados de forma consciente podem ajudar no
processo de aprendizagem de LI, e facilitar o trabalho docente no decorrer das
aulas”. O professor da Escola 2 explicitou sua resposta corroborando a importância
dos intercâmbios culturais e as trocas de experiências entre culturas diferentes, que
podem sim possibilitar um diálogo Intercultural por parte dos envolvidos neste
processo, sendo estes alunos e professores.
Na escola 1 a professora explanou que usa a motivação como uma das
abordagens, contribuindo para que os alunos estejam dispostos a conhecer novas
culturas e preparando estes para uma Comunicação Intercultural frente à
1) O que você entende por Interculturalidade?
2) De que forma a Interculturalidade é trabalhada nas aulas de Língua Inglesa?
29
globalização. O professor da escola 2 justificou que a Interculturalidade é trabalhada
de forma implícita, exemplificando a presença destas em vídeos, textos, aulas
expositivas e músicas, e descartou a possibilidade de se prender a perspectivas
teóricas.
A partir dessa segunda opinião, percebe-se que há uma possível discrepância
na forma de agir do professor, uma vez que este afirmou que não é necessário se
ater a questões teóricas, abordando somente a prática no curso das aulas. É
importante afirmar que, ao passo que se usa uma abordagem para por em prática
em sala, precisa-se de fontes teóricas para o sucesso desta no processo de
ensino/aprendizagem.
Neste quesito não houve resposta por parte da professora da escola 1. Já o
professor da escola 2 afirma que não vê desvantagens nesta modalidade de ensino
e justifica que a perspectiva intercultural de uma LE é primordial para a
aprendizagem. Muitos teóricos já afirmaram que há possibilidades de não se obter
muito sucesso na aprendizagem de LI, enfatizando as questões culturais.
esses e muitos autores acreditam que a relação entre língua e
cultura não é tão forte e coeso quanto parece. Eles dizem, por
exemplo, que em muitos países onde se ensina inglês como segunda
língua e/ou língua estrangeira, a ênfase maior é dada ao seu
propósito técnico, ao invés de seus aspectos culturais. (APPEL &
MUYSKEN, 1987; HYDE, 1994; SCOVEL & SCOVEL, 1980 apud
LIMA, 2009, p. 182).
Os conceitos dos autores citados acima podem apresentar verdades, mas
sabe-se que ao passo que se estuda uma língua, estuda-se também a cultura desta.
Portanto é importante considerar a ênfase no ensino de uma LE a partir dos
aspectos culturais. Uma vez que língua e cultura são fatores indissociáveis à
aprendizagem de línguas.
Nesta questão a professora da escola 1 se preocupou em sintetizar sua
resposta, apontando a Interculturalidade como um fator pluralizado presente em
vários ambientes do meio social, enquanto a pedagogia multicultural está atrelada
3) Há vantagens e desvantagens no processo de aprendizagem através do ensino de
cultura nas aulas de LI? Como você descreve?
4) Em sua opinião qual a relação que há entre Interculturalidade e uma
Pedagogia Multicultural?
30
apenas ao contexto cultural escolar, o qual pretende desafiar novas visões e práticas
do dia-a-dia.
O professor da escola 2 considera o Multiculturalismo como a coexistência de
culturas globais, sem status de cultura soberana. E acredita que a Pedagogia
Multicultural tem a capacidade de reformular significativamente as práticas
pedagógicas e curriculares de LE. Isso porque reconhecer o Inglês em sua
diversidade é incluir nos materiais didáticos assuntos que dizem respeito à muitas
outras culturas e povos que falam a língua Inglesa, um desafio para quem pretende
trabalhar com fatores interculturais em sala, enfrentando a necessidade de driblar as
imposições das culturas Britânicas e Norte-Americana.
A relação entre estes dois termos foi apresentada por (KRAMSCH, 1998 apud
MOTA, 2005, p. 59), “na qual ‘intercultural’ refere-se ao encontro entre duas culturas
ou grupos étnicos diferentes, enquanto que ‘multicultural’ refere-se à coexistência de
grupos de identidades múltiplas em uma sociedade multicultural ou aos múltiplos
papéis sociais que um indivíduo assume em várias comunidades discursivas”.
Na escola 1 a professora mencionou uma variedade de técnicas que ela usa
para motivar os alunos a aceitar e conhecer os fatores culturais presentes nas
atividades de LI. O professor da escola 2 afirmou que “a relevância está justamente
na indissociabilidade dos termos: Cultura e Língua contidos na pergunta”. Ele afirma
que o fato do docente reconhecer esse vínculo entre língua e cultura torna esta um
elemento indispensável dentro do planejamento pedagógico, mas não de forma
rígida e sim de uma maneira descontraída.
Concordando com as respectivas respostas fornecidas pelos professores é
importante assemelhar estas com a ideia de Alvarez,
a exemplo do que vem acontecendo com os estudos desenvolvidos
em outras línguas, sobretudo a língua inglesa, no
ensino/aprendizagem de português LE/L2, também são expressivas
as contribuições de pesquisa e discussões que defendem novas
propostas de abordagens de ensino, planejamentos e materiais
didáticos cuja preocupação é o ensino da língua como cultura, ou
que adotam a interculturalidade como umas das dimensões
importantes na pedagogia de línguas (ALVAREZ 2007, p. 134).
5) Cultura e Língua são dois termos considerados indissociáveis, então como o ensino
de cultura na sala de LI pode ser relevante mesmo havendo outros métodos de
ensino?
31
Na escola 1 a professora respondeu de forma sucinta a pergunta, e ela
explicou que a reconstrução identitária do sujeito-aprendiz de LI se estabelece
mediante a relação com o outro. A exposição da opinião do professor da escola 2
indica a falta de crença na reconstrução identitária do aprendiz de LI, uma vez que
ele afirma: “eu não sei se essa reconfiguração ou reconstrução identitária cultural
dos alunos se dá num ambiente precário de aprendizagem de línguas como o das
escolas públicas. Acredito que tais reconstruções identitárias se dão através de
práticas culturais como: (comer hambúrguer, frequentar academias) que se
globalizaram através da quebra de fronteiras no mundo moderno e pós-moderno”.
Na dimensão do ensino/aprendizagem de línguas, principalmente de LI, os
professores se deparam com situações extremamente difíceis de serem trabalhadas
quando se trata de questões identitárias, porém se o educador ponderar sobre o
assunto abordado provavelmente encontrará facilidade para lidar com estas
situações. Brun (2005, p. 83), afirma que “a aprendizagem de uma língua é,
indubitavelmente, uma experiência pessoal que deixará traços, uma vez que ela
convida para uma nova organização dos referentes psicoculturais da identidade”.
Entende-se então que o contexto de sala de aula de LE é por natureza um
espaço para possíveis reconstruções identitárias dos aprendizes línguas, uma vez
que, estes se expõem a uma nova identificação com o outro.
3.2 Análise dos Questionários dos Alunos
Neste quesito quase todos os alunos respondeu que Interculturalidade “é o
envolvimento de culturas diferentes e de outros países”. A partir destas respostas é
perceptível que os sujeitos envolvidos neste questionário estão cientes sobre o que
foi indagado, uma vez que o mundo intercultural se estabelece exatamente na
relação entre as diferentes culturas.
6) As identidades são múltiplas nos ambientes de aprendizagem de línguas, como o
processo de reconstrução identitária acontece nas aulas de LI?
1) O que você entende por Interculturalidade?
32
Foi possível perceber a partir das respostas dos discentes a presença da
Interculturalidade no método abordado pelos professores em sala. Alguns alunos
afirmaram que, “há textos e pesquisas relacionados a diferentes tipos de culturas”
outros responderam que “durante as aulas os assuntos nos permitem ter um diálogo
intercultural, sendo que, este é mostrado através de filmes e atividades que
envolvem outras culturas, onde o lado cultural se expressa muito”. Através das
respostas concedidas pelos alunos percebe-se que, agindo desta forma, o professor
tende a alcançar seu objetivo nas aulas de LI e ajudar o aprendiz a ter sucesso na
aprendizagem de línguas.
A ação estimulante do professor nas práticas em sala de LI é determinante
para que o aluno tenha sucesso na aquisição da língua. Em todas as amostras as
respostas dos alunos foram afirmativas e alguns deram exemplos sobre as atitudes
dos professores, onde estes afirmaram que, “eles nos mostra como funciona a
cultural inglesa, o modo de vida do outro e trazem textos sobre culturas para serem
traduzidos em aula”.
O Multiculturalismo se preocupa basicamente em estabelecer a relação,
aceitação e respeito mútuo sobre o diferente. Nesta questão os alunos expuseram
suas ideias de forma superficial e responderam que o “Multiculturalismo é o
envolvimento de varias culturas junto, onde estas podem ter costumes semelhantes”.
O termo Multiculturalismo refere-se à diversidade cultural em um determinado
ambiente; é perceptível que através das respostas concedidas pela maioria dos
alunos há a falta de conhecimento sobre o assunto, mesmo entrando em destaque
uma das respostas coerentes à pergunta, onde um dos alunos respondeu que o
“Multiculturalismo é muitas culturas ligadas uma a outra”.
2) O método trabalhado pelo professor(a) em sala envolve Interculturalidade? Como este
método é aplicado?
3) Você é estimulado pelo professor(a) a participar do mundo Intercultural nas aulas de
Língua Inglesa?
4) O que você entende por Multiculturalismo?
33
A Interculturalidade e o Multiculturalismo são termos diferentes, uma vez que
o Intercultural se preocupa em estabelecer as relações entre duas culturas ou povos,
e multiculturalismo está voltado para a tolerância e aceitação de múltiplas culturas
envolvidas entre si. Alguns alunos responderam que as ligações entre estas duas
modalidades de ensino podem ajudá-los na compreensão e no avanço do processo
de aprendizagem de LI. Outros afirmaram que “o interesse sobre certas culturas nos
faz interagir com o professor e traz resultados e benefícios para o professor e o
aluno”. A partir destas respostas percebe-se que há a possibilidade de abordar as
questões Interculturais atreladas à pedagogia multiculturalista em sala de LI, uma
vez que estas são capazes de tornar os aprendizes seres pensantes e críticos.
O processo de (re)construção identitária do aprendiz de LI se estabelece
frente à aprendizagem de línguas. Isto acontece também através do processo
Intercultural, uma vez que as relações estabelecidas com o outro são propicias à
uma nova identificação do sujeito. Todas as respostas desta questão foram
afirmativas, alguns alunos responderam que ao “obtermos conhecimentos sobre
coisas diferentes, isso pode nos ajudar na nossa identificação”.
Outros discentes corroboraram que as questões culturais podem ajudá-los
neste processo, onde eles afirmaram que, ao “colocar em prática as culturas de
outros lugares, tornam-se pessoas multiculturais”. As trocas de experiência a partir
de novas identificações podem ajudar no processo de reconstrução identitária do
aprendiz, observa-se então que não há apenas identidades únicas e sim múltiplas
identidades neste processo.
5) Em sua opinião a Interculturalidade atrelada a uma abordagem multiculturalista
possibilita resultados positivos na aprendizagem de Língua Inglesa?
6) Você acha que sua identidade pode passar por um processo de reconstrução enquanto
aprendiz? Como?
34
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de aprendizagem de Inglês vem passando por transformações no
Brasil e no mundo globalizado, e nem todos os professores trabalham a
interculturalidade nas aulas. Por outro lado, se houver a intenção e necessidade dos
educadores usar este tipo de abordagem, a sugestão é que seja levado em
consideração o cuidado no uso desta modalidade de ensino, uma vez que esta
apresenta também suas complexidades.
O uso da Interculturalidade, ainda tão pouco conhecida no âmbito da
aprendizagem de línguas, vem sendo investigada para melhor favorecer os
professores de LI. Esta abordagem não acomete aversão sobre o uso das outras,
mas é verdadeiro afirmar que o enfoque Intercultural é indispensável no contexto
escolar, visto que este apresenta relevância condizente à realidade dos aprendizes.
Diante da pesquisa realizada e da análise das respostas cedidas pelos
professores e alunos, através dos questionários, e também com o resultado das
observações, foi possível notar a presença dos aspectos culturais nos ambientes
escolares visitados e citados neste trabalho. Portanto é importante considerar o
reconhecimento destes aspectos e inseri-los nos planos pedagógicos das aulas de
LI.
Por meio das opiniões expressas pelos sujeitos participantes nesta pesquisa,
foi importante destacar o sucesso de alguns objetivos alcançados, sendo estes: a
verificação e a importância da Interculturalidade em escolas públicas, a ilustração da
aprendizagem de Inglês com foco nas relações entre culturas e consideração do
valor da Pedagogia Multicultural e a diversidade cultural nos ambientes escolares. A
partir destes pressupostos foi importante considerar um possível desdobramento no
processo de aprendizagem de inglês. Isto não convém afirmar que os problemas
presentes nos ambientes escolares foram totalmente resolvidos, mas ficou evidente
que a Interculturalidade contribuiu para o avanço da aprendizagem.
Para melhor ajudar o aprendiz na compreensão da língua, percebe-se que o
trabalho baseado na perspectiva Intercultural também contribui para que os
docentes/pesquisadores encontrem maior facilidade em compreender as possíveis
relações que há no processo de (re)construção identitária do aprendiz, que também
envolve a aprendizagem de uma LE. Desse modo, é possível afirmar que este
processo também acontece dentro do mundo Intercultural.
35
REFERÊNCIAS
ALVAREZ, Maria Luisa Ortiz; SILVA, Kleber Aparecido da (Org.). Linguística
Aplicada: Múltiplos Olhares. Brasília: Pontes, 2007.
ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Etnografia da prática escolar/ Marli Eliza
Dalmazo Afonso de André. Campinas, SP: Papirus, 1995. (Serie Prática
Pedagógica)
BARROS, Aidil Jesus Paes de.Um guia para a iniciação cientifica / Aidil Jesus
Paes de Barros, Neide Aparecida de Souza Lehfeld. – São Paulo: McGraw-Hill,
1986.
BRUN, Milena. (Re) Construção Identitária no Contexto da Aprendizagem de
Línguas estrangeiras. Salvador. Egba, 2005.
DENZIN, N. K. e LINCOLN, Y. S. (orgs). O Planejamento da pesquisa qualitativa:
teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed, 2006.
FENNES, H.; HAPGOOD, K. Intercultural learning in the classroom: crossing
borders. Londres: Cassel, 1997
GIROUX, H. Os professores como intelectuais. Porto Alegre: Artes Médicas,
1997.
GOMES DE MATOS, F. Línguas Estrangeiras, Interculturalidade e o
Desenvolvimento da Consciência Humanizadora. Salvador. Egba, 2005.
LIMA, Diógenes Candido de. (org.) Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa:
Conversas com Especialistas. São Paulo. Parábola, 2009.
MCLAREN, P. Multiculturalismo revolucionário: pedagogia do dissenso para o
novo milênio. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
MENDES, Edleise. Contextos brasileiros de Pesquisas Aplicada no âmbito da
linguagem/ Salvador: Quarteto, 2009.
MOITA LOPES, L. P. Oficina de Lingüística Aplicada: a natureza social e
educacional dos processos de ensino/aprendizagem de línguas. Campinas, Mercado
de Letras, 1996.
MOREIRA, Antônio Marcos. Teorias da aprendizagem, Segunda Ed. São Paulo,
Moraes, 1995.
MOTA, Kátia Maria Santos. Incluindo as diferenças, regatando o coletivo- novas
perspectivas multiculturais no ensino de línguas estrangeiras. Salvador: Egba, 2005.
36
NORTON, B. Identity and language learning: gender, ethnicity and educational
change. London: Pearson Education, 2000.
VAN LIER, L. some features of a theory of practice. TESOL Journal, v. 4, n. I,
Autumm 1994.
37
Apêndice A
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS XIV
Questionário aplicado aos professores
1º O que você entende por Interculturalidade?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2º De que forma a Interculturalidade é trabalhada nas aulas de Língua Inglesa?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3º Há vantagens e desvantagens no processo de aprendizagem através do ensino
de culturas nas aulas de LI? Como você descreve?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4º Em sua opinião qual a relação que há entre Interculturalidade e uma pedagogia
Multicultural?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
38
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5º Cultura e Língua são dois termos considerados indissociáveis, então como o
ensino de cultura nas aulas de LI pode ser relevante mesmo havendo outros
métodos de ensino?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6º As identidades são consideradas múltiplas nos ambientes de aprendizagens de
línguas, como o processo de reconstrução identitária acontece nas aulas de LI?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
39
Apêndice B
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS XIV
Questionário aplicado aos alunos
1º O que você entende sobre interculturalidade?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2º O método trabalhado pelo professor (a) em sala envolve a Interculturalidade?
Como esse método é aplicado?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
3º Você é estimulado pelo professor (a) a participar do mundo Intercultural nas aulas
de Língua Inglesa?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
4º O que você entende por Multiculturalismo?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
40
5º Em sua opinião a Interculturalidade atrelada a uma abordagem multiculturalista
possibilita resultados positivos na aprendizagem de Língua Inglesa?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
6º Você acha que sua identidade pode passar por um processo de reconstrução
enquanto aprendiz? Como?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________

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Monografia de Wagner Simões de Oliveira

  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS XIV CONCEIÇÃO DO COITÉ WAGNER SIMÕES DE OLIVEIRA INTERCULTURALIDADE E RECONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA NA APRENDIZAGEM DE LI EM ESCOLA PÚBLICA Conceição do Coité 2013
  • 2. WAGNER SIMÕES DE OLIVEIRA INTERCULTURALIDADE E RECONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA NA APRENDIZAGEM DE LI EM ESCOLA PÚBLICA Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final à conclusão do Curso de Licenciatura em Letras com habilitação em Inglês. Orientadora: Prof. Juliana Bastos Conceição do Coité 2013
  • 3. WAGNER SIMÕES DE OLIVEIRA Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final à conclusão do Curso de Licenciatura em Letras com habilitação em Inglês. Aprovada em: ___/___/___ Banca examinadora ________________________________________ Juliana Bastos – Orientadora Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV _________________________________________ Neila Maria Oliveira Santana Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV _________________________________________ Emanuel do Rosário Santos Nonato Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV Conceição do Coité 2013
  • 4. A minha mãe, pai e família, aos meus amigos e colegas da UNEB, Turminha 2009.1 e a minha colega Lícia Maia, Márcio Mandes, Lauro Santiago e Moisés Santos, dedico o testemunho do meu trabalho. Sempre acreditei na capacidade do ser humano de interagir de forma inteligente, e essa é razão de podermos compartilhar nossas geniosas ideais.
  • 5. AGRADECIMENTOS Quem mais conhece a criatura, se não o Criador. Agradeço primordialmente a Deus por estar me iluminando, minha mãe, pai e família pelo carinho e apoio na minha carreira acadêmica. Trilhei muitos caminhos e em meios a essas dificultosas passagens espalhei a minha esperança na certeza de chegar ao fim do inicio de uma caminhada na busca daquilo que me compraz. Recordo-me dos conselhos dos meus queridos professores, que me ajudaram na busca do saber e do conhecimento, e em meio a eles destaco os professores: Neila Santana, Letícia Telles, Emanuel Nonato, Raulino Neto e minha orientadora Juliana Bastos, que me auxiliou em todos os passos para que tudo desse certo no meu trabalho.
  • 6. “Se interculturalmente línguas queremos ensinar, respeitamos as diferenças entre culturas de lá e de cá e humanizadoramente nossos alunos saibamos tratar”. Gomes de Matos
  • 7. SUMÁRIO INTRODUÇÃO...........................................................................................................10 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................13 1.1 Aprendizagem de LI: interação entre língua/cultura.......................................13 1.2 Uma pedagogia multicultural no processo de aprendizagem de língua estrangeira................................................................................................................18 1.3 Identidade em construção.................................................................................20 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................25 2.1 Tipo de pesquisa................................................................................................25 2.2 Técnicas utilizadas na pesquisa.......................................................................26 3 ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS................................................................28 3.1 Análise dos questionários dos professores....................................................31 3.2 Análise dos questionários dos alunos.............................................................31 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................34 REFERÊNCIAS..........................................................................................................35 APÊNDICES...............................................................................................................37
  • 8. RESUMO O objetivo principal deste trabalho é considerar a importância do ensino/aprendizado do Inglês a partir de uma perspectiva Intercultural nas escolas públicas de Conceição do Coité – Bahia. Os problemas encontrados nos ambientes relacionados às aulas de língua inglesa são fatores que devem ser ponderados para que o uso de atividades descontextualizadas em aulas de LI não submetam os aprendizes ao caos da desmotivação. Porém o caráter desta pesquisa é propor, através das discussões no embasamento teórico, uma revitalização no âmbito da aprendizagem da Língua Inglesa. A metodologia proposta neste estudo apresenta informações técnicas importantes para alcançar o resultado da mesma. A pesquisa foi qualitativa de base etnográfica, uma vez que esta trata basicamente de descrever e interpretar os fatos ocorridos em sala de aula de LI. Na análise de dados consta os resultados colhidos, conforme foi citado no procedimento metodológico, desenvolvido neste trabalho, sendo que as informações contidas nesta pretendem mostrar se há a presença dos fatores interculturais, o multiculturalismo e a reconstrução identitária do aprendiz no contexto do ensino/aprendizado de Inglês nas escolas públicas. Palavras - chave: Interculturalidade. Língua. Aprendiz. Identidade.
  • 9. ABSTRACT This paper aims mainly in considering the importance of teaching / learning English from an intercultural perspective in public schools of Conceição do Coité - Bahia. The problems encountered in the environments related to English language classes are factors that must be considered so that the use of decontextualized activities in EL don't lead learners to the chaos of demotivation. However the character of this research is to propose, through discussions on theoretical basis a revitalization in the context of learning the English language. The methodology proposed in this study provides important technical information to achieve the same result. The research was qualitative having ethnographic basis, since this is basically to describe and interpret the events of the English language in a classroom set. In the analysis of the collected data the results are shown, as it was mentioned in the methodological procedure developed in this work, and the information contained here is intended to show whether there is the presence of intercultural factors, such as multiculturalism and identity reconstruction of the learner in the context of teaching / learning English in public schools. Keywords: Interculturalism. Language. Learner. Identity.
  • 10. 10 INTRODUÇÃO O caráter desta pesquisa é basicamente propor ao ensino de Inglês, maneiras de inserir uma abordagem intercultural que contemple o trabalho dos professores, e possibilite uma aprendizagem significativa, definida por Moreira (1995, p.153) “a aprendizagem significativa é um processo por meio do qual uma nova informação relaciona-se com um aspecto especificamente da estrutura de conhecimento do indivíduo”. O uso descontextualizado da gramática ou dos materiais didáticos, a falta da valorização do sujeito-aprendiz e dos aspectos culturais nas escolas públicas são fatores que têm favorecido para a desmotivação dos alunos, no que diz respeito a aprendizagem de LE. Estes e outros fatores vêm sendo discutidos por pesquisadores, com intenção de encontrar possíveis soluções dos problemas no âmbito da aprendizagem de Língua Inglesa nas unidades escolares. Este trabalho justifica-se em valorizar a aprendizagem de inglês nas unidades escolares, focando uma perspectiva Intercultural, que também acontece a partir das relações entre culturas. É importante que se aprenda uma segunda língua de forma contextualizada, com vista nisto, a interculturalidade pode contribuir para que haja aquisição de segunda língua com foco nos aspectos culturais, contextualizando a realidade dos alunos através dos conteúdos e atividades abordados em sala de aula de língua inglesa. Para nortear o andamento desta pesquisa é necessário pautar quatro objetivos importantes: Verificar a importância da interculturalidade em escola pública e a consequente reconstrução identitária do aprendiz de LI, ilustrar a importância da aprendizagem de Língua Inglesa com foco nas relações entre culturas, considerar o valor significativo de uma abordagem multiculturalista e a inclusão da diversidade cultural que compõem as aulas de Inglês e por fim, analisar o dinâmico processo de reconstrução identitária do aprendiz no contexto de sala de aula de Língua Inglesa. A comunicação de uma Língua Estrangeira (LE) também se estabelece na oportunidade do uso da mesma. Portanto são as comunidades de falantes de Inglês que agem de forma oportuna para manter o diálogo e, consequentemente, difundir a língua no mundo contemporâneo. Os aspectos culturais inerentes à aprendizagem de língua serão discutidos no âmbito desta pesquisa, e estes apresentarão a linguagem como uma manifestação cultural no meio social.
  • 11. 11 O ensino/aprendizagem de Inglês proporciona a interação dos aprendizes e, para compreender melhor a interatividade ocorrida nas aulas de Língua Inglesa, será apresentado o conceito de Pedagogia Multiculturalista, a partir das discussões teóricas no decorrer deste estudo, serão abordadas as relações entre línguas e culturas e a diversidade cultural no âmbito da aprendizagem. As manifestações culturais e socioculturais presentes na sociedade são fatores que precisam ser reconhecidos, sobretudo nos ambientes escolares, visto que nestas localidades estão presentes os sujeitos, ou seja, aprendizes que se manifestam a partir de suas culturas. Ao falar de aprendizagem de línguas, atreladas a questões culturais no contexto de escola pública, observa-se também a necessidade de abordar, a partir de fontes teóricas, as questões identitárias do aprendiz de LI, sendo que estas serão pautadas no final do embasamento teórico deste trabalho. O propósito da metodologia é obter o resultado de casos investigados no decorrer de uma pesquisa, sendo assim, a maneira eficaz e coerente de chegar ao objetivo desejado é detectar os problemas presentes nas áreas trabalhadas. Em vista disto faz-se necessário indicar para este trabalho o método baseado na pesquisa etnográfica, sendo que, este pretende alcançar os objetivos a partir de observações, análises descritivas e interpretativas sobre as ações dos sujeitos inseridos no processo de aprendizagem. E neste o estudo, será feita uma análise sobre os fenômenos encontrados no contexto de sala de aula de Língua Inglesa. Para melhor entender o direcionamento técnico desta investigação através do método escolhido, faz-se necessário apontar também as questões teóricas dentro do processo metodológico, para poder embasar a pesquisa de campo, sendo esta indispensável para a conclusão deste estudo. Esse trabalho está organizado em três capítulos. No primeiro serão usadas fontes teóricas sobre a aprendizagem de inglês, a partir de uma perspectiva Intercultural; as relações entre culturas, visando a pedagogia multiculturalista; e as questões identitárias do aprendiz. No segundo capítulo será apresentado o procedimento metodológico, onde constará também o tipo de pesquisa que será classificado como: uma pesquisa qualitativa de base etnográfica. Esta se preocupará em descrever e interpretar
  • 12. 12 apenas os dados investigados e quesitos básicos relacionados à realidade do contexto de aprendizagem de LI em escola pública. No terceiro capítulo será mostrada a análise dos dados em detalhe, colhidos no Colégio Yêda Barradas Carneiro e no Colégio Professora Olgarina Pitangueira Pinheiro, da rede pública de ensino, com o objetivo de verificar se há existência ou não de certos problemas e discrepâncias encontrados em sala de aula de Língua Inglesa. Por fim serão apresentadas as considerações finais, tendo como base as discussões desenvolvidas no decorrer desta pesquisa, em conformidade com a análise dos dados obtidos na mesma.
  • 13. 13 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo pretende desenvolver um diálogo sobre a importância de aprender uma língua estrangeira, abordando uma perspectiva intercultural. O aprendiz precisa interagir com outros, por meio da linguagem e de fatores culturais, que determinam seu padrão de vida, e podem ajudá-los no processo de compreensão da língua, pois língua e cultura são consideradas historicamente indissociáveis. A discussão que será feita no decorrer deste capítulo, apresentará tópicos, estando esses interligados e vinculados na mesma ideia, que nos guiará num caminho amplo para compreender as possíveis interações que há entre língua e cultura, esboçando também diálogo sobre uma abordagem multiculturalista e a consequente reconstrução identitária do aprendiz de LI. 1.1 Aprendizagem de LI: interação entre língua/cultura Ao falar em aprendizagem de LI em tempos passados, por exemplo, no Brasil, percebemos que método usado era o audiolingual, Mota (2005, p. 41), afirma que os materiais utilizados priorizavam apenas atividades que transmitiam a idealização da cultura “White Anglo Saxon Protestant (WASP)”. Através de uma análise crítica sobre os eventos ocorridos em sala de LI, pode-se compreender e constatar que, de certa forma, esse modelo de ensino apresentava possíveis contribuições e evolução dos alunos, mas instigava os aprendizes de LI a fazer uso da língua sem refletir a própria realidade. Ao passo que estes entravam em contato com outros códigos linguísticos, criava-se uma nova identidade, porém baseadas em valores culturais externos, não levando em consideração os próprios. Tais episódios e exercícios enfatizavam as práticas de imitações de padrões fonológicos da língua inglesa, buscando alcançar uma pronúncia correta, com certeza isso pode sim contribuir no processo de aprendizagem de uma segunda língua, mas em hipótese alguma não se pode abrir mão de uma reflexão sobre a presença das variações linguísticas no uso da linguagem. Segundo Mota, as práticas pedagógicas levavam, assim, à apropriação de uma nova identidade, inculcada por valores de superioridade cultural. A sala de aula transformava-se em uma ilha cultural de imersão no mundo do estrangeiro, no sonho de “civilidade” do colonizador. Os alunos eram estimulados a substituir seus nomes por equivalentes em inglês, a imitar os discursos dos personagens dos livros ou dos filmes
  • 14. 14 didáticos; enfim, a transferir-se, em viagens imaginárias ou reais, para os territórios mais “abençoados” do hemisfério Norte (MOTA 2005, p. 41). A atenção voltada para esta modalidade de ensino/aprendizagem de língua possibilitava grande risco aos aprendizes de LI, pois com esse seguimento eles teriam sua identidade cultural ameaçada e ou até mesmo excluída, por fortes pressões hegemônicas. Por isso sugere-se que ao entrar em contato com o mundo do estrangeiro, o estudante necessita refletir e fazer comparações entre a cultura da língua materna e a da língua alvo para que o processo de aprendizagem de LI aconteça de forma contextualizada. Tais situações não eram consideradas, pois os professores não demonstravam preocupações em desempenhar um trabalho eficaz com intenção de despertar o senso crítico dos alunos, e deixavam transparecer a forte presença de estereótipos culturais. O ensino/aprendizagem de inglês passou a ter uma nova visão e evolução logo após a inclusão de um novo método de ensino de LI, a partir dos anos 80, sendo esse o comunicativo. No entanto essa situação de estereotipagem desfavorável ao processo de aprendizagem é ainda encontrada nos tempos atuais e nas as escolas. Língua e cultura são fatores historicamente ligados principalmente quando se trata em aprendizagem de línguas. A cultura representa manifestações de práticas sociais, e a língua é uma dessas manifestações em que atreladas ao um ensino/aprendizagem da linguagem podem ser propensas ao processo de formação do sujeito-aprendiz, que é constituído pela mesma. (HOCKETT 1958 apud GOMES DE MATOS 2005, p. 23) afirma que a língua é considerada “o bem mais precioso da espécie humana”. No que diz respeito a isto, é importante considerar também a ideia de (HUMBOLDT, 1936 apud GOMES DE MATOS 2005, p. 23): “A linguagem é o órgão formativo do pensamento”. Percebe-se, então, que esta tem suas manifestações reveladas, seja através da escrita, de sinais e principalmente da fala, que é eminente a representação do pensamento, e se estabelece por meios comunicativos entre indivíduos que participam deste processo e que o materializam a partir das trocas que acontece através da história e pela cultura. Considerando que o ensino de língua atrelada às questões culturais é essencial para aprendizagem e desenvolvimento dos aprendizes, entende-se que se ao estudar línguas é preciso incorporar a Interculturalidade nos espaços de aprendizagem da LI. Alvarez aponta que,
  • 15. 15 a exemplo do que vem acontecendo com os estudos desenvolvidos em outras línguas, sobretudo a língua inglesa, no ensino/aprendizagem de português LE/L2, também são expressivas as contribuições de pesquisa e discussões que defendem novas propostas de abordagens de ensino, planejamentos e materiais didáticos cuja preocupação é o ensino da língua como cultura, ou que adotam a interculturalidade como umas das dimensões importantes na pedagogia de línguas (ALVAREZ, 2007, p. 134). Ao aderir às perspectivas interculturais nos projetos pedagógicos, as escolas tendem a recontextualizar os métodos de ensino de LI, apresentando aos estudantes uma forma humanizadora de se relacionar e aprender, através do diálogo da compreensão e do conhecimento de mundo. Com isto, é fácil compreender que o processo de interculturalidade pode oferecer possibilidades para resolução de vários problemas encontrados em ambientes escolares, distanciando- se de uma visão conservadora, assim, como as fortes ondas hegemônicas e de ideologias que estimulam práticas discriminatórias sobre outras culturas, consideradas subalternas por determinadas sociedades. Ao observar as perspectivas no ensino/aprendizagem de línguas, sem que haja o envolvimento da cultura nesse processo, compreende-se que isto acresceria a, dificuldade do aprendiz e até mesmo, de quem o está ensinando, pois de modo que se aprofunda no mundo da linguagem perceber-se que há necessidade de também observar os fatores culturais das línguas. Sendo assim, manter o contato com outros códigos linguísticos sem que estes estejam vinculados às questões culturais, seria algo bastante trabalhoso, vez que a cultura pode ajudar o aluno a compreender melhor o mundo da linguagem. Porem, ao passo que se analisa o contexto histórico de uma determinada língua, juntamente com a representação dos aspectos culturais da mesma, percebe-se que ambas são inerentes ao processo de aprendizagem e, neste viés, percebe-se a necessidade de incorporar os aspectos culturais no processo de aprendizagem de línguas. muitos autores já apresentaram possíveis discrepâncias na interação entre língua e cultura, tratando-se de aprendizagem. Esses e muitos autores acreditam que a relação entre língua e cultura não é tão forte e coeso quanto parece. Eles dizem, por exemplo, que em muitos países onde se ensina inglês como segunda língua e/ou língua estrangeira, a ênfase maior é dada ao seu propósito técnico, ao invés
  • 16. 16 de seus aspectos culturais. (APPEL & MUYSKEN, 1987; HYDE, 1994; SCOVEL & SCOVEL, 1980 apud LIMA, 2009, p. 182). Esse conceito acaba transparecendo que há possibilidade de se dominar as habilidades da língua estrangeira sem focar a questão cultural, poderá ser extraordinariamente possível, abordando apenas a parte técnicas de aprendizagem. A Língua Inglesa é usada como língua materna em vários países, e por isso os professores deparam-se com um grande desafio de auxiliar os estudantes a fazer um relacionamento entre a realidade deles e o mundo do estrangeiro, desta forma ele terá que escolher uma língua/cultura especifica para abordar em sala de aula de LI. Na tentativa de driblar esses desafios, o educador precisa ter conhecimento sobre o ensino/aprendizagem, visando um contexto global, ou seja, ensinar língua inglesa também como língua internacional, transmitindo aos aprendizes, aspectos interculturais e que esses embates entre língua materna e língua-alvo, possibilite aos estudantes compreender a relação que há entre as culturas. Há diversas apresentações e definições do termo cultura, e por ser uma questão abrangente, a tendência é tornar-se mais complexa de ser trabalhada, em determinadas áreas. Considerando que cada país tem sua cultura, esta se manifesta em seus grupos e comunidades, tornando-se muitas vezes conhecida entre povos de culturas e mundos diferentes. (BROWN, 1994 apud LIMA 2009, p. 181), “compara cultura a uma cola que une um grupo de pessoas e determina a identidade coletiva”. Sendo assim, os aspectos culturais podem promover a união entre pessoas e também possibilitar a interação e a relação entre diversas culturas, que se estabelecem através da aceitação dos indivíduos, pois aprender outra língua é aprender sobre a cultura e o mundo do outro. Compreende-se assim que é inviável que determinada cultura assuma postura de superioridade diante de outras diferentes. O importante é que estas adotem a condição de exercer a cidadania, aceitando as diferenças e conservando uma relação aberta entre aprendizes de línguas na certeza de que os alunos tomem consciência da importância e valorização de outras culturas, sem que a sua seja desfavorecida e ou até esquecida. Debates foram feitos com intenção de identificar as possíveis contribuições que os aspectos culturais podem oferecer ao processo de ensino/aprendizagem de LE. Um fator determinante e emergente no âmbito da aprendizagem é o de
  • 17. 17 incorporar a interculturalidade de forma inclusiva e cooperativa nos planos pedagógicos das escolas públicas, buscando tornar a aprendizagem de LI contextualizada e significativa. De acordo com Almeida Filho, a dimensão cultural, num cenário de aprendizagem comunicativa, precisa romper fronteiras, ou seja, [...] precisa atravessar o limite da própria cultura (e aí temos o sentido transcultural) quando a consciência dela o permitir, e instalar- se no intercultural que implica a reciprocidade de viver (mesmo que temporariamente) na esfera do outro e simplesmente ter o outro confortavelmente na nossa esfera de cultura. (ALMEIDA FILHO, 2002, p.210). Ao passo que o aprendiz aceita essa perspectiva, ele pode adquirir a capacidade de interagir e aprender a respeitar a diversidade cultural, aderindo a uma condição humana de se comunicar e entrar com segurança em contato com outra cultura, mas não inferiorizando a sua. A Língua Inglesa vem sendo utilizada pela população mundial de maneira abrangente. E esta ganhou espaço em várias áreas do conhecimento, sendo essas: os meios tecnológicos, político, linguísticos, culturais e sociais. Bilhões de pessoas estão envolvidas com essa prática, porem é necessário à elaboração de estudos e pesquisas voltadas para a inclusão da cultura e as relações interculturais nas práticas de ensino/aprendizagem. A ênfase é dada também, à comunicação e o universo da linguagem humana; tais estudos realizados têm favorecido para o desenvolvimento de uma investigação que aparece no âmbito da aprendizagem de LE, com intenção de possibilitar maturidade no diálogo através da competência comunicativa dos falantes. O foco na aprendizagem intercultural apresenta evidências de alta complexidade. Como Fennes e Hapgood (1997, p. 126) ressaltam, “não existem fórmulas adequadas para esse tipo de ação, muito menos fórmulas mágicas, pois o processo de aprendizagem intercultural em sala de aula é extremamente complexo e, por isso mesmo, pouco conhecido ou de fácil predição”. Mesmo com essas barreiras que o professor possivelmente enfrentará ao ensinar adotando uma perspectiva intercultural, nada impede que ele a utilize esta abordagem em sala. Por outro lado, para que haja a inserção da interculturalidade no processo de ensino/aprendizagem de língua é necessário constante planejamento e que este seja flexível e revisto quando possível.
  • 18. 18 1.2 Uma pedagogia multicultural no processo de aprendizagem de língua estrangeira Através dos conteúdos analisados percebe-se que a pedagogia multicultural pode trazer contribuições e melhorias no ensino/aprendizagem de LE. Sendo que esta oferece possibilidades que facilitam o trabalho dos professores, através da criação de projetos pedagógicos inseridos nas escolas, que visa o trabalho em um contexto multicultural. É provável que, no embate entre culturas diferentes, possam ocorrer choques culturais por partes dos envolvidos. Então cabe ao professor auxiliar os aprendizes a administrar estes confrontos através do diálogo e compreensão, pois consequentemente isto influenciará no desenvolvimento do senso crítico dos alunos, e abertura para o conhecimento. Acredita-se que o sujeito aprendiz tem capacidade de interagir de forma pacífica, uma vez que, ele esteja inserido em um contexto de aprendizagem que aborde também a pedagogia multicultural. Mota expõe que, a pedagogia multicultural acredita na valorização da voz do sujeito/professor e do sujeito/estudante, assim como no desenvolvimento da sensibilidade de escuta às múltiplas outras vozes, desconstruindo a polarização dos saberes e assumindo, através do dialogismo, uma perspectiva de construção do conhecimento de forma dialética e multidimensional (MOTA, 2005, p. 43). Portanto, o professor deve apresentar novos olhares e perspectivas contextualizando a realidade dos aprendizes de LI com intenção de ajudá-los a resolverem possíveis problemas de aprendizagem de línguas encontrados em escolas públicas. A aprendizagem de LI, sendo analisada através de um contexto global, carece de uma abordagem multiculturalista, que vai além dos limites da própria cultura, ou seja, podendo desta forma trabalhar com a quebra de barreiras culturais. No contexto do mundo pós-moderno, este assunto vem sendo discutido e é bastante conflituoso. Visto que através da aquisição do status de línguas francas, tirando como exemplo a língua Inglesa e Espanhola, pode ocorrer um processo de desterritorialização e em consequência disso reterritorialização apropriada a um procedimento dinâmico simbólico-cultural, que implica no surgimento de território
  • 19. 19 culturalmente mais amplo. Talvez isto cause um impacto por parte das culturas receptoras que podem ter suas características Identitárias nacionais ameaçadas, mas como lidar com essa situação, sendo que é inevitável o contato entre povos de diferentes culturas no mundo. O incremento da pedagogia multicultural ao sistema educacional da rede pública possibilita dinamicidade ao trabalho dos professores, sendo este, sustentado pelas oficinas pedagógicas, com o objetivo de desenvolver a consciência crítica dos participantes desses eventos. Isso acontece a partir da observação nas crenças, valores e atitudes dos envolvidos nesta prática, que se propaga no contexto de aprendizagem de LE, Mota (2005). Essa perspectiva pode auxiliar os profissionais na compreensão da cultura dos aprendizes. Nota-se que, ao passo que o professor conhece a cultura dos estudantes, ele encontra facilidade para tratar do assunto, uma vez que este apresenta alto grau de complexidade e, assim, possibilita grandes desafios nas práticas em sala de aula de LI. Além disto, estes espaços jamais devem ser considerados ou visto como vácuo. De acordo com Van Lier (1994, p. 9), a sala de aula não existe em um vácuo, “Ela está localizada em uma instituição, em uma sociedade e em uma cultura”. A inserção de uma abordagem multiculturalista no ensino-aprendizagem de LE, segundo Mota, (2005, p. 43) “pretende recontextualizar a ação transformadora da escola, incorporando os discursos silenciados e desfavorecendo os potencialmente silenciadores”. Crendo na capacidade e ação do professor e do aprendiz, essa incide na valorização do diálogo entre eles e resulta na construção do saber. Entende-se que, a importância do termo multiculturalismo é seu múltiplo significado, este se destaca como um item importante para a inclusão da diversidade cultural que, sobre tudo, traz um grande benefício às práticas sociais na vida do homem. McLaren apresenta ideias que, abrange posturas ideológicas que se configuram em quatro tendências: a) conservadora- serve apenas como ponto de partida, mas a meta é a assimilação, a homogeneização; b) humanista liberal- atende grupos socialmente marginalizados, através de projetos específicos, no sentido de promover a igualdade intelectual; c) liberal de esquerda- fortalece as identidades culturais marginalizadas em movimentos separatistas de exclusão da cultura dominante; d) critico revolucionário- busca o comprometimento com
  • 20. 20 uma política crítica de justiça social a partir de uma agenda de transformação, (MCLAREN, 2000, apud MOTA, 2005, p. 45). O ensino-aprendizagem de LE necessita de uma proposta que aborda a inclusão multicultural nos projetos pedagógicos escolares, os quais estabelecem um vínculo com o educador e que os mantenham na condição de redimensionar seus trabalhos, mostrando-se profissionais literalmente envolvidos com estes modelos de ensino, e nas áreas de atividades desenvolvidas e projetadas por eles. A intenção é que estas atividades possam trazer informações aos estudantes, sobre a importância da consciência cultural e críticas nos ambientes escolares. O educador profissional é um dos principais responsáveis pela transformação nos meios sociais, por ter a capacidade inovadora de criar projetos que contribua para isso, conforme ressalta Giroux, [...] ao combinar a linguagem crítica com uma linguagem de possibilidade, tais educadores podem desenvolver um projeto político que amplie os contextos sociais e políticos nos quais atividade pedagógica pode como parte de uma estratégia contra-hegemônica. (GIROUX, 1997, p. 251). No processo de aprendizagem de língua/cultura é importante enfatizar as relações entre as culturas, partindo do ponto de vista multicultural. Há uma diferença entre o diálogo intercultural e o multicultural, pois o primeiro aborda as relações apenas entre duas culturas diferentes. A diferença entre esses dois termos foi apresentada por (KRAMSCH, 1998 apud MOTA, 2005, p. 59), “na qual “intercultural” refere-se ao encontro entre duas culturas ou grupos étnicos diferentes, enquanto que “multicultural” refere-se à coexistência de grupos de identidades múltiplas em uma sociedade multicultural ou aos múltiplos papéis sociais que um indivíduo assume em várias comunidades discursivas”. 1.3 Identidades em construção O sujeito (aprendiz) é um ser inacabado e seu processo de aprendizagem está sempre em andamento. Portanto, ele precisa se relacionar com o outro, encontrando neste o sentido das suas realizações, e assim ampliar seus horizontes. Percebe-se, então, que esses fatores estão também inseridos no processo de
  • 21. 21 aprendizagem de LE. Brun (2005, p. 83) afirma que “a aprendizagem de uma língua é, indubitavelmente, uma experiência pessoal que deixará traços, uma vez que ela convida para uma nova organização dos referentes psicoculturais da identidade”. Com isso, o contexto de aprendizagem de LE pode ser propenso a uma inerente (Re)construção Identitária do aprendiz de segunda língua. Norton (2000, p. 5), define identidade como a forma “como a pessoa entende sua relação com o mundo, como essa relação é construída ao longo do tempo e do espaço, e como a pessoa entende possibilidades para o futuro”. Para que o dinâmico processo de (re)construção identitária do aprendiz de LI seja compreendido com clareza, faz-se necessário observar os eventos e interações que acontecem no decorrer das aulas de LI. Nesses ambientes nota-se o comportamento dos estudantes diante da língua-alvo, e eles se mostram capazes de aprender a língua, fazendo o uso da mesma através de métodos comunicativos propostos pelo professor. Dessa forma, a comunicação presente no contexto da sala de aula de LI é responsável e indispensável para contribuir para o aumento da proficiência linguística dos estudantes, e estes interagem por meio de atividades comunicativas. Essas atividades apresentam duas dimensões relevantes no processo de aprendizagem, sendo elas a dimensão fictícia e a dimensão teatral. A fictícia está envolvida com o uso de atividades, e o aluno aprende a se comunicar em situações específicas, criando personagens e mergulhando em outro mundo, o “imaginário”, podendo ocorrer o deslizamento ao mundo real. Brun (2005, p. 87) destaca que “assim, a aula de língua estrangeira é por natureza um espaço de ficção, uma vez que ali a relação com o real é diferente”. Já na dimensão teatral, a aula de língua se estabelece em três níveis: são os papéis, o drama e os tipos de interação e atividades. Nos eventos ocorridos em sala de LI, as funções desenvolvidas pelos aprendizes são definidas, em partes, com nomenclaturas diferentes. Brun (2005, p. 89) diz que “o papel de co-aprendiz está associado ao estudante que exerce suas atividades em grupos, onde ali ele aprende e ensina ao mesmo tempo, ou seja, aprende no mesmo ambiente e com os outros.” O papel do aprendiz está atrelado às atividades frente à aprendizagem bem como às relações que ele estabelece com a língua.
  • 22. 22 Quanto ao papel do professor, este é selecionado de forma variada. Para Postic (1990, apud BRUN 2005, p. 91) “o professor tem três funções principais: enquadrar, informar e despertar”. Por outro lado Cicurel (1985 apud BRUN 2005, p. 91), “considera o professor como informante, animador e juiz”. Observando as características distintas praticadas pelo educador, pode considerá-lo também como observador, pois este deve avaliar as atividades realizadas em sala de aula com responsabilidade, e de maneira construtiva, buscando sempre despertar o interesse do aprendiz para os conteúdos aplicados. Ao analisar as funções do educador, compreende-se que a forma de agir do professor pode ajudar o aluno a se posicionar de forma crítica durante as aulas. Esse processo pode contribuir para que aconteça uma aprendizagem significativa de línguas, e chegar à seguinte conclusão: que os diálogos interculturais inseridos no contexto de sala aula de LI também podem ajudar compreender e entender como se estabelece a (re)construção identitária do aprendiz de LE. Segundo Moita Lopes (2003 apud MENDES & ORTIZ, 2009, p. 725), “um dos principais motivos para as discussões sobre a identidade do aprendiz são as mudanças culturais e sociais experienciadas no mundo”. Através das atividades desenvolvidas em sala, os aprendizes formam discursos e, consequentemente, em meio ao processo de aquisição, estes discursos poderão ser representados em ambientes externos; ou seja, essas práticas discursivas estarão presentes em meio à sociedade e, a partir deste contexto, os sujeitos poderão ser considerados falantes de segunda língua, tendo sua identidade reconstruída através dos conhecimentos linguísticos adquiridos nos espaços escolares. As representações das identidades são demonstradas nos aspectos culturais e simbólicos de determinados grupos e sociedades. Um fator culturalmente negativo encontrado em sala de LE é o estereótipo. Uma atitude negativa cometida por um membro de um determinado grupo pode ser atribuída a todo o grupo, a depender de quem faz julgamento desta. Estereótipos são tomados, segundo Scollon & Scollon (2001 apud MENDES & ORTIZ, 2009, p. 726), “como os processos pelos quais os membros de um grupo afirmam ter as características atribuídas a todo grupo”. Partindo do ponto de vista analítico, os professores de LI precisam agir com preponderância nas áreas de ensino, trabalhando assim, de maneira consciente,
  • 23. 23 com estes fatores, não reforçando o uso destes, mas ajudando os alunos a refletir sobre situações de estereotipagem em sala. Os participantes de determinadas comunidades de aprendizagem de línguas se identificam entre seus grupos e estes mantêm suas relações atreladas aos aspectos culturais, formando ideologias manifestadas através das atitudes. Toda cultura manifesta estereótipos e em certos pontos estes são apresentados em propagandas, nas redes midiáticas, e também nos materiais didáticos das escolas. A carga negativa que os estereótipos apresentam em parte não é condizente com o contexto de aprendizagem dos alunos. Isto acaba deixando um vácuo em meio à realidade deles. E acontece, muitas vezes, se não houver identificação por partes dos aprendizes com as atividades que lhes são propostas, os quais acabam sendo prejudicados no processo de aprendizagem em sala de aula. Uma vez que as identidades são múltiplas, sua formação se estabelece também através de contextos comunicativos e discursivos. Os ambientes e eventos que possibilitam uma interação comunicativa de LE são fortemente dotados de ideologias e manifestações culturais praticadas por indivíduos e, consequentemente, essas práticas resultam na reconstrução identitária do sujeito, pois a cultura desenvolve um caráter performativo na sociedade e este é mostrado a partir de comportamentos e atitudes. Brun (2005, p. 93), diz que “ao entrar em contato com a língua estrangeira, e, e simultaneamente, adquirir conhecimentos socioculturais sobre a comunidade que a utiliza, o aprendiz é, de certo modo, obrigado a se renovar tanto linguisticamente quanto culturalmente”. Portanto nota-se que a relação e o envolvimento entre culturas distintas são fatores condizentes ao processo de formação de identidade do sujeito, estes são notados também a partir do momento em que são investigadas as manifestações interculturais na aprendizagem de línguas. O ensino/aprendizagem de LI vem passando por várias modificações ao longo da sua existência, havendo a necessidade de abordagens que facilitem a compreensão e a aquisição da língua. A abordagem comunicativa, por exemplo, tem a capacidade de promover uma aprendizagem interativa e significativa, sendo que há muitos outros métodos contributivos para que o aluno chegue a dominar as habilidades linguísticas da LE. No entanto, os fatores discutidos aos quais se refere e norteia esse trabalho também oferecem condições relevantes para a
  • 24. 24 aprendizagem de LI, sendo esses: abordagem intercultural, pedagogia multicultural e as questões identitárias do aprendiz de LI. Esses fatores estão inteiramente ligados e são importantes para a aquisição de uma LE.
  • 25. 25 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este trabalho foi realizado tendo por base a pesquisa etnográfica, definida segundo Moita Lopes (1996, p. 88), como “uma descrição narrativa dos padrões característicos da vida diária dos participantes sociais na sala de aula de línguas”. Essa descrição nos ajuda a compreender melhor os sujeitos e os fenômenos a serem investigados. Barros (1986, p. 73) afirma que “os fatos acontecem na realidade, independentemente de houver ou não quem as conheça mas quando existe um observador, a percepção que este tem dos fatos é que se chama fenômeno”. Portanto o objetivo principal da pesquisa é analisar e considerar os resultados coletados a partir dos problemas encontrados em sala de aula, com o intuito de mostrar o que realmente acontece no contexto de sala de aula de LI. 2.1 Tipo de pesquisa É importante apontar a pesquisa etnográfica como linha de análise para esse trabalho, reconhecendo as contribuições que esta proporcionou no ato e após o estudo. André explica que: A etnografia é um esquema de pesquisa desenvolvido pelos antropólogos para estudar a cultura e a sociedade. Etimologicamente etnografia significa “descrição cultural”. Para os antropólogos, o termo tem dois sentidos: (1) um conjunto de técnicas que eles usam para coletar dados sobre os valores, os hábitos, as crenças, as práticas e os comportamentos de um grupo social; e (2) um relato escrito resultante do emprego dessas técnicas. (ANDRÉ, 1995, p. 27). Desta forma, percebe-se a relevância de se fazer uma análise também por meio de uma visão antropológica, sendo que, através desta há possibilidades de compreender os meios que a análise etnográfica oferece para alcançar um resultado coerente e significativo sobre os fenômenos pesquisados. Estes fenômenos apresentam vários aspectos que contribuem para a conclusão de uma determinada pesquisa, são eles: valores, crenças, hábitos, entre outros comportamentos de um grupo social. Foi de extrema importância à escolha da pesquisa, etnográfica, sendo esta a mais adequada para o desenvolvimento do trabalho, uma vez que a mesma possibilitou uma análise interpretativa, com observações nas práticas e atitudes dos
  • 26. 26 indivíduos presentes em sala de aula. Por isso foi utilizado o método de observação e recolhimento de dados através de questionários, em um ambiente propício ao ensino/aprendizagem de LI, contribuindo assim para a análise dos resultados obtidos. A pesquisa foi dirigida por uma abordagem qualitativa, não se atendo ao recolhimento de dados estatísticos e quantitativos. Portanto esse estudo segue uma linha interpretativa e descritiva sobre eventos ocorridos e observados em salas de aulas de LI. O trabalho procurou obedecer a um modo de compreensão sobre as dimensões apresentadas pela abordagem qualitativa e interpretativa, segundo o caráter de suas informações. Dessa forma, a pesquisa buscou compreender e explanar os fatos relacionados às aulas de língua Inglesa. Para Denzin & Lincoln, a pesquisa qualitativa envolve o estudo do uso e a coleta de uma variedade de matérias empíricas - estudo de caso; experiência pessoal; introspecção; história de vida; entrevista; artefatos; textos e produção culturais; textos observacionais, históricos, interativos e visuais.[...]. Entende-se, contudo, que cada prática garante uma visibilidade diferente ao mundo. Logo, geralmente existe um compromisso no sentido do emprego de mais de uma prática interpretativa em qualquer estudo (DENZIN; LINCOLN, 2006, p. 17). Tendo em vista esta abordagem metodológica observa-se que o foco da pesquisa se preocupa em analisar e interpretar as atitudes do professor, e como estas podem influenciar na aprendizagem dos alunos. Portanto, será imprescindível observar as práticas e comportamentos dos alunos e professor em sala de aula, uma vez que o ensino e aprendizagem são considerados processos fortemente conjugados. 2.2 Técnicas utilizadas na pesquisa Os dados recolhidos para o desenvolvimento e amostra da análise foram decorrentes da observação não participante das aulas e da aplicação dos questionários, os quais se preocuparam em tratar basicamente de situações relacionadas ao ensino/aprendizagem de Língua Inglesa, de questões sobre a inserção do ensino de língua/cultura nos projetos pedagógicos dos colégios de rede
  • 27. 27 publicas e da compreensão identitária do aprendiz no contexto de sala de aula de LI. A aplicação dos questionários foi realizada em dois colégios de rede pública de Conceição do Coité - Ba: Colégio Yêda Barradas Carneiro e Professora Olgarina Pitangueira Pinheiro. Os sujeitos responsáveis que se dispuseram em responder os questionários foram dois professores, um de cada colégio, e quinze alunos subdivididos entre duas turmas: 1º e 2º ano do Ensino Médio. A pesquisa tem como objetivo principal investigar e analisar se a abordagem intercultural vem sendo trabalhada nas salas de aula de LI, se os sujeitos envolvidos na pesquisa têm familiaridade com essa abordagem e como esta pode ajudá-los na compreensão da língua. Os questionários foram aplicados da seguinte forma: em primeira instância foram selecionados os colégios e as turmas, lembrando que antes de tudo foi preciso ser feito um pedido de autorização prévia aos professores para a realização da observação e da aplicabilidade dos questionários. Posteriormente, estes foram entregues primeiramente aos professores e em seguida aos alunos, sendo recolhidos para análise das informações coletadas. Salientando que foi necessário retornar um dos Colégios em outra data para recolher os questionários, pois, neste estava acontecendo avaliação. Nesta pesquisa houve a necessidade de um prazo prolongado durante o uso das técnicas de observação. Foram três semanas de aulas observadas pelo pesquisador, totalizando uma carga horária de sete horas. O objetivo das observações foi fazer as descrições dos fatos ocorridos na sala e, consequentemente, analisar os dados obtidos; lembrando que esse processo aconteceu obviamente com autorização e presença do professor regente em sala.
  • 28. 28 3 ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS Neste capítulo será apresentado e explicado o caráter das informações dos dados coletados durante a pesquisa, realizada nas escolas de rede pública visitadas. Este procedimento tem a pretensão de averiguar a realidade do ensino de LI voltado às perspectivas interculturais e se há possíveis discrepâncias em relação a este, conforme foi explanado no procedimento metodológico. Foram selecionadas as instituições a serem investigadas, as quais foram nomeadas Escola 1 e Escola 2, citadas na metodologia. Portanto, serão analisados os questionários respondidos pelos professores, e posteriormente será a vez da amostra dos resultados dos questionários dos alunos, sendo que essa análise tem a intenção de mostrar suas características contrastivas baseadas no referencial teórico proposto neste projeto, a qual mostrará o perfil do ensino de LI nas escolas de rede pública. Segue então a análise dos dados obtidos. 3.1 Análise dos Questionários dos Professores Através da resposta fornecida pela professora da Escola 1, percebe-se que esta tem conhecimento sobre o conteúdo questionado. Segundo ela, “uma vez que, os fatores interculturais sejam trabalhados de forma consciente podem ajudar no processo de aprendizagem de LI, e facilitar o trabalho docente no decorrer das aulas”. O professor da Escola 2 explicitou sua resposta corroborando a importância dos intercâmbios culturais e as trocas de experiências entre culturas diferentes, que podem sim possibilitar um diálogo Intercultural por parte dos envolvidos neste processo, sendo estes alunos e professores. Na escola 1 a professora explanou que usa a motivação como uma das abordagens, contribuindo para que os alunos estejam dispostos a conhecer novas culturas e preparando estes para uma Comunicação Intercultural frente à 1) O que você entende por Interculturalidade? 2) De que forma a Interculturalidade é trabalhada nas aulas de Língua Inglesa?
  • 29. 29 globalização. O professor da escola 2 justificou que a Interculturalidade é trabalhada de forma implícita, exemplificando a presença destas em vídeos, textos, aulas expositivas e músicas, e descartou a possibilidade de se prender a perspectivas teóricas. A partir dessa segunda opinião, percebe-se que há uma possível discrepância na forma de agir do professor, uma vez que este afirmou que não é necessário se ater a questões teóricas, abordando somente a prática no curso das aulas. É importante afirmar que, ao passo que se usa uma abordagem para por em prática em sala, precisa-se de fontes teóricas para o sucesso desta no processo de ensino/aprendizagem. Neste quesito não houve resposta por parte da professora da escola 1. Já o professor da escola 2 afirma que não vê desvantagens nesta modalidade de ensino e justifica que a perspectiva intercultural de uma LE é primordial para a aprendizagem. Muitos teóricos já afirmaram que há possibilidades de não se obter muito sucesso na aprendizagem de LI, enfatizando as questões culturais. esses e muitos autores acreditam que a relação entre língua e cultura não é tão forte e coeso quanto parece. Eles dizem, por exemplo, que em muitos países onde se ensina inglês como segunda língua e/ou língua estrangeira, a ênfase maior é dada ao seu propósito técnico, ao invés de seus aspectos culturais. (APPEL & MUYSKEN, 1987; HYDE, 1994; SCOVEL & SCOVEL, 1980 apud LIMA, 2009, p. 182). Os conceitos dos autores citados acima podem apresentar verdades, mas sabe-se que ao passo que se estuda uma língua, estuda-se também a cultura desta. Portanto é importante considerar a ênfase no ensino de uma LE a partir dos aspectos culturais. Uma vez que língua e cultura são fatores indissociáveis à aprendizagem de línguas. Nesta questão a professora da escola 1 se preocupou em sintetizar sua resposta, apontando a Interculturalidade como um fator pluralizado presente em vários ambientes do meio social, enquanto a pedagogia multicultural está atrelada 3) Há vantagens e desvantagens no processo de aprendizagem através do ensino de cultura nas aulas de LI? Como você descreve? 4) Em sua opinião qual a relação que há entre Interculturalidade e uma Pedagogia Multicultural?
  • 30. 30 apenas ao contexto cultural escolar, o qual pretende desafiar novas visões e práticas do dia-a-dia. O professor da escola 2 considera o Multiculturalismo como a coexistência de culturas globais, sem status de cultura soberana. E acredita que a Pedagogia Multicultural tem a capacidade de reformular significativamente as práticas pedagógicas e curriculares de LE. Isso porque reconhecer o Inglês em sua diversidade é incluir nos materiais didáticos assuntos que dizem respeito à muitas outras culturas e povos que falam a língua Inglesa, um desafio para quem pretende trabalhar com fatores interculturais em sala, enfrentando a necessidade de driblar as imposições das culturas Britânicas e Norte-Americana. A relação entre estes dois termos foi apresentada por (KRAMSCH, 1998 apud MOTA, 2005, p. 59), “na qual ‘intercultural’ refere-se ao encontro entre duas culturas ou grupos étnicos diferentes, enquanto que ‘multicultural’ refere-se à coexistência de grupos de identidades múltiplas em uma sociedade multicultural ou aos múltiplos papéis sociais que um indivíduo assume em várias comunidades discursivas”. Na escola 1 a professora mencionou uma variedade de técnicas que ela usa para motivar os alunos a aceitar e conhecer os fatores culturais presentes nas atividades de LI. O professor da escola 2 afirmou que “a relevância está justamente na indissociabilidade dos termos: Cultura e Língua contidos na pergunta”. Ele afirma que o fato do docente reconhecer esse vínculo entre língua e cultura torna esta um elemento indispensável dentro do planejamento pedagógico, mas não de forma rígida e sim de uma maneira descontraída. Concordando com as respectivas respostas fornecidas pelos professores é importante assemelhar estas com a ideia de Alvarez, a exemplo do que vem acontecendo com os estudos desenvolvidos em outras línguas, sobretudo a língua inglesa, no ensino/aprendizagem de português LE/L2, também são expressivas as contribuições de pesquisa e discussões que defendem novas propostas de abordagens de ensino, planejamentos e materiais didáticos cuja preocupação é o ensino da língua como cultura, ou que adotam a interculturalidade como umas das dimensões importantes na pedagogia de línguas (ALVAREZ 2007, p. 134). 5) Cultura e Língua são dois termos considerados indissociáveis, então como o ensino de cultura na sala de LI pode ser relevante mesmo havendo outros métodos de ensino?
  • 31. 31 Na escola 1 a professora respondeu de forma sucinta a pergunta, e ela explicou que a reconstrução identitária do sujeito-aprendiz de LI se estabelece mediante a relação com o outro. A exposição da opinião do professor da escola 2 indica a falta de crença na reconstrução identitária do aprendiz de LI, uma vez que ele afirma: “eu não sei se essa reconfiguração ou reconstrução identitária cultural dos alunos se dá num ambiente precário de aprendizagem de línguas como o das escolas públicas. Acredito que tais reconstruções identitárias se dão através de práticas culturais como: (comer hambúrguer, frequentar academias) que se globalizaram através da quebra de fronteiras no mundo moderno e pós-moderno”. Na dimensão do ensino/aprendizagem de línguas, principalmente de LI, os professores se deparam com situações extremamente difíceis de serem trabalhadas quando se trata de questões identitárias, porém se o educador ponderar sobre o assunto abordado provavelmente encontrará facilidade para lidar com estas situações. Brun (2005, p. 83), afirma que “a aprendizagem de uma língua é, indubitavelmente, uma experiência pessoal que deixará traços, uma vez que ela convida para uma nova organização dos referentes psicoculturais da identidade”. Entende-se então que o contexto de sala de aula de LE é por natureza um espaço para possíveis reconstruções identitárias dos aprendizes línguas, uma vez que, estes se expõem a uma nova identificação com o outro. 3.2 Análise dos Questionários dos Alunos Neste quesito quase todos os alunos respondeu que Interculturalidade “é o envolvimento de culturas diferentes e de outros países”. A partir destas respostas é perceptível que os sujeitos envolvidos neste questionário estão cientes sobre o que foi indagado, uma vez que o mundo intercultural se estabelece exatamente na relação entre as diferentes culturas. 6) As identidades são múltiplas nos ambientes de aprendizagem de línguas, como o processo de reconstrução identitária acontece nas aulas de LI? 1) O que você entende por Interculturalidade?
  • 32. 32 Foi possível perceber a partir das respostas dos discentes a presença da Interculturalidade no método abordado pelos professores em sala. Alguns alunos afirmaram que, “há textos e pesquisas relacionados a diferentes tipos de culturas” outros responderam que “durante as aulas os assuntos nos permitem ter um diálogo intercultural, sendo que, este é mostrado através de filmes e atividades que envolvem outras culturas, onde o lado cultural se expressa muito”. Através das respostas concedidas pelos alunos percebe-se que, agindo desta forma, o professor tende a alcançar seu objetivo nas aulas de LI e ajudar o aprendiz a ter sucesso na aprendizagem de línguas. A ação estimulante do professor nas práticas em sala de LI é determinante para que o aluno tenha sucesso na aquisição da língua. Em todas as amostras as respostas dos alunos foram afirmativas e alguns deram exemplos sobre as atitudes dos professores, onde estes afirmaram que, “eles nos mostra como funciona a cultural inglesa, o modo de vida do outro e trazem textos sobre culturas para serem traduzidos em aula”. O Multiculturalismo se preocupa basicamente em estabelecer a relação, aceitação e respeito mútuo sobre o diferente. Nesta questão os alunos expuseram suas ideias de forma superficial e responderam que o “Multiculturalismo é o envolvimento de varias culturas junto, onde estas podem ter costumes semelhantes”. O termo Multiculturalismo refere-se à diversidade cultural em um determinado ambiente; é perceptível que através das respostas concedidas pela maioria dos alunos há a falta de conhecimento sobre o assunto, mesmo entrando em destaque uma das respostas coerentes à pergunta, onde um dos alunos respondeu que o “Multiculturalismo é muitas culturas ligadas uma a outra”. 2) O método trabalhado pelo professor(a) em sala envolve Interculturalidade? Como este método é aplicado? 3) Você é estimulado pelo professor(a) a participar do mundo Intercultural nas aulas de Língua Inglesa? 4) O que você entende por Multiculturalismo?
  • 33. 33 A Interculturalidade e o Multiculturalismo são termos diferentes, uma vez que o Intercultural se preocupa em estabelecer as relações entre duas culturas ou povos, e multiculturalismo está voltado para a tolerância e aceitação de múltiplas culturas envolvidas entre si. Alguns alunos responderam que as ligações entre estas duas modalidades de ensino podem ajudá-los na compreensão e no avanço do processo de aprendizagem de LI. Outros afirmaram que “o interesse sobre certas culturas nos faz interagir com o professor e traz resultados e benefícios para o professor e o aluno”. A partir destas respostas percebe-se que há a possibilidade de abordar as questões Interculturais atreladas à pedagogia multiculturalista em sala de LI, uma vez que estas são capazes de tornar os aprendizes seres pensantes e críticos. O processo de (re)construção identitária do aprendiz de LI se estabelece frente à aprendizagem de línguas. Isto acontece também através do processo Intercultural, uma vez que as relações estabelecidas com o outro são propicias à uma nova identificação do sujeito. Todas as respostas desta questão foram afirmativas, alguns alunos responderam que ao “obtermos conhecimentos sobre coisas diferentes, isso pode nos ajudar na nossa identificação”. Outros discentes corroboraram que as questões culturais podem ajudá-los neste processo, onde eles afirmaram que, ao “colocar em prática as culturas de outros lugares, tornam-se pessoas multiculturais”. As trocas de experiência a partir de novas identificações podem ajudar no processo de reconstrução identitária do aprendiz, observa-se então que não há apenas identidades únicas e sim múltiplas identidades neste processo. 5) Em sua opinião a Interculturalidade atrelada a uma abordagem multiculturalista possibilita resultados positivos na aprendizagem de Língua Inglesa? 6) Você acha que sua identidade pode passar por um processo de reconstrução enquanto aprendiz? Como?
  • 34. 34 CONSIDERAÇÕES FINAIS O processo de aprendizagem de Inglês vem passando por transformações no Brasil e no mundo globalizado, e nem todos os professores trabalham a interculturalidade nas aulas. Por outro lado, se houver a intenção e necessidade dos educadores usar este tipo de abordagem, a sugestão é que seja levado em consideração o cuidado no uso desta modalidade de ensino, uma vez que esta apresenta também suas complexidades. O uso da Interculturalidade, ainda tão pouco conhecida no âmbito da aprendizagem de línguas, vem sendo investigada para melhor favorecer os professores de LI. Esta abordagem não acomete aversão sobre o uso das outras, mas é verdadeiro afirmar que o enfoque Intercultural é indispensável no contexto escolar, visto que este apresenta relevância condizente à realidade dos aprendizes. Diante da pesquisa realizada e da análise das respostas cedidas pelos professores e alunos, através dos questionários, e também com o resultado das observações, foi possível notar a presença dos aspectos culturais nos ambientes escolares visitados e citados neste trabalho. Portanto é importante considerar o reconhecimento destes aspectos e inseri-los nos planos pedagógicos das aulas de LI. Por meio das opiniões expressas pelos sujeitos participantes nesta pesquisa, foi importante destacar o sucesso de alguns objetivos alcançados, sendo estes: a verificação e a importância da Interculturalidade em escolas públicas, a ilustração da aprendizagem de Inglês com foco nas relações entre culturas e consideração do valor da Pedagogia Multicultural e a diversidade cultural nos ambientes escolares. A partir destes pressupostos foi importante considerar um possível desdobramento no processo de aprendizagem de inglês. Isto não convém afirmar que os problemas presentes nos ambientes escolares foram totalmente resolvidos, mas ficou evidente que a Interculturalidade contribuiu para o avanço da aprendizagem. Para melhor ajudar o aprendiz na compreensão da língua, percebe-se que o trabalho baseado na perspectiva Intercultural também contribui para que os docentes/pesquisadores encontrem maior facilidade em compreender as possíveis relações que há no processo de (re)construção identitária do aprendiz, que também envolve a aprendizagem de uma LE. Desse modo, é possível afirmar que este processo também acontece dentro do mundo Intercultural.
  • 35. 35 REFERÊNCIAS ALVAREZ, Maria Luisa Ortiz; SILVA, Kleber Aparecido da (Org.). Linguística Aplicada: Múltiplos Olhares. Brasília: Pontes, 2007. ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Etnografia da prática escolar/ Marli Eliza Dalmazo Afonso de André. Campinas, SP: Papirus, 1995. (Serie Prática Pedagógica) BARROS, Aidil Jesus Paes de.Um guia para a iniciação cientifica / Aidil Jesus Paes de Barros, Neide Aparecida de Souza Lehfeld. – São Paulo: McGraw-Hill, 1986. BRUN, Milena. (Re) Construção Identitária no Contexto da Aprendizagem de Línguas estrangeiras. Salvador. Egba, 2005. DENZIN, N. K. e LINCOLN, Y. S. (orgs). O Planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed, 2006. FENNES, H.; HAPGOOD, K. Intercultural learning in the classroom: crossing borders. Londres: Cassel, 1997 GIROUX, H. Os professores como intelectuais. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. GOMES DE MATOS, F. Línguas Estrangeiras, Interculturalidade e o Desenvolvimento da Consciência Humanizadora. Salvador. Egba, 2005. LIMA, Diógenes Candido de. (org.) Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa: Conversas com Especialistas. São Paulo. Parábola, 2009. MCLAREN, P. Multiculturalismo revolucionário: pedagogia do dissenso para o novo milênio. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. MENDES, Edleise. Contextos brasileiros de Pesquisas Aplicada no âmbito da linguagem/ Salvador: Quarteto, 2009. MOITA LOPES, L. P. Oficina de Lingüística Aplicada: a natureza social e educacional dos processos de ensino/aprendizagem de línguas. Campinas, Mercado de Letras, 1996. MOREIRA, Antônio Marcos. Teorias da aprendizagem, Segunda Ed. São Paulo, Moraes, 1995. MOTA, Kátia Maria Santos. Incluindo as diferenças, regatando o coletivo- novas perspectivas multiculturais no ensino de línguas estrangeiras. Salvador: Egba, 2005.
  • 36. 36 NORTON, B. Identity and language learning: gender, ethnicity and educational change. London: Pearson Education, 2000. VAN LIER, L. some features of a theory of practice. TESOL Journal, v. 4, n. I, Autumm 1994.
  • 37. 37 Apêndice A UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS XIV Questionário aplicado aos professores 1º O que você entende por Interculturalidade? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2º De que forma a Interculturalidade é trabalhada nas aulas de Língua Inglesa? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3º Há vantagens e desvantagens no processo de aprendizagem através do ensino de culturas nas aulas de LI? Como você descreve? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4º Em sua opinião qual a relação que há entre Interculturalidade e uma pedagogia Multicultural? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________
  • 38. 38 ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5º Cultura e Língua são dois termos considerados indissociáveis, então como o ensino de cultura nas aulas de LI pode ser relevante mesmo havendo outros métodos de ensino? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6º As identidades são consideradas múltiplas nos ambientes de aprendizagens de línguas, como o processo de reconstrução identitária acontece nas aulas de LI? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________
  • 39. 39 Apêndice B UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS XIV Questionário aplicado aos alunos 1º O que você entende sobre interculturalidade? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 2º O método trabalhado pelo professor (a) em sala envolve a Interculturalidade? Como esse método é aplicado? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 3º Você é estimulado pelo professor (a) a participar do mundo Intercultural nas aulas de Língua Inglesa? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 4º O que você entende por Multiculturalismo? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________
  • 40. 40 5º Em sua opinião a Interculturalidade atrelada a uma abordagem multiculturalista possibilita resultados positivos na aprendizagem de Língua Inglesa? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 6º Você acha que sua identidade pode passar por um processo de reconstrução enquanto aprendiz? Como? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________