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Andre Bazin, "0 Mito do Cinema Total", in 0 que e o                                        II
cinema, Lisboa, Livros Horizonte, 1993, pp23-26
                                                                       0 MITO DO CINEMA TOTAL 1

                                                          0 que a lettura do adminivellivro de Georges Sadoul sobre
                                                      as origens do cinema2 revela paradoxalmente e, apesar do
                                                      ponto de vista marxista do Autor, o sentido de uma invcrsao
                                                      das relayoes entre a evoluyao econ6mica e tecnica e a
                                                      imaginayao dos investigadore!l. Tudo me parece passar-se
                                                      como se se devesse inverler aqui a causalidade hist6rica que vai
                                                      da infra-estrutura economica as superstrutras ideol6gicas e
                                                      considerar as descobertas tecnicas fundamentais como aciden-
                                                      tes felizes e favoniveis, mas essencialmente secundarios em
                                                      relayao a ideia previa dos mvenlores. 0 cinema e urn fen6meno
                                                      idealista. A ideia que o homem faz dele Ja eXJstia completa-
                                                      mente estruturada no seu cerebro, como no ceu plat6nico, e
                                                      que nos causa admirayao e muito mais a resistencia tenaz da
                                                                                                                    o)
                                                      materia aideia do que as sugestoes da tecnica a imaginayaO do
                                                      investigador.
                                                          Do mesmo modo no cinema quase nada deve ao espirito
                                                      cientifico. Qs seus pais nao sao sabios (excepyao para Marey,
                                                      embora seja significative que este se interessasse apenas pela
                                                      analise do movimento, e absolutamente nada pelo proce~so

                                                         1
                                                             Extracto de Critique, 1946.     .
                                                         2
                                                             L 'lnvemiofl du Cinema, tomo J. Ed . Denoel.
U - - - - - - - - - - - - - - - - - 0 que i. o Cinema?             0 Mito do Cinema Tot a l - - - - - -- -- - -- -- - 25

inverso que permitia recompo-lo). Ate mesmo Ediso~ nao e no
fundo mais do que urn habilidoso de genio, urn gtgante dos
concursos Lepine. Niepce, Muybridge, Leroy, Joly, Demeny e
o proprio Louis Lumiere sao uns mo~o.maniacos, ':Ins lou?~s
uns habilidosos ou, na melhor das h1poteses, uns mdustna1s
engenhosos. Quanto ao maravilhoso, ~o sublim: E. Reynaud,
quem nao ve que os seus desenhos arumados sao. o resultad~
da persegui~ao tenaz de uma ideia fixa? Sena uma rna
aprecia~o da descoberta do cinema falar das des?Obertas
 tecrucas que o permitiram. Uma realiza~ao aproxunada e
complicada da ideia precede qua~e..sempre a desc?ber:a
 industrial que pode apenas poss1bthtar a sua aplica~ao
 pratica. Assim, se hoje nos parece evid~nte que o . cinema,
 mesmo sob a sua forma mais elementar, tmha necess1dade de                     Cronofotografia de J. E. Marey. Marcha militar.
 utilizar urn suporte transparente, flexivel e resistente e urna
 emulsao sensivel seca, capaz de tomar uma imagem instanta-        de um zootropio desde a antiguidade, mas sao oeste caso os
 nea (o res to nao passa de arranjos mecarucos ~m menos            t abalhos de urn verdadeiro sabio, Plateau, a origem das
 complicados que urn rel6gio do seculo XVIII), ~enfica-se que      mllltiplas inveo~oes mecaoicas que permitiram 0 uso popular
 todas as etapas decisivas da inven~ao do cmema f~ram              da sua descoberta. Enquanto para o cinema fotografico nos
 franqueadas antes dessas condi~oes estarem preench1das.           podemos admirar que a descoberta tenha precedido de
 Muybridge, gra~s a fantasia dispendiosa d~ ~ ama~or de            qualquer modo as condi~oes tecnicas indispensaveis a sua
 cavalos, consegue em 1877 e 1880 constltUir ~ menso               realiza~ao, seria precise explicar neste caso como, pelo
 complexo que lhe permitira impressionar, com a tmagem de          contrario, com todas as condi~oes reunidas desde ha muito
  urn cavalo a galope, a primeira serie cinematografica. ?r~,      (a persistencia retiniana era um fenomeno muito conhecido),
  para obter este resultado, teve de contentar-se co,m colod~o     esta inveo9aO tenha levado tanto tempo a eclodir. Nao sera
  hfunido sobre chapa de vidro (ou seja, uma so das tres           talvez imitil fazer notar que, sem qualquer rela9ao cientifica-
  condi~oes essenciais: instantaneidade, emulsao. seca e suporte   mente necessaria, os trabalhos de Plateau sao mais ou menos
  flexivel). Apos a descoberta em 1880 do gelatmo-brometo de       contemporaneos dos de Nicephore Niepce, como se a atenyao
  prata, mas antes do aparecimento d~s primeiras b~das de          dos investigadores tivesse, durante seculos, esperado para se
  celuloide no comercio, Marey constrmu com a su~ espmgarda        interessarem pela sintese do mpvimento para que a Quimica
  fotografica uma verdadeira camara de chapas d.~ v1dro. E~fi~,    - totalmente iodependeote da Optica - se interessasse por seu
  mesmo depois da existencia do fllme de celul01de, o propno       lado pela flxa~ao automatica da imagem3 . lnsisto no facto de
  Lumiere tenta primeiro utilizar pelicula de papel.
      S6 consideraremos aqui a forma definitiva e completa do          3
  cinema fotogrlifico. A sintese de movimentos elementares               Os frescos e os baixos-relevos egipcios testemunham mais uma
                                                                   vontade de an:ilise do movimento do que a sua sintese. Quanto aos
 cientificamente estudados pela primeira vez por Plateau, nao      aut6matos do seculo A'VTII estao para o cmema como a pinrura para a
  tinha nenhuma necessidade do desenvolvimento industrial e        fotografia . Seja como for, e mesmo que os aut6matos prefigurem desde
 economico do seculo XIX. Como justamente faz notar G.             Descartes e Pascal as maquinas do seculo XIX. fazem-no so do mesmo modo
  Sadoul, oada se opunha a realiza~o de um fenacistiscopio ou      que as aparencias enganadoras (trompe l'oeif) pictoricas testemunham urn
2 6 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 0 que eo Cinema?                         0 Mito do Cinema T o t a l - - - - - - - - - - - - - - - - 2 7

que esta coincidencia bist6rica nao pode de modo algum ser                        reportagem fotografica sobre Chevreul, dizia: «0 meu sonho e
explicada pela evolu9ao cientifica, econ6mica ou industrial. 0                    ve~ a f~tografia registar ~s atit~des e as alte!ayoes da
cinema fotogd.fico bern podia ter-se debru9ado, por volta de                     fisi?nOmla de urn orador a med1da que o fonografo vai
1890, sobre o fenaristic6pio inventado ja desde o seculo XVI.                    regtstando as suas palavras» (Fevereiro de 1887). E se a cor
0 atraso na inven9ao deste e tao inexplicavel como a existencia                  nao e ainda evocada, e porq ue as primeiras experiencias da
dos precursores daquele.                                                          t~cron;ua sa.o realizadas mais tarde. No en tanto, E. Reynaud ja
     Porem, se examinarmos agora de mais perto esses                             ha mUlto pmtava as suas figurinhas e os primeiros filmes de
trabalhos, o sentido da sua investiga9ao tal como transp~ece                     Melies sao coloridos a pincel. Abundam os textos mais ou
nos pr6prios aparelhos e, mais indubitavelmente, nos escntos e                   menos delirantes, em que os inventores evocam nada 'menos do
comentarios que os acompanham, verificaremos que estes                           que esse cinema integral que da a completa ilusao da vida de
precursores eram bern mais uns profetas. Queimando as                            que a4lda hoje estamos Ionge, e e conhecida aquela passagem
etapas, das quais a primeira era materia~ente intra?sponi-                       de L'Eve Future onde Villiers de !'Isle-Adam dois anos antes
vel , a maioria deles visava directamente mats Ionge, po1s a sua                 de Edison iniciar as suas primeiras investiga9oes sobre a
 imagina9ao identificava a ideia cinematografica como uma                        f~t?grafia animada, descreve esta fantastica criayao: «. .. a
 representa9ao total e integral da realidade, considerando de~de                 vtsao, figura transparente miraculosamente fotocromada
 logo a restitui9ao de uma perfeita ilusao do mundo extenor                      danyava com ~m vestido coberto de lantejoulas uma especi~
 como som, a core o relevo.                                                      de dan9a mex1cana popular. Os movimentos confundiam-se
      Quante a este ultimo aspecto, 0 relevo, urn historiador do                com os movimentos da propria vida, grayas ao processo da
 cinema, F. Potoniee, chegou mesmo a sustentar que <<nao foi a                   fotografia sucessiva que pode fixar os movimentos sobre
 descoberta da fotografia mas ada estereoscopia (introduzida                    vidros microsc6picos reflectidos em seguida por urn potente
 no comercio pouco antes dos primeiros ensaios de fotografia                    lampasc6pio ... De repente, uma voz fina e afectada uma voz
 animada, em 1851) que abriu os olhos aos investigadores.                       idiota e desafinada faz-se ouvir. A danyarina cantaroiava o seu
  Fixando as personagens im6veis no espa9o, os fot6grafos                       fandango».
  aperceberam-se que lhes faltava o movimento para obterem a                         ~ n:lto director da inv~nyao do cinema e pois a inteira
  imagem da vida e a c6pia fiel da natureza». Em todo o caso,                   reahzayao daquele que domtna confusamente todas as tecrucas
  nao houve inventor que nao procurasse reunir 0 som ou 0                       d~ reprodu~o mecanica da realidade que ~pareceram no
  relevo a anima9aO da imagem. Quer seja Edison, cujo                           seculo XIX, desde a fotografia ao fon6grafo. E o do realismo
  kinetosc6pio individual seria acoplado a urn fon6grafo de                     integral, a recriayao do mundo asua imagem, uma imagem na
  auscultadores, quer Demeny com os seus retratos falantes, ou                  qual nao era ponderada a hip6tese da liberdade de
  mesmo Nadar que, pouco tempo antes de realizar a primeira                     int~rpretayao do arti~ta nem a irreversibilidade do tempo. Se
                                                                                o cmema ao nascer nao teve logo todas as virtudes do cinema
 gosto exacerbado da semclbanya. Contudo, a tecnica da aparencia                total do futuro, foi contra vontade sua e somente porque as
 enganadora nao fez avantyar a 6ptica nem a quimica fotogratica, apenas se      suas fadas eram tecnicamente incapazes de lhas conceder oao
 linutou, se se pode dtzer, a macaquei-las por antectpayao.                     obstante os seus desejos.                                   '
      De resto, tal como o nome indica, a cstetica do trompe l'oeil do seculo        Seas origens de uma arte deixam perceber qualquer coisa
 XVlll reside mais na tlusao do que no realtsmo. ou seJa, mais na mentira que
 na verdade. Uma estatua pintada numa parede deve parecer poisada num           da sua essencia, e perrnitido considerar o cinema mudo e o
 soco no espas:o. Em certa medida, era tambem a isso que visava o cinem.a no    cinema sonoro como etapas de urn desenvolvimento tecnico
 principio, mas esta funyao enganadora depressa cede Iugar a urn reahsmo        que realiza aos poucos o mito original dos investigadores.
 ontogenetico (cf Ontologia da Imagem Fotogrtifica).                            Nesta perspectiva, compreende-se como e absurdo ver no
2 8 : - - - - - - - - - - - - - - - -- - 0 quee o Cinema?            0 Mito do Cmema T o r a l - - - - - - - - -- - -- --29
  I

cinema mudo urna especie de perfei~o primitiva de que se             que. com toda a evidencia, as precedem. Assim o velho mito de
afasta cada vez mais o realisrno do some da cor. 0 primado da        lcaro teve de esperar 0 motor da explosao para descer do ceu
imagem e hist6rica e tecnicamente acidental, a nostalgia que         platoniciano. Mas ja existia na alma de todo o homem desdc
alguns ainda mantem pelo mutismo do ecra nao remonta ate             que ele contemplava o passaro. Em certa medida, pode dizer-se
muito Ionge na inf'ancia da 71 Arte, os verdadeiros primitives       o mesmo do cinema, mas o seus avatares ate ao s6culo XIX
do cinema, aqueles que s6 tern existido na imagina~ao de             nao tern senao uma rela~o longinqua com aquela em que hoje
algumas dezenas de homens do seculo XIX, sao pela im.ita~ao          participamos e que foi a promotora do aparecimento das artes
integral da natureza. Todos os aperfeiyoamentos que o cinema         mecarucas que caracterizam o mundo contemporaneo.
alcanya s6 o aproximam assim paradoxalmente das suas
origens. 0 cinema ainda nao esta inventado!
    Seria pois mais inverter, pelo menos sob o ponto de vista
psicol6gico, a ordem concreta da causalidade do que colocar
as descobertas cientificas ou tecnicas industriais, que terao urn
tao grande Iugar no desenvolvimento do cinema, no principio
da sua invenpio. Aqueles que menos confian~ tiveram no
futuro do cinema como Arte, ou mesmo como indtistria, sao
precisamente os dois industriais Edison e Lumiere. Edison
contentou-se com o seu kinetoscopio individual e se Lumiere
muito judiciosamente recusou a venda da sua patente a Melies,
foi porque pensava sem duvida vir a ter mais lucros
explorando-o ele proprio, mas como um brinquedo de que o
publico estaria um dia enfastiado. Quanto aos verdadeiros
sabios, como Marey. s6 acidentalmente serviram o cinema:
tinham outros objectives mais precisos em mira com o qual
ficaram satisfeitos assim que o alcan~ram. Os faoaticos, os
maniacos, os pioneiros desinteressados, capazes como Bernard
Palissy de queimar os seus m6veis por alguns segundos de
imagens vacilantes, nao sao industriais nem sabios mas
possesses da sua imagina~ao. Se o cinema nasceu, deve-se        a
convergencia da sua obsessao; isto e, de um mito, o do cinema
total. Assim explica tanto a demora na aplica~o 6ptica da
descoberta da persistencia retiniana por Plateau, como o
constante ava~~o da sintese do movimento nas tecnicas
fotograficas. E que uns e outros sao dominados pela
imagina~o do seculo. De certo que se encontrariam sem
duvida outros exemplos na bist6ria das tecnicas e das
inven¢es, da convergencia das investiga¢es, mas e preciso
distinguir aquelas que resultam precisamente da evoluyao
cientifica e das necessidades industriais (ou militares), daquelas

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André Bazin, O Mito do Cinema Total‏

  • 1. Andre Bazin, "0 Mito do Cinema Total", in 0 que e o II cinema, Lisboa, Livros Horizonte, 1993, pp23-26 0 MITO DO CINEMA TOTAL 1 0 que a lettura do adminivellivro de Georges Sadoul sobre as origens do cinema2 revela paradoxalmente e, apesar do ponto de vista marxista do Autor, o sentido de uma invcrsao das relayoes entre a evoluyao econ6mica e tecnica e a imaginayao dos investigadore!l. Tudo me parece passar-se como se se devesse inverler aqui a causalidade hist6rica que vai da infra-estrutura economica as superstrutras ideol6gicas e considerar as descobertas tecnicas fundamentais como aciden- tes felizes e favoniveis, mas essencialmente secundarios em relayao a ideia previa dos mvenlores. 0 cinema e urn fen6meno idealista. A ideia que o homem faz dele Ja eXJstia completa- mente estruturada no seu cerebro, como no ceu plat6nico, e que nos causa admirayao e muito mais a resistencia tenaz da o) materia aideia do que as sugestoes da tecnica a imaginayaO do investigador. Do mesmo modo no cinema quase nada deve ao espirito cientifico. Qs seus pais nao sao sabios (excepyao para Marey, embora seja significative que este se interessasse apenas pela analise do movimento, e absolutamente nada pelo proce~so 1 Extracto de Critique, 1946. . 2 L 'lnvemiofl du Cinema, tomo J. Ed . Denoel.
  • 2. U - - - - - - - - - - - - - - - - - 0 que i. o Cinema? 0 Mito do Cinema Tot a l - - - - - -- -- - -- -- - 25 inverso que permitia recompo-lo). Ate mesmo Ediso~ nao e no fundo mais do que urn habilidoso de genio, urn gtgante dos concursos Lepine. Niepce, Muybridge, Leroy, Joly, Demeny e o proprio Louis Lumiere sao uns mo~o.maniacos, ':Ins lou?~s uns habilidosos ou, na melhor das h1poteses, uns mdustna1s engenhosos. Quanto ao maravilhoso, ~o sublim: E. Reynaud, quem nao ve que os seus desenhos arumados sao. o resultad~ da persegui~ao tenaz de uma ideia fixa? Sena uma rna aprecia~o da descoberta do cinema falar das des?Obertas tecrucas que o permitiram. Uma realiza~ao aproxunada e complicada da ideia precede qua~e..sempre a desc?ber:a industrial que pode apenas poss1bthtar a sua aplica~ao pratica. Assim, se hoje nos parece evid~nte que o . cinema, mesmo sob a sua forma mais elementar, tmha necess1dade de Cronofotografia de J. E. Marey. Marcha militar. utilizar urn suporte transparente, flexivel e resistente e urna emulsao sensivel seca, capaz de tomar uma imagem instanta- de um zootropio desde a antiguidade, mas sao oeste caso os nea (o res to nao passa de arranjos mecarucos ~m menos t abalhos de urn verdadeiro sabio, Plateau, a origem das complicados que urn rel6gio do seculo XVIII), ~enfica-se que mllltiplas inveo~oes mecaoicas que permitiram 0 uso popular todas as etapas decisivas da inven~ao do cmema f~ram da sua descoberta. Enquanto para o cinema fotografico nos franqueadas antes dessas condi~oes estarem preench1das. podemos admirar que a descoberta tenha precedido de Muybridge, gra~s a fantasia dispendiosa d~ ~ ama~or de qualquer modo as condi~oes tecnicas indispensaveis a sua cavalos, consegue em 1877 e 1880 constltUir ~ menso realiza~ao, seria precise explicar neste caso como, pelo complexo que lhe permitira impressionar, com a tmagem de contrario, com todas as condi~oes reunidas desde ha muito urn cavalo a galope, a primeira serie cinematografica. ?r~, (a persistencia retiniana era um fenomeno muito conhecido), para obter este resultado, teve de contentar-se co,m colod~o esta inveo9aO tenha levado tanto tempo a eclodir. Nao sera hfunido sobre chapa de vidro (ou seja, uma so das tres talvez imitil fazer notar que, sem qualquer rela9ao cientifica- condi~oes essenciais: instantaneidade, emulsao. seca e suporte mente necessaria, os trabalhos de Plateau sao mais ou menos flexivel). Apos a descoberta em 1880 do gelatmo-brometo de contemporaneos dos de Nicephore Niepce, como se a atenyao prata, mas antes do aparecimento d~s primeiras b~das de dos investigadores tivesse, durante seculos, esperado para se celuloide no comercio, Marey constrmu com a su~ espmgarda interessarem pela sintese do mpvimento para que a Quimica fotografica uma verdadeira camara de chapas d.~ v1dro. E~fi~, - totalmente iodependeote da Optica - se interessasse por seu mesmo depois da existencia do fllme de celul01de, o propno lado pela flxa~ao automatica da imagem3 . lnsisto no facto de Lumiere tenta primeiro utilizar pelicula de papel. S6 consideraremos aqui a forma definitiva e completa do 3 cinema fotogrlifico. A sintese de movimentos elementares Os frescos e os baixos-relevos egipcios testemunham mais uma vontade de an:ilise do movimento do que a sua sintese. Quanto aos cientificamente estudados pela primeira vez por Plateau, nao aut6matos do seculo A'VTII estao para o cmema como a pinrura para a tinha nenhuma necessidade do desenvolvimento industrial e fotografia . Seja como for, e mesmo que os aut6matos prefigurem desde economico do seculo XIX. Como justamente faz notar G. Descartes e Pascal as maquinas do seculo XIX. fazem-no so do mesmo modo Sadoul, oada se opunha a realiza~o de um fenacistiscopio ou que as aparencias enganadoras (trompe l'oeif) pictoricas testemunham urn
  • 3. 2 6 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 0 que eo Cinema? 0 Mito do Cinema T o t a l - - - - - - - - - - - - - - - - 2 7 que esta coincidencia bist6rica nao pode de modo algum ser reportagem fotografica sobre Chevreul, dizia: «0 meu sonho e explicada pela evolu9ao cientifica, econ6mica ou industrial. 0 ve~ a f~tografia registar ~s atit~des e as alte!ayoes da cinema fotogd.fico bern podia ter-se debru9ado, por volta de fisi?nOmla de urn orador a med1da que o fonografo vai 1890, sobre o fenaristic6pio inventado ja desde o seculo XVI. regtstando as suas palavras» (Fevereiro de 1887). E se a cor 0 atraso na inven9ao deste e tao inexplicavel como a existencia nao e ainda evocada, e porq ue as primeiras experiencias da dos precursores daquele. t~cron;ua sa.o realizadas mais tarde. No en tanto, E. Reynaud ja Porem, se examinarmos agora de mais perto esses ha mUlto pmtava as suas figurinhas e os primeiros filmes de trabalhos, o sentido da sua investiga9ao tal como transp~ece Melies sao coloridos a pincel. Abundam os textos mais ou nos pr6prios aparelhos e, mais indubitavelmente, nos escntos e menos delirantes, em que os inventores evocam nada 'menos do comentarios que os acompanham, verificaremos que estes que esse cinema integral que da a completa ilusao da vida de precursores eram bern mais uns profetas. Queimando as que a4lda hoje estamos Ionge, e e conhecida aquela passagem etapas, das quais a primeira era materia~ente intra?sponi- de L'Eve Future onde Villiers de !'Isle-Adam dois anos antes vel , a maioria deles visava directamente mats Ionge, po1s a sua de Edison iniciar as suas primeiras investiga9oes sobre a imagina9ao identificava a ideia cinematografica como uma f~t?grafia animada, descreve esta fantastica criayao: «. .. a representa9ao total e integral da realidade, considerando de~de vtsao, figura transparente miraculosamente fotocromada logo a restitui9ao de uma perfeita ilusao do mundo extenor danyava com ~m vestido coberto de lantejoulas uma especi~ como som, a core o relevo. de dan9a mex1cana popular. Os movimentos confundiam-se Quante a este ultimo aspecto, 0 relevo, urn historiador do com os movimentos da propria vida, grayas ao processo da cinema, F. Potoniee, chegou mesmo a sustentar que <<nao foi a fotografia sucessiva que pode fixar os movimentos sobre descoberta da fotografia mas ada estereoscopia (introduzida vidros microsc6picos reflectidos em seguida por urn potente no comercio pouco antes dos primeiros ensaios de fotografia lampasc6pio ... De repente, uma voz fina e afectada uma voz animada, em 1851) que abriu os olhos aos investigadores. idiota e desafinada faz-se ouvir. A danyarina cantaroiava o seu Fixando as personagens im6veis no espa9o, os fot6grafos fandango». aperceberam-se que lhes faltava o movimento para obterem a ~ n:lto director da inv~nyao do cinema e pois a inteira imagem da vida e a c6pia fiel da natureza». Em todo o caso, reahzayao daquele que domtna confusamente todas as tecrucas nao houve inventor que nao procurasse reunir 0 som ou 0 d~ reprodu~o mecanica da realidade que ~pareceram no relevo a anima9aO da imagem. Quer seja Edison, cujo seculo XIX, desde a fotografia ao fon6grafo. E o do realismo kinetosc6pio individual seria acoplado a urn fon6grafo de integral, a recriayao do mundo asua imagem, uma imagem na auscultadores, quer Demeny com os seus retratos falantes, ou qual nao era ponderada a hip6tese da liberdade de mesmo Nadar que, pouco tempo antes de realizar a primeira int~rpretayao do arti~ta nem a irreversibilidade do tempo. Se o cmema ao nascer nao teve logo todas as virtudes do cinema gosto exacerbado da semclbanya. Contudo, a tecnica da aparencia total do futuro, foi contra vontade sua e somente porque as enganadora nao fez avantyar a 6ptica nem a quimica fotogratica, apenas se suas fadas eram tecnicamente incapazes de lhas conceder oao linutou, se se pode dtzer, a macaquei-las por antectpayao. obstante os seus desejos. ' De resto, tal como o nome indica, a cstetica do trompe l'oeil do seculo Seas origens de uma arte deixam perceber qualquer coisa XVlll reside mais na tlusao do que no realtsmo. ou seJa, mais na mentira que na verdade. Uma estatua pintada numa parede deve parecer poisada num da sua essencia, e perrnitido considerar o cinema mudo e o soco no espas:o. Em certa medida, era tambem a isso que visava o cinem.a no cinema sonoro como etapas de urn desenvolvimento tecnico principio, mas esta funyao enganadora depressa cede Iugar a urn reahsmo que realiza aos poucos o mito original dos investigadores. ontogenetico (cf Ontologia da Imagem Fotogrtifica). Nesta perspectiva, compreende-se como e absurdo ver no
  • 4. 2 8 : - - - - - - - - - - - - - - - -- - 0 quee o Cinema? 0 Mito do Cmema T o r a l - - - - - - - - -- - -- --29 I cinema mudo urna especie de perfei~o primitiva de que se que. com toda a evidencia, as precedem. Assim o velho mito de afasta cada vez mais o realisrno do some da cor. 0 primado da lcaro teve de esperar 0 motor da explosao para descer do ceu imagem e hist6rica e tecnicamente acidental, a nostalgia que platoniciano. Mas ja existia na alma de todo o homem desdc alguns ainda mantem pelo mutismo do ecra nao remonta ate que ele contemplava o passaro. Em certa medida, pode dizer-se muito Ionge na inf'ancia da 71 Arte, os verdadeiros primitives o mesmo do cinema, mas o seus avatares ate ao s6culo XIX do cinema, aqueles que s6 tern existido na imagina~ao de nao tern senao uma rela~o longinqua com aquela em que hoje algumas dezenas de homens do seculo XIX, sao pela im.ita~ao participamos e que foi a promotora do aparecimento das artes integral da natureza. Todos os aperfeiyoamentos que o cinema mecarucas que caracterizam o mundo contemporaneo. alcanya s6 o aproximam assim paradoxalmente das suas origens. 0 cinema ainda nao esta inventado! Seria pois mais inverter, pelo menos sob o ponto de vista psicol6gico, a ordem concreta da causalidade do que colocar as descobertas cientificas ou tecnicas industriais, que terao urn tao grande Iugar no desenvolvimento do cinema, no principio da sua invenpio. Aqueles que menos confian~ tiveram no futuro do cinema como Arte, ou mesmo como indtistria, sao precisamente os dois industriais Edison e Lumiere. Edison contentou-se com o seu kinetoscopio individual e se Lumiere muito judiciosamente recusou a venda da sua patente a Melies, foi porque pensava sem duvida vir a ter mais lucros explorando-o ele proprio, mas como um brinquedo de que o publico estaria um dia enfastiado. Quanto aos verdadeiros sabios, como Marey. s6 acidentalmente serviram o cinema: tinham outros objectives mais precisos em mira com o qual ficaram satisfeitos assim que o alcan~ram. Os faoaticos, os maniacos, os pioneiros desinteressados, capazes como Bernard Palissy de queimar os seus m6veis por alguns segundos de imagens vacilantes, nao sao industriais nem sabios mas possesses da sua imagina~ao. Se o cinema nasceu, deve-se a convergencia da sua obsessao; isto e, de um mito, o do cinema total. Assim explica tanto a demora na aplica~o 6ptica da descoberta da persistencia retiniana por Plateau, como o constante ava~~o da sintese do movimento nas tecnicas fotograficas. E que uns e outros sao dominados pela imagina~o do seculo. De certo que se encontrariam sem duvida outros exemplos na bist6ria das tecnicas e das inven¢es, da convergencia das investiga¢es, mas e preciso distinguir aquelas que resultam precisamente da evoluyao cientifica e das necessidades industriais (ou militares), daquelas