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BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
E. COSTA MACEDO
NOME COMPLETO Eduardo
da
Costa Macedo
NASCIMENTO 15 de novembro de
1859, Favaios, Alijó
MORTE 20 de maio de 1916
(57 anos)
Santo Tirso
NACIONALIDADE PORTUGUÊS
OCUPAÇÃO Poeta, Escritor,
Advogado, Publicista
Biografia
Nasceu em 1859 em Favaios, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, em
Portugal, foi o segundo filho de António Roberto Álvares da Costa1
, homem de
figura elegante2
e de Maria do Carmo de Macedo.
Eduardo da Costa Macedo, na altura dos estudos, do quinto ano de
escolaridade, foi para a cidade do Porto, levado a cavalo, pelo seu tio materno,
Pedro de Macedo, proprietário, viticultor no Douro e negociante de vinhos, que
tinha uma casa na cidade do Porto, e outra em Vila Nova de Gaia, aí
permaneceu até ao último ciclo de escolaridade.
Em 1879, E. Costa Macedo colabora com Teófilo Braga, José Caldas, Xavier
Pinheiro, Alberto Carlos, Mateus Peres, Angelina Vidal, A. Feijó, Nunes
Azevedo, J. Leite de Vasconcelos (A dor de Camões, poesia); Abel Acácio
(Génese de Camões, poesia); Ferreira de Brito, Maximiliano Lemos Júnior e
1
António Roberto Álvares da Costa – Co-Senhor da Quinta de Malvedos e Sobrados
2
O ARAUTO – Semanário Regionalista e de Cultura – Dois Transmontanos – Trindade Coelho e Costa
Macedo
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
outros, na revista «Mocidade3
», revista académica, lançada para comemorar o
tricentenário. Porto, imprensa Internacional de Ferreira de Brito & Monteiro. 8ª
maior. Com o retrato de Camões. Mais tarde na typografia Occidental, Rua da
Fábrica, n.º 86 e edita o seu primeiro livro «A Caridade», pequeno romance, o
qual o dedica ao seu querido tio, que o acolheu:
«Meu extremoso Tio – A V. S.ª, cheio de caridade e amor, a
alma florida guiada pelo caminho do céu, coração repleto de
afectos como cofre de flores que não mirram nem desmaiam
vim por este caminho de abre olhos com a oferta que um
espírito sem luz pude formar e enviar-lhe.
Muita das habilidades deve a sí existir para V. S.ª porque eu
sei o grande consolo da alma carinhosa que recebe pela
virtude um protesto de gratidão.
Por esta forma cumpri um dever que é também a tradução do
mais brilhante sentimento que possuo.
Posso já assegurar que V. S.ª verterá duas lágrimas nesta
florzinha singela; primeiro a deixei eu orvalhada, são duas
provas que reúnem. Da mesma forma a vontade divina obrou
o enlace eterno entre o meu e seu coração. Adeus!»
Em 1880 Eduardo da Costa Macedo ingressa na lista dos Poetas Portugueses,
convidado pela Comissão Literária iniciadora da Sociedade Nacional
Camoniana, Presidida pelo Conde Samodães. A 10 de Junho, do mesmo ano,
nas comemorações do tricentenário (1580-1880), da morte do filho de Ana Sá
de Macedo, Luís Vaz de Camões (56 anos), recita no Teatro Nacional de S.
João, na cidade do Porto, homenageia, com poesias de sua autoria.
«Eia, ao trabalho, à luta heroica, Humanidade!
É preciso roçar a frente pelo Céu,
É preciso rasgar de ponta a ponta o véu
Que envolve aquele azul, brilhante claridade.
É preciso vencer das trevas o escarcéu
É preciso subir até ao Sol, que há-de
Rolar-se pelo Céu, - ardente divindade,
E fazer ressurgir aquilo que morreu.
3
«A Mocidade - Revista Académica Litterária Bi-mensal. Porto (Typografia Occidental/Imprensa
Internacional de Ferreira de Brito & Monteiro) 1879 - 1880. Foram publicados 4 números onde
participaram Augusto Brochado (de Valbom) como Director Literário, Gomes Leal, Fialho D´Almeida,
Queiroz Veloso, Gaspar de Lemos, Almeida Chaves, Ernesto Pires, J. Pessanha (de Mirandela),
Xavier de Carvalho, Abílio Maia (do Porto), Rodrigues de Freitas, Joaquim D´Araújo (do Porto),
Camilo Claudino (de Lamego)), Nunes D´Azevedo (de Braga)), J.R. Cunha Amorim (do Porto),
Cristóvão Aires, Maximiano Lemos Júnior (médico, do Porto), Bruno (Sampaio Bruno), Óscar Serra
e D. Maria do Pilar Bandeira Osório»
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
Se subirmos um dia à quele azul clemente,
Se vagarmos por lá consoladoramente,
Havemos de folhear o livro do infinito…
Talvez que se veja em letras cintilantes
Gravado aquele nome entre outros de gigantes:
- O nome de CAMÕES talvez lá esteja escrito!»
No dia seguinte, no antigo Palácio de Cristal, na continuação das
comemorações do centenário MDCXXX-MDCCCLXXX de Camões, às oito e
meia da noite. Na nave central. No sarau literário4
, depois da sinfonia do
Hipólito Ribas e do discurso do Conselheiro Tomás Ribeiro, Ministro de Estado
honorário, sócio efetivo da academia real das ciências, E. da Costa Macedo
recita o poema «Camões», da sua autoria:
Ilustração 2 - Antigo Palácio de Cristal - Porto - Portugal
CAMÕES5
I
«Naquela alma pura e rutilante
Guiada pelos ventos do destino
Havia um eixo de amor, - harpa distante.
Já ouvia cantar ao longe o hino
Sagrado do futuro; o triunfante
Chamava à sua pátria – a sua amante,
Lendo o Céu como um livro sublime,
4
DIoccionario – BIBLIOGRAFICO PORTUGUES – Estudos de INNOCENCIO FRANCISCO DA SILVA aplicáveis
a Portugal e ao Brazil continuados e ampliados por BRITO ARANHA, em virtude de contrato celebrado
com governo Portuguez; TOMO XV (8º do suplemento) – LISBOA – IMPRENSA NACIONAL – M DCCC L
XXX VIII, pp 111
5
Slideshare – NOBILEM NOMINE
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
Entra no Paço e a nova luz o banha
De uns olhos fulgurantes, luz estranha
Que lhe torna os seus dias.
Não há ainda no azul um traço escuro:
Como é belo sonhar… ver o futuro
Banhado de clarões e de harmonias!
II
Ele saúda o sol – astro bendito
No meio dessa lúcida grandeza
Que rege do seu trono a natureza,
Tendo o poder em toda a parte escrito.
E sobre o mar, sonhando nova empresa,
Se a saudade lhe leva o peito aflito,
Acompanha-o das ondas fundo grito
E a Lua no seu manto de tristeza.
Voltam-lhe então dulcíssimas visões;
Começa a inflamar-se a alma de Camões
Inspirada no poema universal.
Eis por fim em seu livro a nossa glória:
Já que o deixou morrer entregue à História,
Erga-o e celebre-o hoje Portugal.»
A 13 de novembro do mesmo ano, há as comemorações do Infante D.
Henrique dos 420 anos (1460-1880), o Poeta E. Costa Macedo, no Teatro de
S. João, recitou os seguintes versos, da sua autoria:
«Ó mar imenso, verde-mar convulso,
Tu que levantas nesse férreo, pulsas
Centenas de navios,
Miríades de vidas alimentas
E ruges formidável nas tormentas,
Como tigres sombrios;
…
…
Porque tremeste? E lívido, bramindo,
Não foste, negra cólera, subindo?
Oh! Mar insano!...
Porque tremeste, só mar imenso e fero,
Diante d’esse olhar energético e severo
Do nauta Lusitano!»
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
Neste preciso ano, Eduardo da Costa Macedo inscreve-se no curso, de Direito,
na Universidade de Coimbra, com mais alguns amigos, como Manuel de
Oliveira Ramos, Castro Lopes, Castro Sola, J. Leite de Vasconcelos e Teófilo
Braga.
Em Coimbra (1880–1885) 6
, 7
, 8
, 9
, 10
, durante o curso, cria alguns
condiscípulos, como Alfredo Cunha, Francisco Eduardo Solano de Abreu, Silva
Gaio. Aqui conhece Trindade Coelho e com a sua recente experiencia em
tipografia, colabora na revista «O pantheon»11
(1880-1881).
No primeiro ano de Direito, em 1881, leu da sua autoria, à porta Férrea estes
versos, que mais tarde saíram no jornal “Primeiro de Janeiro”, na
correspondência de Coimbra, sem indicação do autor.
«Ele é como uma torre
Piramidal, um cedro?
Alguém lhe chama “rocha”
E alguém lhe chama “Pedro”
Eu, cá por mim, confesso,
Porém confesso a medo,
Que tenho por costume
Chamar-lhe só “Penedo”
Mas há o meu vizinho,
Talvez por duro e mau,
Nem Pedro, nem Penedo
Nem chama. É só “Calhau”
No ano seguinte colabora na Revista «No País das Arrufadas» (1882) com
Trindade Coelho e Solano Abreu, amigos e condiscípulos, representada no
«teatro conimbricense». Numa crónica jornalista de sucesso como nos conta
Trindade Coelho «um triunfo para aquele trio de rapazes inteligentes» e diz
ainda: «Costa Macedo e Santos Melo, cujas veias humoristas haviam
espalhado pela revista os mais deliciosos couplets – versos engraçadíssimos e
6
Em 1880 frequentava o 1ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto
Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Rua do Loureiro, n.º 18 - Cf. - Annuario
da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1880 a 1881. Coimbra, p.203, 63ºposição».
7
«Em 1881 frequentava o 2ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto
Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Largo do Salvador, n.º 4 - Cf. - Annuario
da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1881 a 1882. Coimbra, p.140, 72ºposição».
8
«Em 1882 frequentava o 3ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto
Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Rua do Loureiro, n.º 18 - Cf. - Annuario
da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1882 a 1883. Coimbra, p.161, 64ºposição»
9
«Em 1883 frequentava o 4ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto
Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Rua do Loureiro, n.º 18 - Cf. - Annuario
da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1883 a 1884. Coimbra, p.154, 62ºposição»
10
«Em 1884 frequentava o 5ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto
Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Rua do Cotovelo, n.º 24 - Cf. - Annuario
da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1884 a 1885. Coimbra, p.120, 16ºposição»
11
O pantheon : revista de sciencias e lettras (1880-1881)
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
esplendidamente burilados»12
. Aqui faz uma crítica construtiva e engraçada à
vida levada pelos lentes, do curso de Direito.
Dois anos mais tarde, colabora no Jornal «Coimbra em Fralda»13
(1883) com
Acácio Guimarães, A. Pinto da Rocha, Afonso Vargas, António Navarro, Costa
Santos, Ezequiel David, Eduardo do Vale, J. Serras Conceição, J. Lorjó
Tavares, M. Oliveira Ramos, Silvestre Falcão, Santos Melo, Trindade Coelho e
Júlio Machado, tendo como director o Solano de Abreu. Aqui há denúncia, em
vários artigos da sociedade, que era considerada balofa e convencional.
No ano a seguir participa numa compilação de sonetos, tendo sido realizado
um livro “Bouquet de Sonetos”, onde foram reunidos sonetos de Costa Macedo,
Adolfo Artayett, Antero do Quental, António de Lemos, António Nobre, Augusto
de Castro, Augusto de Mesquita, Augusto de Queiroz, Antero de Quental,
Bernardo Lucas, Eduardo Coimbra, Ernesto Pires, F. Pessanha, Gomes Leal,
H. de Araújo, Henrique Marinho, Inácio da Silva, João Novais, Joaquim de
Lemos, Joaquim de Novais, José Leite de Vasconcelos, Luís Magalhães.
Macedo Papança (Conde de Monsaraz), Pinto Bastos Júnior, Teixeira Bastos,
Xavier de Carvalho.
Entre 1 de novembro e 15 de abril de 1884, Costa Macedo participa no jornal
«O Panorama Contemporâneo»14
, com Alexandre da Conceição, Guerra
Junqueiro, Luís Osório, Camilo Castelo Branco, J. Leite de Vasconcelos, F.
Martins Sarmento, A. A. Da Fonseca Pinto, Abílio de Lobão Soeiro, A. R.
Gonçalves Viana, A. R. Nogueira, Oliveira Ramos, Eugénio de Castro, F.
Correia Mendes, J. G. de Barros e Cunha, Amélia Janny, Lopo de Castro e
outros, tendo tido agora como diretor Trindade Coelho.
A maio de 1885, E. Costa Macedo, agora quintanista elabora a letra do Hino15
de Curso, com Manuel da Silva Gaio, acrescida com a música de Francisco
Lopes Lima de Macedo Júnior. Este Hino de Curso, foi cantado por Agostinho
Rego, Taborda Ramos e Sebastião Horta.
Conclui a sua formatura como autor do livro de despedida do seu curso e com
uma representação no Teatro Académico com Ferreira da Silva e Cristiano de
Sousa.
«Amigos, lançai ao vento,
Alegres canções singelas,
Dispersas, como as estrelas,
Na curva do Firmamento.
Côro
12
Trindade Coelho: homem de letras; o contista, o esteta e o pedagogista; por Feliciano Ramos
13
Imprensa estudantil de Coimbra: Repertório analítico (Século XIX)
14
BIBLIOGRAFIA: Trindade Coelho, In Illo tempor…pp.74 e ss
15
O manuscrito original da partitura encontra-se na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC,
Secção de Músicas, MM-560)
Ilustração 3 - Fotografia de Quintanista
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
Neste amplexo fraterno,
Onde há sincera amizade,
Formemos o verso eterno,
Para o poema da – SAUDADE!
…»
Roberto Eduardo da Costa Macedo filho de E. Costa Macedo, conta-nos:
«No “In illo tempore”, de Trindade Coelho, condiscípulo e amigo do Poeta (E.
Costa Macedo), veem largas referências a este e aí são transcritos estes
versos de aula:
Enquanto o vento lá fora
Dança em danados galopes,
Sentido picar-lhe a espora
Canta a lição Padre Lopes.
Pasma-se o Padre Coelho,
De neve veste-se a terra
E o crânio calvo do velho
Parece um queijo da Serra!
Em Coimbra a vida do Poeta foi de larga convivência intelectual e literária.
Entre os seus condiscípulos que mais tarde de certo modo se destacaram
figuras, além de Trindade Coelho, Solano Abreu, Silva Gaio e Alfredo da
Cunha.»
Eduardo da Costa Macedo, agora formado em Direito e independente, casa-se
com Anastácia Cristina Sanches de Azevedo, rapariga que conhecera,
vizinha16
de casa de seu tio, em V. N. de Gaia e animado por um seu parente,
Guilherme da Costa Leite, escrivão de Direito, em Santo Tirso. Costa Macedo
decide ir para Santo Tirso e abrir um tabelião e exercer trabalho notarial e
advocacia.
Em Santo Tirso, o Dr. Costa Macedo integra-se na sociedade, tendo ficado
presidente da Direção do Clube Thyrsense. Está lavrado em ata que a 23 de
junho de1987, o Ex.mo Sr Dr. Eduardo da Costa Macedo, Presidente muito
digno do Clube. Propôs aos seus colegas de direção que se convidassem
algumas pessoas competentes para se realizar naquela casa uma série de
conferências.
Em 1889, Dr. E. Costa Macedo ingressa na política, inscreve-se no Partido
Progressista e torna-se Procurador da Junta Geral de Distrito.
A 28 de agosto de 1981, numa sexta-feira sai um número extraordinário no
Jornal de Santo Tirso a relatar a inauguração do hospital17
de Santo Tirso,
pago pelo benemérito Conde de S. Bento. A edição tem como colaboradores:
Costa Macedo, Alberto Veloso de Araújo, Firmino Pereira, Alberto Pimentel,
16
Rua Direita n.º 126 (atual Rua Cândido dos Reis), Vila Nova de Gaia – Morada de Eugénio Sanches
Garcia (pai de Anastácia)
17
USP -
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
Simões de Almeida, L. Alves Mendes, Teófilo Gonçalves, Padre M. Maia,
Joaquina Correia Pinheiro Guimarães, I, de Vilhena Barbosa.
A 1891, colabora na revista mensal literária e cientifica «Nova Alvorada», Vila
Nova de Gaia, dedicada ao 1º aniversário da morte do romancista Camilo
Castelo Branco, 1 de junho.
EMIGRAÇÃO
«Parti, parti no dorso dos navios
Regenerados da luz, proscritos da ventura;
Ide morrer de fome, nus, esguios,
Abri longe da pátria a sepultura!
Ide, nas selvas virgens de outro mundo,
Rasgar os sonhos límpidos de outra hora,
Ouvir do mar o soluçar profundo,
Ide acordar à luz da estranha aurora!
Ide cantar as lúgubres canções
De esse negro destino, a soluçar,
Em longínquas paragens, aos clarões
Eternamente frios do Luar!
Ide gemer em lúgubres lamentos;
Opressos da miséria, nas doenças,
Entre as pragas de horríveis desalentos,
Ide acabar de estrangular as crenças!
Longe, bem longe, o vosso coração
Talvez possa escutar, como um cicio,
A vossa mãe rezando uma oração
Piedosamente, as lagrimas em fio!...
Ao vir caindo a noite, ela medita,
Volvendo os olhos ao cerúleo Céu,
Como se lesse na orbita infinita
O destino infeliz do filho seu.
Que longo amor no coração magoado!
Parece-lhe escutar fundo lamento
Que vem do Sul… do filho idolatrado
Na crina esparsa do corcel do Vento!
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
Ai! Se valeras tu, azul sidéreo,
Com tuas doces lagrimas benditas,
Quando, vinhas de além, de outro hemisfério,
Valem as letras por um filho escritas!...
Ide, no entanto, míseros, parti!
Deixai das mães o coração em chagas!
Negra cobiça dentro em vós sorri:
Ide aos tesouros de longínquas plagas!
Deixai no berço a pequenita irmã,
Deixai a noiva – prometida flor,
E caminho, por onde de manhã
Leis cantando as cantigas de amor.
Deixai do vosso rio a melopeia,
Deixai o vosso carro, o vosso arado,
O meigo luar cobrindo a vossa aldeia,
Quando já vínheis de pensar gado.
Deixai o fértil pardo, onde brincastes,
Vireis vales ao pé dos montes,
E os risonhos momentos que passastes,
À tarde, namorando ao pé das fontes.
Isto, ao partir, é como raio tíbio
De funesto luar frouxo e distante;
Porém depois saudade sem alivio,
Funestíssima luz sempre diante!...
Rasgar a vida breve em mil espinhos,
- Indomável egoísmo! –
Através de caminhos
Que vão por vezes direitos ao abismo!...
Gozar dois dias um punhado d’oiro,
- O pérfido metal,
E por este tesouro
Deixar família, amor, terra natal!...
Voltar à pátria em busca de saúde
E, prestes a chegar,
Morrer, por alaúde
Ter a profunda vastidão do mar!...
Como deve ser triste! E, muito além,
Na hora derradeira,
Não ver chorar ninguém,
Não ter um rosto amigo à cabeceira!...
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
Finalmente, parti. A Pátria exangue
Morra osculada pelo vasto Atlântico:
Levai a ultima gota do seu sangue,
Entoe só o mar piedoso cântico!»
Santo Thyrso, 1891
Torna-se Provedor da Irmandade e da Santa Casa da Misericórdia de Santo
Tirso18
, (1893-1895). A 21 de Fevereiro de 1894 concretiza um acordo com
José Luís de Andrade, Sobrinho e usufrutuário dos bens do Conde de S. Bento,
para a transmissão do seu legado à Santa Casa da Misericórdia de Santo
Tirso. Possibilitando o usufruto da Quinta de dentro e de fora e da Coutada de
Burgães, para aí implantar da Escola Profissional Agrícola Conde de São
Bento19
.
CANTIGAS DAS NOITES DE S. BENTO EM SANTO TIRSO
«Cantai alegres canções,
Cantai as canções formosas
Feitas de doces clarões
E de pétala de rosas!
Cantai as canções ligeiras,
Que tão bem sabeis cantar
Em noites quentes, nas eiras,
Sobe o pranto do luar!
Cantai, cantai, raparigas,
As originais baladas,
Os descantes, as cantigas
Das noites das esfolhadas!
As vossas vozes, em coro,
Saltando as canções singelas,
Espargem como que um choro,
Doce, límpido, de estrelas.
Oh! Fazei-os quem me dera
- Os versos que vós cantais
Nas tardes de primavera
A sachar os milheirais!
Quem me dera a inspiração
Ardente, como se ateia
No sonhador coração
Dos poetas da nossa aldeia!
18
Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso entre (1893-1895)
19
EPACSB- ESCOLA PROFISSIONAL AGRÍCOLA CONDE DE SÃO BENTO – HISTÓRIA DA ESCOLA
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
Quando a aurora doira a crista
Das montanhas, ainda trina
O rouxinol, a fantasista,
A melodia divina.
Rio Ave, em cada margem,
Tens mil de esses trovantes
Entre a víride folhagem
Chorando eternos amores.
E as tuas águas gementes
Vão correndo para o Mar,
Como em suspiros dolentes
De quem não pode voltar.
Bem faz a hera, que prende
As pedras do muro antigo,
Como que, talvez: entende
Que assim lhe não foge o amigo.
Ah! Bem sei; Nesta beleza
Imortal, nesta harmonia
Profunda da Natureza
Tens, Povo, a tua poesia
……………………………..
Ao meu coração sedento
Voem, voem, raparigas,
Nesta noite de S. Bento
Vossas alegres Cantigas»
Santo Thyrso
Em 1895, a 20 de julho realiza a CARTA20
, que lhe dá a o grau de Fé Pública.
Dois anos depois, 1897, juntamente com Arnaldo Batista Coelho declara o seu
apoio à candidatura a António Carneiro de Oliveira Pacheco, onde atua como
ativista na transição da Monarquia para a I República. Mais tarde em 1900 dá-
se as primeiras eleições em Portugal. Escreve no Jornal de Santo Thyrso um
apelo aos leitores «À urna cidadãos pelo partido do povo21
»
20
[CARTA] 1895 jul 20 S.to Thyrso [Manuscrito] / Eduardo da Costa Macedo – BIBLIOTECAS MUNICIPASI
DO PORTO
21
Jornal de Santo Thyrso,29.05.1897
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
NUM LEQUE 22
(A Trindade Coelho)
«A onda expira na praia
Vê-se longe um barco à vela;
O sol no poente desmaia;
Desponta a primeira estrela:
Na onda – Desilusão
No barco à vela – mocidade;
Sol morrendo – inspiração;
Primeira estrela – saudade!»
setembro , 1896
A 1902, na Homenagem a Alexandre Herculano, academia Alexandre
Herculano a fim de comemorar a data de nascimento (28 de março) é realizado
um álbum único, que tem como colaboradores: Costa Macedo, Adolfo de
Artayett, Adriano de Paiva, Agostinho de Sousa, Alberto Bessa, Alves Mendes,
Antero do Quental, António Feijó, António Lemos, António Nobre, Artur
Cardoso, Artur Machado, Augusto de Castro, Augusto Nobre, Augusto Queiroz,
Aureliano Cirne, Braz de Sá, Cândido da Cruz, Eduardo de Artayett, Eduardo
Coimbra, Eduardo Pimenta, Eduardo Sequeira, Guerra Junqueiro, João
Saraiva, Oliveira Martins, Rodrigues de Freitas e Teixeira Bastos.
Em março de 1908, após o regicídio, em Santo Tirso formou-se uma comissão
Municipal Republicana presidida por Costa Macedo, estando nesta comissão
Francisco Cândido Moreira da Silva, Padre José Maria da Costa e Sá, António
Óscar de Sousa Carneiro, António Cerejeira Fontes e muitos outros políticos
que viriam a ser responsáveis pela condução do conselho da transição da
Monarquia para a I República.
A 1910 discursa em Santo Tirso na
cerimónia oficial da proclamação da
República Portuguesa.
Dr. Roberto Eduardo da Costa
Macedo filho de Dr. E. Costa Macedo,
conta-nos:
«O Dr. Costa Macedo foi Advogado e
Poeta distinto, alguns dos seus
trabalhos se encontram impressos mas
quase a sua totalidade está integrada
nos processos. Era primoroso
epistológrafo. Muitas das suas cartas
mereciam vir a ser impressas. No
22
NOVA ALVORADA
Ilustração 4 - Santo Tirso e o Advento REPÚBLICA
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
decorrer dos seus 30 anos de advocacia, a literatura quase foi abandonada.
Porém, na alma do Dr. Costa Macedo sempre existiram vivos lampejos
poéticos, alguns dos quais se encontram traduzidos em versos escritos nos
raros momentos que lhe ficavam livres da sua absorvente profissão, versos em
parte inéditos e, em parte publicados nos semanários tirsenses.»
Roberto Macedo
Viseu, janeiro 1947
Eduardo da Costa Macedo acaba por falecer a 20 de maio de 1916, somente
com 57 anos de idade.
Em 2010 a Câmara Municipal de Santo Tirso, na comemoração dos 100 anos
da República, fez uma homenagem a este Tirsense no “Santo Tirso e o
advento da República”.
Obras mais conhecidas
 “A Caridade “- tipografia Comércio e Industria - Porto (1879) 23
 “A Mocidade” – Revista
Académica Literária Bi-mensal – Porto (1879-1880)
 “CAMONEANA ACADÉMICA24
” – Magalhães & Moniz – Editores - 12 -
Largo dos Loyos, 14 – Porto (junho 1880)
 “O PANTHEON” – Revista Quinzenal de Ciências e Letras – Porto
(1880-1881)25
 PROSLOGION / S.to Anselmo; Trad., Introdução e Comentários (1880)26
 “Vozes Longínquas” – Livro de poemas – Typografia Occidental – Porto
(1881)27
 “No País das Arrufadas” – Revista conimbricense (1882)
23
PORBASE – Base Nacional de Dados Bibliográficos
24
«CAMONEANA ACADÉMICA». 1880.
25
E. Costa Macedo (Porto 11-07-1881). «Nº17(pág.273)»
26
«PROSLOGION/S.TO ANSELMO;trad.,introd. e coment. de Costa Macedo». Bibliotecas
Municipais do Porto. 1880–1938.
27
«Vozes longinquas / E. Costa Macedo». Biblioteca Nacional de Portugal
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
 “Coimbra em Fraldas” – Jornal conimbricense (1883)
 Revista – “Panorama Contemporâneo”. (1884)
 “Bouquet de SONETOS” Typ. De António H. Morgado – Porto (1884)28
 Revista mensal «Nova Alvorada». (1891), p.84
 “CARTA” – (1895) JULHO, 20 – S.to Thyrso (manuscrito)29
 Miss Dolly – Typ. Renascença Portuguesa – Porto (1914)30
 A defesa do tutor e cabeça de casal no inventário por óbito do Visconde
de Cantim31
 Inventários do Cartório32
 Notas para escrituras diversas33
Bibliografia, Webgrafia, Fototeca
 Catálogo da Camoniana da Biblioteca Pública Municipal do Porto 2ª
Edição, Imprensa Civilização, Rua de Passos Manoel, 211 a 219 (1807),
José Pedro de Lima Calheiros34
 Tradições de Portugal (1882) J. Leite Vasconcelos35
28
Livro que pertenceu ao Jornal de Noticias e que tinha sido dado por António de Lemos e Joaquim
de Novais à Sociedade Philantropica do Porto, Eschola Medico-Cirurgica, Academia
Polytechnica e Lyceu Nacional do Porto. Inclui sonetos de Macedo Papança (Conde de
Monsaraz), Gomes Leal, J. Leite de Vasconcellos, Aureliano Cirne, António Nobre, Augusto de
Castro, António de Lemos, Anthero de Quental, Luíz de Magalhães, Adolpho Artayett, Augusto de
Mesquita, Augusto de Queiroz, Bernardo Lucas, Eduardo Coimbra, Ernesto Pires, F. Pessanha, H.
D'Araujo, Henrique Marinho, Ignácio da Silva, João Novais, Joaquim de Lemos, Joaquim de Novais,
Pinto Bastos Junior, Teixeira Bastos e Xavier de Carvalho
29
Eduardo da Costa Macedo (1895.Julho.20).«Carta». Bibliotecas Municipais do Porto.
30
«Macedo, Eduardo da Costa». Porbase / Biblioteca Nacional de Portugal
31
«Macedo, Eduardo da Costa». Porbase / Biblioteca Nacional de Portugal
32
«Inventários do cartório». Arquivo Distrital do Porto
33
«Notas para escrituras diversas». Arquivo Distrital do Porto
34
José Pedro de Lima Calheiros (1807). «Catálogo da Camoneana da Bibliotheca Pública Municipal
do Porto» (PDF). Bibliotheca Municipal do Porto
35
J. Leite Vasconcelos (1882). «Tradições de Portugal (pág.12)». Livraria Portuense de Clavel & c.a
- Editores, 119 - Rua do Almada - 123
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
 Folhetim publicado a «mãe» de Costa Macedo, por Trindade Coelho em
27 de Setembro de 1888, no Jornal de Santo Tirso.
 Os nossos costados, (1980) Alberto Coelho de Araújo Sousa Machado36
 Jornal de Santo Thyrso, (1916) 25 de maio
 Semana Thyrsense, (1916) 28 de maio
 Wikipédia – Eduardo da Costa Macedo
 “Carvalhos de Basto”, Eugénio de Andrade da Cunha e Freitas; M.
António Fernandes; Nuno Ferraz de Andrade; Francisco de Maia e
Castro; A. Duarte Rebelo de Carvalho – Editora Carvalho de Bastos.
Porto (1979)37
 “Revista da Misericórdia”, (2001) dezembro – O nosso passado38
 Revista “O Tripeiro”, 7ª Série, Ano XXII, n.º3, (2003), p. 86 e 87,
 Geneall.net 39
 Biblioteca Genealógica de Lisboa 40
 Wikimédia – S.to Tirso e o Advento da República
 “Um Ramo Transmontano de Macedo” - Os Vilar de Maçada, 2006, José
Eduardo Macedo Leão 41
36
Books GOOGLE
37
Biblioteca Genealógica de Lisboa
38
«Irmandade e Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso». Misericórdia de Santo Tirso. 2001
39
Geneall.net – Eduardo da Costa Macedo
40
Biblioteca Genealógica de Lisboa
41
Bibliotecas Municipais do PORTO
BIOGRAFIA
Eduardo
da Costa Macedo
Ilustração 5 – Jazigo de Família de Costa Macedo – Cemitério de S.to Tirso
Ilustração 6 - Lápide da sua última morada de Dr. E da Costa Macedo
Autor
 Alberto José Faria de Oliveira da Costa Macedo (Arquiteto, Professor)
Data
 Porto, 24 de abril de 2017

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  • 1. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo E. COSTA MACEDO NOME COMPLETO Eduardo da Costa Macedo NASCIMENTO 15 de novembro de 1859, Favaios, Alijó MORTE 20 de maio de 1916 (57 anos) Santo Tirso NACIONALIDADE PORTUGUÊS OCUPAÇÃO Poeta, Escritor, Advogado, Publicista Biografia Nasceu em 1859 em Favaios, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, em Portugal, foi o segundo filho de António Roberto Álvares da Costa1 , homem de figura elegante2 e de Maria do Carmo de Macedo. Eduardo da Costa Macedo, na altura dos estudos, do quinto ano de escolaridade, foi para a cidade do Porto, levado a cavalo, pelo seu tio materno, Pedro de Macedo, proprietário, viticultor no Douro e negociante de vinhos, que tinha uma casa na cidade do Porto, e outra em Vila Nova de Gaia, aí permaneceu até ao último ciclo de escolaridade. Em 1879, E. Costa Macedo colabora com Teófilo Braga, José Caldas, Xavier Pinheiro, Alberto Carlos, Mateus Peres, Angelina Vidal, A. Feijó, Nunes Azevedo, J. Leite de Vasconcelos (A dor de Camões, poesia); Abel Acácio (Génese de Camões, poesia); Ferreira de Brito, Maximiliano Lemos Júnior e 1 António Roberto Álvares da Costa – Co-Senhor da Quinta de Malvedos e Sobrados 2 O ARAUTO – Semanário Regionalista e de Cultura – Dois Transmontanos – Trindade Coelho e Costa Macedo
  • 2. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo outros, na revista «Mocidade3 », revista académica, lançada para comemorar o tricentenário. Porto, imprensa Internacional de Ferreira de Brito & Monteiro. 8ª maior. Com o retrato de Camões. Mais tarde na typografia Occidental, Rua da Fábrica, n.º 86 e edita o seu primeiro livro «A Caridade», pequeno romance, o qual o dedica ao seu querido tio, que o acolheu: «Meu extremoso Tio – A V. S.ª, cheio de caridade e amor, a alma florida guiada pelo caminho do céu, coração repleto de afectos como cofre de flores que não mirram nem desmaiam vim por este caminho de abre olhos com a oferta que um espírito sem luz pude formar e enviar-lhe. Muita das habilidades deve a sí existir para V. S.ª porque eu sei o grande consolo da alma carinhosa que recebe pela virtude um protesto de gratidão. Por esta forma cumpri um dever que é também a tradução do mais brilhante sentimento que possuo. Posso já assegurar que V. S.ª verterá duas lágrimas nesta florzinha singela; primeiro a deixei eu orvalhada, são duas provas que reúnem. Da mesma forma a vontade divina obrou o enlace eterno entre o meu e seu coração. Adeus!» Em 1880 Eduardo da Costa Macedo ingressa na lista dos Poetas Portugueses, convidado pela Comissão Literária iniciadora da Sociedade Nacional Camoniana, Presidida pelo Conde Samodães. A 10 de Junho, do mesmo ano, nas comemorações do tricentenário (1580-1880), da morte do filho de Ana Sá de Macedo, Luís Vaz de Camões (56 anos), recita no Teatro Nacional de S. João, na cidade do Porto, homenageia, com poesias de sua autoria. «Eia, ao trabalho, à luta heroica, Humanidade! É preciso roçar a frente pelo Céu, É preciso rasgar de ponta a ponta o véu Que envolve aquele azul, brilhante claridade. É preciso vencer das trevas o escarcéu É preciso subir até ao Sol, que há-de Rolar-se pelo Céu, - ardente divindade, E fazer ressurgir aquilo que morreu. 3 «A Mocidade - Revista Académica Litterária Bi-mensal. Porto (Typografia Occidental/Imprensa Internacional de Ferreira de Brito & Monteiro) 1879 - 1880. Foram publicados 4 números onde participaram Augusto Brochado (de Valbom) como Director Literário, Gomes Leal, Fialho D´Almeida, Queiroz Veloso, Gaspar de Lemos, Almeida Chaves, Ernesto Pires, J. Pessanha (de Mirandela), Xavier de Carvalho, Abílio Maia (do Porto), Rodrigues de Freitas, Joaquim D´Araújo (do Porto), Camilo Claudino (de Lamego)), Nunes D´Azevedo (de Braga)), J.R. Cunha Amorim (do Porto), Cristóvão Aires, Maximiano Lemos Júnior (médico, do Porto), Bruno (Sampaio Bruno), Óscar Serra e D. Maria do Pilar Bandeira Osório»
  • 3. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo Se subirmos um dia à quele azul clemente, Se vagarmos por lá consoladoramente, Havemos de folhear o livro do infinito… Talvez que se veja em letras cintilantes Gravado aquele nome entre outros de gigantes: - O nome de CAMÕES talvez lá esteja escrito!» No dia seguinte, no antigo Palácio de Cristal, na continuação das comemorações do centenário MDCXXX-MDCCCLXXX de Camões, às oito e meia da noite. Na nave central. No sarau literário4 , depois da sinfonia do Hipólito Ribas e do discurso do Conselheiro Tomás Ribeiro, Ministro de Estado honorário, sócio efetivo da academia real das ciências, E. da Costa Macedo recita o poema «Camões», da sua autoria: Ilustração 2 - Antigo Palácio de Cristal - Porto - Portugal CAMÕES5 I «Naquela alma pura e rutilante Guiada pelos ventos do destino Havia um eixo de amor, - harpa distante. Já ouvia cantar ao longe o hino Sagrado do futuro; o triunfante Chamava à sua pátria – a sua amante, Lendo o Céu como um livro sublime, 4 DIoccionario – BIBLIOGRAFICO PORTUGUES – Estudos de INNOCENCIO FRANCISCO DA SILVA aplicáveis a Portugal e ao Brazil continuados e ampliados por BRITO ARANHA, em virtude de contrato celebrado com governo Portuguez; TOMO XV (8º do suplemento) – LISBOA – IMPRENSA NACIONAL – M DCCC L XXX VIII, pp 111 5 Slideshare – NOBILEM NOMINE
  • 4. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo Entra no Paço e a nova luz o banha De uns olhos fulgurantes, luz estranha Que lhe torna os seus dias. Não há ainda no azul um traço escuro: Como é belo sonhar… ver o futuro Banhado de clarões e de harmonias! II Ele saúda o sol – astro bendito No meio dessa lúcida grandeza Que rege do seu trono a natureza, Tendo o poder em toda a parte escrito. E sobre o mar, sonhando nova empresa, Se a saudade lhe leva o peito aflito, Acompanha-o das ondas fundo grito E a Lua no seu manto de tristeza. Voltam-lhe então dulcíssimas visões; Começa a inflamar-se a alma de Camões Inspirada no poema universal. Eis por fim em seu livro a nossa glória: Já que o deixou morrer entregue à História, Erga-o e celebre-o hoje Portugal.» A 13 de novembro do mesmo ano, há as comemorações do Infante D. Henrique dos 420 anos (1460-1880), o Poeta E. Costa Macedo, no Teatro de S. João, recitou os seguintes versos, da sua autoria: «Ó mar imenso, verde-mar convulso, Tu que levantas nesse férreo, pulsas Centenas de navios, Miríades de vidas alimentas E ruges formidável nas tormentas, Como tigres sombrios; … … Porque tremeste? E lívido, bramindo, Não foste, negra cólera, subindo? Oh! Mar insano!... Porque tremeste, só mar imenso e fero, Diante d’esse olhar energético e severo Do nauta Lusitano!»
  • 5. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo Neste preciso ano, Eduardo da Costa Macedo inscreve-se no curso, de Direito, na Universidade de Coimbra, com mais alguns amigos, como Manuel de Oliveira Ramos, Castro Lopes, Castro Sola, J. Leite de Vasconcelos e Teófilo Braga. Em Coimbra (1880–1885) 6 , 7 , 8 , 9 , 10 , durante o curso, cria alguns condiscípulos, como Alfredo Cunha, Francisco Eduardo Solano de Abreu, Silva Gaio. Aqui conhece Trindade Coelho e com a sua recente experiencia em tipografia, colabora na revista «O pantheon»11 (1880-1881). No primeiro ano de Direito, em 1881, leu da sua autoria, à porta Férrea estes versos, que mais tarde saíram no jornal “Primeiro de Janeiro”, na correspondência de Coimbra, sem indicação do autor. «Ele é como uma torre Piramidal, um cedro? Alguém lhe chama “rocha” E alguém lhe chama “Pedro” Eu, cá por mim, confesso, Porém confesso a medo, Que tenho por costume Chamar-lhe só “Penedo” Mas há o meu vizinho, Talvez por duro e mau, Nem Pedro, nem Penedo Nem chama. É só “Calhau” No ano seguinte colabora na Revista «No País das Arrufadas» (1882) com Trindade Coelho e Solano Abreu, amigos e condiscípulos, representada no «teatro conimbricense». Numa crónica jornalista de sucesso como nos conta Trindade Coelho «um triunfo para aquele trio de rapazes inteligentes» e diz ainda: «Costa Macedo e Santos Melo, cujas veias humoristas haviam espalhado pela revista os mais deliciosos couplets – versos engraçadíssimos e 6 Em 1880 frequentava o 1ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Rua do Loureiro, n.º 18 - Cf. - Annuario da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1880 a 1881. Coimbra, p.203, 63ºposição». 7 «Em 1881 frequentava o 2ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Largo do Salvador, n.º 4 - Cf. - Annuario da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1881 a 1882. Coimbra, p.140, 72ºposição». 8 «Em 1882 frequentava o 3ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Rua do Loureiro, n.º 18 - Cf. - Annuario da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1882 a 1883. Coimbra, p.161, 64ºposição» 9 «Em 1883 frequentava o 4ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Rua do Loureiro, n.º 18 - Cf. - Annuario da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1883 a 1884. Coimbra, p.154, 62ºposição» 10 «Em 1884 frequentava o 5ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Rua do Cotovelo, n.º 24 - Cf. - Annuario da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1884 a 1885. Coimbra, p.120, 16ºposição» 11 O pantheon : revista de sciencias e lettras (1880-1881)
  • 6. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo esplendidamente burilados»12 . Aqui faz uma crítica construtiva e engraçada à vida levada pelos lentes, do curso de Direito. Dois anos mais tarde, colabora no Jornal «Coimbra em Fralda»13 (1883) com Acácio Guimarães, A. Pinto da Rocha, Afonso Vargas, António Navarro, Costa Santos, Ezequiel David, Eduardo do Vale, J. Serras Conceição, J. Lorjó Tavares, M. Oliveira Ramos, Silvestre Falcão, Santos Melo, Trindade Coelho e Júlio Machado, tendo como director o Solano de Abreu. Aqui há denúncia, em vários artigos da sociedade, que era considerada balofa e convencional. No ano a seguir participa numa compilação de sonetos, tendo sido realizado um livro “Bouquet de Sonetos”, onde foram reunidos sonetos de Costa Macedo, Adolfo Artayett, Antero do Quental, António de Lemos, António Nobre, Augusto de Castro, Augusto de Mesquita, Augusto de Queiroz, Antero de Quental, Bernardo Lucas, Eduardo Coimbra, Ernesto Pires, F. Pessanha, Gomes Leal, H. de Araújo, Henrique Marinho, Inácio da Silva, João Novais, Joaquim de Lemos, Joaquim de Novais, José Leite de Vasconcelos, Luís Magalhães. Macedo Papança (Conde de Monsaraz), Pinto Bastos Júnior, Teixeira Bastos, Xavier de Carvalho. Entre 1 de novembro e 15 de abril de 1884, Costa Macedo participa no jornal «O Panorama Contemporâneo»14 , com Alexandre da Conceição, Guerra Junqueiro, Luís Osório, Camilo Castelo Branco, J. Leite de Vasconcelos, F. Martins Sarmento, A. A. Da Fonseca Pinto, Abílio de Lobão Soeiro, A. R. Gonçalves Viana, A. R. Nogueira, Oliveira Ramos, Eugénio de Castro, F. Correia Mendes, J. G. de Barros e Cunha, Amélia Janny, Lopo de Castro e outros, tendo tido agora como diretor Trindade Coelho. A maio de 1885, E. Costa Macedo, agora quintanista elabora a letra do Hino15 de Curso, com Manuel da Silva Gaio, acrescida com a música de Francisco Lopes Lima de Macedo Júnior. Este Hino de Curso, foi cantado por Agostinho Rego, Taborda Ramos e Sebastião Horta. Conclui a sua formatura como autor do livro de despedida do seu curso e com uma representação no Teatro Académico com Ferreira da Silva e Cristiano de Sousa. «Amigos, lançai ao vento, Alegres canções singelas, Dispersas, como as estrelas, Na curva do Firmamento. Côro 12 Trindade Coelho: homem de letras; o contista, o esteta e o pedagogista; por Feliciano Ramos 13 Imprensa estudantil de Coimbra: Repertório analítico (Século XIX) 14 BIBLIOGRAFIA: Trindade Coelho, In Illo tempor…pp.74 e ss 15 O manuscrito original da partitura encontra-se na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC, Secção de Músicas, MM-560) Ilustração 3 - Fotografia de Quintanista
  • 7. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo Neste amplexo fraterno, Onde há sincera amizade, Formemos o verso eterno, Para o poema da – SAUDADE! …» Roberto Eduardo da Costa Macedo filho de E. Costa Macedo, conta-nos: «No “In illo tempore”, de Trindade Coelho, condiscípulo e amigo do Poeta (E. Costa Macedo), veem largas referências a este e aí são transcritos estes versos de aula: Enquanto o vento lá fora Dança em danados galopes, Sentido picar-lhe a espora Canta a lição Padre Lopes. Pasma-se o Padre Coelho, De neve veste-se a terra E o crânio calvo do velho Parece um queijo da Serra! Em Coimbra a vida do Poeta foi de larga convivência intelectual e literária. Entre os seus condiscípulos que mais tarde de certo modo se destacaram figuras, além de Trindade Coelho, Solano Abreu, Silva Gaio e Alfredo da Cunha.» Eduardo da Costa Macedo, agora formado em Direito e independente, casa-se com Anastácia Cristina Sanches de Azevedo, rapariga que conhecera, vizinha16 de casa de seu tio, em V. N. de Gaia e animado por um seu parente, Guilherme da Costa Leite, escrivão de Direito, em Santo Tirso. Costa Macedo decide ir para Santo Tirso e abrir um tabelião e exercer trabalho notarial e advocacia. Em Santo Tirso, o Dr. Costa Macedo integra-se na sociedade, tendo ficado presidente da Direção do Clube Thyrsense. Está lavrado em ata que a 23 de junho de1987, o Ex.mo Sr Dr. Eduardo da Costa Macedo, Presidente muito digno do Clube. Propôs aos seus colegas de direção que se convidassem algumas pessoas competentes para se realizar naquela casa uma série de conferências. Em 1889, Dr. E. Costa Macedo ingressa na política, inscreve-se no Partido Progressista e torna-se Procurador da Junta Geral de Distrito. A 28 de agosto de 1981, numa sexta-feira sai um número extraordinário no Jornal de Santo Tirso a relatar a inauguração do hospital17 de Santo Tirso, pago pelo benemérito Conde de S. Bento. A edição tem como colaboradores: Costa Macedo, Alberto Veloso de Araújo, Firmino Pereira, Alberto Pimentel, 16 Rua Direita n.º 126 (atual Rua Cândido dos Reis), Vila Nova de Gaia – Morada de Eugénio Sanches Garcia (pai de Anastácia) 17 USP -
  • 8. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo Simões de Almeida, L. Alves Mendes, Teófilo Gonçalves, Padre M. Maia, Joaquina Correia Pinheiro Guimarães, I, de Vilhena Barbosa. A 1891, colabora na revista mensal literária e cientifica «Nova Alvorada», Vila Nova de Gaia, dedicada ao 1º aniversário da morte do romancista Camilo Castelo Branco, 1 de junho. EMIGRAÇÃO «Parti, parti no dorso dos navios Regenerados da luz, proscritos da ventura; Ide morrer de fome, nus, esguios, Abri longe da pátria a sepultura! Ide, nas selvas virgens de outro mundo, Rasgar os sonhos límpidos de outra hora, Ouvir do mar o soluçar profundo, Ide acordar à luz da estranha aurora! Ide cantar as lúgubres canções De esse negro destino, a soluçar, Em longínquas paragens, aos clarões Eternamente frios do Luar! Ide gemer em lúgubres lamentos; Opressos da miséria, nas doenças, Entre as pragas de horríveis desalentos, Ide acabar de estrangular as crenças! Longe, bem longe, o vosso coração Talvez possa escutar, como um cicio, A vossa mãe rezando uma oração Piedosamente, as lagrimas em fio!... Ao vir caindo a noite, ela medita, Volvendo os olhos ao cerúleo Céu, Como se lesse na orbita infinita O destino infeliz do filho seu. Que longo amor no coração magoado! Parece-lhe escutar fundo lamento Que vem do Sul… do filho idolatrado Na crina esparsa do corcel do Vento!
  • 9. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo Ai! Se valeras tu, azul sidéreo, Com tuas doces lagrimas benditas, Quando, vinhas de além, de outro hemisfério, Valem as letras por um filho escritas!... Ide, no entanto, míseros, parti! Deixai das mães o coração em chagas! Negra cobiça dentro em vós sorri: Ide aos tesouros de longínquas plagas! Deixai no berço a pequenita irmã, Deixai a noiva – prometida flor, E caminho, por onde de manhã Leis cantando as cantigas de amor. Deixai do vosso rio a melopeia, Deixai o vosso carro, o vosso arado, O meigo luar cobrindo a vossa aldeia, Quando já vínheis de pensar gado. Deixai o fértil pardo, onde brincastes, Vireis vales ao pé dos montes, E os risonhos momentos que passastes, À tarde, namorando ao pé das fontes. Isto, ao partir, é como raio tíbio De funesto luar frouxo e distante; Porém depois saudade sem alivio, Funestíssima luz sempre diante!... Rasgar a vida breve em mil espinhos, - Indomável egoísmo! – Através de caminhos Que vão por vezes direitos ao abismo!... Gozar dois dias um punhado d’oiro, - O pérfido metal, E por este tesouro Deixar família, amor, terra natal!... Voltar à pátria em busca de saúde E, prestes a chegar, Morrer, por alaúde Ter a profunda vastidão do mar!... Como deve ser triste! E, muito além, Na hora derradeira, Não ver chorar ninguém, Não ter um rosto amigo à cabeceira!...
  • 10. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo Finalmente, parti. A Pátria exangue Morra osculada pelo vasto Atlântico: Levai a ultima gota do seu sangue, Entoe só o mar piedoso cântico!» Santo Thyrso, 1891 Torna-se Provedor da Irmandade e da Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso18 , (1893-1895). A 21 de Fevereiro de 1894 concretiza um acordo com José Luís de Andrade, Sobrinho e usufrutuário dos bens do Conde de S. Bento, para a transmissão do seu legado à Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso. Possibilitando o usufruto da Quinta de dentro e de fora e da Coutada de Burgães, para aí implantar da Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento19 . CANTIGAS DAS NOITES DE S. BENTO EM SANTO TIRSO «Cantai alegres canções, Cantai as canções formosas Feitas de doces clarões E de pétala de rosas! Cantai as canções ligeiras, Que tão bem sabeis cantar Em noites quentes, nas eiras, Sobe o pranto do luar! Cantai, cantai, raparigas, As originais baladas, Os descantes, as cantigas Das noites das esfolhadas! As vossas vozes, em coro, Saltando as canções singelas, Espargem como que um choro, Doce, límpido, de estrelas. Oh! Fazei-os quem me dera - Os versos que vós cantais Nas tardes de primavera A sachar os milheirais! Quem me dera a inspiração Ardente, como se ateia No sonhador coração Dos poetas da nossa aldeia! 18 Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso entre (1893-1895) 19 EPACSB- ESCOLA PROFISSIONAL AGRÍCOLA CONDE DE SÃO BENTO – HISTÓRIA DA ESCOLA
  • 11. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo Quando a aurora doira a crista Das montanhas, ainda trina O rouxinol, a fantasista, A melodia divina. Rio Ave, em cada margem, Tens mil de esses trovantes Entre a víride folhagem Chorando eternos amores. E as tuas águas gementes Vão correndo para o Mar, Como em suspiros dolentes De quem não pode voltar. Bem faz a hera, que prende As pedras do muro antigo, Como que, talvez: entende Que assim lhe não foge o amigo. Ah! Bem sei; Nesta beleza Imortal, nesta harmonia Profunda da Natureza Tens, Povo, a tua poesia …………………………….. Ao meu coração sedento Voem, voem, raparigas, Nesta noite de S. Bento Vossas alegres Cantigas» Santo Thyrso Em 1895, a 20 de julho realiza a CARTA20 , que lhe dá a o grau de Fé Pública. Dois anos depois, 1897, juntamente com Arnaldo Batista Coelho declara o seu apoio à candidatura a António Carneiro de Oliveira Pacheco, onde atua como ativista na transição da Monarquia para a I República. Mais tarde em 1900 dá- se as primeiras eleições em Portugal. Escreve no Jornal de Santo Thyrso um apelo aos leitores «À urna cidadãos pelo partido do povo21 » 20 [CARTA] 1895 jul 20 S.to Thyrso [Manuscrito] / Eduardo da Costa Macedo – BIBLIOTECAS MUNICIPASI DO PORTO 21 Jornal de Santo Thyrso,29.05.1897
  • 12. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo NUM LEQUE 22 (A Trindade Coelho) «A onda expira na praia Vê-se longe um barco à vela; O sol no poente desmaia; Desponta a primeira estrela: Na onda – Desilusão No barco à vela – mocidade; Sol morrendo – inspiração; Primeira estrela – saudade!» setembro , 1896 A 1902, na Homenagem a Alexandre Herculano, academia Alexandre Herculano a fim de comemorar a data de nascimento (28 de março) é realizado um álbum único, que tem como colaboradores: Costa Macedo, Adolfo de Artayett, Adriano de Paiva, Agostinho de Sousa, Alberto Bessa, Alves Mendes, Antero do Quental, António Feijó, António Lemos, António Nobre, Artur Cardoso, Artur Machado, Augusto de Castro, Augusto Nobre, Augusto Queiroz, Aureliano Cirne, Braz de Sá, Cândido da Cruz, Eduardo de Artayett, Eduardo Coimbra, Eduardo Pimenta, Eduardo Sequeira, Guerra Junqueiro, João Saraiva, Oliveira Martins, Rodrigues de Freitas e Teixeira Bastos. Em março de 1908, após o regicídio, em Santo Tirso formou-se uma comissão Municipal Republicana presidida por Costa Macedo, estando nesta comissão Francisco Cândido Moreira da Silva, Padre José Maria da Costa e Sá, António Óscar de Sousa Carneiro, António Cerejeira Fontes e muitos outros políticos que viriam a ser responsáveis pela condução do conselho da transição da Monarquia para a I República. A 1910 discursa em Santo Tirso na cerimónia oficial da proclamação da República Portuguesa. Dr. Roberto Eduardo da Costa Macedo filho de Dr. E. Costa Macedo, conta-nos: «O Dr. Costa Macedo foi Advogado e Poeta distinto, alguns dos seus trabalhos se encontram impressos mas quase a sua totalidade está integrada nos processos. Era primoroso epistológrafo. Muitas das suas cartas mereciam vir a ser impressas. No 22 NOVA ALVORADA Ilustração 4 - Santo Tirso e o Advento REPÚBLICA
  • 13. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo decorrer dos seus 30 anos de advocacia, a literatura quase foi abandonada. Porém, na alma do Dr. Costa Macedo sempre existiram vivos lampejos poéticos, alguns dos quais se encontram traduzidos em versos escritos nos raros momentos que lhe ficavam livres da sua absorvente profissão, versos em parte inéditos e, em parte publicados nos semanários tirsenses.» Roberto Macedo Viseu, janeiro 1947 Eduardo da Costa Macedo acaba por falecer a 20 de maio de 1916, somente com 57 anos de idade. Em 2010 a Câmara Municipal de Santo Tirso, na comemoração dos 100 anos da República, fez uma homenagem a este Tirsense no “Santo Tirso e o advento da República”. Obras mais conhecidas  “A Caridade “- tipografia Comércio e Industria - Porto (1879) 23  “A Mocidade” – Revista Académica Literária Bi-mensal – Porto (1879-1880)  “CAMONEANA ACADÉMICA24 ” – Magalhães & Moniz – Editores - 12 - Largo dos Loyos, 14 – Porto (junho 1880)  “O PANTHEON” – Revista Quinzenal de Ciências e Letras – Porto (1880-1881)25  PROSLOGION / S.to Anselmo; Trad., Introdução e Comentários (1880)26  “Vozes Longínquas” – Livro de poemas – Typografia Occidental – Porto (1881)27  “No País das Arrufadas” – Revista conimbricense (1882) 23 PORBASE – Base Nacional de Dados Bibliográficos 24 «CAMONEANA ACADÉMICA». 1880. 25 E. Costa Macedo (Porto 11-07-1881). «Nº17(pág.273)» 26 «PROSLOGION/S.TO ANSELMO;trad.,introd. e coment. de Costa Macedo». Bibliotecas Municipais do Porto. 1880–1938. 27 «Vozes longinquas / E. Costa Macedo». Biblioteca Nacional de Portugal
  • 14. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo  “Coimbra em Fraldas” – Jornal conimbricense (1883)  Revista – “Panorama Contemporâneo”. (1884)  “Bouquet de SONETOS” Typ. De António H. Morgado – Porto (1884)28  Revista mensal «Nova Alvorada». (1891), p.84  “CARTA” – (1895) JULHO, 20 – S.to Thyrso (manuscrito)29  Miss Dolly – Typ. Renascença Portuguesa – Porto (1914)30  A defesa do tutor e cabeça de casal no inventário por óbito do Visconde de Cantim31  Inventários do Cartório32  Notas para escrituras diversas33 Bibliografia, Webgrafia, Fototeca  Catálogo da Camoniana da Biblioteca Pública Municipal do Porto 2ª Edição, Imprensa Civilização, Rua de Passos Manoel, 211 a 219 (1807), José Pedro de Lima Calheiros34  Tradições de Portugal (1882) J. Leite Vasconcelos35 28 Livro que pertenceu ao Jornal de Noticias e que tinha sido dado por António de Lemos e Joaquim de Novais à Sociedade Philantropica do Porto, Eschola Medico-Cirurgica, Academia Polytechnica e Lyceu Nacional do Porto. Inclui sonetos de Macedo Papança (Conde de Monsaraz), Gomes Leal, J. Leite de Vasconcellos, Aureliano Cirne, António Nobre, Augusto de Castro, António de Lemos, Anthero de Quental, Luíz de Magalhães, Adolpho Artayett, Augusto de Mesquita, Augusto de Queiroz, Bernardo Lucas, Eduardo Coimbra, Ernesto Pires, F. Pessanha, H. D'Araujo, Henrique Marinho, Ignácio da Silva, João Novais, Joaquim de Lemos, Joaquim de Novais, Pinto Bastos Junior, Teixeira Bastos e Xavier de Carvalho 29 Eduardo da Costa Macedo (1895.Julho.20).«Carta». Bibliotecas Municipais do Porto. 30 «Macedo, Eduardo da Costa». Porbase / Biblioteca Nacional de Portugal 31 «Macedo, Eduardo da Costa». Porbase / Biblioteca Nacional de Portugal 32 «Inventários do cartório». Arquivo Distrital do Porto 33 «Notas para escrituras diversas». Arquivo Distrital do Porto 34 José Pedro de Lima Calheiros (1807). «Catálogo da Camoneana da Bibliotheca Pública Municipal do Porto» (PDF). Bibliotheca Municipal do Porto 35 J. Leite Vasconcelos (1882). «Tradições de Portugal (pág.12)». Livraria Portuense de Clavel & c.a - Editores, 119 - Rua do Almada - 123
  • 15. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo  Folhetim publicado a «mãe» de Costa Macedo, por Trindade Coelho em 27 de Setembro de 1888, no Jornal de Santo Tirso.  Os nossos costados, (1980) Alberto Coelho de Araújo Sousa Machado36  Jornal de Santo Thyrso, (1916) 25 de maio  Semana Thyrsense, (1916) 28 de maio  Wikipédia – Eduardo da Costa Macedo  “Carvalhos de Basto”, Eugénio de Andrade da Cunha e Freitas; M. António Fernandes; Nuno Ferraz de Andrade; Francisco de Maia e Castro; A. Duarte Rebelo de Carvalho – Editora Carvalho de Bastos. Porto (1979)37  “Revista da Misericórdia”, (2001) dezembro – O nosso passado38  Revista “O Tripeiro”, 7ª Série, Ano XXII, n.º3, (2003), p. 86 e 87,  Geneall.net 39  Biblioteca Genealógica de Lisboa 40  Wikimédia – S.to Tirso e o Advento da República  “Um Ramo Transmontano de Macedo” - Os Vilar de Maçada, 2006, José Eduardo Macedo Leão 41 36 Books GOOGLE 37 Biblioteca Genealógica de Lisboa 38 «Irmandade e Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso». Misericórdia de Santo Tirso. 2001 39 Geneall.net – Eduardo da Costa Macedo 40 Biblioteca Genealógica de Lisboa 41 Bibliotecas Municipais do PORTO
  • 16. BIOGRAFIA Eduardo da Costa Macedo Ilustração 5 – Jazigo de Família de Costa Macedo – Cemitério de S.to Tirso Ilustração 6 - Lápide da sua última morada de Dr. E da Costa Macedo Autor  Alberto José Faria de Oliveira da Costa Macedo (Arquiteto, Professor) Data  Porto, 24 de abril de 2017