Este documento fornece contexto sobre a carta de Paulo aos Filipenses. Paulo escreveu a carta enquanto estava preso em Roma para agradecer aos Filipenses por sua generosidade. Ele e Timóteo saudam os santos em Filipos, incluindo os bispos e diáconos. A igreja em Filipos era uma das mais maduras e tinha profundos relacionamentos entre seus membros.
5. 1 Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus,
a todos os santos em Cristo Jesus,
inclusive bispos e diáconos que vivem em
Filipos,
2 graça e paz a vós outros, da parte de
Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
6. 1. Eu, Paulo, e Timóteo, servos de Cristo
Jesus, escrevemos esta carta para todos os
moradores da cidade de Filipos que
pertencem ao povo de Deus e que creem
em Cristo Jesus e também para os bispos e
diáconos da igreja.
7. 2. Que a graça e a paz de Deus, o nosso
Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com
vocês!
8. Introdução
A maioria das cartas do Novo Testamento
descreve igrejas do primeiro século —
igrejas que se encontravam no processo de
"desenvolver a mente de Cristo".
Algumas estavam mais adiantadas do que
outras neste processo de renovação.
9. Introdução
A igreja de Filipos representa uma das
igrejas mais maduras.
Embora seus membros estivessem longe
de ser perfeitos, como acontece com todas
as igrejas, os relacionamentos eram
profundos.
10. Introdução
Experimentavam unidade incomum, e com
afinco procuravam ser um testemunho
dinâmico no mundo.
O estudo da carta aos Filipenses é um
dever de toda igreja que deseja passar pela
renovação bíblica.
11. Introdução
As palavras de Paulo são tão importantes
para hoje como o foram para o seu tempo.
Ainda mais, há lições dinâmicas para cada
unidade especial da igreja:
a família, marido e mulher;
também para os cristãos como
indivíduos.
12. Introdução
—
Renovação é a essência do Cristianismo
dinâmico, é a base sobre a qual os cristãos
tanto no sentido de "corpo" ou de grupo,
como no sentido de crentes individuais,
podem conhecer a vontade de Deus.
13. Introdução
—
Paulo tomou isto bem claro ao escrever aos
cristãos romanos: "transformai-vos pela
renovação da vossa mente".
Então continuou ele: "Para que experimenteis
qual seja a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus" (Rm 12.2). Aqui Paulo fala de
renovação num sentido organizacional.
14. Introdução
—
Paulo pede que estes cristãos, como um
corpo de crentes, desenvolvam a mente de
Cristo mediante a renovação grupal.
15. Introdução
—
A renovação pessoal não acontecerá como
Deus pretende a menos que se efetue no
contexto da renovação organizacional.
Por outro lado, a renovação do grupo não
acontecerá como Deus pretende sem a
renovação pessoal.
Ambas são necessárias.
16. Introdução
Jesus Cristo é "o mesmo ontem, hoje e
para sempre".
Pode ser que neste instante você duvide
disto.
Você se sinta frustrado.
Precise de ânimo.
17. Introdução
Talvez se sinta perseguido e mal
compreendido.
Até mesmo escarnecido e ridicularizado.
Ou talvez alguém, um irmão na fé, o tenha
decepcionado
18. Introdução
Talvez você esteja deprimido e
desiludido.
E como está sua situação financeira?
Talvez você não tenha pão suficiente na
mesa, e talvez tenha!
20. Introdução
Mas qualquer que seja seu estado,
veremos que esta carta também foi escrita
para você
Qualquer que seja o seu problema, há uma
lição prática na carta de Paulo aos cristãos
Filipenses que se aplicará à sua vida.
21. Introdução
Mas não tenho problema nenhum! — diz
você. Não faz mal. Estudemos juntos assim
mesmo.
Deixe-me, porém, preveni-lo! Você pode
descobrir alguns problemas no final.
22. Introdução
Não deixe que isto o apavore. Os cristãos
não devem ter medo de problemas. Encare
a realidade. Estes estudos têm o propósito
de torná-lo consciente de seus problemas.
23. Introdução
Mais importante, porém, tem o propósito
de ajudá-lo a ser um cristão que cresce e
amadurece num mundo muito
imprevisível.
Foi num mundo assim que Paulo viveu: ele
esteve na prisão.
24. Introdução
Os Filipenses também viveram nesta
espécie de mundo: foram perseguidos
pelos que desprezavam suas convicções
cristãs.
25. Introdução
Mas Paulo aprendeu o segredo de "viver
contente em toda e qualquer situação"
(Fp 4.11), e partilhou esses segredos com
os cristãos Filipenses.
Descubramos quais eram eles.
Eles funcionarão para nós também!
34. O primeiro parágrafo desta carta está cheio
de informações importantes.
Descobrimos o autor, o amanuense e a
atitude deles para com Jesus Cristo.
Descobrimos os destinatários, sua posição
em Cristo, onde viviam, e que esta igreja,
sem dúvida, tinha uma vida espiritual e
organizacional bem desenvolvida.
35. Descobrimos uma saudação um tanto
comum, característica da maioria das
cartas escritas na cultura deste tempo, mas
também descobrimos por que esta
saudação era comum e também singular,
indicando um relacionamento incomum
entre autor, amanuense e seus
destinatários.
36. Paulo foi o grande apóstolo aos gentios.
Sua carta aos Filipenses é uma das treze do
Novo Testamento que levam seu nome.
Originalmente Paulo fora chamado Saulo.
Ele pertenceu à seita dos fariseus e foi
extremamente dedicado ao Judaísmo.
37. Sua grande realização, antes de se
converter, foi perseguir a igreja, realização
de que teve vergonha quando se tomou
membro do corpo de Cristo e dedicou a
vida à pregação do evangelho e ao serviço
das pessoas que antes tentava jogar na
prisão e destruir.
38. Quando Paulo escreveu esta carta,
encontrava-se na prisão em Roma por
causa de Cristo. Ele acabava de receber
uma dádiva — uma dádiva abundante —
dos cristãos Filipenses.
39. Eles haviam mandado um dos seus homens
mais respeitados, chamado Epafrodito, que
entregou seu pacote de amor.
Um dos principais motivos de Paulo
escrever esta carta foi agradecer aos
Filipenses a sua generosidade e o seu
cuidado.
40. Quando Paulo escreveu esta carta, um
homem um pouco mais jovem, sem
dúvida, estava sentado ao seu lado com a
caneta na mão, um homem a quem Paulo
chegara a amar como se fosse seu próprio
filho.
Seu nome era Timóteo.
41. Ele provavelmente escrevia enquanto
Paulo ditava.
Timóteo tinha no coração um lugar
especial para os cristãos Filipenses, e
ocupava um lugar especial no coração
deles. Ele havia ajudado a começar esta
igreja.
42. Ele se encontrava com Paulo na segunda
viagem missionária quando chegaram a
Filipos pela primeira vez. Como veremos
mais tarde, o relacionamento de Timóteo
com estes cristãos era profundo.
Era recomendável que Paulo incluísse a
Timóteo nesta saudação.
43. Quando Paulo escreveu esta carta, chamou
a si mesmo e também a Timóteo de
"servos de Cristo Jesus".
A palavra servo literalmente significa:
"escravo".
44. Paulo, contudo, não usou a palavra servo
para referir-se a pessoas que se
encontravam em escravidão; antes, ele
fazia referência a pessoas livres.
Paulo e Timóteo não serviam com um
sentimento de opressão e compulsão, mas
com um senso de privilégio e dedicação.
45. Ambos reconheciam com profunda
gratidão, que Jesus Cristo havia se tornado
servo a fim de prover a vida eterna.
Paulo era especialmente grato a Deus.
Afinal de contas, ele havia sido inimigo da
cruz de Cristo.
46. Mas Deus, em seu amor, escolheu Paulo
para ser um dos seus melhores servos,
apesar de seu ódio anterior aos cristãos e
Aquele a quem serviam.
47. Paulo e Timóteo, portanto, encontraram a
liberdade, não vivendo para si mesmos,
mas entregando suas vidas a Cristo como
servos.
Eles verdadeiramente perderam a sua vida
a fim de achá-la (Marcos 8.34-37).
48. Paulo dirigiu sua carta a dois grupos de
cristãos. Mais precisamente, havia apenas
um grupo: todos "os santos".
Mas também enviaram uma saudação
especial a um grupo menor dentro do
grupo maior: os líderes da igreja, a quem
identificaram como "bispos e diáconos".
49. Palavra alguma tem sido mais mal
interpretada, abusada e mal empregada do
que “santo”, assim dentro, como fora da
comunidade cristã.
Para muitos, “santo” é um tipo especial de
crente.
Ou seja aquele que viveu uma vida
incomum de santidade e dedicação.
50. Não é assim! “Santo”, conforme Paulo usa
a palavra, era qualquer crente verdadeiro.
De fato, todos os coríntios foram chamados
de “santo”, e não houve um grupo de
cristãos mais carnais no mundo do Novo
Testamento do que eles (1 Coríntios 1.12;
2 Coríntios 1.1, 2).
51. Santo, portanto, é a pessoa "chamada" e
"separada" por Deus.
A palavra refere-se à posição do homem
"em Cristo Jesus". Assim, Paulo, logo
depois dessa palavra, usa a frase "em
Cristo Jesus".
52. O estar "em Cristo Jesus" é que torna a
pessoa um santo. As pessoas a quem Paulo
escreveu eram crentes verdadeiros.
Haviam colocado sua fé em Jesus Cristo.
53. Haviam sido batizadas em um corpo pelo
Espírito Santo (1 Co 12.13).
A propósito, a frase "em Cristo Jesus", ou
uma similar, era a predileta de Paulo.
54. Só na carta aos Filipenses a frase "em
Cristo Jesus" aparece oito vezes, e 41 vezes
em todas as suas cartas. A frase "em
Cristo" aparece 37 vezes, e "no Senhor",
43.
55. Assim, este conceito aparece mais de 120
vezes nos escritos de Paulo.
Para ele era uma realidade grande e
gloriosa ser cristão — estar "em Cristo
Jesus".
56. É verdade que Paulo escrevia a um
grupo de cristãos cuja cidadania estava
no céu, mas que também viviam na
terra — especificamente, em Filipos,
uma importante colônia romana da
Macedônia.
57. Foi nessa cidade que Paulo iniciou seu
ministério na Europa (vejamos no
mapa).
58.
59.
60. Ele foi para a Europa como resultado
do "chamado macedônio“, Paulo teve
uma visão que a noite (Atos 16.8-10).
61. Assim, Paulo, Timóteo, Silas e
provavelmente Lucas fizeram as malas,
atravessaram o mar Egeu e finalmente
chegaram a Filipos. Aqui encontraram
várias pessoas de culturas variadas.
62. Levou-as a Jesus Cristo e estabeleceu
uma igreja que estava destinada a
tomar-se um dos grupos mais maduros
de cristãos do primeiro século. (O
relato da fundação desta igreja
encontra-se no capítulo 16 de Atos.)
63. Dentro do grupo maior de cristãos de
Filipos (os santos) encontrava-se um grupo
menor (os líderes da igreja), a quem Paulo
desejava estender sua saudação especial.
Duas observações interessantes podemos
fazer acerca das palavras que Paulo usou
para descrever estes líderes.
64. a. Primeiro, os líderes espirituais de Filipos
eram chamados de bispos e não de
anciãos, o que refletia a sua formação
cultural.
Paulo usou os títulos ancião e bispo
intercambiavelmente no Novo Testamento,
mas com um propósito.
65. O título ancião era usado principalmente
nas igrejas constituídas de cristãos
convertidos na cultura judaica.
O título bispo era usado nas igrejas
constituídas primariamente de pessoas
convertidas na cultura greco-romana.
66. O motivo subjacente é que a palavra
ancião era comum entre os judeus, e a
palavra bispo era comum entre os gregos e
os romanos.
O ancião em Israel era um líder religioso e
social; o bispo da cultura pagã era aquele
que supervisava a colônia romana.
67. Em ambos os casos, as palavras foram
emprestadas e receberam significado e
função distintos na comunidade cristã.
O apóstolo usou a palavra bispo, ao
escrever aos Filipenses, sem dúvida porque
a igreja tinha muitos convertidos entre os
gentios.
68. Muitos comentaristas da Bíblia também
creem que, quando Paulo, Timóteo e Silas se
dirigiram a Tessalônica, Lucas ficou em
Filipos com o fim de ajudar a estabelecer a
igreja.
Uma vez que Lucas era um convertido
gentio, pode ser que ele tenha levado os
Filipenses a usar a palavra bispo em vez de
ancião.
69. Os bispos de Filipos eram homens
nomeados para ensinar doutrina, pastorear
os crentes Filipenses, e gerenciar a igreja,
de Deus Esses líderes eram homens
suficientemente maduros para atender às
necessidades espirituais do rebanho.
70. b. Segundo, o fato de Paulo ter saudado os
diáconos de Filipos indica que esta igreja
tinha uma vida espiritual madura e uma
organização bem desenvolvida.
No Novo Testamento, o diácono era um
homem nomeado para cuidar das
necessidades materiais do corpo.
71. Parece que eram nomeados logo que a
igreja começava a desenvolver-se, crescer
e criar necessidades que não existiam em
sua infância.
A primeira coisa que Paulo fazia nas novas
igrejas era nomear presbíteros ou bispos,
sendo que a primeira necessidade do
crente é de ensino e de cuidado pastoral.
72. Deste modo, vemos Paulo exortando a Tito
a constituir presbíteros em Creta, mas nada
disse ele acerca da nomeação de diáconos
(Tito 1.5).
É evidente que a necessidade de diáconos
ainda não havia surgido.
73. Portanto, a igreja filipense estava bem
encaminhada quanto ao crescimento e
desenvolvimento.
Havia bispos assim como diáconos, e Paulo
desejava saudar a todos os líderes de
Filipos de uma maneira especial.
74. 2 graça e paz a vós outros, da parte de
Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
Paulo usou duas palavras a fim de estender
sua saudação especial, "graça e paz".
A palavra graça geralmente era usada
entre os gentios; a palavra paz era a
saudação comum entre os judeus.
75. Consequentemente, Paulo usa ambas,
novamente refletindo sua sensibilidade
cultural.
Paulo, porém, acrescenta uma dimensão
divina, uma dimensão que não se
encontrava na correspondência secular da
época.
Sua saudação era "da parte de Deus nosso
Pai e do Senhor Jesus Cristo".
76. Isto dá a graça e a paz significados
caracteristicamente cristãos.
Paulo referia-se ao favor imerecido de
Deus de graça abundante para com a
humanidade ao enviar Jesus para ser o
Salvador do mundo.
77. Ele também se referia à paz com Deus que
todos os homens têm quando recebem a
dádiva divina da vida eterna.
Assim, Paulo começou sua carta com um
parágrafo breve mas cheio de poder,
apenas dois simples versículos em nossa
Bíblia atual.
78. Esses dois versículos falam muito acerca de
Paulo, de Timóteo, dos Filipenses, dos
líderes da igreja, e do profundo
relacionamento que existia entre Paulo e
Timóteo e estes cristãos do Novo
Testamento.
79. Todos os cristãos verdadeiros são santos,
mas nem todos são servos.
Você já entregou a vida a Jesus Cristo
total e incondicionalmente?
Você chegou, em sua vida, ao ponto de
dar-lhe o primeiro lugar?
Você ainda está dirigindo sua vida,
tomando todas as suas decisões de
maneira egoísta?
80. Como é que o cristão se transforma em
servo?
Primeiro, tomando uma decisão, uma
decisão claramente expressa em Rm 12.1,
2.
A oração seguinte parafraseia essa decisão: