O artigo desenvolve a ideia que ganhar salários baixos podem ocasionar riscos que envolvem o emocional. Daí, pode acontecer uma série de situações que comprometem no trabalho, na família. O desenvolver do debate é para alertar de um perigo que aparenta invisível e que desenvolve com patologias psicológicas, é de difícil identificação por ser um risco menos tangível e tem o objetivo de ser identificado e avaliado, para se tratar o desvio.
Os Salarios baixo de Portugal como uma das Situações Indutoras de Risco Psicossocial
1. Os Ordenados Baixos de Portugal como uma das Situações Indutoras de
Risco Psicossocial
INTRODUÇÃO
Os baixos ordenados, as insuficientes condições do trabalho e também a política de remunerações do trabalhador português poderão resultar num cenário de risco psicossocial principalmente
porque os salários dos trabalhadores portugueses estão congelados há aproximadamente 10 anos Segundo um estudo publicado pela Confederação Européia-CES (2017, 2018), os trabalhadores
ganham menos hoje que à nove anos atrás, em outras publicações o salário base não é suficiente para os trabalhadores viverem. Existe afirmações de um porta voz de Bruxelas que alerta para o
risco de salários baixos em Portugal “Jornal eletrônico TSF. Global Media Group http://www.tsf.pt (2017). A pesquisa identifica o problema como um preponderante indutor à riscos psicossociais,
por que as perspectivas do cenário atual da organização do trabalho e das condições psicológicas do trabalhador são deficientes. Sabe-se que a insuficiência nos salários ocasiona uma cadeia de
eventos de efeitos em que um é causa do efeito do outro, atingem diretamente o emocional do trabalhador e estende-se do desenvolvimento laboral a família.
O objetivo do artigo é alertar do problema e antecipar o fenômeno para barrar os desvios. Para além, a avaliação técnica do risco psicossocial é de elevada importância, este estudo contribui para
o conhecimento científico e profissional, devido ao facto destes riscos de serem menos tangíveis e por isso serem mais difíceis de avaliar, gerir e prevenir (EU-OSHA, 2007; Eurofound, 2012: Leka
& Cox, 2010; WHO, 2008b).
DESENVOLVIMENTO
O artigo foi realizado através de uma pesquisa exploratória documental, buscando contribuições de vários autores, jornais, revistas, artigos, entre outros sobre a temática de forma de debate e solução à problemática,
Silva e Grigolo (2002, p. 98) afirma que, “a pesquisa documental vale-se de materiais que ainda não receberam nenhuma análise aprofundada. Esse tipo de pesquisa visa, assim, selecionar, tratar e interpretar a
informação bruta, buscando extrair dela algum sentido e introduzir-lhe algum valor, podendo, desse modo, contribuir com a comunidade científica, a fim de que outros possam voltar a desempenhar futuramente o
mesmo papel”. A determinação de um objeto específico de investigação com dimensões naturais espera desenvolver um debate aplicado às necessidades humanas, fatos, fenômeno e paradigmas merecendo por parte
do investigador atenção a documentos, análise, ideias e hipóteses com acervo abordado nas unidades curriculares durante a 3ª edição do Mestrado em Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (ISEC Lisboa).
As variáveis psicológicas referentes aos factores psicossociais de risco para a saúde mental estão conectadas com o ambiente social e segundo estudos demonstram o comportamento e as respostas do indivíduo com a
envolvente, o meio em que vive o ser humano, os seres vivos e as coisas, relacionam o risco da doença a um contexto social “o ambiente de trabalho e a natureza do trabalho influenciam significamente na saúde”.
(Marmont & Wilkinson, 2006 citado por Leka, Jain & World Health Organization [WHO], 2010/ Silva & Marques, 2013). Desenvolvida a discussão percebe-se a forte crítica negativa do assunto nos meios sociais,
sindicatos, mídia, entre outros críticos da UE referente à política de ordenados, preocupados com os efeitos na saúde dos trabalhadores. O estudo identifica positivamente que o ambiente de trabalho e a natureza do
trabalho influenciam significativamente na saúde, bem como os ordenados insuficientes provocam uma avalanche de consequências psicológicas que resultam dos fatores piscossociais, Por fim, os resultados obtidos
alcançaram sua finalidade, demonstrar que os ordenados baixos de Portugal é uma situação indutora de risco psicossocial de facto, as ideias vão de encontro do princípio da teoria de segurança no trabalho, Herbert
Heinrich, “a segurança é baseada em
comportamento” a resultante destes conceitos se resumem na gestão integrada da segurança e saúde no trabalho, com fins de barrar e identificar os problemas, os desvios, antes que se suceda o acidente de trabalho,
danos psicológicos ou a desfragmentação familiar, advindos do risco psicossocial e estabelecidos por questões sociais relacionadas com as políticas públicas, especificamente os ordenados baixos.
CONCLUSÕES
• Indícios de preocupação na capital da União Européia dos salários baixos de Portugal. A motivação pode ter os efeitos e reflexos do problema no bloco Europeu.
• Identificação positiva, que o ambiente de trabalho, a natureza do trabalho e salários baixos influenciam na Segurança e Saúde do Trabalho;
• A Direção-Geral da Saúde apresenta uma visão da saúde e bem estar dos trabalhadores como ponto chave para uma progressiva forma de proteger e melhorar a qualidade, da segurança e da redução de iniquidades em saúde. A
valorização da Saúde Ocupacional como uma área de intervenção reconhecendo o local de trabalho como um espaço para a prevenção dos riscos profissionais, com prerrogativas à proteção e promoção da saúde e o acesso dos
trabalhadores a SST.
• Conclui-se que mecanismos de prevenção e antecipação é uma ótima resposta: Identifica o perigo e faz gerir ações para neutralizar o desvio;
• Evolução de conceitos e raciocícios da Segurança no Trabalho: Heinrich (1930), “a segurança é baseada em comportamento”. A melhoria continuada dos sistemas de trabalho da industria 1.0 a 4.0 expande a SST 4.0: Santos
(2018) “os locais de trabalho saudáveis e a saúde dos trabalhadores são, em si mesmos, valores social e econômicamente relevantes para o desenvolvimento sustentável das comunidades, dos países e do mundo”.
Referências Bibliográficas
Portugal. Ministério da Saúde. Direção-Geral da Saúde. Programa Nacional de Saúde Ocupacional (PNSOC) – Extensão 2018/2020. Lisboa: Direção-Geral da Saúde,2018. SILVA, Marise Borba de; GRICOLO, Tânia maris., 2002.
International labour Organization. Psychosocial factors at work. Geneva, 1986. EU-OSHA (2007). Eurofound, 2012. Leka, S. & Cox, T. , 2010. MARCONI, M., & LAKATOS, E., 2003. WHO , 2008b.
A023
Alexandre Coimbra
Fátima Ramalho
alexandretiberio1@gmail.com
fatima.ramalho@iseclisboa.pt2019
Adaptado pelo autor. Fonte: Mapa de Risco (FPSICO) – Unidade
curricular SGSST 3.ª Edição 2017/2018. Isec Lisboa
Princípio de uma Política Nacional
• Qualquer membro deverá, à luz das condições e da prática nacionais e em causa consulta com as organizações de definir,
pôr em prática e reexaminar periodicamente uma política nacional coerente em matéria de segurança, saúde dos
trabalhadores e ambiente de trabalho.
• Essa política terá como objetivo a prevenção dos acidentes e dos perigos para a saúde resultantes do trabalho.
(OIT - Convenção n.º 155 Ratificada por Portugal)
AÇÕES DE PREVENÇÃO E ANTECIPAÇÃO DOS RISCOS UTILIZANDO A ABORDAGEM DE PROCESSOS DE NEGÓCIO (BPM)
O plano de medidas incide em três direções do ciclo: 1. Ações de prevenção na redução da frequência dos riscos e perigos; 2. Ações que vão tornar
menores as consequências do efeito indesejado; 3. Ações direcionadas aos perigos e riscos identificadas no plano de antecipação dentro dos fatores
psicossociais com a finalidade de potencializar a redução dos desvios.