Reflexão para líderes de comunidade e ativistas ambientais da Arquidiocese de Palmas (To) sobre a espiritualidade ecológica, as práticas comunitárias já existentes e novas possibilidades. Material de formação para Guardiões Ecológicos
2. O que sustenta a prática
transformadora?
Espiritualidade ecológica ou
Ecoespiritualidade.
Um jeito de viver o seguimento de Jesus,
de alimentar a nossa fé,
junto com as outras criaturas.
3. Inspiração: Cap. 2 e Cap.6 da Laudato Si.
• A Terra é para nós: a casa onde habitamos com as outras
criaturas, irmã, e mãe que nos alimenta com seus frutos.
• Somos parte da Terra. Se não reconhecemos isso, passamos
a ser dominadores e saqueadores (ladrões).
• Tudo está interligado! Uma só questão: socioambiental
• A Criação é o “primeiro evangelho”. Deus se revela nela
• Jesus nos chama para uma “conversão ecológica”: mudança
de coração, de mente, hábitos, com ações comunitárias e
institucionais.
4. •O Reino de Deus se aproxima.
Convertam-se e creiam no Evangelho
(Mc 1,15)
•Vigiem e orem, para não cair em
tentação (Mt 26,41)
5. Como vivenciar a ecoespiritualidade?
• Manter o “coração de criança”: surpreender-se com a
beleza da Criação no dia a dia. -> Louvar e agradecer.
• Orar junto das águas, das árvores, dos pássaros, do nascer e
por do sol, da lua cheia, das flores do cerrado.
• Bendizer a Deus pelos alimentos.
• Celebrar a eucaristia com o olhar ecológico
• Rezar os Salmos: Deus salvador é criador.
• Sentir a dor da criação e dos pobres como sua dor.
• Dar passos de conversão ecológica.
7. Não existe uma “receita”. Você vai
descobrir em sua comunidade:
• O que prejudica a natureza e as pessoas, especialmente as
mais pobres (impacto socioambiental negativo).
• Como diminuir o impacto ambiental negativo
• Como contribuir para regenerar a Criação e favorecer as
relações comunitárias (Bem Viver)
-> O que fere, o que evita a doença, o que cura?
Vamos apenas sugerir. Você e sua comunidade vão discernir.
8. Há ações próprias:
• Na capital (Palmas)
• Nas cidades pequenas
• Na roça, no campo.
É preciso ligar as iniciativas.
Exemplo: se uma comunidade produz com agroecologia,
outras pessoas e comunidades compram e consomem sua
produção. Construímos assim uma “rede pela vida”.
9. Gestos pessoais e na sua casa
• Economia de água e energia
• Dose adequada de detergente, sabão em pó e amaciante.
• Escolha de alimentos sem veneno e redução de alimentos
ultraprocessados. Valorizar a produção local.
• Separação e destinação do lixo -> compostagem e catadores
• Plantar: flores, horta caseira, árvore no quintal.
• Recolher e destinar o óleo de fritura usado: sabão ou detergente.
• Usar menos o carro (se tiver), e andar a pé, de bicicleta e de
transporte público.
10. Ações na Igreja e na comunidade
• Conhecer as iniciativas locais e regionais para: valorizar,
colaborar e aprender com elas.
• Há também muitas alternativas em outros lugares,
disponíveis na internet (vídeos, textos, áudios).
• Formar um grupo na paróquia (ou comunidade) para
sensibilizar as pessoas e tomar iniciativas conscientizadoras.
• Vejamos alguns exemplos na Arquidiocese de Palmas.
11. Projeto “No caminho das Águas”
• Municípios: Novo Acordo, Tocantínia, Rio Sono e outros...
• Construção e uso de Cisternas de placa.
• Barraginha.
• Revitalização de nascentes.
• Plantação de mudas do nosso bioma.
• Banco de sementes (segurança alimentar)
• Fundo rotativo solidário. Ex: para criação de galinhas.
12. Farmácia Viva, Horta e plantas
• Horta consorciada:
- canteiro de plantas medicinais tradicionais (sabedoria
indígena e ribeirinha)
- Verdura e legumes
• Viveiro de mudas
• Casa de sementes (sementes criolas).
13. Organismos eclesiais e parcerias
• Caritas, Pastorais Sociais, CPT e CIMI.
• “Em defesa do cerrado”: enfrentamento ao megaprojeto
Matopiba.
• Participação na ATA: Associação Tocantinense de
agroecologia.
• Turismo sustentável.
• Região pastoral com os povo indígena Xerentes
• Implantação de energia fotovoltaica nas paróquias e
projetos sociais da Igreja.
14. A política: um grande desafio
• Formar e apoiar grupos da sociedade civil para fazer valer
os direitos humanos e da Terra.
• Pressionar os vereadores e prefeitos para evitar mais
retrocessos ambientais.
• Ter uma representação da Igreja para atuar junto às
autoridade do Estado.
• Promover parcerias com as secretarias do meio ambiente e
da educação.
• Antecipar-se: propor candidaturas; exigir compromisso
registrado com questões socioambientais.
15. E o Jalapão?
• Um patrimônio natural maravilhoso!
• Intensificar a presença da Igreja no Jalapão:
- Turismo sustentável
- Comunidades quilombolas
- Artesanato local (capim dourado e outros)
- Preservação do cerrado
- Cuidado com os rios.
16. Sugestão de ações coletivas e
institucionais da Igreja
•eventos,
•campanhas,
•processos,
•gestão ambiental,
• incidência política (cidadania)
17. Eventos
• Nos eventos:
- Reduzir a produção de lixo, usar material reutilizável. Destinar
os resíduos para associação de catadores.
- Alimentos: privilegiar fornecedores de agroecologia e economia
solidária.
• Sugestões:
Caminhada ecológica
Feira de trocas
Feira de produtos agroecológicos e da economia solidária
18. Campanhas
•Campanha da Fraternidade com maior incidência
social e um gesto marcante.
•Mutirão de limpeza
•Passeio ciclístico
•Plantio de mudas
•Compostagem
•Horta urbana
•Consumo de água e energia
•Consumo consciente
•Combate aos incêndios
19. Processos
•Coleta e destinação de óleo usado
•Parceria com cooperativas de coletores de
material reciclado
•Horta comunitária e escolar
20. Gestão Ambiental
• Analisar os impactos ambientais das iniciativas da Igreja
• Estudar como e quando reduzir estes impactos
• Envolver as pessoas para essa causa
• Traçar um plano de implantação de mudanças
• Criar novos hábitos
• Realizar reformas e construções com esse olhar
• Reflorestar com plantas do nosso bioma e árvores frutíferas
• Divulgar para estimular a prática em outras pessoas e instituições
• Favorecer fornecedores que tem perspectiva ecológica.
21. Incidência política ou cidadã
• O que a paróquia ou diocese pode fazer para colaborar em
alguma questão de cidadania, de política pública, de
direitos humanos, no seu bairro ou na sua cidade?
• Quem realizará esta prática, em nosso nome?