Há escritores que conhecem a popularidade em vida; outros que só são conhecidos por gerações futuras. Hermann Hesse foi conhecido, respeitado e lido em seu tempo. Voltou como uma onda nos anos 60/70 do séc.XX. O crítico Franklin de Oliveira escreveu nos anos 80 que os jovens redescobriam Hesse. É essa a intenção desta apresentação, ajudar a você leitor a redescobrir no séc. XXI, o grande Hesse. Estes slides foram compostos sobre textos de Franklin de Oliveira (**)Literatura e Civilização (1971); e dos blogs de Alfredo Monte e Ivo Barroso.
2. Origens
*Hermann Hesse (HH) - Escritor alemão, que em 1923 naturalizou-se suíço.
Nascido no seio de uma família muito religiosa, filho de pais missionários
protestantes que tinham pregado o cristianismo na Índia.Wikipédia
Nascimento: 2 de julho de 1877, Calw, Alemanha
Falecimento: 9 de agosto de 1962, Montagnola, SuíçaFalecimento: 9 de agosto de 1962, Montagnola, Suíça
*Wikipedia
“Agora*, começamos a redescobrir Hermann
Hesse. Ainda bem. Redescobrir, porque há
mais ou menos 20 anos ele empolgava os
nossos leitores, particularmente os jovens.”
(*) Obs.: “agora”=1969!
3. “Hermann Hesse já foi definido como o
homem mais sábio do nosso tempo.
Sábio não no sentido de erudito,
embora tivesse sido enorme a sua
cultura, mas na acepção de homem que
viveu a condição … platônica:
a perfeição moral, pela fundaa perfeição moral, pela funda
participação em tudo que é belo, justo,
bom e verdadeiro. Sábio como sinônimo
de santo - a sabedoria como conquista
da oculta santidade da vida: a
sacralidade do existir.
A sabedoria da vida …”
4. Primeiros grandes passos
“Peter Camenzid” (1904)
foi o primeiro livro do
romancista HH. “De
tranquila poeticidade
pastoral, esta novela-
1. “Demian” (1919).
2. “O Lobo da Estepe”
(1927).N’O Lobo “tudo é
tensão, ambivalência, atração e
repulsão, sístole e diástole,
síncrese e diácrase, inspiração e
pastoral, esta novela-
idílio é de funda nota
elegíaca”.
Mas depois vieram duas
explosões no que
Franklin chama de
“fixação hesseana da
crise da consciência
humana”
síncrese e diácrase, inspiração e
expiração, atração e repulsão,
oscilações polares, rasgadas
dilacerações do Ser - o ser sem
resgate. Fera ou homem, ou
homem-fera? Radiografia de um
mundo em desintegração, Harry
Haller - um indivíduo … num
mundo estranho carregando a
desesperança…”
5. “SENTIMENTOestranho
o de quem caminha na neblina…*”
- Nesse verso de um poema de HH, Franklin diz ter
encontrado “a chave da leitura de O Lobo da Estepe”.
- “Pode-se viver em tensão todo o tempo? Tem o
artista o direito de servir à humanidade o tempo todo
a angústria? Ou o seu dever é flechá-la, para a
destruir? Mas como?..”
(*)Siga o link para ler crítica de Alfredo Monte sobre Hesse
6. “Amor, pensamento - o resgate do
Ser”
Em “Narciso e Goldmund” (1980) F.O. vê a
“redenção próxima”. Redenção, diz Franklin,
“assentada nas duas coisas mais belas do mundo,
segundo Hesse: os seios femininos e o cérebro do
pensador. Amor, pensamento - o resgate do ser.pensador. Amor, pensamento - o resgate do ser.
Ressurreição vislumbrada. Logo os caminhos da
redenção viriam em “O Jogo das Contas de Vidro”
(1943) - o último romance de HH, livro em que ele
assumiu a excelsitude de ‘minister verbi divini’”
7. “Pode haver coisa mais terrível do que a solidão de um homem em sua
própria casa?” Em “Rosshalde”, diz Franklin, “é a dor humana autêntica que
ele narra - o sofrimento silencioso do homem que descobre que o mundo
daqueles que ele ama não é o seu mundo, e começa, para não afundar no
desespero desta descoberta, a perseguir as últimas coisas que lhe resta: a sua
arte e o carinho do filho menor…(e) perde a aposta nas duas esperanças (...)
“Compreende, então, que o homem, para viver … tem de “recriar o mundo
como única salvação possível”.
Estaria nesse romance, muitas vezes mal compreendido, o grande tema de sua
literatura? Veja a resposta de Franklin de Oliveira:
- “Na verdade, o grande tema de Hesse é saber até que ponto podemos- “Na verdade, o grande tema de Hesse é saber até que ponto podemos
suportar a vida, tal como ela nos foi transmitida: saber até que ponto
aguentamos ‘entre não poder viver e não poder morrer. A resposta final a
esta pergunta… está em O Jogo das Contas de Vidro”, “a mais bela utopia
que nenhum outro humano de nosso tempo a poderia conceber, a não ser
Herman Hesse, o mais sábio de todos os homens” (F.O., 1969, L&C., pág.
172.)
8. E pra fechar… um poema de
Hesse*
(*) Siga o Link
para ler a
tradução de
Ivo Barroso