Preço da energia pode contribuir para a desaceleração da economia, diz indústria.
1. Preço da energia pode contribuir para a desaceleração da economia, diz indústria.
Carga tributária e encargos representam mais de 50% dos valores da tarifa
Fonte: Jornal da Energia
Os elevados custos da energia elétrica no Brasil podem vir a desacelerar a economia
do País. Essa foi a conclusão do seminário Energia Elétrica: Fator de Competitividade
da Indústria, realizado nesta quinta-feira, 31 de março, pela Confederação Nacional
da Indústria (CNI) em parceria com a Associação Brasileira de Grande consumidores
Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). No evento, foi apresentado o
último estudo do Projeto Energia Competitiva (PEC).
O coordenador do PEC, Fernando Garcia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta
que o custo de energia no Brasil cresceu mais rápido do que no resto do mundo, que
teria trazido consequências à balança comercial. “De exportador de alguns produtos,
como material de construção, passamos a ser importadores, e hoje acumulamos um
déficit de US$ 3 bilhões. Para conviver com uma taxa de câmbio valorizada,
precisamos tomar outras providências para reduzir os custos e aumentar a
competitividade”.
Garcia explica ainda que, com a desoneração das tarifas, "o Brasil pode crescer mais
e acrescentar R$ 695 bilhões ao PIB até 2020". Para se ter uma ideia, esse valor
representa uma economia do tamanho da África do Sul e três vezes o PIB do Chile.
Eduardo Spalding, coordenador da Comissão de Energia da Associação Brasileira da
Indústria de Alumínio (Abal), também chama a atenção para retração da indústria de
alumínio, que ficou 10% abaixo da capacidade produtiva no País nos últimos seis anos.
“Fábricas de outros setores de uso intensivo de energia também estão fechando as
portas”, pontua Spalding.
“Os custos da energia praticamente dobraram nos últimos seis anos”, destaca
Espalding. Segundo ele, o Brasil tem hoje "a terceira tarifa mais cara do mundo". "Isso
inibe investimentos e, se nada for feito, nos próximos dez anos haverá um aumento de
mais de 20% no custo da energia industrial”, acrescenta.
O PEC reúne sete entidades representantes da indústria. É liderado pela Abrace e
inclui também a Abal (alumínio), Abiclor (cloro-soda), Abiquim (indústria química),
Abividro (indústria de vidro) Abrafe (ferroligas) e IABr (aço). Juntas, as associadas
dessas entidades consomem cerca de um terço de toda a energia gerada no país.
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