O documento descreve a viagem de um menino de 10 anos, João Pedro, e seu avô pelo estreito de Magalhães a bordo de um cruzeiro. O avô queria transmitir ao neto o entusiasmo de percorrer o local que Fernão de Magalhães desvendou ao mundo há 500 anos, apesar das grandes dificuldades enfrentadas pelos primeiros navegadores na época. A viagem permitiu ao menino imaginar as aventuras vividas por Magalhães e outros heróis navegadores.
1. ANO LETIVO 2019-2020
SEMANA DA LEITURA – 09/03/2020
Um Minuto pela Leitura- 1º CEB (3º e 4º ano)
Magalhães nos olhos de um menino
(...)
O navio avançava pelas águas geladas do estreito de Magalhães, rumo a Punta Arenas,
no Chile. João Pedro completava então os seus dez anos de idade, e o avô presenteara-o
com um cruzeiro pelo estreito, uma aventura, afinal, a lembrar aquela que, há cinco
séculos, ali viveram os grandes navegadores, capitaneados pelo mais famoso de todos:
Fernão de Magalhães.
Habituado ao bulício das praias e avenidas de Copacabana, no Rio de Janeiro, onde vivia,
o pequeno acolhera o presente do avô como se fosse a oferta de um papel numa qualquer
aventura de cinema. Contudo, o que o avô Elias, português emigrante, eterno saudoso das
mágicas paisagens do seu país, queria transmitir ao neto era apenas o entusiasmo de
percorrer num luxuoso navio aquele lugar tenebroso que um Navegador da sua terra, ao
leme de uma modesta nau, desvendou ao mundo.
Elias, que tão cedo deixou para trás a sua vila natal, imaginava-se, também ele, no lugar
dos primeiros navegadores. A precariedade das embarcações, as longas viagens que
podiam durar anos, as doenças oriundas das péssimas condições de higiene e a escassez de
informações acerca do percurso a ser navegado transformavam os navegadores em alvos
fáceis a uma morte impiedosa, que estava sempre à espreita. Estava bem de ver que
naquele tempo isso era só para heróis. Heróis como Fernão Magalhães. (…)
PARAFITA, Alexandre; GONÇALVES, Simone – Magalhães nos olhos de um menino. Lisboa: Plátano Editora, 2011, pp. 6.