SlideShare a Scribd company logo
1 of 35
+ Utilização de
Drosophila
melanogaster
como modelo em
estudos de
Genética Clássica
Diana Lobo
Cristina Aguiar
2011
Aceite para publicação em 6 de Junho de 2011
+
Enquadramento
Nesta apresentação revisitar-se-ão
alguns trabalhos de Gregor Mendel e
os resultados que conduziram às
suas Leis, e que constituem as
fundações da designada Genética
Clássica ou Hereditariedade
Mendeliana.
Adicionalmente, abordar-se-ão as
características que fazem de
Drosophila melanogaster, a mosca da
fruta, um excelente modelo em
estudos de Genética, e de Genética
Clássica em particular.
+
Gregor Mendel
Imagemadaptadade:
http://kentsimmons.uwinnipeg.ca/cm1504/mendel.htm
O “Pai da Genética”
Gregor Mendel
1822-1884
Imagemadaptadade:http://www.biologie.uni-
hamburg.de/b-online/d08_mend/mendel.htm
+
As experiências de Mendel
 Realizou estudos com a ervilheira (Pisum sativum) no Mosteiro da Ordem de
Santo Agostinho, em Brno, na República Checa.
 Os seus trabalhos constituem os alicerces da Genética e fundamentam as
chamadas LEIS DE MENDEL.
Jardins do Mosteiro onde Mendel realizou as suas experiências
Imagemadaptadade:GriffithsA.,MillerH.&William
M.AnIntroductiontoGeneticAnalysis,7th
Edition.
+
Metodologia científica de Mendel
 Escolha de material biológico adequado – fácil cultivo e
crescimento;obtenção de várias gerações com elevado número de
descendentes; ciclo de vida curto; flor com estrutura adequada ao controlo da
fecundação,; para além de poder reproduzir-se por auto-polinização e
características diferenciadas e contrastantes.
 Utilização de linhas puras
 Avaliação de um caracter individualmente
 Tratamentos matemáticos para analisar os dados
+
 Mendel estudou 7 caracteres ou características em Pisum sativum,
cada uma com duas manifestações fenotípicas distintas.
Metodologia científica de Mendel
Forma das sementes Cor das sementes
Forma da vagem Cor da vagem
Posição das flores
Cor das flores
Tamanho dos caules
+
Conceitos importantes
 Determinantes Hereditários de Mendel: são actualmente designados por
GENES. As diferentes formas de um gene designam-se ALELOS.
Exemplo: Gene = “pê”; Alelo = P (dominante) ou p (recessivo)
 Genótipo: Constituição genética de um indivíduo.
Exemplo: PP, Pp ou pp
 Fenótipo: Características observáveis.
Exemplo: Púrpura ou Branca
 Homozigótico: os alelos do par são idênticos.
Exemplo: PP (Homozigótico dominante) ou pp (Homozigótico recessivo)
 Heterozigótico: os alelos do par são diferentes.
Exemplo: Pp
PP Pp pp
Imagem adaptada de: http://www.cientic.com/heredit1_pp23.html
+
1ªLei de Mendel
Monohibridismo
Cruzamentos em que os progenitores apenas se diferenciam numa
característica, relacionada com a transmissão de um só gene.
crescimento
(P) Geração Parental
cruzamento
(F1) 1ªgeração filial
F1xF1
x
PP pp Pp
Pp Pp
x
?
+
1ªLei de Mendel
Monohibridismo
½ P ½ p
½ P ¼ PP ¼ pP
½ p
¼ Pp ¼ pp
Gâmetas
Gâmetas
PP= ¼ (Homozigóticos dominantes)
Pp= ½ (Heterozigóticos)
pp= ¼ (Homozigóticos recessivos)
1ªLei de Mendel:
PRINCÍPIO DA SEGREGAÇÃO INDEPENDENTE
¾ manifestam o fenótipo púrpura
codificado por um alelo dominante
¼ manifesta o fenótipo branco
codificado pelo alelo recessivo e apenas
expresso quando estão presentes duas
cópias desse alelo recessivo
F1xF1
3:1
+
Para cada característica existem determinantes hereditários
de natureza particular.
Cada ervilheira tem um par desses determinantes, em cada
célula, para cada característica estudada.
Durante a formação dos gâmetas os membros desse par
separam-se de forma idêntica.
Cada gâmeta transporta um dos elementos desse par.
A união dos gâmetas para formar um zigoto reúne o par
desses determinantes hereditários.
Primeira Lei de Mendel:
+
Princípio da Segregação
Independente
Durante a formação dos gâmetas, os dois membros de um par de
determinantes hereditários – que actualmente designamos e
conhecemos como “genes” - separam-se.
Metade dos gâmetas terão um dos membros e a outra metade o
outro membro.
Aa
a
A
Formação de gâmetas
+
Testcross
 Para verificar esta hipótese, das plantas da primeira geração
filial (F1) terem o genótipo Pp é necessária a realização de
um teste:
Testcross
 Teste idealizado com a finalidade de, através da descendência, se
conseguir identificar o genótipo de um dado indivíduo progenitor. O
teste efectua-se cruzando o indivíduo com o fenótipo codificado por um
alelo dominante, mas cujo genótipo é desconhecido (genótipo Aa ou AA),
com um indivíduo com fenótipo codificado pela presença dos dois alelos
recessivos (genótipo aa)
+
Testcross
xFenótipo codificado por
um alelo dominante e
genótipo desconhecido
(Aa ou AA)
Fenótipo codificado
pelos dois alelos
recessivos e genótipo
conhecido (aa)
OU
A A
a
a
Aa
Aa Aa
Aa
A a
a
a
Aa
Aa
aa
aa
Se… Se…
100% Amarelo 50% Amarelo : 50% Verde
+
2ªLei de Mendel
Dihibridismo
Cruzamentos em que os progenitores diferem em duas características.
x
(P)
cruzamento
(F1)
F1xF1
x
(F2)
9:3:3:1
Duas caracteristicas:
Forma das sementes
Cor das sementes
Linha pura lisa e verde vs
Linha pura rugosa e amarela
aaLL AAll
AaLl AaLl AaLl
+
2ªLei de Mendel
Dihibridismo
AL aL Al al
AL AALL AaLL AALl AaLl
aL
AaLL aaLL AaLl aaLl
Al
AALl AaLl AAll Aall
al
AaLl aaLl Aall aall
Gâmetas
Gâmetas
315
108
101
32
A proporção 9:3:3:1
traduz a combinação
de duas proporções 3:1
independentes
Cada par de genes actua independentemente do outro
A hereditariedade das duas características processa-se de forma independente
F1xF1
+
Lei da Independência dos
caracteres
A segregação dos membros de qualquer par de genes é
INDEPENDENTE da segregação de outros pares.
Existe uma uniformidade dos híbridos da 1ªgeração (F1) em relação aos caracteres
em estudo, manifestando-se os caracteres codificados pelos alelos dominantes.
Todas as sementes são amarelas e lisas. Os caracteres codificados pelos alelos
recessivos (cor verde e forma rugosa) não se manifestam.
A geração F2 revelou-se heterogénea surgindo, além dos fenótipos parentais, dois
novos fenótipos (verde/rugoso e amarelo/liso).
+
Drosophila
melanogaster
 Primeiros Trabalhos:Thomas H. Morgan
 Características que a tornam especial
 Ciclo de vida
 Morfologia. Distinção entre os sexos
 Tipo selvagem e Mutantes
 Cruzamentos genéticos
+
Thomas H.Morgan
Imagem adaptada de:
http://www.sciencephoto.com/images/downl
oad_lo_res.html?id=670031560
Imagemadaptadade:
http://academic.pgcc.edu/~kroberts/biotech/chapt2/morgan.htm
 Desenvolveu, a partir de
1910, estudos genéticos com
a mosca da fruta – Drosophila
melanogaster.
 Prémio Nobel em 1933
+
Características
Drosophila melanogaster é um organismo modelo para o estudo da Biologia do
Desenvolvimento, pelo facto de possuir determinadas características:
Dimensões reduzidas (3 a 4 mm)
Facilidade de distinção entre machos e fêmeas
Ciclo de vida curto (12 dias, aproximadamente)
 Elevada taxa de fecundidade
Descendência numerosa
Facilidade de manutenção de culturas em laboratório
Susceptível de manipulação genética
Cariótipo com 4 pares de cromossomas (3 pares autossómicos e 1 par sexual)
Genoma descodificado e publicado desde 2000
Genoma pequeno, com cerca de 14 000 genes
+
Ciclo de Vida
Ciclo de
Vida
Fase do Ciclo de Vida: Pupa
Larva
Imagens cedidas por Amaro Rodrigues, Universidade do Minho
Assinalam-se os olhos (1) e as
antenas (2) em desenvolvimento,
assim como os esboços alares (3),
Fase do Ciclo de Vida: Larva
1
2
3
Puparium vazio
+
Morfologia
 Insecto com cabeça, toráx e abdómen.
 Cabeça com pêlos e sedas apresentando um par de antenas na região
anterior e, lateralmente, dois olhos compostos vermelhos.
 Tórax de cor amarela-acastanhada, com três pares de patas que
terminam em garras.
 Um par de asas finas e transparentes no segundo segmento torácico
(insecto da ordem Díptera).
 Abdómen segmentado e sem apêndices, em parte pigmentado de
negro e coberto de pêlos.
+
Morfologia
Distinção entre os sexos
Fêmea Macho
*Parâmetro apenas utilizado em moscas adultas
** Estrutura pilosa no par de patas anterior. Parâmetro mais seguro na distinção de moscas
Imagens cedidas por Amaro Rodrigues
Universidade do Minho
+
Exemplares
Tipo selvagem e Mutantes
■ A forma predominante de Drosophila melanogaster na Natureza apresenta o
corpo cinzento, olhos vermelhos e asas longas e denomina-se a forma ou tipo
selvagem. Forma a quase totalidade das populações naturais desta espécie.
 A qualquer variação hereditária deste “tipo padrão”
denomina-se mutante. As mutações podem afectar as
diferentes partes do corpo do adulto.
 Apresenta 4 pares de cromossomas (2n=8)
homólogos que se designam por I, II, III e IV. O
par de cromossomas I corresponde ao par de
cromossomas sexuais. Na fêmea há dois
cromossomas X e, no macho, um cromossoma X e
um cromossoma Y. Este, devido à sua
heterocromatina, é praticamente inactivo do ponto
de vista genético.
Imagem adaptada de: Griffiths A., Miller H. &
William M. An Introduction to Genetic Analysis,
7th
Edition.
+
Exemplares
Mutantes
 Nomenclatura:
É costume representar-se o genótipo das formas alternativas
pela letra ou letras iniciais da palavra inglesa que expressa o
fenótipo da característica em causa. A letra será minúscula ou
maiúscula consoante a referida característica seja codificada
por um alelo recessivo ou pelo alelo dominante,
respectivamente.
Exemplo: Alelo para olhos brancos = w (white) (minúscula porque o
fenótipo white manifesta-se pela presença de duas cópias do alelo
recessivo)
Quando este locus é ocupado pelo alelo da forma selvagem, este
representa-se pela mesma letra associada ao sinal +.
Exemplo: Alelo para olhos vermelhos = w+
w+
w
Imagens cedidas por Amaro Rodrigues,
Universidade do Minho
+
Exemplares
Mutantes
 I) Mutação nos olhos
ey (eyeless): olhos pequenos ou por vezes ausentes
v (vermilion): olhos de cor vermelhão, mais claros que
no tipo selvagem
se (sepia): olhos de cor acastanhada, escurecendo para
preto com a idade
w (white): olhos brancos
B (Bar): olhos da mesma cor vermelha mas mais
estreitos que os do tipo selvagem
bw (brown): olhos de cor vermelha-acastanhada que se
tornam púrpura com a idade
Bar
white
sepia
Imagens cedidas por Amaro Rodrigues, Universidade do Minho
+
Exemplares
Mutantes
 II) Mutação das sedas e pêlo
f (forked): sedas bifurcadas ou recurvadas, mais curtas que as do tipo selvagem
ss (spineless): sedas mais curtas que no tipo selvagem
 III) Mutações da cor do corpo
y(yellow): corpo amarelo
e (ebony): corpo de cor escura
yellow
Imagem cedida por Amaro Rodrigues, Universidade do Minho
+
Exemplares
Mutantes
 IV) Mutações das asas
Cy (Curly): asas reviradas para cima
ct (cut): asas “cortadas” na extremidade
m (miniature): asas reduzidas em tamanho
vg (vestigial): asas muito pequenas e de contorno irregular
dp (dumpy): asas obliquamente truncadas e reduzidas
vestigial
Imagem cedida por Amaro Rodrigues, Universidade do Minho
+
Cruzamentos
Hereditariedade ligada ao sexo
Thomas Morgan encontrou um macho mutante de olhos brancos
(white) e cruzou-o com uma fêmea de olhos vermelhos (selvagem).
Geração F1 com 100% de indivíduos (machos e
fêmeas) de olhos vermelhos.
x
Alelo para olhos vermelhos
DOMINANTE sobre o alelo
mutante para olhos brancos.
Imagens cedidas por Amaro Rodrigues, Universidade do Minho
P)
F1)
cruzamento
+
Cruzamentos
Hereditariedade ligada ao sexo
No entanto, quando num cruzamento idêntico se utiliza uma fêmea
com olhos white os resultados do cruzamento são distintos ….
x
½ de machos
white
½ de fêmas
selvagem
Thomas Morgan concluiu que o gene
responsável pela cor dos olhos estaria
localizado num cromossoma para o qual
não existisse verdadeiro homólogo.
Tal verifica-se no par de
cromossomas sexuais
Imagens cedidas por Amaro Rodrigues, Universidade do Minho Imagem adaptada de:
http://www.cientic.com/heredit2_pp17.html
P)
F1)
cruzamento
+
Cruzamentos
Hereditariedade ligada ao cromossoma X
 Hereditariedade ligada ao sexo: Padrão de hereditariedade de determinados genes
paralelo ao padrão de hereditariedade dos cromossomas sexuais.
As fêmeas possuem 2 cromossomas X (verdadeiros homólogos), os machos
possuem 1 cromossoma X e 1 cromossoma Y, sem genes correspondentes (não
são verdadeiros homólogos).
Gene responsável pela cor dos olhos estaria no cromossoma X.
Os machos possuem um único alelo, por terem um único cromossoma X, e manifestam
o fenótipo correspondente a esse mesmo alelo.
+
1ªLei de Mendel
Em cruzamentos com Drosophila melanogaster
x
P) macho selvagem x
fêmea vestigial
cruzamento
F1) 100% de indíviduos
selvagens
F1xF1
x
½ vg+
½ vg
½ vg+
½ vg
F1xF1
Gâmetas
Gâmetas
vg+
vg+
vgvg
vg+
vg
¼ vg+
vg+ ¼ vgvg+
¼ vg+
vg ¼ vgvg
¾ manifestam o fenótipo selvagem
codificado por um alelo dominante e ¼
manifesta o fenótipo asas vestigiais,
que se expressa quando dois alelos
recessivos estão presentes
3:1
Exemplo 1:
Hereditariedade
autossómica
recessiva
F2)
+
1ªLei de Mendel
Em cruzamentos com Drosophila melanogaster
x
P) macho selvagem x
fêmea sepia
cruzamento
F1)100% de indíviduos
selvagens
F1xF1
x
½ se+
½ se
½ se+
½ se
F1xF1
Gâmetas
Gâmetas
se+
se+
sese
se+
se
¼ se+
se+
¼ sese+
¼ se+
se ¼ sese
¾ Manifestam o fenótipo selvagem
codificado por um alelo dominante e
¼ manifesta olhos sepia, o fenótipo
que se expressa quando o alelo
recessivo está presente em duas
cópias
3:1
Exemplo 2:
Hereditariedade
autossómica
recessiva
F2)
+
Sumário
 Gregor Mendel e os seus cruzamentos com ervilheiras. Leis de Mendel.
Conceitos de dominância e recessividade.
 Contributo de Thomas Morgan para a Genética Clássica: a
hereditariedade ligada ao sexo (cromossoma X).
 Utilização de Drosophila melanogaster em estudos de hereditariedade e
características que a tornam um bom modelo biológico.
 Ciclo de vida de Drosophila melanogaster. Distinção do sexo em insectos
adultos. O tipo selvagem e as estirpes mutantes. Nomenclatura.
+
Agradecimentos
 À Casa das Ciências/Fundação Calouste Gulbenkian a
concessão de uma bolsa para o desenvolvimento deste
trabalho.
 À professora Doutora Isabel A.-P. Mina pelos esclarecimentos
relativos a Drosophila melanogaster.
 Ao Dr. Amaro Rodrigues, pelas cedência das imagens de
Drosophila melanogaster apresentadas neste trabalho.
+
Referências
 http://www.ufv.br/dbg/labgen/mend.html
 Salsa J (2005) Hereditariedade Mendeliana. Disponível em:
http://www.cientic.com/portal/
 Aguiar C (2007) Hereditariedade e Evolução - Trabalhos
Práticos. Departamento de Biologia, Universidade do Minho.
 Aguiar C.Vlabs-Laboratório Virtual de Genética. Universidade
do Minho (http://vlabs.uminho.pt/biologia/biologia.html).

More Related Content

What's hot

Noções básicas de hereditariedade
Noções básicas de hereditariedadeNoções básicas de hereditariedade
Noções básicas de hereditariedade
Carlos Moutinho
 
Mutações do material genético
Mutações do material genéticoMutações do material genético
Mutações do material genético
UERGS
 
Genética quantitativa 2010 2v1
Genética quantitativa 2010 2v1Genética quantitativa 2010 2v1
Genética quantitativa 2010 2v1
UERGS
 
Transporte nas plantas
Transporte nas plantasTransporte nas plantas
Transporte nas plantas
Isabel Lopes
 
Diferenciação celular
Diferenciação celularDiferenciação celular
Diferenciação celular
Isabel Lopes
 
Lei de morgan, linkage, ligação fatorial
Lei de morgan, linkage, ligação fatorialLei de morgan, linkage, ligação fatorial
Lei de morgan, linkage, ligação fatorial
César Milani
 

What's hot (20)

Ligacao genica
Ligacao genicaLigacao genica
Ligacao genica
 
Noções básicas de hereditariedade
Noções básicas de hereditariedadeNoções básicas de hereditariedade
Noções básicas de hereditariedade
 
III Bases Cromossômicas da herança
III Bases Cromossômicas da herançaIII Bases Cromossômicas da herança
III Bases Cromossômicas da herança
 
Conceitos básicos de Genética
Conceitos básicos de GenéticaConceitos básicos de Genética
Conceitos básicos de Genética
 
Mutações do material genético
Mutações do material genéticoMutações do material genético
Mutações do material genético
 
Alelos letais
Alelos letaisAlelos letais
Alelos letais
 
Genética - Daltonismo | Biologia 12º Ano
Genética - Daltonismo | Biologia 12º AnoGenética - Daltonismo | Biologia 12º Ano
Genética - Daltonismo | Biologia 12º Ano
 
Epistasia
EpistasiaEpistasia
Epistasia
 
Genética quantitativa 2010 2v1
Genética quantitativa 2010 2v1Genética quantitativa 2010 2v1
Genética quantitativa 2010 2v1
 
Transporte nas plantas
Transporte nas plantasTransporte nas plantas
Transporte nas plantas
 
Herança Quantitativa
Herança QuantitativaHerança Quantitativa
Herança Quantitativa
 
Leis de mendel
Leis de mendelLeis de mendel
Leis de mendel
 
Ficha de trabalho hereditariedade
Ficha de trabalho hereditariedadeFicha de trabalho hereditariedade
Ficha de trabalho hereditariedade
 
Segunda Lei de Mendel
Segunda Lei de MendelSegunda Lei de Mendel
Segunda Lei de Mendel
 
Diferenciação celular
Diferenciação celularDiferenciação celular
Diferenciação celular
 
Reprodução Assexuada
Reprodução AssexuadaReprodução Assexuada
Reprodução Assexuada
 
Genética Humana
Genética HumanaGenética Humana
Genética Humana
 
Lei de morgan, linkage, ligação fatorial
Lei de morgan, linkage, ligação fatorialLei de morgan, linkage, ligação fatorial
Lei de morgan, linkage, ligação fatorial
 
1ª lei de mendel
1ª lei de mendel1ª lei de mendel
1ª lei de mendel
 
Introdução a genetica
Introdução a geneticaIntrodução a genetica
Introdução a genetica
 

Similar to O.e 1

Fundamentos de Genética
Fundamentos de GenéticaFundamentos de Genética
Fundamentos de Genética
Fatima Comiotto
 
Genética introdução
Genética introduçãoGenética introdução
Genética introdução
Dalu Barreto
 
Transmisso de-caractersticas-hereditrias-1193889302144183-2
Transmisso de-caractersticas-hereditrias-1193889302144183-2Transmisso de-caractersticas-hereditrias-1193889302144183-2
Transmisso de-caractersticas-hereditrias-1193889302144183-2
Pelo Siro
 
Aulão genética 3 em
Aulão genética 3 emAulão genética 3 em
Aulão genética 3 em
César Milani
 

Similar to O.e 1 (20)

Transmissão de características hereditárias
Transmissão de características hereditáriasTransmissão de características hereditárias
Transmissão de características hereditárias
 
Aula 13 lei da segregação
Aula 13   lei da segregaçãoAula 13   lei da segregação
Aula 13 lei da segregação
 
Genetica
GeneticaGenetica
Genetica
 
Genetica
GeneticaGenetica
Genetica
 
Biologia - Genetica geral (Kleber Sales)
Biologia - Genetica geral (Kleber Sales)Biologia - Genetica geral (Kleber Sales)
Biologia - Genetica geral (Kleber Sales)
 
www.CentroApoio.com - Biologia - Genética.
www.CentroApoio.com -  Biologia - Genética.www.CentroApoio.com -  Biologia - Genética.
www.CentroApoio.com - Biologia - Genética.
 
Fundamentos de Genética
Fundamentos de GenéticaFundamentos de Genética
Fundamentos de Genética
 
Introdução à genética
Introdução à genéticaIntrodução à genética
Introdução à genética
 
Genetica
GeneticaGenetica
Genetica
 
Genética 2 e-3e
Genética 2 e-3eGenética 2 e-3e
Genética 2 e-3e
 
Genetica 110513181400-phpapp01
Genetica 110513181400-phpapp01Genetica 110513181400-phpapp01
Genetica 110513181400-phpapp01
 
Bases heranca genetica
Bases heranca geneticaBases heranca genetica
Bases heranca genetica
 
Genetica.pptx
Genetica.pptxGenetica.pptx
Genetica.pptx
 
Genética introdução
Genética introduçãoGenética introdução
Genética introdução
 
Genética 2 e
Genética 2 eGenética 2 e
Genética 2 e
 
Genética introdução
Genética introduçãoGenética introdução
Genética introdução
 
Transmisso de-caractersticas-hereditrias-1193889302144183-2
Transmisso de-caractersticas-hereditrias-1193889302144183-2Transmisso de-caractersticas-hereditrias-1193889302144183-2
Transmisso de-caractersticas-hereditrias-1193889302144183-2
 
1 patrimonio-genetico
1 patrimonio-genetico1 patrimonio-genetico
1 patrimonio-genetico
 
Aulão genética 3 em
Aulão genética 3 emAulão genética 3 em
Aulão genética 3 em
 
B11_morgan.pptx
B11_morgan.pptxB11_morgan.pptx
B11_morgan.pptx
 

More from Sabina Tique (12)

Acores
AcoresAcores
Acores
 
Minerais
MineraisMinerais
Minerais
 
01 paisagens geológicas e minerais das rochas
01 paisagens geológicas e minerais das rochas01 paisagens geológicas e minerais das rochas
01 paisagens geológicas e minerais das rochas
 
Distribuicao de materia_-_transporte_nos_animais
Distribuicao de materia_-_transporte_nos_animaisDistribuicao de materia_-_transporte_nos_animais
Distribuicao de materia_-_transporte_nos_animais
 
Guiao para a_elaboracao_do_relatorio_sobre_celulas
Guiao para a_elaboracao_do_relatorio_sobre_celulasGuiao para a_elaboracao_do_relatorio_sobre_celulas
Guiao para a_elaboracao_do_relatorio_sobre_celulas
 
Teste 8,ºano
Teste 8,ºanoTeste 8,ºano
Teste 8,ºano
 
9 regulação do material genético2
9 regulação do material genético29 regulação do material genético2
9 regulação do material genético2
 
Ficha de trabalho sobre a célula 10º ano
Ficha de trabalho sobre a célula 10º anoFicha de trabalho sobre a célula 10º ano
Ficha de trabalho sobre a célula 10º ano
 
A célula
A célulaA célula
A célula
 
Fosseis
FosseisFosseis
Fosseis
 
Fosseis
FosseisFosseis
Fosseis
 
Deformações nas rochas
Deformações nas rochasDeformações nas rochas
Deformações nas rochas
 

Recently uploaded

O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
azulassessoria9
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
azulassessoria9
 

Recently uploaded (20)

Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
 
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa paraINTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa para
 
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 

O.e 1

  • 1. + Utilização de Drosophila melanogaster como modelo em estudos de Genética Clássica Diana Lobo Cristina Aguiar 2011 Aceite para publicação em 6 de Junho de 2011
  • 2. + Enquadramento Nesta apresentação revisitar-se-ão alguns trabalhos de Gregor Mendel e os resultados que conduziram às suas Leis, e que constituem as fundações da designada Genética Clássica ou Hereditariedade Mendeliana. Adicionalmente, abordar-se-ão as características que fazem de Drosophila melanogaster, a mosca da fruta, um excelente modelo em estudos de Genética, e de Genética Clássica em particular.
  • 3. + Gregor Mendel Imagemadaptadade: http://kentsimmons.uwinnipeg.ca/cm1504/mendel.htm O “Pai da Genética” Gregor Mendel 1822-1884 Imagemadaptadade:http://www.biologie.uni- hamburg.de/b-online/d08_mend/mendel.htm
  • 4. + As experiências de Mendel  Realizou estudos com a ervilheira (Pisum sativum) no Mosteiro da Ordem de Santo Agostinho, em Brno, na República Checa.  Os seus trabalhos constituem os alicerces da Genética e fundamentam as chamadas LEIS DE MENDEL. Jardins do Mosteiro onde Mendel realizou as suas experiências Imagemadaptadade:GriffithsA.,MillerH.&William M.AnIntroductiontoGeneticAnalysis,7th Edition.
  • 5. + Metodologia científica de Mendel  Escolha de material biológico adequado – fácil cultivo e crescimento;obtenção de várias gerações com elevado número de descendentes; ciclo de vida curto; flor com estrutura adequada ao controlo da fecundação,; para além de poder reproduzir-se por auto-polinização e características diferenciadas e contrastantes.  Utilização de linhas puras  Avaliação de um caracter individualmente  Tratamentos matemáticos para analisar os dados
  • 6. +  Mendel estudou 7 caracteres ou características em Pisum sativum, cada uma com duas manifestações fenotípicas distintas. Metodologia científica de Mendel Forma das sementes Cor das sementes Forma da vagem Cor da vagem Posição das flores Cor das flores Tamanho dos caules
  • 7. + Conceitos importantes  Determinantes Hereditários de Mendel: são actualmente designados por GENES. As diferentes formas de um gene designam-se ALELOS. Exemplo: Gene = “pê”; Alelo = P (dominante) ou p (recessivo)  Genótipo: Constituição genética de um indivíduo. Exemplo: PP, Pp ou pp  Fenótipo: Características observáveis. Exemplo: Púrpura ou Branca  Homozigótico: os alelos do par são idênticos. Exemplo: PP (Homozigótico dominante) ou pp (Homozigótico recessivo)  Heterozigótico: os alelos do par são diferentes. Exemplo: Pp PP Pp pp Imagem adaptada de: http://www.cientic.com/heredit1_pp23.html
  • 8. + 1ªLei de Mendel Monohibridismo Cruzamentos em que os progenitores apenas se diferenciam numa característica, relacionada com a transmissão de um só gene. crescimento (P) Geração Parental cruzamento (F1) 1ªgeração filial F1xF1 x PP pp Pp Pp Pp x ?
  • 9. + 1ªLei de Mendel Monohibridismo ½ P ½ p ½ P ¼ PP ¼ pP ½ p ¼ Pp ¼ pp Gâmetas Gâmetas PP= ¼ (Homozigóticos dominantes) Pp= ½ (Heterozigóticos) pp= ¼ (Homozigóticos recessivos) 1ªLei de Mendel: PRINCÍPIO DA SEGREGAÇÃO INDEPENDENTE ¾ manifestam o fenótipo púrpura codificado por um alelo dominante ¼ manifesta o fenótipo branco codificado pelo alelo recessivo e apenas expresso quando estão presentes duas cópias desse alelo recessivo F1xF1 3:1
  • 10. + Para cada característica existem determinantes hereditários de natureza particular. Cada ervilheira tem um par desses determinantes, em cada célula, para cada característica estudada. Durante a formação dos gâmetas os membros desse par separam-se de forma idêntica. Cada gâmeta transporta um dos elementos desse par. A união dos gâmetas para formar um zigoto reúne o par desses determinantes hereditários. Primeira Lei de Mendel:
  • 11. + Princípio da Segregação Independente Durante a formação dos gâmetas, os dois membros de um par de determinantes hereditários – que actualmente designamos e conhecemos como “genes” - separam-se. Metade dos gâmetas terão um dos membros e a outra metade o outro membro. Aa a A Formação de gâmetas
  • 12. + Testcross  Para verificar esta hipótese, das plantas da primeira geração filial (F1) terem o genótipo Pp é necessária a realização de um teste: Testcross  Teste idealizado com a finalidade de, através da descendência, se conseguir identificar o genótipo de um dado indivíduo progenitor. O teste efectua-se cruzando o indivíduo com o fenótipo codificado por um alelo dominante, mas cujo genótipo é desconhecido (genótipo Aa ou AA), com um indivíduo com fenótipo codificado pela presença dos dois alelos recessivos (genótipo aa)
  • 13. + Testcross xFenótipo codificado por um alelo dominante e genótipo desconhecido (Aa ou AA) Fenótipo codificado pelos dois alelos recessivos e genótipo conhecido (aa) OU A A a a Aa Aa Aa Aa A a a a Aa Aa aa aa Se… Se… 100% Amarelo 50% Amarelo : 50% Verde
  • 14. + 2ªLei de Mendel Dihibridismo Cruzamentos em que os progenitores diferem em duas características. x (P) cruzamento (F1) F1xF1 x (F2) 9:3:3:1 Duas caracteristicas: Forma das sementes Cor das sementes Linha pura lisa e verde vs Linha pura rugosa e amarela aaLL AAll AaLl AaLl AaLl
  • 15. + 2ªLei de Mendel Dihibridismo AL aL Al al AL AALL AaLL AALl AaLl aL AaLL aaLL AaLl aaLl Al AALl AaLl AAll Aall al AaLl aaLl Aall aall Gâmetas Gâmetas 315 108 101 32 A proporção 9:3:3:1 traduz a combinação de duas proporções 3:1 independentes Cada par de genes actua independentemente do outro A hereditariedade das duas características processa-se de forma independente F1xF1
  • 16. + Lei da Independência dos caracteres A segregação dos membros de qualquer par de genes é INDEPENDENTE da segregação de outros pares. Existe uma uniformidade dos híbridos da 1ªgeração (F1) em relação aos caracteres em estudo, manifestando-se os caracteres codificados pelos alelos dominantes. Todas as sementes são amarelas e lisas. Os caracteres codificados pelos alelos recessivos (cor verde e forma rugosa) não se manifestam. A geração F2 revelou-se heterogénea surgindo, além dos fenótipos parentais, dois novos fenótipos (verde/rugoso e amarelo/liso).
  • 17. + Drosophila melanogaster  Primeiros Trabalhos:Thomas H. Morgan  Características que a tornam especial  Ciclo de vida  Morfologia. Distinção entre os sexos  Tipo selvagem e Mutantes  Cruzamentos genéticos
  • 18. + Thomas H.Morgan Imagem adaptada de: http://www.sciencephoto.com/images/downl oad_lo_res.html?id=670031560 Imagemadaptadade: http://academic.pgcc.edu/~kroberts/biotech/chapt2/morgan.htm  Desenvolveu, a partir de 1910, estudos genéticos com a mosca da fruta – Drosophila melanogaster.  Prémio Nobel em 1933
  • 19. + Características Drosophila melanogaster é um organismo modelo para o estudo da Biologia do Desenvolvimento, pelo facto de possuir determinadas características: Dimensões reduzidas (3 a 4 mm) Facilidade de distinção entre machos e fêmeas Ciclo de vida curto (12 dias, aproximadamente)  Elevada taxa de fecundidade Descendência numerosa Facilidade de manutenção de culturas em laboratório Susceptível de manipulação genética Cariótipo com 4 pares de cromossomas (3 pares autossómicos e 1 par sexual) Genoma descodificado e publicado desde 2000 Genoma pequeno, com cerca de 14 000 genes
  • 20. + Ciclo de Vida Ciclo de Vida Fase do Ciclo de Vida: Pupa Larva Imagens cedidas por Amaro Rodrigues, Universidade do Minho Assinalam-se os olhos (1) e as antenas (2) em desenvolvimento, assim como os esboços alares (3), Fase do Ciclo de Vida: Larva 1 2 3 Puparium vazio
  • 21. + Morfologia  Insecto com cabeça, toráx e abdómen.  Cabeça com pêlos e sedas apresentando um par de antenas na região anterior e, lateralmente, dois olhos compostos vermelhos.  Tórax de cor amarela-acastanhada, com três pares de patas que terminam em garras.  Um par de asas finas e transparentes no segundo segmento torácico (insecto da ordem Díptera).  Abdómen segmentado e sem apêndices, em parte pigmentado de negro e coberto de pêlos.
  • 22. + Morfologia Distinção entre os sexos Fêmea Macho *Parâmetro apenas utilizado em moscas adultas ** Estrutura pilosa no par de patas anterior. Parâmetro mais seguro na distinção de moscas Imagens cedidas por Amaro Rodrigues Universidade do Minho
  • 23. + Exemplares Tipo selvagem e Mutantes ■ A forma predominante de Drosophila melanogaster na Natureza apresenta o corpo cinzento, olhos vermelhos e asas longas e denomina-se a forma ou tipo selvagem. Forma a quase totalidade das populações naturais desta espécie.  A qualquer variação hereditária deste “tipo padrão” denomina-se mutante. As mutações podem afectar as diferentes partes do corpo do adulto.  Apresenta 4 pares de cromossomas (2n=8) homólogos que se designam por I, II, III e IV. O par de cromossomas I corresponde ao par de cromossomas sexuais. Na fêmea há dois cromossomas X e, no macho, um cromossoma X e um cromossoma Y. Este, devido à sua heterocromatina, é praticamente inactivo do ponto de vista genético. Imagem adaptada de: Griffiths A., Miller H. & William M. An Introduction to Genetic Analysis, 7th Edition.
  • 24. + Exemplares Mutantes  Nomenclatura: É costume representar-se o genótipo das formas alternativas pela letra ou letras iniciais da palavra inglesa que expressa o fenótipo da característica em causa. A letra será minúscula ou maiúscula consoante a referida característica seja codificada por um alelo recessivo ou pelo alelo dominante, respectivamente. Exemplo: Alelo para olhos brancos = w (white) (minúscula porque o fenótipo white manifesta-se pela presença de duas cópias do alelo recessivo) Quando este locus é ocupado pelo alelo da forma selvagem, este representa-se pela mesma letra associada ao sinal +. Exemplo: Alelo para olhos vermelhos = w+ w+ w Imagens cedidas por Amaro Rodrigues, Universidade do Minho
  • 25. + Exemplares Mutantes  I) Mutação nos olhos ey (eyeless): olhos pequenos ou por vezes ausentes v (vermilion): olhos de cor vermelhão, mais claros que no tipo selvagem se (sepia): olhos de cor acastanhada, escurecendo para preto com a idade w (white): olhos brancos B (Bar): olhos da mesma cor vermelha mas mais estreitos que os do tipo selvagem bw (brown): olhos de cor vermelha-acastanhada que se tornam púrpura com a idade Bar white sepia Imagens cedidas por Amaro Rodrigues, Universidade do Minho
  • 26. + Exemplares Mutantes  II) Mutação das sedas e pêlo f (forked): sedas bifurcadas ou recurvadas, mais curtas que as do tipo selvagem ss (spineless): sedas mais curtas que no tipo selvagem  III) Mutações da cor do corpo y(yellow): corpo amarelo e (ebony): corpo de cor escura yellow Imagem cedida por Amaro Rodrigues, Universidade do Minho
  • 27. + Exemplares Mutantes  IV) Mutações das asas Cy (Curly): asas reviradas para cima ct (cut): asas “cortadas” na extremidade m (miniature): asas reduzidas em tamanho vg (vestigial): asas muito pequenas e de contorno irregular dp (dumpy): asas obliquamente truncadas e reduzidas vestigial Imagem cedida por Amaro Rodrigues, Universidade do Minho
  • 28. + Cruzamentos Hereditariedade ligada ao sexo Thomas Morgan encontrou um macho mutante de olhos brancos (white) e cruzou-o com uma fêmea de olhos vermelhos (selvagem). Geração F1 com 100% de indivíduos (machos e fêmeas) de olhos vermelhos. x Alelo para olhos vermelhos DOMINANTE sobre o alelo mutante para olhos brancos. Imagens cedidas por Amaro Rodrigues, Universidade do Minho P) F1) cruzamento
  • 29. + Cruzamentos Hereditariedade ligada ao sexo No entanto, quando num cruzamento idêntico se utiliza uma fêmea com olhos white os resultados do cruzamento são distintos …. x ½ de machos white ½ de fêmas selvagem Thomas Morgan concluiu que o gene responsável pela cor dos olhos estaria localizado num cromossoma para o qual não existisse verdadeiro homólogo. Tal verifica-se no par de cromossomas sexuais Imagens cedidas por Amaro Rodrigues, Universidade do Minho Imagem adaptada de: http://www.cientic.com/heredit2_pp17.html P) F1) cruzamento
  • 30. + Cruzamentos Hereditariedade ligada ao cromossoma X  Hereditariedade ligada ao sexo: Padrão de hereditariedade de determinados genes paralelo ao padrão de hereditariedade dos cromossomas sexuais. As fêmeas possuem 2 cromossomas X (verdadeiros homólogos), os machos possuem 1 cromossoma X e 1 cromossoma Y, sem genes correspondentes (não são verdadeiros homólogos). Gene responsável pela cor dos olhos estaria no cromossoma X. Os machos possuem um único alelo, por terem um único cromossoma X, e manifestam o fenótipo correspondente a esse mesmo alelo.
  • 31. + 1ªLei de Mendel Em cruzamentos com Drosophila melanogaster x P) macho selvagem x fêmea vestigial cruzamento F1) 100% de indíviduos selvagens F1xF1 x ½ vg+ ½ vg ½ vg+ ½ vg F1xF1 Gâmetas Gâmetas vg+ vg+ vgvg vg+ vg ¼ vg+ vg+ ¼ vgvg+ ¼ vg+ vg ¼ vgvg ¾ manifestam o fenótipo selvagem codificado por um alelo dominante e ¼ manifesta o fenótipo asas vestigiais, que se expressa quando dois alelos recessivos estão presentes 3:1 Exemplo 1: Hereditariedade autossómica recessiva F2)
  • 32. + 1ªLei de Mendel Em cruzamentos com Drosophila melanogaster x P) macho selvagem x fêmea sepia cruzamento F1)100% de indíviduos selvagens F1xF1 x ½ se+ ½ se ½ se+ ½ se F1xF1 Gâmetas Gâmetas se+ se+ sese se+ se ¼ se+ se+ ¼ sese+ ¼ se+ se ¼ sese ¾ Manifestam o fenótipo selvagem codificado por um alelo dominante e ¼ manifesta olhos sepia, o fenótipo que se expressa quando o alelo recessivo está presente em duas cópias 3:1 Exemplo 2: Hereditariedade autossómica recessiva F2)
  • 33. + Sumário  Gregor Mendel e os seus cruzamentos com ervilheiras. Leis de Mendel. Conceitos de dominância e recessividade.  Contributo de Thomas Morgan para a Genética Clássica: a hereditariedade ligada ao sexo (cromossoma X).  Utilização de Drosophila melanogaster em estudos de hereditariedade e características que a tornam um bom modelo biológico.  Ciclo de vida de Drosophila melanogaster. Distinção do sexo em insectos adultos. O tipo selvagem e as estirpes mutantes. Nomenclatura.
  • 34. + Agradecimentos  À Casa das Ciências/Fundação Calouste Gulbenkian a concessão de uma bolsa para o desenvolvimento deste trabalho.  À professora Doutora Isabel A.-P. Mina pelos esclarecimentos relativos a Drosophila melanogaster.  Ao Dr. Amaro Rodrigues, pelas cedência das imagens de Drosophila melanogaster apresentadas neste trabalho.
  • 35. + Referências  http://www.ufv.br/dbg/labgen/mend.html  Salsa J (2005) Hereditariedade Mendeliana. Disponível em: http://www.cientic.com/portal/  Aguiar C (2007) Hereditariedade e Evolução - Trabalhos Práticos. Departamento de Biologia, Universidade do Minho.  Aguiar C.Vlabs-Laboratório Virtual de Genética. Universidade do Minho (http://vlabs.uminho.pt/biologia/biologia.html).