Este documento descreve protocolos para o manejo da toxoplasmose em gestantes no Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande. A infecção por Toxoplasma gondii pode acometer o feto e causar complicações como alterações no sistema nervoso central, nos olhos e surdez. O diagnóstico é feito por exames sorológicos e, se confirmada a infecção fetal, o tratamento inclui espiramicina, sulfadiazina e pirimetamina. Orienta-se também medidas profiláticas como evitar contato com gatos e consumo de
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
Protocolo de toxoplasmose
1. SERVIÇO PÚBLICO
FEDERAL
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉ RIO DA EDUCAÇÃ O
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG
FACULDADE DE MEDICINA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA
Rua Gen. Osório, s/ n.° – Área Acadêmica do Campus da Saúde –
Rio Grande- RS – CEP 96201-900
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FURG
PROTOCOLOS DE ASSISTÊNCIA A GESTANTE A
SEREM IMPLANTADOS NO HU/FURG E SMS
Manejo dos quadros infecciosos
Protocolo toxoplasmose
Infecção causada pelo Toxoplasma gondii (TG), que assume especial
relevância quando ocorre no período gestacional pela possibilidade de
acometimento do feto.
A gravidade das manifestações clínicas no feto ou no recém-nascido é
inversamente proporcional à idade gestacional de ocorrência da transmissão
transplacentária da infecção. Achados comuns são prematuridade, baixo peso,
coriorretinite, estrabismo, icterícia e hepatomegalia.
Como a toxoplasmose é habitualmente assintomática e a anamnese é
pouco fidedigna para determinar o comprometimento passado, recomendamos
que a hipótese dessa doença seja considerada em todos os processos febris
ou adenomegálicos que acometam a gestante, especialmente se houver
história de contato com felinos, manuseio de terra ou carne crua (sem proteção
com luva).
.
Quadro clínico:
A infecção no primeiro trimestre é mais grave, embora menos freqüente,
acarretando desde abortamento espontâneo até a Síndrome da Toxoplasmose
Congênita, caracterizada por: alterações do SNC (microcefalia, calcificações
cerebrais, retardo mental, espasticidade, convulsões, entre outras), alterações
oculares (coriorretinite, microftalmia), alterações auditivas (surdez) e outras.
Se a infecção ocorre no último trimestre, o recém-nascido pode ser
assintomático ou apresentar, principalmente, ausência de ganho de peso,
hepatite com icterícia, anemia, plaquetopenia, coriorretinite, miocardite ou
pneumonia.
2. Diagnóstico pré-natal:
Imunofluorescência
Infecção passada
o Título de IgG 1:1.000 (1:16 – 1:64) e Título de IgM - negativo
Infecção Aguda
o Título de IgG – crescente e Título de IgM – positivo
o Título de IgG 1:1.000 e Título de IgM – negativo
Elisa
Infecção passada
o IgG reagente IgM não reagente
Infecção Aguda
o IgG reagente ou não reagente e IgM reagente
Infecção Aguda
Solicitar Toxoplasmose IgG e IgM
1º consulta
IgG reagente e
IgM não reagente
IgG e IgM não reagente
IgG reagente ou não reagente e
IgM reagente
Infecção passada
Pré-natal baixo risco
Suscetível
Orientações profiláticas
Solicitar Toxoplasmose
IgG e IgM
28º semanas e na
maternidade
Pré-natal baixo risco
Pré-natal alto risco
Solicitar IgM, IgA, IgE e Avides IgG
Iniciar Espiramicina 1g VO 8/8h
IgM crescente
IgA, IgE positivo
Avides IgG < 30%
Cancelar Espiramicina
PCR Liquido amniótico
USG fetal
Evidência de acometimento fetal
Iniciar sulfadiazina, pirimetamina e ac. Folínico
Não
3. Dosados pelo ELISA ou pela imunoaglutinação
IgA – pico 2 meses após infecção e é indetectável após 3 meses
IgE – presente por 4 a 8 meses após a infecção aguda
Tratamento Materno
Espiramicina 3g/ dia (Rovamicina 1,5 mUI = 500mg 2CP 8/8 horas)
Azitromicina e claritromicina
Diagnóstico Fetal
PCR do líquido amniótico (sensibilidade de 97,4%)
Ultra-sonografia (sensibilidade de 20%) - ventriculomegalia cerebral,
calcificações intracranianas, hepatoesplenomegalia, ascite,
placentomegalia
Tratamento Fetal
Pirimetamina (não usar 1º trimestres) 25mg de 12/12h MAIS
Sulfadiazina (não usar 3º trimestres) 1g 6/6h por 21 dias
Alternado a cada 21 dias com Espiramicina
Ac. Folínico 10mg/dia 3X/semana
Orientações profiláticas
Não comer produtos animais crus ou mal cozidos (caprinos e ovinos)
Usar luvas para mexer na terra
Evitar contato com gatos (filhotes até 1 anos)
Lavar bem as verduras e as mãos após manipular carne crua e verduras