O documento descreve os principais aspectos dos fungos, incluindo sua classificação em cinco filos principais (Chytridiomycota, Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota), as micoses que podem causar, como micoses superficiais, subcutâneas e sistêmicas, e os principais gêneros fúngicos responsáveis por infecções.
2. • Organismos heterotróficos, eucariontes, uni ou
pluricelulares.
• 70.000 espécies identificadas.
• 1,5 milhão de espécies estimadas.
• Juntamente com as bactérias, são os principais
decompositores da biosfera.
• Reciclagem da matéria orgânica, necessária à
sobrevivência dos produtores.
ASPECTOS GERAIS
3. • Ainda há uma grande controvérsia em relação a
classificação dos fungos, apesar de ser
comprovado, que sua genética está mais próxima da
animal que da vegetal, existem estudiosos, que
discordam deste posicionamento. Hoje, os fungos são
classificados integrantes de seu próprio reino, o reino
Fungi.
• Tais organismos tem como principais características
serem eucarióticos, heterotróficos por absorção, e
aeróbios ou anaeróbios facultativos, e a maiorira
deles, possuem parece celular constituída de quitina.
• Apesar de haver muitas controvérsias em relação a
classificação dos fungos, existe uma classificação
geral.
CLASSIFICAÇÃO
4. Filo Chytridiomycota
• Com cerca de 790 espécies
• Apresentam-se como organismos uni ou
multicelulares, apresentam flagelos em algum
momento de seu ciclo de vida, também chamados de
mastigomicetos.
• São típicos de ambientes aquáticos e apresentam
aspecto gelatinoso, podem se assemelhar a amebas
durante alguns estágios de seu ciclo de vida. Alguns
estudiosos os enquadra no reino protoctista.
5. Filo Zygomycota
• Com cerca de 1000 espécies
• Apresentam-se em organismos multicelulares e não
possuem corpos de frutificação.
• Sua hifas são preenchidas por citoplasma repleto de
núcleos: chamadas hifas cenocíticas.
• Seus esporos são denominados zigósporos, e se
reproduzem assexuadamente com mais freqüência.
6. Filo Ascomycota
• Com cerca de 32,000 espécies
• São uni ou multicelulares formam estruturas
reprodutivas sexuadas, conhecidas como
ascos, incluem diversos tipos de bolores, as
trufas, leveduras.
• Este é o filo que possui o maior numero de espécies.
7. Filo Basidiomycota
• Com cerca de 22,000 espécies
• Estes apresentam reprodução sexuada.
• Este grupo inclui os cogumelos, orelhas de pau, as
ferrugens e carvões, os 2 ultimos causam doença em
plantas.
8. Filo Deuteromycota
• São chamados de fungos conidiais , que já foram
conhecidos como fungos imperfeitos, eles não se
enquadram em nenhum dos anteriores citados.
• Em muitos destes fungos a fase sexuada não é
conhecida ou pode ter sido perdida com o decorrer do
seu processo evolutivo.
• A esse grupo pertecem diversas espécies de Penicillium
( entrem as quais que produzem penicilina) e
Aspergillus, esta segunda, há espécies que produzem
toxinas cancerígenas. O pé de atleta, é provocado por
um fungo deste filo.
10. • Conídios
– Produzidos pelas hifas aéreas
– Facilmente carregados pelo ar
– Disseminação do fungo
REPLICAÇÃO FÚNGICA
11. Micoses superficiais
• As micoses superficiais compreendem as infecções
fúngicas que atingem pele,pelos,unhas e mucosas.
PATOLOGIA
Tipos de micoses superficiais:
• Micoses superficiais estritas
• Dermafitoses
• Leveduroses
• Hialo-hifomicoses e feo-hifomicoses
12. Micoses superficiais estritas:
• Caracterizam-se por lesões nodulares de pelos ou
mancha na pele,na maioria das vezes não produzem
resposta inflamatória ao hospedeiro.
PATOLOGIA
13. Pitiriase
• Assintomática,lesões hipo ou hiperpegmentadas,localizadas
no tórax,abdomem,pescoço e face.
• Agente: espécies do gênero Malassemia
• Fatores: predisposição genética,estado nutricional,acumulo de
glicogênio extracelular,o fungo interfere na produção de
melanina.
14. Tinea Nigra
• Assintomática, localizada na palma das mãos ou dos
pés, aparecimento de manchas escuras de aspecto fuliginoso
• Agente: Phaeoannellomyces wernwckii e Stenella araguata
Piedras
• Presença de nódulos irregulares aderentes aos pelos. Dois
tipos:
o Piedra branca: leveduras do gênero Trichosporon,nódulos
claros e pouco aderentes,pelos escrotais e pubianos
o Pidras negras:causada pelo Piedraia hortae,nódulos de
cor escura,duros,e muito aderentes,localiza no cabelo.
15. Dermafitoses:
• Micoses da pele,pelos e unhas causadas pó um grupo
de fungos,os dermatófitos,que tem predileção pela
queratina humana e animal.
• No pelo eles atacam a camada superficial, avançando
ate o folículo piloso,o pelo perde o brilho,fica quebradiço
e cai.
• Na pele causam lesão com propagação
radial,circulares,bem delimitadas,um centro
descamativo e bordos eritematosos.
• Na unha a infecção se inicia pela borda podendo atingir
a superfície e a área subungueal(por baixo),elas ficam
quebradiças,branco-amareladas e porosas.
PATOLOGIA
16. Leveduroses
• São produzidas principalmente por leveduras do gênero
cândida e podem atingir mucosas,pele e unhas.
• Na pele,leões úmidas,esbranquiçadas ou
avermelhadas,de bordos descamativos.
• Na unha apresenta-se sem
brilho,espessada,endurecida,com coloração escura
• Nas mucosas lesões esbranquiçadas,com base
avermelhada úmida,após sua remoção pode ser
verificada.
PATOLOGIA
Hialo-hifomicoses e feo-hifomicoses
• Fungos filamentosos, não dermatófitos, encontrados no
solo ou planta,que também causam infecções na pele
ou unha,respectivamente.
17. Micoses Subcutâneas
• Os agentes de micoses subcutâneas vivem em estado
saprofítico no solo,nos vegetais e nos animais,e são
parasitas acidentais do homem e dos animais,que se
infectam por ocasião de um traumatismo na pele,com
material contaminado.
• As micoses se localizam na pele e no tecido
subcutâneo.
PATOLOGIA
18. Esporocitose
• Agente: Sporothrix schenckii
• Forma clinica: depende do local de penetração do
microorganismo e da resposta do hospedeiro,a forma mais
comum é a linfocutanea,que compromete pele,tecido
subcutâneo e gânglio linfáticos da região,forma-se uma lesão
ulcerada,aparecem nódulos que amolecem e rompem-se
eliminando pus
• Fatores predisponentes: desnutrição,hipersensibilidade
individual e alterações patológicas.
19. Cromoblastomicose
• Agente etiológico: família Dermaticea
• Forma clinica: formação de nódulos cutâneos verrugosos de
desenvolvimento lento
Feo-hifomicose
• Agente etiolofico: fungos oportunistas,parasitas ou patogenos
de plantas
20. Eumicetomas
• Agente patológico de fungos: formam no tecido emaranhado
de filamentos ou hifas conhecidos como grãos ou drusas.
• Infecção: tumefação glomerulosa,com formação de
abscessos,fistula e eliminação de grãos.
• Local: pés,pernas e braços,onde
o fungo penetra por traumatismo,
pode lesar ossos.
Lobomicose
• Agente: Lacazia loboi
• Forma clinica: lesões isoladas ou
disseminadas na pele e nos tecidos
subcutâneos, o fungo penetra na pele
por traumatismos.
21. Micoses sistêmicas
• Micoses sistêmicas são infecções causadas por fungos
patogênicos primários e que têm como porta de
entrada o trato respiratório, donde podem disseminar
para todo o organismo.
PATOLOGIA
22. Paracoccidioidomicose
• Causada pelo agente paracoccidioides brasiliensis
• Conhecida como blastomicose sul-americana, micose de lutz-
splendore-almeida.
• Resultante de uma inalação de estruturas do fungo, como da
reativação de alguma infecção preexistente.
• O pulmão é um dos órgãos mais atingidos, seguido pela
mucosa da boca.
• A manifestação grave é representada pela paracoccidioides
“tipo junvenil”.
23. Coccidioidomicose
• Causada pelo agente coccidioides immitis, fungo sapróbio do
solo, preferencialmente de área desérticas e semidesérticas.
• A infecção ocorre pela inalação de
artroconídeos , transportados pelas vias
aéreas, frequentemente assintomática.
• Nos pulmões aparecem esférulas de parede grossas, contendo
inúmeras endósporos globosos e irregulares. A ruptura das
esférulas libera os endósporos que desenvolvem novas
esférulas continuando o ciclo.
• Em aproximadamente 40% das pessoas
infectadas, desenvolve-se pneumonia aguda com pleurisia.
24. Blastomicose
• Causada pelo agente blastomyces dermatidis, fungo
dimórfico.
• Nos tecidos, desenvolve sob a forma leveduriforme
unibrotante e na temperatura ambiente se encontra sob a
forma de miceliana.
• Sua forma sexuada : ajellomyces dermatidis, classificado
como ascomycota.
• A infecção inicia-se nos pulmões, após inalação dos
propágulos, disseminando pelos ossos e pele. O
aparecimento lesões cutâneas primárias sugere a introdução
do fungo por traumatismo.
• Apresenta sintomatologia compatível com
tuberculose, gripe, pneumonia ou carcinoma.
25. Histoplamose
• Causada pelo agente histoplasma capsulatum var.
Capsulatum, fungo dimórfico, apresentando vida livre a fase
de bolor e a fase parasitária de levedura.
• Sua forma sexuada ajellomyces capsulatum.
• A infecção inicia-se nos pulmões. Inicialmente os sintomas
são subclínicos, assintomáticos ou como sintomas de infecção
viral. Podem gerar sequelas como calcificações residuais
nodulares no pulmão semelhantes ao que ocorre na
tuberculose.
• Sua principal característica é ser um parasita quase exclusivo
do citoplasma das células do sistema retículo endotelial. No
interior dessas células fagocíticas observam-se na forma de
leveduras redondas ou ovais.
26. Criptococose
• Causada pelo agente cryptococcus neoformans. Em vida
parasitária desenvolve sob a forma de levedura, capsulada e
algumas vezes com brotamento.
• Sua forma sexuada: filobasidiella neoformans.
• É uma infecção oportunista , porém existem indivíduos não
imunocomprometidos.
• O fungo inalado atinge primeiramente os pulmões, com
tropismo para o snc, ocasionando meningite criptocócica.
27. Micoses oportunistas
• São infecções causadas por fungos de baixa
virulência, mas ao encontrar condições favoráveis
como disturbios do sistema imunológico, desenvolvem
poder patogênico.
PATOLOGIA
28. Candidíase
• Causada principalmente pelo agente candida
albicans, também denominada candidose.
• A maior parte das infecções causadas por c. Albicans é de
origem endógena.
• O fungo tem poder invasivo em pacientes debilitados pelo
tratamento com antibióticos e drogas imunossupressoras e
em doenças crônicas.
• A candidíase da mucosa oral é caracterizada pelo
aparecimento de placas brancas, isoladas ou
confluentes, aderentes a mucosa, com aspecto
membranoso, as vezes rodeada com halo eritematoso.
• Na mucosa vaginal as lesões se assemelham as da boca. No
homem ela é comumente adquirida sexualmente.
• A candidíase sistêmica é grave. São encontradas em diversos
órgãos como: rins, pulmões, coração, cérebro trato digestivo
e sangue.
29. Zigomicoses
• Causada pelo gênero zygomycetes.
• Possuem habitat natural no solo, vegetais em decomposição e
água.
• São filamentosos, possui hifas largas, não septadas ou com
septos muitos distantes um dos outros.
• Existem duas entidades clínicas causadas pela zigomicose:
mucormicoses e entomoftoromicoses.
Mucormicoses
• São infecções de curso rápido, em grande parte fatal.
• Causada por fungos da ordem mucorales.
• As infecções podem se localizar nos seios paranasais e no
cérebro, nos pulmões e em outros órgãos.
• A principal característica é a invasão dos vasos sanguíneos
por hifas do fungo responsável pela infecção.
30. Entomoftoromicose
• São micoses crônicas causadas
por fungos da ordem
entomophthorales.
• Causada pelos agentes
conidiobolus coronatus e
basidiobolus ranarum.
• Possuem habitat o solo, vegetais
e insetos.
• Conidiobolus coronatus causa
infecção nasal, denominada
rinoentomoftoromicose, que
pode se estender até a face e a
faringe.
• Basidiobolus ranarum é
encontrado no intestino de
répteis, anfíbios e vegetais em
decomposição. A infecção é
caracterizada pela formação de
nódulos subcutâneos.
31. Aspergiloses
• Causada por diferentes espécies do gênero aspergillus.
• Seu habitat é o solo, o ar, plantas, material orgânico dentre
outros.
• A infecção pode localizar-se nos pulmões, ouvidos, snc, nos
olhos e em outros órgãos.
• Geralmente é diagnosticada em indivíduos
imunodeprimidos, debilitados ou em tratamento com drogas
imunossupressoras.
• O fungo instala-se na superfície dos brônquios, cujo paciente
apresenta uma bronquite.
Tricosporonoses
• As espécies de trichosporon se caracterizam por apresentar
hifas, pseudo-hifas, blastoconídeos e artroconídeos com
características variáveis.
• Em sua parede celular o microorganismo expressa
glucanoxilomanana (gxm), que é antigênica.
• Cateteres vasculares e o trato gastrointestinal são as portas
de entradas mais comuns do microorganismo.
32. Micoses oculares
• As micoses oculares localizam-se nos canais lacrimais, na
conjuntiva ocular, na camada córnea e intraocularmente.
• As mais relevantes são restritas a camada córnea e região
intra-ocular.
• Os agentes etiológicos são aspergillus spp., fusarium
spp., cephalosprium spp., curvularia spp., penicillium spp. E
c. Albicans.
• Possuem habitat o solo e fragmentos de vegetais.
Otomicoses
• Geralmente é uma infecção subaguda ou crônica
caracterizada por uma inflamação exsudativa e prurido do
conduto auditivo externo.
• A umidade e o calor são considerados fatores
predisponentes.
• Causada pelo agente aspergillus níger.
33. • Raspado de pele clareado com KOH
• Exame direto
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
34. • A maioria dos fármacos
antifúngicos convencionais
atua sobre a membrana
plasmática do
fungo, interferindo, em
grande parte das vezes, no
metabolismo do ergosterol.
TRATAMENTO
35. ANFOTERICINA
• A anfotericina é um antibiótico macrolídeo de estrutura
complexa, caracterizado por um anel de átomos de carbono com
múltiplos membros. A anfotericina B persiste como o agente mais
eficaz para infecções fúngicas sistêmicas.
NISTATINA
• A nistatina é um antibiótico macrolídeo poliênico de estrutura
semelhante à da anfotericina e com o mesmo mecanismo de ação.
Praticamente não ocorre nenhuma absorção pelas mucosas do
corpo ou a partir da pele, e seu uso limita-se a infecções fúngicas
da pele e do trato gastrintestinal.
TRATAMENTO
36. FLUCITOSINA
• A flucitosina é um agente antifúngico sintético que, quando
administrada por via oral, mostra-se ativa contra uma gama
limitada de infecções fúngicas sistêmicas, sendo principalmente
eficaz naquelas causadas por leveduras.
• Quando administrada isoladamente, é comum o desenvolvimento
de resistência à droga durante o tratamento, razão pela qual
costuma ser associada com anfotericina para infecções
graves, como a meningite criptocócica.
GRISEOFULVINA
• A griseofulvina é derivada do Penicilinum griseofulvum e inibe a
mitose dos fungos através de sua ligação à tubulina e a uma
proteína associada aos microtúbulos, rompendo, assim, a
organização do fuso mitótico.
• A associação prolongada da griseofulvina com a queratina permite
o novo crescimento da pele, dos cabelos ou das unhas livres de
infecção por dermatófitos.
• O fármaco não é efetivo contra leveduras e contra fungos
dimóricos.
TRATAMENTO
37. AZÓIS
Os azóis constituem um grupo de agentes fungistáticos
sintéticos, com amplo espectro de atividade.
a) Cetoconazol:
• O cetoconazol foi o primeiro azol a ser administrado por via oral no
tratamento das infecções fúngicas sistêmicas. Mostra-se eficaz
contra vários tipos diferentes de fungos todavia, é tóxico.
b) Fluconazol:
• Atinge altas concentrações no líquido cefalorraquidiano e líquidos
oculares, podendo tornar-se o fármaco de primeira escolha na
maioria dos tipos de meningite fúngica. São também alcançadas
concentrações fungicidas no tecido vaginal, saliva, pele e unhas
c) Itraconazol:
• O itraconazol é administrado por via oral e, após absorção, sofre
extenso metabolismo hepático. Não penetra no líquido
cefalorraquidiano.
TRATAMENTO
38. d) Miconazol:
• O miconazol é administrado por via oral para o tratamento das
infecções do trato gastrintestinal. Atinge concentrações
terapêuticas no osso, nas articulações e no tecido pulmonar, mas
não no SNC. Mais comunmente, este fármaco é utilizado para uso
tópico contra fungos patogênicos e oportunistas.
e) Clotrimazol, econazol, tioconazol e sulconazol:
• Esses fármacos são angentes antifúngicos azóis utilizados apenas
para aplicação tópica. O clotrimazol interfere no transporte de
aminoácidos para o interior do microrgnismo através de uma ação
sobre a membrana celular. Mostra-se ativo contra uma ampla
variedade de fungos, incluindo microrganismo do gênero Cândida.
TRATAMENTO
39. TERBINAFINA
• A terbinafina é um composto fungicida ceratinofílico altamente
lipofílico, que exibe atividade contra uma ampla variedade de
patógenos cutâneos.
ECHINOCANDINAS:
• As enchinocandinas constituem a classe mais nova de agentes
antifúngicos. Trata-se de grandes peptídeos cíclicos ligados a um
ácido graxo de cadeia longa. A caspofungina, a micafungina e a
anidulafungina são os fármacos aprovados nessa categoria de
antifúngicos. A caspofungina é apenas disponível numa forma
intravenosa.
TRATAMENTO